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dos Vinhos do Douro e Porto e ao Instituto do Vinho fixadas, declaradas ou determinadas pela
da Madeira, tendo em conta as especificidades destas entidade certificadora;
regiões. iii) Substituição total ou parcial do vinho ou
Foram ouvidos os órgãos de governo próprios das produto vitivinícola, bem como de algum
Regiões Autónomas, as organizações representativas dos seus ingredientes por outra substân-
dos interesses do sector e a Comissão Nacional de Pro- cia, de modo a imitá-lo;
tecção de Dados.
Assim: b) Corrupto — vinho ou produto vitivinícola anor-
No uso da autorização legislativa concedida pela Lei mal, por ter entrado em decomposição ou putre-
n.o 7/2004, de 5 de Março, e nos termos das alíneas a) facção ou por encerrar substâncias, germes ou
e b) do n.o 1 do artigo 198.o da Constituição, o Governo produtos nocivos ou por se apresentar de
decreta o seguinte: alguma forma repugnante;
c) Avariado — vinho ou produto vitivinícola anor-
Regime das infracções vitivinícolas
mal que, não estando falsificado ou corrupto,
se deteriorou ou sofreu modificações na sua
natureza, composição ou qualidade que lhe são
CAPÍTULO I próprias, quer por acção intrínseca, quer por
Disposições gerais acção do meio, do tempo ou de quaisquer outros
agentes ou substâncias a que esteve sujeito;
Artigo 1.o d) Com falta de requisitos — vinho ou produto viti-
vinícola anormal que não esteja falsificado, cor-
Objecto rupto ou avariado, mas que não se apresente
O presente diploma estabelece o regime das infrac- conforme quanto ao aspecto ou à análise
ções relativas ao incumprimento da disciplina legal apli- sensorial.
cável à vinha, à produção, ao comércio, à transformação
e ao trânsito dos vinhos e dos outros produtos vitivi- 3 — Considera-se sempre avariado o vinho ou pro-
nícolas e às actividades desenvolvidas neste sector. duto vitivinícola cujo material de acondicionamento ou
cuja armazenagem, por deficiente ou inadequada, seja
susceptível de o tornar anormal, deteriorando-o, pro-
Artigo 2.o vocando-lhe modificações de natureza ou composição,
Definições ou alterando as características que lhe são próprias.
demarcada com intenção de os fazer passar por produtos sas das amostras aprovadas por esta, quando
vitivinícolas originários dessa região ou de os utilizar tais condutas não integrem o tipo legal de crime
na produção ou elaboração de produtos vitivinícolas com previsto e punido pelo artigo 8.o;
direito a DO ou IG é punido com pena de prisão de b) Detenção, transporte e armazenagem de quais-
6 meses a 4 anos. quer produtos vitivinícolas provenientes do exte-
2 — Quem transportar os produtos referidos no rior de uma região demarcada em infracção à
número anterior, tendo conhecimento do destino ilícito disciplina legal dos vinhos dessa região, quando
a dar aos mesmos, é punido com pena de prisão até tais condutas não integrem o tipo legal de crime
2 anos. previsto e punido pelo artigo 9.o
3 — Às penas aplicáveis aos crimes previstos neste
artigo acresce sempre a perda a favor do Estado dos 2 — Constitui contra-ordenação punível com coima
meios de transporte utilizados e dos produtos vitiviní- de E 500 a E 10 000 ou de E 250 a E 5000, consoante
colas relacionados com a prática da infracção, sem pre- o agente seja uma entidade colectiva ou pessoa singular,
juízo da aplicação das sanções acessórias previstas no a utilização das palavras ou sinais constitutivos da DO
artigo 10.o ou IG e suas menções tradicionais ou de sinais com
4 — A tentativa é punível. eles confundíveis, de modo a induzir os consumidores
em erro quanto à proveniência, natureza ou qualidades
Artigo 10.o essenciais de produtos vitivinícolas, ainda que tal uso
não incida directamente sobre estes produtos.
Penas acessórias
3 — Nos casos previstos no n.o 1 serão sempre apli-
Conjuntamente com as penas previstas nos artigos cáveis as sanções acessórias de perda a favor do IVV,
anteriores, podem ser aplicadas aos agentes as seguintes do IVDP ou do IVM dos meios de transporte utilizados
penas acessórias: e dos vinhos ou produtos vitivinícolas relacionados com
a prática da infracção, sem prejuízo de outras que se
a) Perda a favor do IVV, do IVDP ou do IVM mostrem justificadas.
dos produtos, vasilhame e demais objectos ou
mecanismos usados ou destinados à prática da
infracção; Artigo 12.o
b) Interdição do exercício da actividade de comer-
Produção e comercialização irregulares
ciante de vinho ou de transportador, por um
período de seis meses a dois anos; 1 — As infracções adiante referidas constituem con-
c) Quando o arguido seja pessoa singular, inibição tra-ordenações puníveis com coima de E 1000 a E 30 000
do exercício de cargos sociais ou de funções ou de E 500 a E 10 000, consoante o agente seja uma
de administração, gerência, direcção, chefia ou entidade colectiva ou pessoa singular:
qualquer forma de representação de entidades
ou pessoas inscritas na respectiva entidade cer- a) Utilização de práticas culturais ou enológicas
tificadora como viticultor, produtor ou comer- em infracção à regulamentação nacional e
ciante, por um período de seis meses a dois comunitária, ou ao determinado pelas entidades
anos; competentes;
d) Encerramento de estabelecimento pertencente b) Produção, preparação, venda, oferta para venda,
ou explorado pelo infractor; detenção, armazenamento ou transporte,
e) Publicação da decisão sancionatória pelo IVV, importação, exportação ou transacção por qual-
pelo IVDP ou pelo IVM, a expensas do infrac- quer forma de vinhos ou produtos vitivinícolas
tor, num dos jornais nacionais mais lidos na anormais, ou com natureza, qualidade ou quan-
região. tidade diferentes da anunciada, quando tais con-
dutas não integrem o tipo legal de crime previsto
e punido pelo artigo 7.o;
CAPÍTULO III c) Armazenagem ou engarrafamento de vinho ou
Contra-ordenações produtos vitivinícolas em instalações não homo-
logadas pela entidade competente;
SECÇÃO I d) Comercialização, oferta para venda, detenção
ou armazenagem de vinhos ou produtos viti-
Infracções vinícolas embalados em recipientes não regu-
lamentares e utilização de vasilhame de forma
Artigo 11.o contrária à estabelecida nas normas aplicáveis.
Uso indevido de DO ou IG
2 — A produção, elaboração, beneficiação ou comer-
1 — As infracções adiante referidas constituem con-
cialização de vinhos ou produtos vitivinícolas para além
tra-ordenações puníveis com coima de E 3000 a E 50 000
dos limites fixados por lei, regulamento ou pelas enti-
ou de E 1500 a E 30 000, consoante o agente seja uma
dades certificadoras competentes, incluindo os decor-
entidade colectiva ou pessoa singular:
rentes das regras de capacidade de vendas ou do regime
a) Venda, oferta para venda, detenção, transporte de liquidação de existências, constitui contra-ordenação
ou armazenagem, como beneficiando de DO ou punível com coima correspondente ao dobro do valor
IG, de vinhos ou produtos vitivinícolas sem de mercado dos produtos em excesso, com um mínimo
direito a tais designações, ou que não tenham de E 1000 e um máximo de E 30 000, ou de E 500 e
sido previamente certificados pela entidade de E 10 000, consoante o agente seja uma entidade
competente, ou ainda com características diver- colectiva ou pessoa singular.
5618 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 198 — 23 de Agosto de 2004