Você está na página 1de 106

1

"E este evangelho do reino será pregado no mundo inteiro, em testemunho a todas as nações, e então
virá o fim."
Mateus 24:14

Livro de convidados
2

The End Time, End Times, or End of Days are the


eschatological writings in the three Abrahamic religions
(Judaism, Christianity, and Islam) and in doomsday
scenarios in various other non-Abrahamic religions. In
Abrahamic religions, End Times are often depicted as a time
of tribulation that precedes the appearance or return of
the Messiah, a person who will usher in the Kingdom of God
and bring an end to suffering and evil. Various other
religions also have eschatological beliefs associated with
turning and redemption.

Thanks for the visit!

A lei do celibato obrigatório


3

Citar:
Textos de referência sobre o escândalo
da pedofilia

Citar:
"A lei do celibato obrigatório" Por:
ANSELMO BORGES
4

Dizia-me há dias um colega historiador que a lei do celibato


obrigatório para os padres fez mais mal à Igreja e aos
homens e mulheres do que bem. E eu estou com ele.

Jesus foi celibatário como também São Paulo. Mas foram-no


por opção livre, para entregar-se inteiramente a uma causa,
a causa de Deus, que é a causa dos seres humanos na
dignidade livre e na liberdade com dignidade. Mas nem Jesus
nem Paulo exigiram o celibato a ninguém. Jesus disse
expressamente que alguns eram celibatários livremente por
causa do Reino de Deus. E São Paulo escreveu na Primeira
Carta aos Coríntios que permanecer celibatário é um
carisma, e, por isso, "para evitar o perigo de imoralidade,
cada homem tenha a sua mulher e cada mulher, o seu
marido". Há a certeza de que pelo menos alguns apóstolos
eram casados, incluindo São Pedro. Na Primeira Carta a
Timóteo lê-se: "O bispo deve ser homem de uma só mulher."

Foi lentamente que a lei do celibato se foi impondo na Igreja


Católica, embora com excepções: pense-se, por exemplo,
nas Igrejas orientais ou nos anglicanos unidos a Roma.

Na base do celibato como lei, há razões de vária ordem:


imitar os monges e o seu voto de castidade, manter os
padres e os bispos livres para o ministério, não dispersar os
bens eclesiásticos, evitar o nepotismo... A concepção
sacrificial da Eucaristia foi determinante, pois o sacrifício
implica o sacerdote e a pureza ritual. Assim, o bispo de
Roma Sirício (384-399) escreveu: "Todos nós, padres e
levitas, estamos obrigados por uma lei irrevogável a viver a
castidade do corpo e da alma para agradarmos a Deus
diariamente no sacrifício litúrgico."

Neste movimento, a Igreja foi-se tornando cada vez mais


rigorosa, tendo papel decisivo o Papa Gregório VII (1073-
1085), com o seu modelo centralista: da reforma com o seu
nome - reforma gregoriana - fez parte a obrigação de padres
e bispos se separarem das respectivas mulheres e a
admissão à ordenação sacerdotal apenas de candidatos
celibatários. Foi o II Concílio de Latrão (1139) que decretou a
5 lei do celibato, proibindo os fiéis de frequentarem missas
celebradas por padres com mulher.

A distância entre a lei e o seu cumprimento obrigou a


constantes admoestações e penas para os prevaricadores,
como se pode constatar no decreto do Concílio de Basileia
(1431-1437) sobre o concubinato dos padres. Lutero ergueu-
se contra a lei, respondendo-lhe o Concílio de Trento: "É
anátema quem afirmar que os membros do clero, investidos
em ordens sacras, poderão contrair matrimónio." Os
escândalos sucederam-se, mesmo entre Papas: Pio IV, por
exemplo, que reforçou a lei, teve três filhos. O famoso
exegeta Herbert Haag fez notar que a contradição entre
teoria e prática ficou eloquentemente demonstrada durante
o Concílio de Constança: os seus participantes tiveram à
disposição centenas de prostitutas registadas.

Os escândalos de pedofilia por parte do clero fizeram com


que o debate, proibido durante o Concílio Vaticano II e ainda,
em parte, tabu, regressasse. Se não é correcto apresentar o
celibato como a causa da pedofilia - pense-se em tantos
casados pedófilos, concretamente no seio das famílias -,
também é verdade que a lei do celibato enquanto tal não é a
melhor ajuda para uma sexualidade sã. Muitos perguntam,
com razão, se uma relação tensa com a sexualidade por
parte da Igreja não terá aqui uma das suas principais
explicações.

Seja como for, o celibato obrigatório não vem de Jesus, é


uma lei dos homens, e, como disseram os apóstolos:
"Importa mais obedecer a Deus do que aos homens." E os
bispos e o Papa são homens.
É contraditório afirmar o celibato como um carisma e,
depois, impô-lo como lei. Por isso, muitas vozes autorizadas
na Igreja pedem uma reflexão séria sobre o tema. Há muito
que o cardeal Carlo Martini faz apelos nesse sentido. Agora,
junta-se-lhe o cardeal Ch. Schönborn, de Viena. O bispo
auxiliar de Hamburgo, J.-J. Jaschke, sem pôr em causa o
celibato livre, afirmou que "a Igreja Católica se enriqueceria
com a experiência de padres casados".

6 dn.sapo.pt

publicado a 2010-04-10 às 16:23


Para mais detalhes consulte:
http://dn.sapo.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=1540144&seccao=A
nselmo%20Borges&tag=Opini%E3o%20-%20Em%20Foco

BÍBLIA EM HEBRAICO - AUDIO; GABRIELA RODRIGUES A CRIANÇA


QUE NÃO ERA PARA NASCER, SEGUNDO OS MÉDICOS

GABRIELA RODRIGUES É DESTAQUE NACIONAL


Enviado por TVDESTAQUENACIONAl. - Ver os últimos vídeos de musica em
destaque

1. SÍTIO RECOMENDADO DO MÊS:

2. PARA
MELÓMANOS
TEENS E
FAMÍLIA:

MÚSICA E
CANTORA EM
DESTAQUE:

Gabriela Rodrigues
7
http://pt.kendincos.net/video-djftfrf-gabriela-rodrigues-
destaque-nacional.html

http://videolog.uol.com.br/video.php?id=481600

Menina dos Olhos de D-us


Gabriela Rodrigues

prwellington.webnode.com/Ouça a Bíblia em Hebraico do Gênesis


a Ester
prwellington.webnode.com/Ouça a Bíblia em Hebraico - de Jó a
Joel
prwellington.webnode.com/Ouça a Bíblia em Hebraico - de Amós a
Malaquias
youversion.com/NT em hebraico
EXTRA:

8 vemver.tv/Escola Calvinista

ORATÓRIO "PASSO A REZAR:


1.http://tsf.sapo.pt/Programas/programa.aspx?content_id=904110&audio_id=
1538183
2.http://tsf.sapo.pt/Programas/programa.aspx?content_id=904110&audio_id=
1536458

FESTA DE SÃO JOÃO EM ANÁLISE POR CRISTÃOS REFORMADOS;


RINCÃO DAS VÍTIMAS [INCLUI DEBATE SOBRE PEDOFILIA NA
IGREJA]; DEBATE SOBRE CELIBATO

Rincão de
intercessão

Por todas as vítimas

Congo Haiti Afeganistão


RINCÃO DAS
VÍTIMAS:
9 Aqui um debate sobre pedofilia e as
Vítimas
DEBATE SOBRE CELIBATO:

"Porque atenta contra su estructura autoritaria y


patriarcal"

Por qué la Iglesia no quiere ni puede


abolir la ley del celibato
"Una Iglesia que pone el poder en su centro, cierra las
puertas y las ventanas al amor, a la ternura y la compasión"

Leonardo Boff, 09 de abril de 2.010 AD


"Mientras perdure esta lógica de poder absolutista y
centralizador, no esperemos que la ley del celibato sea
abolida, por más escándalos que ocurran. El celibato es
demasiado cómodo y útil para la institución"

El celibato sacerdotal, de
10 nuevo a debate
(Leonardo Boff) - Es poco decir que la pedofilia avergüenza a
la Iglesia, o pedir disculpas y rezar. Es peor. Representa una
deuda impagable a aquellos menores que fueron abusados
bajo el manto de la credibilidad y de la confianza que la
función del sacerdote encarna.

La tesis central del Papa Ratzinger, que me cansé de


escuchar en sus conferencias y clases, se invalida por sí
misma. Para él, lo importante no es que la Iglesia sea
numerosa. Basta que sea un "pequeño rebaño", constituido
por personas altamente espirituales. Es un pequeño "mundo
reconciliado" que representa a los otros y a toda la
humanidad. Ocurre que dentro de este pequeño rebaño hay
pecadores criminales y es todo menos un "mundo
reconciliado".

Tiene que aceptar humildemente lo que decía la tradición: la


Iglesia es santa y pecadora, una "casta prostituta", como
decían algunos Padres antiguos. No es suficiente que sea
Iglesia; tiene que recorrer, como todos, el camino del bien, e
integrar las pulsiones de la sexualidad -que ya tiene mil
millones de años de memoria biológica, para que sea
expresión de ternura y de amor, y no de obsesión y de
violencia contra menores.

El escándalo de la pedofilia se constituye en un signo de los


tiempos actuales. Del Vaticano II (1962-1965) aprendemos
que hay que descubrir en los signos la interpelación que Dios
nos quiere transmitir. Me parece que la interpelación va en
esta línea: es el momento de que la Iglesia católico-romana
haga lo que todas las demás Iglesias ya hicieron: abolir el
celibato impuesto por ley eclesiástica, y liberarlo para
aquellos que ven sentido en él y consiguen vivirlo con
jovialidad y frescura de espíritu. Pero esta lección no está
siendo tomada por las autoridades romanas. Al contrario, a
pesar de los escándalos, reafirman el celibato con más
fuerza.

Sabemos lo insuficiente que es la educación para la


integración de la sexualidad en el proceso de formación de
los sacerdotes. Se lleva acabo lejos del contacto normal con
11 las mujeres, lo que produce una cierta atrofia en la
construcción de la identidad. Las ciencias de la psiqué han
dejado claro que el varón sólo madura bajo la mirada de la
mujer, y la mujer bajo la mirada del varón. Hombre y mujer
son recíprocos y complementarios.

El sexo genético-celular ha demostrado que la diferencia


entre un hombre y una mujer, en términos de cromosomas,
se reduce apenas a un cromosoma. La mujer posee dos
cromosomas XX y el nombre un cromosoma X y otro Y. De
donde se despende que el sexo-base es el femenino (XX),
siendo el masculino (XY) una diferenciación del mismo. No
hay pues un sexo absoluto, sino sólo uno dominante. En cada
ser humano, hombre y mujer, existe "un segundo sexo". En la
integración del "ánimus" y del "ánima", o sea, de las dos
dimensiones de lo femenino y lo masculino presente en cada
ser humano, se gesta la madurez sexual.

Esta integración viene dificultada por la ausencia de una de


las partes, de la mujer, que es sustituida por la imaginación y
los fantasmas, que si no son sometidos a disciplina pueden
generar distorsiones. Lo que se enseñaba en los seminarios
no está exento de sabiduría: quien controla la imaginación,
controla la sexualidad. En gran parte, así es.

Mas la sexualidad posee un vigor volcánico. Paul Ricoeur,


que mucho reflexionó filosóficamente sobre la teoría
psicoanalítica de Freud, reconoce que la sexualidad escapa
al control de la razón, de las normas morales y de las leyes.
Vive entre la ley del día, en la que valen las reglas y los
comportamientos establecidos, y la ley de la noche, en la
que funciona la pulsión, la fuerza de la vitalidad espontánea.
Sólo un proyecto ético y humanístico de vida (lo que
queremos ser) puede dar dirección a la sexualidad, y
transformarla en fuerza de humanización y de relaciones
fecundas.

En este proceso no queda excluido el celibato. Es una de las


opciones posibles, que yo defiendo. Pero el celibato no
puede nacer de una carencia de amor, al contrario, debe
resultar de una sobreabundancia de amor a Dios que se
desborda hacia los que están a su alrededor.

¿Por qué la Iglesia católico-romana no da un paso y suprime


12
la ley del celibato? Porque es contradictorio con su
estructura. Es una institución total, autoritaria, patriarcal,
altamente jerarquizada, y uno de los últimos bastiones de
conservadurismo en el mundo. Abarca a la persona desde el
nacimiento a la muerte. Para una conciencia ciudadana
mínima, el poder conferido al Papa es sencillamente tiránico.
El canon 331 es claro: se trata de un poder "ordinario,
supremo, pleno, inmediato y universal". Si quitamos la
palabra "Papa" y ponemos "Dios", funciona igualmente. Por
eso se decía: "el Papa es el dios menor en la tierra", como
muchos canonistas afirmaron.

Una Iglesia que pone el poder en su centro, cierra las


puertas y las ventanas al amor, a la ternura y la compasión.
La persona célibe es funcional a este tipo de Iglesia, porque
ésta niega al celibatario aquello que le hace más
profundamente humano, el amor, la ternura, el encuentro
afectivo con las personas, lo que sería más fácilmente
propiciado si los sacerdotes estuviesen casados. Se vuelven
totalmente disponibles a la institución, que tanto puede
enviarlos a París como a Corea del Sur.

El celibato implica cooptar al sacerdote totalmente al


servicio no de la humanidad, sino de este tipo de Iglesia.
Sólo deberá amar a la Iglesia. Cuando descubre que ésta no
es sólo "la santa madre Iglesia" sino que puede ser
madrastra que usa sus ministros para la lógica del poder, se
decepciona, deja el ministerio con el celibato obligatorio y
se casa.

Mientras perdure esta lógica de poder absolutista y


centralizador, no esperemos que la ley del celibato sea
abolida, por más escándalos que ocurran. El celibato es
demasiado cómodo y útil para la institución eclesiástica.

Pero, ¿cómo queda entonces el sueño de Jesús de una


comunidad fraterna e igualitaria? Bueno, eso es otro
problema, tal vez el principal. Desde ahí plantearíamos
diferentemente la cuestión del celibato y del estilo de Iglesia
que sería más adecuado a su mensaje libertador.

13

-------------

JORNAL DE INFORMAÇÃO DA
RÁDIO RENASCENÇA:
1.
mediaserver.rr.pt.
pdf
2.
mediaserver.rr.pt.
pdf
14
3.mediaserver.rr.p
t.pdf
4.mediaserver.rr.p
t.pdf
5.mediaserver.rr.p
t.pdf

paulinas.org.br/capelavirtual

shmuley.com/
FESTIVIDADES CATÓLICAS
EM ANÁLISE
CONSIDERAÇÕES SOBRE A
“FESTA DE SÃO JOÃO” Por o
15
Pr. Davi de Sousa

Originalmente o calendário religioso utilizado pela


Igreja era uma adaptação dos calendários grego e
romano, e portanto foi bastante influenciado por
importantes eventos pagãos.
1. AS FESTIVIDADES RELIGIOSAS.

A partir da Idade Média, o calendário romano foi definitivamente adotado


(“cristianizado”) passando a ser utilizado por toda igreja ocidental, quando
foram incluídos a celebração das festas dos “santos” e dos “mártires”. Daí
surgiu o atual “calendário dos santos da Igreja católica” (a Igreja Católica
dedica aproximadamente 42 dias no ano a um(a) santo(a)). Vários grupos
protestantes eliminaram completamente o calendário religioso, celebrando
apenas alguns eventos que consideram importantes (ex: Natal).

2. DEFINIÇÃO DE ALGUNS TERMOS:

Santo:
No Antigo testamento a palavra hebraica mais usada (cerca de 116 vezes) para
descrever “santo” é “QADOSH”, que significa “separado”. No Novo
Testamento a palavra grega para “santo” é “ÁGIOS”, que aparece 230 vezes
de Mateus a Apocalipse, e significa “separados pelo Senhor como Sua
possessão peculiar”.

“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade
exclusiva de Deus…” – 1 Pedro 2.9

Na Igreja Primitiva todos os crentes eram chamados de “santos”, mesmo


quando o seu caráter ainda não estava completamente formado (ex: At 9.13,
32; 26.10; Rm. 8.27; 12.13; 15.25,26).
“…segundo a vontade de Deus é que Ele (Jesus) intercede pelos santos”. –
Romanos 8.27
“Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para
evangelistas, outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento
dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do Corpo de
Cristo”. – Efésios 4.11,12

Canonização:
Dentro do catolicismo romano este é o nome dado ao decreto que inclui uma
pessoa na categoria dos “santos”, os quais são recomendados à veneração dos
fiéis. A condição para que a pessoa seja “beatificada” é que já tenha falecido e
que pelo menos dois de “seus milagres” tenham sido confirmados. O papa,
então, proclama a canonização.
16
De acordo com a teologia romanista, os indivíduos canonizados acumularam
um tesouro de méritos, mediante suas vidas “inculpáveis” e a prática de “boas
obras”. Esses méritos em “reserva”, então, podem ser colocados à disposição
de cristãos de menor envergadura, em resposta às orações feitas aos “santos”.

A palavra de Deus declara que existe apenas um Mediador e Intercessor entre


Deus e os homens: Jesus Cristo.

“Porquanto há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus


Cristo, homem”. – 1 Timóteo 2.5

“…o qual está à direita de Deus e também intercede por nós”. – Romanos 8.34

3. A QUESTÃO DA IDOLATRIA

Idolatria, no grego “EIDOLOLATRIA” significa: “culto aos falsos deuses” ou


“adoração de ídolos”. Esta adoração pode se referir a ídolos ou imagens
propriamente ditas, ou então a tudo aquilo que porventura ocupe o lugar de
Deus no coração do homem. Por que Deus abomina qualquer tipo de idolatria?

- Sl 115.4-7; 1 Co 8.4 – A Bíblia afirma que o ídolo em si é apenas um pedaço


de madeira, pedra, etc., esculpido por mãos humanas, que nenhum poder tem
em si mesmo.

- Êx 20.3-5; Is 42.8 – O nosso Deus não divide a sua Glória com ninguém.

- Ez 14.3,4 – Note que há ídolos que levantamos em nossos corações (ex:


avareza: Cl 3.5). Precisamos identificá-los e renunciar a sua força em nós.

- Dt 18.9-12; Is 8.19,20 – O ato de comungar com pessoas que já morreram ou


idolatrá-las está ligado à prática do espiritismo, magia negra, leitura de sorte,
feitiçaria, bruxaria, etc. Segundo as escrituras, todas estas práticas envolvem
submissão e culto aos demônios, e são abomináveis ao Senhor.

OBS: a definição da Enciclopédia Britânica (BARSA) para FESTA


RELIGIOSA é: Um dia consagrado à memória ou à comemoração de um
evento histórico religioso.
- Dt 32.17; Sl 106.36; 1 Co 10.20,28 – Por traz de cada ídolo há demônios que
estão agindo, os quais são seres sobrenaturais controlados pelo Diabo. Noutras
palavras, o poder que age por detrás da idolatria é o dos demônios.

Ex: Alguns “santos” da Igreja Católica e sua correlação com entidades


espíritas:
- Iemanjá ? Senhora Aparecida.
- Xangô ? São Jerônimo.
- Oxossi ? São Sebastião.
- Iorí ? Cosme e Damião.
17 4. A CELEBRAÇÃO DO “DIA DE SÃO JOÃO”

Registros históricos declaram que no século sexto, missionários foram enviados


para o norte da Europa para juntar pagãos ao grupo romano. Eles
descobriram que o dia 24 de junho era muito popular entre esses povos, pois
era quando ocorria o solstício de verão (solstício: época em que o sol afasta-se o
máximo possível da linha do equador). Procuraram, então, cristianizar este
dia, mas como? Por esse tempo o 25 de dezembro havia sido adotado pela
igreja romanista como o natalício de Cristo. Desde que 24 de junho era
aproximadamente seis meses antes de 25 de dezembro, por que não chamar
este o natalício de João Batista? João nasceu, devemos lembrar, seis meses
antes de Jesus (Lc. 1:26,36). Assim sendo, o dia 24 de junho passou a ser
conhecido no calendário papal como sendo o Dia de São João.

Na Bretanha (Inglaterra), antes da entrada do cristianismo, o 24 de junho era


celebrado pelos druidas com fogos de artifícios em honra ao deus Baal.
Quando este dia tornou-se dedicado a São João, os fogos sagrados também
foram adotados e tornaram-se “as fogueiras de São João”!

Ainda hoje o dia 24 de junho é largamente celebrado na Escandinávia, na


Alemanha e na Finlândia com fogueiras pagãs. A história relata que até o
século passado os camponeses da Finlândia praticavam encantamentos
mágicos durante o solstício de verão, a fim de obterem maior fertilidade nos
animais.

No Brasil as “festas juninas” são realizadas em todo o país no mês de junho


(daí o nome “juninas”, e culminam no Dia de São João). O principal momento
da festa é a quadrilha, em que vários casais vestidos de caipira encenam uma
cerimônia de casamento (que normalmente não acontece).

CONCLUSÃO:

1. NÃO PODEMOS AGIR COMO IGNORANTES (Ingênuos, imprudentes,


néscios) – Ef 6.2; Ef 5.15; 2 Co 2.11; Ef 4.27

2. SE TEMOS O CONHECIMENTO DE QUE ALGO É CONSAGRADO A


ÍDOLOS, DEVEMOS NOS ABSTER – 1 Co 10.27,28; 2 Co 6.14-17; Ef 5.11

3. TEMOS A RESPONSABILIDADE DE ENSINAR NOSSOS FILHOS A SE


POSICIONAREM – Não podemos transferir para a Igreja a responsabilidade
que é nossa – Dt 6.3-9; Pv 22.6

4. PRECISAMOS FUGIR DE TODA A APARÊNCIA DO MAL – 1 Co 10.23-


33; Pv 6.28

FONTES DE PESQUISA:

- Babilônia: A Religião dos Mistérios – Ralph Woodrow.


- Enciclopédia Britânica – BARSA.
- Enciclopédia de Bíblia e Filosofia 0- R. N. Chaplin e J. M. Bentes.
18 - A sabedoria das Runas (livro secular).
- A umbanda e as suas ordens (livro secular).

Pr. Davi de Sousa – Comunidade Nova Aliança – Londrina/Pr [Brasil]


Estudo retirado do site www.orvalho.com

FONTE:

http://estudos.gospelmais.com.br/festas-juninas.html

1:43 | Adicionar um comentário | Hiperligação permanente | Colocar no blogue |


Crenças

Ocultismo contemporâneo; Pederastia em Movimentos Religiosos

Religião
Ouça aqui o debate completo sobre pedofilia na Igreja Católica

Pedro Picoito, historiador e professor no Instituto Superior de Educação e


Ciências, e o padre José Miguel Pereira, vice-reitor e formador do seminário
dos Olivais. Debate moderado pela jornalista Ângela Silva

PROBLEMA DE PEDOFILIA EM OUTROS MOVIMENTOS


RELIGIOSOS:
cpr.org.br/pdf
Alguém se lembra das antigas bruxas? Narigudas, maquiavélicas, insensíveis,
de riso estridente e aparência amedrontadora? Elas continuam as mesmas,
mas os seus cabelos, narizes e vestuário apresentam muita diferença! Já não
voam em vassouras, muito menos vivem ao redor de caldeirões fervilhantes. A
caça às criancinhas perdidas em florestas acabou. Hoje, conquistá-las é bem
mais fácil.
19 A lenda dos aprisionamentos em porões escuros, onde meninos e meninas
recebiam uma dieta para que engordassem e fossem servidos nos banquetes
das “velhas malvadas” também sofreu atualizações. Agora, o prato predileto
do “ocultismo contemporâneo” tem sido “cérebros suculentos”, mentes ávidas
pelo que é desconhecido e cada vez mais bonito e tecnologicamente atraente.
Em lugar dos ambientes sinistros estão as salas de estar, quartos, cinemas, lan
houses etc. A fantasia continua sendo a principal matéria-prima.

Pastor Luís Peixoto, escritor e professor de Teologia, explica que o ser humano
busca respostas contínuas para a existência humana e as forças ocultas do mal
acentuam, ainda mais, estas procuram o mundo encantado do ocultismo que
tem entradas múltiplas. Internet, televisão, jornais, revistas, livros, videogames
e etc, estendem tapetes vermelhos em saudação aos novos simpatizantes. Tudo
é colocado à disposição da humanidade como se fossem árvores repletas do
fruto proibido. E, infelizmente, o caminho mais atrativo para a sociedade tem
sido o das curvas sinuosas da serpente.

A metáfora é romantizada e envolvente como um conto de fadas, porém nem


sempre acaba com final feliz. Assim como as sutilezas de uma crônica, o
ocultismo tem minado mentes de crianças e adultos, utilizando a arte como
instrumento de persuasão e criação de identidade.

PERIGOS POR TRÁS DA TRAMA

Entenda o que significa cada item citado na novela, que é ambientada numa
cidade do interior, a fictícia Serranias, entre as décadas de 1930 e 40.

Religião Wicca – Em “Eterna Magia”, as personagens vividas pelas atrizes


Malu Mader e Mariana Sullivan são duas bruxas que seguem os preceitos da
Wicca. Esta religião é uma tradição neo-pagã criada e denominada
originalmente pelo escritor Gerald Gardner, cujos preceitos celebram a
natureza. Wicca também é o nome dado às bruxas modernas.

Celtas – Segundo historiadores, a terra de origem dos celtas era uma região da
Áustria, perto do sul da Alemanha. De acordo com Maria Inês Cavalcanti,
bruxa em Ribeirão Preto (SP), a cultura celta valoriza rituais, sempre
louvando os deuses da natureza. Os druidas, também citados pela trama, são
pessoas encarregadas das tarefas de aconselhamento, ensino, jurídicas e
filosóficas dentro da sociedade celta.
Magias branca e negra – Na cultura celta, os cavaleiros usavam três tipos de
capuz: cinza, branco e negro. Foi daí que surgiram as magias branca e negra.
A magia negra, que na América Latina foi associada a outros rituais africanos
dos escravos, segundo Inês, é usada para fazer o mal. Já a magia branca é
usada para favorecer positivamente as pessoas.

Bruxas – Considerada parte de antigas práticas dos cultos xamânicos, a


bruxaria tem suas origens no período pré-histórico e trata-se do culto a um
deus. “Não existe bruxa má ou boa, tudo depende de que lado está”, frisa
Maria Inês, que teve seu contato com a bruxaria aos seis anos de idade.
20 Para o mundo secular, o ocultismo é fascinante. Definido como o conjunto de
sistemas filosóficos e artes misteriosas associadas a conhecimentos secretos,
ganha cada vez mais adeptos entre as sociedades intelectualizadas. Já a igreja
caracteriza como ocultista toda seita ou religião cujas práticas incluam
previsões futurísticas, comunicação com os mortos ou segredos instigantes. O
que à luz da Palavra é abominável, para a sociedade é atraente. O mal já não
parece ser tão mau assim. O oculto já não repele, mas atrai as massas.

Qual a explicação para o sucesso de vendas da série Harry Potter, livros com
mais de 600 páginas disputado por crianças em todo o mundo com lançamento
em data e hora marcada? O que faz de Paulo Coelho ser o autor mais lido em
todo o planeta? Por que o místico, secreto ou esotérico compõe as categorias
campeãs entre os best-sellers?

“Muitos dos temas trabalhados em programas de TV, como agouros,


prognósticos, horóscopos etc., são temas que o povo gosta de explorar. Por isso,
são apresentados pela mídia “televisiva”, diz o pastor João Souza Filho, autor
de quatro livros tratando sobre ocultismo, marketing e publicidade,
certamente, têm sua parcela de contribuição. No entanto, para Sérgio
Carneiro, cristão, publicitário, pós-graduado em Comunicação e professor
universitário, o ocultismo é tema atrativo por si só. “Em menor ou maior grau,
o oculto sempre fez parte da história humana, e a propaganda, atenta a tudo o
que atrai a atenção dos homens, vale-se desse interesse coletivo para divulgar
seus produtos”. Carneiro enfatiza que, de certa forma, foi o desejo de conhecer
o que era secreto que motivou Adão e Eva no jardim do Éden a comerem do
fruto proibido. Eles desejavam conhecer o que não sabiam, estavam instigados
pela idéia de que poderiam descobrir um grande segredo. E essa “curiosidade”
percorre as sensações humanas até hoje. “O ocultismo, sob esta perspectiva, é
apenas mais uma isca da propaganda para atrair o interesse das pessoas.”

NOVIDADE NO AR

Em um aspecto, pais e responsáveis podem começar a comemorar. Pelo menos,


por enquanto. Isso porque uma portaria do Governo Federal e do Ministério
da Justiça impôs limites na programação de qualquer obra visual. A notícia
caiu como uma bomba para as TVs abertas, que acusaram o governo de criar
uma nova censura.

Segundo a portaria, o horário livre será das 6 às 20 horas, e o de proteção à


criança e ao adolescente, das 20 às 23 horas. Outra novidade na nova portaria
diz respeito ao fuso horário. Atualmente, um mesmo programa é exibido para
todo o país pelo horário de Brasília. Com a mudança, uma novela que é
veiculada, ao mesmo tempo, às 21 horas no Rio Grande do Sul e às 18 horas no
Acre, fica proibida, devido à indicação das faixas etárias por horários. A
medida é bem vista pelo apresentador de TV e pastor presbiteriano Eber
Cocareli. “O que as TVs comerciais não falam é que esta norma já existe em
países como Estados Unidos, Canadá e Japão. Não é censura política, como foi
em 1970, e sim uma censura moral”. À frente de um dos programas de maior
audiência da Rede Internacional da Graça de Deus, a Rit, ele afirma que tenta
fazer uma TV genuinamente evangélica para toda a família.
21 De acordo com o pastor Luís E. Peixoto, escritor, professor de Teologia e
conferencista internacional, a áurea nebulosa do místico é o que fascina a
inteligência do homem. “O fato de existir dentro do ser humano um vazio que
só pode ser preenchido pelo amor e graça de Deus, o leva a buscar respostas
contínuas para a existência humana. De onde vim? Quem sou? O que faço
aqui? Para onde vou?”. Além disso, ele acredita que as forças ocultas do mal
acentuam, ainda mais, esta procura.

A atriz e hoje pastora Simone Carvalho é alguém que usa seu testemunho para
conquistar outros atores. Para ela, a culpa do sucesso de novelas como “O
Profeta” e “Eterna Magia” é dos próprios cristãos que as assistem. Alguns
cristãos atribuem os comentários sobre o ocultismo e seus derivados como
exageros, divagações e teorias irrelevantes, uma vez que o diabo é tão aceito
que não necessita mais do subliminar para atingir o povo. Entretanto, outros
percebem os detalhes de manifestações e mensagens ocultas que, para a m
aioria das pessoas, passam despercebidos.

O escritor Daniel Mastral, 40 anos, autor de “Voz do que Clama no Deserto”,


aliciado pelo satanismo dos 17 aos 25 anos, chama a atenção até mesmo para o
horário em que passam as novelas da Rede Globo, cujas cenas têm doses
homeopáticas e fortes de ocultismo. Mastral aponta o seguinte raciocínio:
“Deus falava com o homem na virada do dia. No calendário judaico contava-se
o tempo a partir do pôr do sol. Jesus foi crucificado na hora sexta e ficou até a
hora nona. Ou seja, do meio-dia até as três da tarde. Então, o fim deste dia era
quando o sol se punha, às 18hs. Nesse horário, tem início a noite; as trevas. E
as novelas que abordam temas ocultistas começam às 18h. “Vampi”,
“Iemanjá”, “Alma Gêmea”, “O Profeta” e, agora, “Eterna Magia”. Será tudo
isso acaso?”

PRÁTICAS OCULTISTAS CITADAS NA BÍBLIA

Na antiguidade, adivinhadores, mágicos e feiticeiros eram muito respeitados


entre as autoridades, e os reis freqüentemente tomavam decisões embasadas
em suas predições.

- Nabucodonosor decide atacar a cidade de Jerusalém depois de recorrer aos


deuses (Ez 21: 21,22): “O rei da Babilônia pára na encruzilhada da estrada,
sacode as flechas, pergunta aos deuses e examina o fígado de um animal que
fora oferecido em sacrifício”. Agora sua mão está segurando a flecha marcada
com a palavra “Jerusalém”. A prática era conhecida na época como
hepatoscopia (contato com deuses através do fígado de um animal).

- Hamã, além de querer matar Mordecai, planejava acabar com os judeus


utilizando métodos ocultistas como o “Purim”, uma prática semelhante a
“sorte” (Et 3:7-9; 9:24-25).

- Os magos e feiticeiros, súditos de Faraó, transformaram cajados em


serpentes a fim de desestabilizar Moisés e Arão (Ex 7:8-12, 19-22; 8:5-11,16-
19; 9:11).
22 -O rei Saul morre por consultar uma adivinhadora (2 Cr 10:13-14).

Para o pastor João Souza Filho, autor de 21 livros, quatro deles tratando sobre
ocultismo e mundo espiritual, é bem possível que o autor de uma novela que
trate de Wicca ou bruxaria, como é o caso da atual novela das 18h, não tenha
por objetivo divulgar uma crença. É possível que esteja apenas trabalhando
um tema que fascina a todos: bruxaria e mística. “Muitos dos temas
trabalhados em programas de TV, como agouros, prognósticos, horóscopos,
etc. são apenas temas que o povo gosta de explorar e sente-se curioso em
conhecer. Por isso, são apresentados pela mídia televisiva”.

O subliminar e o místico estão aí. O oculto transformou-se em um campo


profissional explorado e extremamente rentável. Segundo Roberto C. P.
Júnior, espiritualista, escritor e mestre em ciências: “Em apenas um ano de
trabalho, um esotérico pode ganhar em média quatro mil dólares por mês sem
sair de casa. As franquias de lojas e centros de práticas esotéricas se
multiplicam sem parar. Videntes já atendem pela Internet, oferecendo por e-
mail previsões e consultas com o tarô; e inúmeros serviços esotéricos por
telefone prometem até mesmo limpeza de aura à distância”.

TIPOS DE PRÁTICAS OCULTISTAS

O ocultismo no mundo moderno se estabeleceu em diversos segmentos


religiosos. As práticas mais conhecidas na atualidade são:

- ADIVINHAÇÃO: É a categoria ocultista com maior número de ramificações.


Algumas das práticas de “predições futurísticas” através da interpretação de
sinais são: aleuromancia, aeromancia, alectoromancia, astragalomancia,
dendromancia, belomancia, catoptromancia, cefalomancia, quiromancia,
clidomancia, dactilomancia, dafnomancia, geomancia, hidromancia,
lampadomancia, libanomancia, litomancia, margaritomancia, necromancia,
enomancia, ornitomancia, ovomancia, acrimancia, astrologia, pêndulos,
mandala, hidroscopia, cartas, búzios, tarô, runas, numerologia, bolas de cristal
e centenas de outros tipos, conforme a cultura.

- BRUXARIA: Acredita-se que o surgimento da religião tenha acontecido no


período pré-histórico, há aproximadamente 20 mil anos. Porém, ela só ganhou
notoriedade entre os celtas, egípcios, assírios, greco-romanos e normandos
(vikings), pela prestação de serviços de curandeirismo. Além disso, as bruxas
tinham a incumbência de encaminhar os espíritos dos mortos aos seus destinos
e eram as videntes que auxiliavam na tomada de decisões da comunidade.
Atualmente, a religião se divide em duas categorias:
* Bruxaria Tradicional: fadas, céltica, britânica, alexandrina, caledoniana,
picta, cerimonial, diânica, georgina, eclética, hecatina, teutônica ou nórdica,
asatru e algard;
* Bruxaria Moderna, também conhecida por Wicca ou Tradição Gardneriana.

- ESPIRITISMO: Doutrina filosófica embasada nos livros de Allan Kardec, séc


XIX. Acredita na comunicação com espíritos de mortos. As práticas adotadas
são: mediunidade, clarividência, clariaudiência e operações psíquicas.
23
- SATANISMO: Religião oficialmente registrada em 30/04/1966 por Anton
Szandor LaVey. A seita possui templos mundialmente conhecidos como
“Igreja de Satanás” e sua filosofia e suas referências estão na Bíblia do
Satanismo. Para a membresia, a adoração não é oferecida ao diabo, mas a si
próprio. O hedonismo (busca do prazer como bem supremo) é a prática mais
atrativa aos novos adeptos. Entre os rituais realizados estão a magia branca,
magia negra e os pactos satânicos.

- OUTROS TIPOS DE SEITAS, TÉCNICAS E PRÁTICAS: maçonaria, rosa


cruz, feitiçaria, cabala, vodu, macumba, alquimia, ufologia, vampirismo,
martinismo, i ching, grafologia, viagem astral, radiestesia, horóscopo,
druidismo, thelemismo, Necronomicom, etc.

Há quem diga que a televisão é uma fábrica de sonhos. Não há barreiras para
a imaginação. Existem aqueles que deixam o mundo virtual se tornar real,
pois, como passam muito tempo em frente à TV, perdem o senso crítico para
distinguir entre a verdade e a utopia. As crianças são as mais afetadas. Só que
nem mesmo os adultos escapam da influência. Um bom exemplo do tempo
gasto diante da “telinha” são os dados do Fundo das Nações Unidas para a
Criança (Unicef). A pesquisa aponta que crianças e jovens passam, em média,
quatro horas assistindo à TV. Tempo maior ao que dedicam à escola.

O cristão e publicitário Sérgio Carneiro observa: “Em menor ou maior grau, o


oculto sempre fez parte da história humana, e a propaganda, atenta a tudo o
que atrai a atenção dos homens, vale-se desse interesse coletivo para divulgar
seus produtos” Muita informação é apresentada à popu
lação nesse período de exposição. E o ocultismo está na lista das atrações. A
Rede Globo de Televisão, por exemplo, lançou no mês de maio a sua terceira
novela, em menos de um ano e meio, com esta temática. “Eterna Magia”
mescla bruxaria, reencarnação e ritos pagãos, e vem causando perplexidade
entre evangélicos.

O primeiro a se pronunciar foi o reverendo Wildo Gomes (Igreja Missão e


Vida em Anápolis, GO), que utilizou a internet para defender sua idéia. Ele
criou um manifesto que rapidamente se difundiu na rede e, em seu texto,
propõe um boicote à emissora. Wildo critica, por exemplo, as novelas da Globo
que apresentam a prostituição, o homossexualismo e a feitiçaria como algo
normal. “Há cerca de três anos, realizamos um protesto semelhante, quando
três novelas com conteúdo espírita e cenas de homossexualismo eram
transmitidas simultaneamente”. Até mesmo a cobertura jornalística da visita
do líder da Igreja Católica, papa Bento XV, foi duramente criticada por ele. O
reverendo acredita que a emissora, enquanto concessão pública deu uma
abertura muito grande ao pontífice, coisa que, em sua opinião, não acontece
com os evangélicos.

ESPÍRITOS QUE DÃO AUDIÊNCIA

O folhetim “Eterna Magia”, da autora Elizabete Gim, é transmitido no horário


de seis horas da noite e traz no elenco estrelas como Malu Mader e Thiago
24 Lacerda. Sucede o remake de Ivani Ribeiro “O Profeta”, novela que terminou
com picos de 33 pontos no Ibope – normalmente a audiência alcançada pela
novela das 21h –, sendo o quarto programa mais assistido por crianças na
Globo. Antes de “Eterna Magia” e “O Profeta”, o folhetim espírita “Alma
Gêmea” apimentou o horário, mostrando a história de uma alma penada em
busca de seu amor. Saiu de cena o vidente e entrou o bruxinho. A fórmula
dessas tramas são sempre as mesmas: magia, reencarnação, ocultismo e efeitos
especiais com pitadas de uma história de amor mal resolvida para cativar as
donas de casa.

ORIGEM DO OCULTISMO

As práticas ocultistas remontam às bases da antiga Babilônia (Gn 11.8,9).


Todavia, o termo “ocultismo” só foi obter amplo reconhecimento a partir do
século XIX através da influência do mágico Alphonse Louis Constant, mais
conhecido pelo pseudônimo Eliphas Levi. Autor da obra literária Baphomet,
Levi se destacou internacionalmente por reavivar o interesse pelas ciências
ocultas. No mesmo ano de sua morte, nasce o bruxo Aleister Crowley, que
posteriormente é considerado o “sucessor reencarnado” de Levi, dando ainda
mais visibilidade ao mago. A partir disso, diversas ramificações com ênfases
distintas surgem pelo planeta.

No primeiro capítulo de “Eterna Magia”, o escritor Paulo Coelho fez uma


breve participação. Na condição de narrador, ele apresentou os personagens
que residem em uma cidade fictícia, no interior de Minas Gerais, chamada
Serranias. Dentre os imigrantes, as duas irmãs, Eva (Malu Mader) e Mariana
(Maria Flor) Sullivan, vão disputar Conrado (Thiago Lacerda). As irmãs são
seguidoras de ritos pagãos celtas relacionados a bruxarias. Já no capítulo de
estréia, a audiência oscilou entre 28 pontos, com apenas 43% dos televisores
ligados – índice considerado baixo para o horário. Com o passar das semanas,
lançando mão de muita bruxaria e cenas de feitiçaria, o ibope foi crescendo.

O apresentador de TV e pastor presbiteriano Eber Cocareli fala sobre a nova


portaria do Governo: “O que as TVs comerciais não falam é que esta norma já
existe em países como Estados Unidos, Canadá e Japão. Não é censura política,
como foi em 1970, e sim uma censura moral”

Mexer com o oculto é quase sempre uma estratégia que vende bem. Não é a
primeira vez que novelas com ênfase espírita são veiculadas para cativar o
público. Em 1994, “A Viagem”, também de Ivani Ribeiro, foi exibida e, em
2006, reprisada, mantendo o mesmo índice de aceitação. “Se não desse
audiência, a emissora já tinha tirado do ar. O público se interessa pela riqueza
de informações. A crença é algo sagrado para o ser humano”, justifica o
escritor espírita Paulo Rossi Severino. Ele já deu consultoria a programas da
Globo e concorda com o ator Marcos Caruso que, em entrevista ao jornal
Folha Espírita, afirmou que falar dos espíritos é uma tendência da
dramaturgia.

O QUE A BÍBLIA DIZ


25 SÓ HÁ UM DEUS – Ele é o Criador de todas as coisas. Não há outro no céu,
na terra, nem embaixo da terra. Criar outros deuses é abominável aos olhos do
Senhor (Hb 11:3; Ex 20:3-6; Is 43:10-13; Jr 10:2-5).

ASTROS NÃO DEVEM SER CONSULTADOS – (Dt 4:19; Is 47:12-15).


* “As coisas encobertas pertencem ao Senhor, nosso Deus, porém as reveladas
nos pertencem a nós e a nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas
as palavras desta lei” (Dt 29:29).
* “Não haja ninguém no meio de ti [...] que se dê à prática de encantamentos,
ou se entregue à leitura dos astros, à adivinhação ou à magia, ao feiticismo, ao
espiritismo, aos sortilégios ou à evocação dos mortos. Porque o Senhor
abomina aqueles que se entregam a semelhantes práticas” (Dt 18:9-12).
* “Amados, não creiais em todo o espírito, mas provai se os espíritos são de
Deus; porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo” (Jo 4:1).

Para o jornalista Fernando de Barros, a declaração de Marcos Caruso é


infeliz, no entanto, verdadeira. Em sua opinião, como a televisão vive de
audiência, esses tipos de tema ajudam, em muito, a alavancá-la. “As pessoas
estão buscando sempre um consolo quando perdem seus entes queridos e não
têm a fé em Jesus Cristo”, explica. Ele acredita que esses movimentos de
boicote contra a TV não surtem efeito. O melhor, na sua visão, seria fazer um
trabalho de esclarecimento com o público, nas igrejas mesmo, mostrando que
nem tudo o que se vê é a verdade.

A mesma opinião é compartilhada pelo conferencista e pastor da Igreja


Metodista Wesleyana, Silmar Coelho. “A TV tem função de informar, educar e
divertir. Apesar de a TV brasileira ser, profissionalmente, uma das melhores
do mundo, a sede pelo poder, dinheiro e audiência tem levado muitos a
negociar por baixo os princípios que seus fundadores defendiam ao iniciá-la”.
Até mesmo os canais pagos se renderam ao tema. Proliferam séries utilizando
o sobrenatural para chamar a atenção. A mais comentada é a série “Médium”,
exibida pelo canal Warner.

QUEM AUMENTA A AUDIÊNCIA

A atriz e hoje pastor


a Simone Carvalho é alguém que usa seu testemunho para conquistar outros
atores. Com seis novelas no currículo, sendo uma na Globo, ela frisa que a
culpa do sucesso de novelas como “O Profeta” e “Eterna Magia” é dos
próprios cristãos que as assistem. “Nos bastidores, os atores não são obrigados
a cumprir algum tipo de rito. Tudo acontece na alta cúpula. Durante as
gravações, todos os atores conversam e expõem suas preferências religiosas,
respeitando-se mutuamente”, conta ela, que diz nunca ter visto velas acesas e
guias nos camarins, por exemplo.

A presbiteriana Maria Paes, de 35 anos, sabe que algumas novelas não trazem
nada de bom para sua vida espiritual. Ainda assim, ela não resistiu à tentação.
Fascinada pela atuação do ator Rodrigo Faro na pele do divertido personagem
Tainha, ela se viu envolvida na trama e, por fim, não perdia mais nenhum
capítulo de “O Profeta”. Mesmo percebendo que a trama favorecia as virtudes
26 da religião espírita, Maria não trocou de canal. “Era tudo tratado com muita
seriedade. Os personagens admiráveis da novela eram os pertencentes ao
centro espírita. Eles sempre tinham posicionamentos sensatos, motivações
virtuosas e buscavam o bem. Fiquei pasma com o abuso a que o diabo tinha
chegado”, analisa.

A conseqüência de manifestações de ocultismo em variados veículos e artes só


serão sentidas daqui a algum tempo. O efeito pode criar em todo o Brasil uma
população cada vez mais pagã e sincrética. Para a Bíblia, esses sintomas
simbolizam o fim dos tempos. Para o mundo, uma nova era. Diante disso, é
premente gerenciar pensamentos e emoções, aperfeiçoar o senso crítico e andar
muito bem acompanhado, seja de bons amigos, livros, programas, filmes e da
própria Bíblia.

MENINA DE 9 ANOS É MORTA EM RITUAL DE MAGIA

“Não se ache em ti quem faça passar seu filho ou sua filha pelo fogo”. A ordem
expressa em Deuteronômio 18.10 é apenas uma das muitas vezes em que a
Bíblia condena o sacrifício de crianças. Mas ainda hoje há quem, em busca de
poder sobrenatural, execute crianças em rituais de magia negra. Um desses
casos, que teve grande repercussão em todo o país, parece ter chegado ao fim.
Policiais de Araçatuba, interior de São Paulo, localizaram, no dia 25 de maio,
Vera Petrovich, de 53 anos, e o filho dela, Pero Petrovich, de 19 anos. Eles são
acusados de matar Giovanna dos Reis Costa, de nove anos.

Vera e Pero Petrovich são acusados de matar uma menina de nove anos em um
ritual para gerar fertilidade no casamento. O crime aconteceu em abril do ano
passado em Quatro Barras, no Paraná. A menina foi encontrada nua, em um
saco plástico, com braços e pernas amarrados com fios elétricos, em um
terreno próximo à casa dos Petrovich. Segundo o laudo do Instituto Médico
Legal, ela foi espancada, violentada sexualmente e teve a vagina perfurada por
uma espátula cortante, que foi usada para retirar o sangue dos órgãos da
região abdominal. Giovanna morreu por hemorragia.

Segundo investigações da polícia do Paraná, os acusados são de uma linhagem


cigana e a morte da menina foi parte de um ritual para gerar fertilidade no
casamento. Uma adolescente de dezesseis anos, que seria noiva de Pero
Petrovich, e o pai dela, que teria ajudado a segurar a criança durante o ritual,
ainda estão foragidos. Outras três mortes de adolescentes, em rituais
semelhantes, foram registradas em Teresópolis, RJ, e ainda estão sendo
investigadas. Há pistas que ligam os casos a parentes de Vera e Pero Petrovich.

O QUE NÓS COMO CRISTÃO DEVEMOS FAZER

O ocultismo é conhecido há muito tempo, e nós cristãos conhecemos todo mal


que isso pode fazer, por isso estejamos atentos aos nossos filhos, amigos e
famíliares ao ligar a nossa televisão, pois o ocultismo está sempre ali sem que
percebamos.
Se percebemos o ocultismo devemos desligar a TV e se afastar de pessoas que
têm contato com esse tipo de prática.
27 Satanás veio pra matar roubar e destruir (Jo 10:10) e ele usa de todos os meios
pra que isso aconteça, estejamos atentos e vigilantes o tempo todo e que
possamos usar das nossas orações para destruir com tudo que ele tentado
fazer.
Amém!

FONTE:

http://estudos.gospelmais.com.br/ocultismo-contemporaneo.html

1:38 | Adicionar um comentário | Hiperligação permanente | Colocar no blogue |


Soteriologia
8-4

"Tools" Teológicas: inclui o "Teólogo dos Pobres" Julio Lois, que afirma: «El
Vaticano debería desaparecer»; Um cérebro espiritual; O que os Reformados e
os Ateus Entendem por Livre Arbítrio? Parte 3
El jesuita Pedro Miguel Lamet.

"Tools" Teológicas
28

ORATÓRIO "PASSO A REZAR":

www.passo-a-rezar.net
"Tools" Teológicas

29 CÉREBRO ESPIRITUAL - LINK:


http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/bilhoes-de-neuronios/um-cerebro-espiritual

LINK ADICIONAL:

http://lacomunidad.elpais.com/apuntes-cientificos-desde-el-
mit/2010/4/4/el-cerebro-espiritual-neuronas-divinas-la-corteza-
parietal

teologiaeespiritualidade.blogspot.com[Mestre Batista em Teologia não


fundamentalista]
Revista Ciências da Religião - História e Sociedade - artigos do Programa de Pós-
Graduação em Ciências da Religião da Escola Superior de Teologia da
Universidade Presbiteriana Mackenzie do Brasil

monergismo.com

monergismo.net.br

protestantedigital.com/hemeroteca/internacional

ORATÓRIO "PASSO A REZAR":


www.passo-a-rezar.net

12.ABR 13.ABR 14.ABR 15.ABR 16.ABRZIP FILE


SEGUNDA TERÇA QUARTAQUINTA SEXTA TODA A
SEMANA

"Tools" Teológicas: inclui o "Teólogo dos Pobres" Julio Lois, que afirma: «El
30
Vaticano debería desaparecer»; Um cérebro espiritual; O que os Reformados e
os Ateus Entendem por Livre Arbítrio? Parte 2

A VISÃO DUM ATEU

O não tão livre-arbítrio

Imagine a mais deliciosa sobremesa que suas papilas gustativas podem conceber.
Acrescente uma camada extra de cobertura de chocolate. Agora imagine o garçom
lhe estendendo uma generosa porção dessa iguaria. Você consegue recusar?
Se, como a maioria dos seres humanos, não resiste à tentação, pode perguntar-se
onde diabos está o livre-arbítrio de que tanto falam filósofos e padres. A questão é
debatida há pelo menos dois milênios e não estamos nem perto de uma resposta
definitiva. Esse conceito reúne numa só trama alguns dos mais cabeludos problemas
filosóficos, como a natureza do universo (se ele é ou não determinado), a
causalidade e se o homem é ou não um agente moral.
O leitor de boa memória se lembrará de que, no final de minha coluna anterior,
comentando o caso da pequena Isabella, sugeri que o tal do livre-arbítrio talvez seja
menor do que exigiriam as noções mais comuns de justiça.
A pergunta fundamental é: somos livres para agir como desejamos? Suas
implicações não são triviais. Se nossas ações são determinadas, seja pela biologia,
pela física ou por Deus, como responsabilizar alguém por seus atos?
Assim, a primeira parte do problema é física. Importa saber se tudo o que ocorre no
mundo é uma fatalidade ou se há espaço para decisões autônomas. Quem melhor
colocou a questão foi o célebre matemático francês Pierre-Simon de Laplace (1749-
1827), ao propor, na introdução ao seu "Essai philosophique sur les probabilités",
um experimento mental que mais tarde ficou conhecido como "o demônio de
Laplace": "Podemos ver o estado presente do universo como o efeito de seu passado
e a causa de seu futuro. Um intelecto que em dado momento conhecesse todas as
forças que colocam a natureza em movimento, e as posições de tudo aquilo de que a
natureza é composta, se tal intelecto também fosse capaz de submeter esses dados a
análise, ele abarcaria numa única fórmula tanto os movimentos dos maiores corpos
do universo como os do menor átomo; para este intelecto nada seria incerto e o
futuro assim como o passado estariam presentes diante de seus olhos".
Bem, se acreditamos como Laplace que todos os eventos presentes e futuros são o
resultado do passado do universo em combinação com as leis da natureza, então
somos deterministas. É uma posição especialmente confortável para os que não
querem carregar em suas costas o peso de decisões morais. Se tudo o que se passa
no mundo é o resultado de uma fórmula matemática, culpar alguém por um
assassinato faz tanto sentido quanto responsabilizar o leão por devorar a gazela ou
um asteróide por ter dizimado os dinossauros.
Na mesma situação se encontram aqueles que postulam a existência de um Deus
31 perfeitamente onisciente e onipotente. Tal entidade atrairia para si todas as culpas
do universo.
Deixemos, porém, a teologia de lado e voltemos à física. Ainda que numa versão
mais nuançada, Albert Einstein pensava mais ou menos como Laplace. É por isso
que tinha horror à mecânica quântica (na qual as previsões estão limitadas a mera
probabilidade), sobre a qual sentenciou: "Deus não joga dados".
A "solução" de Einstein para sustentar um universo determinista sem não atirar a
noção de responsabilidade num buraco negro foi rebaixá-la um bocadinho: "Um ser
humano pode perfeitamente fazer o que quiser, mas não pode desejar o que quer".
Aqui, o físico alemão acompanha o bom e velho Schopenhauer. Somos todos filhos
da necessidade.
Só que a mecânica quântica se firmou. E não apenas como uma ignorância
provisória, como desejava Einstein. Cada vez mais o "mainstream" da física vai se
convencendo de que a impossibilidade de determinar ao mesmo tempo a posição e a
velocidade de uma partícula está na natureza da matéria, sendo um dado da
realidade e não uma simples incompletude da teoria. Com isso, o demônio de
Laplace, se não sai de cena, ao menos passa para um segundo plano. O mesmo,
suspeito, ocorre com o Deus das religiões monoteístas, daí que escolas dominicais
não ensinem física quântica.
Mas será que a consolidação de um universo não inteiramente determinado basta
para salvar a responsabilidade moral de seus demônios? Talvez não. Achados no
campo na neurociência nos fazem ficar com a pulga atrás da orelha.
Num experimento seminal dos anos 80, Benjamin Libet, da Universidade da
Califórnia, ligou seus alunos a aparelhos de eletroencefalograma e demonstrou que
a atividade cerebral inconsciente que faz alguém mover o braço, por exemplo,
precede em pelo menos meio segundo a "decisão consciente" de mexer o braço.
A partir daí, neurocientistas desenvolveram vários experimentos semelhantes,
obtendo a corroboração dos resultados. Hoje são mais ou menos unânimes em
afirmar que o livre arbítrio não é mais do que uma ilusão, mais ou menos como a
consciência, que, embora não passe de um efeito colateral de vários sistemas
cerebrais ligados em rede, nos leva sinceramente a crer que somos algo diverso da
matéria que nos compõe. A maioria da humanidade é dualista (se vê como uma
mistura de corpo e alma), só uns poucos materialistas ateus somos devidamente
monistas (não somos mais do que o amontoado de impulsos eletroquímicos
produzidos por nosso corpo).
Nosso livre arbítrio seria mais ou menos como um tique nervoso ou a necessidade
que um viciado tem de conseguir sua droga, movimentos que ficam a meio caminho
entre o voluntário e involuntário. Temos aí uma boa seara para advogados de
defesa, a exemplo dos alquimistas em busca da pedra filosofal, tentarem extrair o
habeas corpus universal.
Será que estamos assim condenados a descartar toda idéia de justiça possível?
Talvez não. Afinal, existem viciados que conseguem superar sua compulsão. A
resposta não chega a ser um segredo. Se, por um lado, ele quer a droga (desejo de
primeiro grau); por outro, ele sabe que o vício lhe faz mal e pretende livrar-se dele
(desejo de segundo grau). O livre arbítrio talvez exista como um poder de veto dos
32 desejos de segundo grau sobre os de primeiro. Não é à toa que os mais relevantes
dos dez mandamentos assumem a forma "não + verbo", como em "não matarás",
"não cobiçarás a mulher do próximo".
Os filósofos norte-americanos Harry Frankfurt e Daniel Dennett desenvolvem
algumas idéias interessantes de como reconciliar um universo em grande parte
determinista (nossas ações sociais, até prova em contrário não são regidas por leis
quânticas) com uma versão ainda que mitigada do livre arbítrio. É o salvamento do
compatibilismo.
Segundo Dennett, nós temos o poder de veto e o poder de veto sobre o veto, além
de boas noções de causalidade, que nos permitem imaginar cenários futuros e
projetar-lhes conseqüências de decisões passadas. Não é necessário um milagre para
ter responsabilidade.
Como eu disse no início deste texto (que, por sinal, já está ficando mais longo do
que eu teria desejado), não disponho de uma resposta definitiva para o problema do
livre arbítrio. Só o que procurei aqui foi lançar, de forma infelizmente meio caótica,
algumas luzes sobre sua complexidade e alcance. Mal resvalei em todas
implicações e pressupostos. Acho, entretanto, que as idéias esboçadas já bastam
para que reavaliemos as bases da noção mais comum de justiça que circula por aí.
Nossas inseguranças em relação ao livre arbítrio, que não são poucas, já deveriam
nos fazer abandonar o conceito de justiça retributiva. Se não estamos muito certos
do nível de controle que temos sobre nossas ações e se é até mesmo possível que
cada uma de nossas decisões já esteja escrita desde o início dos tempos, então não
faz sentido punir alguém como retribuição à falta cometida. Mesmo que houvesse
um Deus a nos dizer insofismavelmente o que é certo e o que é errado, seria preciso
não torná-Lo demasiado poderoso, ou Ele se tornaria o responsável último por
todos os nossos pecados.
Além da contradição interna à idéia de um deus onipotente e bondoso, temos como
subproduto que a justiça, mais do que para expiar culpas, se presta a evitar que o
próprio criminoso e outras pessoas voltem a delinqüir. A meta deixa de ser "fazer
justiça" (uma completa inutilidade) e passa a ser organizar melhor a sociedade.
Se, por um lado, essa noção utilitarista salva algo da nossa posição de agentes
morais, ela não nos eleva para muito além dos cãezinhos pavlovianos, que fazem o
que deles se espera sob a compulsão de eletrochoques e outras artimanhas da
necessidade.
Assim, antes de sair por aí linchando suspeitos de crimes hediondos ou de pedir
uma segunda porção daquela sobremesa deliciosa que entope artérias, pense nas
conseqüências. A diferença importante entre nós e os cãezinhos de Pavlov é que
projetamos o futuro mais longe.
Hélio Schwartsman, 43 anos, é articulista da Folha. Bacharel em filosofia,
publicou "Aquilae Titicans - O Segredo de Avicena - Uma Aventura no
Afeganistão" em 2001. Escreve para a Folha Online às quintas.
 E-mail: helio@uol.com.br
 Leia as colunas anteriores
33
 Leia as colunas publicadas na Folha

Um cérebro espiritual
Na sua coluna, Roberto Lent comenta um estudo que mostra que a expressão
de um traço da personalidade associado à espiritualidade do indivíduo é
determinada pela ação de áreas cerebrais específicas.

Por: Roberto Lent


Publicado em 26/02/2010 | Atualizado em 01/03/2010

A autotranscendência, aspecto da personalidade associado aos valores espirituais do


ser humano e que pode ser alcançado por meio da meditação, expressa-se em graus
variados nos indivíduos em função da atividade de certas áreas do cérebro (foto:
sxc.hu).
Que nota você daria, de 0 a 10, para mensurar a aplicação da seguinte frase a si
mesmo(a)? “Frequentemente fico tão fascinado(a) com o que estou fazendo que me
perco nesse momento e me sinto fora do tempo e do espaço.” Ou então desta:
“Muitas vezes me sinto tão ligado(a) às pessoas à minha volta que é como se não
existisse separação física entre nós.” Ou ainda: “Sou fascinado(a) pelas muitas
coisas da vida que não podem ser explicadas cientificamente.”
Se você pontuou alto para essas afirmativas, é possível que seja dotado(a) do que os
psicólogos chamam de „autotranscendência‟, um dos aspectos da personalidade que
alguns de nós possuem em grau mais elevado do que outros.

Personalidades

34

Gravura de Johann Kaspar Lavater (1741-1801), fundador da


'fisiognomia', que ilustra os quatro tipos de personalidade admitidos no
século 18.
Todos nós intuímos o que seja a personalidade, mas na verdade é muito difícil
definir esse conceito, e mais ainda avaliar ou medir de algum modo as suas
características. No século 18, uma corrente que ficou conhecida como fisiognomia
acreditava que seria possível conhecer a personalidade das pessoas por meio de sua
face – daí a consagração do termo fisionomia para descrever a expressão facial. De
acordo com essa corrente, as características da expressão facial de um indivíduo
seriam suficientes para classificar a sua personalidade como fleumática, colérica,
sanguínea ou melancólica.
Dentre as inúmeras teorias atuais da personalidade, destaca-se uma – proposta há
pouco mais de dez anos – que correlaciona os tipos humanos com características
genéticas e neurobiológicas. Trata-se da ideia de personalidade multidimensional,
criada pelo psiquiatra norte-americano Claude Robert Cloninger, que atualmente
trabalha na Universidade Washington, nos Estados Unidos. De acordo com
Cloninger, existiriam três dimensões da personalidade, geneticamente
independentes, funcionalmente interligadas, e vinculadas, cada uma delas, a um
sistema neural distinto: „busca do novo‟, „evitação de danos‟ e „dependência de
recompensa‟.
A „busca do novo‟ é entendida como “uma tendência à atividade exploratória e a
um intenso prazer frente a estímulos novos”. Pessoas que têm esse perfil mais
desenvolvido tendem a ser impulsivas, exploratórias, excitáveis, extravagantes,
desorganizadas, ao contrário de outras que não possuem essa característica de modo
muito marcante, e por isso são reflexivas, rígidas, estoicas, organizadas e
persistentes. Está se reconhecendo? Então tente as dimensões seguintes.
A „evitação de danos‟, de acordo com Cloninger, seria a “tendência a responder
intensamente a estímulos desagradáveis, desenvolvendo comportamentos inibitórios
de modo a evitar punições, frustrações e perdas afetivas”. Quem tem essa
característica seria geralmente cauteloso, tenso, apreensivo, medroso, inibido,
tímido. Quem não tem é relaxado, desinibido, arrojado, energético.
Por fim, a „dependência de recompensa‟ reflete a tendência de alguns a moldar seu
comportamento sempre em função de algum reforço positivo ou da perspectiva de
alguma punição para seus atos.
Se for possível medir a composição de nossa personalidade, será possível também
relacionar cada um desses traços a regiões cerebrais que os determinariam
Todos nós temos um pouco de cada uma dessas características, o que significa que
talvez seja possível medir a composição de nossa personalidade e chegar a uma
classificação das pessoas. Se isso for possível, será possível também relacionar cada
um desses traços a regiões cerebrais que os determinariam. De fato, essa foi a
perspectiva de Cloninger e seus colaboradores, que desenvolveram um vasto
35 questionário capaz de mensurar essas três dimensões e cada uma de suas
subdimensões.

Autotranscendência
Relacionar a personalidade com o cérebro foi o objetivo de um grupo
multidisciplinar de pesquisadores, composto por psicólogos, filósofos e
neurocirurgiões e liderado por Cosimo Urgesi, da Universidade de Udine, na Itália.
O grupo acaba de publicar neste mês um estudo interessante sobre o tema na
prestigiosa revista Neuron.
A equipe trabalhou com um dos conceitos de Cloninger, o de autotranscendência,
definida como um aspecto forte da personalidade de quem sempre busca algo
elevado, maior do que a sua existência individual, algo ligado a valores espirituais
elaborados que a humanidade cultiva pela ética, pela arte, pela cultura e pela
religião (entendida como crença em um poder divino, e não como os rituais
correspondentes). Cada indivíduo pode pender para uma característica diferente,
mas em todos os casos são relatados “sentimentos oceânicos”, nas palavras do
fundador da psicanálise, o médico austríaco Sigmund Freud (1856-1939).
Dentre os questionários de Cloninger (escalas, no jargão técnico), alguns deles
permitem medir o grau de manifestação das várias características da
autotranscendência, muitas vezes considerada a expressão psicológica concreta da
espiritualidade. A autotranscendência seria a tendência mental de superar os limites
do próprio corpo e elevar-se a estados de consciência que nos absorvem
completamente, fazendo-nos esquecer do mundo e dos outros.
Alguns a desenvolvem por meio do prazer da arte – a literatura, o cinema –, que é
de tal modo envolvente que nos 'descola' da realidade. Outros, religiosos de vários
cultos, expressam a autotranscendência pela oração e variados rituais. A meditação
é também um meio encontrado por alguns para transcender os limites do corpo e da
percepção direta dos estímulos ambientais.
36

Arte e religiosidade, dois aspectos da autotranscendência, em um


quadro famoso de Leonardo da Vinci (1452-1519), 'A última ceia'.
O grupo italiano estudou essa característica de personalidade em 88 pacientes com
diferentes tipos de câncer cerebral, antes e depois da realização de cirurgias para a
remoção dos tumores. Em alguns casos, o câncer atingia o próprio tecido cerebral
(gliomas), em outros era circunjacente ao cérebro (meningiomas), o que permitiu
excluir um possível efeito do ato cirúrgico por si só nos resultados,
independentemente da remoção de tecido cerebral.
Antes das cirurgias, um questionário com perguntas como as que você leu no início
desta coluna era aplicado aos pacientes, o que possibilitava o levantamento
quantitativo do seu perfil de personalidade, especificamente no que tange à
autotranscendência. Após as intervenções cirúrgicas, o questionário era repassado
aos mesmos indivíduos, permitindo verificar a ocorrência de alterações de
personalidade provenientes da remoção de regiões cerebrais.
É claro que a existência de um tumor no cérebro, por si mesma, poderia ser
causadora de uma alteração de personalidade com relação às épocas anteriores à
doença. E de fato um grupo de pacientes com glioma pontuava mais alto nas
questões relativas à autotranscendência do que os pacientes com tumores externos
ao sistema nervoso.
O resultado mais marcante do trabalho foi a identificação de pequenas regiões
situadas no córtex cerebral posterior cuja remoção causou aumento estatisticamente
significativo da espiritualidade dos pacientes.

A remoção das pequenas regiões cerebrais em vermelho foi associada a


um aumento da autotranscendência nos pacientes examinados antes e
depois da cirurgia de retirada de um tumor. Em A, aparece marcado o
lobo parietal posterior, em B o giro angular (imagem: Urgesi e
colaboradores/ Neuron).
Quando a remoção de uma região cerebral causa aumento de uma função, os
neurocientistas interpretam o resultado atribuindo a essa região um papel inibitório.
Isso significa que alguma outra região (ou regiões) produz os “sentimentos
oceânicos” a que se refere Freud, mas é normalmente inibida pelo córtex parietal
posterior em maior grau em algumas pessoas do que em outras. Nos pacientes, após
a cirurgia, a inexistência dessa região inibitória teria provocado o aumento da
autotranscendência observado.
Esses resultados mostram que já vão longe os tempos do filósofo francês René
37 Descartes (1596-1650), dualista ferrenho que considerava distintos e independentes
os mecanismos da mente e os circuitos funcionais do cérebro. A mente é um
produto do cérebro, e a personalidade que caracteriza a mente de cada indivíduo é
possivelmente resultado da inter-relação entre a genética e o ambiente (educacional,
cultural) na lapidação dos circuitos cerebrais correspondentes.

Roberto Lent
Instituto de Ciências Biomédicas
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil

Sugestões para leitura:


C.R. Cloninger (1994). Temperament and personality. Current Opinion in
Neurobiology, vol. 4:266-273.
C. Urgesi e colaboradores (2010). The spiritual brain: Selective cortical lesions
modulate human self-transcendence. Neuron, vol. 65:309-319.
http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/bilhoes-de-neuronios/um-cerebro-espiritual
LINK ADICIONAL:

http://lacomunidad.elpais.com/apuntes-cientificos-desde-el-
mit/2010/4/4/el-cerebro-espiritual-neuronas-divinas-la-corteza-
parietal

"Tools" Teológicas: inclui o "Teólogo dos Pobres" Julio Lois, que afirma: «El
Vaticano debería desaparecer»; Um cérebro espiritual; O que os Reformados e
os Ateus Entendem por Livre Arbítrio? Parte 1
38

O que os Reformados Entendem por


Livre Arbítrio?

Citações

“A Bíblia ensina que Deus decreta tudo o que ele deseja, e realiza tudo
o que decreta.”
por Vincent Cheung

Definições

O que é monergismo
Monergismo (regeneração monergística) é uma benção redentora
adquirida por Cristo para aqueles que o Pai lhe deu (1Pe 1.3; Jo 6.37-
39). Ela comunica aquele poder na alma caída pela qual a pessoa que
deve ser salva é eficazmente capacitada a responder ao chamado do
evangelho (Jo 1.13). Ela é aquele poder sobrenatural de Deus somente
pelo qual nos é concedida a capacidade espiritual para cumprir as
condições do pacto da graça; isto é, para apreender o Redentor por uma
fé viva, para se achegar aos termos da salvação, se arrepender dos ídolos
e amar a Deus e o Mediador supremamente. O Espírito Santo, ao
vivificar a alma, misericordiosamente capacita e inclina o eleito de Deus
ao exercício espiritual da fé em Jesus Cristo. Este processo é o meio pelo
qual o Espírito nos traz à viva união com Ele.

39

"Tools" Teológicas: inclui o "Teólogo


dos Pobres" Julio Lois, que afirma:
«El Vaticano debería desaparecer»:
Julio Lois, presidente de la Asociación de Teólogos Juan XXIII:«El
Vaticano debería desaparecer»

José Manuel Vidal

Religión Digital

Es el “teólogo de los pobres”.


Julio Lois (Pontevedra, 1935) enseñó
Cristología a generaciones de curas y
lacios de toda España. Una
Cristología encarnada y liberadora.
Durante más de 30 años ejerció su
magisterio desde el Instituto de
Pastoral de Madrid. Con sus libros,
artículos y conferencias. Y con su
propio testimonio vital. Hace 30 años
que es, y sigue siendo, coadjutor de
la parroquia de Santo Tomás de
40
Villanueva en Vallecas. Punto de
referencia de la Iglesia de base,
alimenta con sus ideas a esa
“mayoría silenciosa” de cristianos
desencantados de la Iglesia oficial.
Sencillo y profundamente espiritual
dice las verdades sin acritud. Por
ejemplo, que la Iglesia “debería
renunciar al Vaticano” y que “otra
Iglesia es posible, pero no paralela ni
frente ni en contra de la
institucional”.
Julio Lois acaba de publicar su
enésimo libro. Se titula “El Dios de
los pobres” (Secretariado trinitario),
en el que trata de demostrar que “el
Dios bíblico y cristiano es un Dios
que tiene como prioritarios
destinatarios a los débiles y a los
excluidos. Un Dios de los que apenas
son y apenas cuentan”. Algo que
41
documenta exhaustivamente, tanto
en el Antiguo como en el Nuevo
Testamento.
Y es que, para Lois, “Jesús es el
sacramento de la compasión de Dios
en la Historia”. Y por lo tanto, “para
ser fiel al plan salvífico es necesaria
la opción por los pobres y por la
Justicia”.
Y a partir de esos y otros postulados,
el teólogo extrae consecuencias. La
primera clara y tajante: “La Iglesia de
Jesús tiene que ser una Iglesia pobre
y de los pobres. Y no sólo pobre
material, sino también pobre de
poder. Porque el mensaje de Jesús
no se impone, se ofrece, se
propone”.
¿Una Iglesia a años luz de la actual?
¿Dos Iglesias: la soñada y la real? Lois
subraya, una y otra vez, que él y los
42
que opinan como él, no están
pidiendo “una Iglesia frente o contra
la Iglesia institucional”. Sólo le piden
a la Iglesia real, que “sea fiel a lo que
tiene que ser, que esté orientada
permanentemente hacia un proyecto
de conversión”, porque “el ideal
cristiano es un ideal al que hay que
tender” y “aspirar a lo imposible”. Y
para que la iglesia “siga corriendo
hacia esa meta” tiene que “andar por
el mundo ligera de equipaje”, porque
“la solidaridad sólo es posible si hay
austeridad”.
¿Debería renunciar al Vaticano, por
ejemplo, como sostienen Xavier
Pikaza o José Ignacio González-Faus?
“Debería despojarse de esas cosas y
ser débil públicamente y no caer en
la tentación del poder para imponer
sus convicciones”. Porque “el poder
43
es la gran tentación de la Iglesia”.
Además, Lois sostiene que “hay una
demanda generalizada de que
desaparezca el Vaticano o los
Nuncios. Es algo que está deseando
la mayoría silenciosa de los
creyentes, asi como teólogos como
Pikaza, Faus y muchos otros”. Porque
“las mediaciones son históricas y
pueden ser transformadas. Lo ideal
sería que desaparezca el boato, la
riqueza y el poder”.
A pesar de apuntar alto en la
transformación eclesial, el teólogo
dice no ser “un ingenuo”. “No es fácil
la transformación de la Iglesia, pero
si pensamos que la sociedad puede
cambiar, ¿por qué no iba a poder
hacerlo la Iglesia?. Otra Iglesia de
Jesús es posible, pero no paralela ni
frente ni en contra”.
44
Reconoce, sin embargo, que en este
camino hacia otra Iglesia “tuvimos
momentos mejores”. La dinámica
esperanzadora y evangélica que
comenzó con el Vaticano II, se
rompió, a su juicio, “en los últimos
tiempos de Pablo VI (sobre todo con
la Humanae vitae) y, sobre todo, con
Juan Pablo II”. Y ahora, “la involución
eclesial es real”.
“En estos momentos, la línea
involutiva –sin el menor deseo de
juzgar intenciones ni creerme mejor
que los demás- está siendo
mantenida desde las instancias más
altas. Eso sí, sin absoluta
unanimidad, aunque a los obispos les
resulte difícil manifestar
disentimiento, especialmente a nivel
público, pero algunos en privado no
están de acuerdo con la línea más
45
conservadora”.
Eso sí, Lois reconoce que “los
partidarios de la involución son
honrados y están absolutamente
convencidos de que, para conservar
la fe, es necesaria la restauración”.
En cualquier caso, asegura que, como
decía Karl Rahner, “seguimos
viviendo tiempos de invierno
eclesial. Domina el miedo al cambio
en la Iglesia”.
Pero también augura que la “postura
involutiva va a tener que ponerse a
dialogar, porque no le va a quedar
más remedio, para no convertirse en
irrelevante o insignificante
socialmente”.
Según Lois, “la Iglesia no está
respondiendo a esa exigencia de
significación social y es una exigencia
de conciencia luchar contra esa
46
dinámica”. ¿Desde dónde? ¿Desde
arriba o desde abajo? “Congar
siempre decía que la Iglesia avanza
desde los márgenes. Hay que
conseguir un auténtico clamor
eclesial, que deba ser escuchado
desde las instancias más altas, que
tienen una influencia decisiva en la
orientación de la Iglesia. Pero
teniendo siempre en cuenta que los
cambios en la Iglesia casi siempre
brotan de las bases”.
También mantiene el presidente de
la Asociación de Teólogos Juan XXIII
que “la iglesia no tiene que estar
obsesionada por lo cuantitativo, sino
por confirmar que la oferta de Jesús
es razonable, bonita y bella. Es buena
racionalmente y fecunda”; Um
cérebro espiritual; O que os
Reformados e os Ateus Entendem
47
por Livre Arbítrio?

O que os Reformados Entendem por


Livre Arbítrio?

Por: Solano Portela, Presbítero da Igreja Presbiteriana do Brasil.

A questão e as controvérsias sobre a existência ou não do livre arbítrio são


antigas. A discussão faz-se presente, com frequência, no meio presbiterano,
porque somos reformados. Este termo, reformados, significa que entendemos
que as doutrinas resgatadas pela reforma do século 16, e expressas nos
documentos e escritos históricos dos reformadores e dos que seguiram nas suas
pisadas, expressam da melhor maneira os ensinamentos da Palavra de D-us.

Ocorre que nem sempre os que defendem, ou os que negam o livre arbítrio,
preocupam-se num entendimento maior do conceito, nem numa abordagem mais
ampla dos textos bíblicos pertinentes ao tema compreendido nesta “liberdade”.
Neste sentido, tanto a defesa, como o ataque, podem levar a uma distorção do
ensinamento bíblico e por isso é importante examinarmos em maior detalhe o que
realmente entendemos por livre arbítrio.

Podemos fazer isso indo até ao nosso símbolo de fé – a Confissão de Westminster


(CFW: 1642-47), não porque tenhamos ali a palavra final, mas porque a Confissão
nos direciona à Escritura, sistematizando, em proposições concisas, as doutrinas
chaves da fé cristã. É nela que encontramos exatamente todo um trecho exatamente
sobre o livre arbítrio. O capítulo 9 da CFW tem cinco sessões. Nelas lemos que a
Bíblia nos ensina que:

1. A natureza humana não possui determinação intrínseca (natural) para o bem ou


para o mal. Essa é a liberdade da natureza humana, procedente da estrutura da
criação, e a Bíblia, com freqüência e naturalidade, faz referência a essa situação,
apelando ao “querer” das pessoas (“te propus a vida e a morte, a bênção e a
maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas” – Dt 30.19; “... não quereis vir a
mim para terdes vida” – Jo 5.40; “... Elias já veio, e não o reconheceram; antes,
fizeram com ele tudo quanto quiseram” – Mt 17.12).

48 2. Entretanto, essa plena liberdade existiu no que a CFW chama de “estado de


inocência”, ou seja, até a queda em pecado. No Cap. 4, seção 2, falando “da
Criação”, a CFW indica que nossos primeiros pais foram “deixados à liberdade da
sua própria vontade, que era mutável”. Voltando ao Cap. 9, quando o pecado entrou
no mundo o homem perdeu essa “liberdade e poder” (“...Deus fez o homem reto,
mas ele se meteu em muitas astúcias” – Ec 7.29).

3. O livre arbítrio, portanto, faz parte da natureza criada, mas não subsiste na
natureza caída. Como pecadores, não podemos realizar qualquer “bem espiritual”
que leve à salvação. Nesse sentido, toda a raça humana está morta “no pecado”. As
pessoas são incapazes, cegas pelo pecado, de converter-se, ou mesmo “de preparar-
se para isso”. Perdemos, portanto, o livre arbítrio, com a queda em pecado (“... o
pendor da carne é inimizade contra Deus... os que estão na carne não podem agradar
a Deus” – Ro 8.7-8; “... Não há justo, nem um sequer... não há quem busque a
Deus; todos se extraviaram...” – Ro 3.10 a 12; “Ninguém pode vir a mim se o Pai,
que me enviou, não o trouxer” – Jo 6.44).

4. A situação atual da humanidade, sem livre arbítrio, é de escravidão ao pecado,


mas a conversão, operada pelo toque regenerador do Espírito Santo é a libertação
dessa escravidão. É a graça de Deus que habilita o homem a querer fazer o que é
espiritualmente bom. Como permanecemos ainda pecadores e vivemos em um
mundo que é pecado em pecado, não podemos realizar o bem perfeito, e
eventualmente caímos também em pecado, mesmo depois de salvos ( “... todo o que
comete pecado é escravo do pecado... Se, pois, o Filho vos libertar,
verdadeiramente sereis livres” – Jo 8.34 e 36; “Ele nos libertou do império das
trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor” – Cl 1.13; “... uma vez
libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça” – Ro 6.18; “... nem mesmo
compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que
detesto” – Ro 7.15),.

5. Somente na eternidade, em nossa glorificação, é que a nossa vontade “se torna


perfeita e imutavelmente livre para o bem só” ( “Ainda não se manifestou o que
haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a
ele” – 1 Jo 3.2).

Esses pontos estabelecem o significado teológico da expressão livre arbítrio – a


possibilidade de querer realizar o bem, que tem validade espiritual. Nesse sentido,
as pessoas não o possuem em função do pecado e da natureza pecaminosa, que as
conservam sob escravidão, fazendo-as escolher o pecado.
A CFW ainda faz outras referências ao livre arbítrio, por exemplo, diz que Deus
executa o seu plano “segundo o seu arbítrio” (Cap. 5, seção 3); diz ainda que a
perseverança dos santos, ou seja a segurança dos crentes em um estado de salvação
“não depende do livre arbítrio deles”, mas “do livre e imutável amor de Deus Pai”
(Cap. 17, seção 2). Simultaneamente, uma liberdade de ação, e conseqüentes
responsabilidades, é reconhecida, na CFW. No Cap. 20, seção 1, ela indica que os
crentes procuram seguir os preceitos de Deus “... não movidos de um medo servil,
mas de amor filial e espírito voluntário”. Por último, a CFW fala da liberdade de
consciência (Cap. 20, seção 2), registrando que “só Deus é o senhor da
consciência”; fala da “verdadeira liberdade de consciência”, e avisa contra “destruir
49 a liberdade de consciência”, bem como contra nunca utilizar essa liberdade como
pretexto para cometer “qualquer pecado” ou concupiscência, pois o propósito dela é
servir “ao Senhor em santidade e justiça, diante dele todos os dias da nossa vida”.

Devemos entender, assim, que quando indicamos que não possuímos livre arbítrio,
não significa que somos robôs, agindo mecanicamente em um teatro da vida. Esse é
o grande mistério: como Deus consegue nos dar essas faculdades decisórias, mas,
ainda assim, cumprir o seu plano de forma imutável. Mais uma vez, é a CFW, que
nos esclarece (Cap 3, seção 1 – “Dos eternos de Deus”), indicando que Deus
“ordenou livre e inalteravelmente tudo quanto acontece”, porém “nem violentada é
a vontade da criatura, nem é tirada a liberdade ou contingência das causas
secundárias”.

Como reformados, precisamos cuidar, portanto, ao contestarmos o livre arbítrio, de


não suprimirmos esse aspecto – de que decidimos organicamente as questões da
nossa vida, mas Deus, soberanamente cumpre seus propósitos. Se assim fizermos,
reduzimos os atos de Deus a um modus operandi que não é o dele, nem é o
ensinado na Bíblia. Talvez uma distinção que pode auxiliar a nossa compreensão e
dar maior precisão ao tratamento desse conceito, é a utilização do termo livre
agência. Livre arbítrio, no sentido já explicado, foi perdido. Esteve presente em
Adão e Eva, mas não se encontra na humanidade caída. Livre agência seria a
capacidade recebida de Deus de planejarmos os nossos passos (Ti 4.13), de
decidirmos o nosso caminhar. Quando entendemos bem esse aspecto, nunca vamos
achar que essas decisões são autônomas, ou “desligadas” do plano de Deus (Ti
4.14-15). É ele que opera em nós “tanto o querer como o realizar” (Fl 2.13) e o faz
milagrosamente, imperceptivelmente, sem “violentar a vontade da criatura”. Longe
de ser uma contradição, esse entendimento reformado, retrata Deus em toda sua
majestade, ao lado de criaturas preciosas. Livres agentes, que perderam a
possibilidade de escolha do bem (livre arbítrio), mas continuam formadas à imagem
e semelhança da divindade, necessitadas da redenção realizada em Cristo Jesus e
aplicada nas vidas dos que constituirão o Povo de Deus, pelo seu Espírito Santo.

Teologia Selvagem
Deu no Datafolha: 25% dos brasileiros acreditam em algo parecido com Adão e
Eva; 59% tentam conciliar D-us e alguns fundamentos da seleção natural, mais ou
menos como foi proposto por Charles Darwin 150 anos atrás; e apenas 8% se atêm
a fatos biológicos e apostam no darwinismo sem a interferência divina. A
reportagem completa que escrevi para a versão impressa da Folha pode ser lida
aqui.
50
Ao contrário dos mais otimistas, que celebraram o fato de termos menos
criacionistas da Terra jovem do que os EUA (onde eles são 44%) e estarmos em
linha com várias nações da Europa (onde a maioria dos países tem taxas na casa dos
20 e poucos por cento), não vejo motivos para nos regozijarmos. Afinal, um de cada
quatro brasileiros acha que a Terra tem menos de dez mil anos e que o homem
surgiu a partir de um passe de mágica de Deus, que depois teria arrancado a costela
do pobre Adão para fazer brotar-lhe uma fémea.

Que as pessoas acreditassem nestas balelas na Idade do Bronze, quando não havia
explicações alternativas, vá lá. Que continuem a sustentar estes mitos numa era em
que a ciência fornece modelos muito mais verossímeis, razoáveis e fortemente
embasados na empiria é prova de nem mesmo milhões de anos de seleção natural
bastaram para produzir uma espécie uniformemente inteligente.

Não é, contudo, o criacionismo da Terra jovem que eu pretendo combater hoje.


Essa é uma posição que se autodestrói sozinha: se a Bíblia de fato não contém erros
e traz toda a ciência e a ética de que precisamos, como afirma essa gente, então
estamos autorizados a manter haréns, escravizar argentinos para ajudar no trabalho
doméstico, apedrejar hereges e, em caso de aperto financeiro, vender nossas filhas
no mercado de escravos. Não sou um especialista, mas acho que até as obras do
Marquês de Sade trazem uma moral mais elevada do que a do "bom livro".

O que me interessa aqui é perscrutar um pouco mais fundo a posição dos 59% que
tentam juntar D-us e Darwin. Hoje, excepcionalmente, não vou ficar advogando
pelo ateísmo. Mesmo que D-us exista (do que duvido), não há a menor necessidade
de inseri-Lo no modelo explicativo da evolução das espécies, o qual apesar de ser
"apenas" uma teoria (a lei da gravidade, assim como todas as proposições
científicas, são necessariamente "apenas" teorias) conta com todas as corroborações
necessárias para que o consideremos tão comprovado quanto dezenas de outras
teorias das quais nos utilizamos diariamente sem tentar contrabandear nenhum
elemento divino. Assim como ninguém diz que a Terra descreve sua órbita ao redor
do Sol "guiada por D-us" ou que os objetos caem com um empurrãozinho celeste,
não há razão para colocar um ente supremo projetando cada animal ou cuidando
diuturnamente da criação para que o bolo não desande.

Como os católicos [nota deste blog: refere-se aos liberais e informados; continua a
sombra do Opus Dei e similares] e alguns protestantes já perceberam, em termos
puramente lógicos Darwin e D-us não estão em campos opostos. Não é preciso mais
do que uma teologia só um pouco mais sofisticada do que a dos fundamentalistas
bíblicos para conceber um D-us compatível com a seleção natural. Afinal de contas,
Ele é que seria o criador de todas as leis naturais, incluindo a capacidade de pais
transmitirem certas características genéticas a seus filhos e a ocorrência de um certo
nível de "crueldade" no mundo, pelo qual apenas alguns indivíduos sobrevivem
para reproduzir-se. E isso é tudo o que precisamos para instalar a seleção natural,
seja na Terra ou qualquer outro ponto do Universo.

E não é difícil para qualquer religioso com um pouco de imaginação empurrar D-us
um bocadinho para o lado e deixar a evolução fluir. Ele precisa apenas adquirir
características um pouco mais deístas ou leibnizianas, o que não foi um problema
51 nem mesmo para o um papa como Pio 12, o qual, na encíclica "Humani generis", de
1950, classificou o darwinismo como "hipótese séria". Quarenta e seis anos mais
tarde, seria a vez de João Paulo 2º declarar que a evolução era "mais do que uma
hipótese".

Só que o mundo não vive apenas de lógica (às vezes até me pergunto se essa não é
uma arte ameaçada de extinção). No plano psicológico, D-us e Darwin são, sim,
adversários ferrenhos. Alguns católicos já perceberam isso e ensaiaram uma revisão
no posicionamento da Santa Sé.

Em 2005, num artigo para o jornal "The New York Times", o arcebispo de Viena,
Cristoph cardeal Schönborn, lançou um inesperado ataque à teoria darwinista da
evolução das espécies. O dignitário, que é visto como teologicamente próximo ao
papa Bento 16, afirmou que a noção darwiniana de ancestralidade comum entre os
seres vivos pode estar de acordo com a doutrina católica, mas que os conceitos de
mutações aleatórias e seleção natural sem direção ou finalidade certamente não
estão. Schönborn também aproveitou para qualificar declarações de João Paulo 2º
simpáticas ao darwinismo como "vagas e desimportantes".

Como o leitor já deve ter reparado, embora as noções de seleção natural e um D-us
pessoal que realize um ou outro milagre de vez em quando possam coexistir, trata-
se de uma convivência um pouco forçada (não natural, para empregar um termo em
voga). Na esfera do simbólico, ou bem há um Deus atuante e com um propósito, ou
bem somos o produto da inopinada mistura de carbono com mais dois ou três
elementos químicos baratos.

E, se há uma ideia que as religiões abominam, é a de que estamos abandonados à


própria sorte num mundo sem propósito. É a "Geworfenheit" heideggeriana. E, se
esse conceito de abandono não está embutido no neodarwinismo, a teoria pelo
menos torna explicável o surgimento da multiplicidade de seres vivos que habita o
planeta. Com Darwin, D-us se torna mais irrelevante. E essa é uma ideia difícil de
engolir para todos aqueles que acalentam a hipótese de um ente supremo.

Assim, eu não me surpreenderia se os religiosos que flertaram com o darwinismo


comecem a dele afastar-se. Certamente não de volta para o criacionismo bíblico,
mas para uma sistematização da teoria do design inteligente, a qual, embora seja
epistemologicamente insustentável (não passa do velho criacionismo vestindo um
jaleco de cientista), parece gozar de forte popularidade em todo o mundo. Ela é, por
assim dizer, a consequência natural da teologia selvagem que procura reunir D-us e
o bê-á-bá da ciência ensinada nas escolas.

Com o fim das disputas ideológicas em torno do modo de produção, é cada vez
mais para temas como evolução, aborto, drogas que as guerras culturais tendem a
migrar.

52 Hélio Schwartsman, 43 anos, é articulista da Folha. Bacharel em filosofia,


publicou "Aquilae Titicans - O Segredo de Avicena - Uma Aventura no
Afeganistão" em 2001. Escreve para a Folha Online às quintas.

 E-mail: helio@uol.com.br
 Leia as colunas anteriores
 Leia as colunas publicadas na Folha

1.folha.uol.com.br

Publicado a 2010-04-08 às 13:17

Para mais detalhes consulte:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/helioschwartsman/ult510u717500.shtm
l

"A BÍBLIA SEM PRECONCEITOS"; A CRUZ OU ESTACA DE MORTE


DO MUNDO - Anselmo Borges; Frei Bento Domingues: A RESSURREIÇÃO
DA IGREJA

Encuentra más vídeos como este en


Cofrades
---------------------------------------------------------

Lançamento do Livro “A Bíblia


Sem Preconceitos”
53 A Bíblia sem preconceitos

Escrevi o livro “A Bíblia sem preconceitos” para falar do


amor incondicional de um D-us inclusivo e que jamais excluiu
os homossexuais de uma vida plena no Senhor Jesus como
são.

Por muitos anos a Palavra de D-us foi enganosamente usada


para opressão dos gays, mas esta obra revela que a Bíblia
autoriza o amor entre iguais e, mais ainda, que o Senhor
cuidadosamente formou os “diferentes” para serem
diferentes como são.

Talvez você se pergunte sobre as vezes em que ouviu as


pessoas usando a Bíblia para condenar os homossexuais,
mas depois da leitura de “A Bíblia sem preconceitos”
entenderá que esta exclusão não passou de homofobia
religiosa.

Realmente parece até um sonho, mas, pela graça de Deus, é


realidade saber que estes séculos de preconceito, não
passou da distorção da Palavra de D-us, com a tradução
errada de duas palavras do grego e a construção de
doutrinas homofóbicas pela interpretação tendenciosa de
alguns textos, como várias vezes já foi feito na história e
ainda hoje se faz.

Leia e tenha a liberdade de discernir como o Apóstolo Paulo:


“Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem
os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o
presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade,
nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de D-
us, que está em Cristo Jesus nosso Senhor!” (Romanos 8.38-
39).

E nem mesmo os religiosos, poderão afastar os


homossexuais do amor de D-us que está em nosso Senhor
Jesus Cristo.

Você pode como adquirir “A Bíblia sem preconceitos” pelo


site da Igreja Cristã Contemporânea
www.igrejacontemporanea.com.br, nas suas congregações
54 no Rio de Janeiro, em São Paulo e pelo correio em todo o
Brasil.

Pr. Marcos Gladstone


Pastor fundador da Igreja Cristã Contemporânea e Autor de
“A Bíblia sem preconceitos”

PROPOSTAS:
+ Compre o Livro “A Bíblia Sem Preconceitos”

+ Visite o site da Igreja Cristã Contemporânea, no Rio de


Janeiro
+ Veja onde fica e faça uma visita à Igreja Cristã
Contemporânea
+ Leia Romanos 8.38-39 na versão da Bíblia Evangélica
+ Leia Romanos 8.38-39 na versão da Bíblia Católica
55
56
57
58
Por Javier Pérez, colaborador de MSN, Actualizado:
03/04/2.010 AD

Los gays no saben luchar


Un general de la OTAN afirma que la ciudad de Srebrenica cayó porque había
gays en el ejército holandés

Uno de las mayores matanzas de los últimos años tuvo lugar durante
la guerra de Bosnia, en 1995. Más de 8.000 personas fueron
asesinadas en lo que se conoce como Masacre o Genocidio de
Srebrenica.

Pues bien, hace unos días un general de la OTAN ya retirado, John


Sheedan, encontró una causa para justificar la caída de la ciudad y
posterior limpieza étnica: había gays en el ejército holandés, que era
el encargado de proteger a la población musulmana de esta ciudad.

Según este general, el propio gobierno holandés le dijo en aquella


época que la presencia de gays en el ejército había precipitado la
matanza ya que estos soldados eran más blandos y permisivos. Para el
general, incluir a homosexuales en el ejército fue un error, y todo ello
producto de la socialización y apertura de los ejércitos europeos,
confiados de que era imposible una nueva guerra en su territorio.
59

europapress.es, Actualizado:
18/02/2010 AD
Uganda.- Un clérigo ugandés exhibe
porno gay en su iglesia para que la ley
contra la homosexualidad gane apoyo
Un clérigo ugandés ha exhibido imágenes de pornografía gay en su iglesia
ante unos 300 fieles con el objetivo de que el proyecto de ley que castiga
los actos homosexuales en Uganda gane apoyo entre la población.
"Estamos en un proceso legislativo y tenemos que concienciarnos de lo
que hacen los homosexuales", declaró el pastor Martin Ssempa al
programa 'Network Africa' de la BBC.

MADRID, 18 (EUROPA PRESS)

Un clérigo ugandés ha exhibido imágenes de pornografía gay en su


iglesia ante unos 300 fieles con el objetivo de que el proyecto de ley
que castiga los actos homosexuales en Uganda gane apoyo entre la
población. "Estamos en un proceso legislativo y tenemos que
concienciarnos de lo que hacen los homosexuales", declaró el pastor
Martin Ssempa al programa 'Network Africa' de la BBC.

Actualmente, en Uganda, la homosexualidad es ilegal y punible con


penas de cárcel. El polémico proyecto de ley, que ha recibido
numerosas críticas a nivel internacional, propone que ciertos actos
homosexuales se condenen con la pena de muerte.

Para quienes apoyan el nuevo texto, como el pastor, la ley que está
vigente es insuficiente. "En África, lo que haces en tu habitación
afecta a nuestro clan, afecta a nuestra tribu, afecta a nuestro país",
aseguró Ssempa.

Monica Mbaru, de la Comisión Internacional de los Derechos de Gays


y Lesbianas, condenó el comportamiento del clérigo, que también
pretendía liderar una manifestación en Kampala pero finalmente no
lo ha hecho por "motivos de seguridad".

"No puedes mostrar material pornográfico a tus fieles y después


querer argumentar que estás conservando la ética de la sociedad",
dijo a la BBC. "Creo que estamos hablando de alguien que necesita
60 ayuda médica", añadió.

Penitentes con cadenas en Atlixco, México

Citar

ABC.ES
E
61
Los «encadenados» de Nicaragua

Mujeres costaleras en Guatemala

Se me não engano, foi Pinheiro de Azevedo quem, em 1976, instituiu o feriado de


Sexta-Feira Santa. Penso que é um dos dias que mais fundo calam no coração dos
portugueses. Sempre me admirou o facto de, perante a imagem de Jesus crucificado
- queiramos ou não, é uma imagem de horror -, mesmo as crianças não entrarem em
sobressalto emocional negativo. A partir do que sempre lhes foi ensinado,
interiorizaram que ali está o amor. Jesus morreu como testemunha da verdade e do
amor.

Um número incontável de homens e mulheres, nos 2000 anos de cristianismo,


olharam para aquele crucificado e, no meio do seu sofrimento e angústia, nos becos
sem saída da vida, perante os horrores brutos do mundo e da existência, receberam
luz, esperança, alívio, inspiração.
62
Via Crucis en Caracas

Desgraçadamente, não foi só isso. Com Constantino, a cruz tornou-se sinal de poder
e vitória do Império. Utilizou-se a cruz de Cristo para humilhar e matar nas
Cruzadas. Na época dos Descobrimentos, a cruz acompanhou a espada nas
conquistas e destruição de civilizações inteiras. Lá estava presente nas condenações
da Inquisição. O filósofo Hans Blumenberg sugeriu que o cristianismo morreu na
Europa quando Giordano Bruno, em 1600, na iminência de ser queimado vivo,
cuspiu na cruz que o frade lhe apresentou para beijar, mas também há quem observe
- com mais razão, creio - que cuspiu para o frade, representante da Igreja
inquisitorial, e não para a cruz. Durante séculos, bispos, cardeais, papas,
escarneceram da cruz de Cristo, usando triunfalmente ao peito cruzes de ouro, com
pérolas e diamantes. E o que é mais: pregou-se que Jesus foi crucificado, porque
Deus precisava do seu sangue para aplacar a sua ira. Transformou-se assim o Deus-
amor num Deus sanguinário, vingativo, cruel e sádico. Para manter a dignidade,
perante esse Deus, só se pode ser ateu.

Em face da cruz de Cristo, é-se confrontado com o calvário do mundo. Quem crê no
destino fatal ou tem uma concepção dualista não se põe a questão com a acuidade
dramática de quem acredita no Deus transcendente, criador e bom: porque é que
Deus não impede o mal no seu horror? A História do mundo é verdadeiramente
uma ecúmena de sofrimento: assassinatos, guerras, violência, fracassos no amor e
na profissão, doenças, fome, humilhações, torturas, falta de sentido, traições..., no
fim, a morte. Também a dor dos animais. Mas sobretudo o sofrimento das crianças
e a condenação dos inocentes. Hegel referiu-se à História como um Schlachtbank:
um açougue ou matadouro.

A história da filosofia está atravessada por tentativas de teodiceia: na presença do


mal, justificar Deus racionalmente. Mas Kant referiu-se ao fracasso de todas as
tentativas de teodiceia. Onde estava Deus em Auschwitz, por exemplo, ou no Haiti,
na Madeira...? O mal aparece como "rocha do ateísmo".

Perante o mistério impenetrável de Deus e do mal, o crente cala. Como Job, na


Bíblia, tem o direito de gritar, de protestar, de revoltar-se contra um Deus que lhe
parece cruel: "Clamo por ti, e Tu não me respondes; insisto e não fazes caso.
Tornas-te cruel comigo." Mas, depois, cala-se e entrega-se confiadamente. A última
palavra ainda não foi dita e espera que pertença ao Deus da misericórdia.
Aliás, na sua última obra, Was ich glaube (A Minha Fé), resultado de uma série de
lições, aos 80 anos, na Universidade de Tubinga, a cada uma das quais assistiram
mil pessoas, pergunta o teólogo Hans Küng: "O ateísmo explica melhor o mundo?
A sua grandeza e a sua miséria? Como se também a razão descrente não
encontrasse o seu limite no sofrimento inocente, incompreensível, sem sentido!"

Também Jesus, no Gólgota, foi confrontado com o abandono dos homens e de


Deus. E, naquele abismo, gritou aquela oração que atravessa os séculos: "Meu
Deus, meu Deus, porque me abandonaste?"

Aparentemente, foi o fim. Pouco depois, os discípulos reencontraram-se a partir de


63 uma experiência avassaladora de fé: Jesus, o crucificado, não caiu no nada, mas
vive em Deus para sempre. Sem esta fé, que testemunharam até ao martírio e que
mudou a História, não haveria cristianismo.

LEITOR DN:

Tenho a firme convicção que sem S. Paulo não havia Vaticano. Hoje graças a
uma primorosa educação que os jesuítas me deram não sou nem católico nem
ateu. Não sou nada. Leio o padre Borges porque é dos poucos que na Media
tem cultura e inteligência para arquitectar Pensamento. Tirando os seus
artigos o problema religioso interessa-me tanto como a evolução da Poesia
Moderna no Darfur. Acho curiosamente interesante a posição de AB sobre o
Catolicismo. Quando o leio tenho a sensação de que está à beira do abismo. Por
um lado a Fé. Do outro o Raciocínio. Entre a Crença e a Razão será que
balança? No entanto acho-o sempre honesto no pensar. Se bem que faça contas
na base 15 e não na 10 da Aritmética Racional. Tem aqui um Amigo. Força.
Duvide.

dn.sapo.pt
publicado a 2010-04-03 às hoje
Para mais detalhes consulte:

http://dn.sapo.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=1535094&seccao=Anselm
o%20Borges&tag=Opini%E3o%20-%20Em%20Foco

Frei Bento
Domingues: A
ressurreição da
Igreja
64
religionline.blogspot.com
publicado a 2010-04-04 às hoje
Para mais detalhes consulte:

http://religionline.blogspot.com/2010/04/frei-bento-domingues-ressurreicao-
da.html

PROMO DEBATES ESCATOLÓGICOS:


Os padres continuam a não poder casar-se mas há outros interditos que
são levados menos a sério. Supra:
EXTRA DEBATES ESCATOLÓGICOS: - 1. - Debate aúdio da tsf.sapo.pt
- 2. - Debate com humor da tsf.sapo.pt

65

ORATÓRIO "PASSO A REZAR": http://www.passo-a-


rezar.net/index.php?a=uirgqjrlvjvtrsrnuqrirtqhukqjrsrvrnulrirtqhvmqjrtrk

05.ABR 06.AB 07.ABR 08.ABR 09.AB ZIP


SEGUN R QUART QUINT R FILE
DA TERÇ A A SEXT TODA
A A A
SEMAN
A

DÍZIMO, IMPOSIÇÃO OU PRIVILÉGIO? - DEBATE

O ESPAÇO DESTE BLOG E DESTA ENTRADA ESPECÍFICA É


OFERECIDO PARA A
A

66 RA A

PLASMAR O SEU MAGISTÉRIO

O SEU MAGISTÉRIO APRESENTA


E ELABORA O VERBETE INFRA:
DÍZIMO, IMPOSIÇÃO OU PRIVILÉGIO?

APRESENTAÇÃO

.Este estudo é fruto duma das minhas manias, a de


guardar certas preciosidades, documentos, revistas
jornais e outros.
Também é fruto de alguns debates mais recentes a
respeito da vida de consagração a D-us. O dízimo, tem
sofrido ataques mais recentes e questiona-se a sua
validade. É ele uma imposição ou um privilégio?
Pensando nisto, lembrei-me de que nos meus arquivos
havia algo importante sobre a matéria. Encontrei-o,
porém, não consta o seu autor original.
Após ler e relê-lo, achei que seria interessante estudá-lo
novamente, e após adaptá-lo à forma de lição, aplicá-lo à
Escola Dominical.
Que o Espírito Santo nos oriente a fim de entendermos a
importância desta doutrina através deste breve estudo.
Rev. David C. Costa
INTRODUÇÃO
Para nosso estudo, além da Bíblia que é a chave
fundamental e do referido estudo na nossa apresentação,
tomamos como auxílio as perguntas de um dos nossos
Símbolos de Fé, o Breve Catecismo de Westminster.
"Qual é o fim principal do homem?"
R: "O fim principal do homem é
glorificar a Deus, e gozá-lo para
sempre" (B.C.1).
"Que regra Deus nos deu para nos
67
dirigir na maneira de o glorificar e
gozar?"
R: "A Palavra de Deus, que se acha
nas Escrituras do Velho e do Novo
Testamentos, é a única regra para
nos dirigir na maneira de o glorificar
e gozar" (B.C.2).
"O que é pecado?"
R: "Pecado é qualquer falta de
conformidade (acordo) com a lei de
Deus, ou qualquer transgressão desta
lei" (B.C.14).
Como podemos glorificar a Deus?
Através de nossa obediência à sua Palavra. Isto envolve:
trabalho, governo, casamento, família, educação, culto,
etc.
Para glorificarmos a Deus e desfrutarmos de todas as
bênçãos que Ele nos promete, precisamos nos ater ao
caráter de continuidade da aliança, ser obedientes a todas
as suas ordenanças. Dentre elas, o dízimo que será o
assunto deste estudo.
I – O Dízimo no Antigo Testamento
Texto Áureo: Gênesis 28.22
Leitura Devocional: Malaquias 3.7-12
Para tudo Deus tem um plano. Ele teve um plano para a
criação, teve um plano para a construção da arca de Noé,
teve um plano para o tabernáculo, para a arca da aliança
e, depois, para o templo. Enfim, teve um plano para tudo
o que realizou. Deus tem um plano financeiro para o
sustento da sua obra. Esse, encontramos na sua Palavra.
Vamos, pois, examiná-lo cuidadosamente, a fim de nos
orientar na parte que nos cabe nesse plano.
Há 36 passagens na Bíblia em que se emprega a palavra
"dízimo" e varias outras que indicam a prática de
dizimar.
1.1 – O Significado do Dízimo
A palavra "dízimo" significa simplesmente "a décima parte".
O dizimo sempre está relacionado com a fé em Deus e com a
separação da décima parte dos bens ou possessões para o uso
especial, de acordo com a ordem de Deus. Eis algumas
passagens que tratam do dízimo no curso da história:
68
1. Nos Patriarcas. Embora tenhamos indícios da prática
desse ato de culto antes deles, não precisamos ir além do
patriarca Abrão (Gn 14.18-20; 28.20-22).
2. O Livro de Levítico. Esse livro fornece a base bíblica
para o culto e as condições necessárias para se cultuar.
Não escrita apenas para os dirigentes (sacerdotes), mas
também a todo os israelitas crentes, ensinava-os como
deveriam oferecer sacrifícios e como se apresentar à
presença de Deus no culto. O texto mostra-nos as
condições para a adoração e está explícita a forma de
fazê-la através dos dízimos e ofertas (Lv 27.30-32).
3. O Livro de Números. Encontramos no livro de
Números dois temas que são características do Deus da
aliança. Fala de sua fidelidade e de sua soberania. A
fidelidade do Deus da aliança é contrastada claramente
com infidelidade humana. O soberano poder de Deus
agindo na história, mostra que apesar dos obstáculos, ele
sempre conduziu seu povo à vitória. O livro mostra-nos o
progresso do povo da aliança na redenção, prenunciando
o Senhor Jesus Cristo. Mostra também ao povo como
deveriam ser cumpridos seu culto a Deus através de seus
dízimos e ofertas (Nm 18.20-32).
4. Em Deuteronômio. Deuteronômio significa "Repetição
da Lei" ou "Segunda Lei". É uma repetição da história e
da lei de Israel. Apresenta as características de um
tratado. Foi pronunciado enquanto o povo acampava nas
planícies de Moabe, lado oriental do rio Jordão, antes de
Josué assumir a liderança na conquista de Canaã. Como
parte do segundo pronunciamento de Moisés ao povo
estão claros os deveres do povo quanto à forma de
sustento da obra de Deus (Dt 12.5-14, 17-19; 14.22-29;
26.12-15).
5. No Reino de Israel. Chegamos ao período dos Reis. No
Segundo Livros das Crônicas, durante a reforma
promovida pelo rei Ezequias, encontra-se a narrativa de
suas ações a fim de regularizar a forma de contribuição,
que havia sido esquecida ou negligenciada pelo povo (II
Cr 31.2-12).
6. Nós Profetas Menores. Amós, foi escolhido por Deus
para profetizar nos dias de Uzias, rei de Judá e Jeroboão,
rei de Israel. De maneira sarcástica, Amós combate a
falta de compromisso na adoração. A falta de
compromisso só serviria para aumentar o pecado do
povo. Combate também a motivação egoísta e
desinteressada na glorificação a Deus (Am 4.4). Com o
objetivo de observar a religião, Israel ultrapassava as
69 exigências da lei.
O profeta Malaquias fez, possivelmente um
pronunciamento difícil para o homem que tem como
objetivo cumprir a ordem de Deus. Suas palavras soam
duramente em nossos tímpanos nos dias atuais. Porém,
sua aplicação não pode ser ignorada por ninguém que
realmente foi objeto da maravilhosa graça de Deus (Ml
3.8-12).
7. No período pós-exílio. Encontramos Neemias,
governador de Judá, que além de sua devoção à reforma
dos murros de Jerusalém, devotou-se também à uma
reforma religiosa. Juntamente com Esdras renovou o
compromisso da comunidade pós-exílica com o Senhor.
Travou uma luta ferrenha contra seus patrícios que
insistiam em negligenciar suas responsabilidades quanto
ao sustento daqueles que exerciam o ministério no templo
(Ne 10.35-39; 12.44-47; 13.4-12).
Deus não só criou, como também tem sustentado a sua
criação (Sl 24.1). O homem deve dominar sobre a criação
(Gn 1.26); contudo, ele não é dono dela. Ele e sempre
responsável diante de Deus por ser sua criatura, e deve
dar conta daquilo que possui (I Cr 29.14).
No passado o homem dizimava aquilo que possuía, como
por exemplo: gado, colheita da produção agrícola e etc;
Nos dias atuais o homem dizima aquilo que lhe rende um
salário; prestação de serviços, lucros que incidirem sobre
uma determinada sociedade. Tal dízimo deve incidir
sobre o salário bruto; sob o serviço que presta; sobre o
lucro que lhe pertence, e assim sucessivamente.
1.2 – O Dízimo de Abraão (Gn 14.18-20)
1.2.1. Costume. De onde e de quem teria Abraão
aprendido a dar o dizimo? Não temos qualquer resposta
na Bíblia. Todavia, parece-nos evidente que ele o fizesse
instruído por Deus, assim como agiu em relação aos
sacrifícios e demais atos de cultos por ele praticados.
A prática do dízimo é muito antiga. Isto ocorria com os
babilônios, árabes, gregos e romanos. Grocio, historiador
sagrado, diz que o dízimo era reconhecido como uma
porção devida a Deus desde as eras mais remotas.
1.2.2 – Características do dízimo de Abraão
Podemos considerar algumas características importantes
vistas na prática de dizimar de Abraão.
1. Foi voluntário. Não foi pedido por Melquisedeque, mas
oferecido espontaneamente por Abraão. Não foi exigido
70
pela lei, porque Abraão viveu 400 anos antes dela ser
dada por Moisés.
2. Reconhecimento. O fato de Abraão reconhecer a
propriedade divina sobre os seus bens levou-o a entregar
o dizimo (Gn 14.22). Enquanto o crente não se
compenetrar e compreender essa verdade, terá
dificuldade para ser fiel nas coisas de Deus.
3. Gratidão Foi um tributo de gratidão pela vitória
alcançada contra a força de outros reinos (Gn 14.20).
4. Adoração Foi entregue ao sacerdote do Deus Altíssimo,
aquele que representava o próprio Deus. Quando o
dízimo é entregue (prefiro, devolvido) em espírito de culto
e adoração a Deus, ganha um profundo significado para a
alma do adorador.
5. Bênçãos Notemos ainda que Abraão foi muito
abençoado por Deus, tanto material como
espiritualmente. Essa é a experiência através dos séculos,
daqueles que têm sido fiéis a Deus no dízimo.
Essas mesmas características podem ser vistas no caso do
dízimo dado por Jacó (Gn 28.18-22). Demonstra
claramente que Jacó havia recebido instruções
cuidadosas por parte de seus pais. Muitos cristãos
modernos se escandalizam com essa passagem. Este
"negociar com Deus" pode ofender a sensibilidade dos
cristãos modernos; mas para um povo marcado pelo
pacto, acostumado a acordos com Deus, o voto de Jacó
não representava nenhum problema.
1.3 – O Dízimo e a Lei
Algumas correntes religiosas alegam que o dízimo é da
lei. Para esses é importante lembrar que, ainda que fazia
parte da mesma, contudo, não se tratava de imposto.
Desafio-os (eu, não o autor) a provarem biblicamente a
teoria do dízimo como imposição da lei. Onde
encontramos no AT., qualquer relato do dizimo sendo
cobrado por algum coletor de imposto? Quem deixa de
pagar os impostos devidos está sujeito a cobranças
judiciais, porém, isso não ocorre em lugar algum quanto
aos dízimos. Mesmo no período da lei, o dízimo tratava-se
de um princípio e valor espiritual, um privilégio para
povo da aliança.
A esta altura, convém que examinemos, ainda que
brevemente três das principais referencias bíblicas
quanto ao dízimo no período da lei:

71 1.3.1. O dever de dizimar (Lv 27.30-32) Os judeus deviam


entregar o dízimo de tudo que a lavoura produzisse. Há
pessoas que alegam dificuldade em calcular o seu dízimo.
O judeu, no entanto, escrupulosamente separava a
décima parte do produto da terra. Quando realmente se
deseja dar ou melhor devolver o dízimo, reconhecendo
que é ordem divina, não há dificuldade em cumpri-lo. O
dízimo é santo ao Senhor, ou seja, é separado para o
Senhor. Usar aquilo que é santo sempre foi condenável e
o infrator castigado por Deus.
1.3.2. A finalidade do dízimo (Nm 18.20-32) Aqui se
esclarece a finalidade e utilidade do dízimo – o sustento
do sacerdócio. Primariamente essa é a finalidade do
dízimo. A tribo de Levi não recebeu qualquer porção da
terra, quando esta foi dividida. Deveriam ser sustentados
pelas demais tribos, para que se dedicassem, inteiramente
a ministração daquilo que é sagrado.
Outra finalidade importante no fato de dizimar, é a
beneficência (Dt 14.22-29). Ele servia para o amparo dos
necessitados: estrangeiros, órfão e viúva. Leiamos
cuidadosamente a passagem que se encontra no capítulo
26 versículos 12-15.
É importante observarmos à luz da Bíblia que o dízimo
deve ser entregue num lugar centralizado, que é a casa do
Senhor. ( Dt 12.13-14; Ml 3.10). Dentro do coração do
ofertante devia existir: fé, obediência, e obras. A fé de
Israel era algo mais que um código moral; o culto, inclui a
apresentação das ofertas – era algo inseparável das leis
que governavam as atividades dos homens. O ofertante
devia temer ao Senhor (Dt 14.23).
1.4 – O Dízimo na História de Israel
1. O termômetro espiritual.Nos tempos em que se
mantinham fiéis a Deus, os judeus também entregavam os
seus dízimos. Quando, porém, vinham períodos de pecado
e desobediência, negligenciavam o ato de adoração
retendo os dízimos. Isso também ocorre em nossos dias.
2. Amparo à casa de Deu. Nas grandes reformas do
Antigo Testamento, quando o povo se voltava para Deus
em arrependimento de pecados, traziam consigo também
um retorno à contribuição do dízimo. Na reforma
promovida pelo rei Ezequias, por exemplo, isso aconteceu
(II Cr. 29 a 30). O mesmo ocorreu na reforma feita por
Neemias (Ne 10.35-38; 13.10-13. Os levitas, nesses
períodos, como era natural, tiveram que abandonar o
ministério sagrado para ganharem seu próprio sustento.
3. Dizimo e bênçãos abundantes.O profeta Malaquias
72 condena diversos pecados e, dentre eles, a negligência do
dízimo. Desafia-os a fazerem prova de Deus nessa parte,
para experimentarem suas bênçãos abundantes (3.7-12.).
Notamos alguns fatos salientes neste texto:
a – O povo, ao invés de reconhecer as suas faltas, procura
desculpar-se. "Vos dizeis", é a expressão chave.
b – Um imperativo: "Trazei". É para todos os servos do
Senhor trazerem todo o dízimo. Ninguém fica de fora
nem mesmo os mais pobres. A ordem é para trazer "os
dízimos" à casa do tesouro, que é a casa de Deus.
Ninguém tem direito de dispor dos dízimos. Ele é de Deus
e deve ser entregue à igreja de Deus.
c – O propósito: "...para que haja mantimento na minha
casa". Para que a igreja possa realizar a sua obra como
deve, precisa dos dízimos de todos os membros. Só assim
poderá sustentar integral e dignamente o ministério, e
realizar a obra geral da igreja.
d – Promessas: "...abrir as janelas do céu" (v.10). Deus
nunca falhou em suas promessas. Faca uma experiência
com Deus em relação ao dízimo, e verá a realidade das
suas benditas promessas em sua vida. "... repreenderei o
devorador" (v.11). Por amor a seu povo, Deus não
permitiria que a praga continuasse a destruir suas
lavouras. "... chamarão bem-aventurados" (v.12).
Reconhecimento externo por parte de povos vizinhos e
também os mais distantes. Israel seria reconhecido por
todos os povos da terra como uma nação cujo de Deus é o
Senhor absoluto (Sl 33.12).
II – O Dízimo no Novo Testamento
Texto Áureo: Mt 5.17
Leitura Devocional: Lc 19.1-10
Muitas vezes se tem dito que o Antigo Testamento contem
mais ensino sobre a mordomia que o Novo Testamento e
que , para o mordomo cristão, o Antigo Testamento é um
manual mais claro que o Novo. É muito difícil sustentar
tal avaliação, especialmente se observamos as parábolas
de Jesus e seus ensinos.
Quando lemos com a devida atenção os escritos de Paulo,
não percebemos qualquer indicação quanto ao dízimo.
Vemos uma omissão curiosa e desconcertante por parte
de um homem que conhecia muito bem a lei. Contudo, é
possível afirmar que a contribuição do dízimo dentro do
NT. é algo íntegro e digno da observação por parte do
cristão do presente século. O relativo silêncio sobre o
73 tema, pode ser entendido se considerarmos que o dízimo
era algo que Jesus, Paulo e outros autores bíblicos
consideravam sua prática um fato habitual e indiscutível.
Tratava-se, portanto, de uma prática que não necessitava
ser estabelecida (Mt 23.23; Lc 11.42; 18.12; Hb 7.1-10).
Jesus falou sobre o dinheiro 90 vezes. Dos 107 versículos
do Sermão do Monte, 22 referem-se a dinheiro, e 24 das
49 parábolas de Jesus mencionam dinheiro.
1. Jesus não se opôs ao dízim (Mt 5. 17,18; 23.23).
Podemos classificar o dízimo como pertencente à lei
moral, visto que partimos do princípio de que tudo que
temos é de Deus. Ele é dono de todas as coisas. A lei
cerimonial ficou circunscrita a Israel; referia-se a
costumes, alimentação e etc. Hoje não temos nenhuma
obrigação para com essa lei. Ao devolvermos o que não
nos pertence, reconhecemos que somos propriedades do
Deus Triuno.
O Rev. Boanerges Ribeiro, no Capítulo V de seu livro
Terra da Promessa, comentando Lucas 11.42, que é
paralelo a Mateus 23.23, diz o seguinte a respeito do
ensino de Jesus Cristo a respeito do dízimo:
"Não os censura por darem dízimo, mas
por julgarem que o dízimo substitui a base
real das relações com Deus. Sem amor de
Deus o dízimo não somente é inútil, mas
pode tornar-se nocivo, criando na alma o
sentimento de suficiência e satisfação
enganosa que poderá perdê-la. É
indispensável, como ponto de partida de
nossas relações com Deus, uma
regeneração. Ninguém se iluda: o reino de
Deus não se edifica com dinheiro, mas com
pessoas. Após o novo nascimento, contudo,
não devemos deixar de dar o dízimo. É o
que Cristo diz."
2. O dízimo era uma prática generalizada Dirá alguém:
não há nenhum mandamento para dar o dízimo, no NT..
De fato , não há, nem haveria necessidade disso. Tratava-
se de uma prática generalizada. Um mandamento sobre o
dízimo seria, no dizer do povo: "chover no molhado". O
mesmo ocorre em relação à guarda do Domingo.
Na Epístola aos Hebreus 7.1-10, Melquisedeque é figura
de Cristo. Quando Abraão deu o dízimo a Melquisedeque,
estava entregando ao próprio Cristo. Jesus, pois, recebe
dízimos até hoje dos crentes fiéis, através da igreja que
Ele instituiu e incumbiu da propagação do evangelho.
74
Um outro aspecto que devemos observar dentro do NT., é
que o dízimo deve ser usado no sustento do ministério
sagrado (1 Co 9.). Paulo fala do dever que as igrejas têm
de sustentarem condignamente os seus obreiros,
missionários e ministros do evangelho. No verso 11 desse
capitulo, Paulo usa várias figuras de linguagem para
explicar esse tema. No verso 14 o apóstolo conclui: "Assim
ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho,
que vivam do evangelho"*. Trata-se de uma ordem dada
pelo próprio Cristo, cuja autoridade precisa ser
respeitada.
2.1 – A Realidade do Dízimo no Novo Testamento
Como nas outras leis do AT., o dízimo recebe na nova
dispensação maior amplitude, no princípio da mordomia
da vida e da propriedade. Esse princípio não exclui o
dízimo, porém, vai além dele, assim como o NT., sem
excluir o AT., completa-o e amplia-o.
O Dr. R. P. Shedd, comentando o texto de 2 Co 8.3,4
"Segundo o seu poder... e ainda acima do seu poder, deram
voluntariamente. Pedindo-nos, com muitos rogos, a graça e
a comunicação deste serviço...", diz o seguinte a este
respeito: "Consagração, como vemos neste trecho,
significa dar algo que nos é precioso" (negritos meu).
Concorda que não há ênfase quanto ao dízimo no NT,
porém enfatiza a responsabilidade de entregarmos tudo a
Deus que nos comprou por um preço de infinito valor,
citando 1 Co 6.19,20 que diz: "Ou não sabeis que o nosso
corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós,
proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?
Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a
Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem
a Deus."
Por isso mesmo, o que encontramos no NT., são exemplos
de contribuição que vão além do dízimo. Exemplo: Viúva
pobre (Mc 12.41-44); Zaqueu (Lc 19.8); crentes de
Jerusalém (At 2.44, 45; 4.32-37); crentes da Macedônia (2
Co 8.1-5); crentes de Corinto (1 Co 16.2).
Quem se dispuser a praticar o ensino do NT. tomará o
dízimo como simples ponto de partida, procurando
crescer na graça da contribuição, a ponto de dizer como
R. G. Le Torneau, riquíssimo e liberalíssimo industrial
crente: "A questão não é quanto de meu dinheiro devo dar
ao Senhor, mas: quanto do dinheiro do Senhor devo
guardar para mim?"*.
2.2 – Foi Jesus Dizimista?
75
O Dr. Dillard, em seu precioso livro "Mordomia Bíblica" ,
levanta esta interessante e importante pergunta*. Ele
responde a tal pergunta afirmativamente, e alinha entre
outra, as seguintes razões:
1 – Jesus foi educado num piedoso lar judeu, e os judeus
piedosos eram dizimistas.
2 – Jesus declarou que não veio revogar a lei e os profetas
(Mt 5.17). O dízimo é ensinado pela lei e pelos profetas.
3 – Jesus sempre elevou o nível moral. Leia, de novo, o
que disse Ele no Sermão do Monte sobre o adultério, o
juramento, e etc, e indague se ele ficaria satisfeito, em
matéria de contribuição , com um padrão inferior ao
dízimo.
4 – Os inimigos de Jesus tentaram convencê-lo de que
estava violando a lei por exemplo, no caso da observância
do Sábado. Não será estranho que eles nunca o tivessem
acusado de violar a lei do dízimo, se ele não o praticasse?
CONCLUSÃO
Não há uma distinção essencial entre o dízimo do Antigo e
do Novo Testamento. No primeiro, era parte da aliança,
para o povo que a ela pertencia e envolvia compromisso,
era princípio e valor espiritual, um privilégio concedido
ao povo da aliança, jamais uma imposição. No Novo
Testamento, não é diferente. Cada participante da Igreja
de Cristo tem um compromisso assumido através dos
votos Sagrados feitos diante de Deus perante a sua igreja.
No AT., o dízimo era regido pela lei, observando o
princípio de culto, e reconhecimento da soberania de
Deus, no NT., é impulsionado pelo amor, pela devoção e
desejo sincero da prática de culto e obediência aos
princípios da aliança.
O dízimo, tanto no Antigo como no Novo Testamento é
uma doutrina clara e explícita. Não se trata de uma
imposição da lei e sim um privilégio para o crente. Não se
pode admitir a idéia de que está implícito no aparente
silêncio do Novo Testamento a revogação desta santa
doutrina. Não é inteligente trocarmos o explícito pelo
implícito, trocar o certo pelo duvidoso.
Portanto, quando se considera o caráter contínuo da
aliança, não é possível que uma pessoa verdadeiramente
regenerada, convertida, justificada e adotada como
família da aliança, não se sinta movida à uma verdadeira
adoração ao autor, provedor e sustentador da aliança:
"Porque dele, e por ele, e para ele são todas as coisas;
76 glória, pois, a ele eternamente. Amém!" (Rm 11.36).
Todos os direitos reservados a ipcb.org.br

Fonte:
http://www.ipcb.org.br/artigodavi1.html

UM COMPLEMENTO:
http://cid-
8902b842ad144fb2.skydrive.live.com/browse.aspx/D%c3%8dZIMO?
nl=1&uc=1&isFromRichUpload=1
UM CONTRADITÓRIO [TAMBÉM VERBETE SOBRE O
SHABBAT (SÁBADO) - SÓ PARA JUDEUS E JUDEUS
CONVERTIDOS AO CRISTIANISMO/CRISTÃOS
MESSIÂNICOS]:
http://www.scribd.com/doc/21247301/O-SHABBAT-DIZIMO-A-
RAZAO-PORQUE-ESTAMOS-AQUI

O poeta António Barahona explica as razões porque trocou a fé católica e se


converteu ao islamismo

FONTE:
christocentric.com
77

RÁDIO AEP:

http://www.radiotransmundial.org/

BLOG RECOMENDADO POR AEP:

http://ovelhaperdida.wordpress.com/

http://www.ipcb.org.br/
http://www.ipcb.org.br/artigos.html
http://www.ipcb.org.br/materias.html

http://www.ipcb.org.br/jornal/2007_II_abr.mai.jun.
pdf

78

Conforme o Magistério do Venerável Shaikh Abd al-Wahid Yahya (René Guénon,


de quem somos discípulo, por via familiar, mediante a baraka recebida de Sua
Eminência Pir-e-Tariqat Hazrat Allama Syed Muhammad Jilani Ashraf
Kachhochhavi), a palavra conversão pode encarar-se em dois sentidos totalmente
diferentes: o aristocrático (em termos de nobreza de espírito) e o vulgar.

O primeiro sentido fá-la corresponder à palavra grega metanoia, que exprime uma
mudança de sentimento e de critério, ou, como disse A.K.Coomaraswamy, uma
metamorfose intelectual. Esta transformação interior, tal como indica, por outro
lado, a etimologia da palavra latina cum-vertere, implica simultaneamente uma
reunião, ou concentração das faculdades do ser, e uma espécie de reviravolta que
conduz o pensamento humano ao entendimento divino.

Metanoia, ou conversão, consiste, portanto, na passagem consciente da mente


individual, presa das coisas sensíveis, ao estado em que esta se identifica a uma
comunidade e ao movimento do cosmos, que liberta do mundo e nos deixa à solta,
no meio do mundo, recluso da certeza absoluta da unidade incondicionada de Deus,
em todos os seus aspectos, como no Hinduísmo (Sanátana-Dharma), e
manifestações nos Profetas, Mensageiros e Santos, fundadores de orientações
espirituais, contraditórias entre si na aparência, mas todas interiormente unânimes
quanto ao essencial oculto, só em parte desvendável mercê da hermenêutica
profética, aplicada ao estudo das Sagradas Escrituras, desde os Vêdas até ao
Alcorão revelado a Muhammad (que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele).

Pelo contrário, o sentido vulgar da palavra conversão, designa apenas a passagem


exterior de uma forma tradicional a uma outra, quaisquer que sejam as razões que a
determinem, na maioria das vezes fortuitas e que nada têm a ver com a pura
espiritualidade. E apesar de acontecerem conversões espontâneas, pelo menos no
comportamento, estas resultam quase sempre do proselitismo, e todas as objecções
que se possa formular contra o valor deste ajustam-se também aos seus resultados;
em suma, aquele que converte e o convertido demonstram, nas suas atitudes, a
estreiteza do horizonte intelectual, que os caracteriza, limitado pelo exoterismo,
salvante se o convertido era antes ateu ou agnóstico. Em tal caso, mais vale a crença
parcial, que poderá, aprofundada pelo estudo, conduzir à totalidade da fé.

Mas os que, por razões de ordem esotérica, cientes da identidade fundamental de


todas as tradições religiosas, adoptam uma forma tradicional diversa da forma em
que nasceram, porque esta lhes dificultava, ou não lhes proporcionava nenhuma
possibilidade de iniciação (devido a extrema decadência, refiro-me à Igreja
Católica, infestada de feminismo e superstições científicas), e também porque a
forma adoptada lhes fornece até no exoterismo, uma base mais apropriada à sua
79 natureza e, por consequência, mais favorável ao desenvolvimento do trabalho
espiritual, põem em prática uma profissão de fé iniciática, que em nada se
assemelha, nem de perto nem de longe, à conversão vulgar, e contra a qual todos os
argumentos dos exoteristas se revelam nulos, porque se trata de um domínio,
situado à margem da sua competência, no contexto islâmico denominado Sufismo.

O Fiel do Amor, ou Aspirante a Sufi (numa sociedade laica e predominantemente


ateia, em que a religião perdeu o prestígio e a força, tornando Deus cada vez mais
inverosímil), deve revoltar--se, com insolência, em incessante peregrinação e
Grande Guerra Santa, interiorizando a unidade do universo concebido pelo Divino
Intelecto, universo em que ele nasce com um destino eterno e significativo, se
triunfar e consciência do espírito.

Deus transmitiu à Sua criação um desígnio misterioso, uma finalidade, em que o


homem participa ao sintonizar a sua sensibilidade com a harmonia da música do
cosmos, só comparável à voz humana quando recita a palavra divina em Sânscrito,
Hebraico ou Árabe, ou a palavra inspirada em Grego, Siríaco, Copta, Eslavo antigo
ou Latim.

A analogia poética e a analogia mística (ou melhor iniciática) transgridem as leis da


dedução a fim de que o nosso espírito apreenda a interdependência de duas
realidades distantes e situadas em planos heterogéneos, entre as quais o
funcionamento lógico da mente, além de não lançar nenhuma ponte, opõe-se a que
qualquer ponte seja lançada.

A analogia poética iguala a analogia mística (a sua ilusória diferença, encarada


como verídica, figura, por exemplo, o recuo adversativo do mentor do Surrealismo,
André Breton, perante a lição de René Guénon) e pressupõe absolutamente, através
da trama do mundo visível, o Invisível, que tende, em constantes ritmos diversos, a
manifestar-se nos rituais das liturgias e litanias de todas as religiões, na poesia, na
caligrafia e em todas as artes.

A analogia poética é religiosa no seu desenvolvimento imparável, porque, de facto,


só a religião (e por excelência o Islame) no segredo gnóstico e esotérico, garante ao
poeta a total liberdade de submissão voluntária, indispensável aos saltos sucessivos
que propõe e executa sem rede e ritualmente obsessivo.
Avaliada nos seus efeitos, a analogia poética, tal como a analogia mística, milita a
favor de um mundo ramificado em várias vergônteas, mas cada uma ciosa da sua
peculiar identidade sonora: mundo todo percorrido pela mesma seiva de som, pois
que se constitui da mesma árvore genealógica do espírito; por isso, a analogia
poética, mantendo-se, embora, no campo sensível, e até sensual, faz lembrar, com
muita frequência, a palavra de Deus.

A essência da poesia evidencia-se, por conseguinte, anagógica e a sua prática, de


escrita ou de leitura, uma disciplina de ascese, a que se mistura prazer, através do
som, em variações infinitas, até ao silêncio final, que fala mais alto, nas pausas do
Sagrado Alcorão.
80
Lisboa, 26 de Rabi-ul-Awwal de 1431

12 de Março de 2010

António Barahona

(Muhammad Abdur Rashid Ashraf)

Fonte: aieu.expresso.pt

Publicado:

às 8:44 Sexta-feira, 2 de Abril de 2010


Autoria:
por Cândida Santos Silva (www.expresso.pt)

http://aeiou.expresso.pt/barahona-explica-a-sua-conversao-ao-islamismo=f574070

PROMO
DEBATES ESCATOLÓGICOS
HOMILIAS/PREGAÇÕES:
Fonte 1:
http://www.igrejadapraia.com/homilia
Fontes 2:
APRESENTA

81

A Cabeça do Eleitor

Aproveito a oportunidade para escrever uma coluna na qual iremos sondar o âmago
do eleitorado. Como eu já havia antecipado no texto "Políticos em cana", o cidadão
escolhe os seus candidatos muito mais com o fígado do que com a cabeça.
Experimentos realizados nos EUA mostraram que, com base em rápidos
questionários sobre como uma pessoa se sente em relação a certos temas (quase um
teste de personalidade), é possível prever com 80% de precisão como ela
responderá a perguntas que envolvam fatos bastante específicos, incluindo o voto.

Numa simplificação grosseira, cada um de nós provavelmente já "definiu" em quem


vai votar se existisse eleições, ainda que talvez não saiba disso. A crer no modelo
que está sendo desenvolvido por neurocientistas, a escolha é, na maioria dos casos,
feita com base nas emoções positivas ou negativas que cada um dos postulantes e
seus partidos (e eventualmente também suas ideias) despertam em nós. É só "a
posteriori" que providenciamos uma argumentação racional para justificar a
decisão.

Dois livros lançados nos EUA traçam um panorama bastante amplo da questão. O
mais antigo deles é "The Political Brain" (o cérebro político), de 2007, de Drew
Westen, hoje na Universidade Emory, no qual o autor dedica 500 páginas a
recapitular experimentos que esmiúçam o comportamento previsivelmente
irracional do eleitorado e a mostrar as estratégias que costuma dar certo em
campanhas --pelo menos nas norte-americanas.

No outro, "The Political Mind" (a mente política), de 2008, o linguista e cientista


cognitivo George Lakoff usa 300 páginas para explicar por que os cérebros de
conservadores e progressistas funcionam de forma diferente (e inconciliável).
Sempre polêmico e grandiloquente, Lakoff, hoje na Universidade da Califórnia em
Berkeley, aproveita o livro para advogar pela fundação de um 'novo iluminismo', no
qual a razão deixaria de ser idealizada como uma máquina de calcular objetiva e
desapaixonada e passaria a ser considerada como o que de fato é: um processo bem
menos razoável, no qual 98% das "decisões" ocorrem inconscientemente e sob
influência de emoções que nem sequer desconfiamos possuir.

Perpetrei uma pequena matéria (disponível para assinantes do UOL e da Folha)


comentando ambas as obras que foi publicada no último dia 22 na edição impressa
da Folha de S.Paulo.
82 Tanto para Westen como para Lakoff, o cérebro político pensa em termos de
"frames" (enquadramentos) e metáforas. E a capacidade dos neurônios de se
conectar em redes que podem ser ativadas por contiguidade semântica faz com que
as palavras escolhidas tenham o dom de comunicar sentimentos. Uma palavra de
fortes conotações negativas como "terror" invariavelmente nos desperta sensações
desagradáveis as quais, mesmo que não nos demos conta, influenciam nossas
decisões. É o que os psicólogos cognitivos chamam de "priming". Uma tentativa
bastante canhestra de usar isso em campanha eleitoral no Brasil ocorreu no célebre
caso em que a atriz Regina Duarte foi à TV para dizer que tinha "medo" de Lula.
Não colou.

Especialmente para Lakoff, metáforas são muito mais que um recurso linguístico
para explicar ideias. Elas são a própria matéria-prima do pensamento e têm
existência física no cérebro. Pares de ideias frequentemente disparadas juntas
acabam se consolidando numa rede neuronal que se torna mais forte à medida em
que vai sendo mais utilizada.

Sempre que uma conexão é ativada, ela inibe o acionamento de redes alternativas
que possam existir. Uma implicação interessante é que o viés do militante em favor
de seu partido não é necessariamente mau-caratismo. Ele de fato percebe o mundo
de forma menos objetiva. (Na verdade, há experimentos sugestivos de que o eleitor
ativa seu centro de recompensa sempre que deixa de "perceber" um fato
desfavorável a seu candidato, num mecanismo de reforço não muito diferente do de
viciados em drogas).

Assim, sem nos dar conta, à medida que o político e seu marqueteiro vão nos
fazendo pensar dentro dos "frames" por eles escolhidos, estão de algum modo
sequestrando nossos sentimentos em favor de sua causa. Daí decorre que os
embates políticos não se resolvem tanto no plano das propostas e ideias, mas
principalmente das narrativas --que são basicamente metáforas com um conteúdo
moral-- que partidos e postulantes escolhem para contar suas histórias e transmitir
seus valores. Idealmente, devem constituir uma história fácil de contar e de recontar
e que fale diretamente ao cérebro emocional do eleitor.

Um exercício divertido é tentar aplicar esse esquema ao atual quadro brasileiro e


tentar avaliar quem dispõe dos melhores elementos para compor uma narrativa. A
de Lula é obviamente imbatível: o filho de "analfabetos" que veio num pau de arara
do Nordeste para São Paulo, onde comeu o pão que o diabo amassou, acabou, após
quatro tentativas, sendo eleito presidente e uma vez lá, sem esquecer os pobres,
"deu um jeito" no Brasil.

O único problema é que Lula não é candidato. O PT vem de Dilma e o fato de ela
ter Lula a seu lado é uma tremenda de uma vantagem, mas não garantia de sucesso.
A narrativa de Lula é pessoal demais para ser "emprestada" a terceiros e não se
confunde com a do PT. Pelo contrário. Embora o PT fosse até 2005 o único dos
grandes partidos políticos brasileiros com uma narrativa digna desse nome, a
legenda foi severamente ferida no escândalo do mensalão. Forçado ao discurso do
"todos faziam", o PT, que se inventara como partido da ética, já não pode nem
cobrar seus adversários por malfeitorias.
83 Quanto à própria Dilma, ela até que começa bem, podendo vender a história de que
combateu ativamente a ditadura militar. O problema é que nos anos que se seguiram
ela foi apenas uma tecnocrata, posição difícil de "vender", por mais competente que
ela tenha sido. A imagem de Lula é poderosa, mas ninguém qual nível de milagre é
capaz de operar.

José Serra, embora tenha uma biografia repleta de cargos eletivos a apresentar,
parece refugar em fazê-lo. Posso estar viajando, mas minha sensação é a de ele tem
tanto medo de perder eleitores que reluta em assumir uma narrativa. Tem pavor de
aparecer ao lado de FHC, vergonha de pertencer ao PSDB, partido que também não
encontra um discurso. Para Westen, uma boa narrativa precisa necessariamente
enfurecer uns 30% do eleitorado, que é a parcela da população que jamais
concordaria com as ideias do candidato e nunca votaria nele.

Em termos pessoais, Marina Silva tem potencialmente uma excelente narrativa para
trabalhar. Bem parecida com a de Lula, aliás: a garota pobre que foi ela própria
analfabeta até os 15 anos, mas estudou (aqui ela supera o presidente), converteu-se
à causa planetária, tornou-se senadora, ministra, rompeu com o PT e agora disputa a
Presidência para "salvar" o Brasil e o mundo.

A boa história, entretanto, esbarra na falta de estrutura do PV (partido que está mais
para um PMDB com verniz ambiental do que para o Grüne Partei alemão) e num
certo oportunismo eleitoral que, se é compreensível para quem corre como terceira
força, faz com que soem falsas algumas das recentes opções da senadora. Penso
especificamente em seu flerte com a economia de mercado.

Paremos por aqui com essas livres especulações e voltemos a assuntos sérios. Na
verdade, um assunto até um pouco sombrio. Se esse modelo neurocientífico do
voto, que está recebendo cada vez mais atenção da academia nos EUA, é exato e o
voto não é o resultado de cuidadosa e ponderada análise racional por parte do
eleitor, a democracia representativa ainda faz sentido?

Em outras palavras, num quadro em que as decisões dos eleitores são


principalmente fruto de uma combinação de propaganda subliminar com estímulos
consolidados ao longo dos primeiros anos de vida, faz sentido determinar o destino
da nação através do voto?

A resposta é afirmativa tanto para Westen como para Lakoff. Antes de mais nada,
nem todo mundo é um militante radical e nem todas as questões debatidas são
politicamente explosivas. Um número significativo de pessoas não é tão veemente
em suas convicções políticas e adota visões de mundo ora conservadoras, ora
progressistas dependendo do assunto. É em geral esse contingente que acaba
definindo o resultado de eleições. Não deixa de ser uma virtude da democracia que
os destinos de um país sejam definidos pelos 20% mais "moderados".

Outro ponto é que, embora seja difícil contornar conexões neuronais já


consolidadas, não é impossível. Discursos que ofereçam "frames" alternativos e
explicitem os processos mentais em operação podem levar o eleitor a mudar de
ideia, constituindo uma forma legítima de persuasão política.
84 Apesar de as democracias modernas terem sido concebidas por filósofos iluministas
que as moldaram segundo uma concepção de razão que hoje sabemos ser inexata, o
fato é que há mais de 200 anos elas vêm se mostrando um sistema bastante
funcional, capaz na maioria das vezes de autocorrigir-se. Por essa visão, teria razão
Winston Churchill, para quem a democracia, apesar de inúmeras falhas, é o menos
pior dos sistemas políticos que experimentamos até aqui.

Embora eu não discorde das conclusões, permito-me atirar um grão de sal nos
pressupostos que levaram até elas. O fato de a razão iluminista como apresentada
pelos filósofos do século 18 não estar no comando de nossas mentes não significa
que ela não exista, assim como o fato de não pautarmos todas as nossas decisões
pela lógica não significa que a lógica não exista.

O que torna a razão interessante é o fato de que todo ser humano que não tenha um
déficit neurológico é em maior ou menor grau sensível a ela. Atender a seus apelos
pode ser um processo difícil, que fracassa em 80% dos casos, mas, ainda assim, é a
única linguagem comum a toda a humanidade.

Hélio Schwartsman, 43 anos, é articulista da Folha. Bacharel em filosofia,


publicou "Aquilae Titicans - O Segredo de Avicena - Uma Aventura no
Afeganistão" em 2001. Escreve para a Folha Online às quintas.

 E-mail: helio@uol.com.br
 Leia as colunas anteriores
 Leia as colunas publicadas na Folha

1.folha.uol.com.br

Publicado a 2010-04-01 às 16:01

Para mais detalhes consulte:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/helioschwartsman/ult510u714690.shtm
l
Frei Bento Domingues: "Evangelho e Cultura na Semana Santa"; Escola
Dominical Reformada

Texto do religioso católico liberal Bento Domingues no jornal "Público" de


hoje.

85

religionline.blogspot.com
publicado a 2010-03-28 às 16:01
Para mais detalhes consulte:

http://religionline.blogspot.com/2010/03/bento-domingues-
evangelho-e-cultura-na.html

ZIP 01.A
FIL BR
SU QUI
E FONTE:
ND NT
TOD
AY A http://www.passo-a-
AA 31.
SC MA 02. rezar.net/index.php?a=uirgqjrlvjvtr
SE srnuqrirtqhukqjrsrvrnulrirtqhvmqjrt
MA
29.M
HO R
QU
AB rk
NA AR OL ART
SEG NE A
R
FONTE CULTURAL:
UND
XT:
A
30.M
SE http://www.passo-a-
rezar.net/músicas da semana
AR XT
TER
ÇA A
ESCOLA
DOMINICAL REFORMADA

http://www3.mackenzie.br/editora/i
86 ndex.php/cr/issue/archive

http://monergismo.com/

http://www.monergismo.net.br/

A hebefilia homossexual ou pedofilia na Igreja Católica de rito latino, por


Anselmo Borges
Textos de referência sobre o escândalo da pedofilia

87

Sobre o escândalo da pedofilia tem havido um pouco de tudo, dos textos mais
sensacionalistas aos mais sensatos. Daqui a uns tempos, dará uma boa tese ver
como a imprensa portuguesa lidou com o caso. Entretanto, recolho aqui o texto de
José Manuel Fernandes, que está entre os segundos.

O anterior director do "Público" faz referência a um texto de António Marujo que


pode ser lido aqui. Ou aqui, se o sítio do "Público" já não o permitir.

Já agora, parecem-me pertinentes o texto de George Weigel, aqui, e uma resposta a


"The New York Times", aqui, que como é sabido tem liderado a contestação a
Bento XVI neste dossiê.

Haja tempo para ler tudo. E ponderar.

Citar

Na semana passada, fui abordado por vários jornalistas sobre a calamidade


dos padres pedófilos. Que achava? A resposta saía espontânea: "Uma
vergonha." Aliás, no sábado, apareceu, finalmente, a Carta do Papa, na qual
manifestava isso mesmo: "vergonha", "remorso", partilha no "pavor e
sensação de traição".

O pior, no meio deste imenso escândalo, foi a muralha de silêncio, erguida por
quem tinha a obrigação primeira de defender as vítimas. Afinal, apenas
deslocavam os abusadores, que, noutros lugares, continuavam a tragédia.

Há na Igreja uma pecha: o importante é que se não saiba, para evitar o


escândalo. Ela tem, aliás, raízes estruturais: o sistema eclesiástico, clerical e
hierárquico, acabou por criar a imagem de que os hierarcas teriam maior
proximidade de Deus e do sagrado, de tal modo que ficavam acima de toda a
suspeita. Mas, deste modo, aconteceu o pior: esqueceu-se as vítimas - no caso,
crianças e adolescentes, remetidos para o silêncio e sem defesa.

Neste sentido, o Papa dirige-se criticamente aos bispos: "Foram cometidos


sérios erros no tratamento das acusações", que minaram "seriamente a vossa
88 credibilidade e eficiência". Por isso, "só uma acção decidida levada em frente
com honestidade e transparência poderá restabelecer o respeito em relação à
Igreja". Mas, aqui, há quem pergunte se não foram ignoradas as
responsabilidades do Vaticano nestes erros e silêncios.

É sabido que infelizmente a Igreja Católica não tem o monopólio da pedofilia,


que passa por muitas outras instituições: religiosas, civis e militares - há dados
que mostram que a maior parte dos casos acontece nos ambientes familiares -,
e é decisivo que todos assumam as suas responsabilidades, pois não é bom
bater a culpa própria no peito dos outros. Mas é natural que o que se passou
no seio da Igreja seja mais chocante, já que se confiava mais nela.

Até há pouco tempo, a Igreja pensou que era a guardiã da moral e queria
impor os seus preceitos a todos, servindo-se inclusivamente do braço secular,
ao mesmo tempo que se julgava imune à crítica. Recentemente, a opinião
pública começou a pronunciar-se também sobre o que se passa na Igreja, pois
todos têm o direito de debater o que pertence à humanidade comum. Há quem
diga que, no caso, se trata de revanchismo. A Igreja tem dificuldade em lidar
com a nova situação, mas, de qualquer modo, tendo sido tão moralista no
domínio sexual, tem agora de confrontar-se com este tsunami, que exige uma
verdadeira conversão e até refundação, no sentido de voltar ao fundamento,
que é o Evangelho.

As vítimas precisam de apoio e de reparação, na medida do possível. Esse


apoio não pode ser só financeiro. Note-se que já se gastaram em indemnizações
milhares de milhões de euros, sendo certo que os fiéis não pensariam que todo
esse dinheiro havia de ter, infelizmente, este destino. Assim, até por isso, a
Igreja precisa de reparar os males feitos e de uma nova atenção para que esta
situação desgraçada nunca mais se repita, o que implica, por exemplo, uma
atenção renovada no recrutamento de novos padres.

Os abusadores precisam igualmente de apoio, também psicológico, e de


compreensão. Deve, no entanto, vedar-se-lhes o exercício do ministério e, uma
vez que se está ao mesmo tempo em presença de um pecado e de um crime,
deverão pedir perdão, reconciliar-se com Deus e colaborar com a Justiça dos
Estados.

Não se pode estabelecer uma relação inequívoca de causalidade entre celibato e


pedofilia, até porque há também muitos casados, até pais, que abusam
sexualmente de menores. Mas também não se poderá desvincular totalmente
celibato obrigatório e pedofilia, sobretudo quando, para chegar a padre, se foi
educado desde criança ou adolescente num internato, aumentando o risco de
uma sexualidade imatura.

Em todo o caso, será necessário pensar na rápida revogação da lei do celibato.


Aliás, a Igreja não pode impor como lei o que Jesus entregou à liberdade.
Enquanto se mantiver o celibato como lei, a Igreja continuará debaixo do fogo
da suspeita.

dn.sapo.pt
89 publicado a 2010-03-27 às 16:45
Para mais detalhes consulte:
http://dn.sapo.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=1529412&seccao=A
nselmo%20Borges&tag=Opini%E3o%20-%20Em%20Foco

[Dentro do contexto: A revista


norte-
americana National Catholic Reporter,
em editorial publicado sexta no seu site,
considera que o papa Bento XVI
deveria explicar-se e esclarecer todas as
dúvidas relativamente ao seu papel no
lidar, enquanto responsável da Igreja,
com casos de pedofilia de membros do
clero.

"Circunstâncias extraordinárias requerem respostas


extraordinárias"

"O Santo Padre deve responder


directamente, num forum credível, a
questões acerca do papel que
desempenhou como arcebispo de
Munique (1977-82), como prefeito da
Congregação para a Doutrina da Fé
(1982-2005) e como papa (desde 2005
90 até ao presente) na (má) gestão da crise
sobre abusos sexuais de clérigos",
escreve o editorial.
O pedido é feito - acrescenta a posição -
"não primariamente enquanto
jornalistas que procuram a notícia,
mas como católicos que entendem que
circunstâncias extraordinárias
requerem respostas extraordinárias".
Esta tomada de posição activa e
preocupada segue-se a notícias dos
últimos dois dias do diário americano
The New York Times,

segundo as quais indiciadoras de que o papa dificilmente poderia não ter sido
minimamente informado da gravidade de alguns casos, quer nos Estados
Unidos da América (enquanto prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé)
quer antes, na Alemanha (enquanto arcebispo de Munique).

Recorde-se que o Vaticano reagiu a estas notícias considerando-as


mais uma etapa de "ataque ignóbil" à figura do papa.
91
''Ha habido fallos de la jerarquía con
la pederastia'':
http://www.cadenaser.com/sociedad/audios/ha-habido-fallos-jerarquia-

pederastia/csrcsrpor/20100328csrcsrsoc_3/Aes/ ]

EXTRA DEBATES ESCATOLÓGICOS: 2.010 AD-02-17 O inferno existe? -


Debate da tsf.sapo.pt

"Os pecados da Igreja indignam o


mundo"
Fonte: publico.pt


02.04.2010 18:16

O cardeal-patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, lamentou "os pecados da


Igreja" Católica, considerando que "indignam o mundo e ofuscam a imagem
do reino de Deus".



Padre compara ataques à Igreja ao pior do anti-semitismo
 Vítimas de abusos nos EUA querem sentar Papa no banco dos réus
 Análise de António Marujo - A maior crise da Igreja Católica em 100
anos
92

A Igreja católica enfrenta os seus demónios

O Vaticano reconhece a existência do Diabo nas suas fileiras. E


prepara o seu exército para contra-atacar a presença do mal

João Loes e Rodrigo Cardoso | IstoÉ

A igreja católica enfrenta os seus demónios: o repórter João Lóes comenta a matéria de capa da IstoÉ desta semana, sobre a presença do Maligno e do mal no
Vaticano

Clique aqui para ler dois exemplos de fórmulas de oração


usadas nas cerimónias de exorcismo
93

O exorcista-chefe do Vaticano, Gabriele Amorth, espantou o mundo na semana


passada ao declarar, alto e bom som, que “o demônio está à solta no Vaticano”. A
justificativa para tal desabafo, que macula a residência oficial dos católicos com a
fumaça do diabo, foram os inúmeros e incômodos casos de pedofilia envolvendo
religiosos e o atentado ao papa Bento XVI no Natal do ano passado. Casos recentes
não faltam para sustentar a indigesta frase do padre Amorth, que já tem 85 anos e
dedicou os últimos 25 à realização de 70 mil rituais de expulsão do diabo do corpo
de fiéis atormentados. Na Alemanha, por exemplo, surgiram denúncias de abusos
feitos contra meninos dentro do milenar coral Regensburger Domspatzen,
administrado até 1994 pelo irmão do papa, Georg Ratzinger. No Chile, um padre
espanhol da Congregação de Clérigos de São Viator foi preso com 400 horas de
vídeos que continham pornografia infantil, boa parte produzida pelo próprio
sacerdote. Já no Brasil, dois monsenhores e um padre da cidade de Arapiraca,
Alagoas, foram acusados de abusar sexualmente de seus coroinhas. “Quando se fala
de Satanás dentro do Vaticano, é de casos como esses que está se falando”, reitera o
exorcista. Para Amorth, o diabo existe, não é uma entidade subjetiva ou simbólica, e
precisa ser enfrentado. E o que poderia ser tratado como um arroubo medieval em
outras épocas hoje ganha força considerável com um lobby de peso: o do próprio
papa Bento XVI, que acredita no demônio e defende a volta dos rituais de
exorcismo.
94

“Quando se fala na fumaça de Satanás no Vaticano, é de


casos de pedofilia e violência na Igreja que está se falando”
Padre Gabriele Amorth, exorcista-chefe do Vaticano

O sumo pontífice quer criar um exército de sacerdotes exterminadores de demônios


pelo mundo, mas tem uma tarefa árdua pela frente. Tanto o diabo quanto os
exorcistas estão fora de moda pelo menos desde o século XX. Até mesmo entre os
católicos, leigos e religiosos, que consideram muito caricata e teatral a figura
demoníaca e preferem subjetivar o mal, deixando-o, assim, mais palatável para o
racionalismo vigente. Com o advento da psiquiatria e os avanços da medicina,
muito do que se atribuía ao diabo passou a ser explicado e remediado pela ciência.
Desvios como os dos padres do coral Regensburger Domspatzen e dos brasileiros
de Arapiraca ganharam nome de sintomas psiquiátricos. Até quem se diz possuído
pelo demônio já tem diagnóstico reconhecido pela quarta edição do manual de
diagnóstico e estatística das perturbações mentais, publicado em 1994 – a pessoa
seria vítima de um “Transtorno Dissociativo Sem Outra Especificação”. A Satanás,
cuja própria existência foi colocada em dúvida, sobrou o papel de representação
simbólica do mal. Enquanto isso, o ofício de exorcista, em baixa, parou de atrair
seminaristas. Com o tempo, um corpo de religiosos majoritariamente ignorante no
assunto se estabeleceu na hierarquia clerical. “A quase totalidade do episcopado
católico nunca fez exorcismos nem assistiu a um ritual”, acusa o padre Amorth.
Também boa parte dos bispos, responsáveis pela investidura do cargo de exorcista
oficial a um dos sacerdotes de suas dioceses, abandonou a obrigação. Muitos não
acreditam sequer na existência do demônio.
95
96

Bento XVI começou a tentar reverter esse quadro a partir de 2005. Mas daí a mudar
a Igreja, que é um dos organismos mais burocráticos e avessos à transformação que
existem, há um longo caminho. Em seus discursos e documentos, constam
referências diretas a uma série de pilares teóricos do catolicismo que ele pretende
retomar. Entre eles está, por exemplo, o reconhecimento da existência do demônio
como um espírito do mal que se manifesta de forma objetiva nas atitudes dos
homens. E se as ondas dessas orientações teóricas demoram para reverberar sobre a
pesada estrutura clerical, nas costas dos fiéis elas parecem ter chegado com a força
de um tsunami. “Temos visto um aumento na procura por exorcismos. As pessoas
estão claramente mais sensíveis à influência do diabo”, afirma Ana Flora Anderson,
socióloga e biblista vinculada à Cúria Metropolitana de São Paulo. A tese é apoiada
pelo frei italiano Elias Vella, autor de “O Diabo e o Exorcismo” (Editora Palavra &
Prece). Ele reconhece que, entre os anos 1970 e 1990, houve uma calmaria nos
casos de possessão. “Hoje, os problemas demoníacos voltaram com força”, disse à
ISTOÉ o religioso, que também foi exorcista. A igreja agora corre para suprir a
crescente demanda, em meio a uma grave crise de vocações e uma diminuição do
número de padres no mundo.
97

“A Igreja precisa se organizar para capacitar seus padres e fiscalizar melhor


quem faz exorcismos”
Padre Gabriele Nanni, exorcista oficial da Diocese de Roma, que dá cursos para outros
sacerdotes pelo mundo

Um retrato do descompasso que há hoje entre as necessidades dos fiéis e o


despreparo do clero está sintetizado no livro “The Rite” (“O Rito”, em tradução
livre), lançado em 2009 pelo jornalista americano Matt Baglio. Repórter free lancer
na Itália, ele resolveu acompanhar um padre dos Estados Unidos durante um curso
para formar exorcistas ministrado pela prestigiada Pontifícia Universidade Regina
Apostolorum, em Roma, vinculada ao Vaticano. “Achei estranho existir um
programa de estudos como esse em pleno século XXI”, afirma. “Mas considerei
ainda mais espantoso descobrir que muitos dos padres que estavam lá não tinham
ideia do que era o demônio e como se fazia um exorcismo.” Baglio lembra ainda
que os calouros se diziam marginalizados pela comunidade religiosa de onde
vieram por manifestar interesse por assunto tão controverso.

O autor de “The Rite” levantou até números sobre a atividade dos exorcistas no
continente americano para confirmar a tese de como o ritual está relegado. Segundo
Baglio, deveria haver pelo menos 200 exorcistas ativos nas Américas do Norte,
Central e do Sul. Mas em 2009 esse número não passava de 15. “Sei que mais de
95% dos supostos casos de possessão que chegam aos padres acabam
diagnosticados como desvio psiquiátrico. Mas e o resto, como fica?”, questiona. O
americano acompanhou 18 exorcismos genuínos na Itália e é taxativo ao afirmar
que, em alguns casos, a única solução é o ritual católico. “São pessoas que sofrem
demais, ninguém sabe por que, e buscam atenção religiosa”, diz. Segundo o
jornalista, boa parte dos rituais dura entre 30 minutos e 40 minutos, para não
esgotar o possuído. Mas houve casos testemunhados por ele que renderam três
horas de luta com o diabo. “É física e mentalmente exaustivo para todos os
envolvidos”, admite.

98

Padre Gabriele Amorth, ponta de lança do movimento que defende a existência


concreta do diabo e a importância do retorno dos exorcismos, já está aposentado da
prática dos rituais. O único exorcista oficial em atividade na Diocese de Roma
atualmente é o sacerdote italiano Gabriele Nanni, que reforça a tese de seu
antecessor. “Ele está bem velhinho, mas suas palavras são valiosíssimas, dada a
riqueza das experiências que teve com o diabo nas décadas em que serviu como
exorcista oficial do Vaticano”, afirma. Nanni, por sua vez, se tornou exorcista
oficial da Diocese de Roma em 2000 e, de cara, acumulou a função de professor da
Pontifícia Universidade Regina Apostolorum. Entre 2000 e 2005 fez uma média de
dois exorcismos por semana – ao menos 520, todos com reconhecimento oficial.
Hoje, divide seu tempo entre as aulas na universidade e os cursos que ministra no
exterior. Desde 2006, por exemplo, visita a Cidade do México pelo menos uma vez
por ano para treinar sacerdotes locais no ritual. Mas isso não os exime da
necessidade da autorização do bispo para execução de um exorcismo. “A demanda
está aumentando e a Igreja precisa se organizar para capacitar seus padres e
fiscalizar melhor quem faz o rito sem autorização”, alerta. A parte que cabe a ele
tem sido feita. Nanni visitou vários países a convite das dioceses locais para
ministrar o curso. A Igreja Católica perdeu outro célebre exorcista oficial, o
arcebispo de Lusaka Emmanuel Milingo, excomungado depois de casar com uma
coreana.

99

TRADIÇÃO
Bento XVI é fiel ao catolicismo medieval, com demônio, pecado e fidelidade à liturgia

Ainda vai demorar para que a legião de expulsores do mal almejada pela Santa Sé
se forme. Alguns especialistas atribuem essa carência à debandada de fiéis para
algumas igrejas evangélicas, que enxotam demônios por atacado. Enquanto isso, o
católico convicto se vira como pode. Se os exorcistas treinados por vaticanistas e
aprovados por bispos não vêm, alguns sacerdotes católicos têm atendido aos
pedidos dos numerosos fiéis que imploram pelo alívio de uma despossessão. Padre
Nelson Rabelo, 89 anos, é um deles. Há 22 anos ele administra a Igreja Sant‟Ana,
uma bela construção do século XVIII encravada no centro do Rio de Janeiro. Lá,
depois da missa das 8h30 das sextas-feiras e sábados, faz orações de cura e
libertação. “Vez ou outra há pessoas que gritam, se retorcem, choram e desmaiam”,
explica (leia quadro com os sinais de possessão na página 90). Essas são levadas a
uma sala onde a manifestação recebe tratamento. Para confirmar se é um caso de
possessão, o sacerdote faz várias perguntas. Questiona quantos demônios estão no
corpo, indaga seus nomes, a que vieram e que tipo de mal esperam fazer. Algumas
vezes, ouve ameaças. “A pessoa fica fora de si. Não é ela quem fala, mas o diabo”,
explica. À medida que o exorcismo se desenrola, os malignos vão saindo aos
poucos, um por um. “Uma vez encontrei Lúcifer numa menina de 15 anos. Ele se
apresentou e disse que de nada adiantaria a minha ação. Mas, no fim, teve que sair”,
conta, com ar vitorioso. Segundo os especialistas, a maioria dos possuídos pelo
diabo é formada por púberes do sexo feminino, personalidades muito suscetíveis.
Tocadas pelo trabalho do sacerdote do Rio, duas devotas, a advogada Ana Claudia
Cavalcante e Zulmira Maria de Rezende, escreveram o livro “Padre Nelson, o
Enviado de Deus” (Editora UniverCidade). “Ele trata todas as pessoas igualmente
sem receber um centavo”, diz Ana Claudia. A advogada conta que nos exorcismos
conduzidos pelo padre, e presenciados por ela, as pessoas possessas reviravam os
olhos, arqueavam as mãos e se arrastavam pelo chão. “Mas não ouvi mudança de
tom de voz, como normalmente se vê nos filmes.” Uma vez, o próprio demônio
denunciou o objeto da casa que havia contaminado para impedir a cura da vítima: o
colchão. De outra feita, a mulher possuída foi ao banheiro e se autoflagelou, ficando
completamente ensanguentada. Houve também o episódio em que um jovem ficou
nervoso ao receber a bênção de padre Nelson e passou a espancar todos à sua volta.
100 Foi exorcizado e hoje frequenta as sessões de oração.

LIBERTAÇÃO
O ex-arcebispo de Lusaka (Zâmbia) Emmanuel Milingo pratica exorcismo na Itália

Apesar de reconhecer a boa vontade de trabalhos como o de padre Nelson, a Igreja


oficialmente não os aprova. “Quem exorciza sem autorização do bispo já começa
errado”, sentencia dom Hugo Cavalcante, presidente da Sociedade Brasileira de
Canonistas e porta-voz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Ele
explica que o diabo é aquele que semeia, entre outras coisas, a desobediência. E não
há desobediência maior, no rito do exorcismo, do que fazê-lo sem autorização
superior. “O exorcista deve ser um homem virtuoso e extremamente culto, senão o
diabo, que é muito esperto, pode enganá-lo”, explica Cavalcante. A opinião é
compartilhada pelo teólogo Fernando Altemeyer, da Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo (PUC-SP). “Tem que ter malandragem para lidar com o
demônio”, afirma. Hoje, a Igreja não habilita aspirantes a exorcistas com menos de
35 anos, doutorado em teologia e conhecimento impecável da “Bíblia” (leia quadro
na página 90). São exigências criadas para evitar não só diagnósticos de possessão
errados, mas também rituais de exorcismo incompletos. “Tem demônio que finge
que saiu do corpo para depois voltar com ainda mais força”, alerta Altemeyer.

Mas como reconhecer Satanás? A cultura popular costuma descrevê-lo como um ser
101 animalesco, feio, com rabo e chifres, cheirando a enxofre e com a pele
avermelhada. Para os estudiosos, essa representação surgiu no Oriente, berço da
religião católica, onde o bode, que reúne as características físicas que hoje
atribuímos ao diabo, tinha função expiatória. Naquela época, quando alguma
suspeita de feitiço pairava sobre a comunidade, um bode era solto no deserto para
vagar até a morte. Nada mais natural, portanto, que a cultura que criou esse ritual
tenha atribuído características físicas semelhantes à do animal em questão ao
demônio. “Mas ele é puro espírito e não existe de forma material”, afirma
Cavalcante, da CNBB.

“A pessoa fica fora de si. Não é ela quem fala, mas o demônio”
Padre Nelson Rabelo, 89 anos, exorcista e pároco da Igreja Sant’Ana, no Rio de Janeiro

A origem do diabo não está na “Bíblia”, mas foi delineada através dos tempos por
teóricos da fé. A história conta que, antes de criar o cosmo, Deus fez os anjos. Só
então ele partiu para forjar o mundo material. Alguns anjos, porém, como puros
espíritos, se opuseram à criação desse universo material, naturalmente imperfeito e
aparentemente desnecessário para seres como eles, espirituais. Alheio às vontades
dos anjos, Deus não só criou o cosmo como foi além e fez o homem à sua imagem e
semelhança. Foi a gota d‟água para a oposição se revoltar. A rebelião, sob a
liderança do anjo Lúcifer, foi repreendida por Deus, que enviou os caídos ao
inferno. De lá, porém, como demônios, eles passaram a influenciar os seres
humanos. São milhões os malignos circulando pela terra, segundo a tradição
católica. “Mas somos nós que deixamos as portas abertas para eles entrarem”,
explica Altemeyer, da PUC-SP.

A relação homem e demônio é longa, segundo a tradição cristã. Desde os primeiros


seres humanos a habitar a Terra. Agraciados com uma vida sem dor e preocupação
no paraíso, Adão e Eva cederam às tentações da serpente – uma representação do
diabo – e comeram o fruto da árvore proibida. Ambos acabaram expulsos do
paraíso e marcaram o início da história humana. Outro marco importante na
trajetória do demônio na terra é a chegada de Jesus Cristo. Ela crava a vitória divina
e humana sobre o demônio, mas não o extingue. Mesmo subjugado e sem poder
diante da força de Deus, ele ainda tem influência sobre o homem. Para quem se
102 deixou levar pela tentação do demônio e se vê possuído por ele, criou-se o
exorcismo. “Jesus e seus apóstolos, bem como todos os cristãos primitivos, foram
exorcistas”, conta frei Elias Vella. “Era um sinal de fé”, diz.
103

Os exorcistas contemporâneos parecem trabalhar como no princípio do catolicismo


– perseguidos, com muitas dificuldades e temerosos quanto ao futuro de seu ofício.
“Meus colegas sacerdotes falam que não expulso demônio nenhum”, conta o padre
paulista Cleodon Amaral de Lima, que pratica exorcismo há 25 anos sem
investidura (leia boxe na página 92). Padre Nelson, do Rio de Janeiro, também
conhece as dificuldades do exorcista contemporâneo. “Poucos bispos aceitam nosso
trabalho”, diz o religioso, que foi expulso de duas dioceses em Minas Gerais antes
de ser acolhido no Rio de Janeiro. “Quando eu parar com os rituais aqui na igreja,
eles acabam.” Cabe ao Vaticano impedir que isso aconteça.
Colaborou Francisco Alves Filho

istoe.com.br
publicado a 2010-03-19 às 21:00
Para mais detalhes consulte:

http://www.istoe.com.br/reportagens/58820_A+IGREJA+ENFRENTA+SEUS+DE
MONIOS+PARTE+1

http://www.istoe.com.br/reportagens/58824_A+IGREJA+ENFRENTA+SEUS+DE
MONIOS+PARTE+2

Fórmula depreciativa e Fórmula imperativa


Leia abaixo dois exemplos de orações usados nas cerimônias de
exorcismo

Exemplo da Fórmula Depreciativa

Ó D-us, criados e defensor do género humano,


olhai para este vosso servo
que criastes à vossa imagem
e chamais para o convívio da sua glória.
O antigo inimigo o tortura terrivelmente,
com crueldade o oprime
e ferozmente o conturba.
Enviai-lhe o vosso Espírito Santo
para que o fortifique na luta,
ensine a suplicar na tribulação
e o defenda com sua poderosa proteção.

Atendei, ó Pai santo,


o gemido da Igreja suplicante.
Não permitais que o vosso filho
104 seja possuído pelo Pai da mentira
e que vosso servo,
remido pelo preço do sangue de Cristo,
esteja preso nas garras do Diabo;
não deixeis que o templo do vosso Espírito
seja habitado por um espírito imundo.

Atendei, ó D-us de misericórdia,


as preces da Bem-aventurada Virgem Maria,
cujo Filho, morrendo na cruz,
esmagou a cabeça da antiga serpente
e confiou todos os seres humanos
à sua Mãe como filhos e filhas.
Brilhe neste vosso servo
a luz da verdade,
entre nele a alegria da Paz
e o possua o Espírito da santidade
que, morando nele,
lhe restitua a serenidade e a pureza de coração.

Atendei, ó S-nhor,
a súplica de São Miguel Arcanjo
e de todos os Anjos que vos servem.
Ó D-us das forças celestes,
repeli a violência do Diabo;
ó D-us da verdade e do perdão,
afastai suas ciladas enganadoras;
ó D-us da liberdade e da graça,
desatai as correntes da maldade.
S-nhor D-us,
Que, no vosso amor de Pai,
salvastes a humanidade,
atendei a oração
dos vossos Apóstolos Pedro e Paulo
e de todos os Santos,
pois, pela vossa graça,
eles venceram o Maligno.
Livrai este vosso servo
de toda força hostil
e guardai-o ileso,
para que, tendo retornado
à serenidade e à comunhão convosco,
vos ame de todo o coração e vos sirva por suas obras,
vos glorifique com louvores e exalte com a vida.

Por Cristo, nosso Senhor.


Amém

Exemplo da Fórmula Imperativa


105
Eu te esconjuro,
Satanás, enganador do género humano.
Reconhece a justiça e a bondade de D-us Pai,
que condenou a tua soberba e inveja
com justo juízo.
Afasta-te deste servo de D-us,
que o S-nhor criou à Sua imagem,
agraciou com seus benefícios
e, em sua bondade, adotou como filho.

Eu te esconjuro,
Satanás, príncipe deste mundo.
Reconhece o poder e a força de Jesus Cristo,
que te venceu no deserto,
te superou no horto,
e te despojou na cruz;
e, ressurgindo do sepulcro,
transferiu teus troféus para o reino da luz.
Retira-te desta criatura,
que, ao nascer, Jesus Cristo fez seu irmão
e, ao morrer, o conquistou com seu sangue.

Eu te esconjuro,
Satanás, enganador do género humano.
Reconhece o Espírito da verdade e da graça,
que repele as tuas ciladas
e confunde as tuas mentiras.
Sai desta criatura de D-us,
que ele marcou com um sigilo divino;
afasta-te deste homem,
a quem D-us tornou templo santo
por uma unção espiritual.

Afasta-te, pois, Satanás,


em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo;
afasta-te pela fé e pela oração da Igreja;
afasta-te pelo sinal da santa cruz
de nosso Senhor, Jesus Cristo,
que vive e reina para sempre.

Amém.

Fonte: Ritual de Exorcismo e Outras Súplicas, Ed. Paulus / Rituale Romanum

istoe.com.br
publicado a 2010-03-19 às 21:00
Para mais detalhes consulte:

http://www.istoe.com.br/reportagens/58894_FORMULA+DEPRECIATIVA+E+FO
106 RMULA+IMPERATIVA

EXTRA com humor: "Conversa com D-us" com BRUNO NOGUEIRA em


tsf.sapo.pt

Você também pode gostar