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SEGUNDA-FEIRA
– Rectidão de intenção.
Devemos ter consciência de que há ambientes em que, vez por outra, nos
olharão com reservas por não entenderem um comportamento cristão nem
muitas das amáveis exigências da doutrina de Cristo. Teremos então de imitar
o Senhor e aqueles que lhe foram fiéis, e estar dispostos a dar a própria vida
por Ele, se for necessário, vivendo serenamente o ideal cristão até as suas
últimas consequências. Seria, sem dúvida, mais cómodo adaptar-nos a essas
situações e estilos de vida paganizados, mas nesse caso já não poderíamos
dizer que queremos ser discípulos fiéis de Cristo. Essas situações, em que
deveremos lançar mão de toda a nossa firmeza de carácter e de toda a
fortaleza na fé, podem ocorrer na Universidade, no trabalho, no lugar em que
passamos uns dias de descanso com a família, etc.
II. ÀS VEZES, parece de “bom tom” falar com frieza das grandes verdades
da vida, ou então silenciá-las por completo. E chega-se a chamar fanático
àquele que fala com entusiasmo de uma causa nobre – defesa da vida
humana desde o momento da concepção, liberdade de ensino... – ou
desqualificam-se com diversos adjectivos aqueles que têm convicções
profundas sobre a vida e o seu destino final.
Sem destemperos, que são alheios ao exemplo amável que Jesus Cristo
nos deixou, procuraremos ter, com a ajuda da graça, uma vida cheia de
convicções cristãs profundas e firmes. Sabemos bem, por exemplo, que a
indiferença perante as maravilhas de Deus é um grande mal, consequência
da tibieza ou de uma fé morta ou adormecida, por muito que a queiramos
disfarçar de “objectividade”.
Por outro lado, o cristão recebeu pelo Baptismo a graça que salva e dá
sentido ao seu caminhar terreno. Em face de um bem tão excelente, é lógico
que esteja alegre e que procure comunicar a sua felicidade às pessoas que
tem a seu lado, através de um apostolado incessante.
Jesus sempre fez o bem. Eu vos pergunto, dizia certa vez a uns escribas e
fariseus que o observavam: É lícito fazer o bem ou fazer o mal? E a seguir
curou o doente da mão seca. Devemos fazer o bem em todos os ambientes,
difundir neles a alegria de termos conhecido o Senhor. Sentimos a
necessidade de atrair almas para a Verdade, para o amor, para Cristo. “E isto
se chama, em correcto vernáculo, proselitismo. Aqui se observa também a
manipulação das palavras. O termo “proselitismo” foi tingido por alguns com
as cores do interesse egoísta, da utilização de meios pouco honestos para
fascinar, coagir ou arregimentar enganosamente os incautos. Tal atitude
merece séria condenação; mas o que é condenável é o proselitismo sectário,
enganador, mercenário, esse que se aproveita da ignorância alheia, da sua
miséria material e da sua solidão afectiva. Mas hão de os cristãos renunciar
por esse motivo à fecundidade apostólica e à fraternidade comunicativa do
proselitismo genuíno?”5
“Se souberes falar sem ferir, sem ofender, mesmo que devas corrigir ou
repreender, os corações não se fecharão. De outro modo, as tuas palavras
esbarrarão contra um muro maciço, a tua semente não cairá em terra fértil,
mas à beira da estrada [...] da indiferença ou da falta de confiança, ou na
pedra [...] de um espírito mal disposto, ou entre os espinhos [...] de um
coração ferido, ressentido, cheio de rancor.
(1) Cfr. At 6, 8-15; (2) Conferência Episcopal Espanhola, Testigo de Dios vivo, 28-VI-1985, n.
64, d; (3) Mt 10, 32; (4) Cura d’Ars, Sermão sobre as tentações; (5) C. Lopez Pardo, em Rev.
Palabra, n. 245; (6) São Josemaría Escrivá, Sulco, n. 954; (7) Sl 118; (8) S. Canals,
Reflexões espirituais, pág. 56-57; (9) São Josemaría Escrivá, Sulco, n. 232.