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DIREITOS SOCIAIS

VI – Irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo


coletivo;

Não é permitida a diminuição do salário do funcionário, exceto quando todos os


empregados estão de acordo, como por exemplo, em situação de crise financeira,
como ocorreu há alguns meses atrás no Brasil, e muitas empresas para não
necessitar de realizar demissão em massa, fizeram acordos coletivos, onde
reduziriam os salários para assim ser possível manter o número de funcionários.
Exceto também quando descriminado em convenção coletiva.

VII – Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem


remuneração variável;

Para os funcionários que recebem salário variável, como por exemplo, os


vendedores que recebem comissão, fica garantido que esse salário variável não
pode ser menor que o salário mínino, mesmo que suas comissões não alcance esse
valor o empregador não pode pagar remuneração menor.

VIII – Décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da


aposentadoria;

Todo trabalhador tem direito a receber o 13º salário, que pode ser pago a 1ª parcela
nas férias (quando solicitado pelo empregado) ou até 30 de novembro. A 2ª Parcela
deve ser paga até 20 de dezembro. As medias de hora extra, comissão e adicionais
são somadas ao valor do salário para calcular do 13º, que é devido por mês
trabalhado, ou fração do mês igual ou superior a 15 dias. Portanto se o funcionário
trabalhou de 01 de janeiro a 16 de março, receberá o décimo terceiro proporcional a
3/12 avos.

Para os aposentados que também tem direito ao 13º salário a base de cálculo é o
valor da aposentadoria.

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IX – Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

A remuneração do trabalho noturno teve origem na constituição de 1937 art. 137.

Criada com o sentido de que por ser realizado em um período em que o organismo
está preparado para descansar, se torna mais penoso, e por isso recebe um
adicional de no mínimo 20% sobre a hora diurna.

O trabalho noturno foi regulamentado na CLT em seu art. 73.

Onde em seu parágrafo 1º trata da hora noturna, que será computada como 52
minutos e 30 segundos nas atividades urbanas.

E no parágrafo 2º trata de informar que horas deve ser compreendido o trabalho


noturno, considera-se trabalho noturno o trabalho executado entre 22 horas de um
dia e 5 horas do dia seguinte isso nas atividades urbanas. Nas atividades rurais, é
considerado noturno o trabalho executado na lavoura entre 21 horas de um dia e 5
horas do dia seguinte, e na pecuária, entre 20 horas de um dia e 4 horas do dia
seguinte.

Caso o empregado trabalhe em período que abrange os dois turnos (diurno e


noturno), as horas que correspondem ao horário noturno deverá ser paga com o
acréscimo do adicional noturno. Esses horários são conhecidos como horário misto.

X – Proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção


dolosa;

Quer dizer que o empregador não pode deixar de realizar o pagamento a seu
funcionário intencionalmente, sendo essa ação criminal.

O dolo no caso é a vontade livre e consciente do empregador em deixar de honrar o


pagamento salarial devido, mesmo tendo condições para fazê-lo.

XI – Participação nos lucros, ou resultados, desvinculados da remuneração, e,


excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em
lei;

Os funcionários têm direito a participação dos lucros ou resultados na empresa onde


trabalha, como incentivo a produtividade.

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XII – Salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa
renda nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
1998)

O funcionário que tem filhos menores de 14 anos tem direito a receber o benefício
salário família, para auxiliar no sustendo dos filhos, desde que recebam salário
inferior a R$ 798,31 por mês.

XIII – Duração do trabalho normal superior a oito horas diárias e quarenta e


quatro semanais facultada a compensação de horários e a redução da jornada,
mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; (Vide Decreto-Lei nº
5.452, de 1943)

Registra-se que na época do século XIX (1801) a jornada chegava a atingir períodos
de 12 a 16 horas, mesmo entre os menores e as mulheres. Não existia nenhuma
limitação, como atualmente, já que não existiam normas e leis que regulamentassem
o trabalho.

Com a evolução da classe assalariada e a organização dos sindicatos, essas


extensas horas foram combatidas, e a partir do século XX (1901) passamos a ter em
diversos países (França, Inglaterra, etc.) jornada máxima de 10 (dez) horas diárias.

Porém, foi na Conferência das Nações Aliadas, em Paris, que houve inspiração para
estabelecer jornada de 8 horas diária ou de 48 horas semanal de trabalho.

No Brasil, a partir da Constituição Federal de 1988, a jornada de trabalho sofreu


novas alterações, passaram a determinar que a jornada de trabalho não
ultrapassasse as 8 hs diárias e 44 hs semanais. (Art. 7º inciso XIII CLT art. 58).

"Art. 4º Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja


à disposição do empregador, aguardando ou executando suas ordens, salvo
disposição especial expressamente consignda." É, também, considerada como
jornada o período em que o empregado está a disposição do empregador, mesmo
que em sua residência. Não é computada na jornada de trabalho o período de
repouso e refeição (art. 71 §2º da CLT) e o tempo despendido pelo empregado até o

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local de trabalho, salvo local de dificil acesso ou não servido de transporte público e
o empregador fornecer a condução.

XIV – Jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos


de revezamento, salvo negociação coletiva;

Considera que um trabalhador desenvolve suas atividades em turnos ininterruptos


de revezamento quando sua jornada de trabalho abrange o dia e noite, ou seja,
devido à escala de serviço, às vezes trabalha na parte da manhã, às vezes na parte
da tarde e às vezes na parte da noite. Esse limite de seis horas tem como objetivo
tentar proteger a saúde do empregado, vez que este tipo de jornada de trabalho,
abrangendo varias horas do dia e da noite causando um desgaste muito maior para
o trabalhador, que as jornadas convencionais.

E desta forma, o nosso ordenamento jurídico impõe uma limitação na duração da


jornada, tendo em vista o maior desgaste sofrido.

XV – Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

O empregador deve remunerar o dia de descanso de seus empregados, não


podendo pagar somente os dias trabalhados (segunda/sábado).

XVI – Remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em


cinqüenta por cento à do normal; (Vide Del 5.452, art. 59 § 1º)

O pagamento de horas extras deve ser pago pelo menos com acréscimo de 50%
sobre o valor da hora normal caso o trabalho seja efetuado em dias da semana (de
segunda a sábado), e de 100% aos domingos e feriados.

XVII – Gozo de Férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais
do que o salário normal;

Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período de férias, sem

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prejuízo da remuneração (CLT art. 129).
A CF/88 estipula em seu art.7º,XVII, remuneração de férias em valor superior, em
pelo menos um terço, ao valor do salário normal.

O período de férias anuais deve ser de 30 dias corridos, se o trabalhador não tiver
faltado injustificadamente mais de 5 vezes ao serviço.Se o trabalhador faltar de 6 a
14 vezes, será de 24 dias corridos; se faltar de 15 a 23 dias, de 18dias corridos; se
faltar de 24 a 32 dias, de 12 dias corridos; acima de 32 faltas: não terá o trabalhador,
direito a férias.

Algumas ausências são permitidas ao empregado, não podendo ser considerada


falta injustificada:

O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço, sem prejuízo do salário:


I - até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendentes,
descendentes, irmão ou pessoa declarada em sua CTPS, que viva sob sua
dependência econômica;
II - até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento;
III - por 5 (cinco) dias, em caso de nascimento de filho, no decorrer da primeira
semana; (ADCT art 10, § 1º)
IV - por um dia a cada doze meses de trabalho, em caso de doação voluntária de
sangue devidamente comprovada;
V - até 02 dias consecutivos ou não para o fim de se alistar como eleitor;
VI - no período de tempo, em que tiver de cumprir as exigências do Serviço Militar;
VII - nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame
vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior;
VIII - pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo.
(CLT art. 473)

O período em que o empregado se encontra em gozo de férias é considerado, para


todos os efeitos, como tempo de serviço efetivo.

O valor da remuneração das férias corresponde ao de um mês de trabalho, mais um


terço, parcela esta introduzida pela norma do art. 7 da Constituição Federal,

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conforme informamos anteriormente. O pagamento das férias deverá ser efetuado
até 2 dias antes do início do período fixado pelo empregador, para as férias do
empregado.

As férias não concedidas dentro dos períodos considerados concessivos deverão


ser remuneradas de forma dobrada à época de sua concessão.

A época da concessão das férias será a que melhor atenda aos interesses do
empregador, pode haver exceções a essa regra, um exemplo é quando vários
membros de uma mesma família trabalhem em uma mesma empresa, o tempo de
concessão de suas férias serem o mesmo, isso deve acontecer quando não houver
prejuízos para a empresa, caso contrário, devolve ao empregador o direito de
concedê-las na época em que não houver esse prejuízo. Para os menores de 18
anos e maiores de 50 anos é obrigatório o gozo de férias em um só período. Para os
demais trabalhadores, em geral, as férias serão concedidas para serem gozadas em
um só período. Excepcionalmente, o empregador poderá conceder férias em dois
períodos, um deles nunca inferior a 10 dias corridos.

O abono pecuniário de férias é a conversão em dinheiro, correspondente a 1/3 da


remuneração que seria devida ao empregado, dos dias correspondentes às férias,
que pode ser requerido, por escrito, ao empregador, até 15 dias antes do término do
período aquisitivo, É direito do empregado, se desejar receber o abono pecuniário
de férias, o empregador não poderá recusar-se a pagá-lo.

XVIII – Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a


duração de cento e vinte dias;

A funcionária gestante, após o nascimento do filho tem direito a licença maternidade


de 120 dias corridos a contar da data de nascimento. Neste período a funcionária
recebe seu salário normalmente. A empregada gestante também tem estabilidade,
desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto. Exceto em casos de
contratos de experiência ou determinado.

XIX – Licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

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A licença-paternidade possibilita o trabalhador ausentar-se do serviço, para auxiliar a
mãe de seu filho, que não precisa ser necessariamente sua esposa, no período de
puerpério (período que se segue ao parto até que os órgãos genitais e o estado
geral da mulher retornem à normalidade) e também registrar seu filho.

O tempo concedido ao trabalhador é de 05 dias corridos, a contagem da licença-


paternidade deve iniciar-se em dia útil a partir da data do nascimento da criança.

XX – Proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos


específicos, nos termos da lei;

A proteção ao mercado de trabalho da mulher visa garantir que mulheres tenham o


mesmo acesso e igual oportunidade de trabalho que homens, buscando afastar toda
e qualquer forma de discriminação em relação à mulher.

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