- Uma proposta de anlise do poema O sujeito potico marca a sua singularidade e a sua diferena perante o mundo, mais
concretamente, face aos "outros" (Uns e outros). Assim, do seu ponto de vista, quem olha
para o passado v um simulacro da realidade vivida, porquanto essa realidade, que j o foi, no
existe mais no presente (Uns, com os olhos postos no passado. / Vem o que no vem - vv.1
e 2), apesar de ela poder ser actualizada pela memria. A limitaes semelhantes esto sujeitos
os outros que fitam o futuro, pois eles vem / O que no pode ver-se (vv.3 e 4) e imaginam
apenas o que ainda no existe.
A existncia radicada em percepes ilusrias , pois, alvo de apreciao crtica do sujeito
potico, recusando este o que est longe do momento actual (o passado e o futuro).
sfica; a linguagem clssica, arcaizante e latinizante, erudita, trabalhada, concisa, hermtica, mas
sugerindo o fluir do pensamento; o recurso frequente a latinismos; as construes sintcticas
ousadas, com recurso frequente s anstrofes e aos hiprbatos; o estilo horaciano (tal como
Horcio, usa, por exemplo, o plural "nosso"), construdo laboriosamente. Estas mesmas marcas
configuram poemas como "As rosas amo dos jardins de Adnis", Sbio o que se contenta com
o espectculo do mundo, No tenhas nada nas mos, Vem sentar-te comigo, Ldia, beira do
rio e Ouvi contar que outrora, quando a Prsia.
salienta-se,
a
respeito
de
Ricardo
Reis,
que:
- ele se integra no universo heteronmico como discpulo do Alberto Caeiro;
- o heternimo que representa a tradio literria clssica e as regras formais, por oposio ao
modernista lvaro de Campos.