Você está na página 1de 192
=| FILOSOFIA TRADICIONAL a] = —) = J i Do Autor No Mundo dos Cabindas (Bstudo Etnogrifico). Bait. L.1.A.M., Lisboa. 1970, Tustrou Aronso CUNHA Capa de Jozt, Srapra LEIRIA JOSE MARTINS VAZ (dos Missiontrios do Espirito Santo) FILOSOFIA TRADICIONAL DOS CABINDAS através dos seus testos de panela provérbios adivinhas fabulas Ml VOLUME AGENCIA-GERAL DO ULTRAMAR LISBOA * MCMLXX. INTRODUGAO No 1 Volume da Fitosofia Tradicional dos Cabindas deserevemos os testos de panela, por nds recolhidos em terras de Cabinda e confiados ao Museu do Insti- tuto Superior Missiondrio do Espirito Santo, em Car- cavelos, Neste If Volume publicaremos alguns Provérbios, Adivinhas © Fabulas, auténtiea gota de gua do seu foceano «folclérico» (*) Nao tivemos em todo este trabatho — como afir- inimos ji na introdugio ao estudo dos testos — pre- tengSes essencialmente linguisticas quanto & eserita do fiote © A sua tradugio. Escrevemo-lo como o captimos. ‘Praduzimo-lo, por vezes, mais segundo o sentido do gue segundo 0 rigor literal, tarefa que, por vezes, era (0) Para melhor compreensto deste I Volume, haverd con: venincia em ler a parte do Prefério que Carlos Ratermann te fesse propésito © que se encontra no prineiplo do T Volume. Bra nussa Intengdo Sustrar o presente Volume apenas no Inielo dos trés temas gerals nele contidas. Dado que a dispo- sigdo do texto nos ofervesu algumas pixinas ein Dranco, resol- vemos preenené-ias com vinhetts, motivadss 0a testes do T Volume; nos objectos etnogratieos que de Cabinda teouxemos fe oferecemos ad referldo Museu; nas fotografiaa vslidess que A ahlaade dos confrades de Landans, Loieula e Cabinda nos facilitou. A tudo dew eVidas o lpis de Joel Sesbra Leiria e Afonso. Cunha, impossivel e resultaria até algo confusa, dado o géni proprio da lingua ¢ a diferenga de coneeitos que nos veparam deles. Além de que no se encontram editados, em fiote, livros cientifieos onde pudéssemos ter bases filol6gicas, Ao longo de estudo da Filosofia Tradicional dos Cabindas, nem sempre dessecimos os assuntos que se iam apresentando, pois podiamos —e deviamos— dar mais elementos ctnograficos para eoncretizagio dessas manifestagbes eulturais. Mas o estudo era, de si, j4 longo © volumoso. Pretendia, além disso, ser apenas um ficheiro © pouco mais do que isto. Bailava, no mais intimo do nosso pensamento, a idein de, um dia, nos debrucarmos —em nova obra — sobre alguns temas especiais do viver dos eabindas dando-lhes adequado desenvolvimento, Pensamos realizar em breve mais este nosso sonho Por outro Indo, torna-se praticamente impossivel Gar todas as variantes dos Provérbios — aqui comp lados, bem como no 1 Volume — das Adivinhay © Fé- Tnilas, B que, Iii como e&, cada terra tom seu uso E também nao deixa de ser verdade —sobretudo 14, por nao terem documentos eseritos — que quem conta wom conto Ie werescenta um ponto ‘9 tocante ao seu sentido © suas possiveis aplica- goes préticas © tedricas, Timitamo-nos a indicar os essenciais ¢, por vezes, os mais diffccis de deduair. Rissa Timitacdo nfo pode ser considerada como inter- pretagio subjectiva, unilateral. Apontamos uma inter- pretaeio, ou aplicagio. Duas, quando muito. Mas nao queremos, com isso, negar outras. EZ muitas elas sio, por vozos. Nunea pensimos eserever uma Enciclopedia sobre os cabindas. Nunea tivemos a pretensio de abar- car e esealpelizar todu a sua cultura. Queremos deixu alguma coisa para as novas geragdes eabindas. . Tene tamos suprir, em parte, esta fimilagio ineluindo, no final do presente Volume, os indices ideogrifico ¢ ideo- logico. para os quais reporlamos todos aqueles que pretendam aprofundar a eultura da etnia em questio, Apesar de todas estas limitagdes -—e imperfei- q@es— estamos convencides de ler prestado algum servigo a cultura dos cabindas; ¢ ajuda, também, aos que, depois de nés, venham a dediearse a estes estu- os, dado que ainda ehegimos a tempo de fazer essa recolha diveeta — parcial, embora —- através de depoi- mentos dos velhos cabindas, muitos deles j& Falecidos neste momento, Pode acontecer que haja quem —hoj, ou ama- nha — discorde do que escrevemos sabre vs eabindas, Somos os primeiros a recouhecer as nossas fimitagses, nossas verdadeiras imperfoigdes, Igual sentimento tera animado 05 nossos marinheiros de quinhentos, em suténtico © arriseado cometimento através do desco- nhecido... Mas foram os seus pasos incertos, e timi dos, que permitiram aos seus vindouros fazer as mara vilhas que estio & vista por todo © vasto continente afrieano (°) 12) Apenas un exemplo: A Missi Catéliea de Landon fo) fundasta ent 4872. Todo o material empregado nn consteugto des varias dependéncias missionariag —incluindo a wadeira— fo) Importado da Europa. ates no havia madeien por ali?! Mest A mela duzia de metros do local?! Tanta, sunto Les, que ainda hofe vem de 1A em quantidade » qualidade (ais que enche 1 imereado nacional sigum inisiugclonal Mas para aléwi dessa mela dia de mottos estava © deseo hiheeido, 0 inéspita... Depois faltavain of serrotes. aa tregudetrs, Ds serradores... bem verdade que 05 pilneipios sao. sempre aifiests, Nota: Pala-se no Maiombe, nos provérbios e adivinhas, para significar uma terra distante e de dificil acesso, sem caminhos transitaveis, no tempo em que 1é nfio havin estradas, 8 19 Sentido: acabou um sofrimento, ji outro estit a surgir Prov. port.: atris duma montanha est outra, 3) Ngonde ka podi vioka ntangu é: ntangu i eki sinda, rgonde i oki sé vingana «A Ina nfo pode ultrapassar 0 sol © sol vai por uma parte, a lua por outra.» Sentido © Prov. port.: nao vi 0 sapateiro além do sew chinelo, 4) Ku fuila ngonde: Ju tetimina ngonde. Sentido: conformemo-nos com © que nos dio, Prov. port.: contente-se vom o seu estado quem quiser viver sossegado. 8) Budi, Ui ilu —"Tu nonga zi mbota? Na Il ilu ku mana bua, muntu li monho ka ké i ngolo ké. «Cai, 6 o6u, — Para apanharmos as estrelas? Mas quando 0 eéu cair, os homens também ji nao tém forga.» Sentido e Prov. port.: depois de morto, cevada ao rabo, an 9) Kuna ku chielila buissi, muene ku andi Kava kuna ku kuila buissi ku podi mona ké. «Como comegou o din, ele viu. Como acabou, nao vi.» Sentido: testemunha que vit apenss parte do ocorrido, no pode falar; 0 seu depoimento nao tem valor, Prov. port.: quem nfo vé, no pode contar. mn Wome 1° EM GERAL 1) Ma ké inu: 1 sueka. <0 que & vosso vos 0 escondeis.» Sontido © Prov. port.: os nossos defeitos no saco de tris; os dos outros, a frente. 2) Sukula mana m'aku, bakana sukula ma ngana ké. Ka fu chi mbi. «Fala das tuas coisas, ndo fales das coisas dos outros. B mau costume.» Sentido: rata da tua vida, Prov. port.: quem quiser falar dos outros, olhe para si primeiro. 23 3) Mona muenha. = Vanga _mbote. Muenha ka kuenda ku andi Nota: Taeula, tienla, Pterocarpus tinetorius, & wna irvore muito frequente na floresta de Cabinda, Friceionando dois pedagos da sua madeira, onde se entremeou areia ¢ éleo de palma, consegue-se uma substéneia de cor avermelhada, usada com Ting terapéuticos, veligiosos e em ceriménias tra- ieionais, 48 Sentido: a familia ajuda-se mituamente, Prov. port.: la me leve Deus onde esto os meus, 7) Kunguna ku mbussa: minu veka chi podi chi kunguna k6. «Esfrogar as costas: eu adzinho nfo posso esfregar-me.» Sentido: para o assunto que tenho entre mios, preciso do auxilio dos outros. Prov. port.: uma mio lava 2 outra, e ambas 0 rosto. 8) Ngeie ui bela mu i vumu, ui nuanina mbindiku, «Quem tem dor de intestinos, toda a noite luta com a retranea (da casa).> Sentido: quem tem problemas na vida, nio tem sossego. Prov. port.: a0 que mal vive, 0 medo o persegue, 9) Botula olio ké mu mhitw aku, Moti kani i ngana, u eki lossuka, «Tira primeito © que tens no teu corpo. Quanto a0 que esta no corpo do outro, 86 depois vais publicé-lo.» Sentido © Prov. port.s ni vemos a trave nos nossos olhos mas vemos 0 argueiro nos do vizinho. 49 10) Bika ku botula olio i ké mu nhitu ngana Botula t6 olio ké mu nbitu aku «Nao tires 0 que esta no corpo do outro, Tira #5 0 que est no teu corpo.» Sentido: nao condenes os outros; olha para ti primeiro. Prov. port.: olha para ti e fiea-te por a. It) U tendekela mpassi bi lengia va bé bantu, va vingana bantu, sGritas para que os softimentos aliviem: ‘onde houve gente, sompre haverd gente.» Sentido: para qué lamentares as misérias que vés? Foi sempre assim, sempre assim seri, Prov. port.: em eda parte, hi pedagos de mau caminho. 12) Lembangana, minu i kobila vau. —Kuza chi si mana mvindu k6. «Sai daqui, deixa-me tomar banbo. —Mas eu mesmo estou sujo (ainda nio acabei de tomar banho).» Sentido: esperar pela sua vez Prov. port.: demos tempo ao tempo, que atras de tempo, tempo vem. 50. 7° VESTIDO 1) I tinha chi li Jembe Ii nlele. —Buna mbakili, bué fuamukini ku vuikila. Vuatila bobo u kuluka monho: Nzambi ku muene bobo, «Tenho s6 um pedacinho de pano —Toma assim © veste-o Veste-o assim ¢ tem paciéneia Deus assim o quer.» Sentido © Prov. port.s nio ha carne, comem-se 05 assos. 2) Niele nnene i vila mbazu! T tende chi podi kambu ké. «Pano grande ficou queimado! —Sempre ficaré um resto.» Sentido: as coisas nunca esti tio més como se julga. Prov. port: nto & t8o bravo © lefio eomo o pinta. 3) Londn.nlele Ma bulu m’aku ui buela, «Cobre os buracos do pane, —Os buraeos estio a aumentar.» Nentidos nao vale a pena estar a gastar disheiro em tribunais para trazeres a. tua mulher para casa. Bla esti sempre a fugir para casa da sua familia, Prov. port.: gastar core com ruim defunto, bh 4) Ma vanguinina bobo, ba Kulu ba bika: ti i lumbu china yueta nlele mbote, ‘ku podi dengana nehientu ndumba ké. «® jit assim desde © tempo dos velhos: no dia em que tens vestido novo, nao encontras prostituta.» Sentido: mi sorte: Prov. port.: dia em que me nio enfeitei, velo a casa gem eu nao cuidel 5) Abu i vuata nlele mbote, chi si mona ké i nkuekeze. Abu i lumbu achi mi vuata ma Jembe, bud mé dengana Ii nkuekeze. «Quando estou bem vestido, nfo encontro a sogra. Hoje estou mal vestido, encontro-a.» Sentido © Prov. port.: como no provérbio anterior. 6) Niele nkuekeze: ete ui nokuna i mvula, u aku chi podi nanguna k6, ni simba; ‘bila china. «Pano de sogra: mesmo que esteja a chover, nfio o podes apanhar, ou tocar: & tabu...» 58 Nota: Por virias interdigies exisientes entre os cabin- das se conelui que, também por li, a sogra no goza de muita estima Sentidos mesmo que tenba vontade de fazer isto ou Aquile, nao © posso fazer porque & proibido. Prov, port.: se nao convéin, néio fagas; se nao é ver: dade, nao digas. 7) Nelo nkuelkeze mu nila u nanguna, lean: u bika, nkanu, «Pano de sogra no caminho: 80 0 levantas, tens questo; se o deixas ficar, tens questao.» Sentido © Prov. port.: sogras, nem de barro & porta, 8) Ta chi nkutu: tula_mbotau, «Fizeste a camisa: pée também os botdes.» Sentido ¢ Prov. port.; comegar 6 de muitos, acabar 6 de poucos. 9) Lu nguenu: w onso ké nlele chitukila ku andi, mui chi balukuila matona. 53 Nota: Entre os cubindas hi a costume do dote, ou alambamento, dado pela familia do noive A da noiva, Bum dos evinculoss do easamento, no ido de os esposos se nao separarem faci mente, H que com a separacio surge logo a ques tio da devolugio do dote reeebido, no todo ou em parte, conforme os casos. Quando 0 dote nao foi dado é mais ficll a separacdo. 1 como que um casamento sem «gal rantias», Sentido: coisa desprezivel Prov. port.: & bom, mas nfo sabe a nada. 2) Makuela ma kuika! nna ngeie, nehientu, kuela ku aku. «Casainento forgado: tu, mulher, eseolhe.» Sentido: ninguém pode ser obrigado a fazer uma coisa que nfo quer. Prov. port.: a liberdade Deus a amou, 3) Vuna una full kaza nkazi aku i monbo, podi vungia k6, 60 «Mente aos que ja morreram, Mas 4 tua esposa, nao podes enganar.> Sentido: nao tenho os olhos tapados Prov. port.: a mim nao me fazes 0 ninho atris da ore- Tha. 4) Mé mbizi ké china u Hid nehientu ‘bila bili-vume Di ienda ké nfumu net, <(Hi) uma qualidade de carne proibida para a mulher comer: Porque os intestinos desse animal sio para o chefe (comer).» Sentido: © superior nao esta sujeito & tei que promulga. Prov. port.: lé vio as leis onde vés, rei, quereis, 5) Ukuela konsi i kuends ba zabizi i nkazi ngana kuela; uu ala vutuka, Kaza bakale kangala uukueli k6. Noa: Vide adivinha n° 8 sobre ceorpo humano», Sentido © Prov. port.: ira de irmfos, ira do diabo. 11) Lila va kati ku ntandu, munn'i Teze kutika nsende ba ti vu buliln muam'i leze ui tomba, nunea 0 invejoso medrou, nem quem ao pé dele moron 3) Ngeie ui bela. ntete: ngeie ntete ti zika —Ngeie u sialila, ka sa giama k6? Tu fieaste primeiro doente: serfs primeiro enterrado, ‘Mas tu, que ficas atris, fio hiis-de ser enterrado também?» Sentido: cle morreu primeiro, mas tu também morrerds, Prov. port.: munea digas: desta Agua nio beberei. 3 4) Minu Ii bela, mé kotuks, Bana ba fui, mé mona. «Bistive doente, #4 me levantel 4J8 vi os que morreram.» Sentido: passei por dificuldades; venei; tenho experién- cia, Ninguém me deve desprezar Prov. port.: ji comi 0 pao que a dinbo amassou. 5) U onso ko i nhity nsongo ké i andi «Todos os gue tém corpo, podem apanhar doengas.» Sentidos quem 6 homem, estd sujeito a misérias Prov. port. neste mundo eansado, nfo hi hem com pleto, nem acabado, 6) Kozia usongo teks bi i mpetu, ‘Monti ku ké i mpetu ké, ‘ka vinguila bobo i nsongo aku kuenda mm ntandw v6 mu mazi «Para aliviar a doenea deves ter travesseiro, Se 0 nao tens, entio tem paciéneia que a doonga acabe tna planieie ou na agua.» Sentido © Prov. port.: a paciéncia abranda a dor 7) Thonve mu nsamu: buna u mvimba, netene w au, 81 Sentido: dar razio a quem a tem © nio fazer acepgio de pessoas Prov port.: julgar pelns acgdes © nia pelos dabrées, 3) Seva kw aku. Ibila minu veka t6 mé vanda Ii Lembe, «Podes rir de mim. Mas sou eu quem fez 0 feitigo Lembe.» Sentido: qualquer dia bates-me & porta... Cf te espero. Prov. port.: Targos dias tém cem anos, 4) Chi ngoma chi Lembe: vana i kanda, Monti va ké bantu ké, buna ba podi vanda Lembe k6? «0 tambor do feitigo Lembe: esta onde est a familia Se nao tens parentes, ‘onde podes fazer 0 feitico Lembe?s Sentido: sem familia nio temos proteecio. Prov. port.: quem nao tem pai, nem mie, nio & ninguém, 5) Monti na Muba mona Mbonda-fula, Kanu ma Ntende ku sid vid ké. «Se Muba tivesse visto o sinal Bonda-fula, © povo Ntende nunea podia ter sido queimado.» Nota: Hncontram-se oxplicagdes deste provérbio ne testo ns 123. 82 Sentido: a familia protege os seus membros, mesmo dis- tantes. Prov. port.: onde te conhecem, lugar te fazem. 6) Mbonda-fula uw lunga ba vinha, u lunga ibonve. <0 sinal Ronda-fula guarda os que 1ém saitde, guarda os aleljados.» Sentido © Prov. port.: coma no provérbio anterior. 7) Rutu bi nkobe-ibingu, «Somos do mesmo (Feitigo) nkobe-ibingu» Nota: O feitign Nkobe-ibingu 6 o feitigo familier. Cady familia clinica tem 0 seu. Sentido: temos de nos proteger uns aos outros, dentro da mesma familia Prov. port.: 0 sangue corve pelas veias. 8) Nhinga ibingu ba bika va mongo nkobe. —Bika hobo, ké ba bana bi leze bi kele. «(Ku vou buscar) © bracelete do feitico ibingu, que ficou em cima do eesto, ~ Espera, ainda iii criangas (para continuarem a familia)» Nota: Os velhos da familia morreram, Parecla aio ha ver ja lugar e interesse para o feitigo familiar. 83 Resposta de alguns dos presentes: hé ainda erian: cas —filhos desses velhos— que precisarao dele, pois vao continuar a familia. Sentido © Prov. port.: enquanto ha vida, hi esperanca. 9) Ngeie, ntu I kosso ké i aku, «Tens eabeca de feitigo kosso.» Nota: © feitigo Kosso tem duas cabegas de edo. B um auténtieo clio, max em vez de cauda tem outra cabeca, Bo feitigo dos prazeres: sexuais, Sentido: @s hipocrita e falso. Prov. port.: falso como Judas. 10) Bakissi ba chi mpenze ba vili mbazu. - Buna? Bau tu vana monho? «Os feitigos dos chimpanzés ficaram queimados. —Iseo que tem? Eles salvariam as nossas vidas?» Sentido © Prov. port.: nflo percas © siso pelo doido do ‘teu vizinho. 8b v FENTICEIROS 1) Mambu ma luvunu: ma tubizi nganga, eMentira: falou o feiticeiro.+ Sentidos és mentiroso como o feiticeiro, Prov. port.: mentes mais que um burro a fugir, 2) Mambu ma luvunu: ma tubizi nganga, Liela i andi i bakilia zi mbongo 23 andi «Mentira: falou 0 feiticeiro. A sua esperteza: 6 apanhar o seu dinheiro.» Scntido: prometes ¢ nada fazes. Isso nao esti bem. Resposta: € 0 meu officio, Prov, port.; mente Pedro porque o tem de vezo. 3) Nganga mu lid —Nehia Iu ndandila ku ami? 40 feitiecizo est a comer muito. —Nio foste tu que me chamaste?» Nota: O doente chamon o feiticeiro para o curar. Agora esti a queixar-se que come muito, que Ihe leva muito dinheiro pela «consulta» © feiticciro respondeu-the: nfo foste tu que me chamuste? Sentido: por pripria culpa as coisas estio neste pé Prov. port.: quem se mete nelas, que se tire 4) Nganga ié ku 1id. —Mbjchi ndandila ku ami? —Nehientu i chi mpala. —Ah, mbichi u kuelila ku ami? 1é ker mbandanga zi mbata <0 feiticeiro est n comer na nos mesa. —Mas por que me chamaste? _Mulher coneubina (diz o marido) Ah, por que me escolheste para easamento? “Agora jii me ests a maltratar...» Sentido: acusas-me num assunto ao qual tu deste cea Prov, port: por 08 galgos & carreira e deitar a fugir 36 ndochie? Ui tela monho aku, «Dis comida ao feiticeiro? Atengao 4 tua vida.» Sentido: por mais que se faca ao malvado, fieard sem- pre mau, Prov. port.: gastar cera com ruim defundo, 6) Ma nkaka kn podi seva k6 vana va ké mambu ma nnene, va ké 2i nfumu, va ké zi nganga, «0 carrasco nio pode rir-se onde se tratam grandes assuntos, I onde esto os chefes, 1a onde estao os feiticeiros.» Sentido: cada um faga a sua obrigagio como deve. Prov. port.: far o teu dever, acontega © que econtecer. 7) Nganga nehientu ku tilt bi mpilu k6. Ngee moti ma balukua, ti munu mk wala ku lila? Nota: 0 scomedor de almas» chamado Muanda matou Mbungo; Mbungo, depois de morto, matow Muanda. 90 | i | Sentido © Prov. port.: quem com ferros mata, 20m fer ros morte, 17) Nganga Mbumba, nzungu Mbumba. Ngele bakana muna nkanu? Kuenda ké nganga Mbumba, «Felticeine do feitigo Bumba, (rabalha com a) panela do feitign Bumba. Estés dentro do assunto? Vai ter com o feiticeiro do feitigo Bumba.> Sentido: quando estés em dificuldades vai ter com os familiares © nao com os estranhos, Prov. port.: fui & casa da vizinha e envergorheisme; voltei & minha e remediei-me, 18) Bika iv'ami i sonsa ké zi nfumu, ké zi nganga: buingi bi tia o Wi mbote oli mbi a li sonsa minu, «Deixa-me falar diante dos ehefes f feitieoiros: para que eles possam ouvir se é bom ou mau © que cu digo.» Sentidos nv mo eondenes antes de me ouvir. Prov. port.: 0 enforeado tem trés dias, 19) Monti chi tessia k6, fnkanu bonsi i ala zaba ma ké mu ntim'aku? on «Se eu nfo fosse adivinhar, enti como poderia saber fo que tens no coragio?» Sentidos ser reservado © 130 contar tudo, Prov. port.: guardas-me um segredo, amigo? Melhor 0 guardas se to nfo digo. ¥. Pesto ne 39 ge vr MAMEFEROS 1 CABRA E BODE 1) Nkombo sumbulcle monko Jeuma buku Ji buala, A cabra tem saiide dentro do palmar da povoagio.» Sentido: na nossa terra, com os nossos, & que nos senti- mos bem, Prov. port.: passarinho da serra da Estrela, onde se ceria, 14 se deseja 2) Mim: nkombo, sumb'i fua i kangama, «Eu, cabra, hei-de ficar amarrada até & morte.» Sentido: a triste situacio dos fracos. Prov. port.: detris da porta do pobre toda a vileza se esconde. 93 3) Nkombo mu nsinga mvila Mué ngé: chi onso chi lumbu vana va kambuizi bantu, Mué ngé uala ko mbuila Cabra amarrada fica sempre eserava do leo- pardo qualquer dia, quando nao estiverem os homens, © leopard hi-de apanhia, Sentido: 4 mulher que é oprimida demais pelo marido, tum dia, na sua auséncia, val ser procurada ¢ Prov. port.: quanto mais a coisa é vedade, mais é dese- Jada, 4) Ba bakizi mgulangu, ba ii ku au: kazn i nkombo monti 1 ami, uw kode i aln mona i au, Pes «Apanharam um an todos comem dele mag se forse a minha cabra, a sua perna era para eles.» Sentido © Prov, port.: onde forgs nao ha, direito se perde. 5) Muana nkombo ui kueta menu: u eki longa u 14 malundu, 10 cabrito esti a remoer guardou o eapim que ele comeu» Sonido: quem sabe guardar as coisas ¢ as nfo gasta sem governo, depois est. prevenido, Prov, port.: mais vale boa regra que boa renda 4 6) Nkassa-mlongu: nkombo muni ene bele nganga, kaza mbamba ué uokila. ngolo, «Casea_veneno: © bode, mesmo sendo feiticeiro (se a ingerir), sendo a dose forte demais, morre.» Nota: A casca da arvore Nkassa & venenosa, sendo i gerida em grande dose, © feiticeiro costuma durante as suas «ceriménias». Os cabindas consideram o bode como feiticeiro..., a avaliar pelo seu espirrar. que o feiticeixo imita Sentido © Prov. port.: contra a forga nio ha resistén- cin, ¥. Provérbio 2 95 CAO 1) Munia uti mbua chi nkum'i mvesse ma tula bi HA. <0 eo hocejou: © nesse momento caiulhe um sso na boca.» Sentido: tive sorte quando menos com ela contava Prov. port.: quem esti em ventura, a formiga o ajuda, 2) Munta: ti Hit nsunha mbizi, i mbizi i ami bakizi, minu mbua. Miu li vungia, ngeie nfumu ami, mvesse ud mé bikila ké kukunhanga. «0 homem come carne de eaga, ‘mas eu, e0, apanhel 9 animal. Estas a enganar-me, tu, meu dono, (pois! s6 me deixas os ossos para roor.» Sentido: durante a bonanga nao te lembras de mim 86 me chamas para trabalhar, Prov. port.: amigos do meu, eseuso-o8 eu, 3) Mbua lili tuvi intima ié viakenanga. Sentide © Prov. port.: 5) Nunzi: mpuku_ mbi +O rato Nunzi: a oeasiao faz 0 Indrao, € mau rato (pois deixa cheiro).» Sentido © Prov. port.: diz-me com quem andas, dir-te- ei as manbas que tens, 8) Li kuele ui tomba muinda muntu iu andi nkonzo. «O rato foi busear o candeeiro: cada um com a sua sorte.» sentido © Prov, port 2 eontente-se cada qual com a sorte que Deus Ihe da. 108: —LEOPARDO, HIENA 1) Ngé ka sutagana: bu kassa ma kala, «O leopard esta necessitado: Sentido: leopardo sabia que naquela regio nao havia caga, mas teimou em ir para Ia, Daf a fome. Prov. port.: conselho desprezado, sofrimento dobrado. 2) Sembanga i kumbu: sembanga mi ndaln ngandu. Sentido geral: nunca se trabalha em vio. Prov. port.: trabalho enriquece ¢ a preguiga empo- rece, Sentido especial: dar conselhos a um mau, sempre adianta alguma coisa. Prov. port.: agua mole em pedra dura, tanto di até que fura, 2) Mé sakilila Nzambi bi bé mu ndik'ami, 119 «Agradeci a Deus pelo que esti na minha ratocira.» Sentido: tenho direito e ainda tenho de pedir por favor Prov. port. até 0 que vai pars A boea nfo estit seguro, 3) Chi ngola va ntu mbaku: on'u i kuina, bike. «A earpa (esti) em cima da caboga do gato bravo: se achas pouco, deixa.» Sentido: se nfo gostas de mim, di-lo claramente para eu tratar doutra vida. wrem, estio outros dese. Prov. port.: quando uns niio q Jando. 4) Chi ngola ma tampuka mu ntandu: keba u ta, cA carpa sai da lagoa: cuidado, vai picar.» Sentido: nao me indisponhas, senio ouves 0 que nao queres, Prov. port.: quem diz 0 que quer, ouve o que nfo gosta, 5) Ngeie u zola Ia fu? Teka bonda_matakus Sentido: ter medo som razio para isso. Prov. port.: quem nio é covajoso, da propria sombra tem medo. 8) Nehiama kana ntali ui zingn gonzo, 4 nso ké muntu chi podi ku belama ké. «A serpente Arco-Iris enrolou-se na pedra: enquanto 1é esta enrolada, ninguém pode chegar perto (da pedra).» 125 Sentido: em rapariga co) sada, no tocar? amore, on em mulher ex- Prov, port.: nfo levantes lebre que outrem Ieve. 9 Kongolo, lombama ngeie nhoka ié ké tina nehiama, Sentido: castigas um malvado, mas a sua malandrice nunea acaba, Prov. port.: 0 lobo perde os dentes, mas nfo o costume, 8) Ngongolo li tua ‘bila chi andi: abu iza mu nzila, i viokala bantu bronso, A centopeia morren por sua culpa: meteuse no caminho, onde passa toda a gente.» Scntido: metes-te onde no és chamado, depois v em difieuldades. i Prov. port.: no tira bom resultado quem vai onde aio & chamado, ys XI CRUSTACEOS: CARANGUEIO 1) Bu fendila kala, —Kala monti simbu ié ku vitumuna, wAndar de earanguejo cearanguejo Fosse santo.» Sentidas quem anda com maus vide flear mau. Prov. port.: diz-eme com quem andi Faris, rte-ei © que 2) Bu iendila kala —Bika bu iendila. kala «Andar de caranguejo — Nao andes como earanguejo.» Sentido: s homem de palavra, Prov. port.: quem quer que the obedecam muito, fale pouco. yt 8) Bu iendila kala Kala kani i simbu chi bakissi ba nsi? eAndar de caranguejo. Mas é 0 caranguejo que levanta og feitieos da terra?s Sentido ¢ Prov. port.: nio pereas 0 siso pelo doido do teu vizinho. 4) Ma anda m'onso ba ké i ntuz ah, bef ba kala ku iendila mu lu vati «Todas as familias tém quem manda: mas nés, caranguejos, andamos sempre de lado.» Sentido: para as coisas andarem bem 6 preciso haver quem mande, Prov, port.: muito vale quem bem manda. 5) Kale u fue Wi fundu, minzi { 2i ndandila. «O earanguejo morreu quem encontrar as suas garras, vai eomé-las.» Sentido: quando eu morrer, 0 meus filhos ocupam o men lugar. Prov. port.: rei morto, rei posto, 6) Zibula kala baka liaka, «Abre 0 caranguej prepara 2 mandioea.» Sentido © Prov. port.: fazer castelos no ar 448 7) Bu iendi bakala, zibula kala, Chi fiata Haka, kala nzeite uombo, «Vai depressa, abre 0 caranguejo. Tenho apetite de mandioca, (pois) 0 enranguejo tem muita gordura.» Sentido: quem quiser casar, ter’ primeiro de trabalhar para ter dinheiro © o dote para dar & familia la noiva, Prov. port.: nesta vida os prazeres sio por oncas, ¢ 08 pesares so por arrobas. 8) Konga kala, baka mu ndambu bi mbuaka Sentido: sou pequeno mas tenho valor. Prov. port.: 0s homens nfo se medem aos palmos, 2) Ntictie va mongo Iu bangala: i vumu chi andi chi nehi6. Sentidos contento-me com poueo. Prov. port.: © pobre contenta-se com poueo. 181 31 Nai ti bembe: ono ui kota mu au, ono ui iukana i andi «Casa de pomba gue com quem 2 pri est acosbumada.» Sentido: ler confianga? 86 com quem vonhego. Prom, port: ti vio og pés onde quer 0 coragio. 4) Nz6 ana bember u vinga, u vinga, «Casa de pombas tem divisdes.» Sentidos cada um com a sua sorte. Prov. port: contente-se com seu estado, quem quiser viver sossegado. 5) Li bembe li lia mpinda mu kala In mnt Ka mana dengana wi fuila muna. Nota: Muanza @ a casa de reereio © de visitas, onde os homens se reiinem © comem, Sentido: por todos os sinais se conclui que és eulpado; niio_negues. Prov. port: pela amostra se conhece 0 pano. 49) Totwnti sokelanga ntenvu: chi salu muntu, chi Kakukula muntu, 156 «O piea-pau, pieando, apanha vermes: © trabatho do homem sustenta 0 homem.» Sentido: quem trabatha recolive, Prov, port.: madruga © vers; trabalha e ters, 20) Ntambu bakene chi tunzi, ntambu ké. ~Agola mosse ku bobo vulukuissi? «Esta ratocira s6 apanhou um (pequeno pissaro} Martinho, nfo presta, —Fi se no tivesse apanhado nada?s Sentido: contenta-te com o que ten ser pior. pois ainda podia Prov. port.: & melhor pouco que nada, 21) Fondo zika mam'andi vu mbulu. +O pissaro Fondo enterrou a mie na testa.» Nota: Wste pissaro tem um tufo de penas por cima do ico. Dai a afirmagio de que nesse luger enterrou a mie porque © nfo ajudaram a fazer a cova, © seu canto & triste, parecendo que esti a chorar. -ntido: contamos com amigos para nos ajudarem e depois nao nos aparecem, Prov. port.: se bem me quer Joao, suas obras o dirao, 157 22) Lau bende-bende ku bulula nkazi k6, né Kuba. mbele. A andorinha nfo corta as penas sux compa- nheira, nem afin # navalba.> Sentido: homem nao é erindo da mulher; 6 patrio, Prov. port: arrobas nio so quintais, nem as coisas sho Iguais, 28) Buila nuni? sQueres ayainkar um passaro’ agarrao bem.» Sentido: pensa bem antes de falar Prov, port: boca fechada tira-te da baralha 24) Buila noni? u vissia meni beni Sentido: quando todos esto contra nés, que podemos fazer? Prov. port: quem nio tem fortuna, na cama quebra as pernas. 11) Neussu lala mu Hi luli mali ma telama. 162 Senitido: quando um matvado nos deixar, voltaremos & antige paz. Prov. port.: morte de lobo, saiide de rebanho, 15) Neuzi i mbaku bi lianga 2i nsussu mine chinzia aibika li luli «A doninha eo gato bravo comem galinhas: por isso devo fechar © galinheiro.» Sentido: devo ser prudente. Prov. port.: a0 perigo vom tento, © ao remédio com tempo, 16) Nsussu li kakila ma ehié m’andi 164 | | | Sentido: tomar providéneias © euidado, Prov. port.: quem adiante nao otha, ateés torna. 18) Nsuesu i buta, ba nfila nkuta, Sentido: quando outros mandam pelo chefe, sinal que este 6 fraco. Quando a mulher manda em cast, sinal que o homem nao tem a forga precisa. Prov. port.: em easa de mulher rien, ela manda, ela grita. 28) Nsussu_ mbenge ui kokila ku nkuekeze. <0 galo vermelho ‘canta para 0 Sogro.» Sentido: gato ou galinha vadios, nao dio luero, Prov, port.: ovelha que nfo esterea, fora do barde. 166 24) Neussu ku mana kokila buissi bu chiele. «0 galo acabou de eantar: sinal que o dia ji esta a eomecar.» Sentidos quando vires as coisas mal paradas pde-te a andar Prov. port.: qual 0 tempo, tal o tento, 25) Buna u vondila funzi i'ma manha? «Como (se pode) matar a galinha do mato com pedras?s Sentido: jf fiquei esperto de mais para flear apanhado uma segunda vez Prov. port.: ave escarmentada, o lago receia. 167 xIv INSECTOS. FORMIGA, GAFANHOTO, MOSCA 1) Nhamba selengo u sekula ba mpesse nlalu, «A formiga prota faz mudar a barata do lugar de dormir.» Sentido: se & companhia 6 mé, foge para paz, Prov. port: a0 bom darts e do mau te afastaras, 2) Zi nona zi koka nzau «As formigas puxam o elefante.» Sentido © Prov, port.: a unifio faz a forga. 3) Li koko: malu ma vakuka. - Bika m’au: ma vava ma kele. 168 « Sctido: a autoridade deve atender as queixas de todos, Prov. port.: se queres ser bom juiz, ouve 0 que cada um diz, 7) NU ué sikama ké mpemu zi nganai zi simbizi. «Pau que fica de pé no meio do vento: as raizes agarram-se & terra.» Sentido: chefe que fien muitos anos no cargo, é sinal que & bom, Prov. port.: 0 que 6 bom, por si se gaba, 8) Mpingi: tu nkuanga i swale Ka sika suali, kava li vala li kambuanga 6. Sentido © Prov. port.: onde hi fumo, ha fogo, 115 10) Nt& suali ngeie kambua nsinga, podi kanga suali ké. Monte de lenba: quando nao tens corda, nao @ podes amarrar.» Sentido © Prov. port.: a unio fax a forga 1) Lu kunha In yuma mang’ mmbazu, Ti nehid ui yuminé? wLeuha seca nao quer arder. Porque secaste?» Sentido: porque fizeste uma coisa se depois te reeusas a tomar a responsabilidade © as consequén- Prov. port.: quem poe as causas, sofre ay consequél clas. 12) Mbazu mé aima! —Sosso i kele. +O fogo apagou-se! Mas temos Ienha.» Sentido: os velhos estdo a morrer, mas hé filhos novos ainda temos esperanga no futuro, Prov, port.: enquanto hi vida, hi esperanga. 16 13) Ku bunga mbazt itolo benu Iu vika 1 ntandu, benu li popa. «Meter fogo no tronco do Molo: v6s que estais a por fogo na planicie, estais a cansar-vos (initilmente),» Nota: Wolo € a anona da planicic, que resiste a todas as seas; quando queimada, rebenta sempre. Sentido © Prov. port.: orva ruim, azinha rebsnta 14) Ku bunga mbaza ilolo: bonsi bila vikilanga mbazu, uu savanga té, «Por fogo a0 Holo! por mais fogo que facais, sempre ele dari novas folhas.» Sentido ¢ Prov. port.: como no provérbio anterior 15) Kuibika nkondo: buindeze, «Por fogo a0 embondeiro: nao da resultado.» Nota: O embondeiro é fibroso e todo ele ¢ uma autén- tiea eesponja, de modo que o fogo nio entra com ele. Sentido ¢ Prov. port. gastar cera com ruim defunto. 16) Ma kaia ma nkondo: u taba m’au, meni t6. nm «Folhas secas de embondeiro: para as apanhar, 86 de manha (pois 0 sol espalha-as).» Sentido: quem quer as coisas, previne-se. Prov. port.: quem quer a paz, prepara a guerra 17) Ma Kain ma mfuma: Kun'i fumini, zabizi; kunt Kuenda, 56 zaba ko. Sentido: honrar os velhos...; j& tém experiéneia Prov. port.: idade © experiéucia valem mais que ado: eseéncia, 25) Chiali-mioko: wala mioko, Nota: Da palmeira tira o cabinda: alimento( dendém, eoconote), condimento (leo de palma), debida (vinho de palma); dos seus ramos constrdt a casa on parte dela (o tecto); faz esteiras, ces- tos; antigamente fazia uns «panos: rudimen- tares para cobrir a nudez. Sentido: 0 cabinda depende da terra. Toda @ sua queen the vem dela. Prov. port: quem mais da, mais meu amigo & 7) Li bakala olio tsbula ngai imu nkunga, Senfido: os costumes antigos cumptemese, nao se dis center Prov. port.: 0 costume fax lei 196 11) Bana bi bula 2i Tonga ba fuanukini u futa, «As criangas que partem pratos, tem de os pagar» Sentidos cada um responde pelo mal que faz. Prov. port.: como semeares assim cothords, 12) Makuku mi buta mbung ibila m’issi lambala bantu 6, Notas: 1) Demos algumas explicagdes sobre os «salalés da cozinha» no testo n.° 89, 2) Seguem-se outras variantes deste mesmo pro- vérbio, Sentido: so precisas trés coisas para a felicidade do lar, segundo os cabindas: casa, roups, coito. Prov. port.: saiide, amor dinheiro. wt 14) Makuku ma tatu ma. toliminanga nzungu Ti mueka Tia kambua, raungu u dukuks, eTrés morros de salalé suportam a panela: faltando um, a panela eaird.» Sentido: faltando uma dessas coisas, 0 lar & nfl Prov. port.: casa onde no hi pio, todos ralham © mine guém tem razio. 15) Makuku ma tatu ma teliminanga naungu: ma muali, mia podi teliminanga ko. eTrés morros de salalé suportam a panela: 86 dois, jo 2 podem suportar.> Sentido ¢ Prov, port.: casa onde nao hé farinha, tudo & moinha 16) Makuku ma tatu ma teliminanga nzungu: ma nnd, li baba. eTrés morros de salalé suporiam a panela par quatro, 6 estipido.» 198 Nota: A panela em cima de quatro morros demoraré a ferver. porque ndo hi espago para meter a lenha. Sentido: nio estragar a esposa com muitos mimos. Prov. port.: faz festas & gata, arranbar-te-é na cara, 17) Bamba chi bulika va kati ku ntandu: ba nktia liela, podi bulika ké. 20 garrafio partiu no meio da planicie: (© dono fosse esperto, nfo se teria partido.» Sentido: sofres por tua propria culpa. Prov. port: quando a cabeca nio tem juizo, 0 corpo Tho paga, V. Testo ms 168 @ Provérbio 17 199 ) 112 © Provérbio XVI COMA © BEI DA i.e EM GERAL 1) Nzala massika sika i sik. Neala. meni men'l mena, «¥ome de noite: fiea enterrada, Fome de manha: vai crescendo.» Sentido: quando @ comida 6 pouca, guarda-a para de manha, pois quando dormes mio sentes a fome. Prov. port. quem tem fome, sonha eom pao, 2) Bonsi ku vanina lila buna: ka podi bé fui mzala ko. 201 Ao menos div quilquer coisa para comer: assim ji so nfo morre de fore.» jentido: se {© dio um bom conselho, venha li de quem vier, nfo o deves desprezar. Prov. port.: conselho reeusado, trabalho redobrado. 3) Muivi li tala naala: ‘bila ua veka u zoleze, Nota: Bate stn & feito de bana, de mod qu sempre card um ou outro aimendoim metido moe ar ficios. nes one Sentido: as coisas nunea esto tio mal como s2 juga, Prov. port.: enquanto ha vida, ha esperanca. 4) Mpinda mbote i fuene. —Li voba «Ola que amendoim tio bonito Esti vazio...» Sentido: 86 de perto se avaliam as coisas. Prov. port.: as aparéneias iludem 5) Nkanga mpinda: ku botulanga bobo x6, «0 torrador de amendoim: nunea deixa deo provar.» Sentido: nunea amarrar a boca do boi que debulla. Prov. port.: esse mal fariis que andes © nfo comeris, 6) Mpinda i aku, yaya, it mbongo 6? Aj ami if i lid, +6 irmio, tu guardaste o teu amendoim para semente? Mas comeste o meu...» au Sentido: esperteza de mais. Prov. port.: come do teu e chama-the meu. 7) Mpinda mbongo: kandi nkuku? <0 amendoim & semente: mas deita-se fora 0 coconote?» Sentido: aproveitar 0 que hi. Pron, port.: come 0 que tens e no o que sonhas. '8) Mbongo mpinda landukua i landukua. Mbongo nkongo i mueka, mueka. 20 amendoim 44 (fruto) com fartura. A. macoba 44 s6 um por um (em cada grao).» Nota: No testo n° 26 encontram-se explieagdes sobre amendoim ¢ macoba. Sentido: a mulher @ que continua a fat Prov. port.: quem bem faz, bem merece. 9) Mbongo nkongo u sika: mbongo mpinda i sikuanga K6. Sentido: a mulher & que d4 valor & familia, Prov. port.: quem bem faz, bem merece, 213 xv UTENSILIOS 1° ESPINGARDA 1) Simbila ut: —Nge ma baka una ui vunga. «Toma a espingarda: vou defecar, —Jé apanhaste a quem enganar.» Sentido: ests a enganar-me. Prov. port.: ests a moter-me gato por lebre. 2) Simbila uta: minu i nena Una bakene, bakene. «Toma a espingarda: vou defecar Quem ficou apanhado, ficou mesmo.» Sentido © Prov. port.: como no provérbio anterior. 215 8) Uta ku podi sunga 1 muntu 6, «A espingarda nfo pode fazer poueo do dono.» Sentido: cada um ¢ responsivel pelas suas coisas, Prov. port.: eada um responde pelos seus actos, 4) Mbekele utd i bolila Mu Iu vukeulu, «0 pau de espingarda fleou podre: a veranda (por nfio haver quem a usasse).0 Sentido: a mulher que no tem marido, fiea a estra gar-se, Prov. port.: figo que nio é colhido, fiea enearquithado, 5) Ngeie vonda mpakassa: unkoto-nkoto mpakassa una vondege na li bonga, nkoto-nkoto ka podi kuenda ké ka muntu mké. eMataste um pacaca: fa garganta 6 para aguele que a matou, fa garganta nao pode ser para outro qualquer.» Sentido: og pais tém direito aos frutos da educagio dos filhos Prov, port.: mau 6 romeiro que diz mal do seu bor- dio. 6) Fu tambi hi mbizi vana_mongo ma manha’? Na x konga ka podi mona ké. trabalhar para aquecer é melhor morrer de frio. 219 220 V. Pesto ne 187 xix OBSECTOS DE MUSICA 1) Ndungu i ilu: i bika ba Kulu. «O tambor grande: que deixaram os antepassados.» Sentido: os meus antepassados eram de valor; respei: tai-me, Prov. port.: de tal gente, tal semente. 2) Ndungu i itu Hi dolala mu tn vukulu: va siala bantu k6, Monti bantu ba ké vau, ba podi talanga ké i ndungu i bola i bobo. 221 <0 tambor grande (dos chefes) est a apodrecer na varanda: nao fieon ninguém (para o tocari Se houvesse gent nao podia ver o tambor grande fa apodrecer em vaio.» Sentido: depois da morte do chefe escolhereis outro pars ‘0 seu lugar, pois a vida continua. Prov. port.: vei morto, rei posto. 3) Zi ndungu 2i tata zi bulanga mbembu: vana 2 valua, ss tambores do pai costumam falar ki onde foram fabrieados.» Sentido: a familia, ea vida, continuam mesmo depois da morte do chefe da familia, tal como os tam- bores continuam a tocar Prov, port.: rei morto, rei posto. 4) Minu kotuka va chika: ké zi mpungi zi ami i yaula i ngonge. i ndungu, i chi mpada, sLevanto-me da cama: tenho dentes de elefante, tambor peqqueno, sino dos chefes, tambor grande, espada.> eee Nota: Sao 08 sinais de nobreza entre os cabinilas, Sentida: sou de familia nobre. Prov. port.: a6 homem maior, dé-lhe honra 5) Vana va bi mpungi tuala nguli mpungi. «Onde eneontraste 0 dente (maior) de elefante, traz 0 outro mais pequeno.» Nota: Mpungi (Tata Mpungi, edente pair) 60 dente maior do elefante. Nguli Mpungi (edente mae») & © menor, Sentido: quando ha questdes a resolver, todos 28 inter locutores deve estar presentes e serem ouvi- dos. Prov. port.: se queres ser bom juiz ouve o que cada um diz. 6) Nkoko, nti buatu, = Sukula i singi w ienda ku sina nti Bika kuenda ké bi tafi, vangi ienda ku sina nti «Tambor, pat de canoa (eoisa de valor) Mostra o toque junto & raiz do troneo, Nao vas aos ramos, mas vai A raiz do troneo (ao fazeres a canoa).» Sentido: o valor nao nos vem dos parentes mas das nos- sas_acqdes Prov. port.: deixemos pais + avés, ¢ por nés outros se- jamos bons, Bes 7) Nkoko, nti buatu. ‘Sukula i singi chi aku, «Tambor, pau de eanoa (eoisa de valor) —Mestra o tou toque.» Sentido: quem descende de boas Familias tem de o mos: trar nas sas aecdes. Prov. port.: pelas obras, ¢ nfo pelo vestido, 6 0 homem ‘conhecido. 8) Koko va mongo ndungu: nsichi ndungu u fui «A mio em cima do tambor © tocador j morrew» Sentido: morveu o dono, tudo ficou abandonado, Prov. port.: depois de morto, nem vinha, nem horto. 9) Sika ngoma, — Mosse bakizi bantu ko, ka podi sika i ngoma k6. «Toca tambor fe nfo tiverdes gente, nao se pode tocar tambor.» Sentido; 08 homens é que dio valor a terra. Prov. port.: 0s moradores 6 que fazem as easas; 10) Nkombo tobula ngoma: vassi kuenda muntu mka k6, na_veka_nkombo. 28h Sentido: sou fiel. Prov. port.; & mulher casada, © seu marido Ihe basta, 4) Bala lu kata lu mbongo li ami, mana ku aku, Pensa bem © eofre do meu dinkeiro, esté vaaio (por tua culpa).» Sentido: estas a dar-me muita despesa e nenhum Tucro. Podes tratar de vida. Prov. port.: ovelha que nfo esterca, poe-se fora do bardo. 5) Bu kulu bu nebi6: Hi an olio li monekeze ko. «0 passado foi pequeno: © presente ainda nfo apareceu.» Sentido: o futuro 6 ineerto. Prov. port.: ninguém sabe o que esti para Ihe acontecer 6) Abu ngefe li funda nkanu a i lela ‘Au i li funda i aku, ngeie kambua liela ma ku vungia. 235 Quando estas em tribunal deves estar atento. Os tous adversirios, atento, hio-de enganar-te.> Senitido: sabe defender-te no meio dos perigos. Prov. port.: come com ele ¢ guarda-te dele. 7) Ma vamba ma nzila: nkumbanganba anzila, Toubu ka vitilia k6 u bandaziana ma fula. «Eneruzithadas de eaminho: (vamos) sempre em caminho direito. Ainda nao chegou o lugar ‘onde nos vamos separar.» Sentido geral: entre amigos, s6 a morte os separa, Prov. port.: amor ¢ morte, nada é mais forte. Sentido especial: os amigos devem ser sinceras entre si Prov. port.: n8o h& melhor parente que amigo fiel ¢ prudente. 8) Vovo i kotila mu nsitu, ntete nhobula. Iva meiu nsitu, bonsi ké hele? «Logo ao entrares no mato, Jf ficas preso (pelas lianas) Ento no meio, como estara 2» Sentide geval ¢ Prov. port: ainda agora a procissio vai no adro. Sentido especial: 2 mulher, antes de easar. ja 6 mé; que seri depois, quando Ff estiver casada? Prov. port.: nio compres mula manea cuidando que hi- le sarar; nem eases com mulher ma, eui- dando que se hi-de emendar: {) Relelo monti u eki fula u tali, uw baka ngolo: mazi teka nud. Monti ku nuini mazi ké, kt ba chi ngolo 6. <0 ferreiro quando esti a trabathar, precisa ter forea: tem de beber gua Se a nao bebe, no ter& forga.» Nota: «Beber figuay 6 para os eabindas, sinénimo de pensar», & imagem da galinha que levanta a ca- bega para engolir a gua. Usam essa expressio steka nui mazi» no sentido de «vamos primeiro pensars, quando estio em tribunal Sentido: pensar antes de falar. Prov. port.: mio dig a lingua por onde pague a eabeca. 40) Salu chi sama donga i nama, As unhas. Neola mama kuanguila uombo: kaza makukuw muali t6? Ma bene «A lavra da mie € muito larga; fFicaram nela apenas dois morros de salalé?» Os peitos. (Os morros de salalé sao formados de terra «amas- sada» pela formiga branea, que ficam bem visi- veis nay planicies quando sao queimadas, con- trastando com o resto que esta plano e limpo de toda a vegetacho, ou clevagio. ‘A mulher, quando limpa o terreno, para a Futura plantagao, corta todos os arbustos e deixa ficar apenas esses morros de salalé. A aplicagio @ evidente Li lolo uw vanga Nzambi, ma lolo muali 16? Ma bene. «Papaia que Deus fez, fe esto apenas duas?s 08 peitos. 248 a Nota: Nota: Nota. 101 Au ti minu i kuenda. Au ti minu i tina? Malu, sBBste (fala): eu vou. Aquele (diz): eu fujo%» As pernas. ‘A perna fiea atras do corpo e, dentro 2m breve, 44 vai A sua frente. Parece que esti a fugir do vorpo. Bana ba ngult bi nuanina Hambu li au? Mate «Filhos da mesma mie, sempre a Iutar pela sua razio?» As pernas. As pernas, em andamento, nunca fieam juntas, mas separadas, como se fossem inimigas, Bakela li kuela ba nehientu buali uu mucka ke zoleze? Malu. «© homem easou com duas mulheres; mas gosta (mais) de uma?» 4s pernas. ‘Ao andarmos, pomos sempre uma perna & frente da outra. Nkomba ba ba nkukana, kava ba belaziana ko? Malu 249 1) Amendoim. © amendoim esti envolvido na easca. Nkazi Ma Kongo li kualimina va kati ntandu? Zangi ba mé fudukua, «A mulher do Rei do Congo faz a casa das tin- tas no meio da planicie?» Feijdo vermetho. ‘A casa das tintas» & a ceriménia da puberdade para as jovens, onde se usa a tikula, de eor ver- melha: Chi kumbi yakilila va kati ntandu? Zangi ba mé fulukua. Cacho de. dendém. © homem sobe palmeira para cortar dendém. © cacho eai em terra e 0 homem ainda la esté fem cima; 86 depois desce, Nehindingu, nkomb'andi nehindingu? Li manha Ii tebila nisandi. 264 Nota: 22) Nota: Nota. 24) Nota: «Um inno diz nchindingu, 6 outro diz (também) nehindingu?» Pedra de partie coconote «Nchindingu> 0 barulho que fazem duas pedras ao partirem coconote. Chi ngulu muana chi tata, nehila uw onso nhenhé Nswa-ngasi. aPequeno leitao do pai, com a cauda toda vermelha?» Paw do almofariz. © pau, que serve para pisar dendém no almo- fariz, fien vermelho, da cor do dendém. Mama Buanga i muan'andi? Chivu § nsuangazi. «Mie Buanga ¢ sua filha?» ‘Almofariz © pau que serve de pisador. Andam sempre juntos © «amigos». Fuindi i china mayeye? Zi nchienvo. Capim que costuma dangar «mayeye»?» As fothas de palmeira. [As folhas de palmeira estio sempre a mexer ¢ parecem imitar os movimentos da danga nativa chamada «mayeyes. 25 25) Abu tu iza i vuabalala, abu tu jaa i kuma lionga? Neoko i bd iW iu «Agora estamos & baixar, agora estamos a langar a langa?» 0 ramo mais alto da patmeira 0 céu 26) Tu tambi lu liata, nkui baba? Ono maka muna bd. «Os pés andaram e nfo deixaram sinal > Subir & palmeira. Neitu ba sassila nzau, menga nsassi-sassi? Binzi «Mato onde esquartejaram o elefante, ficou cheio de sangue?s Piri-piri Nota: © piri-piri, quando maduro, 6 vermelho. 28) 1 mbizi nehi6, i mpok’andi natina mu nkambu? Biazi. «(Tem) pouca earne, mas 0s seus chifres so levados num pau?» Piri-piri Nota: © piri-piri comparado a um animal pequeno mas mau, devido a ser muito picante, 20) Ba bakala ba vanga Tata Nzambi, bé dassuka, bé dassuka 6? Binsi. 266 Nota. 30) Nota: Nota: 32) «Homens feitos por Deus, que esto sempre zangados?» Piri-piri. © mesmo sentido que na adivinia anterior. Li kanda li onso ndochie i ndochie? Biazi, «Toda a familia 6 ndochie?> Piri-piri Entre os eabindas, «ndochies & 0 feiticeiro mau, a quo se costuma dar o nome de 6 D Mbuit malu ma nna, niziln Mayombe chi liatikissi ko? Chika. «Co com quatro pernas, nao consegue andar nos caminhos do Maiombe?» Cama. (Os eaminhos do Maiombe eram antigamente sim- ples carreiros, pois nfo havia estradas. Além disso eram estreitos © sinuosos por causa da floresta tropical I sangala chi vanga Tata Nzambi lid 6? La muenu jsa que Deus fez e esti sempre limps?» Bspetho, 1 sangaln chi vanga Tata Nzambi ovo bi lambi- langa, chi manangana ko? Ntoto neikw Ropingarda. 276 8) Ké ntangu i kambu monika, builu li mona ka té ku Mayombe? Muinda. «De dia no pode ser visto, de noite pode ser visto até no Maiombe?» Laz. 9) Chefe de posto i kuenda, i limbu chi siala? Fikew +0 ehefe de posto foi-se embora, a bandeira ficou?» Cicatriz de uma ferida. Nota: A coisa prineipal desapareceu, mas ficou um sinal dela. 10) I sangala chi vanga Tata Nzambi his ehi6 pid? Neunge, «Cosa gue Deus fez que esta toda suja?> Ponete. Nota: A panela, fabricada pelos cabindas, é feita de barro preto © com o uso mais preta fica, pois a untam com uma mistura de mafuta (6leo de palma) e einza, LL) Mptitikili pit, i tebe chi ma kama? Venda neungu a 12) Nota: 13) uw) Fumo do cachimbo. 29 20) Ba bana bi lossa vita, ba nkulint bés telamanga t6? 1 sonha, Os pequenos disparam a espingarda na guerra, ‘os velhos apenas estio de pé?» Capim. Nola: Ao pisarmos o capim pequeno ¢ verde, os pés ficam feridos. Mas se pisurmos o capim alto nada acontecer’, 21) Tsangala ehi vanga Tata Nzambi chi lilanga, kaza mang’u mina? 1 kuaka, «O que fez Deus que esti, sempre a comer, mas munea engole?» Serrote 22) Bi kudu bi kuenda, bi kudu bi siala? 1 bud. «Os pés va0, mas os pés ficam?» Lugar onde se constréi a casa. Nota: Podemos tirar a casa e mudi-la para outro lugar, mmas 0 terreno fieard. 23) Aku nduvi, aku mduvi? Mwanza. «Aqui um arbusto, além um arbusto?» Tecto de pathas. © tecto das casas cabindas é feito de palhas, fothas varias, dai nunea ficar bem direito. 280) Nota: Esteira ¢ uma espécie de tapete, fel 24) 1 teva chi tunga Bayombe? Li konde Ti kalanga mu nsitu, nao dew sinal de vida, Mas dali a pouco, nfo podendo supor- tar por mais tempo as dores, mexeu-se e, mum Apice, Ievantou-se e correu em perseguigio do agressor. ‘Toda a bicharada. se entrincheirou. O leopardo bara- fustava, todo raivoso, Entio a gazela comegou, trocista, a cantar: 0 Leopardo é 0 Rei da floresta pela sue forea, mas ndo pela esperteza. |A bicharada, cantando e rindo, repetia em coro: Devemos a vida a pequena e esperta gazela. A ela devemos a vida. 293 "1 © LEOPARDO «DOENTE> BOA GAZELA votus elueidativas A moudtines 6 % base da allmentagto dos eabindas; ne Matombe é a mandloca ¢ a banana. Deitar joao @ arvore: assim fazem por vezes, quando a ‘querem cortar © nao tém pressa que ela caia. Km tempos, cos: vinha até doitar foo AS Arvores, que se Unham cortado para ‘consteuir a sldela, para, assim, se desfazerem delas e, depois, para terem seuipre Togo na aldeia Vino de patina; & tirade da flor mnaculina da palmetra de \dendén, A flor Feminine dé o dendém, de que fazem éleo de palma. Nao ha festa, danga, aconteelmento importante da. vida dos ceabindas que nfo meta comida e vinho de palma, além do vino Se Portugal © 0 vinto Icoruso, isto & aguardente, ou similares © leopardo estava doente. A noticia censtow logo pela regiao, ‘Todos os animais o vieram visitar. Feita a cortesia, retiravam-se, ‘Durante a noite a gazela examinou o local ¢ viu uma toca no tronco de uma Arvore, De manha, pé-ante-pé, chegou perto do leopardo e atirou-lhe uma pedra muito a pesada; este entéo levantou-se e correu atras da gazela, que se escondeu na toca Estava ali perto a (artaruga que se prontificou a ir procurar um machado ¢ fogo para apanharem a gazela. © leoparde ficou de sentinela e eantava: Agora 6 que cu te trato da saiide B corto, certinho, A lartaruga, pensando jf no almogo, trouxe pratos © mandioca em vez de fogo e machado, O leopardo zan- gou-se e deixou ficar a tartaruga de sentinela, enquanto ja buscar @ machado e o fogo. Dali a poueo a gazela espreitou e viu que 0 leopardo HH estava longe. Cantou baixinho: 6 tartaruga!... O leopardo jd esté longe? — Sim, muito lonye, respondeu a tartaruga, Sait do esconderijo © recomendou @ tartaruga que, 10 regresso do leopardo dissesse que ainda lé estava eseondida, B fugiu, © leopardo chegou, pouco depois. Deitou fogo & Arvore e com tanta forea pegou no machado que em poucos minutos a deitou a baixo. Mas a gazola nao estava la Zangado, arremessou ao chit 0 machade © com as garras esquartejou a tartaruga, Ali mesmo a comeu, enquanto ia cantando: Ao menos tu ji no eseapas Depois de a comer foi-se embora. No dia seguinte encontrou a gazela, que se escondeu num buraco. Muito prazenteiro, 0 leopardo veio cum- 296 A gazela, como o viu muito suado, perguntou-lhe: —Tens sede? —Tenho, © bastante. c queres, tens ai vinko nessas cabagas depen- durattas nas bananciras, que cu corte’. Bum vinko espléniido. Bebe a vontade — Nunca owwi falar no vinko de bananeivas — 0 vinho de patma é bom, mas 0 de bananciras melhor. — Entio vou provi, © leopardo provou, gostou e bebeu-o todo, —# de facto, uma maravitha, disse ele. — Como vés, munca te engano, comentou a gazela, — Vow jd fazer 0 mesmo ds minhas bananeiras... coneluiu © leopardo, que largou a desfilads No din seguinte, todo apressado, e j& com agua na boca, foi ao bananal para se refresear com o deli¢ioso vinho. Provou: fez uma careta e partiu todas as eaba- as... Aquilo era figua chilra... Arrancou as bananeiras © jurou vingar-se Foi procurar a gazela, que tio hibilmente metera 0 vinho de palma nas cabagas e depois dependurara nas bananeiras, no dia anterior. Nao a encontrau, pois a essa hora andava ela a passear pela floresta. Entrou na casa da gazela e viu uma caixa com bichos. Soltou-os logo. Comecaram a cantar: Gazela pequena ¢ espertal Vem que 0 Rei leopardo te espera 0s biehos desapareceram para voltarem poxco depois, Entio a gazela espreitou a uma frincha, Ao ver a habi- lidade dos bichinhos, 0 leopardo esqueceu-se do dio 207 que o minuva e eomegou a perguntar A gazela onde tinhs encontrado aquela maravilha. Esta respondeu que era fruto da sua esperteza ‘Todo amabilidades, 0 leopardo pediu-the para, no dia seguinte, ir a sua casa onde teria uma caixinha com alguns bichinkos para ela treinar, pois eram eriados muito baratos. A gazela nfo se fer rogada e 1 apareceu. Abriu eaixa aos bichos, que nunca mais voltaram.,. Cansado de esperar por eles no local mareado para o encontro, © Ieopardo voltou a easa e encontrou a eaixa vazia; dos bichos nem sinais Ficou raivoso. A correr foi ao encontro da gazela Esta j4 contava com a visita e estava em lugar seguro Perto do local fumegava uma panela cheia de carne, exalando um cheiro maravilhoso. 0 leopardo ficou fora de si ao sentir tal cheiro. A gazela, eonhecendo a sua glutonice, perguntou-the: —Tens fome? — Alguma Se quiseres.... tens ai wma panela de carne Bu jd comi —# boa? Prova ¢ depois me dirés © leopardo provou, gostou e fartou-se. — Que carne & esta téo boa? —B 0 corpo de minha mic, disse a gazela. © leopardo esqueceu-se do édio que ali o trouxera e foi procurar a sua mfe, matou-a e cozinhou-a. Quando a provow, era tio dura, que langou a panela e a comida por terra, El se foi tudo 298 A gazela, que muito cedo se dirigira para 9 local, a0 ver a faganha do leopardo, comegou a rir-se muito © a daneat na toca da Arvore, cantando com entusiasmo: Para que te serve a forga do corpo com uma cabeca tao tapata?! desde esse momento os dois amigos nunea mais se puderam ver 0 teoparde fico fora de 299 m1 © LEOPARDO FAMINTO FE 0 ANTILOPE © leoparde estava com fome, Fer uma batida pela floresta mas nada encontrou. Desesperado, voltou para casa, Ao chegar perto de um rio encontreu um poreo do mato muito doente, a gemer, a gomer. Tinha sido escorragado pela manada. Com ar felino langou-se sobre o infeliz, que, ferido como estava, nio pode fugir. Esquartejou-» © comeu-o ali mesmo. Escondido entre os arbustos estava um antilope que assistiu Aquela selvajaria, todo revoltado. Nao se con- teve © chamowo a razio nestes termos, cantando tro- cista: Malvado!... Para que te serve a forga? Vingas a tua dnsia de felino num pobre indefeso © leopardo Jevou muito a mal aquele falar e lan- gou-se sobre o antilope. Este fugiu. O leopardo conti- nuou a persegui-lo, Aflito, o antilope entrou de roldao em casa da gazela, que desconfiou logo do que se tratava e indicou-lhe um 301 imolho de lenha num canto da casa, Ai se escondeu mas deixou fiear os galhos de fora, A gazela aconselhowo a fue se escondesse totalmente, pois os seus galhos se distinguiam da lenha, Mas o antilope achou que nao ora preciso tal cnidado, pois ndo havia diferenca Momentos depois chegou © leopardo. Dirigiuse & gazela nestes termos: Vi entrar para aqui o antilope. Ou me dizes onde esi, ou fe mato. A gazela, toda trémula, disse Resolve’ entre vis as voxsas questiinculas « nao me metais nelas, Ameagador, 0 leoparde avancou sobre a gazela Entao esta, toda contrita e suplieante, exelamou: Senhor, tendes othos methores que os meus Othai 4 vontade para todos os cantos da casa (© leopardo assim fez. Fixou atentamente a lenha. Aproximou-se mais e viu os galhos do antilope por entre ‘0 molho da lenha, Com as garras agarrou-o pelo pescoco © toreew-Iho. Deixou-o agonizante e foi-se embora. ‘Quando o leopardo j@ estava Tonge, a gazela comegou cantar: Pobre irmdo antilope! Por causa da tua vaidade © imprudéncia vais (© emoribundo», gemendo, ia cantarolando triste: mente: Se tenho baizudo a cabeca como tu disias A gazeln rematou, cantando: Ayora ji & tarde se. Vv © CAO BO TROVAO Notas elwcidatinas ea de patna: 6 6 azcite de palma, extraidy do dendém, 56 a mulher # os filhon traasportavan 0 éles de palma ‘Assia 4 ag priticn, Raramente o homem carrrga fardos +a Um homem easou. Teve trés filhos. Um dia a muther Joi com os filhos ao comércio vender dleo de palma. A Gistneia que tinkam a pereorrer era muito grande e toda coberta de floresta. Levaram 0 cdo, companheiro insepardvel dos maiombes, ‘A meio do caminho comecou a chover. Os filhos fatrasaram-se, pois eslavam cansados. Foram surpreen- didos por um cio muito grande com a cauda em forma de roda, Assustaram-se, como era natural, © correram apressadas para junto da mie, a cantar e a fugir quanto podiam Este cdo & muito feio... ¢ dé desgraca 0 cao doméstico repetia sempre, a compesso: Baw-mau. Mar-maw 303 A mae disse-lhes: Cuidado, filhos, que esse ovio é man Mal acabara de pronunciar estas palavras, aparecet junto deles 0 dito efo. Agarrou 0 cio doméstico pelo pescogo ¢ vou com ele para as alturas, cantando sempre: Trédda.. Traded © cdo doméstico latia baixinho: Maman... Maw-maw De uma grande altura 0 efio doméstico caine partity luma perna, Desde esse dia, todos conhecem a origem do trovao: 0 encontro de um cio muito feio e grande, com a eauda em forma de roda, e um cio pequeno ¢ doméstico. Triddd.. Trade. ladra o cio gigante ¢ malvado: 6 0 ribombar do trovao. Mav-man.... Mav-maw late baixinho 0 edo doméstieo: é a chuva caindo mansa- mente na copa das arvores frondosas da floresta do Maiombe. 304 v 0 PASSARO E 0 ELEFANTE, © passarinho «Ntietes € muito pequeno, Um dia encontrou o elefante. ‘Ao velo, 0 clefante aprumou-se 0 mais que péde e comecou a zombar dele por causa da sun pequenez. — Mas tu és um emorcegos... nfo vés nada, disse 0 passarinho. = Bo que te parece. —Bom, enti vamos fazer uma esperiéncia — Agora mesmo © passarinho levantou vo © comegou a cantar: 0 elefante € um ceguinho... Nao vé nada © elefante ergueu as orethas ¢ fixou os olhos no fir- ‘mamento, © passarinho desaparecera. Mas nfo demorou que tornasse a cantar: © elefante € um ceguinko... Nao vé nada. Entdo tornou a olhar para todos os Iados. Levantou 4 tromba, farejou; mas nada... Apenas ouvia a vox 305, esearninha do passarinho que se the dirigiu nestes termos: —Entio, ceguinko, ndo me vés...? — De facto... disse o elefante. — Brito espera que ji vais saber onde estow..., disse 0 passarino, picando-Ihe a oretha © elefante barafustou. Fugindo para a copa de uma Arvere, 0 passarinho comegou a cantar: para que saibas... que «corpo grande... alma de pans Otho fino, amigo! Desde esse momento © elefante mostra-se zangado © taciturno por um pequeno passarinho o ter veneido em Finura © esperteza. 306 VI A TARTARUGA. 0 ELEFANTE, EA BALEIA Notas elueidativas 0 letante tropecow na tartaruga © ainda se canyons © pre poténela dos chefes & que esti em causa ese quer caustlear Comeram 0 elefante e @ bale, dancands ¢ centaside: assim nas cacadas abundantes; assim é ent todos os momentos im- portantes da vida dos eabindas © elefante andava a passear perlo da lagoa, Trope- cou na tartaruga. Injuriou-a até mais nio. Revoltada, 2 tartaruga quis mostrar-the que 0 tnico eulpado era ele. Bem sossegnda estava ela, a apanhar sol ‘Travaram-se de razdes e a tartaruga props ao cle- fante uma disputa para ver qual valin mais. Sorridente, © elefante aceiton logo. Marcou-se o dia, a hora eo local Apressadamente a tartaruga dirigiu-se para o mar, Viu perto um repuso de Agua ¢ assim localizou uma enorme baleia, Aproximou-se e ia para a cumprimentar, mas a rainha dos mares deu um golpe de cauda na Agua ¢ dirigi palavras ofensivas & tartaruga, Sentiu-se esta 307 fe, sem mais delongas, propos & baleia para medirem forgas, Marearam o dia, hora ¢ local No dia seguinte a tartaruga nao parou um instante. Foi empenhar todos os seus haveres e comprou uma corda grossa e comprida, Deu uma das extremidades a0 clefante; a outra i baleia. A hora mareada os dois come- garam a puxar, cada um para seu lado e quanto mais podiam Horas depois, passadas em dura e forte luta, encon- traram-se frente a frente, A beira do mar. As forgas cram igusis ¢ a tartaruga tinhe mareado os locais para comecat a disputa a igual distineia da praia, Foi uma luta de gigantes. Os golpes foram to fortes que os dois Ficaram por terra, em agonia Devido ao barulho da refrega, compareceram no local todos os animais da regio, que acabaram de matar 05 dois inimigos. Despedagaram-nos © comeram-n0s ali mesmo, ao som da danea e no meio de uma alegria indis- critivel. Cantavam em coro alternadamente: Aos grandes ninguém pode tocar... Pobres dos iracos Mas a tartarnga, apesar de pequena, soube vin gar-se das ofensas recebidas. Desde esse dia, todos os animais respeitam e tém em grande consideragio a tartaruge. 30s. vu © REE, OS CRIADOS EF AS TARTARUGAS. Mas elncidations: 0 yet era vetho> emorrin no seu postos. Para o fim da vida Mi nso podia controlar devidamente os destinos do reino © dai ‘oe nobres e chefes abusarem, por vezes, das suas presrogativas. Bebeu cinch lifros de tinko de patma: coisa normal © aga vel lew tevado em findia> assinn eraon levados 08 ncbres & todos © sriado foi espancade © peso por ter comide wna tarta- ruya, dado que estar com fome: prepotenetas dos grandes sobre 9 pequenos. Tomar banho wa rio: passatempo favorito de iodo 08 ex: hindss, Para isso —e para terem perto m siguo pars consume — constrorm a8 aldelas perto dos vios, ou das nascentes Havia umn rei muito poderoso e mau. Quando andava em visita aos stibditos, os criados sofriam muito, pois tinham de o levar de tipdia e era muito pesado. Por tudo e por nada mandava-os espancar. A respeito de comida era ainda pior. Nunca thes dava de comer. 309 Quando © rei dormia, os criados iam tomar banhe ao rig e comegavam a cantar’ © nosso rei é mau... Fas-nos sofrer muito (© criado mais velho cantava sempre o mesmo es- tnibilho: Tend paciéneia... Um dia havemos de ser bem tratados. Bi tf regressavam a aldeia mais frescos e animados, 0 rei gostava muito de comer tartarugas. Os pobres dos eriados vagneavam dias € dias, eansados © contra- feitos, 86 para © Tei se comprazer com aquele manjer. ‘Corto dia um eriado cagou uma tartaruga e resolveu comé-ia pois cstava com muita fome. O rel veio a sabé-lo { mandow castigar © prender o atrevido, A hora do des- feanso, og colegas iam até junto da © pés-se a caminho ao encontro da mulher. 320) Na viagem eneontrou «uma cabegss, Apenas a ca~ boca de uma pessoa, com olhos, boca, orethas, Nada mais, A eabeca falou e disse: Papé, di-me 0 embrulho que levas, pois ev vow fajudar-te na viagem. © homem, cheta de medo, entregou o embrulho € seguiram juntos 0 caminko. Chegados & aldeia, procuraram a familia da mulher juntaram-se todos os parentes; resolveram a diseérdia ‘6 homem fez as ofertas e ficou resolvido que, nesse dis. A tarde, a mulher voltaria ao lar, ante a promessa de bom trato, feita pelo marido. ‘Antes de partirem, o genro foi convidado para comer, Num local & parte prepararam a refeicio para a «ca begas. Esta, entrou, comen tudo e, por fim, engoliu pra- tos e garfos,. Nem a panels escapou. Muito & pressa foi A outra mesa, comeu tudo 0 que estava destinado a0 genro e engolin tudo 0 que estava em cima da mesa. ‘A familia, ao ver aquilo, pediu av genro que se fosse imediatamente emhora. E puseram-se a caminho. ‘Tudo corren bem a principio. A dado momento a eabeca mandou parar a comitiva, No mesmo instante apareceu uma «segunda cabega», que foi mandada pela primeira cabeca buscar gua ao rio préximo numa eabaca. Largou a correr. Enchia a cabaga, mas a igus ‘eseoava-se logo pelos buracos. Tentou muitas vezes, mas sempre em. vo. Uma ra, que estava perto, viu aguilo © comegou a cantar: Cabeca lovecat... Nunca poderds levar a dgua na eabace Rs cabeoa tones. muita louca sat ‘A eabeca ficou muito zangada. Diseutiram muito (© tempo foi passando. Como a égua nunca mais apare- cia, @ primeira eabeca, cansada de esperar, comegou falar ao homem, & mulher ¢ & filha, que a acompanha- vam: Sabeis o que aconteceu no vosso campo? O pas- sarinho que 0 homem apankow transformon-se em mim. Se @ mulher ‘me matasse, eu agora havie de matar 0 homem por vinganca. Como a mulher me nao maton, ew perdoo ao homem. © homem agradeceu, todo trémulo. Nesse momento, & primeira eabega comecou a dangar, a dangar com muita forge, ¢ sempre a cantar: Eston vingada com a vergonha que te fiz passar fem casa dos teus sogros. R aprendc, desta vea para sempre, pois todos tem direito @ vida, see XI © HOMEM, A MULHER E AS ALMAS DO OUTRO MUNDO, AMANTES DE VINHO Notas eluotdations Do chumbo fez wna droga, com que The pinlow as faces atuado A pintura das faces com mpen (gesso especial) de cor hranca ‘gue. pelo. ingrediente pela cor, so fulge atrair as hhenesses dos bons expititos e afastar os inebmocos dos mau. e oatana cinta: esta fax de faea, nevalha enxada. ms cada, pis nfo pede faitar na bagagem dos cabindas que viajam, ft teabalhant no mato, Tiana do moto: 08 cipos so muito al tituem fBellmente ax cordas os cordéis, \dantes por 16 ¢ subs: Um homem cagou. A sua mulher preparou um grande campo para plantar mandioca. As almas do outro mundo, quando viram um campo tio limpo, foram para li dancar todas as noites, © homem e a mulher zangaram-se e de noite foram li cesconder-se. Quando as almas do outro mundo chegaram, comegaram a dangar como de costume, O estribitho do canto era sempre 0 mesmo: Nés dangamos no campo da mulher. 323 (© homem pegou na espingarda, deu tiros © matou todas as almas do outro mundo. S6 uma conseguiu esc par, que, sem perds de tempo, tirou 0 chumbo do corpo das companheitas e fer com ele uma droga. Pintou-thes as efaces» com aquela droga e todas ressuscitaram. ‘A danca continuou todas as noites, sempre com 0 mesmo estribilho: Nes dancamos no campo da muther. Certa noite espreitaram 0 cagador. Surpreenderam-no, amarraram-no ¢ eseonderam-no para no proximo sibado fazerem com ele um grande hanquete. © homem comecou a chorar, inconsolivel. Mas, pas- sada a primeira afligio, tirou da cinta a catana, eortow ‘as lianas do mato com que estava amarrado; com elas fez uma guilarra e comegou a tocar. ‘As almas do outro mundo nao resistiram A musica ¢ comecaram a dancar. Para a festa ser mais animada man- daram o homem subir as palmeiras para Thes arranjar vinho de palma, Beberam, dancaram e, por fim, deita- ram-se todas a dormir, depois de terem amarrado nova- mente 0 homem, ‘Quando todas dormiam, chegou a mulher; soltou o marido ¢ ambos fugiram. Quando ja estavam longe, come- garam a cantar ea dancar todos contentes: As almas do outro mundo perderam um bom ‘almoco por gostarem muito de vinho de palma. Grande sorte @ nossa. 324 xu AS RAPARIGAS E A ALMA DO OUTRO MUNDO Notas elucidativas Fogo pare o cachimbo: os homens ¢ na mulheres — subretudo fos de certa Kdade— nao dispensam © cachimbo. No local do twahalho tm sempre foRo perto pars poderem fumar & vontade Por weres invam, do easa, um Ugo Passar o rio « enn: & falta de pente, nao hé outro remédio, (Os doontes, = eriangas, aa pessoas de Idade e de importancia sho Invades eas cavalitass Um dia as raparigas de uma aldeia foram para o mato & procura de lenha. Andaram, andaram e juntaram muita lena. ‘Ao voltar para casa, viram fumo. Uma delas disse: Bsperai um pouco que vou além buscar fogo para 0 cachimbo. |As companheiras sentaram-se & sua espera. Ao che- gar l4, a rapariga viu um velho sentado ao lume. Acen- feu 0 eachimbo e puxou umas fumacas, O velho oferecew-lhe arroz ¢ pelxe, que estava comendo. Pouce depois a rapariga despediu-se do velho, mas este pron- tificou-se a acompanhé-la. 325 Ao passarem ut rio, que nfo tinha ponte, o velho pediu-the para o passar as costas, pois estava com muito reumatismo, A rapatiga acedeu. Quando estavam na bulra margem, mandowo descer das costas, mas o velho suplicou que o levasse mais um pouco, uma ver que tinha pouas forgas para andar Pouco depois a rapariga parou « mandou-o descer Como ele se recnsasse, deitou-o ao chiio... O yelho zan- gouse, agarrou a rapariga pelo pescogo @ obrigou-a pagar-the a comida que The tinha dado. Quis esgané-la, imag ela gritou. As companbeiras foram em seu auxilio; © velho bateu em todas; a gritaria foi enorme, Um coro de vores, em pranto, se fez ouvi 0 vetho mata-nos.. Acudam-nos! Pouco depois apareceram alguns eagadores da aldeia, (© velho, que era no se resolve de modo to simples, Fol nevessérlo consultar o resto da fauna ¢ fazer varie cer Idnias e reuni6es antes de aceitar o pretendente, Casaria com a meuina aguele que primeira apresentasse 9 dote: em tempos so Acontscen, uma vex ou outra, ‘A maltiddo dancava, centava, chorando a defunta: assim 6 realmente Malvados 8 feitigor: por tevem oeastonndo @ motte, B que, para os eabindaa, morte nunea & «naturale. HA sempre uma cvazio especial»: Inveja, vinganea, feitigara, ete Havia numa aldeia uma menina muito bonita, Foi um dia passear com as companheiras a uma terra distante. Apareceram logo trés_ pretendentes, Acompanhava-a sua tia materna que estabeleceu logo, como condi¢ao, um grande dote. Os pretendentes nfo desanimaram. Sem _prévio acordo, cada qual resolveu embarcar para a Europa sy a fim de lé arranjar dinkeiro suficiente para 0 dote © sem grande perda de tempo. Volvidos anos encontraram-se os trés. Estavam bem de satide e com bons principios de vida, pois a sorte bafojava-os. Faluram da sua aldeia, dos seus tempos de rapares. E lodos & uma perguntaram: Como estaré a nossa namorada? Lamentaram nao terem conseguido J dinheiro sufi- viente para o alambamento, que era muito grande. © pior ainda era que, por vontade da tin da noiva —a verdadeira «dona» © responsivel pelo seu futuro —o primeiro que apresentasse 0 dote seria quem ensaris com ela Um deles assestou o binéculo, que graciosamente trazia a tiraeolo, e virou-o para a sua terra distante. Vin I grande movimento, @ numa cama estava a me- nina, muito doente, Ao Indo, os velhos © 0 feltic para a curar. Os outros nao acreditaram, mas rende- ram-se & evidéneia olhando pelo bindculo, Ficarain preocupados © aflitos. Um deles oferecou © seu aviao para irem imediatamente até ao seu povo, uma vez que de barco teriam muita demora, Levanta- ram voo e, pelo binéeulo, iam vendo que a menina estava cada vez pior, © tereeiro disse ao avindor: Vai mais depressa pois ew sow empregado de farmdicia ¢ conheco wm medicament que opera maravithas. © avido voava muito. Quando chegaram junto da casa, 0 empregado da farmécia tirou um pequeno frasco do bolso; ia a entrar mas nfo o deixaram, dizendo que fa menina jA estava morta, Sé entdo ouviu o que a mul- sHe tidio cantava, entre ligri as e compasso de danga: A menina jé more. Que tristeza tio grande, Malvados os feitigos. 0 coro cantava assim: Que penal. Bra tao linda, ‘A muito custo, 0 ajudante de farma¢ casa, Abriu a boca A menina e deu-Ihe 0 medicamento. No mesmo instante a menina ressuscitou... Foi um explodir de alegria quando 0 caso foi sabido pelos pre- sentes, Durou pouco tempo porque os trés namorados se travaran de razdes, entrou em. —A menina € minha, dizia 0 do binéeulo, Hu é que descobri que estava docnte, Nao, A menina 6 minha, dizia o do aviio, pois se no fosse 0 meu avido ndo teriamos chegado a tempo. Nunca, Ela é minha ¢ s6 minha, afirmava © ajudante de farmécia, uma ver que a fiz voltar @ vida, Envolveram-se os trés em grande desordem. Bles © todo 0 povo, O resultado foi terem morrido os trés Organizou-se um enorme cortejo a eaminho do cemi tério, A menina, toda chorosa, eantava em tom dolente: A vida da mulher 6 uma vida infelis. Por causa do casamento no hé paz na nossa terra, 86 Tuto. ‘A assisténcia, muito numerosa, ululava em sons plangentes: Os trés a quoriam..., os trés a perderam, 348 i) Vein depuis @ pacaga XVOL A MENINA E OS PRETENDENTES Notas etucidativas A majumeiea & uma arvore alta, direlta ¢ 8 ifieuldade de se chegar 14 20 clo. Vai deijar a tua mde: & um dos insultos mals geaves entre vis eabindas, pols estas palaven (© grossa, Dal 0 aitas enquanto se indica ‘ow mostram, realmente — as préprlas nddegas ae mterlocutor 4 tartaruga ficou fristonka: a gazeia contiaracIhe a eine hina»; © leopardo raptou-a. A gazela iria exigir-Ihe contas seve: ras, dado que a tartaruga tinha aa eaboca @ cmeninss. Por esta expresso responsabilizain os cabindas alguém por uma cols bw pessoa, que chtregam park guardar, Pelos desculdos havidos, Delos contratempos surgidos. 0 responsdvel teré de dar eontas, fquantas vezes em tribunsl. Razio tinhe a tarteruga pata estar tristonha. Havia numa aldeia uma menina muito bonita, 6rfa de pai e mie. Certo dia chegou a essa terra o leopardo. Pediu agua. Viu a menina e disse que a queria desposar. 345 Pediu para que a chamassem & sua presenca, Disseram que nao podiam, Mas ele insistiu: Entdo como a costumais chamar? ~ Por ednticos. — Entio cantat Bles ndo se fizeram rogados: Vem, linda menina, vem, vem. 08 donses te chamam. ‘A menina veio imediatamente. © leopardo falou-the ‘em casamento, Hla disse que aceitava se conseguisse subir a0 cimo da mafumeira ¢ tocasse o sino que estava 16 no ponto mais alto, © leopardo comecou a subir. Para se entusiasmar is, comegou a cantar: Vou subir © vow easar © sou filho fazia, e em baixo, 0 coro Naen-nden-ndten-gotem... 0 Quando © leopardo estava a meio da arvore, caiu. ‘Todos os presentes comecaram a trocar dele, cantando Vai beijar a tua mie. Veio depois a pacaga. Pediu agua. Viu a menina © quis casar com ela, Disseram-lhe: Isso 6 Ud com ola —Chamai-a, disse a pacaca. 117 0 sino em questa & 0 dlstintivo dos cheree da aldea, 6 som que prod € pareeldo com «Ndenenden-nden-golen 346 1 tados comecaram a cantar: Vem, linda menina, vem, vem. 08 deuses te chamam Bla chegou. A pacaga propds-the easamento. A. me- xina impos @ mesma condigio. A pacaga comecou & subir ea cantar Vou subir © vou easar © sew filho repetia sem cessar: Neen-ndensiden-gotem ‘A pacaca chegou a0 meio e cai. Todos os prosentes se riram e comecaram a cantar: Vai beijar a tna mie No dia seguinte vieram muitos animais. Mas ne- nhum foi eapaz de chegar 20 cimo da mafumeira. Por fim veio a gazela, Pediu Agua, Deram-lhe um copo de agua cristalina. Quando estava a beber disse: yua 6 evistalina, mas mais cristalina é aquela menina, to bonita. De bom grado casaria com ela. —B nao tem pretendente, disseram os velhos da aldeia. —Chamai-a, disse a gazela. E logo todos em coro: Vem, linda menina, vem, vem 08 deuses te chamam A gazela, toda prazenteira, dirigiuese & menina © disse: —Quere casar contigo, sy - Accito, disse a menina; mas tens de subir Aquela mafumeira © tocar o sino que esté Id Vamos a isso, disse a gazela. E comegou a dancar, a dancar em honra dos deuses, Junto da frvore, Tirou do pélo uns pos que langou sobre 8 arvore, Depois comegou a subir. No meio parou, Todos Hiearam em siléneio. Entio a gazela comegou a cantar 0 deuses, ajudai-me, por favor © filho da gazela, c& em Daixo, dangava com viva- cidade @ ia repetindo, cantando sempre 0 yrande Lembe, ajudai o meu pai que precisa te casar (°) A dado momento a gazela tomou félego ¢, entre © alarido dos prosentes, subiu até ao local onde se encon- trava o sino. Tanto o tocou que se partiu.,.. Lé do cimo da arvore, nfo cessava de cantar: Ji tenho mulher... Jd sow feliz © filho da gazela, todo satisfeito, dangava e can- tava: Jee tenho mie... Que sorte a minha 08 dois casaram. Um casamento com muito vinho de palma e muita carne. Durante toda a noite, a aldeia nfo se cansou de dangar e cantar: A gaacla é pequena mas é esperta 12) tame 6 0 feitigo protector dos easanentos. Os pés eran ingredientes feittclstas a que eo ateibulam poderes especiais. A danga no podia faltar em momento de tant Fetiedade ays © coro respondia Leva uma linda menina, No dia seguinte foram para a aldeia da gazela. No caminho encontraram 0 leopardo, que se langou sobre @ menina e a queria roubar. A gazela fingiu que fugia para a floresta, agarrou uma grande pedra e com ela. matou o rival Mais & frente encontraram a pacaga. Dew-se a mesma cena. A gazela, muito zangada, tirow a entana que @ mulher Ievava no costo e degolou a paeaga. Pelo caminho foram encontrando muitos animais, antigos pretendentes da menina, mas a gazela matou-os todos, Chegados & aldeia houve grande festa. Viviam feli- zes, apesar de os filhos dos outros animais, que a gazela nha morto, andarem sempre ® perseguir a gazela, Certo dia, esta envenenou a agua onde eles iam beber. Todos morreram; s6 0 filo do leoparco eseapou, pois se tina ausentado para longe A mulher ficou doente passado um ano, Para a tra- lar, a gazela gaslou muito dinheiro com os feiticeiros mais famosos, A mulher curowse, mas fiearam na mi- séria, Eno a gazela resolveu ir trabalhar para o ex-Congo Belga. Antes de partir, chamou a tartaruga a quam eonfiou ‘a sua espingarda para guardar a mulher. Logo que a gazela se ausentou, 0 filho do leopardo mandava os filhos mais novos dos outros animais sequestrar a mu- Iher da gazela, Mas a tartaruga matava-os, Nova leva de animais e outros Lantos cadaveres no solo. ‘A proviso de chumbo acahou-se ea tartaruga dava tires com pélvora, O leopardo teve conhecimento disso, 319 pés-se 8 caminbo ¢ raptou, sem grandes dificuldades, A tartaruga ficou toda Uistonba; vivia escondida todo o santo dia e sé de noite procurava na vizinhanea algum alimento, A gazola soube do rapto e pés-se ime- diatamente a eaminho, Chegou a casa. Logo a tartaruga aparece ¢ den conta de tudo quanto se tinha passado. A gazela, sem perder o bom humor, comegau a cantar: Dentro de trés dias a muther serd minha Isso 6 que seré. A tarlaruga, deseonsoluda, ia trauteando: Os denses 0 permitam. Durante a noite, gazela foi envenenar a agua onde © leopardo costumava ir beber, Por causa disso cain graveniente doente, Chamaram-lhe & cabeccira todos 08 feiticoiros, mas em viv. No dia seguinte a tarlaruga foi visitar o doente, toda pesarosa. Ao ver o estado em que se encontrava sugeriu que fosse imediatamente chamada a gazela, pois era a iinica que o podia salvar. O macaco foi encarre- gado de a chamar e esta nfo se fez rogada. Veio. Pro- meteu curé-lo, mas pedin para fiear sdzinha no quarto com o doente. todos sairam. ‘A gazela comegou a examina-lo: viuo e reviwo, Por fim disse que para o poder salvar, teria de the cortar as pernas, pois era Hi que estava o mal. O leo- pardo aceitou imedintamente. Mas 0 mal nao passave, Entao a gazela lembrou que devia cortar os bragos, dado que o mal fugira para lé, por o corte das pernas ter sido muito moroso, O doente acedeu. Havia jf muito zangue no chi © mais se aglomerou depois do corte 350 dos bragos. Nao demorou muito que 0 leoparde se esvaisse em sangue © morresse, ‘A gazela saiu do quarto e disse as mulheres do leo- pardo que 0 marido estava muito fraquinho e que pre- cisava de dormir; também nfo devia comer até de manha, hora a que o deviam visitar. No meio de tristeza geral, a gazela tomou a mulher pela mio e saicam sem dar nas vistas. La longe a gazela comegou a gritar ¢ a cantar: Nao é 0 corpo que vale. A mulher, chorando e cantando de alegria, repetia som cessar: 0 mew marido é um vatentio... B um amor. 351 XIX © PAT ASSASSINO E A VINGANCA DOS FILHOS Um homem casou. A mulher dava a luz muitos filhos, mas 0 pai matava-os todos com os feiticos, Certo dia nasceu um filho muito esperto. Ele pré- prio se deu o nome de «Liela> (Esperteza) Quando jf podia andar, foi A eaga com © pai, No caminho disse-Ihe Pai, ouri dizer que jd tive muitos iremaos, mas que tu os mataste todos, Qualquer dia chega a minha ves. Mas hei-de voliar & terra ¢ vingar a morte de todos eles. © pai fez de conta que nfo era com ele. No din seguinte voltaram & caga © 0 pai matou o filho. En- terrou-o no Ioeal onde tinha enterrado os outros, & sombra de um embondeiro muito grande, a que cha- mavam Buka Quando Liela se encontrou com ox seus irmaos, contou-lhes que tivera prometido e jurado an pai voltar um dia ao mundo para vingar a morte de todos. Foi 353 uma alegria indeseritivel e todos se prontificaram a acompanhar o irmao. Juntaram-se perto da casa do pai e comegaram a canta Ris que volto, pai, como prometi. Ew sou o teu fitho Licla ‘Todos os irmaos repetiam: Bis que voltamos, pai, ¢ vamos vingar-nos. © pai, a0 reconhecer voz dos filhos, comegou a tremer; tentou fugir mas as pernas ndo o ajudavam. Sentou-se e comegou a cantar, em resposta aos filhos Ja tive muitos filhos... Dormem todos juntos Quando viu os filhos a correr para ele, langou-se pola floresta fora. Com o medo e a pressa que levava, cai no tio © afogouse. E logo toda a aldeia veio ao encontro dos ressuscitados, recebendo cada um os abra- cos das suas familias e esposas que tinham deixado no mundo, Liela impds silencio e comecou a cantar: Os filhos que nasecram de ti, pai, sto mais espertos que te. Foste 1m mau pai ‘Toda a aldeia repetia em coro: Por isso 0 pai morrew afogado no rio. 35h Xx 0 PAL ASSASSINO E 0 FILHO DE BOM CORAGAO Um homem easou. Apenas com uma mulher. ‘Teve um filho. Quando chegou a idade de seis anos acompanhava diariamente o pai para o campo, para 0 rio, para a floresta. Por mais de uma vez assistiu a cortas altercagdes com outras pessoas ¢ comegou a notar que seu pai no era estimado pelos outros homens. Certo dia foram dar um passeio a uma terra vizinha onde tinham parentes. Atravessaram uma grande flo- resta ea seguir entraram numa extensa planicie a per- der de vista, ‘A meio pararam. O pai comegou a falar, a gesti- cular com um homem que vinha em sentido contrario, Falaram, discutiram, bateram-se © envolveram-se em grande desordem, A dado momento, 0 filho viu que seu pai sinha tirado catana da cinta e com ela ferira o homem com quem 355 hutava, Curioso aproximou-se ¢ viu muito sangue. Come- gou a chorar © a cantar Tanto sangue!... Que horror! Besse homem csté a dormir! © pai nao respondeu, continuande sempre a esta- quear 0 infeliz A dada altura © filho perguntou ao pai 0 que é isto? B a cabega. B isto? Sao os bragos. B isto? io 08 intestines, B isto? 0 eatémago, F isto?, tornou o Filho a perguntar, apontando © coracio. Silencio do pai A nova insisténcia do filho, 0 pai respondeu. Nao sei. Resposta pronta do filho: Sim, 0 pai ndo sabe porque 6 wm homem maw. Bw sci porque sow wm inocente. Isso é 0 cora- fio... Aquilo que 0 meu pai ndo tem FIM 356 INDICES INDICE IDEOGRAFICO 0s mimeros que vio entre paréntesis ( ) indian 0 mimero marginal dos Provérbive, dag Adivinhas. Os vertantes referencia 4 pagina, Abett 171 (8) Adutre — 10 (2) Acorrentar — 89 (12), 98 (2), ‘84 (3), £10 (5:8), 115 (12) Adiinhar 39 (7), 91 (10), 110 (4-5) Agarrar — 264 (5), 257 5), B74 (3) Agradecer — 28 (3), 118 (2) 208 (14-15) Agua —44 (8), 63.11), 06 (4), 14 (6), 77 (2), AT @), a9 (2), 122 (11), 124 G, 120 (2-3), 138 (0), 335 (19), x61 (7), 162 (10), 165 (2), 196 (9), 250 (6), 236 (8), 258 (12), 275 (2), 279 (10, 219, Aguia — 384 02-18-14), 313, ‘Albino —81 (13) Aldeia—58 (6), 189 a 199 ‘Alegria — 35 (24), 66. (5) (1 (8), 203 (7). 220 (15-16) Almas do outro mundo — Vide “, Cobra 83 400. BF UH), 24 ipa 120 (8s Chires (20, 113-108) lee eee ee ee Carrao ~~ 109 (1) Chimpeisé— Vide Macnee. 0 i 461 Chorar 285 (18), 2HL 117) chvmbo— 245 Churn 45 , 98 (6). 68 18), 102 (31, 129 (2), 135, 13%, 303 Cocomote--a0 «a, 31 (22), 185 (9), 212 17) Cone — 208 (2-4 Comenete— 148 Ay Cola (frvto) —AR2 (5), 379 (2122) Colibri — tee! 151 (1-2) Comer — Comida — 16 «6 28 (29), 30 411), 36 (28), Bi (5), 03 (9), 07 (8), 08 110), TH (2), 78 48), 86-54), BT (ST). OF 155.06 (2, 97 (7), 100 43), £05 (6), 110 (7), ANB 18), 498 14, 120 130 (5), 182 15), 134 aH, 10 UME 1), 8 Gr 158 (9), 159 (26), 160 (1-8-4), 17046), 179 (21-29), 302 (20), 386 (8), 201 4 233, 219, (8), 250, 27 (4), 280 (21), 201, 205, Comprar 229 2), Conchax 996 (8), 190 4 44 Paucar — 88 (101, 105-17), 155 (2), 226 (14-10-18), 265 (24), 261, 295, 901, 505, 307 S18, 819, 428, 227, 395, 344, Dro Vide Mau 178 (2), Comenbina 62°), 08 98 (4) Consethon 298 114), Contar—99 41), 278 (1. Caraga — 37 39, 63 (10), 64 22), 91.11}, 86 (3), 89 (12. 15), 203 (9), 358, Corda’ Vide Liana. Corpn — Vide Homem — 44 (20), 74 (5), 279° 8), Correntes —- Vide acorrentay: Cortay 45 13), 8 Cornja 154 (12) Casas — 48 (6), 4917), TE (10), 110 45). Cora — Vide Toon — 42, 259 (1) Cosinna — Coainhar— 36 (24, £5 (11), 101 2 109, 216 16), Grigor -- 296, 309, Criangas — Vide Parti — 47 (4), 48 (51, 56 0), 78 ©) 99 (15), 197 (11), 286 8 246, 250 (18). 281 (7), 280 (20), crimes — 25 (8) Cue — 184 (10-11), Culpa — 168.418) Cumieira 272 (3), Cwhendas — 62 (6), Cnspir 299 (27) Defecar 26 (11), 215 (1-2), Dementes 41 (5), 71, 245 (1) Dondén — Vide Palmesea 100 (2). 184 (7-8), 185 10 ny Doutes $0 (10an), $1 2 “18-14), 82 (15), 128 (1), 385. 362 Dontes de elefante — Vide Ble Desembarque— 280 (3) Desenhos 68 (9) Deus — 36 4 17, 30 (8), 119 (2), 156-17), 178 (49), 245, (2), 24 (2), 248 (6), 250 (14), 263 1-2), 256 (11), 268 (29), 269 (1), 278 (5-6), 277 19), 278 (12.14). 279} 280 (21) Diq— AT (8), 22 (9), 224 (3), er (24), 201 (1), 277 18), Dignidnde 118 (8) efonte 100 101, 138 (7), 181 (8), 169 (2), 251 17), BB (3), 256 (10), 206 (27). 271 (1), 305, Bo, Rlefante — dente de elefante 81 (18-44), 57 (3), 72 (29), 2a (4), 22315), kmbondeire 131 (377 (1616), 255 8), 278), 353. Buganar 98 (5), 60 (3), 205, (12) Fngotir — 207 (20) eda 217 a 218. Beeorpiao — 237 (1), scravatura 401284), 58 Bspada — (chisinpaba) — 222 (4), 351 beperteza — 26 (28), 42 (2). 5 (2), Dintoivo 85 (2), 234 (84. Dividir 18 (2), 66 (4), 70 (48), TTC), 1287), 185, 10}. Dizer— 99 (12) Dorntes 73 & 76, 89 (3), 187 19), 226 (16), 298, 341, 94, Domina — 364 (15) ores — 91 (12) Dormir—02 (7), 68 (4), 100 (2), 115 (10), 138 (4), 127 (44), 184 (11), 162 Ca), 169 (a), 182 10), 202 (3) Dote Wide Casamente 364 5 Rxingarita — 215 9 216, 280 (20) Espinhas 68 (1, 9 (4-59 122 10), epinhoe 261 (6). 254 (19) Bapooa Vide Familie, eaquilo— 102 #10. Beteira— 47 (3), 08 (2), 191 18), 192 (9), 215 (8), 281 120), Esterittade —10 08) Bxtdmag 122 (8), 181 (2, 208 (21), 219 (8), 885. stragar —-196 (11;, 174 (6-71 174 (3) Batrangrive —-24 (3 Retrelas 19 8 22, 248 a 244, Furopa — suropen 18 (4 21 (14), 190 (3), 244 (2), 257 (up, 262 (43), 268 (a4). 204 (as), 341 363 e acu — 101 (8), 131 (A), 2NT a Peviday 79.40), 76 (30), 218 210, 256 (10), 271 42) m1 ace 36 (28). #0 42) ervelro ~ 236 (9-10) Fuctos —17 (8) Perro — 247 (1), 250 (2) ular —26 (12), 28 (1), 20 (8), Fihos Vide Faratia 28 (5). 80 (7), 8 (18) Floresta 203, 981, 825, 989. 288, Fone —-9F (6), 128 21), 175, (0), 176 (22), 177 (33-14-35), 19H (2), 207 8), 2518 25, 328, ote 218 68) othe —-17T (16), 178 (1T48), 170 (20), 206 28) Fome—T8 (8), 108 (1). 149 (7, 81 (5), 200 41-2), 202 (2), 201, 208, 335, Fondo cave) — 187 (24) Forea 21 (8), 118 (201, 120 (3), 132 (4), 286-19) Pamite—18 2), 38 (24). 48 (18), £7 (1). 87 (3), 60 2-8), 81 (45). 85 a 72, 78 0), 79 (7), 81 (1), 82 (4), 82 (7) mg 18), 110 16-6), 115.14 123 (1-2, 130. 148 hh, 179 (22), 210 (1), 222 «By 235 (13). 226 (16), 255 (0), 267 (13), 268 2H), 269 (21, 267 (30), 276 (7), 819, $23, Pautasmnes — 88 (9-10), 89 a), 260 (5), 298 (169, 318, 23, n25, 827, 904, 398, 339, ormivia — 341 Formiga —160 8 171 Favores 70 (17) Formiga — preta 100 (2) Feitleeivos— 81 42), 88 0 9%. Frytoy 450.126), 173 a 388, 181 127), 264 120), 267 (90), "260 267 a5, Puniy—48 (34), 108. (), 149 Prifigos AL a Bt, 89 (11), (10-42), 129 (2), 181 (3), 185 UT (2), 148 (41, 18219), $13. 13), 24D 17), 250 (4), Far 126 (104 Punt — 287 (48. Capen 208 AT Garganta — 36 (29), 88 16) Golinha 128), 396 16), B16, 180 9.167, 207 (19) arrose — 199 4x7 Gorin —do mato 107 (25). Gato-bravo — 108 (8), 120 (3). Gotinbrina — X64 (151, 106 (21-163 18-14), 164 (15). 22) Gusela— 291, 296, 301, 385 Golo 365 (2122-28), 167 Gibdia — 126 CL) en Gordura 149 (7), 364 iota 02 «4 Gorita — 108 (2). Gravides — 260 (5), Gretha— 100 (3), Mena 109 a 122 Homem — 22% 80, 247 0 254 guaidade — 262 412) Moto —- (arvore) 171 138-18), Imitar— 5819). vis 279 a 204 Individnat-29.¢2-2) Juenre hadréo tagarto asta Lagoa amber 126 110), 129 9 190. 269419 (postigns 84 19) —202 (31, 301 126 (®), 190 (4), 134, 120 (1), 278 (12), 207, 28 (2), 36 (28), 208, H a 365 sitar — 104 «8. Guarda-chva 278 (14), Cuardar — 202 (5) Guorva 255-7), 260 (20), Honra — 44 (10), 192 11, 195 (7), dspeden —-24 (2 Inimigos — 42 1B), 284 16), 266.429) Insectos — 169 a 171, 258 » 257 Insutton — 400 (2) Intestovon — 49 (8), 61 CA), 288, Toreja 190 (3) SJorthos —48 11546), 68 (41 Jubay 248 1), Kewida— radivinbogs) a3) Langa — 286 (25) ettzo — 265 (22) Lombe— fella) 81 (2), 82 (3-4), 35, Lombrar 58 48, 10-119). 79 6) beneo 263.141 enh — 184 18), ATS 48), 178 (oa-12), 237 (11), 303, nord — 1 2), 109 4 211, 118 (12), 291, 296, 301, 345, Lor 40642) Eine 26 (22), 48 125), 80 (8), 107 (1), 176 (10), 378 a0), 280 48), 407, A, 928. Mucaea 84 (40), LOL #105, 29 Muchoda21% 4 219, 298, Muraba — 212 {8-9}, 238 (20) Mauro 180 (24), 284 8) Mar — Vide Pout at), 3. Majati Vide Patmetra Magen — 162 (30), Mavombe-—19 (2), 20 16), 98 (28), 260 (3), 271 (21. 27D 1, 216 4), 207 (a) 28 Mat 24 1B-8), 26 «TH, BT ABH. 8 (3), 161 «6. Munatim ~ 137 (8) Mandioea 38 18), 104 1), 148 (8), 10 (TD, 188 (6), 208 22), 208 (46-17), 207 (19) 279 118), 285 Mowhos— 18 (4-5) Mao 33 (19), 120 (9), 180 (25), 181 (26:22). Man — mnie da mao 40 0 28-1), 41 (56). 58 (4) Mar AT (9), 19 (2), 20 8. 138 3). 197 (O), 155. 5, Limyar — 182 (4), 182 CD), 216 (8), 277 (1) Linvgua 52.15), Brzeina — 96 (8), 168. (14) undo 218 (2), Ian —39 8 22 Fata 20 (399, 68 (10), 204 18-10) fo — 288 (2), 234 17-9), 299 (2), 248.0 244 245-11), 256 (22), 907 amartiaho — (ava) —~ 187 (20) Masenra— 112 (3) Maxtigar 31 (12), Mato 203 (2), 144 18, 188 18), IL (0), 258 (8). 255 (9) 266 (27). 276 (7) au Vide Mal Mbunda-fula —82 (8), 88 6) Medicamentos — 341 Meda — 229 (2), Menstruagao —81 (7). Mentiva-— 80 (8), 85 11-2) Nitho 207 118) Mollio— 122 (11), 168 (22), Morergu — 188 (9) Morder — 127 (18) Morte —16 (8-4-5), 20 (4), 27 Vi), 45 42), AT (2), 85.) 6 (4), 60 (3), 78 18), TH 14, 718 a 80, 90 (16), 98 (2), 05, (8), 290 (1), TOL (4), 109 fa (1), 118 (D, 128.2), 124 (3), 145 (8), 148 (5), 152 (), 187 124), 161 (5), 107 (25), 216 (D1, 224 (3), 226 (18), 280 (4), 258 120), 258 366 ay, 260 (41, 264 (19), 204 S515, 341, 348, 358, 350. Mosra— 160 171 Munmba—38 (19), 208 (22) Atuanst— 186 (18) Muda --82 (5) Nadeyas — AT 1-2-2), 308 (4). 120.5) Namoro — Vide Casamento 827, 341, 345 Narle~$8 (20), 36 (21). Naseer — 132 (10) vativos — 18 44), 264 (28), Navatha — 198 (22), ‘avegar— 229 (1) oO tenses — 228 18), Ofertas —97 (6), 185 (18), eo de patma— Vide Paimeira Othoe— 20 45), 22 (9), 32 U6. 17), 88 (18), 98 (22), 202 (1, 105. «51. a), 5 Fb, UT G1), 163. (@), 161 (6), 273 (2), 206 (11), 2065 Pacaga — 216 (5), 345 Pacidncia — 81 (2). Patmeira —T4 (22), 08 (1), 100 (2), 112 (2), 131 12-8), 182 186, 305, Paneta— 196 (7), 106 «BeaU), 367 tue nat — 158 (281 Mudar—213 2) Matato— 244 (3), 264 (28) Mather — Vide Fania Masia — 221 a 226, Mussorongos —256:(1) Miho — 152 (3-4), 154 (10-11), 256 (12), Nkassa — (venono) — 96 (8) eobe-sbong— 3 (7-8) Noite —22 (9), 69 (8) 329 (1) 201 (1), 277 (8) tiete — fave) — 208, dtumpe-atvemba—81 (2). wom 86 (28, Nwimbi — fdrpore) — 348 ay (12.48), 208 (28), 218 (6) BAT (2), 278 (6), 304 Ombroe 65. (1-2), 66 (3) Os408—96 (1-2) Owvidos —30 (9), 85 (27), 36 (28), 186 15), 169 (27), 305 Ovoe— 164 16-17), 165) 19), 251 (17) 197 (13), 196 (4-15.16), 208, (8), 207 (19), 251 (15), 385 Panos —B4 0 53, OT (6-1), 288 (2), 28 10), 259 (2), 201 (7) 252 (10), 268 (17), 27 Papagaio 156 (36-11) Papa 248 19 Parattion —T6 17), 15 (8, 88 Pliswnas Vide Aves Prosenr— 61 (5) Pato 156 (18) Pa Vie Arv0te Pe Pee UE (TRMD), ERS (3). 216 (6), 265 (26). 280 22), Poatra AT (B), 125 (8), 188 U4), MOT (251, 206 (6. 288 (2), 25 1. 25) Peston AT (41,48 (5), 69 (18) Prise 119 8 123, 129 (1, 208 (22), 381 Perdis — 128 (15), 158 18), 165 20) Prrae AR 9 46, 94 (4), 98 ($). 112), 135), HS (6-7), 36 (3), 160 (2), 102 an), 169 13). 170 U5) Peseoco—-301 Piea-pren — 156 (28), Oueimar— 82 (3), 84 (10) Queivo 82 (19-20) Questors —26 (12), 36 (28), ‘58 (1), 74 (7), 82 (2). 87 (6), a 17 9 ne 219, Rabo — 121 (7) Ralzen 178 (7), 178 29. Piewr — 120 (4), 308 Pintainho — Vide Piri-piet 204 (20) Piar— 42 (6), 44 (9), 390 (2), Ta (1), 48 18), 206 16) Panicle 28 (10). 63 (8). 65 (3-2), 68 (1, TE (6), 118 0), 1511), a1 (B), 177 113), 198 (17), 251 (18), 258 12), 261 (8-9), 205 117), 389, uentagdo 122 (1), 183-110) 182 (8), 169 GT), 194 208 20), 248 16), 810, 328 336, Puntos — Vide Arvores Pobre -45 (11), 79 Patvora— 124 (3) Pomba—152 (3-4-5), 158 (6-7), Porconto-mate— 304 Poreo-espinha —— 295, 315. Porta 190 (4) Proto W6 (6), 198 (10), 107 U11p, 205-115) Preguiga —23 (16) Presonte— 234 (3). Prdadas — 200, Prosttuigdo 82 (4), 85 (9 “to-t1}, 64 (12), 261 (6) 91 (IT), 121 16), 194 U2, 19s (21,217 (1), 230 (4), 219 Rapartgns — 825, 344, 319, ato — 35 (25), 107 a 108, 207 (19), 254 (4). 327 Rntaniens — 148 14-2), 130 18) 536 (7), 149 (8), 159 (6), 197 120), 158 (28-24) asde—27 (16) ode 231 (7) Regedor — 288 12) ej — 261 (8), 262 120), 268 (an), 270 1171 Remétio —98 (10) Represa 117 (2) espettar ~ 44 (6) Saber — 278 13). Saco — 17 (3). 304 2), 211 (3) Soft Prato) ~ 219 (81 Sair- 247 (2 Baka — (frutn) — 98 (9), 179 Sul 208 (8) SSndotés — 107 (12-18), 198 (44 15-16), 248 (1, 251 (15) 219 Satteador — 97 (1) Salvor —28 (4), 29 15) wigue 260 14), 286 (27) ‘88. Sapo 77 (ay, UT a 8 Sardinha — 122 (12), Snide — 88 (6). 98 1) Becur—176 (11) Sede 63 (11), 79 (8) Setengu — Vide Formign prota Bomente— 115 14), 210 (1-2), 211 (6), 212 17) Separar =-285 (7) Reteanca —45 (1d), 49 (6 in. — 299 (1-2), 279 119), 325, 37, 358, Bir —90 (14), 78 (1), 82 (, ‘87 (6), 102 (1), 111 (8) Riques—21 (14), 29 (TD, TE 120), 206 13) Bodar 287 (15), Rola —140 ¢4). Roubay Vide Lado Rowpa —Vido Panes s Sepultura — 16 (4), 29 (8), 70 (7), 88 10) Serpentey — 125 4 128 TArea-Irisy — 135. (6-78), 126 (8-10) stbabe-ovoe) 128 (10). Duna —— 143 (24, MA (2) Sifu — cfrnto) — 107 (2) Sino — dos ehfor — 81 (3), 222 4), 225 (14-12), 381, 34 Soba — 289 (2) Sofrimento—30 (a1), 51 «hy 9 (18), TIE (8), 198-12. 224 110). Sogros— 52 (5-8), 88 (TH, 186 (23) Sol —19 n 22, 46 (1A) Soldadoe —258 (7) Sombra — 124 45) Borkar 99 (11) Sorte — 108 (6), 158 (251, 165 (20) Sujo— 80 (12), 277 120), Sungo- teoweha) — 4 (6) 369 Tabaco—60 (2), 119 (20. Tabnteiro — 206 (17), Tambor — 57 (3), 70 (16), 62 (4), 118 (3), 185 (8), 221 11-2), 222 (8-4), 228 (8), 22 (8-9), 246), Tampa —-198 (7) Tartaruga — 336 a 181, 206, 307, 508, 212, 316 ‘enas — 296 (10). Tena 44 (10), 125 (1), 127 (22), 148 (8), 198. (7), 175 11), 192 (10), 225 a), 245 a (2) Tigre 118 154 Tinta Vide Casa das Tinta 35 (20), T8 (8), 187 Valor —80 (10), 170 (20), 188 3) Veranda —~ 68 (22), 216 (4), 221 (2), 275 (3) Vareno -— 120 (5). Vethor 82 (17), 82 (4), 56 a 56, 78 (2), 90 (15), 112 (1), 227 (12), 180 (4), 173 2, 174 (3-4), 189 (2), 196 «8, 210 (1), 280 (20), Venter — 35 (28) Venenoe — Vide Niassa —~ 125 17), 345. Vento — 162 (8-9), 175 (7) Ver — Vide Olhos. Zanyar 46 (9) 310 [Tirar Vide Lado — 268 (15: 15) ‘Tira — 106 (4) Toca ~-102 (2-8), 107 (3), 182 (1), 201, 208, a6, Tocador — Vide Tambor ‘Torvadar — 211 (8) Tossir — 208 (3). Trabatho — 122 (10), 154 (20), 150 (19), 160 (4), 161 (9), 185 (11), 217 (3), 218 (8H, 238 (10) ‘Travesseiro—T4 (8) Tribunal — 154 (12), 248 (6). Tronco— Vide Arvores Trovdo 308. Tutewia — 48 (6) Verde — 180 (24), Vermes 156 (19), Vestida — Vide Panos Vibora — 127 (18) Vida 84 (10), 87 15) Vinganen 171 (8). Vixho — de pana — Vide Pal- neira — 66 (4), 108 (4), 186 (22.49), 187 (14-15-16), 188 (AT), 185 (6-6), 285, 308, 923, 327 Vicor — 285 (4) Vico 44 (1), 132 (8) Veer — 308, Vor —17 (10). INDICE IDEOLOGICO Os mameros que vdo entre paréntesis { ) indica o winero marginal dos Provérbioe, dae Aditinhas, Os restantes -eferenetan, A Adulacdo —28 (3), 58 (5) (11), 178 (20), 190 42), 229 Adultério — vide Casamento (2), 280 (6), 285 (7) 58 (9), 84 (3). 08 19), 109 Amor Vide 'AfRe-—-63 (20), (2), 17 (a), 125 48), 184 BE CBN, 81-119, 200 (2), 120 un. (3 A a ‘Amaietone gutha 270 (1-2) faa Alambamento— Vide Dote Anand —-261 (6). Alcoviteiro —Vide Bisbilhotet.Antepassadas— Vide Chetes, ros — 26 (22). Aparéncias —109 (3), 118 (6, Almas — do outro. mundo 22 (a1), 190 (6), 194 (1), Vide , 38 46), 39 Proldéneia Vide Destino Deus — 18 (2), 18 (8), 81 (11 6 (1), 108 (4), 156 (16-17), 151 (20) Provoeagdo — 148 (1), 175 (®), 238 (2). Prudixela — vide Reserva 19 (1). 26 119), 35 (2), 36 (29), €2 (3), 43 (6), 4518, 82 (6). 62 (7), 63 (8). TT (3) 87 (3), OF C19), BL (5), 98 (8), 99 (13-129, 200 (1), 108 (et), 101 (1), 100 (1). 11 (2), 348 (7-8), 118 (20), 117 Gay iat a). BL ay, 136 (5), M3 C1), 158 (6), 158 (23), 160 128), 161 (7), 168 (4), 184 abe17), 167 (25), 180 (4), 176 (44), 178 (8), 194 (3), 201 (4-2), 208 (6), 207 (39), 218 (8). 217, 236 (0-10), 291 Pusilanimidade — 124 (8), 125 (7), 127 (13). Q R 158 (25), 164 (1), 208 (6-0 216 (6), 217 (4), 288 (0) Respeito 146-4), 19212), 308, Responsabitidade 8 (2), 108 (5). 190 (3), 107 (11), 216 (3), 224 (10), 225 (12), 229, 4), 230 (4), 946. Rin 244 (6-6) Ronn -- 932. a78 Satatés — 269 (1-2-8) Sareaemo 30 (11) Senso — 118 (3) Serrote— 280 (23), Sesse (drvore) — 200 (4), 245 (1-2), 246 (2), 278 Seno (3) Simpliedade — 318, Tatldo penn de —-24 (6), 82 (31, 88 (0-10), 90 (16). ecto — Vide Cnsa— 240 (22) Toia de aranha~-28% (24), Temor— 424 (5), 125 (7), 127 (24), 182 (3), 301, Temperamentos — Vide Feltios. Tentacdes — 144 (5) Terma — 248 (1) ‘Teatemnnkas — Vide Tribunal ~=22 (9), TH (7). ‘Trabathar ~ para aquecer Vide Inutildade — 41 (5), 46 (18), 47 1-2), 89 GD, 87 (0), 109 (4), 166. (28), VT (15-24-16), 219 (4), 18, Unhes — 248 «4. Unido — 24-13), 47 14), 48 15) Vaidade 105 (7), 196 (7) 33 Sofrimento — 120 (5), 188 (24), 321, 341 Sot 243 (2), 244 (2), Sorte — 90 (14), 96 (1), 108 8), 110 (1, 182 (4), 185 (2, 188 (25), 162 (20), 188 (20), 180 (28), 187 (35), 237 (41), a Bibditor — Vide Chefes, Do. endéncin, Rscravature T Trabatho —27 (25), 120 (8, 186 (18), 160 4), 161 (5), ATT (16), 185 (11), 211 (8), 217 (2), 218 (6), 545, Tradigdes 16 (2), 17 (10), 52 (4-5), 65 (2) 79 (6), 69 @), nz @), 127 a3), 132 (8-6), 158 (8), 182 (21), 178 (2), 174 (3-4), 190 (24), 196 (20), 202 (5) Tribunal — Vide Tostemunhas, SJustiga —22 (0). 57 (2), 74 (1), BL (2), 87 (6), 91 (18), 122 (9), 154 (12), 164 (46), 174 (6), 390 (4), 207 CB, Bai (5), 234 18) 48. (7), 189 (2), 176 (20), 191 (8) Valor — Yatores — 37 (®), 20 (3), 28 (9), 44 (10), 63 (11), TH 1a), #4 (10), 88 (22), (7) 108 (1, 108 cH, (Oy AB 8), 122 «DH (on Ee 8 3H (ay. 185 (43), 102 181 29), 110 (201, 185.3) 483, 230 (6), 231 (8 (ay, 308, 207] Fangidrie — Vide rgute 156 (7), MO 14), 1BE CT. Viewora 208 (18) 40 151 im 224 2a, 380 Vethus —— Vide Chetes — 32 117}, 89656, 71 (2122), 72 i228. TH ea), 2 (2, 182 (6-6), 149 (0), 173 (2), 174 (dot), 180 (24, 185-3), 154 (8), 180 (2), 190 131, 196, | (6:10), 210 1. { Vento — 274 (269 | Vingrenca —-307, 318, 225, 384 | INDICE DAS MATBRIAS 298, 499, 345, 359 INTRODUGAO i PROVERBIOS HI Sol, tus, estreins ' 11 — Home: 1B geral 2>—cabeca 3 — Coragio 0 Bago n= Resto do corpo To vestige 5 Vethos 10. Casadoe 11 Pais, fithos, fama 18> -Dementes 881 6 w v4 xn xu Feltigos - Feltieetos Mamuferos 1° Cabra © bode 2 — cho 30 —-Blefante oe Bsqutto Bo Maceo 6 Rato To Leopardo, hiena 5 Antilope Batraquios: Sapo © ri Poise Reéptets 1s Serpente 2 Jacaré e varane 3 Lagarto Aes Tartaruga © eagadi Motuscos: Caracol e conchas Mirtapotes: Contopeia ‘erustdcvor: Caraneuejo Len gornl 20 Galina Insector: Formiga, gatanhoto, 982 8 200 102 10 vot 109 12 wt ng 12 aa a0 | XW Arvores, plantas, trutos smn gerat XVI Aldela @ casa 2+ -- Corina XVIE—Comid © beblaa 1s 8m gerat XVIII. Utensitios: | 1 Bepingaraa 2-—Bnxada, machado, faes Onjectos de mndaten \ XX — Bareo XXI— Diversos temas 1 Céu, terra, mar, estrelas 11 CHlanga antes de nascer TV —-Aninnis, insectos, aves V— Arvores, plantas, frutos Salat VEE — Colsas impossivels 1X Diversos temas 583, Phe m8 182 180 a9 201 25 ait on 238 248 247 2s FABULAS 1-~ © leopardo smortor » a gazela 1-6 teopurdo edoentes ea gnzela M10 feopardo famsinto eo antitape W—0 cao # n trovio YO piissaro « © etefante VI--A tartamiga, 0 elefante # 8 bateia VIE 0 Ret os criados © as tartarugas VEE A tartaruga, 9 6g © carsool © © cagador 1X A tartaruga © © porco-espinho XO homen. » muther com a sua plantagao v a ali to entre. mundo XO home, a muther ¢ as sluss do otro mundo, amantes de vinho XIT— As raparigas © 9 alma do outro mundo XIE A mulher ¢ a alma do outro mundo eom ques XIV—O homem, as diay mumheres © 6 peixe XV-—0 homem. @ mulher e 4 comida XVI---0 homem eo macaco XVII A nolva ¢ os trés namorados, ausentes na Europ XVIII. A menina © o¢ pretendentes SAX —-0 pal assassino ¢ a vinganga dos fihos XX pal ascassino © filho de bom enragio INDICE IDEOGRAFICO INDICE IDPOLOGICO 201 205, sor 30a 08 07 00 aia a6, 323 aa aa a5 a9 an a8 a5 a9 om

Você também pode gostar