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5614 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.

o 198 — 23 de Agosto de 2004

nal, sem prejuízo das competências da entidade coor- Artigo 24.o


denadora nacional enquanto instância de contacto junto Entrada em vigor
da União Europeia relativamente às matérias previstas
na organização comum do mercado vitivinícola. 1 — O presente diploma entra em vigor 60 dias após
a data da sua publicação.
2 — O regime previsto nos diplomas ora revogados
Artigo 23.o mantém-se transitoriamente em vigor até à publicação
Revogações
das portarias previstas nos artigos 5.o a 11.o do presente
diploma, relativamente às matérias que as mesmas visam
São revogados: regulamentar.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 1 de
a) A Lei n.o 8/85, de 4 de Junho; Julho de 2004. — José Manuel Durão Barroso — Maria
b) O Decreto-Lei n.o 519-D/79, de 22 de Dezem- Manuela Dias Ferreira Leite — Maria Celeste Ferreira
bro; Lopes Cardona — Carlos Manuel Tavares da
c) O Decreto-Lei n.o 429/86, de 29 de Dezembro; Silva — Armando José Cordeiro Sevinate Pinto.
d) O Decreto-Lei n.o 350/88, de 30 de Setembro,
com excepção dos artigos 5.o e 6.o; Promulgado em 2 de Agosto de 2004.
e) O Decreto-Lei n.o 333/89, de 28 de Setembro;
f) O Decreto-Lei n.o 341/89, de 9 de Outubro; Publique-se.
g) O Decreto-Lei n.o 342/89, de 10 de Outubro; O Presidente da República, JORGE SAMPAIO.
h) O Decreto-Lei n.o 296/90, de 22 de Setembro;
i) O Decreto-Lei n.o 299/90, de 24 de Setembro; Referendado em 5 de Agosto de 2004.
j) O Decreto-Lei n.o 70/91, de 8 de Fevereiro;
l) O Decreto-Lei n.o 309/91, de 17 de Agosto; O Primeiro-Ministro, Pedro Miguel de Santana Lopes.
m) O Decreto-Lei n.o 10/92, de 3 de Fevereiro;
n) O Decreto-Lei n.o 13/92, de 4 de Fevereiro; Decreto-Lei n.o 213/2004
o) O Decreto-Lei n.o 34/92, de 7 de Março; de 23 de Agosto
p) O Decreto-Lei n.o 375/93, de 5 de Novembro;
q) O Decreto-Lei n.o 376/93, de 5 de Novembro; Constitui orientação estratégica do Governo estabe-
r) O Decreto-Lei n.o 246/94, de 29 de Setembro; lecer um regime de infracções destinado a dissuadir efi-
s) O Decreto-Lei n.o 323/94, de 29 de Dezembro; cazmente as práticas no âmbito do sector vitivinícola,
t) O Decreto-Lei n.o 326/97, de 26 de Novembro; permitindo a adequação efectiva das sanções à gravidade
u) O Decreto-Lei n.o 72/98, de 26 de Março; e benefícios resultantes da actividade ilícita e clarifi-
v) O Decreto-Lei n.o 116/99, de 14 de Abril; cando o papel a desempenhar neste contexto pelas diver-
x) O Decreto-Lei n.o 117/99, de 14 de Abril; sas entidades com funções no sector.
z) O Decreto-Lei n.o 263/99, de 14 de Julho; Nesse sentido, aprova-se agora um regime adaptado
aa) O Decreto-Lei n.o 442/99, de 2 de Novembro; à especificidade desta matéria, agravando as penas rela-
bb) O Decreto-Lei n.o 443/99, de 2 de Novembro; tivas às infracções mais graves e criando mecanismos
cc) O Decreto-Lei n.o 449/99, de 4 de Novembro; cautelares que permitam uma actuação célere e eficaz
dd) O Decreto-Lei n.o 43/2000, de 17 de Março; das autoridades fiscalizadoras, a fim de evitar a impu-
ee) O Decreto-Lei n.o 45/2000, de 21 de Março; nidade dos infractores e minorar as repercussões nega-
ff) O Decreto-Lei n.o 103/2000, de 2 de Junho; tivas dos actos ilícitos. Este regime acolhe também uma
gg) O Decreto-Lei n.o 135/2000, de 13 de Julho; disciplina específica para defesa das denominações de
hh) O Decreto-Lei n.o 219/2002, de 22 de Outubro; origem e indicações geográficas respeitantes a produtos
ii) O Decreto-Lei n.o 220/2002, de 22 de Outubro; vitivinícolas. A especial relevância que estas designações
jj) O Decreto-Lei n.o 53/2003, de 27 de Março; assumem no nosso país e a importância estratégica do
ll) O Decreto-Lei n.o 216/2003, de 18 de Setembro; sector vitivinícola justificam assim um padrão sancio-
mm) A Portaria n.o 400/92, de 13 de Maio; natório mais severo do que o previsto para a genera-
nn) A Portaria n.o 112/93, de 30 de Janeiro; lidade das infracções económicas e contra a propriedade
oo) A Portaria n.o 157/93, de 11 de Fevereiro, com industrial, pelo que as infracções ao sector vitivinícola
excepção do previsto para o «Vinho Regional deixam de estar sujeitas ao regime previsto no Decre-
Trás-os-Montes», sub-região «Terras Durien- to-Lei n.o 28/84, de 20 de Janeiro, e no Código da Pro-
ses»; priedade Industrial.
pp) A Portaria n.o 158/93, de 11 de Fevereiro; Por outro lado, no seguimento do que já havia sido
qq) A Portaria n.o 351/93, de 24 de Março; determinado pelo Decreto-Lei n.o 295/97, de 24 de
rr) A Portaria n.o 196/94, de 5 de Abril; Outubro, atribui-se ao Instituto da Vinha e do Vinho
ss) A Portaria n.o 382/97, de 12 de Junho; competência para aplicar as coimas e sanções acessórias
tt) A Portaria n.o 1202/97, de 28 de Novembro; relativas às contra-ordenações neste domínio, bem como
uu) A Portaria n.o 623/98, de 28 de Agosto; para ordenar as medidas preventivas que se revelem
vv) A Portaria n.o 370/99, de 20 de Maio; necessárias para evitar a continuação da actividade ilí-
xx) A Portaria n.o 213/2000, de 8 de Abril; cita, ou para salvaguarda dos interesses do sector viti-
zz) A Portaria n.o 244/2000, de 3 de Maio; vinícola, incluindo o arranque da vinha ilegal previsto
aaa) A Portaria n.o 28/2001, de 16 de Janeiro; na regulamentação comunitária. Para os produtos viti-
bbb) A Portaria n.o 364/2001, de 9 de Abril; vinícolas com direito às DO (denominação de origem)
ccc) A Portaria n.o 394/2001, de 16 de Abril; ou IG (indicação geográfica) da Região Demarcada do
ddd) A Portaria n.o 424/2001, de 19 de Abril; Douro e da Região Autónoma da Madeira, tais com-
eee) A Portaria n.o 1450/2001, de 22 de Dezembro. petências são atribuídas, respectivamente, ao Instituto
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dos Vinhos do Douro e Porto e ao Instituto do Vinho fixadas, declaradas ou determinadas pela
da Madeira, tendo em conta as especificidades destas entidade certificadora;
regiões. iii) Substituição total ou parcial do vinho ou
Foram ouvidos os órgãos de governo próprios das produto vitivinícola, bem como de algum
Regiões Autónomas, as organizações representativas dos seus ingredientes por outra substân-
dos interesses do sector e a Comissão Nacional de Pro- cia, de modo a imitá-lo;
tecção de Dados.
Assim: b) Corrupto — vinho ou produto vitivinícola anor-
No uso da autorização legislativa concedida pela Lei mal, por ter entrado em decomposição ou putre-
n.o 7/2004, de 5 de Março, e nos termos das alíneas a) facção ou por encerrar substâncias, germes ou
e b) do n.o 1 do artigo 198.o da Constituição, o Governo produtos nocivos ou por se apresentar de
decreta o seguinte: alguma forma repugnante;
c) Avariado — vinho ou produto vitivinícola anor-
Regime das infracções vitivinícolas
mal que, não estando falsificado ou corrupto,
se deteriorou ou sofreu modificações na sua
natureza, composição ou qualidade que lhe são
CAPÍTULO I próprias, quer por acção intrínseca, quer por
Disposições gerais acção do meio, do tempo ou de quaisquer outros
agentes ou substâncias a que esteve sujeito;
Artigo 1.o d) Com falta de requisitos — vinho ou produto viti-
vinícola anormal que não esteja falsificado, cor-
Objecto rupto ou avariado, mas que não se apresente
O presente diploma estabelece o regime das infrac- conforme quanto ao aspecto ou à análise
ções relativas ao incumprimento da disciplina legal apli- sensorial.
cável à vinha, à produção, ao comércio, à transformação
e ao trânsito dos vinhos e dos outros produtos vitivi- 3 — Considera-se sempre avariado o vinho ou pro-
nícolas e às actividades desenvolvidas neste sector. duto vitivinícola cujo material de acondicionamento ou
cuja armazenagem, por deficiente ou inadequada, seja
susceptível de o tornar anormal, deteriorando-o, pro-
Artigo 2.o vocando-lhe modificações de natureza ou composição,
Definições ou alterando as características que lhe são próprias.

1 — Para efeitos deste diploma, considera-se anormal Artigo 3.o


o vinho ou produto vitivinícola que, sendo ou não sus-
ceptível de prejudicar a saúde do consumidor: Entidades competentes

a) Não seja genuíno; 1 — Sem prejuízo das competências atribuídas a


b) Não se apresente em perfeitas condições de outras entidades, designadamente em matéria de polícia
maturação, frescura, conservação, exposição à criminal, compete ao Instituto da Vinha e do Vinho
venda, acondicionamento ou outras indispen- (IVV) fiscalizar o cumprimento das disposições legais
sáveis à sua aptidão para consumo ou utilização; aplicáveis ao sector vitivinícola, instruir e decidir os pro-
c) Não satisfaça as características analíticas ou cessos de contra-ordenação e exercer as demais com-
organolépticas que lhe são próprias, legalmente petências previstas neste diploma.
fixadas ou determinadas pela entidade certi- 2 — Para os produtos vitivinícolas com direito às DO
ficadora. (denominação de origem) ou IG (indicação geográfica)
da Região Demarcada do Douro e da Região Autónoma
2 — O vinho ou produto vitivinícola anormal clas- da Madeira, as competências referidas no número ante-
sifica-se em: rior são exercidas, respectivamente, pelo Instituto dos
Vinhos do Douro e Porto (IVDP) e pelo Instituto do
a) Falsificado — vinho ou produto vitivinícola anor- Vinho da Madeira (IVM), sem prejuízo do disposto no
mal que tenha sido submetido a qualquer prática artigo 20.o
cultural, prática ou tratamento enológico não
permitidos, resultante da: Artigo 4.o
Conceito e regime geral
i) Adição de alguma substância, inclusive
ingrediente ou qualquer aditivo, estra- 1 — As infracções ao disposto neste diploma cons-
nhos ou não à sua composição e natureza, tituem crimes puníveis nos termos estabelecidos no capí-
cuja adição não seja permitida por lei ou tulo II ou contra-ordenações puníveis com as coimas
pela entidade certificadora e que possa e as sanções acessórias previstas no capítulo III.
ter como consequências, nomeadamente, 2 — Aos crimes e às contra-ordenações previstos no
o aumento de peso ou de volume, a sua presente diploma são aplicáveis, subsidiária e respec-
deterioração, a falsificação da sua ver- tivamente, o Código Penal, o Código de Processo Penal
dadeira idade ou, ainda, o encobrimento e legislação complementar e o regime geral das con-
das características que lhe são próprias; tra-ordenações.
ii) Subtracção total ou parcial ao vinho ou 3 — Em matéria de contra-ordenações, a tentativa e
produto vitivinícola de algum ingrediente a negligência são sempre puníveis, com as sanções esta-
ou constituinte de modo a desvirtuá-lo belecidas para o ilícito consumado, reduzindo-se a
ou a empobrecê-lo quanto à sua quali- metade os limites máximo e mínimo das coimas apli-
dade ou composição próprias, legalmente cáveis.
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Artigo 5.o 3 — À decisão de arranque da vinha aplica-se, com


Medidas preventivas
as devidas adaptações, o disposto nos n.os 5 e 6 do artigo
anterior.
1 — Havendo fundados indícios da prática das infrac-
ções previstas nos artigos 7.o a 9.o e 11.o a 18.o, podem
os presidentes do IVV, do IVDP e do IVM, mediante CAPÍTULO II
despacho fundamentado, determinar a suspensão pre-
Crimes
ventiva da certificação de produtos vitivinícolas prove-
nientes de certa exploração ou detidos por certos agentes
económicos, ou proibir a circulação ou a expedição des- Artigo 7.o
ses mesmos produtos, quando tal se revele necessário Vinhos ou produtos vitivinícolas anormais
para a eficaz instrução do processo, para evitar a con-
tinuação da actividade ilícita ou quando tais medidas 1 — Quem produzir, preparar, transformar, tiver em
se revelem imprescindíveis à salvaguarda dos interesses depósito ou em exposição para venda, transportar, ven-
do sector vitivinícola. der ou transaccionar por qualquer forma vinhos ou pro-
2 — No exercício das suas funções, os agentes de fis- dutos vitivinícolas anormais ou com natureza, qualidade
calização do IVV, do IVDP e do IVM podem proceder ou quantidade diferentes da anunciada, tendo conhe-
à apreensão dos produtos, documentos e outros objectos cimento dessa anomalia, é punido com pena de prisão
que constituam resultado ou instrumento da prática das até 3 anos ou pena de multa até 150 dias, salvo se o
infracções previstas nos artigos 7.o a 9.o e 11.o a 18.o facto estiver previsto em tipo legal de crime que comine
ou à selagem de determinadas vasilhas, armazéns ou pena mais grave.
outras instalações, quando tais medidas se mostrem 2 — Na graduação da pena deve atender-se, em espe-
imprescindíveis para preservar elementos de prova, para cial, ao grau de anormalidade apresentado pelo produto
evitar a continuação da prática ilícita ou quando os em questão, tendo em conta o disposto no artigo 2.o
objectos possam vir a ser declarados perdidos a título
de sanção. Artigo 8.o
3 — As medidas referidas no número anterior cessam
Usurpação de denominação de origem ou de indicação geográfica
logo que se tornem desnecessárias para os efeitos refe-
ridos no número anterior, mediante despacho funda- 1 — Quem, não tendo direito ao uso de uma DO
mentado dos presidentes do IVV, do IVDP e do IVM ou IG, utilizar nos seus vinhos ou produtos vitivinícolas
ou logo que transite em julgado a decisão condenatória, sinais que constituam reprodução, imitação ou tradução
salvo quando desta resulte a perda dos bens apreendidos. das mesmas, ainda que seja indicada a verdadeira origem
4 — Quando haja fundadas suspeitas da prática dos dos produtos ou que a DO ou IG seja acompanhada
actos previstos nos artigos 7.o a 9.o e 11.o a 18.o no de expressões como «género», «tipo», «qualidade»,
exterior do território nacional, podem os presidentes «rival de» ou equivalentes, é punido com pena de prisão
do IVV, do IVDP e do IVM, mediante despacho fun- de 6 meses a 4 anos, sendo a negligência punível com
damentado, determinar a suspensão das expedições com pena de prisão até 2 anos.
destino ao operador estrangeiro suspeito da sua autoria, 2 — Quem, com intenção de obter para si ou para
até conclusão das averiguações que se mostrem neces- terceiro um benefício ilegítimo, vender, oferecer para
sárias por parte das autoridades competentes. venda, detiver ou armazenar, como beneficiando de DO
5 — Os despachos previstos nos números anteriores ou IG, vinhos ou produtos vitivinícolas sem direito a
podem ser objecto de impugnação judicial autónoma, tais designações, ou que não tenham sido previamente
cuja interposição não tem efeito suspensivo sobre a exe- certificados pela entidade competente, é punido com
cução imediata das medidas que hajam sido deter- pena de prisão de 6 meses a 4 anos.
minadas. 3 — Quem transportar os produtos referidos no
6 — Para execução das medidas previstas neste artigo, número anterior, tendo conhecimento do destino ilícito
os presidentes do IVV, do IVDP e do IVM podem a dar aos mesmos, é punido com pena de prisão até
solicitar a colaboração das autoridades policiais e de 2 anos e a perda dos meios de transporte utilizados.
outras entidades públicas, bem como das entidades cer- 4 — Quem comercializar, sob a aparência de um
tificadoras de produtos vitivinícolas na esfera das suas vinho ou produto vitivinícola com direito a DO ou IG,
competências. um produto vitivinícola com características diversas das
Artigo 6.o amostras aprovadas pela entidade certificadora, tendo
consciência desse facto, é punido com pena de prisão
Arranque da vinha ilegal até 2 anos, quando o agente seja o produtor das amostras
1 — Os presidentes do IVV, do IVDP e do IVM aprovadas.
podem ordenar o arranque da vinha plantada em vio- 5 — Às penas aplicáveis aos crimes previstos neste
lação das normas comunitárias ou nacionais relativas artigo acresce sempre a perda a favor do Estado dos
à gestão do potencial vitícola, após audição do inte- produtos vitivinícolas relacionados com a prática da
ressado, devendo fixar um prazo para o cumprimento infracção, sem prejuízo da aplicação das sanções aces-
voluntário daquela determinação. sórias previstas no artigo 10.o
2 — Decorrido o prazo fixado sem que a ordem de 6 — A tentativa é punível.
arranque se mostre cumprida, o IVV, o IVDP ou o
IVM procedem à respectiva execução administrativa, Artigo 9.o
devendo as despesas incorridas ser pagas pelo infractor Tráfico de produtos vitivinícolas
no prazo de 20 dias a contar da notificação para o efeito,
sob pena de cobrança coerciva através do processo de 1 — Quem vender ou adquirir quaisquer produtos
execução fiscal. vitivinícolas provenientes do exterior de uma região
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demarcada com intenção de os fazer passar por produtos sas das amostras aprovadas por esta, quando
vitivinícolas originários dessa região ou de os utilizar tais condutas não integrem o tipo legal de crime
na produção ou elaboração de produtos vitivinícolas com previsto e punido pelo artigo 8.o;
direito a DO ou IG é punido com pena de prisão de b) Detenção, transporte e armazenagem de quais-
6 meses a 4 anos. quer produtos vitivinícolas provenientes do exte-
2 — Quem transportar os produtos referidos no rior de uma região demarcada em infracção à
número anterior, tendo conhecimento do destino ilícito disciplina legal dos vinhos dessa região, quando
a dar aos mesmos, é punido com pena de prisão até tais condutas não integrem o tipo legal de crime
2 anos. previsto e punido pelo artigo 9.o
3 — Às penas aplicáveis aos crimes previstos neste
artigo acresce sempre a perda a favor do Estado dos 2 — Constitui contra-ordenação punível com coima
meios de transporte utilizados e dos produtos vitiviní- de E 500 a E 10 000 ou de E 250 a E 5000, consoante
colas relacionados com a prática da infracção, sem pre- o agente seja uma entidade colectiva ou pessoa singular,
juízo da aplicação das sanções acessórias previstas no a utilização das palavras ou sinais constitutivos da DO
artigo 10.o ou IG e suas menções tradicionais ou de sinais com
4 — A tentativa é punível. eles confundíveis, de modo a induzir os consumidores
em erro quanto à proveniência, natureza ou qualidades
Artigo 10.o essenciais de produtos vitivinícolas, ainda que tal uso
não incida directamente sobre estes produtos.
Penas acessórias
3 — Nos casos previstos no n.o 1 serão sempre apli-
Conjuntamente com as penas previstas nos artigos cáveis as sanções acessórias de perda a favor do IVV,
anteriores, podem ser aplicadas aos agentes as seguintes do IVDP ou do IVM dos meios de transporte utilizados
penas acessórias: e dos vinhos ou produtos vitivinícolas relacionados com
a prática da infracção, sem prejuízo de outras que se
a) Perda a favor do IVV, do IVDP ou do IVM mostrem justificadas.
dos produtos, vasilhame e demais objectos ou
mecanismos usados ou destinados à prática da
infracção; Artigo 12.o
b) Interdição do exercício da actividade de comer-
Produção e comercialização irregulares
ciante de vinho ou de transportador, por um
período de seis meses a dois anos; 1 — As infracções adiante referidas constituem con-
c) Quando o arguido seja pessoa singular, inibição tra-ordenações puníveis com coima de E 1000 a E 30 000
do exercício de cargos sociais ou de funções ou de E 500 a E 10 000, consoante o agente seja uma
de administração, gerência, direcção, chefia ou entidade colectiva ou pessoa singular:
qualquer forma de representação de entidades
ou pessoas inscritas na respectiva entidade cer- a) Utilização de práticas culturais ou enológicas
tificadora como viticultor, produtor ou comer- em infracção à regulamentação nacional e
ciante, por um período de seis meses a dois comunitária, ou ao determinado pelas entidades
anos; competentes;
d) Encerramento de estabelecimento pertencente b) Produção, preparação, venda, oferta para venda,
ou explorado pelo infractor; detenção, armazenamento ou transporte,
e) Publicação da decisão sancionatória pelo IVV, importação, exportação ou transacção por qual-
pelo IVDP ou pelo IVM, a expensas do infrac- quer forma de vinhos ou produtos vitivinícolas
tor, num dos jornais nacionais mais lidos na anormais, ou com natureza, qualidade ou quan-
região. tidade diferentes da anunciada, quando tais con-
dutas não integrem o tipo legal de crime previsto
e punido pelo artigo 7.o;
CAPÍTULO III c) Armazenagem ou engarrafamento de vinho ou
Contra-ordenações produtos vitivinícolas em instalações não homo-
logadas pela entidade competente;
SECÇÃO I d) Comercialização, oferta para venda, detenção
ou armazenagem de vinhos ou produtos viti-
Infracções vinícolas embalados em recipientes não regu-
lamentares e utilização de vasilhame de forma
Artigo 11.o contrária à estabelecida nas normas aplicáveis.
Uso indevido de DO ou IG
2 — A produção, elaboração, beneficiação ou comer-
1 — As infracções adiante referidas constituem con-
cialização de vinhos ou produtos vitivinícolas para além
tra-ordenações puníveis com coima de E 3000 a E 50 000
dos limites fixados por lei, regulamento ou pelas enti-
ou de E 1500 a E 30 000, consoante o agente seja uma
dades certificadoras competentes, incluindo os decor-
entidade colectiva ou pessoa singular:
rentes das regras de capacidade de vendas ou do regime
a) Venda, oferta para venda, detenção, transporte de liquidação de existências, constitui contra-ordenação
ou armazenagem, como beneficiando de DO ou punível com coima correspondente ao dobro do valor
IG, de vinhos ou produtos vitivinícolas sem de mercado dos produtos em excesso, com um mínimo
direito a tais designações, ou que não tenham de E 1000 e um máximo de E 30 000, ou de E 500 e
sido previamente certificados pela entidade de E 10 000, consoante o agente seja uma entidade
competente, ou ainda com características diver- colectiva ou pessoa singular.
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Artigo 13.o Artigo 17.o


Apresentação e rotulagem Infracções tributárias

1 — A comercialização de vinhos ou produtos viti- A expedição, a comercialização ou o transporte de


vinícolas embalados sem símbolo ou selo de garantia, vinhos ou produtos vitivinícolas sem o prévio pagamento
quando exigível, ou com selagem diversa da prevista das taxas, previstas no respectivo regime tributário, que
para o recipiente utilizado constitui contra-ordenação se mostrem devidas nesse momento, bem como a falta
punível com coima de E 1000 a E 30 000 ou de E 500 de apresentação pelos sujeitos passivos de declarações
a E 10 000, consoante o agente seja uma entidade colec- exigíveis para efeitos de liquidação, ou a apresentação
tiva ou pessoa singular. de declarações inexactas ou incompletas para este efeito,
2 — A comercialização, detenção ou oferta para constituem contra-ordenações puníveis com coima de
venda de vinhos ou produtos vitivinícolas sem rotulagem montante não inferior ao valor que deixou de ser tem-
obrigatória, cuja rotulagem não haja sido comunicada pestivamente cobrado, num mínimo de E 200 e num
ou aprovada pelas entidades competentes, com rótulos máximo de E 100 000, sem prejuízo do pagamento da
diferentes dos comunicados ou aprovados, ou contendo respectiva taxa e da eventual aplicação de sanções pre-
menções ou qualificativos não admitidos pela regula- vistas no Regime Geral das Infracções Tributárias.
mentação aplicável, constitui contra-ordenação punível
com coima de E 750 a E 20 000 ou de E 400 a E 10 000, Artigo 18.o
consoante o agente seja uma entidade colectiva ou pes- Violação de normas da organização do mercado vitivinícola
soa singular.
3 — A falta ou inexactidão de indicações legalmente 1 — Constitui contra-ordenação punível com coima
obrigatórias nos rótulos é punível com coima de E 500 de E 500 a E 10 000 ou de E 250 a E 5000, consoante
a E 10 000 ou de E 250 a E 5000, consoante o agente o agente seja uma entidade colectiva ou pessoa singular,
seja uma entidade colectiva ou pessoa singular. a violação de preceitos legais reguladores da organização
do mercado vitivinícola, bem como daqueles que impo-
nham formas especiais de escrituração, registo, arquivo
Artigo 14.o ou comunicação de elementos relativos à respectiva acti-
Transporte irregular de vinhos ou produtos vitivinícolas vidade, designadamente declarações de colheita e pro-
dução ou de existências de vinhos ou produtos viti-
1 — Constitui contra-ordenação punível com coima vinícolas.
de E 500 a E 10 000 ou de E 250 a E 5000, consoante 2 — Nas mesmas sanções incorre quem produzir, pre-
o agente seja uma entidade colectiva ou pessoa singular, parar, transportar, armazenar, detiver em depósito ou
o transporte de vinhos ou produtos vitivinícolas sem para venda, vender, importar, exportar ou transaccionar
a documentação de acompanhamento obrigatória, ou por qualquer outra forma bens ou prestar serviços com
com documentação contendo indicações falsas ou rasu- inobservância das regras legalmente estabelecidas para
ras, sem prejuízo das sanções aplicáveis à falsificação. o exercício da actividade no sector vitivinícola, quando
2 — Se a documentação referida no número anterior tais factos não constituam uma das infracções previstas
contiver indicações erradas, incompletas ou omissões, nos artigos anteriores.
a coima será de E 200 a E 5000 ou de E 100 a E 2500, Artigo 19.o
consoante seja aplicada a entidade colectiva ou a pessoa
singular. Sanções acessórias

1 — Consoante a gravidade da contra-ordenação e


Artigo 15. o a culpa do agente, podem ser aplicadas cumulativamente
com as coimas previstas nos artigos anteriores as seguin-
Exercício ilegal da actividade tes sanções acessórias:
Constitui contra-ordenação punível com coima de a) Perda a favor do IVV, do IVDP ou do IVM
E 2000 a E 20 000 ou de E 1000 a E 10 000, consoante dos produtos elaborados ou comercializados em
o agente seja uma entidade colectiva ou pessoa singular, infracção ao disposto neste diploma e dos pro-
a produção, elaboração e comercialização de vinhos ou dutos, objectos, vasilhame ou mecanismos usa-
produtos vitivinícolas por pessoas não inscritas no IVV dos ou destinados à prática da infracção;
ou nas entidades certificadoras competentes, ou sem b) Interdição do exercício da actividade cujo exer-
dar cumprimento a formalidades prévias de verificação cício dependa de inscrição na entidade pública,
ou registo obrigatórios. por um período de seis meses a dois anos;
c) Quando o arguido seja pessoa singular, inibição
do exercício de cargos sociais ou de funções
Artigo 16.o de administração, gerência, direcção, chefia ou
Vinha ilegal qualquer forma de representação de entidades
ou pessoas inscritas na respectiva entidade cer-
1 — A plantação de vinha sem a respectiva autori- tificadora como viticultor, produtor ou comer-
zação constitui contra-ordenação punível com coima de ciante, por um período de seis meses a dois
E 2 por cada pé de vinha ilegalmente plantado, com anos;
um mínimo de E 1000 e um máximo de E 25 000, sem d) Encerramento de estabelecimento pertencente
prejuízo do arranque da vinha, a ordenar nos termos ou explorado pelo infractor;
do artigo 6.o e) Publicação da decisão sancionatória pelo IVV,
2 — Os valores referidos no número anterior são ele- pelo IVDP ou pelo IVM, a expensas do infrac-
vados para o dobro quando o agente da infracção seja tor, num dos jornais nacionais mais lidos na
uma entidade colectiva. região.
N.o 198 — 23 de Agosto de 2004 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 5619

2 — Os pressupostos da aplicação das sanções aces- 3 — Os presidentes do IVV, do IVDP ou do IVM


sórias previstas no número anterior são os estabelecidos podem ainda suspender total ou parcialmente a exe-
no regime geral das contra-ordenações, sem prejuízo cução da sanção, por um prazo de um a três anos, ou
do disposto no número seguinte. condicionar tal suspensão ao cumprimento de certas
3 — A perda de produtos e objectos prevista na alí- obrigações consideradas necessárias à regularização de
nea a) do n.o 1 pode ter lugar ainda que não possa situações ilegais, à reparação de danos ou à prevenção
haver procedimento contra o agente ou a este não seja de perigos.
aplicada uma coima, quando estejam em causa vinhos 4 — Decorrido o prazo de suspensão estabelecido no
ou produtos vitivinícolas produzidos em violação da res- número anterior sem que o arguido tenha praticado
pectiva disciplina. qualquer infracção prevista no presente diploma ou em
legislação vitivinícola ou violado as obrigações que lhe
foram impostas, a sanção aplicada fica sem efeito, pro-
SECÇÃO II cedendo-se, caso contrário, à sua execução.
Processo de contra-ordenação
Artigo 22.o
Artigo 20.o
Pagamento voluntário
Regras gerais
1 — Se o infractor não apresentar qualquer antece-
1 — Sem prejuízo do disposto nos números seguintes,
dente no respectivo registo individual, pode proceder
compete ao IVV instruir os processos de contra-orde-
ao pagamento voluntário pelo mínimo legal da coima
nação previstos no presente diploma, competindo ao
prevista para a respectiva infracção, até ao limite do
seu presidente aplicar as correspondentes coimas e san-
prazo fixado para o exercício do direito de audição e
ções acessórias, função que pode delegar num dos
defesa.
vice-presidentes.
2 — O pagamento voluntário da coima não exclui a
2 — Sempre que as infracções forem praticadas na
possibilidade de aplicação de sanções acessórias.
Região Demarcada do Douro ou respeitem aos vinhos
3 — O pagamento voluntário, efectuado no prazo
ou produtos vitivinícolas dessa Região com DO ou IG,
referido no n.o 1, isenta o arguido de custas, salvo se
as competências previstas no n.o 1 cabem ao IVDP.
houver lugar a despesas decorrentes da realização de
3 — Sempre que as infracções forem praticadas na
exames laboratoriais e de apreensão de produtos no
Região Autónoma da Madeira ou respeitem aos vinhos
âmbito do respectivo processo ou quando se mostrem
ou produtos vitivinícolas com DO ou IG, as compe-
aplicáveis sanções acessórias.
tências previstas no n.o 1 cabem ao IVM.
4 — O pagamento voluntário da coima nos termos
4 — No decurso da averiguação ou da instrução, o
dos números anteriores determina o arquivamento do
IVV, o IVDP e o IVM podem solicitar às entidades
processo, salvo se houver lugar à aplicação de sanções
policiais e a quaisquer outros serviços públicos ou auto-
acessórias.
ridades toda a colaboração ou auxílio que julguem neces-
sários para a realização das finalidades do processo.
5 — Em caso de recurso das decisões proferidas pelos
CAPÍTULO IV
presidentes do IVV, do IVDP e do IVM, estes podem
participar, através de um representante, na audiência Tratamento de dados pessoais
de julgamento, tendo legitimidade para recorrer das
decisões proferidas no processo de impugnação que Artigo 23.o
admitam recurso.
6 — O produto das coimas e da venda dos produtos Organização e protecção de dados pessoais
apreendidos é distribuído da seguinte forma: 1 — O IVV organiza o registo individual informati-
a) 10 % para a entidade que levantou o auto e zado de cada arguido, sujeito a confidencialidade, no
instruiu o processo; qual são introduzidas todas as sanções que por ele lhe
b) 20 % para a entidade que aplicou a coima; forem aplicadas bem como pelo IVDP e pelo IVM por
c) 10 % para o Instituto de Reinserção Social; infracções cometidas após a publicação deste diploma.
d) 60 % para o Estado. 2 — Nos processos em que deva ser apreciada a res-
ponsabilidade de qualquer arguido é sempre junta uma
cópia dos registos que lhe digam respeito, podendo o
7 — O produto das coimas cobradas nas Regiões interessado ter acesso ao seu registo sempre que o
Autónomas constitui receita própria destas. solicite.
3 — No caso de tratamento de dados pessoais rela-
Artigo 21.o tivos à prevenção e investigação criminal, o direito de
acesso pelo arguido ao seu registo é exercido através
Suspensão do processo e admoestação da Comissão Nacional de Protecção de Dados, em con-
formidade com o disposto no n.o 2 do artigo 11.o da
1 — Quando a reduzida gravidade da infracção e da Lei n.o 67/98, de 26 de Outubro.
culpa do agente o justifiquem, os presidentes do IVV,
do IVDP ou do IVM podem suspender o processo, noti-
ficando o infractor para, no prazo que lhe fixar, sanar Artigo 24.o
a irregularidade em que incorreu, aplicando, nesse caso, Registos
uma simples admoestação.
2 — A falta de sanação da irregularidade no prazo Os registos têm por finalidade instituir um sistema
fixado determina o prosseguimento do processo. de informação centralizado sobre pessoas a quem sejam
5620 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 198 — 23 de Agosto de 2004

aplicadas coimas e sanções acessórias na área vitiviní- Artigo 28.o


cola, integrando diversos dados relativos a ficheiros de
Ficheiro de processos de contra-ordenação
pessoa singular ou colectiva, de processos de contra-
-ordenação e de registo individual de arguido. 1 — O ficheiro de processos de contra-ordenação per-
mite o registo e o acompanhamento dos processos
Artigo 25.o contra-ordenacionais.
2 — O ficheiro de processos de contra-ordenação con-
Dados recolhidos tém os seguintes dados:
a) Processo ID;
1 — Os dados recolhidos devem limitar-se ao estri- b) Número do processo;
tamente necessário à prevenção ou à repressão de infrac- c) Número do auto de notícia;
ções penais ou de contra-ordenações, no quadro das d) Entidade autuante;
atribuições a que se refere o artigo anterior, não e) Data e local da infracção;
podendo ser utilizados para fins diferentes dos previstos f) Legislação infringida;
no presente diploma. g) Medidas cautelares;
2 — Os dados relativos às decisões que apliquem san- h) Entidade competente para a instrução;
ções emanadas do IVV, IVDP e IVM devem ser exactos, i) Decisão;
devendo ser mantida actualizada a informação constante j) Data da decisão;
dos mesmos, fornecendo às entidades participantes nos l) Entidade decisória;
processos os correspondentes elementos estatísticos e m) Condenação, com indicação da coima ou admoes-
de apoio à decisão. tação e custas;
Artigo 26.o n) Pagamento voluntário da coima;
o) Sanções acessórias, com menção da perda de
Responsável pelos ficheiros produtos, vasilhame ou outros objectos, data do
início e do termo da interdição do exercício da
1 — A entidade responsável pelos ficheiros é o IVV. actividade e, quando o arguido seja pessoa sin-
2 — É da competência do presidente do IVV asse- gular, da inibição do exercício de cargos sociais
gurar o direito de informação e de acesso aos dados ou de funções de administração, gerência, direc-
dos respectivos titulares, mediante solicitação escrita dos ção ou chefia;
mesmos, bem como proceder ou promover a correcção p) Absolvição e arquivamento dos autos;
de inexactidões, o completamento das omissões e a q) Recursos;
supressão de dados indevidamente registados, nos ter- r) Identificação do tribunal judicial onde corre ter-
mos previstos na alínea d) do n.o 1 do artigo 11.o da mos o recurso;
Lei n.o 67/98, de 26 de Outubro. s) Liquidação da coima e custas;
3 — O sistema de informação previsto no artigo 24.o t) Pagamento em prestações; e
processa matéria de contra-ordenações e de registo de u) Execução da decisão condenatória.
arguidos pelo que a obrigação de informação referida
no número anterior pode ser dispensada por razões de 3 — A informação contida no ficheiro de processos
prevenção e de investigação criminal, de acordo com de contra-ordenação só é visível pelo utilizador que a
o disposto no n.o 5 do artigo 10.o da Lei n.o 67/98, registou e pelos utilizadores com permissão para a ins-
de 26 de Outubro. trução e decisão dos respectivos processos contra-
-ordenacionais ou judiciais.
Artigo 27.o 4 — Para efeitos do disposto no número anterior, os
Ficheiro de pessoa singular ou colectiva
utilizadores com funções de apoio administrativo só têm
acesso ao ficheiro de processos de contra-ordenação
1 — O ficheiro de pessoa singular ou colectiva per- para introdução de documentos, não tendo acesso às
mite registar os dados relativos a pessoas singulares ou restantes peças que compõem qualquer processo em
colectivas identificadas no decurso de uma missão de instrução.
inspecção.
2 — O ficheiro de pessoa singular ou colectiva contém Artigo 29.o
os seguintes dados:
Ficheiro de registo individual de arguido
a) Tratando-se de pessoa singular: individual ID 1 — O ficheiro de registo individual de arguido per-
(chave de identificação de ficheiro informático), mite o registo de todas as sanções aplicadas a cada
nome, alcunha, naturalidade, data de nasci- arguido por infracções cometidas.
mento, nacionalidade, filiação, profissão, estado 2 — O ficheiro de registo individual de arguido con-
civil, contribuinte (designação, número, reparti- tém os seguintes dados:
ção, código e data de emissão), morada, telefone,
telecópia, e-mail e documento de identificação a) Arguido ID;
(tipo, número, data de emissão, entidade emis- b) Número do processo;
sora e validade); c) Decisão condenatória, com indicação da coima
b) Tratando-se de pessoa colectiva: colectivo ID, e sanções acessórias aplicadas;
denominação social, alcunha, contribuinte d) Data da decisão;
(designação, número, repartição, código e data e) Início e termo da interdição do exercício da acti-
de emissão), morada, telefone, telecópia e vidade e, quando o arguido seja pessoa singular,
e-mail. da inibição do exercício de cargos sociais ou
N.o 198 — 23 de Agosto de 2004 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 5621

de funções de administração, gerência, direcção ser lidos, copiados, alterados ou eliminados de


ou chefia; forma não autorizada;
f) Entidade decisora; e f) A transmissão dos dados é objecto de controlo,
g) Tipo da infracção. para garantir que a sua utilização seja limitada
às entidades autorizadas.
3 — O registo de dados para este ficheiro é efectuado
pelos utilizadores da entidade que aplica a decisão, com Artigo 33.o
permissões para a instrução e decisão de processos.
Sigilo profissional
o
Artigo 30. Nos termos do n. 1 do artigo 17.o da Lei n.o 67/98,
o

Comunicação dos dados de 26 de Outubro, todos os utilizadores, bem como os


funcionários, agentes ou contratados das entidades par-
1 — Os dados existentes nos ficheiros podem ser ticipantes nos processos que, no exercício das suas funções
comunicados para efeitos de investigação criminal, de ou no decurso da sua actividade, tomem conhecimento
instrução de processos judiciais ou de processos de con- de dados ou informações existentes nos ficheiros, ficam
tra-ordenação, nomeadamente os dados referentes aos obrigados a sigilo profissional, mesmo após o termo das
processos a serem instruídos pelo IVDP e IVM. suas funções.
2 — A comunicação referida no número anterior
depende de solicitação do magistrado ou de entidade
administrativa ou policial competente, devendo obede- CAPÍTULO V
cer às normas legais relativas à confidencialidade de Disposições finais
dados.
3 — O IVV assegura a comunicação dos dados refe- Artigo 34.o
ridos no n.o 1, no quadro das obrigações a que esteja
sujeito por lei. Revogação
4 — Nos casos em que as decisões que apliquem san- É revogado o Decreto-Lei n.o 295/97, de 24 de
ções emanadas pelo IVV, IVDP e IVM sejam impug- Outubro.
nadas judicialmente, os tribunais deverão comunicar ao
IVV o resultado dessa mesma impugnação, para fins Artigo 35.o
de actualização dos dados. Entrada em vigor

O presente diploma entra em vigor 30 dias após a


Artigo 31.o sua publicação.
Conservação dos dados pessoais Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 1 de
Os dados existentes nos ficheiros são conservados Julho de 2004. — José Manuel Durão Barroso — Maria
durante os cinco anos subsequentes à data em que foram Manuela Dias Ferreira Leite — Maria Celeste Ferreira
recolhidos ou em que terminar a execução das sanções Lopes Cardona — Armando José Cordeiro Sevinate Pinto.
aplicadas em processos contra-ordenacionais ou judi-
ciais. Promulgado em 6 de Agosto de 2004.
Publique-se.
Artigo 32.o
O Presidente da República, JORGE SAMPAIO.
Segurança da informação

Tendo em vista a segurança da informação, de acordo Referendado em 11 de Agosto de 2004.


com o estipulado na Lei n.o 67/98, de 26 de Outubro, O Primeiro-Ministro, Pedro Miguel de Santana Lopes.
cabe à entidade responsável pelos ficheiros garantir a
observação das seguintes regras:
a) A entrada nas instalações utilizadas para tra-
tamento dos dados é objecto de controlo, a fim MINISTÉRIO DA SAÚDE
de impedir o acesso de qualquer pessoa não
autorizada; Decreto-Lei n.o 214/2004
b) Os suportes de dados são objecto de controlo, de 23 de Agosto
a fim de impedir que possam ser lidos, copiados
ou retirados por qualquer pessoa não auto- A reforma do sector da saúde constitui um vector
rizada; prioritário de actuação governamental, estando em
c) Os sistemas de tratamento automatizado de curso uma profunda reestruturação do Serviço Nacional
dados são objecto de controlo, para impedir que de Saúde por forma a transformar o actual sistema
possam ser utilizados, através de instalações de público num sistema de saúde moderno e renovado,
transmissão de dados, por pessoas não auto- mais justo e eficiente, e fundamentalmente orientado
rizadas; para as necessidades dos utentes.
d) O acesso aos dados é objecto de controlo, para Nesta linha, o Governo propôs-se lançar um amplo
que as pessoas autorizadas só possam ter acesso e ambicioso programa de reforma da gestão hospitalar,
aos dados necessários ao exercício das suas apostando no aprofundamento das formas de gestão de
funções; natureza empresarial.
e) O transporte de suportes de dados é objecto Na linha da reforma levada a cabo no ano de 2002,
de controlo, para impedir que os dados possam o presente diploma constitui mais um passo no alar-

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