Você está na página 1de 40

www.brasileconomico.com.

br
mobile.brasileconomico.com.br

SEXTA-FEIRA, 22 DE JANEIRO, 2010 | ANO 2 | Nº 86 | DIRETOR RICARDO GALUPPO | DIRETOR-ADJUNTO DARCIO OLIVEIRA | R$ 3,00

Biocosméticos Cihat Dündar, CEO Pesquisa Ibope compra empresa Infraestrutura Cisco diz que
Henrique Manreza

do Biota, quer faturar US$ 15 mi no nos Estados Unidos e inicia prazo para construir os estádios
início das operações no país. ➥ P29 internacionalização. ➥ P26 da Copa de 2014 é curto. ➥ P27

Classe C movimenta o consumo


e passa a ser assediada por bancos
Representando quase metade da população brasileira, a nova classe média acredita que continuará a evoluir financeiramente
O crescente hábito de consumo da classe C ses consumidores estão otimistas com a o BRASIL ECONÔMICO. Eles ainda não ab-
As instituições financeiras aproveitam
impulsiona em seu rastro uma oferta de cré- economia e seu futuro, mostra estudo da sorveram o custo dos juros, por exemplo, a familiaridade da classe C com as lojas
dito e produtos pelos bancos de varejo. Com Associação Comercial de São Paulo mas já recebem dos bancos ofertas de de varejo para oferecer ali seus serviços.
renda familiar entre R$ 1.116 e R$ 4.807, es- (ACSP) analisado com exclusividade para cartões de crédito e seguros. ➥ P4

Marcela Beltrão

Claro arruma a casa GE quer ser líder


e busca mais agilidade em raio X no país
A operadora de teletonia celular contratou a israelense Amdocs para
integrar seus sistemas, diminuir custos e garantir maior agilidade na
criação de produtos e se diferenciar das concorrentes Vivo, TIM e Oi. ➥ P22

Brasil deve ter PIB maior do que


França e Reino Unido em 2013
Investidores se interessam mais pelo país do pela Rússia e China,
segundo Christopher Garman, da consultoria americana Eurasia. ➥ P12

O “santinho” vai
Juro futuro
em alta pode chegar ao eleitor
inibir expansão pelo celular
do crédito O marketing digital vai marcar as
O acirramento da concorrência
eleições deste ano. De biometria
entre as instituições financeiras a blogues, passando pelo uso do
e a queda da inadimplência são celular como receptor para
fatores favoráveis para o crédito. mensagens dos candidatos,
No entanto, a curva de juros campanhas vão intensificar uso
projetada para 360 dias está
de canais virtuais para chegar
em alta, o que é um fator a coibir
novos financiamentos. Para o ao eleitor. O benchmarking é
Banco Central, o viés expansionista a eleição de Barack Obama. ➥ P10
dos empréstimos vai prevalecer.
O crédito imobiliário concedeu
o volume recorde de R$ 34 bilhões
no ano passado. E pode atingir
Ajuste fiscal tem
R$ 50 bilhões em 2010. ➥ P32 pouco tempo
▲ Dólar Ptax (R$/US$) 1,7895 1,7903
para conter Selic
▲ Dólar Comercial (R$/US$) 1,7990 1,8010
Eventuais medidas da Fazenda
▲ Euro (R$/€) 2,5249 2,5262
▲ Euro (US$/€) 1,4109 1,4111 para segurar o avanço da inflação,
já ventiladas no mercado, CEO da GE Healthcare, Cláudia
▲ Peso Argentino (R$/$) 0,4702 0,4709
■ Selic (meta/efetiva % a.a.) 8,75 8,65 podem retardar, mas não evitar, Goulart anuncia que a empresa
▼ Bovespa (var.%/pontos) -2,83 66.270,14 a alta dos juros em 2010. Contratos começa a produzir mamógrafos
▼ Dow Jones (var.%/pontos) -2,01 10.389,88 e raios X no Brasil entre junho
▼ Nasdaq (var.%/pontos) -1,12 2.265,70
de DI negociados na BM&FBovespa
ignoram a possibilidade de e julho para dobrar a participação
▼ FTSE 100 (var.%/pontos) -1,58 5.335,10
▼ S&P 500 (var.%/pontos) -1,89 1.116,48 mudanças e sobem com o mau no mercado brasileiro. ➥ P20
▼ Hang Seng (var.%/pontos) -1,99 20.862,67 humor externo. ➥ P34
2 Brasil Econômico Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010

NESTA EDIÇÃO

Henrique Manreza

Em alta Ibope compra 51% da americana Zogby


Marcela Beltrão Instituto de pesquisa brasileiro adquiriu participação
majoritária na empresa de pesquisa de opinião e tem a
preferência para comprar o restante em quatro anos. ➥ P26

Televisores 3D enfrentam barreiras


Preços elevados e a necessidade de usar óculos pouco
confortáveis emperram as vendas do aparelho. Indústria
pesquisa protótipos que dispensam os óculos. ➥ P28

A surpresa prometida pela Apple


Um mercado saudável para Lançamento da empresa de Steve Jobs está programado
para o dia 27, em São Francisco. Especulações indicam
equipamentos médicos que pode ser um “tablet” com tela sensível ao toque. ➥ P28
Com o movimento anual de US$ 100 Claro quer mais agilidade com o CES
bilhões, os serviços de saúde públicos Henrique Manreza

e privados brasileiros despertaram Sistema será implantado pela Amdocs, que tem J. Manuel
o interesse dos grupos produtores Briseno como diretor regional de marketing. “Todos os
de equipamentos médicos, que optaram sistemas serão regidos por um maestro”, explica . ➥ P23
por fabricar aqui seus produtos até agora
importados. É o caso da GE que, entre
junho e julho, entregará os primeiros O “santinho” chegará pelo celular
mamógrafos e raios X feitos no Brasil.
“Em três anos, quero conquistar a Versão digital do antigo sistema de propaganda eleitoral
liderança para esses dois equipamentos”, será enviada ao eleitor através canais como os spms
afirma Cláudia Goulart, presidente de e-mails e o SMS ou torpedos dos celulares. ➥ P10
da GE Healthcare para a América Latina.
A partir do Brasil, a GE quer se expandir na
América Latina e América Central. ➥ P20 SBPE pode liberar R$ 50 bi este ano
No ano passado, os créditos para construção e compra de
Inadimplência tem leve alta, imóveis com recursos da caderneta de poupança somaram
apesar da queda dos juros R$ 34 bilhões, incremento de 13,3% sobre 2008. ➥ P33
Biota quer faturar com boa aparência
Os juros cobrados nos empréstimos para Jarbas Oliveira

empresas encerraram 2009 a 25,5% Laboratório turco fabricante de xampu antiqueda e creme
ao ano em comparação com 30,7% em redutor de pelos começa a atuar no país. “O potencial de
dezembro de 2008 e 22,9% em 2007. Para consumo é grande”, diz Cihat Dündar, CEO do Biota. ➥ P29
as pessoas físicas, a taxa foi de 42,7% ante
57,9% um ano antes. Ao mesmo tempo,
o índice de inadimplência fechou o ano em Prazos da Copa preocupam a Cisco
5,6%, pouco acima dos 4,4% de dezembro
de 2008, mas com tendência de queda A Fifa exige que os estádios dos jogos da Copa de 2014
na avaliação de Altamir Lopes, chefe estejam concluídos até 31 de dezembro de 2012. “Estamos
do Departamento Econômico do Banco atrasados”, alerta a empresa que cuida da tecnologia. ➥ P27
Central. De acordo com Lopes, com
o aquecimento da economia e a percepção
de risco menor, o spread se reduzirá MPX construirá porto na Colômbia
abrindo espaço para juros menores
no decorrer do ano. ➥ P32 Braço do grupo de Eike Batista na área energética, empresa
adquiriu 521 hectares para a obra por onde escoará
Divulgação a produção da mina de carvão que explora no país. ➥ P30

Embrapa cria película comestível Alta da Selic é considerada inevitável


São filmes com sabor de frutas que podem ser usados “Ainda mais sendo 2010 um ano eleitoral em que é muito
para a proteção de alimentos, explica a pesquisadora da difícil o governo simplesmente fechar a torneira”, diz Edson
Embrapa Agroindústria Tropical Henriete de Azeredo. ➥ P16 Teles, economista-chefe da corretora Concórdia. ➥ P34

BQB começa a voar nos céus do Sul Os dividendos das elétricas privadas
A companhia aérea pertence ao grupo Buquebus, Campeãs na distribuição aos acionistas, remuneração
que opera ferry boats que ligam Buenos Aires ao Uruguai das companhias de controle privado prometem
A classe C leva mais alegria e já pediu autorização para voar para Porto Alegre. ➥ P18 ser maiores que os das empresas públicas. ➥ P36
aos parques temáticos
Daniel Acker/Bloomberg
O faturamento do Beto Carrero World,
o maior parque temático do país, cresceu A FRASE
30% em 2009, consagrando o ano como
o melhor em volume de vendas e de
visitação, desde sua inauguração em 1991.
“O setor financeiro está tendo muito
“Para nós não houve crise”, afirma Victor êxito na tentativa de evitar a
Hugo Loth, diretor de Mídia e Criação
do parque, refletindo as expectativas reestruturação do marco regulatório”
otimistas vividas por esse segmento do
entretenimento, que, agora, volta suas
atenções para a classe C. “A estabilização
da economia vai facilitar o crescimento
e a expansão dos parques porque há muita Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de Economia e professor da Universidade
demanda reprimida no país”, diz Francisco Columbia, ao acusar o sistema financeiro americano de não
Donatiello, presidente associação que ter administrado bem seus recursos. “Mas soube usar bem o capital
representa os parques temáticos. ➥ P24 político para conseguir ajuda em condições bem favoráveis”, afirmou.
Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010 Brasil Econômico 3

EDITORIAL

Masao Goto Filho

SANDRA TURCHI, SUPERINTENDENTE DE MARKETING DA ACSP Classe C, a nova


coqueluche
dos mercados
Quem compõe, afinal, a nova classe C,
disputadíssima por todos os segmentos
da economia? São famílias com rendi-
mento mensal entre R$ 1.116 e R$ 4.807.
Segundo a Fundação Getulio Vargas
(FGV), este estrato já corresponde à
metade da população brasileira.
Pesquisa da Associação Comercial de
São Paulo, aberta com exclusividade
para o BRASIL ECONÔMICO , revela os an-
seios e hábitos desses consumidores.
Gostam, sim, de pechinchar, cacoete
trazido dos idos tempos em que povoa-
vam as classes D e E. Também preferem
compras a prazo, o que explica a forte
demanda por crédito no Brasil, mostra-
da em reportagem na página 32.

Gosta de pechinchar, ainda


tem pouca familiaridade
com juros. Mas, tudo
indica, veio para ficar

Mas essas pessoas não se contentam


com o nível de renda recém-conquista-
do. Nada menos do que um terço quer
ascender às classes A e B em cinco anos.
É certo que faltam a esses consumidores
familiaridade com os novos meios de pa-
gamento e a consciência do elevado nível
das taxas de juros. Questão de educação
financeira, que deverá vir apenas com o
tempo. Confira a partir da página 4.
A porta de entrada ao templo de con-
sumo é inegavelmente o cartão de crédi-
to, sobretudo os private labels, ofereci-
dos por rede varejistas. Por meio desses
estabelecimentos também são oferecidos
seguros, o que indica uma gradual sofis-
ticação desta parcela da população.
O sonho da casa própria tem sido fa-
cilitado pelas instituições financeiras,
que reduzem drasticamente as exigên-
cias para a concessão de financiamen-
tos. O Bradesco, por exemplo, baixou
de 152 para somente 12 documentos pe-
didos para o financiamento imobiliário.
A instituição tem como meta liberar o
dinheiro em até 15 dias.
São pessoas que estão conquistando
seu lugar ao sol no sistema. Desta vez,
tudo indica que para ficar. ■

“É essencial ter um nível de endividamento que não saia do controle. A ideia é comprar
bem para comprar sempre”, aconselha Sandra Turchi, superintendente de marketing
da Associação Comercial de São Paulo, aos consumidores emergentes da nova classe C. ➥ P4

Diretor de Redação Ricardo Galuppo za, Regiane de Oliveira, Roberta Scrivano, Ruy Bara- Publicidade Comercial Juliana Farias, Renato Frioli, Val- (Gerente MktD e Internet), Gisele Leme (Coorde-
Diretor-adjunto Darcio Oliveira ta Neto, Thais Folego, Vanessa Correia Brasília Simo- quiria Resende, Wilson Haddad (Gerentes Executivos), nadora MktD e Internet), Lea Soler (Gerente Tmkt
ne Cavalcanti, Sílvio Ribas Rio de Janeiro Renata Ba- Márcia Abreu (Gerente de Publicidade), Bárbara de Sá, ativo), Silvana Chiaradia (Coordenadora Tmkt ati-
Editores Executivos Costábile Nicoletta, Fred Melo tista, Ricardo Rego Monteiro BRASIL ECONÔMICO On-li- Celeste Viveiros, Erico Bustamante (Executivos de vo), Alexandre Rodrigues (Gerente de Processos),
redacao@brasileconomico.com.br Paiva, Gabriel de Sales, Jiane Carvalho, Thaís Costa ne Marcel Salim (Editor), Carolina Marcondes, Con- Negócios), Andreia Luiz (Assistente Comercial) Denes Miranda (Coordenador de Planejamento)
Produção Editorial Clara Ywata Editores Arnaldo Co- rado Mazzoni, Vivian Pereira (Repórteres), Rodrigo
BRASIL ECONÔMICO é uma publicação min e Rita Karam (Empresas), Carla Jimenez (Brasil), Alves (Webdesigner) Publicidade Legal Marco Panza (Diretor Comer- Central de atendimento e venda de assinaturas
da Empresa Jornalística Econômico S.A. Cristina Ramalho (Outlook e FS), Laura Knapp (Des- Arte Pena Placeres (Diretor), Betto Vaz (Editor), cial), Ana Alves, Carlos Flores (Executivos de Ne- 4007 1127 (capitais) 0800 600 1127 (demais
taque), Márcia Pinheiro (Finanças) Subeditores Clau- Cassiano de O. Araujo, Evandro Moura, Letícia Al- gócios), Alcione Santos (Assistente Comercial) localidades). De segunda a sexta, das 7h às 20h
Presidente do Conselho de Administração dia Bozzo (Brasil), Fabiana Parajara, Isabelle Moreira ves, Maicon Silva, Paulo Argento, Renata Rodri- Sábado, das 7h às 15h
Lima (Empresas), Luciano Feltrin (Finanças), Phydia gues, Renato B. Gaspar, Tania Aquino, (Paginado- Departamento de Marketing Gian Marco La Bar- atendimento@brasileconomico.com.br
Maria Alexandra Mascarenhas Vasconcellos de Athayde (Outlook e FS) Repórteres Aline Lima, res) Infografia Alex Silva (Chefe), Monica Sobral, bera (Diretor), Samara Ramos (Coordenadora),
Amanda Vidigal, Ana Paula Machado, Carlos Eduar- Rubens Neto Fotografia Antonio Milena (Editor), Patricia Filippi (Planejadora), Solange Ferreira dos TABELA DE PREÇOS
Diretor-Presidente José Mascarenhas do Valim, Carolina Pereira, Cintia Esteves, Daniel Hai- Marcela Beltrão (Subeditora), Henrique Manreza, Santos (Assistente)
dar, Daniela Paiva, Denise Barra, Domingos Zaparolli, Murillo Constantino (Fotógrafos), Roberto Do- Assinatura Nacional
Diretor e Jornalista Responsável Ricardo Galuppo Dubes Sônego, Elaine Cotta, Fábio Suzuki, Françoise nask, Thais Moreira (Pesquisadores) Tratamento Operações Cristiane Perin (Diretora), Tarija Lan-
Terzian, Guilherme Guimarães, Gustavo Kahil, Ivone de imagem Antonio Moura, Henrique Peixoto zillo (Assistente) Trimestral Semestral Anual
Santana, João Paulo Freitas, Juliana Elias, Karen Bu- Secretaria/Produção Shizuka Matsuno R$ 247,50 R$ 495,00 R$ 990,00
Redação, Administração e Publicidade sic, Luiz Henrique Ligabue, Luiz Silveira, Lurdete Er- Departamento de Mercado Leitor Flávio Cordeiro Condições especiais para pacotes e projetos corporativos
Avenida das Nações Unidas, 11.633 - 8º andar, tel, Marcelo Cabral, Maria Luiza Filgueiras, Mariana Departamento Comercial (Diretor), Nancy Socegan Geraldi (Assistente Dire- (circulação de segunda a sábado, exceto nos feriados nacionais)
CEP 04578-901, Brooklin, São Paulo (SP), Celle, Mariana Segala, Marina Gomara, Martha S. J. Diretor Executivo Heitor Pontes toria), Carlos Madio (Gerente Negócios), Anderson
Tel. (11) 3320-2000. Fax (11) 3320-2158 França, Natália Flach, Natália Mazzoni, Nivaldo Sou- Assistente Executiva Sofia Pimentel Palma (Coordenador Negócios), Rodrigo Louro Impressão: Oceano Indústria Gráfica e Editora
4 Brasil Econômico Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010

DESTAQUE INCLUSÃO FINANCEIRA

Classe C move crédito Mesmo com mais acesso ao


crédito, 71,9% da classe C
mantém hábito de pechinchar

com compras a prazo


Mas planejamento financeiro começa a entrar para a lista de preocupações


Aline Lima presentar uma fatia do salário 47,9% das pessoas da classe C
alima@brasileconomico.com.br cada vez mais significativa. Aí informaram fazer pesquisa de
mora o perigo da inadimplên- preço em diversas lojas. Nas
Indústria e comércio dos mais cia. “Embora a maioria das pes- classes DE, todas as famílias en-
diversos segmentos da econo-
É essencial ter soas mostre disposição para se trevistadas fazem pesquisa de
mia se debruçam sobre a classe um nível de planejar financeiramente, 53,2% preço. Isso porque uma redução
C que emerge como novo mo- endividamento dos entrevistados admitem de 10% no valor de uma gela-
tor do consumo no país. Estão comprar por impulso”, observa deira, por exemplo, pode repre-
todos empenhados em enten-
que não saia do Sandra Turchi, superintendente sentar até 25% do salário.
der os hábitos, preferências e controle. A ideia é de marketing da Associação Co- Pechinchar é conduta arrai-
necessidades desse público comprar bem para mercial de São Paulo. gada na classe média — 71,9%
que, segundo a Fundação Ge- É preciso que haja, portanto, dos consultados confirmam a
túlio Vargas (FGV), já responde
comprar sempre um trabalho intensivo de cons- prática antes da compra. De
por metade da população bra- cientização junto a essa classe forma semelhante, 88% das
Sandra Turchi,
sileira (exatos 49,22%). Mas C que, só agora, passa pela ex- pessoas afirmam levar em con-
superintendente de marketing
por trás da demanda crescente periência de ter crédito farto na sideração as dívidas atuais nas
da Associação Comercial
por eletroeletrônicos, veícu- praça. “O sistema bancário ga- próximas compras, e 44,80%
de São Paulo
los, imóveis, entre outros pro- nha ainda mais com juros so- usam planilha para monitorar
dutos de uma lista de desejos bre atrasos”, alerta Sandra. Ela os gastos. “É essencial ter um
sem fim, existem os recursos — cita o exemplo do valor míni- nível de endividamento que não
e, em última instância, a ala- mo de pagamento do cartão de saia do controle”, observa San-
vanca do crédito. Como será, crédito. “Já vi muitos casos de dra. “A ideia é comprar bem
pois, a relação entre a classe confusão entre o valor da fatu- para comprar sempre.” ■
média e o dinheiro? ra do cartão e o pagamento mí-
Um levantamento feito pela nimo que aparece em desta-
Associação Comercial de São que”, comenta. “Essas pessoas
Paulo (ACSP) com 800 pessoas estavam acostumadas a com- ■ OTIMISMO
em novembro do ano passado, prar com carnê e não são Os que se sentem melhores
intitulado “Perspectivas do orientadas a usar os novos financeiramente são
consumo”, oferece um retrato meios de pagamento.”
interessante dessa nova classe
média (com renda familiar
mensal de R$ 1.116 a R$ 4.807)
sob o aspecto financeiro. A es-
tratificação da pesquisa por ca-
A falta de conhecimento se
estende também para a seara
dos juros bancários. De acordo
com a pesquisa feita pela ACSP,
no discurso os juros são indese-
67,6%
madas sociais foi aberta com jados. Mas quando perguntados ■ DÍVIDA
exclusividade para o BRASIL ECO- sobre o que é mais importante, Medo de não conseguir pagar
NÔMICO. O objetivo do estudo é se a taxa de juro ou se o valor da compras a prazo atinge
compreender o papel do crédito parcela cabe no bolso, 51,3%
para esse grupo de consumido-
res e, além disso, verificar como
eles lidam com a dívida.
A classe C se mostra otimista
com a economia brasileira e, por
dos entrevistados pertencentes
à classe C deram como resposta
o valor da parcela. Além disso,
51,9% não sabia responder qual
era a taxa de juro cobrada em
55,4%
extensão, com o próprio futuro suas compras a prazo. ■ DESCONTROLE
financeiro. Quando questiona- Prestações comprometem
das sobre a situação econômica Planejamento financeiro mais da metade do salário de
do país nos próximos 12 meses, A boa notícia é que existe, sim,
67,7% das pessoas da classe C
acreditam que ela estará me-
lhor. Da mesma forma, 33,20%
estão confiantes na ascensão
social para as classes AB nos
uma vontade genuína do consu-
midor em se planejar financei-
ramente. Na hora da compra, 54,2%
próximos cinco anos.
Esse nível alto de confiança
Tecnologia a serviço do consumo consciente
tem estimulado a ida às com- O poder da informação está consideram muito importante clareza quanto custa determinado
pras. E o crédito, sem dúvida, contribuindo para consolidar adquirir, neste ano, um produto e, até mesmo, ter
tem possibilitado o acesso a a relação entre consumidor computador ligado à internet, confiança para discutir”, diz.
produtos de melhor qualidade. e dinheiro. O processo se acelera e 40,2% pretendem contratar O aprimoramento das práticas de
A forma de pagamento mais à medida que o uso de novas serviço de banda larga. Mari consumo pode ser comprovado,
usada é, de longe, a compra a tecnologias é disseminado. Zampol, diretora da CO.R segundo ela, nos típicos saldões
prazo. Para a aquisição de mó- A internet, por exemplo, já é um Inovação, empresa de que ocorrem em janeiro. “Muita
veis, por exemplo, corresponde importante aliado da classe C planejamento estratégico para gente tem deixado o Natal passar
a 60,3%; para a compra de ele- para realizar pesquisa de preço. marcas e produtos, ressalta que para aproveitar as promoções de
trodomésticos, a 53,9%; e para E aqueles que ainda não têm um o maior acesso à informação tem início de ano.” Mas se a internet
a reforma da casa, a 51,9%. computador conectado à banda permitido aprimorar, inclusive, é aliada na hora de se informar,
Mas, ao mesmo tempo que o larga, querem ter. De acordo o conhecimento financeiro ainda é tabu para a classe C
otimismo estimula as compras a com a pesquisa “Perspectivas do das pessoas. “Quando bem quando envolve compras on-line.
prazo, faz aumentar também o consumo” feita pela Associação capacitado, esse público Segundo a pesquisa feita pela
comprometimento da renda Comercial de São Paulo, 41,2% consegue chegar na frente do associação, 35,20% acreditam
com parcelas que tendem a re- dos entrevistados da classe C vendedor e entender com maior que a prática nunca é segura.
Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010 Brasil Econômico 5

LEIA MAIS Bancos de varejo começam Em parceria com o varejo, O mercado de seguros
a se preocupar mais os bancos oferecem cresce com o aumento
com a classe C. Há um esforço cartões de crédito para do crédito. Para chegar ao
de oferta de produtos, como financiar o consumo. A tática consumidor das classes C e D,
o financiamento imobiliário, é usada porque vendedores valem-se do varejo, de empresas
com linguagem mais dirigida. conhecem melhor os clientes. de energia elétrica e de telefonia.

Infografia Monica Sobral

ASCENSÃO SOCIAL
Com maior poder aquisitivo, consumidores
tornam-se clientes dos bancos e gastam mais.
Desconhecimento de taxas de juros
e perda de controle, porém, levam
ao risco de endividamento

BANCARIZAÇÃO

Quem tem conta corrente, em %


Sim Não

CLASSES D/E 57,1 42,9


CLASSE C 71,4 28,6
CLASSES A/B 90,4 9,6
TOTAL 77,1 22,9

DISCREPÂNCIA

No discurso, taxa de juro é mais importante


que valor
or da parcela...
Taxa de juro
55,7%

Valor da parcela
44,3%

...na prática, porém, mais da metade não sabe qual a taxa


cobradaa nas compras parceladas:

Não sabe
53,1%
Sim, sabe
46,9%

PERSPECTIVA DE MIGRAÇÃO DE CLASSE NOS PRÓXIMOS CINCO ANOS, EM %

Acredita que será classe A/B Acredita que será classe C Acredita que será classe D/E

CLASSES D/E 22,40 38,80 38,80

CLASSE C 33,20 48,70 18,10

CLASSES A/B 50,70 41,30 8,10

TOTAL 38,70 44,60 17,00

FORÇA DO HÁBITO

Pessoas mais endividadas são também mais descontroladas, em %

GRAU DE ENDIVIDAMENTO NÃO CONTROLA GASTOS

Baixo 12,3
Médio 18,1
Alto 24

0 5 10 15 20 25

Fonte: Associação Comercial de São Paulo


6 Brasil Econômico Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010

DESTAQUE INCLUSÃO FINANCEIRA

Antes ignorados,
emergentes viram
foco dos bancos
Estratégia para crescer no segmento passa agora pela abertura
de conta corrente, que facilita análise de risco de crédito


Historicamente, a classe C nun- Crédito imobiliário
ca foi o público-alvo dos ban- O financiamento imobiliário
cos. Até meados da década de aparece como um dos principais
2000, as instituições financei- produtos a serem consumidos
ras sequer conseguiam enxer- Queremos esses pela classe C. Desde o início do
gar nela potencial para a for- clientes entrando ano, o Bradesco passou a oferecer
mação de uma base promissora pela porta da frente uma série de facilidades para
de clientes. Quando essas pes- aqueles que pretendem realizar o
soas entravam para o portfólio e com tapete sonho da casa própria – válida,
dos bancos de varejo, normal- vermelho no caso, para imóveis de até R$
mente junto com a conta-salá- 150 mil. O número de documen-
rio da empresa onde trabalha- Rogério Estevão, tos exigidos na contratação da li-
vam, era fácil percebê-las per- superintendente executivo nha sofreu uma redução drástica,
didas dentro das agências. do Santander de 52 para 12. O objetivo é acele-
Esse panorama, porém, aos rar a concessão de forma que o
poucos vem sendo modificado. Já empréstimo saia em até 15 dias.
é possível notar, hoje, um esforço “Esse é um valor que nos per-
de oferta dirigida, com linguagem mite correr alguns riscos”, obser-
mais adequada e até mesmo pre- va Pelegrino. “Será nosso grande
ços mais acessíveis. “Além de a diferencial em relação ao merca-
classe C estar aumentando, dado do.” A taxa de juro cobrada é
o movimento de migração das ca- também “especialíssima”, nas
madas inferiores, esse é o público palavras de Pelegrino — 7,50% ao
que mais tem potencial para con- ano mais TR, nos primeiros 36
sumir crédito”, afirma Silvana meses, subindo para 9,50% nas
Machado, vice-presidente da parcelas posteriores. O Santander
consultoria A.T. Kearney. também está diminuindo as exi-
A mudança de foco em curso gências financeiras para contra-
pode ser conferida no próprio tação de crédito imobiliário, con-
discurso adotado pelos bancos. ta Estevão, mas sem entrar em
“Queremos esse cliente entran- detalhes. “O banco, sem dúvida,
do pela porta da frente e com está com mais disposição para
tapete vermelho”, diz Rogério oferecer empréstimo.” ■ A.L.
Estevão, superintendente exe-
cutivo do Santander. “A classe
C é nossa vocação natural”, de-
fende Nilton Pelegrino, diretor PRODUTOS FINANCEIROS MAIS UTILIZADOS, POR CLASSE SOCIAL
do departamento de emprésti-
mos do Bradesco. “Somos o Cartões de débito e crédito são os que mais atingem todas as classes, em %
único banco presente em todos
os 3.564 municípios brasileiros, CLASSE AB CLASSE C CLASSES DE TOTAL
e com isso conseguimos aten-
der ao nosso objetivo maior, Cartão de débito 75,6 57,9 50 63,88
que é a bancarização.” Cartão de crédito de banco 66,7 46,2 35,7 52,9
Cartão de crédito de loja 36,2 25,3 17,3 28,6
De fato, as diversas estraté-
Cartão de crédito de financeira 25 13,3 6,1 17
gias para crescer nesse seg- Limite de crédito/cheque especial 62,5 40,1 27,6 47,3
7
mento passam, preferencial- Conta poupança 53,8 40,1 39,8 45,4
,
mente, pela abertura de conta Cartão de loja 44,9 30,9 24,5 ,
35,5
corrente, uma vez que o proce- Cheque 42,6 15,3 8,2 25,11
dimento facilita a análise de Seguro 36,5 10,7 9,2 20,6
crédito. O Banco do Brasil (BB), Empréstimo 17,9 11,5 7,1 13,5
Título de capitalização 19,2 6,9 0 10,8
por exemplo, tem apostado for-
te na aquisição de folhas de pa- 0 10 20 300 40 50 60 70 80
gamento. “A classe C é a opor-
tunidade que temos para nos MEIOS DE PAGAMENTOS MAIS UTILIZADOS
consolidarmos como um gran- Dinheiro Cartão de crédito Cartão de débito
o Cheque Carnê Financiado
de banco de varejo”, explica.
No BB, dos 52 milhões de 0,6% 29,6% 0,4% 35,5% 0,9% 33,0%
33,0%
clientes, 12 milhões são da classe 12,7% 3,8%
C, e desses 12 milhões, 8 milhões 24,0% 0,4%
contam com crédito pré-apro- 14,2%
vado. Da carteira de emprésti- 12,7%
6,7% 5,7%
mos para pessoas físicas, que até
setembro de 2009 somava R$ 5,6% 333,5% 38,3% 42,4%
85,7 bilhões, a classe C responde MÓVEIS ELETRÔNICOS REFORMA DA CASA
por cerca de 40%. Para atender à
demanda crescente com mais
Fonte: Pesquisa "Perspectivas do Consumo"
qualidade, o BB criou uma ge- da Associação Comercial de São Paulo
rência de varejo.
Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010 Brasil Econômico 7

André Penner

Nilton Pelegrino, do Bradesco: crédito imobiliário em


até 15 dias é meta a ser atingida após redução do
número de documentos exigidos para concessão Cartão abre portas no
mundo do consumo
Concessão de crédito ao consumo Instituições dente da consultoria A.T. Kear-
passa pela parceria entre ney. “Trata-se de um processo
bancos e lojas de varejo
financeiras já se quase artesanal. O vendedor, por
preparam para exemplo, costuma ser da mesma
Thais Folego e Aline Lima o próximo desafio: região das pessoas que frequen-
redacao@brasileconomico.com.br tam o estabelecimento”, explica.
oferecer produtos A simplicidade na hora da co-
O cartão de crédito permanece de investimento municação é fator chave para
sendo a principal porta de entrada atender à classe C, afirma Boa-
da nova classe média brasileira no nerges Ramos Freire, da Boaner-
sistema bancário. E não se trata Divulgação ges & Cia, consultoria especiali-
da porta da agência, mas sim a do Para o consultor zada em varejo financeiro. Ele
comércio. Por meio de parcerias de varejo lembra o exemplo da TecBan,
com o varejo, os bancos finan- Boanerges administradora do Banco 24 Ho-
ciam o consumo com os chama- Ramos Freire, ras, que em regiões com predo-
saber falar a
dos private labels, cartões de loja mínio desse público adapta os
língua da classe
como os da C&A, por exemplo, C é fator-chave terminais, utilizando desenhos,
que aos poucos passam a receber de sucesso e não só linguagem escrita. Para
também bandeiras internacio- Boanerges, a maioria das insti-
nais, como Visa e MasterCard. tuições financeiras não sabe falar
Essa foi a saída encontrada por a língua desse cliente. “Não à toa,
grandes bancos para contornar vemos tantas parcerias com va-
tentativas frustradas de conquista rejistas. Para o banco, essa é uma
do público de mais baixa renda a forma rápida e de baixo custo
partir da criação de financeiras de para acessar a classe”, explica.
rua. “É como se os bancos se A tendência é que os bancos
apropriassem desse relaciona- utilizem essa base para começar o
mento de longo prazo entre o co- trabalho de bancarização, como
merciante e seu cliente”, compa- fez o Bradesco quando colocou
ra Silvana Machado, vice-presi- quiosques para abertura de conta
corrente na megaloja da Casas
Infografia Monica Sobral Bahia. “Essa classe busca poder
de compra, limite de crédito e
simplicidade na proposta de va-
lor”, ensina Márcio Parizotto,
responsável pela área de produtos
do Bradesco Cartões. “E que as
taxas não sejam escondidas”,
completa. Esse é um público que
valoriza o controle das despesas e,
por isso, quer saber com mais fre-
quência quanto já gastou. Por
conta disso, o Bradesco envia
mensagens para o celular (SMS)
informando o saldo do cliente.

Investimentos
Depois do crédito, os investimen-
tos serão a nova fronteira dos
bancos junto à classe C. E as insti-
tuições já se posicionam para dis-
putar as economias desse público.
“A previdência privada será, em
breve, a nova caderneta de pou-
pança”, aposta Rogério Estevão,
superintendente executivo do
Santander. Marcos Villanova, su-
perintendente de investimentos
do Bradesco, elegeu o CDB. “Em
vez de deixar o dinheiro parado
na conta, oferecemos um produto
com resgate automático”, diz.
“Assim, o cliente pode ficar tran-
quilo para emitir um cheque.” ■

Finanças
MBA Controladoria
Gestão de Projetos

www.saintpaul.com.br | (11) 3513-6900


Saint Paul. Treinamos quem contrata você.
8 Brasil Econômico Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010

DESTAQUE INCLUSÃO FINANCEIRA

Varejo é um dos principais canais


de distribuição de seguros
Instituições financeiras aproveitam bom relacionamento da classe C com lojas para vender apólices
Masao Goto Filho/e-SIM

Sandra Turchi, da Associação


Comercial de São Paulo: “é preciso
respeitar esse público, ainda que ele
não tenha conhecimento financeiro”

Thais Folego Divulgação


telefonia móvel e fixa. “Se a maior estão aparecendo, como o de mais popular é o auxílio fune-
tfolego@brasileconomico.com.br demanda de seguros vem junto venda porta a porta, que a Aon já ral. Além desses, ainda existem
com a expansão do crédito, nada utiliza na Colômbia e vai intro- produtos para acidentes pes-
O crescimento da oferta de cré- mais natural que oferecer o pro- duzir este ano no Brasil. soais, residencial, garantia es-
dito vem acoplado ao incre- duto no ato da venda”, comenta tendida e de perda e roubo.
mento do mercado de seguros. Eugênio Velasques, diretor exe- Comunicação O Bradesco acabou de lançar
Seja porque, com o maior poder cutivo da Bradesco Vida e Previ- Segundo Boanerges Ramos Frei- um seguro de acidentes pessoais
de compra, existem mais bens a dência, que tem parceria com 19 re, da Boanerges & Cia, consul- que custa R$ 3,50. Nos dez pri-
José Carlos Macedo
serem segurados, seja para a CEO da Aon Affinity redes de varejo. Os produtos são toria especializada em varejo fi- meiros dias de venda, foram ne-
proteção do próprio credor, ofertados no ato da compra, por nanceiro, as classes C e D têm gociadas 115 apólices na agência
com o seguro de proteção finan- mala direta ou telemarketing ati- mais facilidade de se relacionar do banco na Rocinha, no Rio de
ceira ou prestamista — aquele “A comunicação tem que vo e a cobrança é feita na própria com o varejo do que com os Janeiro, e 52 seguros na unidade
que paga as parcelas do finan- ser adequada. No seguro fatura da loja ou da empresa de bancos. “O varejo é o setor que de Heliópolis, em São Paulo. ■
ciamento do bem em caso de de R$ 1,99 distribuído por energia ou telefonia - o que bara- historicamente tem dado crédito
morte ou invalidez. “É preciso uma empresa de energia teia o custo e permite seguros para essas classes”, comenta.
respeitar esse público, ainda do Maranhão, por exemplo, com um valor menor. Ele lembra que o ambiente de
que ele não tenha um conheci- usamos carros de som nas Para se ter uma ideia do su- uma loja é mais convidativo que PREÇO
mento vasto sobre finanças”, ruas, além de mala direta, cesso desse modelo, a Aon Affi- o de um banco, com todo aquele
ressalta Sandra Turchi, superin- para fazer a divulgação” nity, empresa especializada em
distribuição de seguros de forma
esquema de segurança para en- R$ 3,50
tendente de marketing da Asso- trar. “Quem está na loja enten- é o valor do seguro de acidentes
ciação Comercial de São Paulo. massificada, tem hoje 10 milhões de a linguagem do cliente”, pessoais que o Bradesco acabou
“Se o endividamento aumenta a de clientes ativos, sendo que completa Velasques. de lançar. Eles são vendidos por
ponto de o consumidor se ver desses oito milhões são das clas- Além de terem um preço corretores nas agências do banco.
enforcado, dificilmente ele vol- ses C, D e E. “Mas as oportunida- menor, os produtos têm que ser
tará a consumir do jeito que fa- des ainda são muito grandes”, adaptados às necessidades do VOLUME
zia antes.” avalia José Carlos Macedo, presi- cliente. Segundo Macedo, na
A forma mais eficiente que as
instituições financeiras encontra-
dente da Aon Affinity. “O mer-
cado está olhando para o consu-
região Sul as pessoas estão mais
preocupadas com que a família
10 milhões
é o número de clientes ativos
ram para distribuir seguros de midor que ainda não é atendido não passe fome no caso de mor- que a Aon Affinity tem no Brasil.
forma massificada para as classes pelo banco e as formas de chegar te ou perda de emprego, então o O seguro mais barato custa
C e D foi por meio do varejo, de a ele.” Segundo afirma, outros seguro desemprego faz sucesso. R$ 1,99 e o mais caro, é R$ 16,99.
empresas de energia elétrica e de canais de distribuição também Já no interior de São Paulo, o
Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010 Brasil Econômico 9

KIDS BIKE TOUR


SÃO PAULO 2010
23 DE JANEIRO
Parque das Bicicletas

ESCALÃO A
09:30h
Crianças dos 2 aos 3 anos

ESCALÃO B
10:00h
Crianças dos 4 aos 5 anos

ESCALÃO C
10:30h
Crianças dos 6 aos 9 anos

ESCALÃO D
11:00h
Crianças do 10 aos 11 anos

parceiros

apoios media

organização
10 Brasil Econômico Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010

BRASIL

Campanha digital é desafio


para o marketing político
Novas regras eleitorais liberam o uso da internet nas campanhas e dão mais espaço para as mensagens
digitais por rede e celulares. Candidatos, publicitários e os próprios eleitores já experimentam as mudanças

Sílvio Ribas Tribunal Superior notícias. Eleitores que quise-


sribas@brasileconomico.com.br rem fazer sites de apoio a políti- ELEITORADO ANTI-SPAM
Eleitoral ainda precisa cos estão livres. Na eleição pas-
As mudanças trazidas pela detalhar até março sada (2008), o TSE limitou a pro- 132 milhões R$ 100
minireforma eleitoral (Lei novidades válidas paganda a domínios “can.br”. È o número de cidadãos aptos Esse é o valor da multa fixada
12.034/2009) em favor do li- Diversos candidatos reclama- a votar nas próximas eleições. pela lei eleitoral para cada
vre uso das mídias digitais pe- para este ano, como ram de limitações como as so- O número ainda pode subir até mensagem de celular ou internet
las campanhas a partir deste direito de resposta na bre comunidades virtuais, por maio, fim do prazo para registros. não autorizada pelo eleitor.
ano deverão consagrar os san- internet e a abertura exemplo. A Justiça não acatou
tinhos eletrônicos como novo os pedidos, alegando que o pe- SEMPRE JUNTO INTERNAUTAS
fenômeno do marketing políti- para doações de ríodo eleitoral havia começado
co. Além dos spams de e-mails, pessoas físicas a e seria impossível mudar regras 174 milhões 60 milhões
a versão moderna da tradicional candidatos via rede da publicidade. Foi o total de assinantes de É o número aproximado de
propaganda pulverizada de aparelhos celulares recentemente usuários regulares de acessos à
candidatos poderá alcançar es- Spam autorizado atingido pelo país. Políticos estão internet no país, segundo o IBGE.
cala ainda maior nas mensagens No caso do SMS, essa aborda- de olho nesse alcance, maior Além da conexão doméstica,
instantâneas de celular, as cha- gem eletrônica de eleitores por que os de usuários de internet. locais públicos e trabalho contam.
madas SMS ou torpedos. “O candidatos esbarra na mesma
marketing viral já é uma das es- limitação da publicidade no ce-
tratégias mais usadas, com fotos lular por empresas. Segundo a
e textos difundidos pela web. O legislação definida pela Agência
papel potencial dos celulares Nacional de Telecomunicações
nas campanhas é enorme se (Anatel), o chamado mobile
considerar que há 174 milhões marketing no Brasil está condi-
de assinaturas no Brasil”, subli- cionado à autorização prévia do
nha Paulo Kramer, professor do usuário, embora venha ocor-
Instituto de Ciência Política da rendo de forma irregular.
Universidade de Brasília (UnB). Patrícia Peck Pinheiros, advo-
As novidades com apelo tec- gada especializada em direito di-
nológico das eleições de 2010 gital, ressalta que o usuário-elei-
partem da ampliação do espaço tor pode receber a primeira
da internet, a exemplo dos mo- mensagem, mas não pode per-
vimentos já percebidos em manecer sem sua autorização na
blogs, redes sociais e mensagens lista do spam por mais de 48 ho-
instantâneas. Algumas ainda ras. A partir dái, nesse modelo
terão de ser detalhadas até mar- chamado de “opt out”, o candi-
ço pelo Tribunal Superior Elei- dato pode ser multado em R$ 100
toral (TSE). “Os candidatos a por mensagem indevida. O mes-
cargos majoritários buscam mo vale para os e-mails. “Não
conquistar no público conecta- tenho dúvida de que o santinho
do na internet eleitores jovens, eletrônico vai se disseminar
os de perfil político mais mode- nessa eleição”, prevê.
rado e aqueles geograficamente Para a advogada, a internet
mais dispersos”, arrisca Kra- oferece mais transparência às
mer. Ele lembra que há cidades eleições e é desafio aos estrate-
no Nordeste sem agências dos gistas políticos, que precisarão
Correios, mas onde há lanhou- criar peças específicas. O gran-
ses, um dos principais acessos à de modelo é o da campanha vi-
rede por cidadãos de baixa ren- toriosa do presidente dos Esta-
da, juntamente com os locais de dos Unidos, Barack Obama, que
trabalho. Segundo dados do soube explorar o lado interativo
Instituto Brasileiro de Geografia da mídia. “A internet tem gran-
e Estatística (IBGE), cerca de 60 de potencial mobilizador, como
milhões de brasileiros têm aces- foi o caso de Obama, e não pode
so regular à internet. ser vista como simples comu-
Conforme a nova lei eleito- nicação de massa”, resume.
ral, sancionada pelo presidente Apesar das regras sobre o di-
Luiz Inácio Lula da Silva, a pro- reito de resposta na campanha
paganda eleitoral gratuita será política on-line, a especialista
permitida em blogs, sites, co- acha difícil coibir a “boca de
munidades e outros veículos de urna digital”. “Cabe aos pró-
comunicação do próprio can- prios candidatos monitoraraas
didato, devidamente registra- manifestações na rede, para
dos no TSE, além de portais de permitir abusos”, diz. ■
Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010 Brasil Econômico 11

Ricardo Stuckert/PR

MP vai destinar recursos para o Haiti TARIFAS AÉREAS


● A Agência Nacional de Aviação
O Ministério do Planejamento ficou encarregado de redigir a medida Civil (Anac) abriu consulta pública
provisória que será encaminhada ao Congresso com a liberação de para proposta de resolução que
recursos para os ministérios de Relações Exteriores, da Saúde e da Defesa. regulamentará o registro das
Os recursos serão utilizados em ajuda ao Haiti. As medidas foram tarifas domésticas e internacionais
analisadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na reunião ministerial no transporte aéreo. Meta é levar
de ontem na Granja do Torto. A Saúde receberá R$ 135 milhões para empresas a informar as tarifas
construir dez Unidades de Pronto Atendimento (UPA) em Porto Príncipe, de todas as ligações operadas.

Infográfico: Rubineto

ELEITOR CONECTADO PROPAGANDA OFICIAL


DIREITO DE RESPOSTA
As regras na web são diferentes do rádio e da televisão. O A campanha vai até 10 horas antes dos
Mudanças orientadas para meios de comunicação digitais direito de resposta na internet deverá permanecer no ar por dois turnos da eleição. No dia do pleito,
definidas pela reforma eleitoral e que vão estrear este ano tempo não inferior ao dobro do qual a reportagem esteve nenhuma propaganda é permitida. Ficam
disponível para a leitura proibidas as pinturas de muros. Nos bens
particulares pode haver propaganda por
faixas, placas, cartazes ou pinturas que não
excedam 4 metros quadrados. Fica proibido
o uso de trio elétrico

TRANSPARÊNCIA
JORNALISMO O TSE poderá exigir identificação
ON-LINE na internet de doadores e
A partir da nova beneficiados por recursos de
lei, sites de notícias, campanha, permitindo doações de
DEBATES NA REDE
blogs, microblogs e pessoas físicas pela rede e com
redes sociais estão cartão de crédito. Esses meios Internet poderá transmitir debates.
livres para expressar requerem preenchimento de As regras deverão ser aceitas por
opiniões, desde que formulário detalhado sobre a ficha dois terços dos candidatos. Todos eles
não haja anonimato, processual e financeira de cada deverão ser convidados. O debate
tendo assegurado o postulante a mandato na inscrição poderá ser em conjunto ou em grupos
direito de resposta da candidatura de três candidatos
em caso de ofensa
PUBLICIDADE ANTECIPADA
Entrevistas com pré-candidatos ou
SPAM NO CELULAR INTERNET LIVRE participação deles em encontros,
A nova lei permite a difusão de Os candidatos poderão usar debates e programas, inclusive com
emails e SMS no celular, mas todas as ferramentas exposição de plataformas eleitorais,
desde que autorizado pelo disponíveis para contato virtual não são consideradas propaganda
usuário na primeira mensagem com os eleitores: sites, blogs, antecipada, desde que não venha
recebida. Se o candidato não tirar mensagens eletrônicas e redes acompanhada do pedido de votos
da lista o eleitor desinteressado sociais. As páginas poderão
em 48 horas receberá multa ficar no ar mesmo no dia da
eleição. Só a propaganda on-line
paga continuará sendo proibida
Fontes: Câmara dos Deputados e Lei 12.034/09

José Cruz/ABr

Biometria é embrião
do voto pela internet
Urna testada no país com Mania entre os para os eleitores brasileiros lo-
identificação do eleitor pela políticos brasileiros calizados no exterior.
digital prepara novos avanços O maior objetivo da urna
iniciada em 2008, biométrica é colocar um fim em
Sílvio Ribas o microblog Twitter eventual dúvida sobre a identi-
sribas@brasileconomico.com.br deverá ser também dade do eleitor. Elas permitirão
a foto dos eleitores no terminal
O Brasil foi pioneiro no mundo a uma das principais dos mesários, especificações
ter, desde 2000, todo o seu pro- ferramentas digitais mais seguras e maior velocidade
cesso eleitoral automatizado. A durante a campanha no processamento dos votos são
urna eletrônica é o grande per- algumas das novidades prome-
sonagem dessa revolução digital presidencial de 2010 tidas pelo TSE dentro do novo
que ainda promete novos lan- modelo da urna eletrônica .
ces. Este ano, o Tribunal Supe-
rior Eleitoral (TSE) vai ampliar Candidatos twiteiros
os testes do acesso ao voto atra- Uma das principais ferramentas
vés da impressão digital, a cha- digitais de interação entre elei-
mada biometria. Em 2008, três tores e candidatos é o microblog
cidades participaram da inicia- Twitter. Os políticos já estrea-
tiva, que nas próximas eleições ram em 2008 o canal e muitos já
deverão cobrir cerca de 3% dos fazem seus comunicados por
eleitores. Das 460 mil urnas ele- ele. Sob inspiração do então
trônicas que serão usadas, mais candidato Barack Obama, pre-
da metade do parque já virá com sidente dos Estados Unidos,
essa tecnologia embarcada. destaca-se entre os twiteiros da
Segundo especialistas, a urna política brasileira o governador
biométrica é o embrião do voto de São Paulo, José Serra (PSDB),
pela internet. “É um processo pré-candidato à Presidência da
inevitável. Basta apenas solu- República. Sua rival, a ministra
cionar o desafio da identificação da Casa Civil, Dilma Rousseff
Mais avançada do mundo e adotada
em todo o país desde 2000, a urna
do eleitor, o que deve ser resol- (PT), tem entre seus assessores
eletrônica ainda será veículo para novas vido pela biometria”, diz Patrí- de campanha um dos principais
experiências em favor da transparência cia Peck Pinheiros, advogada responsáveis pelo sucesso de
e agilidade no processo eleitoral especializada em direito digital. Obama no marketing digital, o
A primeira utilidade deverá ser norte-americano Ben Self. ■
12 Brasil Econômico Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010

BRASIL
Divulgação
MEIO AMBIENTE ESCÂNDALO

Receita arrecada R$ 698,28 bilhões em Corregedor critica afastamento de


2009, queda de 2,96% em relação a 2008 deputados em julgamento de Arruda
A arrecadação de impostos e contribuições federais encerrou 2009 em O corregedor da Câmara Legislativa do DF, deputado Raimundo Ribeiro
R$ 698,289 bilhões, com queda real de 2,96% ante 2008. No mês de (PSDB), disse ontem que a ordem judicial de afastar oito deputados das
dezembro a arrecadação somou R$ 73,869 bilhões, expansão de 6,92% decisões sobre o eventual impeachment do governador José Roberto
ante dezembro de 2008. A arrecadação de dezembro foi a maior da série Arruda, a seu ver, foi a ingerência de um poder sobre o outro. Ribeiro,
histórica. O secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, disse que, que também é relator da CPI da Corrupção, afirmou que cada um dos
diante das dificuldades de 2009, o resultado foi “auspicioso”. três poderes tem um papel próprio, para assegurar a democracia.

Estudo prevê Brasil


à frente de França
e Reino Unido
PricewaterhouseCoopers (PwC) diz que economia brasileira
deve ser a 5ª maior do mundo a partir de 2025

Daniel Haidar Maior demanda Selfin, da PwC, em entrevista


dhaidar@brasileconomico.com.br ao BRASIL ECONÔMICO.
internacional por O economista Douglas Ue-
O ranking das cinco maiores commodities, mura, da LCA consultores,
economias do mundo vai mu- margem maior para avalia que o Brasil realmente
dar consideravelmente nos tem chances de obter um PIB
próximos anos. A boa notícia
ganhar produtividade maior do que Reino Unido e
é que o Brasil vai ter um Pro- e o petróleo do pré- França nos próximos anos,
duto Interno Bruto (PIB) em sal podem colocar como prevê o estudo.
poder paritário de compra “Acredito que Brasil tem
(PPC) maior do que França e
o Brasil entre as 5 condições de crescer mais de
Reino Unido a partir de 2013, maiores economias 4% ao longo dos próximos
segundo estimativas feitas anos”, diz Uemura.
pela equipe macroeconômica Já o economista Bernardo
da PricewaterhouseCoopers Wjuniski, da Tendências con-
(PwC) de Londres. sultoria, diz que é preciso su-
No estudo “Como a distri- perar algumas deficiências
buição do poder econômico no estruturais antes de alcançar a
mundo está mudando”, os con- produção de riquezas de paí-
sultores preveem que o Brasil ses europeus.
será a quinta maior economia “É uma projeção bem oti-
do mundo a partir de 2025. mista. Existem algumas res-
Pelas estimativas da PwC, trições para que a gente con-
os sete maiores emergentes tinue crescendo na faixa de
(China, Índia, Brasil, Rússia, 5% a partir de 2010”, declarou
México, Indonésia e Turquia) Wjuniski.
terão um PIB conjunto 30%
maior do que os sete países Ano eleitoral
mais ricos, do G7 : EUA, Japão, O tamanho do crescimento
Alemanha, Reino Unido, Fran- econômico do Brasil nos próxi-
ça, Itália e Canadá. mos anos vai ser selado com a
De acordo com a consultora eleição presidencial deste ano,
Yael Selfin, uma das responsá- prevê o cientista político Chris-
veis pelo estudo da PwC, o topher Garman, diretor para
Brasil vai se beneficiar basica- América Latina da consultoria
mente por três motivos: maior política Eurasia Group. “Não
demanda externa por commo- que o próximo governo coloque
dities, margem maior para ga- qualquer risco sobre o cená- AVANÇO QUATRO PERGUNTAS A...
nhar produtividade com ino- rio”, declarou.
vação tecnológica e o petróleo
da camada pré-sal. Supremacia dos emergentes
2013
é o ano apontado pela
Divulgação

A importância geopolítica do PricewaterhouseCoopers como


Deficiências Brasil e de outros emergentes marco para que o Brasil supere
Mas há pedras no caminho da ganhou relevo não só pelo em termos de PIB, em Poder
superação brasileira, como a crescimento do PIB. O relató- Paritário de Compra, economias
volta da inflação e a manuten- rio da PwC lembra que outras como França e Reino Unido.
ção de uma elevada carga tri- nações em desenvolvimento,
butária, lembra a especialista. reunidas no G20, já expulsa- PROJEÇÃO
A remoção dos gargalos de in- ram o G7 como fórum principal ...CHRISTOPHER GARMAN
fraestrutura e mais qualifica-
ção de mão de obra continuam
para decisões econômicas.
Os consultores destacam
2025
É o ano em que o Brasil Diretor para América Latina
sendo os principais desafios. ainda o tamanho da responsa- conseguiria chegar a ser a quinta da consultoria Eurasia Group
“O governo precisa investir bilidade do Brasil em conduzir maior economia do mundo.
mais em infraestrutura e elevar com sucesso os Jogos Olímpi- Para tanto, deve perseguir metas “Brasil é mais
o gasto com educação, assim a cos de 2016 e a Copa de 2014 importantes, como a redução
qualificação da mão de obra após a bem-sucedida Olím- do gasto público.
atrativo que a
pode melhorar”, disse Yael piada de Pequim. ■ China e a Rússia”
Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010 Brasil Econômico 13

Alberto César
PARALISAÇÃO INDÚSTRIA

Trabalhadores de Furnas no Rio, SP e MG Uso de capacidade instalada cresce


fazem greve por equiparação salarial pelo quinto mês consecutivo
Os três mil trabalhadores de Furnas Centrais Elétricas que atuam O uso da capacidade instalada na indústria alcançou em novembro de
no Rio de Janeiro cruzaram os braços ontem em protesto contra o 2009 o maior patamar desde outubro de 2008, a 81,4%. O dado com
não-cumprimento de acordo para equiparação de salários aos das outras ajuste sazonal, divulgado pela CNI ontem, indica um crescimento de 0,3%
empresas coligadas ao Sistema Eletrobrás. As paralisações atingiram sobre o mês anterior. “Foi também o quinto mês seguido de aumento em
também os funcionários de Furnas em São Paulo e Minas, num total de comparação com o mês anterior”, acrescentou a CNI. Outros indicadores
mil trabalhadores, mas foram mantidos os turnos emergenciais para 30%. confirmam que a indústria mantém o ritmo de retomada em novembro.

Mike Elis

A consultora Yael Selfin, uma das autoras do estudo da PwC, vê


que o Brasil tem mais margem para crescer do que europeus
Especialistas
apontam entraves
No caminho para o Brasil crescer
ao ponto de desbancar economias
européias, restam algumas
deficiências estruturais
e o desafio de compartilhar
essa riqueza para reduzir a
desigualdade social, segundo
especialistas entrevistados
pelo Brasil Econômico.
O elevado gasto público com
funcionalismo e sistema de
previdência limitam a margem
de manobra do governo para
reduzir a carga tributária.
“Há uma carga tributaria muito
elevada com relação a muitos
países emergentes”, diz o diretor
para América Latina do Eurasia
Group, Christopher Graham.
Além de reduzir as despesas,
o poder público deve priorizar
investimentos em infraestrutura
para remover gargalos causados
pela situação periclitante das
estradas, o baixo aproveitamento
da navegação de cabotagem
e o risco de apagão aéreo.
Para isso, é preciso elevar
o conjunto de investimentos
públicos e privados do Brasil
para um nível bem acima do
equivalente a 16,4% do PIB,
previsto pela Tendências
consultoria para 2009, e reduzir
a dependência de financiamento
externo do déficit nas transações
correntes. “O ideal é crescer com
financiamento domestico, mas
algum nível de financiamento
externo é absolutamente
natural”, diz Bernardo Wjuniski,
da Tendências.
É preciso investir também contra
a corrupção de funcionários
públicos que desviam recursos
que poderiam ser utilizados em
investimentos. “Com recursos
escassos, é um dinheiro que
você está perdendo do setor
governamental”, destacou
Douglas Uemura, da LCA. D.H.

O brasileiro Christopher Garman, consolidada aqui fora, que existe Qual seria a diferença em Ainda existem desafios requerem reforma constitucional.
mestre em ciência política pela consenso grande entre classe relação a outros emergentes? importantes que podem levar
Universidade da Califórnia, política sobre uma Brasil se compara bem a outros o Brasil a realizar seu potencial Que decisões?
e diretor para América Latina macroeconomia que mantenha países que enfrentam maiores de crescimento ou não. Política O modelo que o governo está
da consultoria política Eurasia um ambiente de inflação baixa dificuldades. Ambiente fiscal não é sustentável no defendendo para o pré-sal é uma
Group, diz que investidores para o médio e longo prazo. regulatório na Rússia tem médio e longo prazo, com carga estratégia de desenvolvimento
internacionais que o procuram Investidores veem estabilidade problemas difíceis, com um risco tributaria chegando a 36%. dessas reservas, porque depende
mantém mais interesse no Brasil macroeconômica, casada com muito maior. China é um pais Gera um custo muito grande para quase exclusivamente da
do que em outros emergentes crescimento tremendo do com tremendo potencial, várias empresas e Brasil corre o capacidade operacional da
como Rússia, Índia e China. mercado doméstico. A descoberta mas para empresas investir risco de perder competitividade Petrobras. Independentemente
Confira trechos da entrevista do pré-sal é a fronteira mais é muito difícil, evidenciado em certos setores. Governo da capacidade dela, é um desafio
que deu ao BRASIL ECONÔMICO promissora de extração e pelo último exemplo da Google. só pode reduzir essa carga muito grande. Renovação das
pelo telefone de Nova York. produção no mundo neste tributária se reduzir a rigidez dos concessões do setor elétrico
momento. Também tem um Quais são os principais gastos. É necessário fazer ajustes é também muito importante.
O que torna o Brasil mais setor agrícola com potencial gargalos que podem limitar nos gastos da previdência, A maneira como avançar para
atraente para estrangeiros de terras a serem cultivadas, o crescimento nos próximos limites nos crescimentos da folha um programa nacional de banda
nos próximos anos? muito promissor a se olhar anos e o que o próximo salarial. E tem decisões muito larga também é importante
Existe visão muito bem em um nível mais global. presidente precisa fazer? importantes setoriais, que não para gerar mais produtividade.
14 Brasil Econômico Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010

OPINIÃO

Roberto Freire Sérgio vale CARTAS


Presidente do PPS Economista-chefe da MB Associados
HAITI
O mundo tem um grande desafio neste século XXI: a
reconstrução do Haiti. Parece evidente que a situação
desse país chegou ao caos completo a ponto de ser
praticamente impossível pensar que momentânea
ajuda humanitária possa ser a solução. Para
reconstruir a Europa ocidental, destruída na II Guerra,
foi necessário o Plano Marshall. A Europa oriental

Silêncio ensurdecedor Novos dilemas e a União Soviética não tiveram ajuda internacional
e patinaram no seu desenvolvimento. A ONU tem
o programa de estabilização do Haiti, o Minustah,
que é basicamente militar e visa a ordem pública
Em 2010 comemoramos os 25 anos do fim da ditadu- Há uma sensação de forte retomada dos investimen- e a democracia. Isso é insuficiente. As instituições
políticas do Haiti têm se mostrado por demais frágeis
ra militar. tos em 2010, tanto pela base de comparação sofrível
para alavancar o país e tirar sua população da
Sintomático e relevante é o silêncio abissal do PMDB quanto pela própria recuperação da economia este miséria. Penso que cabe à ONU enfrentar o desafio
e o total alheamento do PT, talvez o partido que mais se ano. Mas temos que tomar cuidado quando se houve de estabelecer metas mínimas de desenvolvimento
beneficiou com a redemocratização. É compreensível a que teremos vários anos de espetáculo de cresci- e um cronograma de planejamento para que o Haiti
não-comemoração de tão importante fato na vida po- mento de investimentos. Apesar de essa necessidade possa voltar a andar com as próprias pernas,
lítica do país por parte do PT, que se recusou a fazer ser clara para as obras esportivas e do pré-sal, não apagando essa mancha que envergonha a civilização
humana neste século. Será um novo modelo de
parte da aliança democrática que elegeu Tancredo Ne- parece evidente ainda que o ciclo de expansão da
intervenção internacional, civil, e que deverá também
ves em 1985, depois de derrotada a emenda das Diretas formação de capital será livre de ruídos. estimular a participação dos dirigentes haitianos.
Já — e ai da democracia brasileira se dependesse do PT: O grande empecilho para uma aceleração mais vi- Roldão Simas
a ditadura teria se reproduzido com a escolha de Paulo gorosa está na poupança. O governo, nos últimos anos, Brasília (DF)
Maluf no Colégio Eleitoral. Já o silêncio do PMDB e de fez o desserviço de diminuir a poupança ao decidir FEMSA
Em referência a matéria publicada no jornal
outras forcas democráticas nos parece constrangedor. manter uma política de superávit primário baixo, que BRASIL ECONÔMICO de 18 de janeiro de 2010,
O MDB, antecessor do PMDB, fundado pelo Ato parece que irá se manter este ano, com possibilidade intitulada “Schin e Petrópolis são bola da vez”,
Institucional 2 (juntamente com a Arena), em 1965, de se estender para os próximo anos também, a depen- a FEMSA Cerveja Brasil esclarece que:
nucleou desde o início uma oposição derrotada re- der de quem ganhe a eleição. Esse empecilho é grave, A cor verde das embalagens de garrafa de vidro
manescente dos diversos partidos que haviam sido pois numa economia em que a taxa de investimento long neck e 600ml retém menos a luz UV, porém
extintos pelo regime militar. Um momento marcante ainda está abaixo de 19% e a poupança apresenta nú- a companhia adota a utilização de embalagens
secundárias para garantir que não ocorra alteração
aconteceu em 1974, quando o MDB obteve uma vitó- meros ainda menores, é praticamente impossível pen- no produto, garantindo sua qualidade superior.
ria histórica na eleição para o Senado, derrotando a sar em crescer consistentemente 5% por ano, sem Além disso, no caso das embalagens retornáveis, a
Arena em 17 dos então 21 estados da Federação. Com causar nenhuma pressão inflacionária. Na melhor das empresa utiliza a “crate cover”, uma tampa de papel
licença do leitor para o grifo, “consolidava-se ali a hipóteses, com o investimento crescendo o dobro do cartão posicionada na parte superior das caixas
via democrática como a única forma de luta capaz de crescimento do PIB, uma hipótese nada conservadora, que reduz a exposição à luz, conservando o produto.
FEMSA Brasil
derrotar a ditadura”. atingiríamos 25% do PIB de taxa de investimento lá São Paulo (SP)
Cabe destacar, sobretudo para a nova geração, o pa- para 2016, sendo este o número mágico que daria a
pel que o Partido Comunista Brasileiro (PCB) desem- tranqüilidade para o crescimento de 5% não ser infla- PREVIDÊNCIA
penhou na redemocratização do País. Foi o Partidão o cionário. Isto significa que até 2016 poderemos ter um A grande questão da previdência tem a ver com
setor da esquerda que, junto e sob a liderança dos de- vôo de galinha suave, com momentos de crescimento a necessidade de se buscar meios de assegurar
que o aposentado realmente se retire do mercado
mocratas, construiu a mais ampla frente de forças po- mais fraco, em torno de 3% ou 4%, para ajustar a eco-
de trabalho, abrindo campo para que outros possam
líticas e sociais de resistência ao regime militar. O PCB nomia de volta para um padrão inflacionário condi- ocupar esse espaço, aumentando o número
recusava o voluntarismo e o aventureirismo da opção zente com as metas de inflação de 4,5%. de empregos. Mas para que isto acontença,
pela luta armada: além de equivocadas, as teorias mili- o aposentado tem de receber um valor condizente
taristas dos focos, as guerrilhas urbanas e rurais, os se- com os esforços de uma longa vida dedicada
ao trabalho e ao crescimento do país. Isto não
qüestros e atentados, serviram para articular as forças O grande obstáculo para a aceleração acontece pela falta de um diálogo mais intenso entre
da repressão e os ultrarradicais do regime militar.
O PCB entendia que uma frente democrática era o mais vigorosa é a poupança. as partes, ou seja, entre a área governamental
e os representantes dos aposentados. O diálogo
instrumento efetivo para o isolamento e derrota da di- Fizeram o desserviço de diminuí-la fica limitado ao pedido e à recusa. A solução
tadura. De todo modo, nós, que viemos daquelas forças para manter superávit primário baixo é simples e os “velhinhos” poderão comemorar
políticas que forjaram o velho MDB, temos, não apenas o seu dia, com satisfação e não em forma de desabafo.
que festejar, mas nos sentirmos responsáveis pela saí- Uriel Villas Boas
Santos (SP)
da democrática que o país conheceu com a eleição de Da necessidade de investimentos para os próximos
Tancredo Neves (sim, o vice era José Sarney!). anos podemos tirar duas conseqüências. A primeira é
que o governo tem exagerado no peso do BNDES no fi- PÃO DE AÇÚCAR VAI INVESTIR
nanciamento de novos projetos. Faz parte de seu papel R$ 5 BILHÕES ATÉ 2012
Esse empresário é sem dúvida audacioso
O PT se negou a participar da aliança estimulá-los, mas quando o governo começa a capita-
e competitivo. O mercado brasileiro está muito
lizar a instituição ele acaba gerando aumento da dívi-
democrática que elegeu Tancredo da pública bruta e pressão sobre o banco em cima de
bem servido. Abílio Diniz sempre foi um executivo
de peso no comércio de eletroeletrônicos
Neves. Fosse o partido e a ditadura teria projetos que possam não ser os mais interessantes, ou e supermercados. Tornou-se ainda mais poderoso
se reproduzido com a escolha de Maluf seja, aumenta o risco de empréstimos de má qualida- agora com a aquisição do conglomerado
de. A implicação disso também é que o mercado acio- Casas Bahia. Bom para o público consumidor,
nário acaba ficando de lado, quando na verdade deve- bom para a classe trabalhadora, bom como
exemplo a outros grande empresário desse país.
E o PT com isso? Aí é que está. Alguns anos antes do ria ser reforçado como fonte de financiamento para as
Francisco Souza
Colégio Eleitoral, precisamente após a anistia (a pri- empresas. Por conta das obras esportivas específicas e São Paulo (SP)
meira) de setembro de 1979, o regime havia, por meio a rapidez necessária para elas, bem como dos investi-
de uma reforma política da lavra do general Golbery do mentos para o pré-sal, pode haver concentração de BRASIL REGISTRA DÉFICIT EM CONTA CORRENTE
Couto e Silva, dividido a oposição e permitido a legali- investimento no país em detrimento de outros seg- Sem a entrada de capital externo, o pais não cresce
os 5% alardeados. O mercado interno ainda não é
zação e criação de partidos democráticos, dentre eles, mentos. Um candidato natural a perder importância
suficiente para isto. Já podem ir retirando a taxação
no campo da esquerda, o PDT (legenda que resultava relativa é a infraestrutura fora das áreas esportivas e sobre investimentos externos na bolsa de valores.
do golpe judiciário contra o PTB de Brizola) e o PT (ar- do pré-sal. Afinal, não parece haver dinheiro disponí- Luiz
ticulação de movimentos da Igreja Católica com ex- vel para todas as necessidades. Porto Alegre (RS)
pressivas lideranças sindicais e egressos da luta arma- A segunda é que em 2010, por conta das incertezas
da). Não por acaso, o regime não permitia a livre orga- sobre o próximo presidente, pode haver certo pé no Cartas para Redação - Av. das Nações Unidas, 11.633 –
nização partidária, o PCB continuava perseguido. freio principalmente no investimento estrangeiro di- 8º andar – CEP 04578-901 – Brooklin – São Paulo (SP).
A liberdade partidária plena só se concretizaria após a reto. Há ainda uma percepção pelos investidores que redacao@brasileconomico.com.br
eleição de Tancredo, quando o governo removeu entulhos os atuais candidatos são a mesma coisa, mas com o As mensagens devem conter nome completo, ende-
reço e telefone e assinatura. Em razão de espaço ou
autoritários, acabou com a censura, restaurou a liberdade passar da eleição e a identificação de diferenças funda- clareza, BRASIL ECONÔMICO reserva-se o direito de edi-
de imprensa e convocou a Assembleia Nacional Consti- mentais da situação e da oposição, esse investidor tar as cartas recebidas.
tuinte. Não é motivo bastante para comemorações? ■ pode ficar mais arredio. ■ Mais cartas em www.brasileconomico.com.br.
Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010 Brasil Econômico 15

Ag Petrobras

Fim do processo SEGURO PAGA A CONTA


● Outro que pagou para encerrar
A Comissão de Valores Mobiliários aceitou a proposta de R$ 400 mil do processo sobre divulgação
diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, para encerrar processos de uma nova refinaria foi o diretor
judiciais. A ação foi movida em virtude de informações prestadas de abastecimento da Petrobras,
por ele em reunião com analistas de mercado e também por conta Paulo Roberto da Costa. O acordo
de uma operação de aumento de capital da companhia, sem emissão foi de R$ 100 mil. A despesa ficou
de fato relevante. A CVM ainda multou o diretor por ter divulgado, sem por conta de um seguro feito pela
fato relevante, os valores das novas refinarias ‘premium’ da companhia. Petrobras para cobrir esse tipo risco.

Murillo Constantino

CINQUENTÃO NA VITRINE

As grandes notas de R$ 50 expostas na vitrine da Rua São Bento, no centro de São Paulo, simbolizam o que foi 2009 em termos de crédito no Brasil.
Embora as novas concessões de empréstimos tenham caído 2,7% em dezembro, o estoque total de crédito, no ano todo, cresceu 14,9%, atingindo
R$ 1,4 trilhão. O valor representa 45% do PIB, ante 39,7% em 2008. De acordo com o Banco Central, os juros para pessoa física acumularam
queda anual de 15,2 pontos percentuais. Para as empresas, o recuo foi de 5,2 pontos. Especialistas em finanças lembram, no entanto, que, apesar
do dinheiro farto, os juros ainda estão altos. Prudência é nome do jogo na hora de contratar um empréstimo. Leia mais sobre crédito na página 32.

ENTREVISTA ROBERTO LOBO Presidente do Instituto Lobo e ex-reitor da USP

Onde estão os engenheiros brasileiros?


Demais países do Bric formam sário um novo engenheiro.“Só Heloísa Rizzi/O Diário
mil, na Índia, 200 mil, e na Chi- Rússia, cerca de 3,5 mil; a Coreia,
muito mais engenheiros do para concluir as obras do Pro- “Só para na, 300 mil. Comparando o per- 6,5 mil, e a China, o número im-
que o Brasil. Isso compromete grama de Aceleração do Cres- concluir centual de engenheiros forma- pressionante de 50 mil trabalhos.
o processo de inovação no país cimento serão necessários 500 as obras dos em relação ao total de estu-
mil trabalhadores.” do PAC serão dantes que concluem o ensino Isso se repete com relação
Natália Flach necessários superior, no Brasil, eles corres- ao número de patentes?
nflach@brasileconomico.com.br Quantos engenheiros se 500 mil pondem a apenas 5%. No Japão, Sim. Centros internacionais
formam por ano no Brasil? trabalhadores” 19% dos formados estão nas apontam que os registros de
A escassez de mão de obra é Segundo o Instituto Nacional de áreas de engenharia; na Coréia, patentes brasileiras estão em
uma das grandes preocupações Estudos e Pesquisas Educacio- 25%; e na Rússia, 18%. patamares inferiores aos de-
do setor da construção civil no nais Anísio Teixeira (Inep), o mais países do Bric. Um exem-
Brasil. Roberto Lobo, presi- número de engenheiros forma- A produção científica plo é o WIPO Statistics – Data-
dente do Instituto Lobo e ex- dos no Brasil em 2008 foi de 30 na área de engenharia base de 2008, que informa o nú-
reitor da Universidade de São mil. Mas os demais países do no país é relevante? mero de patentes em 2007 no
Paulo (USP), estima que para Bric (Rússia, Índia e China) for- Não. Enquanto o Brasil publicou, Brasil foi de apenas 397, sendo
cada US$ 1 milhão investidos mam muito mais engenheiros em 2007, menos de 2 mil traba- que na Rússia foi de 28.085, na
em novas construções é neces- do que nós. Na Rússia são 120 lhos, a Índia produziu 4 mil; a China, 5.206 e na Índia, 2.808. ■
16 Brasil Econômico Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010
SÁBADO SEGUNDA-FEIRA TERÇA-FEIRA QUARTA-FEIRA QUINTA-FEIRA
INOVAÇÃO & INOVAÇÃO &
EDUCAÇÃO
INOVAÇÃO &
ENGENHARIA
INOVAÇÃO & INOVAÇÃO &
EMPREENDEDORISMO DIREITO
INOVAÇÃO &
SUSTENTABILIDADE
TECNOLOGIA

Embrapa desenvolve películas


Ainda em fase de teste, filme pode ser
utilizado para proteger alimentos

João Paulo Freitas Testes de laboratório


jpfreitas@brasileconomico.com.br
com a embalagem
Que tal pegar um bombom e co- elaborada com polpa
mê-lo sem tirá-lo da embala- de manga já foram
gem (que, aliás, tem sabor de
fruta)? Se depender dos pesqui- finalizados. Agora
sadores da Empresa Brasileira é preciso adequar
de Pesquisa Agropecuária (Em- a tecnologia a
brapa), essa pequena ficção
pode se tornar realidade nos processos industriais
próximos anos. Isso será possí-
vel graças a pesquisas que pro-
fissionais da instituição têm
realizado com os chamados fil-
mes comestíveis: películas finas
e biodegradáveis formadas a
partir de biopolímeros como
polissacarídeos (amido, pectina
e quitosana) e proteínas (gelati-
na). Os polímeros sintéticos —
plásticos comuns — são geral- fazer uma espécie de saquinho
mente derivados do petróleo. plástico”, acrescenta.
Segundo Henriette de Azere- Segundo a pesquisadora, os
do, pesquisadora da Embrapa filmes comestíveis ainda são
Agroindústria Tropical, locali- pouco usados, mas alguns têm
zada em Fortaleza, os filmes co- alcançado um certo espaço no
mestíveis podem ser usados mercado internacional, como os
para a proteção de alimentos. feitos com amido. “Já os de pol-
“O produto forma uma barreira pas de frutas e hortaliças são
que diminui a perda de água e as pouco conhecidos”, afirma.
trocas gasosas, o que aumenta o
tempo de prateleira”, diz. À espera de parceiros
Em 2007, a pesquisadora ini- Os testes de laboratório com o
ciou um pós-doutorado no De- filme elaborado com polpa de
partamento de Agricultura dos manga já foram finalizados.
Estados Unidos (USDA, na sigla Henriette observa, porém, que
em inglês), uma das entidades ainda é preciso adequar a tec-
pioneiras no uso de polpas de nologia a processos indus-
frutas e hortaliças para forma- triais. Mas isso só será possível
ção de filmes comestíveis. Ao com a colaboração de empre-
retornar ao Brasil, em 2008, sas privadas. “Por enquanto,
trouxe consigo a técnica e a tem carecemos dessas parcerias, o
adaptado a frutas tropicais. A que limita a finalização da tec-
primeira testada, ainda nos nologia”, diz Henriette.
EUA, foi a manga. Atualmente, Luiz Henrique Mattoso, chefe
ela estuda o desenvolvimento de de pesquisa e desenvolvimento
filmes à base de acerola. da Embrapa Instrumentação
Em laboratório, o produto Agropecuária, de São Carlos
demora entre 6 e 12 horas para (SP), que também desenvolve
ser produzido (o tempo varia filmes comestíveis, diz que tem
muito conforme o equipamento havido interesse por parte de
utilizado) e pode ser elaborado empresas de embalagens e do
como filme — com coloração e setor alimentício. “Estamos ne-
sabor semelhantes aos da fruta gociando algumas parcerias”,
—, como solução ou ainda como afirma, sem dar detalhes. ■
spray. Os dois últimos casos,
por exigirem aplicação direta
sobre a superfície do alimento,
são chamados de revestimento.
De acordo com Henriette, a
DESTAQUES
● O uso de filmes comestíveis
Nanopartículas reforçam
principal vantagem do uso de à base de polpa de frutas pode
filmes comestíveis é que eles reduzir a utilização de Unidades da Embrapa testam dessas substâncias”, diz. “Mas é Com a adição
permitem menor uso de emba- nanotecnologia para melhorar questão de tempo para que a tec-
lagens sintéticas. A indústria
embalagens não biodegradáveis,
as características do produto nologia seja liberada.” de substâncias
gerando benefícios ambientais.
costuma usar dois tipos delas, Segundo ela, as nanopartícu- nanométricas, filmes
uma primária e outra secundá- ● Protegido contra poeira e Para melhorar o desempenho dos las permitem que os filmes pro- ganham resistência
ria. A primeira fica diretamente filmes feitos com polpa de frutas, tejam os alimentos contra gases
em contato com o alimento e a
sujeiras por meio de embalagem
a Embrapa tem recorrido à nano- e umidade com mais eficácia. e propriedade
secundária (uma caixa,
secundária, com o ambiente. por exemplo), o filme pode tecnologia. Por enquanto, são Elas deixam os produtos menos bactericida, além
“Ao dispensar o uso da embala- ser consumido juntamente apenas testes. Segundo a pesqui- permeáveis. A tecnologia tam- de se tornarem
gem primária, reduz-se a gera- sadora da Embrapa Agroindús- bém torna os filmes mais resis-
ção de lixo não-biodegradável.
com o alimento embalado.
tria Tropical Henriette de Azere- tente ao melhorar suas proprie- menos permeáveis
A vantagem é ambiental”, afir- ● Frutas protegidas com do, o uso de nanopartículas ainda dades mecânicas. “Essas nano-
ma. “Se o filme for bastante o filme duram mais, pois não é permitido pela Agência Na- partículas normalmente são à
adesivo, não é preciso destacá- a perda de água e as trocas cional de Vigilância Sanitária base de celulose, que pode ser
lo. Ele pode ser comido com o gasosas são reduzidas. (Anvisa). “Não existem dados extraída de diversos alimentos,
alimento. Também é possível que comprovem a segurança como fibra de coco”, afirma.
Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010 Brasil Econômico 17

à base de frutas
Marcelo Knobel
Professor titular do Instituto de Física
“Gleb Wataghin” da Unicamp

Fotos: Jarbas Oliveira knobel@ifi.unicamp.br

Uma sociedade
enraizada na inovação
científica e tecnológica
Muito se fala em nanotecnologia, alardeada como a
nova revolução tecnológica do século XXI. Apesar da
dificuldade em controlar e manipular objetos tão di-
minutos, os cientistas e engenheiros têm conseguido
realizações impressionantes nessa área, fato que tem
suscitado uma ampla expectativa com relação ao futu-
ro. Simultaneamente, há um aumento crescente do in-
vestimento financeiro e do número de pesquisadores
que migram seus trabalhos para esta área, devido ao
seu enorme potencial de aplicação nos mais variados
setores, e ao impacto que seus resultados podem dar ao
desenvolvimento tecnológico e econômico.
O avanço em nanociência tem sido espetacular.
Novos nanomateriais têm sido descobertos, proprie-
dades físicas e químicas inusitadas têm sido encon-
tradas, e novos compostos e dispositivos, com uma
miríade de possíveis aplicações, têm sido propostos.
Assim, essa ampla área multi e interdisciplinar tem
vivido um período de extrema pujança, o que resul-
ta, consequentemente, em novos desafios e novos
questionamentos científicos.

O avanço em nanociência tem sido


espetacular. Mas assistimos apenas
ao início dessa revolução. Precisamos
tomar ações efetivas que permitam
uma atuação mais competitiva do país

Existem já diversos nanomateriais que vêm sendo


empregados nas mais diversas áreas, como tecidos,
conservação de alimentos, cosméticos, pigmentos,
catalisadores, entre outros. Mas espera-se de fato que a
verdadeira revolução ainda esteja por vir, com aplica-
ções hoje impensáveis na área de medicina (em dia-
gnóstico e tratamento), em nanocircuitos e em diver-
sas aplicações úteis no nosso cotidiano. De fato, esta-
mos assistindo apenas ao início dessa revolução, e,
para ir mais além, e passar de meros espectadores para
participantes ativos, devemos tomar ações efetivas que
permitam uma atuação mais competitiva do Brasil
nessa área ainda emergente.
Henriette, pesquisadora da
Hoje em dia os cientistas brasileiros têm plenas
Embrapa, com filme comestível
feito de polpa de acerola. Ao lado, condições de contribuir com pesquisas de ponta em
detalhe de uma versão elaborada nanociência, pois, uma vez bem equipados, devem
com goma de cajueiro e alginato disputar com a comunidade internacional fundamen-
talmente no campo das ideias Novas ideias e novos re-
sultados em ciência básica têm um efeito avassalador
e imprevisível, incluindo provavelmente a inovação

embalagens comestíveis tecnológica, que, por sua vez, gera riqueza através de
novas empresas, novos empregos, etc.
Esse “círculo virtuoso” depende, entretanto, de
uma ação coordenada, que deve certamente englobar
A Embrapa Instrumentação Entre os avanços está a adi- o governo, as universidades, centros de pesquisa e
Agropecuária, de São Carlos ção de nanopartículas de polis- NANOMETRIA principalmente as empresas e o setor produtivo de um
(SP), também tem desenvolvido sacarídeos como quitosana modo geral. Mas é importante ressaltar que mesmo as
filmes e revestimentos comestí-
veis e biodegradáveis. “Estamos
(encontrado em crustáceos), o
que confere ao produto pro- ✽ pesquisas que não levam a um produto imediato têm
como consequência um avanço científico. Novas
trabalhando com várias técnicas, priedade bactericida. Já a adi- ideias são testadas, novos profissionais são formados e
algumas envolvendo nanotecno- ção de nanofibras de celulose e 1 bilhão de vezes treinados, e subprodutos dessas pesquisas geralmente
logia, para desestruturar com- nanopartículas de pectina (ex- são aproveitados. Nesta realidade sonhada, o papel da
ponentes naturais e reestruturá- traídas de laranja, por exemplo)
menor que o metro universidade é justamente fazer girar toda essa engre-
los depois na forma de plásti- melhora o desempenho plástico A nanotecnologia é a realização nagem complexa, formando continuamente profis-
cos”, diz o chefe de pesquisa e dos filmes. “Toda inovação pre- de experimentos e pesquisa em sionais capazes de se inserir em um mercado de tra-
desenvolvimento da unidade, cisa ser avaliada. Mas já usamos escala nanométrica (um nanômetro balho cada vez mais competitivo, realizando pesqui-
Luiz Henrique Mattoso. “Temos esses produtos nanotecnológi- é igual a um bilionésimo de metro). sas básicas e aplicadas que podem gerar novas ideias
conseguido melhorar muito as cos em animais e não houve ne- Muitos materiais apresentam ainda não imaginadas no âmbito industrial e forman-
características desses filmes com nhum problema de toxicidade”, novas propriedades quando do a base sólida para uma sociedade bem implantada
o auxílio da nanotecnologia.” diz Mattoso. ■ J.P.F. manipulados nessa escala. na inovação científica e tecnológica. ■
18 Brasil Econômico Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010

ENCONTRO DE CONTAS

LURDETE ERTEL

Hassan Ammar/AFP

Asas com Projeto bilionário que inclui o hotel mais alto do mundo
vai modificar os entornos da mesquita Masjid al-Haram,

sotaque em Meca, epicentro sagrado do islã

Está levantando voo na


América Latina uma nova
companhia aérea que
pretende pousar em breve
no mercado brasileiro.
No próximo dia 1º de
fevereiro decola de Punta
del Este, no Uruguai,
o primeiro voo regular
da BQB, empresa de
aviação comercial
do grupo Buquebus.
Fundada e presidida pelo
empresário Juan Carlos
López Mena, a Buquebus
opera a maioria dos ferry
boats que ligam Buenos
Aires ao Uruguai, além
de trechos rodoviários.
O grupo decola agora

Divulgação
no mercado aéreo para
disputar os céus com
a Pluna e a Aerolineas na
ligação entre Argentina,
Uruguai e Brasil.
A estreia, com uma
aeronave ATR 75-500,
será transportando
veranistas endinheirados
que baixam em bando
no luxuoso balneário O gigantismo da fé
uruguaio de Punta
del Este. Mas o plano é A maior aglomeração religiosa de distância, para ajudar os islâmicos
bater asas mais longe: do mundo só poderia ser mesmo a não perder o horário das orações.
no segundo semestre, a moldura do maior hotel do globo. O Makkah está sendo construído
Deve ser inaugurado até o final do ano ao lado da mesquita Masjid al-Haram,
a nova empresa pretende em Meca, na Arábia Saudita, o The considerada a maior do mundo
começar a voar de Makkah Clock Royal Tower (ao lado), e o primeiro lugar santo do islã, e
Buenos Aires para outras que deve assumir o título de mais que abriga em seu interior a Caaba,
cidades do Uruguai, como elevado prédio dedicado à hoteleria. um quadrado onde os muçulmanos
O empreendimento terá 577 metros situam o centro do universo.
Colônia e Salta, e depois,
de altura e 858 quartos, além de um O hotel será a peça central
para o Sul do Brasil. gigantesco relógio, que será sua marca do complexo Abraj Al Bait, um
A começar por Porto registrada. Cinco vezes maior que o megaprojeto do rei da Arábia
Alegre, para onde pleiteia londrino Big Ben, a peça terá ponteiros Saudita,que vai mudar os entornos do
autorização de voo. que podem ser vistos a 17 quilômetros mais sagrado dos templos muçulmanos.

Juan Camacho/AFP

O sonho do De bonde até a favela “A diplomacia


estádio próprio
Depois de um período de testes, americana
O Cruzeiro pode estar perto foi inaugurado nesta semana
de fazer o golaço de conquistar em Caracas, na Venezuela, não é o braço
seu próprio estádio. o bondinho que vai ligar armado
É grande o tititi em Minas Gerais favelas da capital do país
sobre as negociações do clube ao centro da cidade. do Google
com um pool de empresários
internacionais para construção
O presidente da Venezuela, Hugo
Chavez, batizou pessoalmente
na política
de uma arena para o clube. o novo meio de transporte, que externa”
Segundo os perdigueiros de lá, circula com palavras de ordem
além do estádio, o complexo terá como “inclusão” e “soberania”.
hotel, centro de compras, e áreas Além de dar opção de locomoção Alex Ross, conselheiro da secretária
dedicadas a lazer e gastronomia. das áreas altas de Caracas até de Estado americana Hillary
o local escolhido é Nova Lima, as regiões mais baixas, o bonde Clinton, defendendo que o governo
na região metropolitana aéreo garante uma insólita dos EUA não deve meter a colher
de Belo Horizonte. vista panorâmica da cidade. na briga do Google com a China.
Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010 Brasil Econômico 19

Santiago Montes

Celular na mala MARCADO


● No dia 30, o CRC SP
Os turistas que visitam a Colômbia contam agora com um guia promove o seminário
turístico que pode ser acessado, gratuitamente, pelo celular. Planejamento Tributário
O Colômbia Mobile Info funciona através de bluetooth dos aparelhos para 2010, em São Paulo.
em terminais de transporte ou aeroportos do país. Depois de ativado, ● Dia 27, a Fipecafi oferece
o turista tem acesso a telefones, lugares e informações úteis do lugar. o curso “Gestão de Impostos”,
O programa pode ser acessado também através de um site, na sede da fundação
ou enviando uma mensagem de texto, também do celular. em São Paulo.

encontrodecontas@brasileconomico.com.br

Jochen Luebke/AFP
Casa nova
Rainha digital GIRO RÁPIDO
Lily Safra, viúva do bilionário Divulgação

Edmond Safra, voltou às compras. Só deu ela,e não apenas no noticiário:


Dona da famosa mansão Villa Lady Gaga foi a artista que mais
Leopoldina, em Côte d’Azur vendeu música digital no mundo
(França), a brasileira pagou US$ 33 em 2009, segundo as planilhas
milhões por um apartamento em da Federação Internacional da Indústria
um prédio de luxo em Nova York. Fonográfica (IFPI).
O imóvel ocupa o A cantora vendeu 17,5 milhões de
quarto pavimento downloads de duas músicas, liderando
de um edifício o Top Ten (abaixo) do novo segmento. Vaca colada
de 1916 localizado Aliás, pela primeira vez, os formatos
na 5ª Avenida. digitais representaram mais de um quarto A Super Bonder convidou
Na vizinhança, Lily das vendas de música do mundo: com o arquiteto Aldo Cappucci
vai ter nomes crescimento de 12% em 2009, a web Filho para representar
como o estilista representou 27% da indústria global. a marca na Cow Parade 2010.
Tommy Hilfiger. No geral, o mercado de música rodou para O resultado é uma vaca azul
trás, com queda de 10% em 2009, para colada de ponta cabeça em
30 bilhões de euros. Os Estados Unidos duas placas de acrílico.
Palanque turbinado responderam por 40% desta cifra.
A tesoura de Lula para Perfume para o Rio
cortar fitas terá de ser bastante
Cantor Música Milhões
afiada nas próximas semanas. A Aroma Natura, especializada
Lady Gaga Poker Face 9,8
A agenda do presidente em linha cosmética,
prevê, pelo menos, 11 grandes Black Eyed Peas Boom Boom Pow 8,5 home-fragrance e lingeries
inaugurações pelo país Jason Mraz I’m Yours 8,1 acaba de inaugurar sua
afora até o final de fevereiro. Lady Gaga Just Dance 7,7 primeira franquia no Rio de
O plano de voo inclui Black Eyed Peas I Gotta Feeling 7,1 Janeiro. As portas se abrem
rasantes em Três Lagoas (MS), Taylor Swift Love Story 6,5
no Botafogo Praia Shopping.
Porto Alegre (RS),
Beyoncé Single Ladies
Baguari (MG) e Pontal (Put A Ring On It) 6,1 Os números da luz
do Paranapanema (SP).
Soulja Boy Tell’Em Kiss Me
Sempre com a candidata Poker Face, de Lady Gaga, foi a Thru The Phone 5,7
A Companhia de Transmissão
Dilma Rousseff a tiracolo, é claro. música mais baixada legalmente de Energia Elétrica Paulista
Kanye West Heartless 5,5
pela internet no mundo em 2009 apresenta os valores do Plano
Britney Spears Circus 5,5
iExpectativa de Investimentos Plurianual.
A previsão é acima de
Divulgação
Os rumores em torno do que se R$ 1,9 bilhão, dentro
alardeia como lançamento do ano Direito ao piso Números aveludados do plano, a companhia
já deram até nome ao suposto tem permanecido com
tablet a ser lançado pela Apple. Os advogados também podem Encorpou 14,6% a venda de investimentos na casa de
A mídia do Vale do Silício (EUA) ganhar piso salarial no Brasil. vinhos finos de empresas do Rio R$ 1,23 bilhão direcionado para
dá conta de que a gigante da Projeto de lei da da Comissão de Grande do Sul em 2009. o atendimento da rede básica.
maçã estaria brigando na Justiça Legislação Participativa (CLP) fixa As vinícolas gaúchas, que
com a Fujitsu pelo nome iPad. o salário de base dos profissionais respondem por 90% do setor, Carimbada
Perfeitamente apropriado. do Direito em R$ 4,65 mil despejaram 13 milhões de litros de
mensais – para a carga de varietais no mercado – o segundo A Cielo (ex-VisaNet), maior
De fora trabalho semanal de 36 horas. melhor desempenho da década. rede de pagamentos
No caso de 20 horas semanais, Somados os vinhos de mesa, as eletrônicos do Brasil, acaba
A WebJet terceirizou seu o piso estabelecido, vendas alcançaram 240 milhões de receber a mais importante
departamento de marketing. independentemente do setor, de litros no ano passado, certificação na indústria
A agência GP7 assume o manche. deve ficar em R$ 3,72 mil. 12% mais do que em 2008. de cartões: o Attestation
of Compliance do PCI Council.
Divulgação
Fotos: Divulgação

Mais um Niemeyer
Está programada para o final
deste mês a estreia de uma das
mais recentes obras do arquiteto
brasileiro Oscar Niemeyer.
O auditório que leva o seu nome
na belíssima cidade italiana de
Ravello (E) será inaugurado com
uma intensa programação entre
os dias 29 e 31. Pé na reciclagem
A região da Campania investiu
€ 16 milhões no projeto, A Mormaii apresenta
encravado em uma encosta na Couromoda a novidade
rochosa que presenteia ao prédio de sua coleção: as sandálias
uma vista ímpar do mar. Para Neocycle.
desfrutar a paisagem, Niemeyer O processo de produção
instalou no auditório uma consiste em triturar os
grande janela em forma de olho. wetsuits que não têm mais
Um dos espetáculos de condições de uso e misturá-los
inauguração do auditório a retalhos de neoprene.
italiano será da Escola do
Teatro Bolshoi no Brasil. Com Natália Mazzoni
20 Brasil Econômico Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010

EMPRESAS

GE aponta raio x
para mercado de
saúde brasileiro
Companhia terá produção local de equipamentos médicos com
meta de dobrar participação no país e exportar à América Latina


Françoise Terzian dobrar nosso market share (não
fterzian@brasileconomico.com.br revelado) de ambos em três anos
e conquistar a liderança”, afirma
Nas últimas décadas, o Brasil Cláudia Goulart, presidente e
ocupou o papel de coadjuvante
Não estamos CEO da GE Healthcare para a
na atuação das grandes fabri- limitados ao B do América Latina.
cantes globais de equipamen- Bric, que é um dos Ela pretende atingir sua meta
tos médicos. Embora a presen- a partir de fatores como a siner-
ça da Philips, da GE e da Sie-
maiores mercados gia de fabricação. Os dois pro-
mens seja antiga no país, todas emergentes, mas dutos serão produzidos na mes-
sempre importaram suas má- também olhamos ma unidade e, do ponto de vista
quinas de diagnóstico por de engenharia, apresentam tec-
imagem. Esse cenário, no en-
para países como nologias similares em alguns de
tanto, começa a mudar. Atual- Honduras e seus módulos. “O mamógrafo é,
mente, 60% dos equipamentos El Salvador, que basicamente, um raio x para as
médicos vendidos pela Philips mamas”, explica Cláudia.
no país já são produzidos no
são igualmente Não é só o fato de o Brasil ser
Brasil. O último a entrar em importantes para nós o sexto maior mercado mundial
produção nacional foi a tomo- que chama a atenção da GE.
grafia computadorizada, fabri- Cláudia Goulart “Não estamos limitados ao B do
cada em Lagoa Santa (MG) Bric, que é um dos maiores
desde o final de 2009. mercados emergentes, mas
Entre junho e julho, a con- também olhamos para Hondu-
corrente GE quer iniciar a ven- ras, que é muito importante
da dos primeiros mamógrafos e para nós, assim como El Salva-
raios X feitos no Brasil. A partir dor”, afirma Cláudia.
desta data, ela também fará a Isso significa que, por trás do
oferta inédita de remanufatura investimento de US$ 50 milhões
de ressonâncias e tomógrafos na primeira fábrica da GE do
usados no país. Antes, os equi- país focada em cuidados com a
pamentos eram mandados para saúde, há uma estratégia bem
os Estados Unidos e a Europa. definida para atender outros
Só o custo de logística, entre mercados a partir do Brasil,
envio e recebimento, saía por como a América Latina e a
volta de US$ 40 mil para um América Central.
produto de US$ 120 mil a US$ A unidade localizada em
240 mil. O custo repassado ao Contagem (MG) deve ser inau-
cliente deverá sumir. gurada entre abril e junho - de-
Gradativamente, o Brasil penderá da data de vistoria da
chama a atenção das matrizes Anvisa - e chega para se juntar a
dessas gigantes globais. Isso outras 15 fábricas do grupo no
ocorre porque seu sistema de país. Elas produzem de turbinas
saúde – público e privado – de avião a locomotivas.
movimenta US$ 100 bilhões A nova fábrica será inaugu-
por ano. A área de diagnósticos rada com 30% de sua capacida-
por imagem responde por 2% de de produção e estreará com
deste montante. À medida que as linhas de mamógrafo analó-
o país deixa o subdesenvolvi- gico e raio x. Este último foi de-
mento para trás, seus gastos senhado na China, com a ajuda
com prevenção e diagnóstico da equipe brasileira, para aten-
aumentam, diferentemente der o país. O equipamento tem
dos países pobres, que gastam alguns detalhes do comando e
mais com tratamento. da mesa específicos para o hábi-
O mercado de raio x na Améri- to dos brasileiros. O preço ainda
ca Latina alcança os US$ 200 mi- não foi informado, mas, se for
lhões por ano. Mamógrafo ainda levada em consideração a tribu- Cláudia Goulart, CEO da GE Healthcare na AL, empresa
não é um negócio de volume na tação desses equipamentos, que que passa a produzir no Brasil para ganhar market
região, mas é particularmente gira em torno de 15% a 20%, a share; à direita, mamógrafo digital da Siemens
importante para a GE. “Quero queda será representativa. ■
Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010 Brasil Econômico 21

Divulgação

ThyssenKrupp eleva investimento no Brasil


A ThyssenKrupp informou ontem que seu conselho de administração
elevou os investimentos na Companhia Siderúrgica do Atlântico, em
construção no Rio de Janeiro, para € 5,2 bilhões (US$ 7,39 bilhões) ante
€ 4,7 bilhões anteriores, o segundo aumento em cinco meses. A companhia
também divulgou que a maior parte de seus negócios registrou lucro
no primeiro trimestre fiscal, permitindo ao maior grupo siderúrgico
da Alemanha olhar para os próximos meses com otimismo cauteloso.

Marcela Beltrão

Siemens valoriza
componente local Philips usa
software para
A área de saúde da Siemens só
produz um equipamento no país –
o raio-x analógico. Com o dólar
baixo e a eficiência da China,

atrair UTIs
dificilmente a empresa deve
instalar novas linhas de produção
no país. A não ser que ela
encontre fornecedores locais
de componentes hoje usados
por seus equipamentos. Empresa pretende conquistar Divulgação
Diante deste movimento inicialmente 190 dos 7,5 mil
crescente de fabricação de hospitais brasileiros
produtos de diagnóstico por
imagem no Brasil, Reynaldo Goto, A Philips Healthcare não quer vi-
gerente de marketing de ver só de equipamentos médicos. Daurio Speranzini
Healthcare da empresa, diz não Embora eles venham com Vice-presidente
ver muito sentido nesta produção softwares embutidos, a empresa sênior da Philips
Healthcare para
nacional, uma vez que boa parte agora avança em uma outra área a América Latina
dos componentes usados ainda no Brasil. Trata-se da oferta de
é importada. “Nosso raio-x tem sistemas clínicos para gestão de
mais de 2/3 custos nacionais – UTI e também de áreas ou clínicas “Nem mesmo os grandes
entre cabos, chapas e outras com pacientes de radiologia. desenvolvedores de software
partes e peças de fornecedores “Nem mesmo os grandes desen- do mundo, a exemplo da SAP,
locais. O que os outros chamam volvedores de software do mun- têm produtos específicos
de fabricação, nós chamamos de do, a exemplo da SAP, têm produ- para a área clínica. Os poucos
assembling (montagem), com tos específicos para a área clínica. hospitais do mundo que
menos de 20% de componentes Os poucos hospitais do mundo têm SAP usam para gestão
locais”, compara Goto. que têm SAP usam para gestão da da área administrativa”
Para ele, importar partes área administrativa”, afirma
e peças, agregar meia dúzia Daurio Speranzini, vice-presi-
de componentes padrão, montar dente sênior da Philips Healthca-
o produto e entregar para o re para a América Latina.
cliente é algo que a Siemens está Ele diz que mais vidas de pa-
capacitada para fazer há anos. cientes internados nas unidades
No entanto, não o faz por de terapia intensiva dos hospi-
enxergar poucos benefícios. tais brasileiros poderiam ser
“Nossa preocupação é investir salvas a cada ano sem a exigên-
em equipamentos acessíveis e cia de investimentos em novos
sustentáveis, como a ressonância equipamentos. Essa conclusão é
importada da China, que consome um dos resultados do projeto-
30% a menos de energia que piloto do Sistema UTI Juntos,
a média dos equipamentos desenvolvido pela Philips do
no mercado”, assegura. Brasil, em parceria com o Hos-
Além disso, ele lembra que, com pital Geral do Grajaú, localizado
um câmbio a R$ 1,75 ou R$ 1,80, na Zona Sul de São Paulo.
dificulta a produção local, Administrado pela Associa-
principalmente quando se ção Congregação Santa Catari-
pensa em transformar o Brasil na, o Hospital do Grajaú, refe-
em um pólo de exportação. F.T. rência para uma população de
800 mil pessoas, conta com 10
Divulgação leitos para atendimento de
emergência, com uma média
anual de 360 pacientes por ano.
Graças ao Sistema UTI Juntos,
houve uma redução de 16% na
taxa de mortalidade, o que evitou
a morte de 13 pacientes na primei-
ra fase do projeto, realizada de 1º
de setembro de 2008 a 31 de agos-
to de 2009. “Aplicando-se a mes-
ma taxa aos 35 mil leitos de UTI
existentes em nível nacional, che- Inovação brasileira
gamos aos 44 mil óbitos que pode- A Philips também está produ-
riam ser evitados com a adoção do zindo novas tecnologias nacio-
Sistema”, afirma o médico Mar- nais. Em março, ela deve anun-
celo Moock, chefe da UTI de adul- ciar o lançamento da tomografia
tos do Hospital Geral do Grajaú. por bioimpedância, equipamen-
Speranzini conta que há um to que inova mundialmente ao
imenso mercado a se explorar medir a qualidade da respiração.
com esta tecnologia. O Brasil O sistema mostrará na tela
tem 7,5 mil hospitais e a meta como funcionam os pulmões em
inicial da Philips é conquistar imagem contínua. Com isso, há
190 deles. “O software registra tendência até de introdução de
entrada e saída do paciente, novos procedimentos para o
quantas vezes no ano o paciente tratamento da pneumonia. O
esteve no hospital e a evolução Hospital das Clínicas (SP)é par-
das doenças”, explica. ceiro no projeto. ■ F.T.
22 Brasil Econômico Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010

EMPRESAS
Divulgação
ESTRATÉGIA INTERNET

Nokia torna gratuitos serviços França entra na corrida pela digitalização


de navegação por satélite de obras literárias
A Nokia seguiu o exemplo do Google, oferecendo mapas gratuitos em Uma equipe de especialistas em informática da França está preparando
seus celulares, em um esforço para estimular a venda de aparelhos. a herança literária da Europa para a era digital. A empresa para
A decisão deve prejudicar empresas do setor de navegação via satélite. a qual trabalham, a Safig, é uma das poucas no continente a digitalizar
A Nokia costumava cobrar por pacotes que incluíam instruções livros em um projeto de US$ 1 bilhão. Isso dá a ela uma posição
detalhadas de como chegar a um local. Agora o usuário, seja ele motorista privilegiada dentro do plano francês para criar uma imensa biblioteca
ou pedestre, poderá receber instruções em 74 países e 46 idiomas. on-line e negociar um acordo sobre livros digitais com o Google.

Claro adquire
sistema ágil
e afinado
para crescer
Empresa fecha acordo com a Amdocs para
integrar operações e elevar competitividade

Ivone Santana Menor prazo para


isantana@brasileconomico.com.br
lançar produtos,
Atenta às transformações do redução de custo
mercado de telefonia celular, a operacional e a
Claro decidiu investir em sis-
temas que possam diferenciá-
orquestração dos
la dos competidores Vivo, TIM sistemas, que passam
e Oi, acelerando o lançamento a ser comandados
de produtos e diminuindo seus
custos operacionais. A solução como se fosse
Customer Experience Systems por um maestro, são
(CES) está em implantação alguns dos ganhos
pela integradora de sistemas
Amdocs, israelense e dona de com a modernização
receita de US$ 2,86 bilhões. em curso
A convergência de serviços de
telecomunicações e comunica-
ções cada vez mais presente no
dia a dia está mudando a forma
pela qual as operadoras móveis
trabalham. A competição já não é
mais tão perceptível, pois os ri-
vais que surgiram despretensio-
samente em serviços grátis de
voz sobre IP se fortaleceram e
mudaram de patamar. Até em-
presas de cabo que não eram
consideradas concorrentes en-
traram no jogo da mobilidade, diz será simplificado e os sistemas
o diretor regional de marketing distribuídos por todas as áreas
da Amdocs para América Latina e da operadora e de seus parcei-
Caribe, J. Manuel Briseno. ros serão regidos por apenas
No caso da Claro, os sistemas um, que Briseno chama de or-
darão suporte aos pedidos dos questrador, ou maestro. A ele
seus clientes, à automação das caberá buscar as informações
vendas, comércio eletrônico e onde quer que estejam e tratá-
compras pela internet. Todo las para a execução de uma ta-
tipo de atendimento será cober- refa. Assim, um produto será
to pelo sistema, inclusive em visualizado em todos os seus mentos até os funcionários que Áustria, diz Briseno. Nos Esta- nutos de voz no mundo que
quiosques, lojas ou negócios que detalhes em apenas um lugar. antes eram necessários para ge- dos Unidos, o produto está qualquer outra operadora; e
envolvam empresas parceiras. Com o processo afinado, a renciar toda a gama de sistemas. implantado na AT&T e Rogers. em segundo o serviço de men-
Por meio de nota conjunta Claro poderá encurtar o tempo Acontece que cada produto Na América Latina, a Claro sagens instantâneas da Micro-
com a Amdocs, a Claro infor- desde o projeto até a colocação do tem uma base de dados, e o será a primeira. soft (MSN), embora ambos não
mou que a continuidade da mo- produto no mercado em vários custo operacional para geren- sejam clientes da Amdocs. A
dernização é essencial para meses e ganhar um diferencial ciar diversos catálogos na Cla- Nova abordagem de clientes operadora Rogers é e atua com
manter a competitividade no competitivo. Briseno não revela o ro era muito grande, mas está “Não são apenas as operadoras TV por assinatura, internet e
mercado brasileiro, além de investimento, mas afirma que ao sendo reduzido, diz o executi- tradicionais e de grande porte telefonia fixa e móvel, e adotau
acompanhar o crescimento so- longo de um ano após a implan- vo. O sistema está em implan- que podem usar o nosso siste- o sistema em 2007. “Não inte-
fisticado da base de usuários. tação, uma operadora registrou tação, e ainda não há prazo ma, mas também as de vídeo e ressa se a empresa tem a me-
economia com o custo operacio- para conclusão. Solução se- VoIP”, afirma Briseno. Como lhor rede e tecnologia se o
Simplificação do trabalho nal de aproximadamente US$ 30 melhante de catálogo é usada exemplo, ele cita os serviços cliente não puder usar o servi-
Com a integração, o trabalho milhões. Isto inclui de equipa- na TIM Mobile, na Alemanha e do Skype, que geram mais mi- ço”, diz Briseno. ■
Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010 Brasil Econômico 23

Robyn Beck/AFP
DESAFIO RESPOSTA

China minimiza problemas com Google e diz Hillary Clinton pede que empresas resistam
que eles não podem ser obstáculo comercial à censura na internet em todo o mundo
A disputa entre o Google e a China não deveria ter “interpretação A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, pediu às empresas
exagerada” ou ser vista como obstáculos aos acordos bilaterais entre de tecnologia dos EUA que resistam à censura na internet e pediu às
a China e os Estados Unidos, disse o vice-ministro do Exterior do país autoridades chinesas que investiguem os ataques que aconteceram ao
asiático, He Yafei. O discurso, proferido ontem, pode ser visto nos Google no país. “A censura não deve ser aceita por qualquer empresa em
Estados Unidos como um desafio, depois que o Google anunciou ter qualquer lugar”, disse Hillary. “As empresas americanas precisam tomar
sido alvo de um ataque de ciberespionagem em território chinês. uma posição de princípios. Isso deve ser parte da nossa marca nacional.”

Henrique Manreza

ENTREVISTA MAURÍCIO FALCK Gerente de desenvolvimento de negócios da Amdocs


Briseno, da Amdocs, diz que não são
somente as operadoras tradicionais e de
grande porte que podem usar o sistema
integrado, mas também as de vídeo e VoIP
“Agora é hora de
rever os sistemas”
As plataformas da Amdocs eram usadas nas empresas que formaram a Claro
Henrique Manreza

Presente nas operadoras de te-


lecomunicações mundiais há
27 anos, a Amdocs também
testemunhou a privatização do
setor no Brasil e fez negócios
com isso. Conseguiu implantar
seus sistemas em diversas em-
presas, algumas das quais fo-
ram consolidadas na Claro.
Agora é hora de rever os siste-
mas, afirma o gerente de negó-
cios da empresa, Mauricio
Falck, nesta entrevista.

A Claro se tornou cliente da


Amdocs por causa de sua
controladora América Móvil,
que já usa esses sistemas?
Não. A Amdocs tinha o sistema
de faturamento instalado na
BCP, Tess, Telia e Telet, antes da
América Móvil. Quando eles
(América Móvil) compraram es-
sas diferentes operadoras e fize-
ram a fusão que resultou na Cla-
ro, nosso sistema já estava pre-
sente em grande parte das com-
panhias consolidadas. Somos le-
gados das operadoras antigas.

O sistema em uso na Claro


ainda é o herdado, ou houve


evolução depois disso? Como o catálogo ajuda nisso?
O que existia era o billing (emi- Ele é um tipo de base de dados
te a conta do cliente). Mas a com tudo que a empresa pode
maneira de fazer o billing era oferecer ao cliente. O mesmo
diferente em cada empresa. Foi
Cada produto produto tem informações dife-
criada uma nova instância no exige um catálogo. rentes no CRM, no billing etc.
sistema e os clientes das opera- Só que as operadoras Cada produto exige um catálogo.
doras consolidadas migraram Só que as operadoras têm que
para o novo formato. Agora,
têm que consultar consultar 30 sistemas para ge-
outra linha de negócios está 30 sistemas para renciar um produto. Com o siste-
sendo incorporada ao billing. gerenciar um ma único, os 30 anteriores dei-
xam de ser donos da informação
O que muda agora no sistema
produto. Com a e serão usados de outra forma.
da operadora? mudança, toda Hoje, há milhares de interfaces e
A Claro pediu como definição a comunicação sistemas falando entre si. Isto
estratégica uma mudança para muda. Todos passam a se comu-
normatizar o processo de venda
ocorrerá em nicar num único ponto, que é o
e atendimento. Para isso, esta- ponto único catálogo central. Na prática, o
OS NÚMEROS mos implantando diversos pro- tempo de mercado para o lança-
dutos. Um deles é o catálogo. mento de um produto que demo-
US$ 30 mi
é a economia estimada para uma
6 meses
era o tempo necessário para
Para lançar um produto tem que
adaptar o billing, a gestão de
rava seis meses cai para um mês.

operadora ao longo de um ano o lançamento de um produto, relacionamento com o cliente O que mais compõe os novos
após a implantação do sistema. prazo que cairá para um mês. (CRM), o sistema de atendi- sistemas da Claro?
mento na loja, na internet, pre- O catálogo é um apoio a uma so-
parar o sistema de ativação. lução complexa. Há uma série de
US$ 2,86 bi 25,52% Enfim, é uma gama gigantesca
de sistemas para criar e atuali-
verificações e validações até fi-
nalizar uma venda. Estamos co-
é a receita da Amdocs no ano é a fatia da Claro em serviços
fiscal encerrado em setembro, móveis, com 44,4 milhões de zar. O problema é o longo tem- locando na Claro um sistema de
9,48% menor que em 2008. clientes, atrás da Vivo, com 51,7mi. po entre a definição do marke- ordem (workflow) que orquestra
ting e chegar ao mercado. todo esse processo. ■ I.S.
24 Brasil Econômico Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010

EMPRESAS
Hamilton Will
MEIO AMBIENTE PESQUISA

Brasil lidera no recolhimento Estudo revela que molusco pode ser base
de embalagens de agrotóxicos para armaduras e coletes à prova de bala
Em 2009, foram recolhidas no país cerca de 28 mil toneladas de Artigo que será publicado no site e na revista Proceedings of the National
embalagens de agrotóxicos, um retorno de 90%. O índice é bem Academy of Sciences, afirma que, no futuro, coletes à prova de bala
superior ao de outros países. Canadá, Estados Unidos e Japão, por podem ser feitos a partir de um molusco de cinco centímetros, da espécie
exemplo, têm índices de recolhimento entre 20% e 30%. Segundo Crysomallon squamiferum. Cientistas do Instituto de Tecnologia de
o Ministério da Agricultura, o diferencial brasileiro é o sistema de Massachusetts dizem que características peculiares do animal resultam
fiscalização que conta com monitoramento e punições previstas em lei. em um conjunto eficiente contra a penetração e dissipação de energia.

Melhora na renda da classe C traz


Empresas começam a sair da montanha-russa vivida nos últimos
anos e planejam investir para se manter na calmaria do carrossel

Elaine Cotta Divulgação


peva, interior de São Paulo, vai
ecotta@brasileconomico.com.br investir R$ 8 milhões neste ano
para cobrir e aquecer parte do
No ano passado, o faturamento parque, além de construir uma
do Beto Carrero World, conside- área fechada para eventos. “Pre-
rado o maior parque temático do tendemos manter, durante todo
país, cresceu 30%. Foi o melhor o ano, o mesmo índice de visita-
ano em volume de vendas e visi- Alain Baldacci ção com essas obras, atraindo
Diretor-geral
tação — que cresceu 25% — desde do Wet’n Wild pessoas também no inverno e
sua fundação, há 18 anos. “Para empresas que queiram usar nos-
nós não houve crise. Trouxemos sa estrutura para eventos”, diz
novas atrações e fizemos inves- “A melhora na renda do Alain Baldacci, diretor-geral do
timentos que garantiram que os brasileiro, especialmente da parque, que passou por ampla
problemas na economia não nos classe C, é fundamental para reestruturação societária e fi-
atingissem”, afirma Victor Hugo nós. Não é um empreendimento nanceira recentemente. “Zera-
Loth, diretor de Mídia e Criação de elite. Somos um produto mos nossa dívida e aumentamos
do Beto Carrero World. O maior voltado para a família” em 30% a nossa margem Ebitda
investimento foi a construção da em 2009”, afirma Baldacci. Há
montanha-russa Fire Whip, fa- quatro anos, a dívida do Wet’n
bricada na Holanda, ao custo de Divulgação
Wild era de R$ 120 milhões e seu
R$ 15 milhões. Nela, os trilhos controle, diluído entre vários
ficam acima da cabeça dos pas- sócios. O parque, que faturou R$
sageiros presos ao vagão que 22 milhões e recebeu 400 mil vi-
atinge velocidade de 100 km/h. sitantes em 2009, é controlado
“Anualmente, são reinvestidos agora pela Funcef, fundo de
em torno de 20% do faturamen- Francisco pensão dos funcionários da Cai-
to em novas atrações”, diz Loth. Donatiello xa Econômica Federal, com
Presidente
Outros R$ 5 milhões são gas- da Adibra 56%, e pelo grupo Serra Azul,
tos, todos os anos, apenas com controlado pela Método Enge-
manutenção das mais de 100 nharia e pelo grupo Baldacci.
atrações do parque. Para 2010, o “A estabilização da economia
MONTANHA-RUSSA
Beto Carrero World, localizado vai facilitar o crescimento Viva o calor do Nordeste
numa área de 14 milhões de me- e a expansão dos parques Ramubrinka. Esse é o nome da
tros quadrados no balneário de brasileiros, porque há muita atração inaugurada no ano pas-
Playcenter e Hopi Hari
Penha, no litoral de Santa Cata- demanda reprimida no país” sado pelo Beach Park, ao custo tentam se reerguer
rina, espera receber cerca de 1,2 de R$ 7 milhões. O parque, loca-
milhão de visitantes. lizado nas cercanias de Fortale- Fundado em 1973 por Marcelo
za, no Ceará, não sentiu a crise. Gutglas, o Playcenter, em São
Parques aquáticos No ano passado, o públicocres- Paulo, foi comprado pelo grupo
Dois dos mais tradicionais par- ceu 30%, somando 685 mil pes- GP Investimentos em 1998 e
ques aquáticos do país também soas. Para 2010, a expectativa é recomprado por Gutglas em 2002.
opostam em novos investimen- manter essa expansão. “Cresce- “O Playcenter está, aos poucos,
tos para driblar a crise e conti- mos na cola da expansão nor- reconstruindo o seu espaço”, diz
nuar crescendo. O Wet’n Wild, destina, que passou longe da o presidente da Associação das
localizado no município de Itu- crise”, afirma Murilo Pascoal, Empresas de Parques de Diversões
diretor-geral do Beach Park. (Adibra), Francisco Donatiello.
Pascoal segue otimista, espe- ”À medida que a economia se
cialmente para 2011, quando recupera, os parques também se
OS MAIORES PARQUES BRASILEIROS
será inaugurado mais um hotel fortalecem.” Donatiello lembra que,
dentro do complexo turístico com exceção do Playcenter, os
PARQUE ESTADO PÚBLICO ANUAL QUANTO INVESTIU* ANO DE FUNDAÇÃO onde o parque está instalado. demais parques do país são muito
WET’N WILD SP 400 mil R$ 8 milhões 1998 “Aqui, literalmente, não tem novos. O Hopi Hari, que fica em
PLAYCENTER SP 1,5 milhão Não divulga 1973 tempo ruim. O calor, aliás, só Vinhedo, interior paulista, por
1999
nos ajuda a crescer”, diz. exemplo, foi lançado em 1999.
HOPI HARI SP 1,5 milhão Não divulga
Em Recife, o Mirabilândia, Hoje, sua dívida é estimada em
BEACH PARK CE 685 mil R$ 7 milhões 1997
também comemora a alta de R$ 500 milhões, além da Previ
BETO CARRERO SC 1,2 milhão R$ 15 milhões 1992
28% no faturamento em 2009. e do GP Investimentos terem se
*Valor é referente a 2009 Fonte: empresas Inaugurado em 2002, o parque desfeito de seus ativos. “A maioria
recebe por ano 146 mil visitan- dos parques brasileiros começou
NÚMEROS DO SETOR BRASIL MUNDO tes. Sua implantação custou nos anos 1990, durante o Plano
FATURAMENTO R$ 802 milhões US$ 24 bilhões
US$ 3 milhões e para os próxi- Real. As empresas se endividaram
mos dois anos, planeja investir em dólar para montar os parques
EMPREGO 90 mil 500 mil empregos só nos Estados Unidos
outros R$ 6 milhões em novas e muitas quase quebraram
VISITANTE 12 milhões por ano 335 milhões nos parques americanos
atrações. “Mantivemos os pre- com a maxidesvalorização
e 40 milhões na Europa
ços para atrair público”, diz o do câmbio, em 1999”, lembra
Fontes: Sindepat, Adibra e Iaapa diretor Antonio Peixoto. ■ Alain Baldacci, do Wet’n Wild.
Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010 Brasil Econômico 25

Leandro Ferreira
REGULAMENTAÇÃO INFORMÁTICA

Conselho da Anatel adia decisão sobre Cientistas brasileiros desenvolvem sistemas


preço de renovação de outorgas MMDS de computador baseados em física quântica
A decisão sobre quanto as operadoras de TV por assinatura na tecnologia Sistema computacional baseado em física quântica promete velocidade
MMDS pagarão pela renovação de suas licenças por mais 15 anos foi de processamento maior do que a do mais avançado computador atual.
adiada ontem pelo conselho diretor da Anatel. O conselheiro Antonio As vantagens ainda são teoria, mas pesquisas feitas em diversos países
Bedran pediu vistas ao processo. Só participaram da reunião Bedran e avançam na área. No Brasil, um trabalho da Unicamp dá pistas para o
mais dois conselheiros. O presidente Ronaldo Sardenberg está de férias avanço da informática quântica ao utilizar a lógica paraconsistente como
e o novo conselheiro, Jarbas Valente, só toma posse no próximo dia 27. fundamento para a elaboração de algoritmos voltados a esse modelo.

ânimo novo a parques de diversão Fotos: divulgação Jordi Burch

Ramunbrinka, do Beach Park: Fire Whip, do Beto Carrero: OLHAR ESTRANGEIRO


R$ 7 milhões em investimento montanha-russa de R$ 15 milhões

Charles Bray (à esquerda) e Chip Cleary, ambos da


International Association of Amusement Parks and
Attractions (Iaapa), a principal associação mundial
da indústria de parques: visitas a empreendimentos
no Brasil para avaliar o potencial de crescimento
e investimento do setor. “O segmento precisa ser
tratado como uma indústria, com todo seu potencial.”

O Wet’n Wild vai investir R$ 8 milhões


para cobrir e aquecer parte do parque Faturamento de US$ 24 bi
Metade desse movimento, As várias crises dos economia. Cleary lembra que a
US$ 11,9 bilhões, vem dos Euro Disney ficou anos sem dar
parques americanos
anos 1990 impediram lucro até virar um sucesso. “É
o crescimento do preciso criar a cultura de ir ao
Um setor que gera, por ano, fa- setor de parques parque. E isso está sendo feito
turamento de US$ 24 bilhões ao no Brasil. Daqui a 10 anos, o se-
redor do mundo, dos quais no Brasil. Mas as tor terá o peso de uma indús-
US$ 11,9 bilhões só nos Estados perspectivas para tria, atraindo público e cada vez
Unidos. Essa é a indústria — as- os próximos anos — mais investimentos, locais e de
sim denominada no exterior — fora”, afirma Cleary.
dos parques de diversão. “E o com o crescimento De acordo com a Associação
Brasil tem potencial para cres- da economia e a das Empresas de Parques de Di-
cer, e muito, nos próximos melhora da renda — versões (Adibra), em 2008 — os
anos”, afirmou Chip Cleary, dados de 2009 ainda não estão
presidente da Iaapa, a principal são muito diferentes disponíveis — o faturamento do
associação mundial do seg- e bastante otimistas setor somou R$ 802 milhões,
mento, durante visita ao Brasil crescimento de 86% em relação
esta semana. Ele, que também é a 2007. “Isso mostra que temos
dono de um grupo que admi- potencial para ser tratados
nistra parques nos Estados Uni- como indústria, que gera em-
dos, se diz otimista com as prego e receita para o país”, diz
perspectivas para o setor. o presidente da entidade, Fran-
“A cultura de visitar parques cisco Donatiello.É bom lembrar
ainda é nova no Brasil, diferen- que os anos 1990 foram difíceis.
temente de nos Estados Unidos, Teve a crise do México, em 1995,
por exemplo, onde as pessoas, a asiática, em 1997, a russa, em
para esquecer da crise no ano 1998, a desvalorização do real,
passado, foram passear na Dis- em 1999, e o colapso da Argen-
ney”, diz. “Mas isso tende a tina, em 2001”, lembra Cleary.
mudar.” Como? Com a melhora “Hoje, as perspectivas do Brasil
da renda e o crescimento da são bem melhores.” ■ E.C.
26 Brasil Econômico Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010

EMPRESAS
DIvulgação
REVISÃO DE CONTRATO JUSTIÇA

Microsoft pode deixar de vender Oracle ganha aval da União


anúncios para o Facebook Europeia para comprar Sun
Acionista do Facebook, a Microsoft perdeu parte da venda de anúncios da A companhia americana de software Oracle obteve ontem aprovação
rede de relacionamento fora dos EUA e está discutindo a revisão de um incondicional da União Europeia para a compra da fabricante de
acordo para retomar a comercialização de parte do espaço publicitário do computadores e software Sun Microsystems, por US$ 7 bilhões. Órgãos
site. Mas, o Facebook quer vender mais anúncios por conta própria e pode americanos aprovaram o acordo, mas a Comissão Europeia começou
abandonar o uso da Microsoft também nos EUA, disse o vice-presidente uma investigação sobre o negócio, em setembro, citando preocupações
de vendas de anúncios da empresa de software, Robin Domeniconi. sobre o impacto competitivo na base de dados MySQL da Sun.

Divulgação

Nelsom Marangoni, presidente do Ibope


Inteligência, que agora tem escritórios nos FATURAMENTO
Estados Unidos, em Porto Rico e no Chile
US$ 250 mi
foi a receita de todo o grupo
Ibope, no ano passado.
Empresa diz que crescimento
fica em torno de 6% ao ano.

MAIOR MERCADO

US$ 8,9 bi
é quanto os Estados Unidos
movimentam, por ano, em
pesquisa, diz o Ibope. Valor
representa 27% de todo
o investimento mundial.

RANKING

US$ 4,1 bi
é o montante investido em
pesquisa no Reino Unido,
segundo mercado mundial.
Em seguida estão Alemanha,
França e Japão.

EM CRESCIMENTO

US$ 689 mi
foi o investimento em pesquisa
no Brasil, em 2008. O país ocupa
a 11° posição entre os principais
mercados no mundo.

Ibope investe US$ 12 mi em compras


Instituto de pesquisa dá primeiro grande passo para a internacionalização, com entrada nos Estados Unidos


Ruy Barata Neto Porto Rico e no Chile — e na Marangoni, presidente do Ibope por exemplo — é a operação
rneto@brasileconomico.com.br aquisição de duas novas empre- Inteligência. “Mas não temos mais rentável do grupo até aqui
sas nacionais de pesquisa — a dúvidas de que essa ferramenta e tem presença em todos os paí-
O Instituto Brasileiro de Opinião IDS, do Rio de Janeiro, e a IPDM Embora tenhamos será o futuro da pesquisa”. É que ses da América Latina.
Pública e Estatística, mais co- Geonegócios, companhia pau- o uso da web barateia o custo da No ano passado, o grupo todo
nhecido como Ibope, deu início lista de geomarketing. tecnologia, as operação. Porém, no Brasil, os faturou US$ 250 milhões. Ma-
ao seu plano de internacionali- A Zogby, embora não seja tão pesquisas pela resultados ainda são questioná- rangoni afirma que a média
zação. Ele anunciou ontem a grande — tem 45 funcionários internet ainda não veis quando se precisa de uma anual de crescimento da empre-
aquisição de 51% de uma em- em três escritórios e fatura US$ 7 amostra significativa da popu- sa é de 6%. Com as novas aqui-
presa americana especializada milhões anualmente — é funda- chegam a 5% do lação. O acesso à internet ainda sições, feitas para reforçar a área
em pesquisa de opinião, a Zogby mental para os planos futuros volume total de é restrito no país, na compara- de pesquisa de mercado e opi-
International, fundada em 1984 do Ibope Inteligência como em- demanda no país ção com os Estados Unidos e nião, apenas o Ibope Inteligên-
pelo pesquisador John Zogby. O presa de pesquisa internacional. outros países desenvolvidos. cia deve alcançar um fatura-
contrato dá prioridade ao Ibope Em primeiro lugar, ela permite Nelsom Marangoni, mento de US$ 73,7 milhões,
na aquisição do restante do ne- que o instituto brasileiro tenha presidente do Ibope Inteligência Boas perspectivas neste ano — o que significa
gócio nos próximos quatro anos. acesso a novos mercados. A O mercado americano é hoje o US$ 15,7 milhões a mais do que
Os valores do acordo são Zogby faz levantamentos em maior consumidor de pesquisas o aferido no ano anterior.
mantidos em sigilo, mas consu- países da África e no Oriente do mundo. De acordo com os
miram boa parte dos US$ 12 mi- Médio, regiões em desenvolvi- cálculos do Ibope, ele movi- Território nacional
lhões que serão aplicados em mento e de interesse para a bra- menta US$ 8,9 bilhões, o que Segundo o executivo, o grupo
projetos de expansão do Ibope sileira. O segundo motivo é a representa 27% de todo o inves- ainda tem muito espaço para
Inteligência, braço de negócio experiência da empresa com timento em pesquisas do mun- crescer no Brasil. Os investi-
do grupo voltado para pesquisas pesquisas pela internet e até do. A entrada no país permitirá mentos em pesquisa crescem
de mercado e opinião. No mes- pelo celular. “Embora tenha- à empresa, a longo prazo, en- em torno de 20% ao ano no país
mo montante estão incluídos mos tecnologia, as pesquisas tender esse público e levar para e o mercado nacional movi-
também os investimentos na pela internet ainda não chegam lá seu serviço de pesquisa de mentou US$ 689 milhões em
abertura de dois novos escritó- a 5% do volume total de de- mídia. O Ibope Mídia — que le- 2008. Os dados de 2009 ainda
rios na América Latina — em manda no país”, diz Nelsom vanta dados de audiência na TV, não foram fechados. ■
Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010 Brasil Econômico 27

DIvulgação
SERVIÇOS RESULTADO

Receita Federal aceitará pedido Xerox divulga lucro acima


de CPF pela internet do esperado no quarto trimestre
Nas próximas semanas, a população poderá pedir o Cadastro de Pessoa A Xerox apresentou ontem resultados melhores que o esperado para o
Física (CPF) pela página da Receita Federal na internet, informou quarto trimestre, com o corte de custos ajudando a melhorar as margens
ontem o secretário da Receita, Otacílio Cartaxo. Segundo ele, e a empresa mostrando otimismo. O lucro líquido do período subiu para
o serviço deve estar disponível até o final de fevereiro. De acordo com o US$ 180 milhões, ou US$ 0,20 por ação, contra US$ 1 milhão um ano
secretário, a mudança conclui as reformas que a Receita está realizando antes. Excluindo-se itens extraordinários, o lucro foi de US$ 0,25 por ação,
há mais de um ano para modernizar o atendimento ao contribuinte. o que supera a estimativa de analistas de US$ 0,22 por ação.

Henrique Manreza

Exigências
da Anatel são
atendidas
Vivo obtém o melhor resultado, mento pessoal ao cliente. Em
seguida por TIM, Sercomtel, taxas de chamadas completa-
CTBC, BrT, Oi e Unicel das a meta é de 98% ou acima.
Seis empresas não conseguiram
Ivone Santana atender. Todas as medições da
isantana@brasileconomico.com.br TIM foram acima de 98,8%. A
Vivo só ficou abaixo na região
As operadoras continuam a luta de Goiás, com 96,29%.
para atender às metas de quali- Takayanagi disse que o de-
dade estabelecidas pela Agên- safio no começo do ano era
cia Nacional de Telecomunica- aumentar os minutos de voz,
ções (Anatel). Os resultados do embora a rede não estivesse
quarto trimestre mostram que preparada. A empresa investiu Abreu, da Cisco: “Estamos atrasados.
na soma de todos os indicado- R$ 2,3 bilhões no ano, dos Temos que garantir agora que as
res a liderança foi mantida pela quais 60% para melhorar a construções sejam feitas o quanto antes”
Vivo, que atendeu a 99,5% das qualidade e 30% em tecnolo-
metas, seguida pela Claro, com gia da informação. ■

Prazo curto para construir


98,5%; TIM, 97,3%; CTBC Ce-
lular, 93,9%; Brasil Telecom
(BrT), 91,4% e Oi somada à Divulgação
BrT, com 83%; Unicel80,3% e
Oi mais Amazônia, 80,3%. No
acumulado do ano a Vivo con-
tinua no topo, com 99,7%, se-
estádios preocupa Cisco
guida por TIM ,Sercomtel,
CTBC, BrT, Oi e Unicel. Rogério Takayanagi Arenas no Brasil estão mais Investimentos dundância dos sistemas para
A virada aconteceu para a Diretor de para o Coliseu de 2 mil anos evitar falhas. Abreu afirmou que
TIM no quesito qualidade de marketing da TIM do que para obras modernas
variam entre Wi-Fi é muito importante para a
rede, em que a operadora atin- na Europa e África do Sul US$ 1,5 mil e execução de vários serviços que
giu todas as metas. “Dezembro “Dezembro foi excelente US$ 6 mil requerem mobilidade, como sis-
foi excelente para a TIM, em ca- para a TIM, em canais de Projetar, construir, modernizar tema de pagamentos em toda a
nais de vendas, negócios e mo- vendas, negócios e modelos. e equipar os estádios que aten-
por assento área do estádio e verificação de
delos. Investimos em qualidade Investimos em qualidade derão os jogos da Copa do Mundo bilhetes, e que há recursos dis-
e inovação, com planos tarifá- e inovação, com planos e Olímpiadas no Brasil em 2014 e poníveis para garantir a seguran-
rios para o cliente falar mais e tarifários para o cliente 2016 respectivamente são tare- ça das informações.
pagar menos”, afirma o diretor falar mais e pagar menos” fas que exigirão um grande es-
de marketing da TIM Brasil, Ro- forço das empresas envolvidas Área de entretenimento
gério Takayanagi. no processo. As obras têm de es- A arena pressupõe grandes in-
tar prontas até 31 de dezembro vestimentos na construção, que
Dificuldades das operadoras de 2012, prazo estabelecido pela o executivo estima fique entre
Existem 12 indicadores de qua- Fifa e considerado curto pelo US$ 1,5 mil e US$ 6 mil por as-
lidade multiplicaodos por to- presidente da Cisco, Rodrigo sento. Os investimentos são altos
das as regionais das empresas. Abreu. “Estamos atrasados. Te- e 66% do total são destinados a
São 170 indicadores que devem mos que garantir agora que as áreas de hospitalidade, ao time,
ser atendidos sob pena de mul- construções sejam feitas o quan- imprensa, áreas VIP, de convi-
ta. Anatel e serviços de prote- to antes e equipadas com toda a vência, alimentação, etc. Desta
ção ao consumidor recebem infraestrutura de tecnologia, te- forma, o estádio cada vez mais se
milhares de reclamações dos lecomunicação e comunicações torna um ambiente voltado a en-
mais diversos tipos. As maiores necessária”, disse o executivo. tretenimento e tecnologia, não
dificuldades das prestadoras A Cisco tem experiência em só para os atletas e os jogos, mas
são em atendimento via telefo- empreendimentos desse tipo e
■ TRÁFEGO para os frequentadores.
nista; autoatendimento, res- conta em seu portfólio com tra- Largura de banda usada nos Embora os estádios hoje exi-
posta ao usuário, taxas de cha- balhos na Allianz Arena, estádio estádios alemães jam grandes requerimentos tec-
madas completadas para cen- inaugurado em 2005 em Muni- nológicos, Abreu afirma que no
tros de atendimento e atendi- que, na Alemanha. A empresa foi
responsável pelo projeto com-
pleto, que dispõe de rede única
convergente para todo o sistema
40 Gbps
Brasil estamos mais próximos
do Coliseu de 2000 mil anos
atrás do que das arenas moder-
nas construídas na Europa e
DESAFIOS PARA CRESCER tecnológico, com cobertura para No Brasil, será preciso mais África do Sul. Os donos das are-
● Meta da TIM foi aumentar ● TIM conquistou cliente de alto acesso à internet em banda larga capacidade, aproximadamente nas têm de entender que essas
capacidade de rede para valor, melhorou a rentabilidade sem fio por Wi-Fi em todo o es- áreas não são só um centro es-
cliente falar mais, pagar
menos e melhorar a qualidade.
e elevou o tráfego de minutos
em 60% ao longo de 2009.
tádio. Os serviços são baseados
em rede IP e duas salas principais
de equipamentos garantem a re- 100 Gbps
portivo, mas de convenções e
shopping centers, o que requer
adequação para isso. ■ I.S.
28 Brasil Econômico Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010

EMPRESAS
Divulgação
VIDEOGAMES PIRATARIA

Nova leva de jogos de combate Vendas de músicas gravadas


mira público maior de 30 caem 10% em 2009
Uma nova safra de videogames de combate está chegando aos consoles As vendas globais de música gravada caíram cerca de 10% em 2009
do mundo inteiro. E eles não são para crianças, já que as produtoras e acumulam baixa de 30% desde 2004 diante dos downloads ilegais, diz
estão cada vez mais apelando a uma audiência madura. A Sony Computer a associação internacional do setor, IFPI. A entidade informa, em relatório
Entertainment é a mais recente editora de games a mirar no segmento anual, que a indústria viu desdobramentos positivos em 2009, com mais
dos Massive Action Game, que permite que até 256 pessoas joguem de um quarto das receitas de música gravada sendo gerada por vendas
ao mesmo tempo, normalmente em batalhas virtuais e sangrentas. digitais, depois que a indústria abraçou novas maneiras de vender faixas.

TV 3D têm desafios pela frente


Preço é um dos maiores entraves. Mas óculos desconfortáveis também podem comprometer as vendas
Eric Gaillard/Reuters

bricantes estão fechando acor-


Fabricantes como LG
dos com os produtores de óculos
e Samsung trabalham
em protótipos que para que fique mais barato com-
dispensem os óculos prar para toda a família. Preo-
cupadas com esse tipo de trans-
torno, algumas empresas, como
LG, Samsung e Mitsubishi, estão
desenvolvendo protótipos de
televisores 3D sem os óculos.
Lentes à parte, o preço tam-
bém pode ser um entrave à
venda destes equipamentos. Na
Europa, atualmente, cada apa-
relho custa em torno de € 2
mil, sendo necessária ainda a
compra de novos periféricos,
como DVD player.

Fora do ar
Mesmo com vários filmes à dis-
posição, ainda falta conteúdo
para garantir pleno uso dos apa-
relhos 3D. O custo para desen-
volver conteúdos com a nova
tecnologia é mais elevado do
que o tradicional. Pelos dados
da Pricewaterhouse Coopers, no
caso de conteúdo para compu-
tador, o preço sobre entre 5% e
10%. Para filmes de ação, o
Sara Piteira Mota, de Lisboa Alguns especialistas acredi- Estima-se que, Fora de foco acréscimo chega a 15%. “Um
sara.mota@economico.pt tam que estes aparelhos mar- Segundo levantamento da Pri- preço que apenas será justifica-
cam uma nova era da televisão,
este ano, sejam cewaterhouse Coopers, 20% das do em alguns filmes”, diz David
O filme Avatar veio relançar a porém as vendas não serão ime- vendidos 2,2 milhões pessoas que assistiram a um fil- Wertheimer, presidente da USC
moda do cinema em três di- diatas. A revista americana Wi- de televisores 3D e me 3D não gostaram da expe- EntertainmentCenter.
mensões (3D). Mas não é um red, uma das mais respeitadas riência, porque têm problemas Começa aí o dilema. Os pro-
caso isolado. Outros três filmes em tecnologia, alerta que há
que, em 2013, 25% de visão. Para piorar, os óculos dutores de conteúdos hesitam
de sucesso, lançados em 2009, obstáculos para a popularização dos equipamentos são desconfortáveis. Quem viu em avançar para este formato
Up - Altas Aventuras, Monstros da TV 3D. O primeiro deles seria comercializados Avatar no cinema pode reparar por falta de público, por mais
vs.Alienígenas e A Era do Gelo o desconforto visual. De acordo que os óculos vêm em tamanho que marcas como Samsung, LG,
3, ajudaram a preparar terreno com Michael Rosenberg, pro- incorporem esta standard e ficam grandes para Panasonic, Sony e Toshiba
para essa tecnologia. E outros fessor da Universidade de tecnologia muita gente. Para quem usa apostem nesta forma de televi-
ainda virão este ano, como Alice Nortwestern e especialista em óculos, também não é muito são e cinema. Estima-se que,
no País das Maravilhas e Shrek problemas oftalmológicos, os cômodo ter dois pares coloca- este ano, sejam vendidos 2,2
para Sempre. Com conteúdo óculos para equipamentos 3D, dos sobre o nariz. milhões de televisores 3D e que,
disponível, a tendência é que os além de serem cansativos, po- Outro empecilho: quem em 2013, 25% dos equipamen-
televisores 3D repitam o mesmo dem agravar problemas de vi- compra a TV não ganha pares tos comercializados incorporem
desempenho das bilheterias. são e provocar dores de cabeça. extra de óculos. Por isso, as fa- esta tecnologia. ■

As promessas da Apple para 2010


Novo computador portátil deve peculações que circulam por para o ano levam em conta as afirmaram fontes próximas do
ser lançado na próxima semana. toda a imprensa e pela inter- vendas do novo equipamento. projeto e que não estão autori-
Empresa de Steve Jobs também net apontam para um novo Apesar de tentar manter sigilo zadas a falar publicamente so-
pode ter iPhone4 este ano formato de computador por- quanto a seus lançamentos, bre o assunto.
tátil, algo parecido com um sabe-se que os fornecedores da Mas este não é único rumor.
A Apple, que revolucionou o ‘tablet’, com tela sensível ao Apple estão entregando moni- Há ainda a possibilidade de ser
mundo da tecnologia com toque. A novidade deve cha- tores sensíveis ao toque e que apresentada uma nova versão
seus computadores, deve pro- mar-se iSlate, nome que foi deverão começar a distribuir do celular iPhone - o iPhone 4G
var mais uma vez sua vocação registrado pela Apple, ainda capas de alumínio, no próximo -, que poderá ter tela de LED or-
para a inovação. No próximo em 2007, tanto na Europa mês, para o novo equipamen- gânico, melhor resolução de
dia 27 , em São Francisco, nos quanto nos Estados Unidos. to. “A produção das capas co- imagem e menor consumo de
Estados Unidos, Steve Jobs vai Segundo fontes da área de meça em fevereiro. Portanto, energia, além de câmera de 5
apresentar ao mundo mais tecnologia, as projeções de tudo aponta para um lança- megapixels e uma ‘webcam’ Esta pode ser a cara do iSlate, tablet
uma de suas invenções. As es- mercado para a companhia mento no segundo trimestre”, frontal. ■ S.P.M. que a Apple deve apresentar no dia 27
Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010 Brasil Econômico 29

DIvulgação
CELULOSE PAPEL

Exportações brasileiras da commodity Consumo brasileiro ficou 2,4% menor no


crescem, mas faturamento cai 15,4% ano passado, mas exportações sobem 1,3%
A Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa) informou que A maior redução foi do papel imprensa - 12,9%, seguido de papel
a produção de celulose alcançou a marca de 13,46 milhões de toneladas, para imprimir e escrever, com queda de 5,8%, e embalagem,
um crescimento de 6% em relação a 2008. Em volume, as exportações vendas 0,9% menores. Apenas os papéis para uso sanitários
cresceram 16,9%, chegando a 8,22 milhões de toneladas. Mas a receita registraram alta no consumo, de 2,9%. No total o Brasil produziu
com as vendas externas caíram em 15,4%, limitando-se a US$ 3,9 bilhões. 9,34 milhões de toneladas de papel, 0,7% a menos que em 2008.
O problema foi a redução dos preços internacionais da commodity. As exportações de 2 milhões de toneladas cresceram em 1,3%.

Henrique Manreza

Cihat Dündar, CEO do Biota, Ministro defende


planeja trazer mudas de
plantas turcas para o Brasil, mercado livre
a fim de evitar dependência
da matéria-prima importada A expectativa do governo turco é
que a entrada do laboratório Biota
no país sirva para estreitar as
relações comerciais entre os dois
países. Segundo Nihat Ergun,
ministro de indústria e comércio da
Turquia, as transações entre os
dois países são inexpressivas perto
do potencial de ambos os
mercados. No ano passado, o Brasil
exportou US$ 609,7 milhões para a
Turquia e importou US$ 399,3
milhões, segundo o Ministério
do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior (MDIC). Hoje, os
dois países movimentam por volta
de US$ 1 bilhão. Seu objetivo no
futuro é alcançar os US$ 10 bilhões.
O ministro defende o livre
comércio entre os dois países e
sugere uma aproximação entre os
setores automotivo e aeronáutico,
a partir da formação de convênios.
Ele também acredita que os dois
países poderiam fazer acordos no
ramo da construção civil. “Isso
tudo poderia ajudar no aumento
dos investimentos turcos no Brasil
e vice-versa”, ressalta o ministro.
O ministro brincou que até
acordos no campo futebolístico
poderiam ser feitos, uma vez
que “os turcos admiram e
torcem pelo futebol brasileiro”.
Ele contou que, desde a década
de 1970, os times turcos
contratam jogadores brasileiros.
O clube Fenerbahce, o principal
da Turquia, teve o jogador
Roberto Carlos em seu time.
Hoje, quatro atletas brasileiros
jogam em Istambul. F.T.

Laboratório da Turquia quer brasileiras


Biota inicia operação no país a partir de um distribuidor e pretende avançar para produção terceirizada


Françoise Terzian O mercado mundial de depi- R$ 100, já desembarcou nas conta disso, estamos visitando
fterzian@brasileconomico.com.br lação movimenta por volta de gôndolas de algumas farmácias algumas empresas para decidir
US$ 15 bilhões por ano. Dündar de São Paulo. O próximo passo é quem melhor se adequa à nossa
O laboratório turco Biota, fabri- acredita que o Brasil, com sua po- distribui-lo no Rio de Janeiro, necessidade”, conta Dündar, que
cante de xampu antiqueda e cre- pulação preocupada com a apa- O Brasil está nas principais capitais e, na se- se encontra em visita ao Brasil.
me redutor de pelos faciais e cor- rência e o bem-estar, desponta despontando como quência, em todo o país. A ven- Com a produção nacional, o
porais, faturou US$ 80 milhões como um dos principais merca- um dos principais da será exclusiva para farmácias laboratório pretende abastecer
em 2009 com a venda de seus dos mundiais e possui grande po- (60 mil) e a distribuição será outros mercados da América
produtos para mais de 30 países. tecial de consumo para o seg- mercados mundiais feita pela brasileira Derma Latina. Como o Bioxet usa plan-
Neste ano, seu crescimento esta- mento em que o Biota opera. e possui grande Dream Corporation, que há dez tas tipicamente turcas, Dündar
rá embasado na expansão da Nesta fase inicial, a Biota lança potencial de consumo anos atua na área médica e traz disse que em breve mudas serão
empresa em novos mercados, no mercado brasileiro o Bioxet, para o Brasil a marca Mustela. plantadas no Brasil, permitindo
como o americano e o brasileiro. um redutor herbal de pêlos que já para o segmento em Como a distância entre o Brasil com isso o uso de matéria-pri-
O Brasil, país com maior gasto foi aprovado pela Anvisa. No pri- que o Biota opera e a Turquia é grande e novos pe- ma também nacional.
per capita em cosméticos na meiro trimestre, a empresa pla- didos de encomendas poderiam O laboratório pretende lan-
América Latina, é uma das prin- neja investir US$ 600 mil em pu- Cihat Dündar levar por volta de 30 dias, Dündar çar outras linhas de produtos no
cipais apostas de Cihat Dündar, blicidade e em outras ações. “Ao diz que, ainda neste ano, o Bioxet país, mas isso só acontecerá
CEO do Biota. “Neste primeiro longo do ano, o número vai au- começará a ser fabricado no Bra- após um período de adaptação
ano de operação no Brasil, pla- mentar mês a mês”, prevê. sil. A produção, no entanto, será no Brasil. Por enquanto, o redu-
nejamos faturar US$ 15 mi- O produto importado, com terceirizada. “Esta é a alternativa tor de pelos é seu grande trunfo
lhões”, afirma o executivo turco. preço de entrada entre R$ 90 e para reduzirmos os cutos. Por para conquistar as brasileiras. ■
30 Brasil Econômico Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010

EMPRESAS
Divulgação
INDÚSTRIA NAVAL TECIDOS

Estaleiro Jurong, de Cingapura, vence Indústrias têxtil e de confecção projetam


licitação da Petrobras para plataforma P-62 faturamento de US$ 50 bilhões para 2010
O estaleiro Jurong, de Cingapura, venceu a licitação para a conversão do O valor será a soma dos desempenhos previstos para os negócios
casco de um navio petroleiro para a plataforma P-62, que vai operar no envolvendo tecidos, fios e itens confeccionados no país, cujas estimativas
campo de Roncador, na Bacia de Campos, com capacidade para produzir de crescimento são de 4% para a indústria têxtil e 3,7% para o segmento
180 mil barris por dia a partir de 2013. A informação foi dada por uma fonte de confecções. A elevação deve ser acompanhada pela geração de 40 mil
que participou da disputa. A Petrobrás não divulgou o resultado oficial. novos postos de trabalho, conforme perspectiva da Associação Brasileira
Segundo a fonte, o Jurong venceu a concorrência por US$ 94 milhões. da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), que indica alta de 6,5% no varejo.

Divulgação

Praia de Dibulla, cidade onde a EBX


adquiriu uma área de 521 hectares
para a construção de um porto

MPX terá porto na Colômbia


Companhia compra terreno no litoral para escoar sua produção de carvão na região norte do país

Juliana Elias Projeto de US$ 150 toneladas por ano de carvão. MPX contará, ao final, com
jelias@brasileconomico.com.br O porto será instalado na uma geração de energia de 10,5 DIBULLA, COLÔMBIA
milhões une praia de Dibulla, distante cerca mil megawatts - portanto su-
A MPX, braço de energia do operações da MPX de 150 quilômetros das minas perior à da usina de Tucuruí Na área, a MPX construirá um
grupo EBX, do empresário Eike no país e garante da empresa naquele país, e (PA), segunda maior do país, porto de até 20 metros de
Batista, anunciou ontem a com- deve embarcar a produção lo- com 8,3 mil megawatts. calado e capacidade para
pra de uma área de 521 hectares o transporte de cal principalmente para o Chi- Deste total, mais da metade, exportação de até 20 milhões
no litoral da Colômbia para a matéria-prima para le. No país andino, a MPX terá ou 6,3 mil megawatts, serão de toneladas de carvão por ano
construção de um porto, que usinas térmicas uma de suas maiores térmicas, movidos a carvão, e demanda-
escoará a produção da mina de com 2,1 mil megawatts, que rão 13 milhões de toneladas ao
carvão que a empresa possui
em construção demandará 5 milhões de tone- ano do mineral. Para supri-las,
naquele país. Ainda em fase de no Brasil e Chile ladas de carvão ao ano. além da reserva colombiana, a
estudos, as reservas colombia- O empreendimento no Chile MPX possui também uma mina
nas devem começar a ser explo- só não será maior que o polo de 152 milhões de toneladas de Mar do Caribe
radas a partir de 2011. GERAÇÃO energético de Açu, em São João carvão no Rio Grande do Sul —
O porto dá um passo em di- da Barra (RJ), onde, além da o suficiente para abastecer por
reção não só à consolidação dos ● Criada em 2001, a MPX possui térmica a carvão, também de 30 anos a MPX Sul, usina que
negócios naquele país, mas em andamento projetos para oito 2,1 mil megawatts, haverá ou- gerará 600 megawatts. Dibulla
também à integração entre os termelétricas, que gerarão 10 mil tra, a gás, de 3,3 mil megawatts. Estruturada em 2001 dentro
projetos que a MPX está cons- megawatts no Maranhão, Ceará, Com reserva estimada em 110 da EBX, a MPX gerou contro-
truindo dentro e fora do Brasil. Rio, Rio Grande do Sul e Chile. milhões de toneladas, a mina vérsia quando começou a anun- VENEZUELA
São termelétricas movidas a colombiana, além de abastecer a ciar seus primeiros projetos, já
carvão, diesel e gás espalhadas ● Os empreendimentos mais própria MPX, pode vender parte que abasteceria suas térmicas
pelo Amapá, Maranhão, Ceará, avançados são os de Pecém (CE) da produção para o mercado, com carvão em plena era de BOGOTÁ
Rio de Janeiro e Rio Grande do e Itaqui (MA), que deverão tanto colombiano quanto de biocombustíveis e sustentabili-
Sul, além do Chile. ficar prontos em 2011. países vizinhos. dade ambiental. COLÔMBIA
Com investimentos estima- Ainda assim, não se intimi-
dos em US$ 150 milhões para ser ● As termelétricas da MPX Matriz controversa dou, e promete criar uma matriz BRASIL
erguido, o porto colombiano terá Com oito projetos de termelé- diversificada. Além das terme- EQUADOR
geraram controvérsia por
uma profundidade para atraca- serem abastecidas a carvão em trica em andamento, que co- létricas abastecidas pelo mine- PERU
ção de 20 metros e capacidade plena era de biocombustíveis. meçam a ficar prontos no se- ral, há também projetos com
para transportar 20 milhões de gundo semestre de 2011, a gás, energia solar e eólica. ■ Fonte: empresa
Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010 Brasil Econômico 31

5@/<23A
7<D3AB72=@3A
0CA1/;A3;>@3
;/7A23C;/4=<B3
237<4=@;/o¯=
5@/<23A3;>@3A/A
>=23;=43@313@
=;3A;=</6=@/
23>C0:71/@
A3CA0/:/<o=A
8=@</:

;=07:3 >=@B/:
2757B/:
1=@>=@/B3BD
7<4=>=7<B
E7253B

>C0:7?C3A3C0/:/<o=<=;/7A<=D=
8=@</:2331=<=;7/2=>/ËA
1]\bOb](/ZQW]\SAO\b]a³!!  &!!   &
’^ZSUOZ.P`OaWZSQ]\][WQ]Q][P`

nnn%YiXj`c\Zfefd`Zf%Zfd%Yi :I<;@9@C@;8;<;<HL<D=8Q%:I<;@9@C@;8;<G8I8HL<DCÜ %
32 Brasil Econômico Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010

FINANÇAS

Juro futuro em
alta barra crédito
mais barato
Movimento ascendente das taxas de 360 dias,
que balizam captações dos bancos, deve inibir oferta

Simone Cavalcanti São vetores que soas físicas quanto de jurídicas.


scavalcanti@brasileconomico.com.br Ao mesmo tempo, os juros
se contrapõem, cobrados nos empréstimos en-
A continuidade de queda dos mas a expectativa cerraram o ano em 25,5% ao ano
índices de inadimplência, aliada é que a taxa de juros para as empresas, ante 30,7%
à perspectiva de maior concor- registrados em dezembro do ano
rência bancária e à retomada da dos empréstimos passado. No final de 2007, esse
captação de recursos mais bara- continue recuando, percentual foi de 22,9%. Já as fa-
tos no mercado internacional pelo menos mílias pagaram 42,7% a.a. em
vão influenciar para baixo as ta- seus financiamentos ante 57,9%
xas aos tomadores de crédito no até setembro em igual período de análise. Vale
decorrer do ano. O declínio só lembrar que boa parte dessa re-
não será maior por conta de um dução é influenciada pela taxa
contraponto: a curva de juros do crédito consignado (27,2%
futuros de 360 dias baliza o cus- anuais), a menor do país nesse
to interno de captação das insti- segmento. Afinal, essa modali-
tuições financeiras e segue alta à dade equivale a 59,8% da totali-
espera do início do ciclo de dade de crédito pessoal conce-
aperto monetário. dida pelos bancos.
“São vetores que se contra-
põem, mas a expectativa é que a Mais recursos
taxa de juros dos empréstimos As expectativas para a expansão
continue recuando, pelo menos do volume de financiamentos
até setembro quando, acredita- seguem positivas. De acordo
mos, o juro básico começa a su- com o Banco Central, a propor-
bir”, diz Mariana Oliveira, da ção do total dos empréstimos no
equipe de economistas da Ten- Produto Interno Bruto (PIB)
dências Consultoria Integrada. pode alcançar 48% no final de
Na mesma linha, o chefe do De- 2010. Será um incremento de
partamento Econômico do Ban- três pontos percentuais sobre o
co Central, Altamir Lopes, afir- apurado no mês passado (45%
mou que, com o aquecimento do produto), que correspondeu
econômico e a percepção de ris- a um estoque de R$ 1,41 trilhão.
co menor pelo recuo do calote, o Os destaques para este ano
spread se reduz abrindo espaço continuarão sendo o crédito a
para juros menores. veículos para o qual, inclusive,
Após três meses de estabili- já houve novo alongamento do
dade, o índice médio de inadim- prazo de pagamento; o crédito
plência fechou 2009 em 5,6%, consignado, que cresceu mes-
ainda alto se comparado há um mo em um ano de crise a uma
ano (4,4%) e, segundo Lopes, taxa de 35%; e os empréstimos
aponta tendência futura para habitacionais. Para este último,
baixo tanto no segmento de pes- o BC registrou expansão de 40%
na carteira entre o final de 2008
e o de 2009. No entanto, como a
base ainda é pequena há muito o
Bancos privados voltam ao páreo que crescer, principalmente no
Depois de as concessões de empresa, apesar da concentração setor privado, segundo Lopes.
crédito no ano passado terem que houve com fusões de grandes A carteira desse segmento é de
arrefecido e perderem espaço bancos, a concorrência entre R$ 89 bilhões (2,8% do PIB),
significativo para os bancos as instituições pode estar mais sendo que R$ 84,5 bilhões ainda
públicos, as instituições privadas acirrada. A maior agressividade são de recursos direcionados,
voltarão ao padrão de 2008, deve contribuir ainda para elevar repasses de bancos públicos. O ■ EMPRESAS ■ PESSOAS FÍSICAS
dispostas a aumentar fortemente a participação de mercado. De financiamento com recursos li- Taxa de juros a pessoas Juros cobrados para esse
suas concessões de recursos, acordo com o Banco Central, os vres teve elevação de 26,6%. jurídicas fechou ano em público terminou 2009 em
segundo análise de Mariana bancos públicos têm 41,4% da “Habitação é movimento novo.
Oliveira, economista da
Tendências Consultoria Integrada.
De acordo com estudo da
parcela de crédito do mercado; os
privados nacionais, 40,4%; e os
privados estrangeiros, 18,2%. S.C.
Tem taxas de custo mais baixas,
mas ainda responde aos incen-
tivos dados pelo governo.” ■ 25,5% 42,7%
Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010 Brasil Econômico 33

Jason Reed/Reuters

Obama quer novos limites para bancos AGENDA DO DIA


● Às 7h30, o Reino Unido divulga
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prometeu ontem que as vendas do varejo em dezembro.
manterá rédeas curtas sobre os grandes bancos, propondo novos limites ● Às 8h, saem as encomendas
para suas práticas de negócios e para a possibilidade de se tornarem à indústria na Zona do Euro
grandes demais. Obama afirmou que deseja evitar uma volta às “velhas referentes a novembro.
práticas” que levaram à crise financeira, e que as novas propostas ● Às 9h, o Instituto Brasileiro
evitariam que o contribuinte virasse “refém” dos bancos, que se tornaram de Geografia e Estatística (IBGE)
grandes demais para falirem e são um risco para o sistema financeiro. divulga o IPCA-15 de janeiro.

Murillo Constantino

Recursos para imóveis


podem chegar a R$ 50 bi

Com recorde de R$ 34 bilhões do Fundo de Garantia do Tempo
em 2009, Abecip estima de Serviço (FGTS), o montante
expansão de até 47% este ano no ano passado atingiu R$ 49,6
bilhões, em 686 mil unidades.
Maria Luíza Filgueiras
Temos o saldo
mfilgueiras@brasileconomico.com.br da poupança, mas Aumento de funding
a velocidade de Para França, o financiamento
O volume de crédito para pro- com recursos da poupança deve
dução e compra de imóveis
concessão de crédito atender à demanda imobiliária
com recursos de caderneta de imobiliário deve pelos próximos três ou quatro
poupança (SBPE) atingiu R$ 34 superar o ritmo anos, quando a entrada de ou-
bilhões no ano passado, um tras fontes de funding, especial-
incremento nominal de 13,3%
de captação líquida mente operações de securitiza-
em relação a 2008. A expansão da caderneta. ção, passará a ser relevante. Isso
em número de unidades finan- O funding deve ser porque a captação líquida anual
ciadas, entretanto, foi de ape- da poupança é menor do que o
nas 1%. Para este ano, a Asso-
suficiente para volume de financiamento. No
ciação Brasileira das Entidades os próximos três ano passado, a captação da
de Crédito Imobiliário e Pou- ou quatro anos poupança foi de R$ 23,81 bi-
pança (Abecip) estima entre lhões, mas o saldo em dezembro
R$ 45 bilhões e R$ 50 bilhões Luiz Antonio França, era de R$ 253,6 bilhões. “Temos
em concessões. presidente da Abecip o saldo, mas a velocidade do
A estimativa considera entre crédito imobiliário deve superar
400 mil e 450 mil unidades fi- o ritmo de captação da cader-
nanciadas neste ano. Segundo neta”, pondera.
Luiz Antonio França, presidente França ressalta que a atração
da entidade, o vetor de expan- de investidores para títulos se-
são deve ser a compra de imó- curitizados depende da remu-
veis prontos, respondendo por neração e correção desses pa-
R$ 30 bilhões nas projeções, péis, ressalta França, que consi-
ante R$ 20,2 bilhões em 2009. dera a TR (taxa referencial)
Segundo a Abecip, o valor pouco atrativa em relação a ín-
médio do financiamento passou dices como IPCA e INPC. “A
de R$ 100,5 mil em 2008 para poupança é o funding mais ba-
R$ 123 mil em 2009, e também rato do mercado e que, por en-
houve elevação no percentual quanto, supre a necessidade de
do valor do imóvel correspon- crédito. Mas enquanto tivermos
dente ao financiamento. formando carteiras indexadas a
Somando as operações da ca- TR, os investidores institucio-
derneta com os financiamentos nais não serão atraídos”, diz. ■

POUPANÇA PARA O CRÉDITO IMOBILIÁRIO


Concessão de financiamento aumenta em volume e tíquete médio

FINANCIAMENTO COM RECURSOS VALOR MÉDIO DOS PERCENTUAL FINANCIADO


DE CADERNETA , EM R$ BILHÕES FINANCIAMENTOS, EM R$ MIL DO VALOR DO IMÓVEL , EM %

35 34,02 150 65

30
30,03 123,0
120
Para França, da Abecip, compra de 61,1
25 100,5 60
imóveis novos deve continuar puxando
90 84,1 58,6
demanda por financiamento imobiliário 20 18,28
70,6
56,4
15 60
55
10 9,34
■ MAIS CRÉDITO ■ INADIMPLÊNCIA 5
30 53,2
A relação crédito/PIB deve Índice médio terminou
0 0 50
fechar o ano na casa dos o ano passado em
2006 2007 2008 2009 2006 2007 2008 2009 2006 2007 2008 2009

48% 5,6% Fonte: Abecip


34 Brasil Econômico Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010

FINANÇAS
JB Reed/Bloomberg
CÂMBIO BALANÇO

Dólar sobe pelo terceiro dia consecutivo e Goldman Sachs volta ao lucro no terceiro
atinge R$ 1,80, a maior alta desde setembro trimestre e anula bônus a executivos
Em alta pelo terceiro dia seguido, o dólar comercial atingiu ontem O Goldman Sachs mudou drasticamente sua política de compensações
a marca de R$ 1,80, valor em que não era negociado desde 24 de a executivos no final do ano, sem separar nada para essa finalidade
setembro do ano passado. No encerramento das transações no mercado no quarto trimestre. Em vez disso, doou US$ 500 milhões em
interbancário de câmbio, o dólar cravou R$ 1,80, o que representou caridade no período. A iniciativa ajudou o banco americano
uma valorização de 0,45% no dia. A taxa máxima registrada durante as a registrar lucro líquido de US$ 4,95 bilhões no quarto trimestre,
negociações foi de R$ 1,806, enquanto a taxa mínima ficou em R$ 1,783. acima do resultado esperado pelo mercado.

Mercado não vê tempo para


política fiscal conter alta da Selic
Diante do crescimento da demanda, eventuais medidas da Fazenda adiariam, mas não barrariam elevação


Mariana Segala e Gustavo Kahil Os efeitos de medidas de po- retirada dos incentivos fiscais Graham Haber
redacao@brasileconomico.com.br lítica fiscal — de desestímulo ao concedidos na crise financeira.
consumo e consequente freio na A Fazenda, no entanto, não
Eventuais medidas de política inflação — aparecem no médio e confirma a informação.
fiscal que venham a ser adotadas
Não sei se vai dar no longo prazo, reforça o eco- Na visão dos especialistas, a
pelo Ministério da Fazenda serão tempo para qualquer nomista-chefe da corretora Ati- adoção das medidas poderia,
bem-vindas, mas não devem al- medida fazer efeito. va, Arthur Carvalho Filho. Por sim, contribuir para adiar o iní- Tony Volpon
Economista para
terar significativamente a rota de isso, na visão do especialista, cio do ciclo de alta. “Evitaria a
elevação da taxa básica de juros
Ainda mais sendo dificilmente seria evitada a ele- elevação no curto prazo, porém
América Latina da
Nomura Securities
(Selic) prevista para este ano. A 2010 um ano eleitoral, vação da Selic neste ano. A in- seria pouco capaz de impedir o
avaliação dos analistas do mer- em que é difícil tenção do governo de tentar crescimento da demanda e a ex-
cado financeiro é de que, diante conter a inflação olhando para a pectativa de que haverá um au- Na próxima reunião do Comitê
do forte crescimento da deman-
o governo fechar seara fiscal, antes que o Banco mento da Selic”, afirma o eco- de Política Monetária (Copom),
da, já não há mais tempo hábil. a torneira Central se veja obrigado a elevar nomista-chefe do banco Scha- na semana que vem, BC deve
“Não sei se vai dar tempo para os juros, começa a ser ventilada. hin, Sílvio Campos Neto. “É pior reconhecer que a economia
qualquer medida tomada agora Elson Teles, Segundo a Agência Estado , o sem elas. Dá para postergar um brasileira está em rota
fazer efeito”, diz o economista- economista-chefe da Concórdia Ministério da Fazenda prepara pouco o início do ciclo e, talvez, acelerada de recuperação, mas
chefe da corretora Concórdia, um pacote incluindo a redução subir menos”, concorda o eco- não terá dados suficientes para
Elson Teles. “Ainda mais sendo de tarifas de importação de cer- nomista para América Latina da justificar primeira alta do juro
2010 um ano eleitoral, em que é tos produtos, a execução da Nomura Securities, Tony Vol-
muito difícil o governo simples- meta de superávit primário das pon. O efeito limitado se refletiu
mente fechar a torneira”, afirma. contas do setor público, além da nos contratos de juros futuros
Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010 Brasil Econômico 35

Daniel Acker/Bloomberg
MERCADOS CRISE

PIB da China e decisão de Obama sobre Roubini prevê fim do rali


bancos pesam nas bolsas europeias das bolsas no segundo semestre
As principais bolsas europeias fecharam em baixa. Parte da incerteza O professor da Universidade de Nova York Nouriel Roubini
foi gerada pelo crescimento acima do esperado do PIB da China disse ontem em Hong Kong que projeta o fim do rali global
no quarto trimestre. Além disso, as preocupações sobre a proposta das ações no segundo semestre do ano. “A economia real está
do governo dos EUA para impor novos limites ao tamanho e risco gradualmente se recuperando, mas, desde março, os preços
tomados pelos maiores bancos do país também pesaram. Em Londres, dos ativos têm batido no teto”, afirmou. Segundo Roubini,
o índice FT-100 caiu 85,70 pontos (1,58%) e fechou com 5.335,10 pontos. até mesmo os lucros corporativos vão trazer surpresas negativas.

Marcello Casal/ABr

Fazenda, comandada por Mantega,


e Banco Central, por Meirelles,
aos poucos mostram-se mais
alinhados, segundo analistas
Temor com a China
derruba bolsas
Incertezas com a retirada dos Analistas veem saída Barack Obama, propôs limitar o
estímulos dão munição a mais um tamanho e as atividades dos
dia de forte queda do Ibovespa
dos investidores bancos e das financeiras.
estrangeiros e não
Gustavo Kahil descartam uma Alta e baixa
gkahil@brasileconomico.com.br Entre os destaques de baixa,
correção que chamou atenção o recuo das
A China, mais uma vez, influen- leve a bolsa brasileira ações das empresas aéreas, que
ciou os mercados. Apesar do de volta ao nível baixaram em torno de 5%. Para
avanço de 10,7% do PIB no a analista de transporte aéreo da
quarto trimestre do ano passa- dos 61 mil pontos SLW Corretora, Rosângela Ri-
do, ante igual período de 2008, beiro, a queda está ligada a um
a inflação ao consumidor che- movimento de realização de lu-
gou a 1,9%. Em nota publicada cros. “As ações devem se recu-
durante a madrugada de quin- perar um pouco assim que nos
ta-feira, o economista do UBS, aproximarmos da divulgação de
Paul Donovan, já dava o tom da resultados”, avalia. A maior alta
leitura feita pelos europeus an- ficou com a Eletrobrás. A Itaú
tes da abertura no Brasil. “Os Corretora elevou ontem o preço
mercados reagiram com o medo alvo às ações ordinárias da em-
de mais políticas de aperto mo- presa de R$ 41,50, para R$ 53,40
netário do BC chinês.” ao final do ano. O analista Mar-
O resultado foi uma queda de cos Severine avalia também o
2,83% do Ibovespa, que fechou possível pagamento dos divi-
aos 66.270 pontos . “Existe o te- dendos retidos desde 1970.
mor geral sobre a retirada dos
estímulos”, lembra o analista do Dólar e juros futuros
BB Investimentos, Hamilton Refletindo o mercado internacio-
Moreira Alves. O índice MSCI nal, o dólar superou o patamar de
EM, que acompanha 22 merca- R$ 1,80, com um alta de 0,45%.
dos emergentes, recuou 2,61%, Além disso, o mercado de juros
acompanhando a queda das futuros passou por cima das de-
commodities metálicas. Para clarações do ministro da Fazen-
Alves, ainda há espaço para da, Guido Mantega, no sentido de
mais correção e não seria sur- tentar conter uma alta da taxa
presa o Ibovespa recuar ao nível Selic. “Eventuais medidas de po-
dos 61 mil pontos. O economista lítica fiscal foram atropeladas
da Universidade de Nova York, pela piora do ambiente externo,
Nouriel Roubini, alertou ontem além dos números do crédito no
que a falha na tentativa de evitar Brasil, que vieram muito fortes, e
bolhas de ativos nos emergentes da utilização da capacidade ins-
pode levar a uma correção “si- talada, que aumentou”, destaca o
gnificativa dos ativos”. Além economista-chefe do banco
disso, o presidente americano, Schahin, Silvio Campos Neto. ■

negociados na BM&FBovespa, Consultores, a expectativa é de


que em vez de cair, como se es- que a alta se inicie em setem- O MERCADO EM 2009
perava, acabaram subindo (leia bro e continue até abril de
mais na página ao lado). 2011, com os juros estacionan- Cresce aversão ao risco e incertezas sobre as retiradas dos estímulos
do em 11,25%, diz o economis-
Começo da alta ta Homero Azevedo Guizzo. JUROS FUTUROS*, EM % AO ANO IBOVESPA, EM MIL PONTOS DÓLAR, EM R$/US$
A maior parte dos especialistas A intenção de mexer com a 10,43 71 1,81
estima que o novo ciclo de alta política fiscal indica que se re-
da Selic comece na segunda ou toma o alinhamento entre Fa-
na terceira reunião do ano do zenda e BC, sugere Carvalho 10,39 70 1,79

Comitê de Política Monetária Filho, da Ativa. Isso porque o


(Copom) do Banco Central. Para BC encerrou em julho do ano 10,36 69 1,77
a próxima, a expectativa é de passado a redução da Selic,
que as taxas de juros se mante- enquanto novos incentivos
10,33 68 1,76
nham estáveis, no atual pata- fiscais continuaram a vir da
mar de 8,75% ao ano. Fazenda. “A Fazenda está re-
“O BC deve preparar o ter- conhecendo que a política fis- 10,29 67 1,74
reno para a alta aos poucos”, cal precisa agir para tirar dos
diz Teles, da Concórdia, que ombros da política monetária
10,26 66 1,72
espera uma primeira elevação, toda a responsabilidade por
de meio ponto porcentual, na conter a inflação”, diz Campos 4/JAN 21/JAN 4/JAN 21/JAN 4/JAN 21/JAN
reunião de março. Na LCA Neto, do Schahin. ■ *Contrato de jan/11 Fontes: BM&FBovespa, Banco Central e Brasil Econômico
36 Brasil Econômico Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010

INVESTIMENTOS

Mariana Segala
msegala@brasileconomico.com.br

Dividendo das elétricas privadas atrai BR Foods Açúcar e álcool


Cade decide flexibilizar Menor tarifa de importação
mais do que os proventos das públicas fusão de Sadia e Perdigão pode reduzir preços do etanol
O Conselho Administrativo de A possibilidade de redução da
No setor com as empresas campeãs na dis- sivos”, ressalta o analista Rafael Quintani- Defesa Econômica (Cade) decidiu tarifa de importação de 20% para
tribuição de dividendos aos acionistas — o lha. Na CPFL Energia, chama atenção a di- conceder à BR Foods (BRFS3) o etanol pode impor uma pressão
elétrico —, os papéis das companhias de versificação das atividades (geração, distri- a oportunidade de começar baixista aos preços do produto,
controle privado prometem render mais em buição e comercialização) e o fato de gran- a implementar sinergias dos prejudicando as empresas
proventos neste ano do que as de controle de parte dos clientes serem do segmento dois negócios, antes mesmo da brasileiras do setor, avalia a
público. É o que indica relatório com as pro- industrial. Já a estratégia de crescimento da aprovação final da fusão das analista da Itaú Corretora, Paula
jeções para as ações do segmento preparado Transmissão Paulista está, na visão de empresas. A autarquia liberou Kovarsky. O objetivo do corte
pela corretora Brascan. Dos 11 papéis anali- Quintanilha, refletida no preço atual da a compra, em conjunto, de carnes seria estimular a compra de
sados, os melhores dividend yields (taxa de ação, o que traz destaque, sim, para a dis- in natura, além de outros processos etanol americano para aumentar
retorno com dividendos) esperados em 2010 tribuição de dividendos esperada. ligados ao segmento. Apesar a disponibilidade do produto
pertencem a seis empresas privadas de disso, ainda não foi autorizado em períodos de entressafra.
energia. E a diferença não é pequena. A taxa Cemig, a exceção o fechamento de fábricas, De acordo com os produtores,
projetada mais alta, de 12%, é da AES Tietê, A gestão altamente profissionalizada da Ce- por conta da possibilidade o país poderia sofrer no curto
seguida pelas taxas de 9% da CPFL Energia e mig é um dos motivos que a tornam uma boa de uma reversão no processo de prazo, apesar da redução na
da Transmissão Paulista. À exceção da Ce- pagadora de dividendos, com taxas mais pa- integração das companhias pelo mistura com a gasolina (de 25%
mig, para a qual o dividend yield esperado recidas com as das empresas privadas, em Cade. A notícia agradou à analista para 20%), que começa a valer
em 2010 é de 6,5%, a taxa mais alta entre as vez do grupo das públicas, no qual está in- do BB Investimentos, Mariana no primeiro dia de fevereiro.
outras públicas é de 3,7% (da Copel). O di- cluída. “A forma de gestão da Cemig é muito Marcolin Peringer. De acordo com A analista destaca, contudo,
vidend yield é obtido dividindo o volume de alinhada com o mercado”, reforça Camilo, nota publicada ontem, a novidade que “essa medida poderia abrir
dividendos pagos por ação pelo preço do da Socopa. Por lei, toda empresa deve distri- sinaliza o início da captura de caminho para a ‘commoditização’
papel. Usualmente, é comparado pelos ana- buir ao menos 25% do seu lucro em dividen- sinergias nessas operações. do etanol como combustível,
listas a uma taxa de juros. dos, mas a companhia mineira já chegou a “Em nossa análise de sinergias, incentivando outros países, como
“Nas empresas privadas, normalmente o pagar até 100% dos ganhos aos acionistas. consideramos ganhos de os Estados Unidos, a fazerem o
controlador tem um interesse maior que os Quanto ao seu posicionamento no mercado, eficiência, aumento do poder de mesmo”, diz em nota. O possível
dividendos cheguem até seu bolso”, explica Quintanilha destaca que cerca de 50% das barganha, equalização de preços anúncio deve pesar nas ações
o analista da corretora Socopa Osmar Cami- vendas de energia da Cemig são feitas para e melhora na administração da São Martinho (SMTO3), Cosan
lo. Isso ajuda a entender porque o retorno clientes industriais, o que tende a beneficiá- de despesas, com otimização da (CSAN3 e CZTL11) e, em menor
esperado em proventos é maior nelas. “Nas la neste ano, em função da expectativa de cadeia de distribuição e logística, medida, os papéis da Açúcar
companhias de controle estatal, é possível retomada da economia brasileira. além de economias com Guarani (ACGU3). A Petrobras
que o caráter público pese mais sobre os re- Na opinião do analista da Socopa, para sistemas”, afirma o relatório negou ontem que esteja
sultados das empresas”, destaca. ganhar com a distribuição de dividendos, as assinado pela analista. desenvolvendo qualquer estudo
No quesito dividendos, o destaque da ações mais recomendadas são as da Eletro- As estimativas dela são de com o objetivo de importar
Brascan fica com AES Tietê, CPFL Energia e paulo. Ele projeta que o dividend yield da que as complementariedades o etanol produzido a partir
Transmissão Paulista. No caso da AES Tietê, empresa tenha alcançado taxa de 12,5% em das companhias resultem em do milho, dos Estados Unidos,
a previsibilidade do fluxo de caixa da com- 2009 (números estimados, já que o balanço um valor presente líquido de para suprir o mercado brasileiro.
panhia — que tem toda a sua energia con- do quarto trimestre ainda não foi divulgado). impostos de aproximadamente De acordo com a Agência
tratada até 2015 junto a sua a coligada AES Para este ano, a expectativa é de que a taxa R$ 4 bilhões. A recomendação Nacional do Petróleo (ANP),
Eletropaulo — torna as ações “ativos defen- alcance 11,4% e em 2011, de 11,5%. ■ de compra foi reiterada para as em junho, no estado de São Paulo,
ações da Brasil Foods, com preço o álcool chegava ao consumidor
alvo estimado em R$ 57,90 para a um preço médio de R$ 1,168.
EMPRESA PRIVADA, DIVIDENDO MELHOR dezembro de 2010. A projeção Neste mês, o preço nos postos
corresponde a um potencial de de combustível está, em média,
Taxa de retorno com proventos (dividend yield) projetada é mais alta nas companhias valorização aproximado de 21%. em R$ 1,791.
com controle privado
AÇÃO TAXA QUEDA LIVRE (FECHAMENTO DOS ÍNDICES - BASE: 31/DEZ=100)

GERAÇÃO FUTURO M. DIAS BRANCO


CONTROLE PRIVADO*

IEE IBOVESPA
EMPRESAS DE

AES Tietê PN (GETI4) 12%


105,0
CPFL Energia ON (CPFE3) 9%
Processo Oferta
Transmissão Paulista PN (TRPL4) 9%
A Geração Futuro Corretora, A M. Dias Branco protocolou na
Cemig PN (CMIG4) 6,5% 102,5 Edmundo Valadão Cardoso Comissão de Valores Mobiliários
e a Geração Administração (CVM) pedido de interrupção
Light ON (LIGT3) 6,4% de Recursos pagarão R$ 225 mil da oferta pública secundária de
à CVM para por fim ao processo ações ordinárias da companhia,
Tractebel ON (TBLE3) 5,3% 100,0 administrativo no qual eram a pedido do acionista ofertante,
Energias do Brasil (ENBR3) 5% acusados de publicarem no Dibra Fundo de Investimento em
site da corretora informativo Participações. O documento está
Copel PNB (CPLE6) 3,7% divulgando a rentabilidade dos fundamentado na avaliação do
CONTROLE PÚBLICO

97,5 fundos, sem a totalidade das Dibra acerca das atuais condições
Cesp PNB (CESP6) 3,6%
informações complementares de mercado e de seu impacto
EMPRESAS DE

Celesc PNB (CLSC6) 2,4% obrigatórias. Milton Milioni, sobre o cronograma da oferta,
então diretor responsável após o que recomeçarão a fluir os
Eletrobras PNB (ELET6) 1,5% 95,0 pela administração de carteira prazos de análise integralmente,
30/DEZ/09 21/JAN/10 da instituição, também pagará como se novo pedido de registro
Fontes: BM&F Bovespa e Brasil Econômico e Corretora Brascan *Exceto Cemig à autarquia R$ 75 mil. tivesse sido apresentado.
Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010 Brasil Econômico 37

BOLSA JUROS
Volume Mercado futuro

R$ 7,6 bilhões 10,38%


foi o volume negociado no segmento Bovespa da bolsa durante foi a taxa de fechamento do contrato futuro de DI com vencimento em
o pregão de ontem, em um total de 490 mil transações. O Ibovespa janeiro de 2011, o mais negociado da BM&FBovespa. Foi transacionado
recuou 2,83%, encerrando o dia cotado aos 66.270 pontos. um total de 428 mil contratos, com volume financeiro de R$ 39 bilhões.

IBOVESPA RENDA FIXA


Ação Código Cotação (R$) Variação (%) Fundo Data Rent. (%) Taxa Aplic. mín.
Mínima Máxima Fechamento No dia No ano 12 meses No ano adm. (%) (R$)
ALL AMER LAT UNT N2 ALLL11 15,42 16,26 15,66 -2,73 -3,93 ITAU PERS MAXIME RF FICFI 21/JAN 9,68 0,51 1,00 80.000
AMBEV PN AMBV4 174,59 182,45 177,48 -0,18 1,71 BB RENDA FIXA LP 50 MIL FICFI 20/JAN 9,39 0,40 1,00 50.000
B2W VAREJO ON BTOW3 38,60 40,40 40,00 2,35 -16,32 BB RENDA FIXA LP ESTILO FICFI 20/JAN 9,38 0,40 1,00 -
BMF BOVESPA ON BVMF3 12,52 13,33 12,67 -4,59 3,43 CAIXA FIC EXECUTIVO RF L PRAZO 20/JAN 8,60 0,38 1,10 30.000
BRADESCO PN BBDC4 31,38 32,87 31,78 -2,52 -3,87 BB RENDA FIXA 25 MIL FICFI 21/JAN 8,21 0,37 2,00 5.000
BRADESPAR PN BRAP4 39,79 41,64 40,50 -2,99 5,11 CAIXA FIC IDEAL RF LONGO PRAZO 20/JAN 8,05 0,35 1,50 5.000
BRASIL ON BBAS3 27,86 29,03 28,39 -1,63 -4,41 BRADESCO FIC DE FI RF MERCURIO 21/JAN 7,73 0,36 2,50 5.000
BRASIL TELEC PN BRTO4 13,67 14,25 13,80 -1,15 -17,61 BB RF MIL FICFI 21/JAN 7,07 0,31 3,00 200
BRASKEM PNA BRKM5 13,80 14,22 13,93 -0,85 -1,07 ITAU PREMIO RENDA FIXA FICFI 21/JAN 6,20 0,27 4,00 300
BRF FOODS ON BRFS3 46,05 48,10 47,29 -1,89 4,23 BB RENDA FIXA 200 FICFI 21/JAN 6,03 0,28 3,50 50
CCR RODOVIAS ON CCRO3 42,78 44,63 43,20 -2,26 8,30
CEMIG PN CMIG4 29,24 29,85 29,55 0,17 -6,49
CESP PNB CESP6 22,70 24,20 22,70 -5,61 -5,53
COPEL PNB
COSAN ON
CPLE6
CSAN3
36,68
21,53
37,75
22,81
37,20
21,85
-0,27
-3,66
0,43
-14,65
DI
CPFL ENERGIA ON CPFE3 35,70 36,41 35,70 -1,65 1,10 Fundo Data Rent. (%) Taxa Aplic. mín.
CYRELA REALTY ON CYRE3 21,05 22,15 21,14 -3,43 -13,71 12 meses No ano adm. (%) (R$)
DURATEX ON DTEX3 16,11 16,86 16,55 0,30 2,16
BB REFERENCIADO DI ESTILO FICFI 21/JAN 9,05 0,41 1,00 ND
ELETROBRAS ON ELET3 36,65 38,36 38,20 4,09 5,12
ITAU PERS MAXIME REF DI FICFI 21/JAN 9,03 0,41 1,00 80.000
ELETROBRAS PNB ELET6 30,71 31,85 31,66 2,59 -0,19
CAIXA FIC DI LONGO PRAZO 20/JAN 7,45 0,32 2,00 100
ELETROPAULO PNB ELPL6 33,70 34,82 34,10 -0,87 -1,16
BB REFERENCIADO DI 10 MIL FICFI 21/JAN 7,42 0,33 2,50 5.000
EMBRAER ON EMBR3 9,80 10,17 9,93 -0,20 4,42
NOSSA CAIXA REFERENCIADO DI 20/JAN 6,99 0,30 2,47 100
FIBRIA ON FIBR3 35,88 37,98 35,98 -3,44 -7,96
BB REFERENCIADO DI MIL FICFI 21/JAN 6,83 0,30 3,00 200
GAFISA ON GFSA3 24,30 25,70 24,30 -4,26 -13,95
HSBC FIC REF DI LP POUPMAIS 21/JAN 5,83 0,25 4,00 30
GERDAU PN GGBR4 26,16 27,89 26,40 -4,35 -9,40
ITAU PREMIO REF DI FICFI 21/JAN 5,76 0,24 4,00 1.000
GERDAU MET PN GOAU4 31,92 33,95 32,20 -4,31 -7,79
BRADESCO FIC DE FI REF DI HIPER 21/JAN 5,47 0,23 4,50 100
GOL PN GOLL4 24,32 26,07 24,53 -6,37 -5,94
SANTANDER FIC FI CLASSIC REF DI 21/JAN 5,17 0,20 5,00 100
ITAUSA PN ITSA4 11,00 11,45 11,17 -1,24 -5,46
ITAUUNIBANCO PN ITUB4 35,43 36,79 35,84 -1,84 -6,91
JBS ON JBSS3 9,37 10,09 9,38 -6,29 0,64
KLABIN S/A PN KLBN4 5,04 5,34 5,06 -2,50 -4,71
LIGHT S/A ON LIGT3 23,85 24,29 24,01 0,04 -7,58
AÇÕES
LLX LOG ON LLXL3 8,80 9,36 8,96 -2,18 -11,37
Fundo Data Rent. (%) Taxa Aplic. mín.
LOJAS AMERIC PN LAME4 13,40 14,20 13,80 -2,40 -11,14
12 meses No ano adm. (%) (R$)
LOJAS RENNER ON LREN3 35,62 37,72 36,20 -2,19 -7,89
MMX MINER ON MMXM3 13,92 14,95 14,15 -4,26 14,57 CAIXA FMP FGTS VALE I 20/JAN 88,77 7,91 1,90 -
MRV ON MRVE3 12,13 13,19 12,54 -5,00 -11,06 BB ACOES VALE DO RIO DOCE FI 20/JAN 87,97 8,41 2,00 200
NATURA ON NATU3 34,25 35,60 35,00 -1,13 -3,61 ITAU ACOES VALE FUNDO DE INV 20/JAN 87,20 7,81 3,00 1.000
NET PN NETC4 21,19 22,38 22,35 1,31 -6,87 ITAU ACOES FI 20/JAN 75,21 (0,61) 4,00 1.000
OGX PETROLEO ON OGXP3 17,36 18,72 17,48 -5,62 2,22 BRADESCO FIC DE FIA 20/JAN 72,47 (0,09) 4,00 -
P.ACUCAR-CBD PNA PCAR5 64,40 68,45 64,62 -5,24 -0,62 BRADESCO FIC DE FIA IV 20/JAN 71,75 (0,09) ND -
PDG REALT ON PDGR3 15,02 15,77 15,21 -1,87 -12,33 BRADESCO FIC DE FIA MAXI 20/JAN 71,06 (0,09) 4,00 -
PETROBRAS ON PETR3 38,19 40,50 38,44 -2,81 -7,71 SANTANDER FIC FI ONIX ACOES 20/JAN 70,54 (0,30) 2,50 100
PETROBRAS PN PETR4 34,29 35,70 34,33 -3,16 -6,43 ALFA FIC DE FI EM ACOES 20/JAN 56,74 (1,31) 8,50 -
REDECARD ON RDCD3 24,75 25,59 25,21 -0,28 -13,07 BB ACOES PETROBRAS FIA 20/JAN 47,22 (4,54) 2,00 200
ROSSI RESID ON RSID3 13,09 13,93 13,09 -5,01 -14,44
SABESP ON SBSP3 30,98 31,95 31,03 -2,11 -9,74
SID NACIONAL ON CSNA3 54,51 57,49 54,68 -4,41 -2,36
SOUZA CRUZ ON CRUZ3 61,07 63,69 61,62 -2,48 6,68 MULTIMERCADOS
TAM S/A PN TAMM4 36,68 39,30 37,35 -4,96 -1,83
TELEMAR ON TNLP3 37,76 40,12 38,74 -1,42 -13,33 Fundo Data Rent. (%) Taxa Aplic. mín.
TELEMAR PN TNLP4 31,47 32,80 32,15 -1,23 -13,34 12 meses No ano adm. (%) (R$)
TELEMAR N L PNA TMAR5 53,64 55,76 55,19 0,24 -11,28 ITAU PERS MULT AGRESSIVO FICFI 20/JAN 23,01 0,17 2,00 5.000
TELESP PN TLPP4 41,61 42,04 41,90 -0,24 -2,83 ITAU PERS MULT ARROJADO FICFI 20/JAN 16,81 0,24 2,00 5.000
TIM PART S/A ON TCSL3 6,70 7,10 6,90 -2,13 -3,50 SANTANDER FI CAPITAL GAR 2 MULT 20/JAN 14,54 0,44 2,50 5.000
TIM PART S/A PN TCSL4 4,92 5,13 4,98 -1,97 -2,73 ITAU PERS MULT MODERADO FICFI 20/JAN 13,81 0,26 2,00 5.000
TRAN PAULIST PN TRPL4 47,75 48,40 48,00 -0,74 -5,24 ITAU PERS K2 MULTIMERCADO FICFI 20/JAN 10,48 0,35 1,50 50.000
ULTRAPAR PN UGPA4 82,05 84,00 82,90 -0,72 3,48 CAPITAL PERF FIX IB MULT FIC 20/JAN 10,15 0,43 1,50 20.000
USIMINAS ON USIM3 46,50 49,27 46,60 -4,63 -6,97 BB MULTIM TRADE LP ESTILO FICFI 20/JAN 9,97 0,43 1,50 -
USIMINAS PNA USIM5 45,87 49,10 46,30 -4,91 -6,26 ITAU PERS MULTIE MULT FICFI 20/JAN 9,55 0,37 1,25 5.000
VALE ON VALE3 51,29 53,60 51,60 -3,46 4,24 BB MULTIMO CONSERV LP MIL FICFI 20/JAN 7,65 0,24 2,00 1.000
VALE PNA VALE5 44,49 46,60 44,76 -3,56 6,07 SANTANDER FIC FI ESTR MULTIM 20/JAN 5,26 0,17 2,00 50.000
VIVO PN VIVO4 50,61 51,92 51,47 0,80 -5,07
IBOVESPA IBOV 65996 68458 66270 -2,83 -3,38 *Taxa de performance. Ranking por número de cotistas.
*Em pontos. Fonte: Economatica Fonte: Anbima. Elaboração: Brasil Econômico

IBOVESPA IBRX-100 SMALL CAP - SMLL MIDLARGE CAP - MLCX


68.200 (Em pontos) 21.700 1.180 960,0

Máxima 68.458,40
67.700 21.425 1.170 952,5
Mínima 65.996,26
Fechamento 66.270,14
67.200 21.150 1.160 945,0

66.700 20.875 1.150 937,5

66.200 20.600 1.140 930,0


11h 12h 13h 14h 15h 16h 17h 18h 11h 18h 11h 18h 11h 18h
Fonte: BM&FBovespa
38 Brasil Econômico Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010

MUNDO

PIB chinês O gigantesco estoque de contêiners em porto da China


indica a retomada das exportações do país, que influem no
aumento da produção industrial e crescimento do PIB

supera previsão e
deve crescer 8,7%
No quarto trimestre, PIB do país teve alta de 10,7%, e a
produção industrial acelerou para 18% no mesmo período

A China registrou um cresci- A maior expansão das a varejo também se com-


mento de 8,7% do PIB no cál- portaram bem, com um au-
culo anual de 2009, superior ao em dois anos mento de 15,5% em 2009.
esperado, confirmando a recu- alimentou “Em 2010, devido à lenta
peração de sua economia, em- expectativas de recuperação da economia
purrada pelas medidas de in- mundial, o contexto será me-
centivo à economia do governo, que Pequim eleve lhor, em particular para o co-
anunciou ontem o Serviço Na- a taxa de juros nos mércio externo chinês, afetado
cional de Estatísticas. próximos meses a partir do final de 2008 pela
Seu produto interno bruto queda da demanda estrangei-
progrediu com regularidade du- ra”, afirma Ma Jiantang.
rante todo o ano, para terminar O impacto nos mercados
com uma alta de dois dígitos no asiáticos da notícia da volta do
quarto trimestre, 10,7%, depois crescimento chinês foi modera-
de 9,1% no terceiro, 7,9% no do precisamente pelo risco da
segundo e 6,2% no primeiro. volta da inflação e de uma bolha
“O ano de 2009 foi o mais di- especulativa no setor imobiliá-
fícil do novo século para o des- rio, segundo os analistas. A bol-
envolvimento econômico da sa de Hong Kong fechou nesta
China”, enfatizou, no entanto, quinta em baixa de 1,9%.
Ma Jiantang, chefe do SNE, ao “Estas estatísticas sugerem
apresentar as cifras à imprensa. que a recuperação é forte”, co-
Um componente deste retor- mentou Jing Ulrich, do JP Mor-
no a um forte crescimento foi a gan, enfatizando que os últimos
soma dos investimentos com dados do Serviço de Alfândega
capitais fixos, incentivadas pelo mostram “uma clara melhora
grande plano de relançamento das exportações”, que, em de-
do governo, anunciado em zembro, aumentaram 17,7%, em
2008, num momento em que a seu primeiro mês de crescimento
China era atingida em cheio positivo desde outubro de 2008.
pela crise econômica mundial. “As estatísticas são forte, um
Nas zonas urbanas, esses in- pouco mais que o previsto, mas
vestimentos aumentaram 30,5% sem causar preocupação A eco-
(em alta de 4,4 pontos percen- nomia cresce com força e é isso
tuais em relação a 2008). o que a China quer. No entanto,
A alta da produção indus- o governo vai tomar medidas
trial foi moderada no ano, para que o crescimento não seja

“Bolivarianos”
11%, mas se acelerou clara- muito rápido”, avaliou Patrick
mente no quarto trimestre: Bennet, do banco Societé Gene-
18% no cálculo anual. As ven- rale de Hong Kong. ■ AFP

Chávez e Morales Na quarta-feira, Chávez assi-


Nesse ritmo, chineses vão superar Japão como segunda maior economia conseguiram se indispor nou o decreto de desapropriação
O robusto crescimento chinês O PIB chinês nominal (sem levar agora muito próximas uma da com empresas da França, das seis lojas que a cadeia tem
coloca o país em condições de em conta a inflação) alcançou outra”, comentou o especialista da Itália e de Portugal na Venezuela, acusando-a de
substituir um Japão, debilitado 33,5 trilhões de iuanes (US$ 4,9 Yoshikiyo Shimamine, do especular com os preços depois
pela recessão, no prestigioso trilhões), segundo dados oficiais. Instituto de Estudos Daiichi Life. A França expressou ontem sua da desvalorização do bolívar
posto de segunda economia O Japão deve publicar suas cifras Os analistas esperam que preocupação pela decisão do anunciada em 8 de janeiro.
mundial atrás dos Estados do PIB para 2009 no próximo dia o crescimento chinês volte presidente venezuelano Hugo Esses supermercados passarão
Unidos, afirmam os analistas. 15 de fevereiro. Em 2008, seu PIB a ser forte em 2010, o que Chávez de desapropriar as lojas a fazer parte de uma “rede socia-
As duas grandes economias nominal foi de 505,1 trilhões de deve fazer este país alcançar da cadeia de supermercados lista” de mercados que oferecerão
asiáticas devem terminar 2009 ienes, (US$ 5,5 trilhões). o segundo lugar mundial em Exito, do grupo francês Casino. produtos a preços mais baratos.
praticamente igualadas. Segundo previsões, o PIB japonês detrimento do Japão, que luta O porta-voz do ministério Outras queixas contra o pre-
No entanto, a China, cujo índice deve sofrer uma contração de contra a deflação e o declínio francês das Relações Exteriores, sidente da Venezuela vêm de
de crescimento em 2009 foi cerca de 6% em 2009, o que demográfico. De qualquer forma, Bernard Valero, indicou que seu Portugal: a TAP está entre as
de 8,7% do PIB, se encontra deixará seu Produto Interno Bruto as comparações entre as duas país confia que as autoridades empresas que tiveram limitado o
bem situada para conquistar, a em US$ 5,2 trilhões. “De acordo economias são complicadas venezuelanas dissiparão em repatriamento de capital, uma
partir deste ano ou em 2011, esse com as cifras nominais, a economia por causa das oscilações breve os mal-entendidos em re- das formas pelas quais o governo
título das mãos de seu vizinho. japonesa e chinesa se encontram das taxas cambiais. ■ AFP lação à empresa frances. local controla a circulação de di-
Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010 Brasil Econômico 39

ONU projeta crescimento de 3,4% na AL AGENDA DO DIA


● O presidente Barack Obama
As economias na América Latina crescerão em médIa 3,4% em 2010, reúne-se com donos de pequenas
depois do recuo de 2,1% em 2009, um panorama que pede um “prudente empresas e funcionários em Elyria,
otimismo” na recuperação econômica, segundo informe da ONU Ohio, para discutir a economia.
divulgado ontem no México. A ONU alerta sobre o desemprego, ● Enviado especial dos EUA ao
entretanto, que aumentou 8,5% em 2009. Segundo o organismo, os Oriente Médio, George Mitchell
sinais de recuperação são mais alentadores para a América do Sul. E o se encontra com o presidente
Brasil viria a liderar esta retomada, cujo PIB crescerá 4,5%, estima a ONU. palestino, Mahmoud Abbas.

ALY SONG/REUTERS

OUTRAS NOTÍCIAS

1
Bird deve perdoar
dívida do Haiti
O Banco Mundial decidiu abrir
mão de receber qualquer
pagamento da dívida do Haiti
nos próximos cinco anos e
acrescentou que está trabalhando
para encontrar uma forma para
cancelar o restante da dívida.
Atualmente, a dívida do Haiti
junto ao Banco Mundial, isenta
de juros, é de US$ 38 milhões,
cerca de 4% da dívida externa
total do país. Para o diretor da
FAO, Jacques Diouf, a agricultura
será fundamental para reconstruir
o Haiti. Ele pediu ajuda urgente
para o próximo período de plantio
na ilha devastada pelo terremoto.

2
Empresas financiam
candidatos nos EUA
O presidente Barack Obama
questionou ontem a Suprema
Corte por autorizar o
financiamento livre por parte
das empresas das campanhas
eleitorais nacionais; e advertiu
para uma “nova explosão”
de dinheiro doado com duplas
intenções fluindo para
a política. Por 5 votos a 4,
a Suprema Corte dos EUA
decidiu autorizar as
empresas a financiarem
livremente as campanhas
eleitorais no país.
A medida constitui uma
verdadeira revolução na lei
eleitoral americana, que limitava
este direito há 20 anos.
Assim, a mais alta jurisdição
dos EUA derrubou a regra que
prevalecia há duas décadas, que
proibia às empresas privadas
financiarem campanhas.

criam conflitos com europeus


Jason Reed/RTRPIX

visas no país. Para a TAP, o mer- Empresa italiana processo que foi levado a um governo Chávez determinou
cado vale atualmente cerca de 44 centro de arbitragem do Banco que 24 canais a cabo que fun-
milhões de euros por ano e uma pediu compensação Mundial, depois de ter suas cionam na Venezuela deverão se
fonte oficial da empresa disse ao ao governo Evo ações nacionalizadas, em 2008. submeter a uma lei que regula o
Diário Econômico que “há al- Morales por ter “Como resultado das ações conteúdo e os horários da tele-
gum atraso”, acentuado com a expropriatórias ilegais da Bolí- visão, obrigando-os a transmi-
desvalorização da moeda, anun- nacionalizado suas via, a ETI sofreu, e ainda sofre, tir os pronunciamentos e pro-
ciada no dia 8 de janeiro. Outras ações em 2008 graves prejuízos. Tais perdas so- gramas do presidente.
empresas com atuação no país mam mais de 700 milhões de A lista dos 24 canais, publi-
são a Telefônica, a Teixeira Duar- euros”, diz o pedido da empresa cada na imprensa venezuelana
te, Grupo Lena, grupo Pestana. italiana. O governo boliviano ontem , inclui o RCTV, o canal
Já a empresa italiana de tele- alega que a empresa trouxe da- acusado de golpista pelo gover-
comunicações ETI (Euro Tele- nos ao país, com remessas à sua no que saiu do sinal aberto em
com International) solicitou ao matriz europeia. 2007 após não ter sua frequên-
governo boliviano de Evo Mora- cia renovada pelo Estado. Os
les (que ontem assumiu seu se- Outro front canais deverão se submeter a
gundo mandato) uma compen- Agora, uma nova onda de pro- controles após resolução toma- Obama questionou a decisão de
sação de milhões de euros no testos se aproxima, pois ontem o da dezembro. ■ Agências reformular lei eleitoral americana
40 Brasil Econômico Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010

BRASIL ECONÔMICO é uma publicação da Empresa Jornalística Econômico S.A, com sede à Avenida das
Nações Unidas, 11.633, 8º andar - CEP 04578-901 - Brooklin - São Paulo (SP) - Fone (11) 3320-2000
Central de atendimento e venda de assinaturas: 4007 1127 (capitais), 0800 6001127 (demais localidades)
atendimento@brasileconomico.com.br - Atendimento ao jornaleiro: 0800 550553 (OESP)
É proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização da Empresa Jornalística Econômico S.A.

ÚLTIMA HORA

Ganho da American Express triplica Suzana Gonzales/Bloomberg


Ricardo Galuppo
rgaluppo@brasileconomico.com.br
Diretor de Redação
A American Express (Amex) divulgou ontem
seu resultado do quarto trimestre de 2009, re-
portando um lucro líquido de US$ 716 mi-
lhões, ou US$ 0,60 por ação. A cifra é três ve-
zes maior quando comparada aos US$ 240 mi-
lhões (US$ 0,21 por ação) vistos no mesmo pe-
ríodo do ano anterior. O resultado superou as
expectativas dos analistas, que projetavam um
ganho de US$ 0,57 por ação. O balanço do úl-
São as águas de janeiro
timo trimestre de 2009 interrompe oito tri-
mestres consecutivos de quedas no lucro da
abrindo o verão
empresa. A companhia lembra que os resulta-
dos do quarto trimestre de 2008 incluíram É um absurdo que, em pleno século 21, pessoas ainda
custos avaliados em US$ 339 milhões, espe- percam a vida na maior e mais rica cidade do Brasil
cialmente por conta de reduções nos postos de em consequência das chuvas de verão. Mas o fato é
trabalho. ■ Brasil Econômico On-line que as mortes provocadas pelo excesso de água tor-
naram-se frequentes nesta época do ano. Tão fre-
Divulgação quentes que pouca gente se dá ao trabalho de parar e
refletir sobre seu significado. E o significado é o se-
Recursos para banda guinte: mortes como essas indicam que o Brasil ain-
da tem muito o que evoluir antes de se arvorar a ser
larga virão do PAC-2 uma potência econômica no sentido pleno da ex-
pressão. Para não haver dúvidas: o Brasil ainda tem
O Programa de Aceleração do Crescimento-2 (PAC-2) terá muito o que evoluir. Muito mesmo.
uma linha específica de crédito para o plano governamen- Apenas esta semana, oito pessoas na região me-
tal de levar banda larga a todo o Brasil, revelou o ministro tropolitana de São Paulo foram vítimas de soterra-
de Relações Exteriores Institucionais, Alexandre Padilha, mentos, de afogamentos ou, simplesmente, da falta
após reunião ministerial em Brasília. Grupo interministe- de socorro. (Também os bombeiros ficam presos nos
rial deve entregar antes do Carnaval, após atrasos, o pro- alagamentos e não conseguem chegar a tempo aos
jeto para o presidente, Luiz Inácio Lula da Silva. ■ lugares onde ocorrem os acidentes.) E ninguém se
mobiliza a favor das vítimas desse tipo de tragédia. É
Wilson Dias/ABr como se a culpa pelas mortes fosse das próprias víti-
mas. E, todos sabemos, não é.

Google lucra US$ 1,97 A população não quer saber se as


bilhão no 4º trimestre chuvas são municipais, estaduais
ou federais. O que ela espera
O Google anunciou ontem faturamento de US$ 6,7 bi- é a solução definitiva do problema
lhões no quarto trimestre de 2009, crescimento de 17%
em relação aos US$ 5,7 bilhões do mesmo período de
2008. O lucro líquido foi de US$ 1,97 bilhão, ou US$ 6,13 O lado mais triste dessa história é que o excesso
por ação, nos três meses encerrados em 31 de dezembro. de chuvas no verão de São Paulo é tão previsível
Mesmo assim, as ações da empresa caíram cerca de 5% no quanto o Carnaval. Todo ano tem. Mas, por mais es-
pregão eletrônico da última quinta-feira. ■ peradas que sejam, as chuvas sempre pegam as auto-
ridades de surpresa. Sempre que elas desabam, co-
Divulgação meça uma discussão enfadonha sobre as causas do
problema. Bueiros entupidos, excesso de lixo nas
Cteep investirá R$ 1,9 bilhão ruas, falta de obras capazes de dar um jeito na situa-
ção. Tudo isso sempre é dito. Logo a seguir, começa o
O valor foi anunciado ontem pela Companhia de Transmissão de jogo de empurra das responsabilidades, que sempre
Energia Elétrica Paulista (Cteep), para o planejamento dos pró- termina sem vencedores e deixa o cenário exata-
ximos três anos. O plano prevê R$ 1,23 bilhão para investimen- mente igual para a tragédia que se repetirá no ano
tos na rede básica, como reforços, ampliações e manutenções no seguinte. A população não quer saber se as chuvas
sistema, além de novas conexões. Outros R$ 672 milhões serão que causam tantos problemas são municipais, esta-
aportes de capital em empresas em que a Cteep tem participa- duais ou federais. Entra ano, sai ano, o excesso de
ção: Interligação Elétrica Minas Gerais (IEMG), Interligação Elé- águas tira vidas e gera toda sorte de prejuízos às em-
trica Norte e Nordeste (Ienne), Interligação Elétrica Pinheiros presas, às famílias e a cada indivíduo que necessita se
(IE Pinheiros), Interligação Elétrica Sul (IE Sul), Interligação locomover pela cidade. E, mais do que isso, custa
Elétrica Madeira (IE Madeira) e Serra do Japi. ■ vida às pessoas. Tudo isso é triste. Muito triste. ■

www.brasileconomico.com.br

DESTAQUE MAIS LIDAS ONTEM ENQUETE


Talvez Sim
Roubini prevê fim do rali nas bolsas no 2º semestre ● China tem maior expansão da economia desde 2007 Na sua opinião, 16% 54%
há sinais de
O professor da Universidade de Nova York Nouriel ● Analistas veem potencial de 25% na ação da Marfrig superaquecimento
Roubini disse ontem em Hong Kong que projeta o fim do na economia
● Portuguesa MyBrand anuncia sua chegada ao Brasil
rali global das ações no segundo semestre do ano. chinesa?
Conhecido por prever a crise financeira em 2006, o Não
● M. Dias Branco interrompe sua oferta de ações
economista falou em exageros na subida das cotações 30%
Fonte: BrasilEconomico.com.br
diante da recuperação suave das economias. ● Produção de celulose no Brasil cresce 6% em 2009

Acompanhe em tempo real Leia versão completa em Vote em


www.brasileconomico.com.br www.brasileconomico.com.br www.brasileconomico.com.br

Você também pode gostar