Você está na página 1de 4

O que é um Atuário?

O atuário é o profissional, que entre outras atividades, tem a prerrogativa para desenvolver
planos de seguros e de previdência, calculando probabilidades de eventos, avaliando riscos,
fixando prêmios, indenizações, benefícios e reservas técnicas, e ainda, no mercado econômico-
financeiro promover pesquisas e estabelecer planos e políticas de investimento e amortização.

É o técnico especializado em matemática superior que atua, de modo geral, no mercado


econômico-financeiro, promovendo pesquisas e estabelecendo planos e políticas de
investimentos e amortizações e, em seguro privado e social, calculando probabilidades de
eventos, avaliando riscos e fixando prêmios, indenizações, benefícios e reservas matemáticas.

A formação básica do atuário está dentro dos campos matemático e estatístico, todavia são
fundamentais os conhecimentos em todos os segmentos do mundo econômico, tais como:
administração, contabilidade, legislação, processamento de dados, economia, comunicações e
outros

A profissão de Atuário foi regulamentada pelo decreto nº 66.408 de 3 de abril de 1970 e o


decreto-lei

nº 806, de 4/09/69 e reconhecida pelo MEC em 1970, tendo como data comemorativa no
calendário oficial do país, o dia 3 de abril.
O Instituto Brasileiro de Atuária - IBA, órgão que regula a profissão, é o responsável pela
emissão do registro dos atuários junto ao Ministério do Trabalho.

A ciência atuarial na história

A ciência atuarial nasceu há aproximadamente 150 anos na Inglaterra com o objetivo de estudar
a mortalidade da população. Tais estudos, que tradicionalmente eram destinados para entidades
voltadas para aposentadoria e pensões, se estenderam para a área de seguros no século 20.
Continuando sua expansão, nas últimas décadas, a concepção de que uma empresa de seguros
ou de pensões faz parte do mercado financeiro fez crescer a necessidade de um maior
treinamento na área administrativa e financeira, especialmente no que tange riscos financeiros e
econômicos. Daí a necessidade de um profissional específico para estas atribuições: o atuário.

No Brasil, a qualificação profissional dos atuários, necessariamente é realizada através do curso


de graduação em ciências atuariais. O Instituto Brasileiro de Atuários (IBA) reconhece todos os
formandos de cursos autorizados pelo MEC.
Existem, atualmente, aproximadamente treze faculdades ministrando curso de graduação em
atuária, das quais aproximadamente sete estão sendo alvo ou foram reconhecidos pelo MEC nos
últimos dois anos.

Como em vários outros países, existe uma grande variedade de programas acadêmicos na
formação dos atuários brasileiros. De uma forma geral, os curriculuns devem contemplar
matérias de diferentes institutos, desde a área de contabilidade até a de matemática, com
diversos níveis de profundidade.

Origem, evolução e conceito de Atuária

Nos primórdios da civilização já se podia observar a idéia de uma garantia mútua, coletiva e
social de indivíduos. Nos anos de 4500 AC o papiro "Les Tailleurs de Pierre de la Basse - Egipte"
registrou uma "caixa" com o objetivo de socorrer vítimas de certos infortúnios, como entre os
operários que construíram o primeiro grande templo dos judeus em Jerusalém na Idade Média e,
ainda, o monopólio da caridade assumido pela Igreja com os soldados pós-guerra.

No período de 753 a 510 AC, ou seja, no Império Romano, já se notava a preocupação em


registrar os nascimentos e as mortes ocorridos entre os habitantes de algumas regiões, e foi
Domitius Ulpiames, prefeito de Roma, que deu os primeiros passos para o desenvolvimento do
"seguro de vida", pois, considerado o maior economista de sua época, interessou-se pelo
assunto e estudou documentos sobre "nascimentos" e "mortes", sendo que suas observações
concorreram para o progresso da atuária, daí o título de "o primeiro atuário da História".

No século XVII, na Inglaterra e Holanda, instituições mercantis se comprometiam, mediante


recebimento de uma quantia única, em dinheiro, a pagar a determinadas pessoas, pensões
vitalícias, em cumprimento das disposições testamentárias ou de natureza semelhante, das
quais desejavam se livrar os constantes devedores.

As quantias únicas, consideradas equivalentes aos compromissos assumidos pela instituição


mercantil, eram determinadas por meio empírico, sem nenhum fundamento científico,
insuficientes à responsabilidade a que se destinavam, pois a operação não raramente resultava
na bancarrota do respectivo "segurador", com prejuízos irrecuperáveis para os beneficiários das
pensões contratadas, na maioria por viúvas e órfãos.

Ao mesmo tempo, os próprios governos realizaram operações desta espécie, onde


empenhavam-se em vender aos seus súditos títulos públicos que asseguravam ao tomador a
percepção de uma renda vitalícia. Logo, a correta determinação da importância em dinheiro a
ser cobrada em contraprestação dessa obrigação a prazo incerto, naturalmente lhes interessava
de perto, e acabaram encarregando seus melhores matemáticos de estudar o problema e
encontrara a solução.
A base matemática necessária havia sido estabelecida no mesmo século por Pascal e Fermat, na
França, idealizadores do cálculo da probabilidade. De Witt, na Holanda, Graunt e Halley, na
Inglaterra, estudaram o problema levando em conta as leis da probabilidade e a longevidade
humana, deduzida esta dos registros de nascimentos e óbitos.

Havendo De Witt recomendado uma elevação substancial no preço de venda dos referidos títulos
públicos, o que não agradou ao governo da Holanda - este suprimiu seu relatório durante dois
séculos. Por outro lado, o relatório completo de Halley, matemático e astrônomo, descobridor do
cometa que leva seu nome, publicado em 1693, recebeu ampla publicidade e tornou-se a pedra
angular da nova ciência, posteriormente chamada de "matemática atuarial".

A partir de então, a matemática atuarial se desenvolveu, principalmente à medida que


matemáticos, economistas e filósofos se interessaram pelo assunto. Entre 1700 e 1900, tivemos
a construção de várias tábuas de mortalidade, como também o desenvolvimento das
comutações, ferramenta fundamental utilizada no cálculo atuarial. Foi ainda nesse período que
as empresas seguradoras passaram a oferecer programas de seguro de vida e que também
aconteceu o 1º Congresso Internacional de Atuária em Bruxelas - 1895.

Fonte: IBA - Instituto Brasileiro de Atuária

Você também pode gostar