Você está na página 1de 11

Apostila sobre a injetora Rutil

A injeção é um método eficaz e muito utilizado para fabricação de componentes


plásticos e elastômeros.

Essa apostila vai proporcionar uma visão geral sobre o processo de injeção, o
funcionamento da injetora vertical e seus ciclos, com suas particularidades.

O que é a injeção?

Injeção é o processo de compactação de um material numa cavidade fechada por um


ou mais canais.

No nosso caso, trabalhamos com injeção direta de materiais pastosos. Os exemplos


mais conhecidos são os plásticos e a borracha.

Como funciona o processo de injeção?

Na injeção, sempre existem o êmbolo, que nada mais é quem empurra o material, a
câmera, onde o material permanece antes da injeção, e a cavidade, que é o local onde
o material é empurrado.

O processo é simples. O material entra na câmera levado por algum dispositivo, por
exemplo, uma rosca sem fim. Lá, ele entra em contato com uma temperatura maior
do que a do ambiente, para tornar-se pastoso e facilitar seu escoamento. Quando
existe uma quantidade controlada de material, o êmbolo empurra este contra a
cavidade, fazendo com que o material seja moldado.
Vulcanização na injeção.

Um dos grandes segredos da injeção é o aquecimento que acontece antes da


moldagem do material. Isso ocasiona uma aceleração no processo químico da
borracha, fazendo com que a vulcanização seja mais rápida do que nas prensas
hidráulicas. Portanto, muitos valores de variáveis que pertencem à prensa não são
possíveis de serem usados na injetora.

Conhecendo a máquina.

Existem diversos tipos de injetora atualmente, tais como a injetora vertical (que é a
mais usada e igual a que nós temos na fábrica), a horizontal (muito utilizada no ramo
plástico), com molde giratório, entre muitas.
As máquinas injetoras são classificadas pela sua quantidade de volume de injeção (ou
seja, a quantidade de borracha que se pode injetar em um ciclo) e pelas pressões de
injeção e de bloqueio.

A nossa Rutil tem uma capacidade de injeção de 1000 cm3. Como a densidade da
borracha é de aproximadamente 1.2, temos que multiplicar o volume pela densidade
para obtermos a massa:

m=dxv

m: massa em grama (g)

D: densidade em gramas por litro (g/l)

V: volume em centímetros cúbicos (cm3)

Portanto, ela pode injetar a quantidade de 1 200 gramas, o mesmo que 1,2 quilos de
borracha.

A pressão máxima de injeção é de 2000 kg/cm2 (aproximadamente 190 BAR), tem uma
força de fechamento de 300 toneladas, os platôs medem 500 x 650 mm, gasta
aproximadamente 48 KW e pesa nove toneladas.

A máquina e suas partes


A Rutil pode ser dividida em algumas partes:

Cabeçote de
Trafila Painel
injeção elétrico

Mesa do molde

Painel de comando da máquina

O painel elétrico é o lugar onde está o controle da máquina. Nele, você encontra o
botão liga-desliga, o botão de emergência, o botão para liberar alarmes, o botão de
preparo de molde, os botões de aquecimento e a programação de horário (é possível
programar o horário de aquecimento das partes da máquina).

Emergência
Aquecimento e
programação

Liga-Desliga
Liberar
Montagem de alarmes
molde
A trafila é uma rosca sem fim que leva a borracha cortada em tira ate a câmera, que
está pré-aquecida.

Suporte para
borracha

Entrada da trafila

O painel de comando é onde se encontra todos os botões para que a pessoa realize as
funções na máquina.

Emergência Dosagem/Injeção Ajuste de Libera


molde fotocélula

Extrator Rechupe Abertura/ Manual


superior Fechamento / Auto

Extrator Movimentação
Bloqueio
Inferior do Platô
Obs: A movimentação do platô só é realizada quando o botão é selecionado em
conjunto com outro botão na parte inferior do painel (comando bi-manual).

Começando

Para começar a trabalhar com a máquina, é necessário ligar a chave geral, verificar se
todos os botões de emergência estão desacionados, girar o seletor liga-desliga para
posição liga, ligar o botão do computador, localizado abaixo da tela da máquina, e
esperar aparecer a seguinte imagem:

Escolha de
idioma

Usuário e senha

Após colocar o usuário e a senha, as próximas telas terão essa interface:

Menu de
navegação
Para chegar à tela acima, selecione a opção menu inserção dados.

Essa é a tela de programação dos parâmetros da máquina. Nela estão todas as


interfaces do computador com a máquina.

Temperatura

Apertando a tecla F3 ou selecionando com a seta no campo Temperatura, irá abrir a


seguinte tela:

Temperatura Temperatura
solicitada real

Para mudar a temperatura desejada, selecione o campo do platô desejado e coloque o


valor certo.

Nunca se esqueça de mudar os valores da parte interna e da parte externa do platô,


senão haverá variação de temperatura e de processo.

Para voltar ao menu principal, aperte F2.

Parâmetros de injeção

Apertando a tecla F4 ou selecionando com a seta no campo Parâmetros Injeção, irá


abrir a seguinte tela:
Vel. Trafila

A injeção da Rutil tem 2 velocidades e 4 pressões diferentes. Ainda existem as pós-


pressões, que chamamos de pressão de recalque. Estes parâmetros fazem grande
diferença no processo, e são de fundamental importância tanto para o funcionamento
da máquina quanto para sua vida útil.

Os parâmetros ser colocados numa escala decrescente, sendo a primeira velocidade


sempre maior ou igual à primeira, idem com as pressões. Para explicar isso, temos que
lembrar com funciona a injeção.

Quando a injeção começa, o pistão deve vencer o atrito do material com a câmera e a
força que a borracha gera contra o movimento do cabeçote (que é máxima, já que a
câmera está cheia). Depois que o pistão já está em movimento, o volume de massa vai
diminuindo, conseqüentemente, o atrito diminui e a força contra da borracha
também.

Se a velocidade e as pressões não mudarem, o pistão vai aumentando a velocidade de


injeção até chegar ao final, fazendo com que o material não tenha uma boa
compressão e que o processo seja falho, havendo falha de preenchimento de material
na peça, além de bolhas e peças queimadas (já que o atrito da borracha vai ser tão
grande que pode vulcanizar a borracha antes mesmo de moldar a peça).

A velocidade da trafila deve ser regulada de acordo com a dureza e a viscosidade da


borracha. Quanto menos dureza e mais viscoso, menor a deverá ser a rotação,
justamente para não quebrar a tira ou a rosca não conseguir puxar a massa
corretamente.

Abertura e fechamento

Apertando a tecla F6 ou selecionando com a seta no campo Parâmetros Fecho, irá


abrir a seguinte tela:
Cota F

Desenho
de cotas Leitura

Nessa tela, pode-se mudar os parâmetros de velocidade e pressão da subida e descida


da mesa.

O campo de leitura mostra qual a posição da mesa em relação ao desenho de cotas.


Isso é muito importante, pois existe um detalhe que precisa de atenção: quando o
platô está fechado, antes do bloqueio, a leitura tem que tem um valor menor do que a
cota F. Se o valor for maior, o comando da máquina não libera o bloqueio, e a máquina
desliga por segurança.

Tempos

Apertando a tecla F7 ou selecionando com a seta no campo Inserção Tempos, irá abrir
a seguinte tela:
Qtde. Degasagens

Nessa tela, é possível mudar todos os tempos de trabalho do ciclo da máquina. Desde
o tempo de vulcanização, de espera para abertura da máquina depois de terminado o
ciclo, até os tempos de degasagens.

A quantidade de degasagem pode ser modificada (até ao máximo de 3), dependendo


do processo da peça.

O que é degasagem?

Degasagem é o desbloqueio junto com uma ligeira abertura do molde, para haver a
liberação dos gases que se formam no processo de vulcanização da peça.

O que deve ser visto para parametrizar corretamente este processo são dois fatores: o
tamanho da peça e sua construção no molde.

Quanto maior for a peça e mais difícil a liberação dos gases, maior deve ser o tempo
de degasagem. Mas, deve-se atentar ao limite máximo de tempo, para não haver má
deformação da peça (pois não vai haver a compressão da peça); a solução para isso é
fazer 2 degasagens, com tempos reduzidos (entre 1 e 2,5 segundos).

Dados do pedido

Apertando a tecla F8 ou selecionando com a seta no campo Dados Pedido, irá abrir a
seguinte tela:
Qtde. de
peças do
pedido

Contagem

Essa tela mostra a contagem da quantidade de peças produzidas e a quantidade do


pedido. A contagem é automática, sendo necessário somente a substituição da
quantidade total de peças do pedido no campo Número de Peças a Produzir.

Você também pode gostar