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SEXTA-FEIRA, 22 DE JANEIRO, 2010 | ANO 2 | Nº 86 | DIRETOR RICARDO GALUPPO | DIRETOR-ADJUNTO DARCIO OLIVEIRA | R$ 3,00
Biocosméticos Cihat Dündar, CEO Pesquisa Ibope compra empresa Infraestrutura Cisco diz que
Henrique Manreza
do Biota, quer faturar US$ 15 mi no nos Estados Unidos e inicia prazo para construir os estádios
início das operações no país. ➥ P29 internacionalização. ➥ P26 da Copa de 2014 é curto. ➥ P27
Marcela Beltrão
O “santinho” vai
Juro futuro
em alta pode chegar ao eleitor
inibir expansão pelo celular
do crédito O marketing digital vai marcar as
O acirramento da concorrência
eleições deste ano. De biometria
entre as instituições financeiras a blogues, passando pelo uso do
e a queda da inadimplência são celular como receptor para
fatores favoráveis para o crédito. mensagens dos candidatos,
No entanto, a curva de juros campanhas vão intensificar uso
projetada para 360 dias está
de canais virtuais para chegar
em alta, o que é um fator a coibir
novos financiamentos. Para o ao eleitor. O benchmarking é
Banco Central, o viés expansionista a eleição de Barack Obama. ➥ P10
dos empréstimos vai prevalecer.
O crédito imobiliário concedeu
o volume recorde de R$ 34 bilhões
no ano passado. E pode atingir
Ajuste fiscal tem
R$ 50 bilhões em 2010. ➥ P32 pouco tempo
▲ Dólar Ptax (R$/US$) 1,7895 1,7903
para conter Selic
▲ Dólar Comercial (R$/US$) 1,7990 1,8010
Eventuais medidas da Fazenda
▲ Euro (R$/€) 2,5249 2,5262
▲ Euro (US$/€) 1,4109 1,4111 para segurar o avanço da inflação,
já ventiladas no mercado, CEO da GE Healthcare, Cláudia
▲ Peso Argentino (R$/$) 0,4702 0,4709
■ Selic (meta/efetiva % a.a.) 8,75 8,65 podem retardar, mas não evitar, Goulart anuncia que a empresa
▼ Bovespa (var.%/pontos) -2,83 66.270,14 a alta dos juros em 2010. Contratos começa a produzir mamógrafos
▼ Dow Jones (var.%/pontos) -2,01 10.389,88 e raios X no Brasil entre junho
▼ Nasdaq (var.%/pontos) -1,12 2.265,70
de DI negociados na BM&FBovespa
ignoram a possibilidade de e julho para dobrar a participação
▼ FTSE 100 (var.%/pontos) -1,58 5.335,10
▼ S&P 500 (var.%/pontos) -1,89 1.116,48 mudanças e sobem com o mau no mercado brasileiro. ➥ P20
▼ Hang Seng (var.%/pontos) -1,99 20.862,67 humor externo. ➥ P34
2 Brasil Econômico Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010
NESTA EDIÇÃO
Henrique Manreza
e privados brasileiros despertaram Sistema será implantado pela Amdocs, que tem J. Manuel
o interesse dos grupos produtores Briseno como diretor regional de marketing. “Todos os
de equipamentos médicos, que optaram sistemas serão regidos por um maestro”, explica . ➥ P23
por fabricar aqui seus produtos até agora
importados. É o caso da GE que, entre
junho e julho, entregará os primeiros O “santinho” chegará pelo celular
mamógrafos e raios X feitos no Brasil.
“Em três anos, quero conquistar a Versão digital do antigo sistema de propaganda eleitoral
liderança para esses dois equipamentos”, será enviada ao eleitor através canais como os spms
afirma Cláudia Goulart, presidente de e-mails e o SMS ou torpedos dos celulares. ➥ P10
da GE Healthcare para a América Latina.
A partir do Brasil, a GE quer se expandir na
América Latina e América Central. ➥ P20 SBPE pode liberar R$ 50 bi este ano
No ano passado, os créditos para construção e compra de
Inadimplência tem leve alta, imóveis com recursos da caderneta de poupança somaram
apesar da queda dos juros R$ 34 bilhões, incremento de 13,3% sobre 2008. ➥ P33
Biota quer faturar com boa aparência
Os juros cobrados nos empréstimos para Jarbas Oliveira
empresas encerraram 2009 a 25,5% Laboratório turco fabricante de xampu antiqueda e creme
ao ano em comparação com 30,7% em redutor de pelos começa a atuar no país. “O potencial de
dezembro de 2008 e 22,9% em 2007. Para consumo é grande”, diz Cihat Dündar, CEO do Biota. ➥ P29
as pessoas físicas, a taxa foi de 42,7% ante
57,9% um ano antes. Ao mesmo tempo,
o índice de inadimplência fechou o ano em Prazos da Copa preocupam a Cisco
5,6%, pouco acima dos 4,4% de dezembro
de 2008, mas com tendência de queda A Fifa exige que os estádios dos jogos da Copa de 2014
na avaliação de Altamir Lopes, chefe estejam concluídos até 31 de dezembro de 2012. “Estamos
do Departamento Econômico do Banco atrasados”, alerta a empresa que cuida da tecnologia. ➥ P27
Central. De acordo com Lopes, com
o aquecimento da economia e a percepção
de risco menor, o spread se reduzirá MPX construirá porto na Colômbia
abrindo espaço para juros menores
no decorrer do ano. ➥ P32 Braço do grupo de Eike Batista na área energética, empresa
adquiriu 521 hectares para a obra por onde escoará
Divulgação a produção da mina de carvão que explora no país. ➥ P30
BQB começa a voar nos céus do Sul Os dividendos das elétricas privadas
A companhia aérea pertence ao grupo Buquebus, Campeãs na distribuição aos acionistas, remuneração
que opera ferry boats que ligam Buenos Aires ao Uruguai das companhias de controle privado prometem
A classe C leva mais alegria e já pediu autorização para voar para Porto Alegre. ➥ P18 ser maiores que os das empresas públicas. ➥ P36
aos parques temáticos
Daniel Acker/Bloomberg
O faturamento do Beto Carrero World,
o maior parque temático do país, cresceu A FRASE
30% em 2009, consagrando o ano como
o melhor em volume de vendas e de
visitação, desde sua inauguração em 1991.
“O setor financeiro está tendo muito
“Para nós não houve crise”, afirma Victor êxito na tentativa de evitar a
Hugo Loth, diretor de Mídia e Criação
do parque, refletindo as expectativas reestruturação do marco regulatório”
otimistas vividas por esse segmento do
entretenimento, que, agora, volta suas
atenções para a classe C. “A estabilização
da economia vai facilitar o crescimento
e a expansão dos parques porque há muita Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de Economia e professor da Universidade
demanda reprimida no país”, diz Francisco Columbia, ao acusar o sistema financeiro americano de não
Donatiello, presidente associação que ter administrado bem seus recursos. “Mas soube usar bem o capital
representa os parques temáticos. ➥ P24 político para conseguir ajuda em condições bem favoráveis”, afirmou.
Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010 Brasil Econômico 3
EDITORIAL
“É essencial ter um nível de endividamento que não saia do controle. A ideia é comprar
bem para comprar sempre”, aconselha Sandra Turchi, superintendente de marketing
da Associação Comercial de São Paulo, aos consumidores emergentes da nova classe C. ➥ P4
Diretor de Redação Ricardo Galuppo za, Regiane de Oliveira, Roberta Scrivano, Ruy Bara- Publicidade Comercial Juliana Farias, Renato Frioli, Val- (Gerente MktD e Internet), Gisele Leme (Coorde-
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4 Brasil Econômico Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010
“
Aline Lima presentar uma fatia do salário 47,9% das pessoas da classe C
alima@brasileconomico.com.br cada vez mais significativa. Aí informaram fazer pesquisa de
mora o perigo da inadimplên- preço em diversas lojas. Nas
Indústria e comércio dos mais cia. “Embora a maioria das pes- classes DE, todas as famílias en-
diversos segmentos da econo-
É essencial ter soas mostre disposição para se trevistadas fazem pesquisa de
mia se debruçam sobre a classe um nível de planejar financeiramente, 53,2% preço. Isso porque uma redução
C que emerge como novo mo- endividamento dos entrevistados admitem de 10% no valor de uma gela-
tor do consumo no país. Estão comprar por impulso”, observa deira, por exemplo, pode repre-
todos empenhados em enten-
que não saia do Sandra Turchi, superintendente sentar até 25% do salário.
der os hábitos, preferências e controle. A ideia é de marketing da Associação Co- Pechinchar é conduta arrai-
necessidades desse público comprar bem para mercial de São Paulo. gada na classe média — 71,9%
que, segundo a Fundação Ge- É preciso que haja, portanto, dos consultados confirmam a
túlio Vargas (FGV), já responde
comprar sempre um trabalho intensivo de cons- prática antes da compra. De
por metade da população bra- cientização junto a essa classe forma semelhante, 88% das
Sandra Turchi,
sileira (exatos 49,22%). Mas C que, só agora, passa pela ex- pessoas afirmam levar em con-
superintendente de marketing
por trás da demanda crescente periência de ter crédito farto na sideração as dívidas atuais nas
da Associação Comercial
por eletroeletrônicos, veícu- praça. “O sistema bancário ga- próximas compras, e 44,80%
de São Paulo
los, imóveis, entre outros pro- nha ainda mais com juros so- usam planilha para monitorar
dutos de uma lista de desejos bre atrasos”, alerta Sandra. Ela os gastos. “É essencial ter um
sem fim, existem os recursos — cita o exemplo do valor míni- nível de endividamento que não
e, em última instância, a ala- mo de pagamento do cartão de saia do controle”, observa San-
vanca do crédito. Como será, crédito. “Já vi muitos casos de dra. “A ideia é comprar bem
pois, a relação entre a classe confusão entre o valor da fatu- para comprar sempre.” ■
média e o dinheiro? ra do cartão e o pagamento mí-
Um levantamento feito pela nimo que aparece em desta-
Associação Comercial de São que”, comenta. “Essas pessoas
Paulo (ACSP) com 800 pessoas estavam acostumadas a com- ■ OTIMISMO
em novembro do ano passado, prar com carnê e não são Os que se sentem melhores
intitulado “Perspectivas do orientadas a usar os novos financeiramente são
consumo”, oferece um retrato meios de pagamento.”
interessante dessa nova classe
média (com renda familiar
mensal de R$ 1.116 a R$ 4.807)
sob o aspecto financeiro. A es-
tratificação da pesquisa por ca-
A falta de conhecimento se
estende também para a seara
dos juros bancários. De acordo
com a pesquisa feita pela ACSP,
no discurso os juros são indese-
67,6%
madas sociais foi aberta com jados. Mas quando perguntados ■ DÍVIDA
exclusividade para o BRASIL ECO- sobre o que é mais importante, Medo de não conseguir pagar
NÔMICO. O objetivo do estudo é se a taxa de juro ou se o valor da compras a prazo atinge
compreender o papel do crédito parcela cabe no bolso, 51,3%
para esse grupo de consumido-
res e, além disso, verificar como
eles lidam com a dívida.
A classe C se mostra otimista
com a economia brasileira e, por
dos entrevistados pertencentes
à classe C deram como resposta
o valor da parcela. Além disso,
51,9% não sabia responder qual
era a taxa de juro cobrada em
55,4%
extensão, com o próprio futuro suas compras a prazo. ■ DESCONTROLE
financeiro. Quando questiona- Prestações comprometem
das sobre a situação econômica Planejamento financeiro mais da metade do salário de
do país nos próximos 12 meses, A boa notícia é que existe, sim,
67,7% das pessoas da classe C
acreditam que ela estará me-
lhor. Da mesma forma, 33,20%
estão confiantes na ascensão
social para as classes AB nos
uma vontade genuína do consu-
midor em se planejar financei-
ramente. Na hora da compra, 54,2%
próximos cinco anos.
Esse nível alto de confiança
Tecnologia a serviço do consumo consciente
tem estimulado a ida às com- O poder da informação está consideram muito importante clareza quanto custa determinado
pras. E o crédito, sem dúvida, contribuindo para consolidar adquirir, neste ano, um produto e, até mesmo, ter
tem possibilitado o acesso a a relação entre consumidor computador ligado à internet, confiança para discutir”, diz.
produtos de melhor qualidade. e dinheiro. O processo se acelera e 40,2% pretendem contratar O aprimoramento das práticas de
A forma de pagamento mais à medida que o uso de novas serviço de banda larga. Mari consumo pode ser comprovado,
usada é, de longe, a compra a tecnologias é disseminado. Zampol, diretora da CO.R segundo ela, nos típicos saldões
prazo. Para a aquisição de mó- A internet, por exemplo, já é um Inovação, empresa de que ocorrem em janeiro. “Muita
veis, por exemplo, corresponde importante aliado da classe C planejamento estratégico para gente tem deixado o Natal passar
a 60,3%; para a compra de ele- para realizar pesquisa de preço. marcas e produtos, ressalta que para aproveitar as promoções de
trodomésticos, a 53,9%; e para E aqueles que ainda não têm um o maior acesso à informação tem início de ano.” Mas se a internet
a reforma da casa, a 51,9%. computador conectado à banda permitido aprimorar, inclusive, é aliada na hora de se informar,
Mas, ao mesmo tempo que o larga, querem ter. De acordo o conhecimento financeiro ainda é tabu para a classe C
otimismo estimula as compras a com a pesquisa “Perspectivas do das pessoas. “Quando bem quando envolve compras on-line.
prazo, faz aumentar também o consumo” feita pela Associação capacitado, esse público Segundo a pesquisa feita pela
comprometimento da renda Comercial de São Paulo, 41,2% consegue chegar na frente do associação, 35,20% acreditam
com parcelas que tendem a re- dos entrevistados da classe C vendedor e entender com maior que a prática nunca é segura.
Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010 Brasil Econômico 5
LEIA MAIS Bancos de varejo começam Em parceria com o varejo, O mercado de seguros
a se preocupar mais os bancos oferecem cresce com o aumento
com a classe C. Há um esforço cartões de crédito para do crédito. Para chegar ao
de oferta de produtos, como financiar o consumo. A tática consumidor das classes C e D,
o financiamento imobiliário, é usada porque vendedores valem-se do varejo, de empresas
com linguagem mais dirigida. conhecem melhor os clientes. de energia elétrica e de telefonia.
ASCENSÃO SOCIAL
Com maior poder aquisitivo, consumidores
tornam-se clientes dos bancos e gastam mais.
Desconhecimento de taxas de juros
e perda de controle, porém, levam
ao risco de endividamento
BANCARIZAÇÃO
DISCREPÂNCIA
Valor da parcela
44,3%
Não sabe
53,1%
Sim, sabe
46,9%
Acredita que será classe A/B Acredita que será classe C Acredita que será classe D/E
FORÇA DO HÁBITO
Baixo 12,3
Médio 18,1
Alto 24
0 5 10 15 20 25
Antes ignorados,
emergentes viram
foco dos bancos
Estratégia para crescer no segmento passa agora pela abertura
de conta corrente, que facilita análise de risco de crédito
“
Historicamente, a classe C nun- Crédito imobiliário
ca foi o público-alvo dos ban- O financiamento imobiliário
cos. Até meados da década de aparece como um dos principais
2000, as instituições financei- produtos a serem consumidos
ras sequer conseguiam enxer- Queremos esses pela classe C. Desde o início do
gar nela potencial para a for- clientes entrando ano, o Bradesco passou a oferecer
mação de uma base promissora pela porta da frente uma série de facilidades para
de clientes. Quando essas pes- aqueles que pretendem realizar o
soas entravam para o portfólio e com tapete sonho da casa própria – válida,
dos bancos de varejo, normal- vermelho no caso, para imóveis de até R$
mente junto com a conta-salá- 150 mil. O número de documen-
rio da empresa onde trabalha- Rogério Estevão, tos exigidos na contratação da li-
vam, era fácil percebê-las per- superintendente executivo nha sofreu uma redução drástica,
didas dentro das agências. do Santander de 52 para 12. O objetivo é acele-
Esse panorama, porém, aos rar a concessão de forma que o
poucos vem sendo modificado. Já empréstimo saia em até 15 dias.
é possível notar, hoje, um esforço “Esse é um valor que nos per-
de oferta dirigida, com linguagem mite correr alguns riscos”, obser-
mais adequada e até mesmo pre- va Pelegrino. “Será nosso grande
ços mais acessíveis. “Além de a diferencial em relação ao merca-
classe C estar aumentando, dado do.” A taxa de juro cobrada é
o movimento de migração das ca- também “especialíssima”, nas
madas inferiores, esse é o público palavras de Pelegrino — 7,50% ao
que mais tem potencial para con- ano mais TR, nos primeiros 36
sumir crédito”, afirma Silvana meses, subindo para 9,50% nas
Machado, vice-presidente da parcelas posteriores. O Santander
consultoria A.T. Kearney. também está diminuindo as exi-
A mudança de foco em curso gências financeiras para contra-
pode ser conferida no próprio tação de crédito imobiliário, con-
discurso adotado pelos bancos. ta Estevão, mas sem entrar em
“Queremos esse cliente entran- detalhes. “O banco, sem dúvida,
do pela porta da frente e com está com mais disposição para
tapete vermelho”, diz Rogério oferecer empréstimo.” ■ A.L.
Estevão, superintendente exe-
cutivo do Santander. “A classe
C é nossa vocação natural”, de-
fende Nilton Pelegrino, diretor PRODUTOS FINANCEIROS MAIS UTILIZADOS, POR CLASSE SOCIAL
do departamento de emprésti-
mos do Bradesco. “Somos o Cartões de débito e crédito são os que mais atingem todas as classes, em %
único banco presente em todos
os 3.564 municípios brasileiros, CLASSE AB CLASSE C CLASSES DE TOTAL
e com isso conseguimos aten-
der ao nosso objetivo maior, Cartão de débito 75,6 57,9 50 63,88
que é a bancarização.” Cartão de crédito de banco 66,7 46,2 35,7 52,9
Cartão de crédito de loja 36,2 25,3 17,3 28,6
De fato, as diversas estraté-
Cartão de crédito de financeira 25 13,3 6,1 17
gias para crescer nesse seg- Limite de crédito/cheque especial 62,5 40,1 27,6 47,3
7
mento passam, preferencial- Conta poupança 53,8 40,1 39,8 45,4
,
mente, pela abertura de conta Cartão de loja 44,9 30,9 24,5 ,
35,5
corrente, uma vez que o proce- Cheque 42,6 15,3 8,2 25,11
dimento facilita a análise de Seguro 36,5 10,7 9,2 20,6
crédito. O Banco do Brasil (BB), Empréstimo 17,9 11,5 7,1 13,5
Título de capitalização 19,2 6,9 0 10,8
por exemplo, tem apostado for-
te na aquisição de folhas de pa- 0 10 20 300 40 50 60 70 80
gamento. “A classe C é a opor-
tunidade que temos para nos MEIOS DE PAGAMENTOS MAIS UTILIZADOS
consolidarmos como um gran- Dinheiro Cartão de crédito Cartão de débito
o Cheque Carnê Financiado
de banco de varejo”, explica.
No BB, dos 52 milhões de 0,6% 29,6% 0,4% 35,5% 0,9% 33,0%
33,0%
clientes, 12 milhões são da classe 12,7% 3,8%
C, e desses 12 milhões, 8 milhões 24,0% 0,4%
contam com crédito pré-apro- 14,2%
vado. Da carteira de emprésti- 12,7%
6,7% 5,7%
mos para pessoas físicas, que até
setembro de 2009 somava R$ 5,6% 333,5% 38,3% 42,4%
85,7 bilhões, a classe C responde MÓVEIS ELETRÔNICOS REFORMA DA CASA
por cerca de 40%. Para atender à
demanda crescente com mais
Fonte: Pesquisa "Perspectivas do Consumo"
qualidade, o BB criou uma ge- da Associação Comercial de São Paulo
rência de varejo.
Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010 Brasil Econômico 7
André Penner
Investimentos
Depois do crédito, os investimen-
tos serão a nova fronteira dos
bancos junto à classe C. E as insti-
tuições já se posicionam para dis-
putar as economias desse público.
“A previdência privada será, em
breve, a nova caderneta de pou-
pança”, aposta Rogério Estevão,
superintendente executivo do
Santander. Marcos Villanova, su-
perintendente de investimentos
do Bradesco, elegeu o CDB. “Em
vez de deixar o dinheiro parado
na conta, oferecemos um produto
com resgate automático”, diz.
“Assim, o cliente pode ficar tran-
quilo para emitir um cheque.” ■
Finanças
MBA Controladoria
Gestão de Projetos
ESCALÃO A
09:30h
Crianças dos 2 aos 3 anos
ESCALÃO B
10:00h
Crianças dos 4 aos 5 anos
ESCALÃO C
10:30h
Crianças dos 6 aos 9 anos
ESCALÃO D
11:00h
Crianças do 10 aos 11 anos
parceiros
apoios media
organização
10 Brasil Econômico Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010
BRASIL
Ricardo Stuckert/PR
Infográfico: Rubineto
TRANSPARÊNCIA
JORNALISMO O TSE poderá exigir identificação
ON-LINE na internet de doadores e
A partir da nova beneficiados por recursos de
lei, sites de notícias, campanha, permitindo doações de
DEBATES NA REDE
blogs, microblogs e pessoas físicas pela rede e com
redes sociais estão cartão de crédito. Esses meios Internet poderá transmitir debates.
livres para expressar requerem preenchimento de As regras deverão ser aceitas por
opiniões, desde que formulário detalhado sobre a ficha dois terços dos candidatos. Todos eles
não haja anonimato, processual e financeira de cada deverão ser convidados. O debate
tendo assegurado o postulante a mandato na inscrição poderá ser em conjunto ou em grupos
direito de resposta da candidatura de três candidatos
em caso de ofensa
PUBLICIDADE ANTECIPADA
Entrevistas com pré-candidatos ou
SPAM NO CELULAR INTERNET LIVRE participação deles em encontros,
A nova lei permite a difusão de Os candidatos poderão usar debates e programas, inclusive com
emails e SMS no celular, mas todas as ferramentas exposição de plataformas eleitorais,
desde que autorizado pelo disponíveis para contato virtual não são consideradas propaganda
usuário na primeira mensagem com os eleitores: sites, blogs, antecipada, desde que não venha
recebida. Se o candidato não tirar mensagens eletrônicas e redes acompanhada do pedido de votos
da lista o eleitor desinteressado sociais. As páginas poderão
em 48 horas receberá multa ficar no ar mesmo no dia da
eleição. Só a propaganda on-line
paga continuará sendo proibida
Fontes: Câmara dos Deputados e Lei 12.034/09
José Cruz/ABr
Biometria é embrião
do voto pela internet
Urna testada no país com Mania entre os para os eleitores brasileiros lo-
identificação do eleitor pela políticos brasileiros calizados no exterior.
digital prepara novos avanços O maior objetivo da urna
iniciada em 2008, biométrica é colocar um fim em
Sílvio Ribas o microblog Twitter eventual dúvida sobre a identi-
sribas@brasileconomico.com.br deverá ser também dade do eleitor. Elas permitirão
a foto dos eleitores no terminal
O Brasil foi pioneiro no mundo a uma das principais dos mesários, especificações
ter, desde 2000, todo o seu pro- ferramentas digitais mais seguras e maior velocidade
cesso eleitoral automatizado. A durante a campanha no processamento dos votos são
urna eletrônica é o grande per- algumas das novidades prome-
sonagem dessa revolução digital presidencial de 2010 tidas pelo TSE dentro do novo
que ainda promete novos lan- modelo da urna eletrônica .
ces. Este ano, o Tribunal Supe-
rior Eleitoral (TSE) vai ampliar Candidatos twiteiros
os testes do acesso ao voto atra- Uma das principais ferramentas
vés da impressão digital, a cha- digitais de interação entre elei-
mada biometria. Em 2008, três tores e candidatos é o microblog
cidades participaram da inicia- Twitter. Os políticos já estrea-
tiva, que nas próximas eleições ram em 2008 o canal e muitos já
deverão cobrir cerca de 3% dos fazem seus comunicados por
eleitores. Das 460 mil urnas ele- ele. Sob inspiração do então
trônicas que serão usadas, mais candidato Barack Obama, pre-
da metade do parque já virá com sidente dos Estados Unidos,
essa tecnologia embarcada. destaca-se entre os twiteiros da
Segundo especialistas, a urna política brasileira o governador
biométrica é o embrião do voto de São Paulo, José Serra (PSDB),
pela internet. “É um processo pré-candidato à Presidência da
inevitável. Basta apenas solu- República. Sua rival, a ministra
cionar o desafio da identificação da Casa Civil, Dilma Rousseff
Mais avançada do mundo e adotada
em todo o país desde 2000, a urna
do eleitor, o que deve ser resol- (PT), tem entre seus assessores
eletrônica ainda será veículo para novas vido pela biometria”, diz Patrí- de campanha um dos principais
experiências em favor da transparência cia Peck Pinheiros, advogada responsáveis pelo sucesso de
e agilidade no processo eleitoral especializada em direito digital. Obama no marketing digital, o
A primeira utilidade deverá ser norte-americano Ben Self. ■
12 Brasil Econômico Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010
BRASIL
Divulgação
MEIO AMBIENTE ESCÂNDALO
Alberto César
PARALISAÇÃO INDÚSTRIA
Mike Elis
O brasileiro Christopher Garman, consolidada aqui fora, que existe Qual seria a diferença em Ainda existem desafios requerem reforma constitucional.
mestre em ciência política pela consenso grande entre classe relação a outros emergentes? importantes que podem levar
Universidade da Califórnia, política sobre uma Brasil se compara bem a outros o Brasil a realizar seu potencial Que decisões?
e diretor para América Latina macroeconomia que mantenha países que enfrentam maiores de crescimento ou não. Política O modelo que o governo está
da consultoria política Eurasia um ambiente de inflação baixa dificuldades. Ambiente fiscal não é sustentável no defendendo para o pré-sal é uma
Group, diz que investidores para o médio e longo prazo. regulatório na Rússia tem médio e longo prazo, com carga estratégia de desenvolvimento
internacionais que o procuram Investidores veem estabilidade problemas difíceis, com um risco tributaria chegando a 36%. dessas reservas, porque depende
mantém mais interesse no Brasil macroeconômica, casada com muito maior. China é um pais Gera um custo muito grande para quase exclusivamente da
do que em outros emergentes crescimento tremendo do com tremendo potencial, várias empresas e Brasil corre o capacidade operacional da
como Rússia, Índia e China. mercado doméstico. A descoberta mas para empresas investir risco de perder competitividade Petrobras. Independentemente
Confira trechos da entrevista do pré-sal é a fronteira mais é muito difícil, evidenciado em certos setores. Governo da capacidade dela, é um desafio
que deu ao BRASIL ECONÔMICO promissora de extração e pelo último exemplo da Google. só pode reduzir essa carga muito grande. Renovação das
pelo telefone de Nova York. produção no mundo neste tributária se reduzir a rigidez dos concessões do setor elétrico
momento. Também tem um Quais são os principais gastos. É necessário fazer ajustes é também muito importante.
O que torna o Brasil mais setor agrícola com potencial gargalos que podem limitar nos gastos da previdência, A maneira como avançar para
atraente para estrangeiros de terras a serem cultivadas, o crescimento nos próximos limites nos crescimentos da folha um programa nacional de banda
nos próximos anos? muito promissor a se olhar anos e o que o próximo salarial. E tem decisões muito larga também é importante
Existe visão muito bem em um nível mais global. presidente precisa fazer? importantes setoriais, que não para gerar mais produtividade.
14 Brasil Econômico Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010
OPINIÃO
Silêncio ensurdecedor Novos dilemas e a União Soviética não tiveram ajuda internacional
e patinaram no seu desenvolvimento. A ONU tem
o programa de estabilização do Haiti, o Minustah,
que é basicamente militar e visa a ordem pública
Em 2010 comemoramos os 25 anos do fim da ditadu- Há uma sensação de forte retomada dos investimen- e a democracia. Isso é insuficiente. As instituições
políticas do Haiti têm se mostrado por demais frágeis
ra militar. tos em 2010, tanto pela base de comparação sofrível
para alavancar o país e tirar sua população da
Sintomático e relevante é o silêncio abissal do PMDB quanto pela própria recuperação da economia este miséria. Penso que cabe à ONU enfrentar o desafio
e o total alheamento do PT, talvez o partido que mais se ano. Mas temos que tomar cuidado quando se houve de estabelecer metas mínimas de desenvolvimento
beneficiou com a redemocratização. É compreensível a que teremos vários anos de espetáculo de cresci- e um cronograma de planejamento para que o Haiti
não-comemoração de tão importante fato na vida po- mento de investimentos. Apesar de essa necessidade possa voltar a andar com as próprias pernas,
lítica do país por parte do PT, que se recusou a fazer ser clara para as obras esportivas e do pré-sal, não apagando essa mancha que envergonha a civilização
humana neste século. Será um novo modelo de
parte da aliança democrática que elegeu Tancredo Ne- parece evidente ainda que o ciclo de expansão da
intervenção internacional, civil, e que deverá também
ves em 1985, depois de derrotada a emenda das Diretas formação de capital será livre de ruídos. estimular a participação dos dirigentes haitianos.
Já — e ai da democracia brasileira se dependesse do PT: O grande empecilho para uma aceleração mais vi- Roldão Simas
a ditadura teria se reproduzido com a escolha de Paulo gorosa está na poupança. O governo, nos últimos anos, Brasília (DF)
Maluf no Colégio Eleitoral. Já o silêncio do PMDB e de fez o desserviço de diminuir a poupança ao decidir FEMSA
Em referência a matéria publicada no jornal
outras forcas democráticas nos parece constrangedor. manter uma política de superávit primário baixo, que BRASIL ECONÔMICO de 18 de janeiro de 2010,
O MDB, antecessor do PMDB, fundado pelo Ato parece que irá se manter este ano, com possibilidade intitulada “Schin e Petrópolis são bola da vez”,
Institucional 2 (juntamente com a Arena), em 1965, de se estender para os próximo anos também, a depen- a FEMSA Cerveja Brasil esclarece que:
nucleou desde o início uma oposição derrotada re- der de quem ganhe a eleição. Esse empecilho é grave, A cor verde das embalagens de garrafa de vidro
manescente dos diversos partidos que haviam sido pois numa economia em que a taxa de investimento long neck e 600ml retém menos a luz UV, porém
extintos pelo regime militar. Um momento marcante ainda está abaixo de 19% e a poupança apresenta nú- a companhia adota a utilização de embalagens
secundárias para garantir que não ocorra alteração
aconteceu em 1974, quando o MDB obteve uma vitó- meros ainda menores, é praticamente impossível pen- no produto, garantindo sua qualidade superior.
ria histórica na eleição para o Senado, derrotando a sar em crescer consistentemente 5% por ano, sem Além disso, no caso das embalagens retornáveis, a
Arena em 17 dos então 21 estados da Federação. Com causar nenhuma pressão inflacionária. Na melhor das empresa utiliza a “crate cover”, uma tampa de papel
licença do leitor para o grifo, “consolidava-se ali a hipóteses, com o investimento crescendo o dobro do cartão posicionada na parte superior das caixas
via democrática como a única forma de luta capaz de crescimento do PIB, uma hipótese nada conservadora, que reduz a exposição à luz, conservando o produto.
FEMSA Brasil
derrotar a ditadura”. atingiríamos 25% do PIB de taxa de investimento lá São Paulo (SP)
Cabe destacar, sobretudo para a nova geração, o pa- para 2016, sendo este o número mágico que daria a
pel que o Partido Comunista Brasileiro (PCB) desem- tranqüilidade para o crescimento de 5% não ser infla- PREVIDÊNCIA
penhou na redemocratização do País. Foi o Partidão o cionário. Isto significa que até 2016 poderemos ter um A grande questão da previdência tem a ver com
setor da esquerda que, junto e sob a liderança dos de- vôo de galinha suave, com momentos de crescimento a necessidade de se buscar meios de assegurar
que o aposentado realmente se retire do mercado
mocratas, construiu a mais ampla frente de forças po- mais fraco, em torno de 3% ou 4%, para ajustar a eco-
de trabalho, abrindo campo para que outros possam
líticas e sociais de resistência ao regime militar. O PCB nomia de volta para um padrão inflacionário condi- ocupar esse espaço, aumentando o número
recusava o voluntarismo e o aventureirismo da opção zente com as metas de inflação de 4,5%. de empregos. Mas para que isto acontença,
pela luta armada: além de equivocadas, as teorias mili- o aposentado tem de receber um valor condizente
taristas dos focos, as guerrilhas urbanas e rurais, os se- com os esforços de uma longa vida dedicada
ao trabalho e ao crescimento do país. Isto não
qüestros e atentados, serviram para articular as forças O grande obstáculo para a aceleração acontece pela falta de um diálogo mais intenso entre
da repressão e os ultrarradicais do regime militar.
O PCB entendia que uma frente democrática era o mais vigorosa é a poupança. as partes, ou seja, entre a área governamental
e os representantes dos aposentados. O diálogo
instrumento efetivo para o isolamento e derrota da di- Fizeram o desserviço de diminuí-la fica limitado ao pedido e à recusa. A solução
tadura. De todo modo, nós, que viemos daquelas forças para manter superávit primário baixo é simples e os “velhinhos” poderão comemorar
políticas que forjaram o velho MDB, temos, não apenas o seu dia, com satisfação e não em forma de desabafo.
que festejar, mas nos sentirmos responsáveis pela saí- Uriel Villas Boas
Santos (SP)
da democrática que o país conheceu com a eleição de Da necessidade de investimentos para os próximos
Tancredo Neves (sim, o vice era José Sarney!). anos podemos tirar duas conseqüências. A primeira é
que o governo tem exagerado no peso do BNDES no fi- PÃO DE AÇÚCAR VAI INVESTIR
nanciamento de novos projetos. Faz parte de seu papel R$ 5 BILHÕES ATÉ 2012
Esse empresário é sem dúvida audacioso
O PT se negou a participar da aliança estimulá-los, mas quando o governo começa a capita-
e competitivo. O mercado brasileiro está muito
lizar a instituição ele acaba gerando aumento da dívi-
democrática que elegeu Tancredo da pública bruta e pressão sobre o banco em cima de
bem servido. Abílio Diniz sempre foi um executivo
de peso no comércio de eletroeletrônicos
Neves. Fosse o partido e a ditadura teria projetos que possam não ser os mais interessantes, ou e supermercados. Tornou-se ainda mais poderoso
se reproduzido com a escolha de Maluf seja, aumenta o risco de empréstimos de má qualida- agora com a aquisição do conglomerado
de. A implicação disso também é que o mercado acio- Casas Bahia. Bom para o público consumidor,
nário acaba ficando de lado, quando na verdade deve- bom para a classe trabalhadora, bom como
exemplo a outros grande empresário desse país.
E o PT com isso? Aí é que está. Alguns anos antes do ria ser reforçado como fonte de financiamento para as
Francisco Souza
Colégio Eleitoral, precisamente após a anistia (a pri- empresas. Por conta das obras esportivas específicas e São Paulo (SP)
meira) de setembro de 1979, o regime havia, por meio a rapidez necessária para elas, bem como dos investi-
de uma reforma política da lavra do general Golbery do mentos para o pré-sal, pode haver concentração de BRASIL REGISTRA DÉFICIT EM CONTA CORRENTE
Couto e Silva, dividido a oposição e permitido a legali- investimento no país em detrimento de outros seg- Sem a entrada de capital externo, o pais não cresce
os 5% alardeados. O mercado interno ainda não é
zação e criação de partidos democráticos, dentre eles, mentos. Um candidato natural a perder importância
suficiente para isto. Já podem ir retirando a taxação
no campo da esquerda, o PDT (legenda que resultava relativa é a infraestrutura fora das áreas esportivas e sobre investimentos externos na bolsa de valores.
do golpe judiciário contra o PTB de Brizola) e o PT (ar- do pré-sal. Afinal, não parece haver dinheiro disponí- Luiz
ticulação de movimentos da Igreja Católica com ex- vel para todas as necessidades. Porto Alegre (RS)
pressivas lideranças sindicais e egressos da luta arma- A segunda é que em 2010, por conta das incertezas
da). Não por acaso, o regime não permitia a livre orga- sobre o próximo presidente, pode haver certo pé no Cartas para Redação - Av. das Nações Unidas, 11.633 –
nização partidária, o PCB continuava perseguido. freio principalmente no investimento estrangeiro di- 8º andar – CEP 04578-901 – Brooklin – São Paulo (SP).
A liberdade partidária plena só se concretizaria após a reto. Há ainda uma percepção pelos investidores que redacao@brasileconomico.com.br
eleição de Tancredo, quando o governo removeu entulhos os atuais candidatos são a mesma coisa, mas com o As mensagens devem conter nome completo, ende-
reço e telefone e assinatura. Em razão de espaço ou
autoritários, acabou com a censura, restaurou a liberdade passar da eleição e a identificação de diferenças funda- clareza, BRASIL ECONÔMICO reserva-se o direito de edi-
de imprensa e convocou a Assembleia Nacional Consti- mentais da situação e da oposição, esse investidor tar as cartas recebidas.
tuinte. Não é motivo bastante para comemorações? ■ pode ficar mais arredio. ■ Mais cartas em www.brasileconomico.com.br.
Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010 Brasil Econômico 15
Ag Petrobras
Murillo Constantino
CINQUENTÃO NA VITRINE
As grandes notas de R$ 50 expostas na vitrine da Rua São Bento, no centro de São Paulo, simbolizam o que foi 2009 em termos de crédito no Brasil.
Embora as novas concessões de empréstimos tenham caído 2,7% em dezembro, o estoque total de crédito, no ano todo, cresceu 14,9%, atingindo
R$ 1,4 trilhão. O valor representa 45% do PIB, ante 39,7% em 2008. De acordo com o Banco Central, os juros para pessoa física acumularam
queda anual de 15,2 pontos percentuais. Para as empresas, o recuo foi de 5,2 pontos. Especialistas em finanças lembram, no entanto, que, apesar
do dinheiro farto, os juros ainda estão altos. Prudência é nome do jogo na hora de contratar um empréstimo. Leia mais sobre crédito na página 32.
à base de frutas
Marcelo Knobel
Professor titular do Instituto de Física
“Gleb Wataghin” da Unicamp
Uma sociedade
enraizada na inovação
científica e tecnológica
Muito se fala em nanotecnologia, alardeada como a
nova revolução tecnológica do século XXI. Apesar da
dificuldade em controlar e manipular objetos tão di-
minutos, os cientistas e engenheiros têm conseguido
realizações impressionantes nessa área, fato que tem
suscitado uma ampla expectativa com relação ao futu-
ro. Simultaneamente, há um aumento crescente do in-
vestimento financeiro e do número de pesquisadores
que migram seus trabalhos para esta área, devido ao
seu enorme potencial de aplicação nos mais variados
setores, e ao impacto que seus resultados podem dar ao
desenvolvimento tecnológico e econômico.
O avanço em nanociência tem sido espetacular.
Novos nanomateriais têm sido descobertos, proprie-
dades físicas e químicas inusitadas têm sido encon-
tradas, e novos compostos e dispositivos, com uma
miríade de possíveis aplicações, têm sido propostos.
Assim, essa ampla área multi e interdisciplinar tem
vivido um período de extrema pujança, o que resul-
ta, consequentemente, em novos desafios e novos
questionamentos científicos.
embalagens comestíveis tecnológica, que, por sua vez, gera riqueza através de
novas empresas, novos empregos, etc.
Esse “círculo virtuoso” depende, entretanto, de
uma ação coordenada, que deve certamente englobar
A Embrapa Instrumentação Entre os avanços está a adi- o governo, as universidades, centros de pesquisa e
Agropecuária, de São Carlos ção de nanopartículas de polis- NANOMETRIA principalmente as empresas e o setor produtivo de um
(SP), também tem desenvolvido sacarídeos como quitosana modo geral. Mas é importante ressaltar que mesmo as
filmes e revestimentos comestí-
veis e biodegradáveis. “Estamos
(encontrado em crustáceos), o
que confere ao produto pro- ✽ pesquisas que não levam a um produto imediato têm
como consequência um avanço científico. Novas
trabalhando com várias técnicas, priedade bactericida. Já a adi- ideias são testadas, novos profissionais são formados e
algumas envolvendo nanotecno- ção de nanofibras de celulose e 1 bilhão de vezes treinados, e subprodutos dessas pesquisas geralmente
logia, para desestruturar com- nanopartículas de pectina (ex- são aproveitados. Nesta realidade sonhada, o papel da
ponentes naturais e reestruturá- traídas de laranja, por exemplo)
menor que o metro universidade é justamente fazer girar toda essa engre-
los depois na forma de plásti- melhora o desempenho plástico A nanotecnologia é a realização nagem complexa, formando continuamente profis-
cos”, diz o chefe de pesquisa e dos filmes. “Toda inovação pre- de experimentos e pesquisa em sionais capazes de se inserir em um mercado de tra-
desenvolvimento da unidade, cisa ser avaliada. Mas já usamos escala nanométrica (um nanômetro balho cada vez mais competitivo, realizando pesqui-
Luiz Henrique Mattoso. “Temos esses produtos nanotecnológi- é igual a um bilionésimo de metro). sas básicas e aplicadas que podem gerar novas ideias
conseguido melhorar muito as cos em animais e não houve ne- Muitos materiais apresentam ainda não imaginadas no âmbito industrial e forman-
características desses filmes com nhum problema de toxicidade”, novas propriedades quando do a base sólida para uma sociedade bem implantada
o auxílio da nanotecnologia.” diz Mattoso. ■ J.P.F. manipulados nessa escala. na inovação científica e tecnológica. ■
18 Brasil Econômico Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010
ENCONTRO DE CONTAS
LURDETE ERTEL
Hassan Ammar/AFP
Asas com Projeto bilionário que inclui o hotel mais alto do mundo
vai modificar os entornos da mesquita Masjid al-Haram,
Divulgação
no mercado aéreo para
disputar os céus com
a Pluna e a Aerolineas na
ligação entre Argentina,
Uruguai e Brasil.
A estreia, com uma
aeronave ATR 75-500,
será transportando
veranistas endinheirados
que baixam em bando
no luxuoso balneário O gigantismo da fé
uruguaio de Punta
del Este. Mas o plano é A maior aglomeração religiosa de distância, para ajudar os islâmicos
bater asas mais longe: do mundo só poderia ser mesmo a não perder o horário das orações.
no segundo semestre, a moldura do maior hotel do globo. O Makkah está sendo construído
Deve ser inaugurado até o final do ano ao lado da mesquita Masjid al-Haram,
a nova empresa pretende em Meca, na Arábia Saudita, o The considerada a maior do mundo
começar a voar de Makkah Clock Royal Tower (ao lado), e o primeiro lugar santo do islã, e
Buenos Aires para outras que deve assumir o título de mais que abriga em seu interior a Caaba,
cidades do Uruguai, como elevado prédio dedicado à hoteleria. um quadrado onde os muçulmanos
O empreendimento terá 577 metros situam o centro do universo.
Colônia e Salta, e depois,
de altura e 858 quartos, além de um O hotel será a peça central
para o Sul do Brasil. gigantesco relógio, que será sua marca do complexo Abraj Al Bait, um
A começar por Porto registrada. Cinco vezes maior que o megaprojeto do rei da Arábia
Alegre, para onde pleiteia londrino Big Ben, a peça terá ponteiros Saudita,que vai mudar os entornos do
autorização de voo. que podem ser vistos a 17 quilômetros mais sagrado dos templos muçulmanos.
Juan Camacho/AFP
Santiago Montes
encontrodecontas@brasileconomico.com.br
Jochen Luebke/AFP
Casa nova
Rainha digital GIRO RÁPIDO
Lily Safra, viúva do bilionário Divulgação
Mais um Niemeyer
Está programada para o final
deste mês a estreia de uma das
mais recentes obras do arquiteto
brasileiro Oscar Niemeyer.
O auditório que leva o seu nome
na belíssima cidade italiana de
Ravello (E) será inaugurado com
uma intensa programação entre
os dias 29 e 31. Pé na reciclagem
A região da Campania investiu
€ 16 milhões no projeto, A Mormaii apresenta
encravado em uma encosta na Couromoda a novidade
rochosa que presenteia ao prédio de sua coleção: as sandálias
uma vista ímpar do mar. Para Neocycle.
desfrutar a paisagem, Niemeyer O processo de produção
instalou no auditório uma consiste em triturar os
grande janela em forma de olho. wetsuits que não têm mais
Um dos espetáculos de condições de uso e misturá-los
inauguração do auditório a retalhos de neoprene.
italiano será da Escola do
Teatro Bolshoi no Brasil. Com Natália Mazzoni
20 Brasil Econômico Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010
EMPRESAS
GE aponta raio x
para mercado de
saúde brasileiro
Companhia terá produção local de equipamentos médicos com
meta de dobrar participação no país e exportar à América Latina
“
Françoise Terzian dobrar nosso market share (não
fterzian@brasileconomico.com.br revelado) de ambos em três anos
e conquistar a liderança”, afirma
Nas últimas décadas, o Brasil Cláudia Goulart, presidente e
ocupou o papel de coadjuvante
Não estamos CEO da GE Healthcare para a
na atuação das grandes fabri- limitados ao B do América Latina.
cantes globais de equipamen- Bric, que é um dos Ela pretende atingir sua meta
tos médicos. Embora a presen- a partir de fatores como a siner-
ça da Philips, da GE e da Sie-
maiores mercados gia de fabricação. Os dois pro-
mens seja antiga no país, todas emergentes, mas dutos serão produzidos na mes-
sempre importaram suas má- também olhamos ma unidade e, do ponto de vista
quinas de diagnóstico por de engenharia, apresentam tec-
imagem. Esse cenário, no en-
para países como nologias similares em alguns de
tanto, começa a mudar. Atual- Honduras e seus módulos. “O mamógrafo é,
mente, 60% dos equipamentos El Salvador, que basicamente, um raio x para as
médicos vendidos pela Philips mamas”, explica Cláudia.
no país já são produzidos no
são igualmente Não é só o fato de o Brasil ser
Brasil. O último a entrar em importantes para nós o sexto maior mercado mundial
produção nacional foi a tomo- que chama a atenção da GE.
grafia computadorizada, fabri- Cláudia Goulart “Não estamos limitados ao B do
cada em Lagoa Santa (MG) Bric, que é um dos maiores
desde o final de 2009. mercados emergentes, mas
Entre junho e julho, a con- também olhamos para Hondu-
corrente GE quer iniciar a ven- ras, que é muito importante
da dos primeiros mamógrafos e para nós, assim como El Salva-
raios X feitos no Brasil. A partir dor”, afirma Cláudia.
desta data, ela também fará a Isso significa que, por trás do
oferta inédita de remanufatura investimento de US$ 50 milhões
de ressonâncias e tomógrafos na primeira fábrica da GE do
usados no país. Antes, os equi- país focada em cuidados com a
pamentos eram mandados para saúde, há uma estratégia bem
os Estados Unidos e a Europa. definida para atender outros
Só o custo de logística, entre mercados a partir do Brasil,
envio e recebimento, saía por como a América Latina e a
volta de US$ 40 mil para um América Central.
produto de US$ 120 mil a US$ A unidade localizada em
240 mil. O custo repassado ao Contagem (MG) deve ser inau-
cliente deverá sumir. gurada entre abril e junho - de-
Gradativamente, o Brasil penderá da data de vistoria da
chama a atenção das matrizes Anvisa - e chega para se juntar a
dessas gigantes globais. Isso outras 15 fábricas do grupo no
ocorre porque seu sistema de país. Elas produzem de turbinas
saúde – público e privado – de avião a locomotivas.
movimenta US$ 100 bilhões A nova fábrica será inaugu-
por ano. A área de diagnósticos rada com 30% de sua capacida-
por imagem responde por 2% de de produção e estreará com
deste montante. À medida que as linhas de mamógrafo analó-
o país deixa o subdesenvolvi- gico e raio x. Este último foi de-
mento para trás, seus gastos senhado na China, com a ajuda
com prevenção e diagnóstico da equipe brasileira, para aten-
aumentam, diferentemente der o país. O equipamento tem
dos países pobres, que gastam alguns detalhes do comando e
mais com tratamento. da mesa específicos para o hábi-
O mercado de raio x na Améri- to dos brasileiros. O preço ainda
ca Latina alcança os US$ 200 mi- não foi informado, mas, se for
lhões por ano. Mamógrafo ainda levada em consideração a tribu- Cláudia Goulart, CEO da GE Healthcare na AL, empresa
não é um negócio de volume na tação desses equipamentos, que que passa a produzir no Brasil para ganhar market
região, mas é particularmente gira em torno de 15% a 20%, a share; à direita, mamógrafo digital da Siemens
importante para a GE. “Quero queda será representativa. ■
Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010 Brasil Econômico 21
Divulgação
Marcela Beltrão
Siemens valoriza
componente local Philips usa
software para
A área de saúde da Siemens só
produz um equipamento no país –
o raio-x analógico. Com o dólar
baixo e a eficiência da China,
atrair UTIs
dificilmente a empresa deve
instalar novas linhas de produção
no país. A não ser que ela
encontre fornecedores locais
de componentes hoje usados
por seus equipamentos. Empresa pretende conquistar Divulgação
Diante deste movimento inicialmente 190 dos 7,5 mil
crescente de fabricação de hospitais brasileiros
produtos de diagnóstico por
imagem no Brasil, Reynaldo Goto, A Philips Healthcare não quer vi-
gerente de marketing de ver só de equipamentos médicos. Daurio Speranzini
Healthcare da empresa, diz não Embora eles venham com Vice-presidente
ver muito sentido nesta produção softwares embutidos, a empresa sênior da Philips
Healthcare para
nacional, uma vez que boa parte agora avança em uma outra área a América Latina
dos componentes usados ainda no Brasil. Trata-se da oferta de
é importada. “Nosso raio-x tem sistemas clínicos para gestão de
mais de 2/3 custos nacionais – UTI e também de áreas ou clínicas “Nem mesmo os grandes
entre cabos, chapas e outras com pacientes de radiologia. desenvolvedores de software
partes e peças de fornecedores “Nem mesmo os grandes desen- do mundo, a exemplo da SAP,
locais. O que os outros chamam volvedores de software do mun- têm produtos específicos
de fabricação, nós chamamos de do, a exemplo da SAP, têm produ- para a área clínica. Os poucos
assembling (montagem), com tos específicos para a área clínica. hospitais do mundo que
menos de 20% de componentes Os poucos hospitais do mundo têm SAP usam para gestão
locais”, compara Goto. que têm SAP usam para gestão da da área administrativa”
Para ele, importar partes área administrativa”, afirma
e peças, agregar meia dúzia Daurio Speranzini, vice-presi-
de componentes padrão, montar dente sênior da Philips Healthca-
o produto e entregar para o re para a América Latina.
cliente é algo que a Siemens está Ele diz que mais vidas de pa-
capacitada para fazer há anos. cientes internados nas unidades
No entanto, não o faz por de terapia intensiva dos hospi-
enxergar poucos benefícios. tais brasileiros poderiam ser
“Nossa preocupação é investir salvas a cada ano sem a exigên-
em equipamentos acessíveis e cia de investimentos em novos
sustentáveis, como a ressonância equipamentos. Essa conclusão é
importada da China, que consome um dos resultados do projeto-
30% a menos de energia que piloto do Sistema UTI Juntos,
a média dos equipamentos desenvolvido pela Philips do
no mercado”, assegura. Brasil, em parceria com o Hos-
Além disso, ele lembra que, com pital Geral do Grajaú, localizado
um câmbio a R$ 1,75 ou R$ 1,80, na Zona Sul de São Paulo.
dificulta a produção local, Administrado pela Associa-
principalmente quando se ção Congregação Santa Catari-
pensa em transformar o Brasil na, o Hospital do Grajaú, refe-
em um pólo de exportação. F.T. rência para uma população de
800 mil pessoas, conta com 10
Divulgação leitos para atendimento de
emergência, com uma média
anual de 360 pacientes por ano.
Graças ao Sistema UTI Juntos,
houve uma redução de 16% na
taxa de mortalidade, o que evitou
a morte de 13 pacientes na primei-
ra fase do projeto, realizada de 1º
de setembro de 2008 a 31 de agos-
to de 2009. “Aplicando-se a mes-
ma taxa aos 35 mil leitos de UTI
existentes em nível nacional, che- Inovação brasileira
gamos aos 44 mil óbitos que pode- A Philips também está produ-
riam ser evitados com a adoção do zindo novas tecnologias nacio-
Sistema”, afirma o médico Mar- nais. Em março, ela deve anun-
celo Moock, chefe da UTI de adul- ciar o lançamento da tomografia
tos do Hospital Geral do Grajaú. por bioimpedância, equipamen-
Speranzini conta que há um to que inova mundialmente ao
imenso mercado a se explorar medir a qualidade da respiração.
com esta tecnologia. O Brasil O sistema mostrará na tela
tem 7,5 mil hospitais e a meta como funcionam os pulmões em
inicial da Philips é conquistar imagem contínua. Com isso, há
190 deles. “O software registra tendência até de introdução de
entrada e saída do paciente, novos procedimentos para o
quantas vezes no ano o paciente tratamento da pneumonia. O
esteve no hospital e a evolução Hospital das Clínicas (SP)é par-
das doenças”, explica. ceiro no projeto. ■ F.T.
22 Brasil Econômico Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010
EMPRESAS
Divulgação
ESTRATÉGIA INTERNET
Claro adquire
sistema ágil
e afinado
para crescer
Empresa fecha acordo com a Amdocs para
integrar operações e elevar competitividade
Robyn Beck/AFP
DESAFIO RESPOSTA
China minimiza problemas com Google e diz Hillary Clinton pede que empresas resistam
que eles não podem ser obstáculo comercial à censura na internet em todo o mundo
A disputa entre o Google e a China não deveria ter “interpretação A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, pediu às empresas
exagerada” ou ser vista como obstáculos aos acordos bilaterais entre de tecnologia dos EUA que resistam à censura na internet e pediu às
a China e os Estados Unidos, disse o vice-ministro do Exterior do país autoridades chinesas que investiguem os ataques que aconteceram ao
asiático, He Yafei. O discurso, proferido ontem, pode ser visto nos Google no país. “A censura não deve ser aceita por qualquer empresa em
Estados Unidos como um desafio, depois que o Google anunciou ter qualquer lugar”, disse Hillary. “As empresas americanas precisam tomar
sido alvo de um ataque de ciberespionagem em território chinês. uma posição de princípios. Isso deve ser parte da nossa marca nacional.”
Henrique Manreza
“
evolução depois disso? Como o catálogo ajuda nisso?
O que existia era o billing (emi- Ele é um tipo de base de dados
te a conta do cliente). Mas a com tudo que a empresa pode
maneira de fazer o billing era oferecer ao cliente. O mesmo
diferente em cada empresa. Foi
Cada produto produto tem informações dife-
criada uma nova instância no exige um catálogo. rentes no CRM, no billing etc.
sistema e os clientes das opera- Só que as operadoras Cada produto exige um catálogo.
doras consolidadas migraram Só que as operadoras têm que
para o novo formato. Agora,
têm que consultar consultar 30 sistemas para ge-
outra linha de negócios está 30 sistemas para renciar um produto. Com o siste-
sendo incorporada ao billing. gerenciar um ma único, os 30 anteriores dei-
xam de ser donos da informação
O que muda agora no sistema
produto. Com a e serão usados de outra forma.
da operadora? mudança, toda Hoje, há milhares de interfaces e
A Claro pediu como definição a comunicação sistemas falando entre si. Isto
estratégica uma mudança para muda. Todos passam a se comu-
normatizar o processo de venda
ocorrerá em nicar num único ponto, que é o
e atendimento. Para isso, esta- ponto único catálogo central. Na prática, o
OS NÚMEROS mos implantando diversos pro- tempo de mercado para o lança-
dutos. Um deles é o catálogo. mento de um produto que demo-
US$ 30 mi
é a economia estimada para uma
6 meses
era o tempo necessário para
Para lançar um produto tem que
adaptar o billing, a gestão de
rava seis meses cai para um mês.
operadora ao longo de um ano o lançamento de um produto, relacionamento com o cliente O que mais compõe os novos
após a implantação do sistema. prazo que cairá para um mês. (CRM), o sistema de atendi- sistemas da Claro?
mento na loja, na internet, pre- O catálogo é um apoio a uma so-
parar o sistema de ativação. lução complexa. Há uma série de
US$ 2,86 bi 25,52% Enfim, é uma gama gigantesca
de sistemas para criar e atuali-
verificações e validações até fi-
nalizar uma venda. Estamos co-
é a receita da Amdocs no ano é a fatia da Claro em serviços
fiscal encerrado em setembro, móveis, com 44,4 milhões de zar. O problema é o longo tem- locando na Claro um sistema de
9,48% menor que em 2008. clientes, atrás da Vivo, com 51,7mi. po entre a definição do marke- ordem (workflow) que orquestra
ting e chegar ao mercado. todo esse processo. ■ I.S.
24 Brasil Econômico Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010
EMPRESAS
Hamilton Will
MEIO AMBIENTE PESQUISA
Brasil lidera no recolhimento Estudo revela que molusco pode ser base
de embalagens de agrotóxicos para armaduras e coletes à prova de bala
Em 2009, foram recolhidas no país cerca de 28 mil toneladas de Artigo que será publicado no site e na revista Proceedings of the National
embalagens de agrotóxicos, um retorno de 90%. O índice é bem Academy of Sciences, afirma que, no futuro, coletes à prova de bala
superior ao de outros países. Canadá, Estados Unidos e Japão, por podem ser feitos a partir de um molusco de cinco centímetros, da espécie
exemplo, têm índices de recolhimento entre 20% e 30%. Segundo Crysomallon squamiferum. Cientistas do Instituto de Tecnologia de
o Ministério da Agricultura, o diferencial brasileiro é o sistema de Massachusetts dizem que características peculiares do animal resultam
fiscalização que conta com monitoramento e punições previstas em lei. em um conjunto eficiente contra a penetração e dissipação de energia.
Leandro Ferreira
REGULAMENTAÇÃO INFORMÁTICA
EMPRESAS
DIvulgação
REVISÃO DE CONTRATO JUSTIÇA
Divulgação
MAIOR MERCADO
US$ 8,9 bi
é quanto os Estados Unidos
movimentam, por ano, em
pesquisa, diz o Ibope. Valor
representa 27% de todo
o investimento mundial.
RANKING
US$ 4,1 bi
é o montante investido em
pesquisa no Reino Unido,
segundo mercado mundial.
Em seguida estão Alemanha,
França e Japão.
EM CRESCIMENTO
US$ 689 mi
foi o investimento em pesquisa
no Brasil, em 2008. O país ocupa
a 11° posição entre os principais
mercados no mundo.
“
Ruy Barata Neto Porto Rico e no Chile — e na Marangoni, presidente do Ibope por exemplo — é a operação
rneto@brasileconomico.com.br aquisição de duas novas empre- Inteligência. “Mas não temos mais rentável do grupo até aqui
sas nacionais de pesquisa — a dúvidas de que essa ferramenta e tem presença em todos os paí-
O Instituto Brasileiro de Opinião IDS, do Rio de Janeiro, e a IPDM Embora tenhamos será o futuro da pesquisa”. É que ses da América Latina.
Pública e Estatística, mais co- Geonegócios, companhia pau- o uso da web barateia o custo da No ano passado, o grupo todo
nhecido como Ibope, deu início lista de geomarketing. tecnologia, as operação. Porém, no Brasil, os faturou US$ 250 milhões. Ma-
ao seu plano de internacionali- A Zogby, embora não seja tão pesquisas pela resultados ainda são questioná- rangoni afirma que a média
zação. Ele anunciou ontem a grande — tem 45 funcionários internet ainda não veis quando se precisa de uma anual de crescimento da empre-
aquisição de 51% de uma em- em três escritórios e fatura US$ 7 amostra significativa da popu- sa é de 6%. Com as novas aqui-
presa americana especializada milhões anualmente — é funda- chegam a 5% do lação. O acesso à internet ainda sições, feitas para reforçar a área
em pesquisa de opinião, a Zogby mental para os planos futuros volume total de é restrito no país, na compara- de pesquisa de mercado e opi-
International, fundada em 1984 do Ibope Inteligência como em- demanda no país ção com os Estados Unidos e nião, apenas o Ibope Inteligên-
pelo pesquisador John Zogby. O presa de pesquisa internacional. outros países desenvolvidos. cia deve alcançar um fatura-
contrato dá prioridade ao Ibope Em primeiro lugar, ela permite Nelsom Marangoni, mento de US$ 73,7 milhões,
na aquisição do restante do ne- que o instituto brasileiro tenha presidente do Ibope Inteligência Boas perspectivas neste ano — o que significa
gócio nos próximos quatro anos. acesso a novos mercados. A O mercado americano é hoje o US$ 15,7 milhões a mais do que
Os valores do acordo são Zogby faz levantamentos em maior consumidor de pesquisas o aferido no ano anterior.
mantidos em sigilo, mas consu- países da África e no Oriente do mundo. De acordo com os
miram boa parte dos US$ 12 mi- Médio, regiões em desenvolvi- cálculos do Ibope, ele movi- Território nacional
lhões que serão aplicados em mento e de interesse para a bra- menta US$ 8,9 bilhões, o que Segundo o executivo, o grupo
projetos de expansão do Ibope sileira. O segundo motivo é a representa 27% de todo o inves- ainda tem muito espaço para
Inteligência, braço de negócio experiência da empresa com timento em pesquisas do mun- crescer no Brasil. Os investi-
do grupo voltado para pesquisas pesquisas pela internet e até do. A entrada no país permitirá mentos em pesquisa crescem
de mercado e opinião. No mes- pelo celular. “Embora tenha- à empresa, a longo prazo, en- em torno de 20% ao ano no país
mo montante estão incluídos mos tecnologia, as pesquisas tender esse público e levar para e o mercado nacional movi-
também os investimentos na pela internet ainda não chegam lá seu serviço de pesquisa de mentou US$ 689 milhões em
abertura de dois novos escritó- a 5% do volume total de de- mídia. O Ibope Mídia — que le- 2008. Os dados de 2009 ainda
rios na América Latina — em manda no país”, diz Nelsom vanta dados de audiência na TV, não foram fechados. ■
Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010 Brasil Econômico 27
DIvulgação
SERVIÇOS RESULTADO
Henrique Manreza
Exigências
da Anatel são
atendidas
Vivo obtém o melhor resultado, mento pessoal ao cliente. Em
seguida por TIM, Sercomtel, taxas de chamadas completa-
CTBC, BrT, Oi e Unicel das a meta é de 98% ou acima.
Seis empresas não conseguiram
Ivone Santana atender. Todas as medições da
isantana@brasileconomico.com.br TIM foram acima de 98,8%. A
Vivo só ficou abaixo na região
As operadoras continuam a luta de Goiás, com 96,29%.
para atender às metas de quali- Takayanagi disse que o de-
dade estabelecidas pela Agên- safio no começo do ano era
cia Nacional de Telecomunica- aumentar os minutos de voz,
ções (Anatel). Os resultados do embora a rede não estivesse
quarto trimestre mostram que preparada. A empresa investiu Abreu, da Cisco: “Estamos atrasados.
na soma de todos os indicado- R$ 2,3 bilhões no ano, dos Temos que garantir agora que as
res a liderança foi mantida pela quais 60% para melhorar a construções sejam feitas o quanto antes”
Vivo, que atendeu a 99,5% das qualidade e 30% em tecnolo-
metas, seguida pela Claro, com gia da informação. ■
EMPRESAS
Divulgação
VIDEOGAMES PIRATARIA
Fora do ar
Mesmo com vários filmes à dis-
posição, ainda falta conteúdo
para garantir pleno uso dos apa-
relhos 3D. O custo para desen-
volver conteúdos com a nova
tecnologia é mais elevado do
que o tradicional. Pelos dados
da Pricewaterhouse Coopers, no
caso de conteúdo para compu-
tador, o preço sobre entre 5% e
10%. Para filmes de ação, o
Sara Piteira Mota, de Lisboa Alguns especialistas acredi- Estima-se que, Fora de foco acréscimo chega a 15%. “Um
sara.mota@economico.pt tam que estes aparelhos mar- Segundo levantamento da Pri- preço que apenas será justifica-
cam uma nova era da televisão,
este ano, sejam cewaterhouse Coopers, 20% das do em alguns filmes”, diz David
O filme Avatar veio relançar a porém as vendas não serão ime- vendidos 2,2 milhões pessoas que assistiram a um fil- Wertheimer, presidente da USC
moda do cinema em três di- diatas. A revista americana Wi- de televisores 3D e me 3D não gostaram da expe- EntertainmentCenter.
mensões (3D). Mas não é um red, uma das mais respeitadas riência, porque têm problemas Começa aí o dilema. Os pro-
caso isolado. Outros três filmes em tecnologia, alerta que há
que, em 2013, 25% de visão. Para piorar, os óculos dutores de conteúdos hesitam
de sucesso, lançados em 2009, obstáculos para a popularização dos equipamentos são desconfortáveis. Quem viu em avançar para este formato
Up - Altas Aventuras, Monstros da TV 3D. O primeiro deles seria comercializados Avatar no cinema pode reparar por falta de público, por mais
vs.Alienígenas e A Era do Gelo o desconforto visual. De acordo que os óculos vêm em tamanho que marcas como Samsung, LG,
3, ajudaram a preparar terreno com Michael Rosenberg, pro- incorporem esta standard e ficam grandes para Panasonic, Sony e Toshiba
para essa tecnologia. E outros fessor da Universidade de tecnologia muita gente. Para quem usa apostem nesta forma de televi-
ainda virão este ano, como Alice Nortwestern e especialista em óculos, também não é muito são e cinema. Estima-se que,
no País das Maravilhas e Shrek problemas oftalmológicos, os cômodo ter dois pares coloca- este ano, sejam vendidos 2,2
para Sempre. Com conteúdo óculos para equipamentos 3D, dos sobre o nariz. milhões de televisores 3D e que,
disponível, a tendência é que os além de serem cansativos, po- Outro empecilho: quem em 2013, 25% dos equipamen-
televisores 3D repitam o mesmo dem agravar problemas de vi- compra a TV não ganha pares tos comercializados incorporem
desempenho das bilheterias. são e provocar dores de cabeça. extra de óculos. Por isso, as fa- esta tecnologia. ■
DIvulgação
CELULOSE PAPEL
Henrique Manreza
“
Françoise Terzian O mercado mundial de depi- R$ 100, já desembarcou nas conta disso, estamos visitando
fterzian@brasileconomico.com.br lação movimenta por volta de gôndolas de algumas farmácias algumas empresas para decidir
US$ 15 bilhões por ano. Dündar de São Paulo. O próximo passo é quem melhor se adequa à nossa
O laboratório turco Biota, fabri- acredita que o Brasil, com sua po- distribui-lo no Rio de Janeiro, necessidade”, conta Dündar, que
cante de xampu antiqueda e cre- pulação preocupada com a apa- O Brasil está nas principais capitais e, na se- se encontra em visita ao Brasil.
me redutor de pelos faciais e cor- rência e o bem-estar, desponta despontando como quência, em todo o país. A ven- Com a produção nacional, o
porais, faturou US$ 80 milhões como um dos principais merca- um dos principais da será exclusiva para farmácias laboratório pretende abastecer
em 2009 com a venda de seus dos mundiais e possui grande po- (60 mil) e a distribuição será outros mercados da América
produtos para mais de 30 países. tecial de consumo para o seg- mercados mundiais feita pela brasileira Derma Latina. Como o Bioxet usa plan-
Neste ano, seu crescimento esta- mento em que o Biota opera. e possui grande Dream Corporation, que há dez tas tipicamente turcas, Dündar
rá embasado na expansão da Nesta fase inicial, a Biota lança potencial de consumo anos atua na área médica e traz disse que em breve mudas serão
empresa em novos mercados, no mercado brasileiro o Bioxet, para o Brasil a marca Mustela. plantadas no Brasil, permitindo
como o americano e o brasileiro. um redutor herbal de pêlos que já para o segmento em Como a distância entre o Brasil com isso o uso de matéria-pri-
O Brasil, país com maior gasto foi aprovado pela Anvisa. No pri- que o Biota opera e a Turquia é grande e novos pe- ma também nacional.
per capita em cosméticos na meiro trimestre, a empresa pla- didos de encomendas poderiam O laboratório pretende lan-
América Latina, é uma das prin- neja investir US$ 600 mil em pu- Cihat Dündar levar por volta de 30 dias, Dündar çar outras linhas de produtos no
cipais apostas de Cihat Dündar, blicidade e em outras ações. “Ao diz que, ainda neste ano, o Bioxet país, mas isso só acontecerá
CEO do Biota. “Neste primeiro longo do ano, o número vai au- começará a ser fabricado no Bra- após um período de adaptação
ano de operação no Brasil, pla- mentar mês a mês”, prevê. sil. A produção, no entanto, será no Brasil. Por enquanto, o redu-
nejamos faturar US$ 15 mi- O produto importado, com terceirizada. “Esta é a alternativa tor de pelos é seu grande trunfo
lhões”, afirma o executivo turco. preço de entrada entre R$ 90 e para reduzirmos os cutos. Por para conquistar as brasileiras. ■
30 Brasil Econômico Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010
EMPRESAS
Divulgação
INDÚSTRIA NAVAL TECIDOS
Divulgação
Juliana Elias Projeto de US$ 150 toneladas por ano de carvão. MPX contará, ao final, com
jelias@brasileconomico.com.br O porto será instalado na uma geração de energia de 10,5 DIBULLA, COLÔMBIA
milhões une praia de Dibulla, distante cerca mil megawatts - portanto su-
A MPX, braço de energia do operações da MPX de 150 quilômetros das minas perior à da usina de Tucuruí Na área, a MPX construirá um
grupo EBX, do empresário Eike no país e garante da empresa naquele país, e (PA), segunda maior do país, porto de até 20 metros de
Batista, anunciou ontem a com- deve embarcar a produção lo- com 8,3 mil megawatts. calado e capacidade para
pra de uma área de 521 hectares o transporte de cal principalmente para o Chi- Deste total, mais da metade, exportação de até 20 milhões
no litoral da Colômbia para a matéria-prima para le. No país andino, a MPX terá ou 6,3 mil megawatts, serão de toneladas de carvão por ano
construção de um porto, que usinas térmicas uma de suas maiores térmicas, movidos a carvão, e demanda-
escoará a produção da mina de com 2,1 mil megawatts, que rão 13 milhões de toneladas ao
carvão que a empresa possui
em construção demandará 5 milhões de tone- ano do mineral. Para supri-las,
naquele país. Ainda em fase de no Brasil e Chile ladas de carvão ao ano. além da reserva colombiana, a
estudos, as reservas colombia- O empreendimento no Chile MPX possui também uma mina
nas devem começar a ser explo- só não será maior que o polo de 152 milhões de toneladas de Mar do Caribe
radas a partir de 2011. GERAÇÃO energético de Açu, em São João carvão no Rio Grande do Sul —
O porto dá um passo em di- da Barra (RJ), onde, além da o suficiente para abastecer por
reção não só à consolidação dos ● Criada em 2001, a MPX possui térmica a carvão, também de 30 anos a MPX Sul, usina que
negócios naquele país, mas em andamento projetos para oito 2,1 mil megawatts, haverá ou- gerará 600 megawatts. Dibulla
também à integração entre os termelétricas, que gerarão 10 mil tra, a gás, de 3,3 mil megawatts. Estruturada em 2001 dentro
projetos que a MPX está cons- megawatts no Maranhão, Ceará, Com reserva estimada em 110 da EBX, a MPX gerou contro-
truindo dentro e fora do Brasil. Rio, Rio Grande do Sul e Chile. milhões de toneladas, a mina vérsia quando começou a anun- VENEZUELA
São termelétricas movidas a colombiana, além de abastecer a ciar seus primeiros projetos, já
carvão, diesel e gás espalhadas ● Os empreendimentos mais própria MPX, pode vender parte que abasteceria suas térmicas
pelo Amapá, Maranhão, Ceará, avançados são os de Pecém (CE) da produção para o mercado, com carvão em plena era de BOGOTÁ
Rio de Janeiro e Rio Grande do e Itaqui (MA), que deverão tanto colombiano quanto de biocombustíveis e sustentabili-
Sul, além do Chile. ficar prontos em 2011. países vizinhos. dade ambiental. COLÔMBIA
Com investimentos estima- Ainda assim, não se intimi-
dos em US$ 150 milhões para ser ● As termelétricas da MPX Matriz controversa dou, e promete criar uma matriz BRASIL
erguido, o porto colombiano terá Com oito projetos de termelé- diversificada. Além das terme- EQUADOR
geraram controvérsia por
uma profundidade para atraca- serem abastecidas a carvão em trica em andamento, que co- létricas abastecidas pelo mine- PERU
ção de 20 metros e capacidade plena era de biocombustíveis. meçam a ficar prontos no se- ral, há também projetos com
para transportar 20 milhões de gundo semestre de 2011, a gás, energia solar e eólica. ■ Fonte: empresa
Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010 Brasil Econômico 31
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32 Brasil Econômico Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010
FINANÇAS
Juro futuro em
alta barra crédito
mais barato
Movimento ascendente das taxas de 360 dias,
que balizam captações dos bancos, deve inibir oferta
Jason Reed/Reuters
Murillo Constantino
35 34,02 150 65
30
30,03 123,0
120
Para França, da Abecip, compra de 61,1
25 100,5 60
imóveis novos deve continuar puxando
90 84,1 58,6
demanda por financiamento imobiliário 20 18,28
70,6
56,4
15 60
55
10 9,34
■ MAIS CRÉDITO ■ INADIMPLÊNCIA 5
30 53,2
A relação crédito/PIB deve Índice médio terminou
0 0 50
fechar o ano na casa dos o ano passado em
2006 2007 2008 2009 2006 2007 2008 2009 2006 2007 2008 2009
FINANÇAS
JB Reed/Bloomberg
CÂMBIO BALANÇO
Dólar sobe pelo terceiro dia consecutivo e Goldman Sachs volta ao lucro no terceiro
atinge R$ 1,80, a maior alta desde setembro trimestre e anula bônus a executivos
Em alta pelo terceiro dia seguido, o dólar comercial atingiu ontem O Goldman Sachs mudou drasticamente sua política de compensações
a marca de R$ 1,80, valor em que não era negociado desde 24 de a executivos no final do ano, sem separar nada para essa finalidade
setembro do ano passado. No encerramento das transações no mercado no quarto trimestre. Em vez disso, doou US$ 500 milhões em
interbancário de câmbio, o dólar cravou R$ 1,80, o que representou caridade no período. A iniciativa ajudou o banco americano
uma valorização de 0,45% no dia. A taxa máxima registrada durante as a registrar lucro líquido de US$ 4,95 bilhões no quarto trimestre,
negociações foi de R$ 1,806, enquanto a taxa mínima ficou em R$ 1,783. acima do resultado esperado pelo mercado.
“
Mariana Segala e Gustavo Kahil Os efeitos de medidas de po- retirada dos incentivos fiscais Graham Haber
redacao@brasileconomico.com.br lítica fiscal — de desestímulo ao concedidos na crise financeira.
consumo e consequente freio na A Fazenda, no entanto, não
Eventuais medidas de política inflação — aparecem no médio e confirma a informação.
fiscal que venham a ser adotadas
Não sei se vai dar no longo prazo, reforça o eco- Na visão dos especialistas, a
pelo Ministério da Fazenda serão tempo para qualquer nomista-chefe da corretora Ati- adoção das medidas poderia,
bem-vindas, mas não devem al- medida fazer efeito. va, Arthur Carvalho Filho. Por sim, contribuir para adiar o iní- Tony Volpon
Economista para
terar significativamente a rota de isso, na visão do especialista, cio do ciclo de alta. “Evitaria a
elevação da taxa básica de juros
Ainda mais sendo dificilmente seria evitada a ele- elevação no curto prazo, porém
América Latina da
Nomura Securities
(Selic) prevista para este ano. A 2010 um ano eleitoral, vação da Selic neste ano. A in- seria pouco capaz de impedir o
avaliação dos analistas do mer- em que é difícil tenção do governo de tentar crescimento da demanda e a ex-
cado financeiro é de que, diante conter a inflação olhando para a pectativa de que haverá um au- Na próxima reunião do Comitê
do forte crescimento da deman-
o governo fechar seara fiscal, antes que o Banco mento da Selic”, afirma o eco- de Política Monetária (Copom),
da, já não há mais tempo hábil. a torneira Central se veja obrigado a elevar nomista-chefe do banco Scha- na semana que vem, BC deve
“Não sei se vai dar tempo para os juros, começa a ser ventilada. hin, Sílvio Campos Neto. “É pior reconhecer que a economia
qualquer medida tomada agora Elson Teles, Segundo a Agência Estado , o sem elas. Dá para postergar um brasileira está em rota
fazer efeito”, diz o economista- economista-chefe da Concórdia Ministério da Fazenda prepara pouco o início do ciclo e, talvez, acelerada de recuperação, mas
chefe da corretora Concórdia, um pacote incluindo a redução subir menos”, concorda o eco- não terá dados suficientes para
Elson Teles. “Ainda mais sendo de tarifas de importação de cer- nomista para América Latina da justificar primeira alta do juro
2010 um ano eleitoral, em que é tos produtos, a execução da Nomura Securities, Tony Vol-
muito difícil o governo simples- meta de superávit primário das pon. O efeito limitado se refletiu
mente fechar a torneira”, afirma. contas do setor público, além da nos contratos de juros futuros
Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010 Brasil Econômico 35
Daniel Acker/Bloomberg
MERCADOS CRISE
Marcello Casal/ABr
INVESTIMENTOS
Mariana Segala
msegala@brasileconomico.com.br
IEE IBOVESPA
EMPRESAS DE
97,5 fundos, sem a totalidade das Dibra acerca das atuais condições
Cesp PNB (CESP6) 3,6%
informações complementares de mercado e de seu impacto
EMPRESAS DE
Celesc PNB (CLSC6) 2,4% obrigatórias. Milton Milioni, sobre o cronograma da oferta,
então diretor responsável após o que recomeçarão a fluir os
Eletrobras PNB (ELET6) 1,5% 95,0 pela administração de carteira prazos de análise integralmente,
30/DEZ/09 21/JAN/10 da instituição, também pagará como se novo pedido de registro
Fontes: BM&F Bovespa e Brasil Econômico e Corretora Brascan *Exceto Cemig à autarquia R$ 75 mil. tivesse sido apresentado.
Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010 Brasil Econômico 37
BOLSA JUROS
Volume Mercado futuro
Máxima 68.458,40
67.700 21.425 1.170 952,5
Mínima 65.996,26
Fechamento 66.270,14
67.200 21.150 1.160 945,0
MUNDO
supera previsão e
deve crescer 8,7%
No quarto trimestre, PIB do país teve alta de 10,7%, e a
produção industrial acelerou para 18% no mesmo período
“Bolivarianos”
11%, mas se acelerou clara- muito rápido”, avaliou Patrick
mente no quarto trimestre: Bennet, do banco Societé Gene-
18% no cálculo anual. As ven- rale de Hong Kong. ■ AFP
ALY SONG/REUTERS
OUTRAS NOTÍCIAS
1
Bird deve perdoar
dívida do Haiti
O Banco Mundial decidiu abrir
mão de receber qualquer
pagamento da dívida do Haiti
nos próximos cinco anos e
acrescentou que está trabalhando
para encontrar uma forma para
cancelar o restante da dívida.
Atualmente, a dívida do Haiti
junto ao Banco Mundial, isenta
de juros, é de US$ 38 milhões,
cerca de 4% da dívida externa
total do país. Para o diretor da
FAO, Jacques Diouf, a agricultura
será fundamental para reconstruir
o Haiti. Ele pediu ajuda urgente
para o próximo período de plantio
na ilha devastada pelo terremoto.
2
Empresas financiam
candidatos nos EUA
O presidente Barack Obama
questionou ontem a Suprema
Corte por autorizar o
financiamento livre por parte
das empresas das campanhas
eleitorais nacionais; e advertiu
para uma “nova explosão”
de dinheiro doado com duplas
intenções fluindo para
a política. Por 5 votos a 4,
a Suprema Corte dos EUA
decidiu autorizar as
empresas a financiarem
livremente as campanhas
eleitorais no país.
A medida constitui uma
verdadeira revolução na lei
eleitoral americana, que limitava
este direito há 20 anos.
Assim, a mais alta jurisdição
dos EUA derrubou a regra que
prevalecia há duas décadas, que
proibia às empresas privadas
financiarem campanhas.
visas no país. Para a TAP, o mer- Empresa italiana processo que foi levado a um governo Chávez determinou
cado vale atualmente cerca de 44 centro de arbitragem do Banco que 24 canais a cabo que fun-
milhões de euros por ano e uma pediu compensação Mundial, depois de ter suas cionam na Venezuela deverão se
fonte oficial da empresa disse ao ao governo Evo ações nacionalizadas, em 2008. submeter a uma lei que regula o
Diário Econômico que “há al- Morales por ter “Como resultado das ações conteúdo e os horários da tele-
gum atraso”, acentuado com a expropriatórias ilegais da Bolí- visão, obrigando-os a transmi-
desvalorização da moeda, anun- nacionalizado suas via, a ETI sofreu, e ainda sofre, tir os pronunciamentos e pro-
ciada no dia 8 de janeiro. Outras ações em 2008 graves prejuízos. Tais perdas so- gramas do presidente.
empresas com atuação no país mam mais de 700 milhões de A lista dos 24 canais, publi-
são a Telefônica, a Teixeira Duar- euros”, diz o pedido da empresa cada na imprensa venezuelana
te, Grupo Lena, grupo Pestana. italiana. O governo boliviano ontem , inclui o RCTV, o canal
Já a empresa italiana de tele- alega que a empresa trouxe da- acusado de golpista pelo gover-
comunicações ETI (Euro Tele- nos ao país, com remessas à sua no que saiu do sinal aberto em
com International) solicitou ao matriz europeia. 2007 após não ter sua frequên-
governo boliviano de Evo Mora- cia renovada pelo Estado. Os
les (que ontem assumiu seu se- Outro front canais deverão se submeter a
gundo mandato) uma compen- Agora, uma nova onda de pro- controles após resolução toma- Obama questionou a decisão de
sação de milhões de euros no testos se aproxima, pois ontem o da dezembro. ■ Agências reformular lei eleitoral americana
40 Brasil Econômico Sexta-feira, 22 de janeiro, 2010
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