Você está na página 1de 2

http://paredespsvencera.blogspot.

com/

JORNAIS LOCAIS “ESCONDEM” AS CONTAS DA CÂMARA


O DEVER DE INFORMAR … VISTO E PRATICADO NO INTERIOR DO PAÍS

Dos representantes do povo nos diversos órgãos do poder local espera-se, entre outras
coisas, que divulguem as posições que assumem em seu nome.
Para concretizar essa exigência, os eleitos locais necessitam de uma comunicação
social empenhada em realizar o papel que lhe está reservado, legal e
constitucionalmente, que é o de levar à comunidade, a informação que ela necessita.
Temos, sobre essa questão, o entendimento de que a comunicação social tem, ou
deveria ter, com os destinatários da informação, um compromisso. Esse, sustenta-se
na missão dos jornalistas, que é o de capacitar os cidadãos de que o jornalismo livre é
considerado condição fundamental para a realização da democracia.
Esse papel, para quem desconhece (ou o esquece deliberadamente), conforma-se na
liberdade de imprensa e concretiza-se quando, como se refere no seu quadro
deontológico, assume que seu dever abrange o direito de informar, de se informar e
de ser informado, sem impedimentos nem discriminações.
O que observamos em Paredes? A negação desses princípios, especialmente no que
toca a direitos dos leitores. E, para que não venham acusar-nos de sectarismo, de
perseguição aos jornais locais (quando o nosso papel, dirão, deveria ser o de combater
politicamente os outros partidos) deixamos aqui alguns exemplos muito recentes e
elucidativos.
Os vereadores do PS têm tido a preocupação de, após a realização das reuniões de
câmara, tornar públicas - através de Notas Informativas - as posições que assumem,
bem como transmitir a sua visão do que ali se passa e que, pelo menos uma vez por
mês, está vedado ao conhecimento e observação do público e da comunicação social.
O que faz a generalidade dos jornais locais? Pura e simplesmente… Ignora.
Diz um conhecido mestre da comunicação que “Jornalismo existe precisamente para
desmontar factos e mensagens, contextualizá-los e revelar o que nos assuntos
públicos é ocultado por conveniência”.
Mas, não é só. Há quinze dias atrás realizou-se uma reunião de câmara para
aprovação de Contas, aberta ao público e à comunicação social. Dos três jornais
locais, apenas um fez notícia de tão relevante facto para a vida da comunidade.
Apesar de ter sido reunião aberta, fizemos a habitual Nota Informativa. O
comportamento foi o mesmo. Nada vezes nada para informar os leitores e o público
em geral!
Ora, se quem manda nas empresas de comunicação tiver como primeiro e único
objectivo a actividade comercial (sabemos bem e, por isso, compreendemos que essa
seja uma questão essencial para a sua sobrevivência económica e financeira) e só
depois de assegurado esse objectivo se puder dar ao “luxo” de afrontar aqueles de
que depende, dificilmente teremos uma imprensa livre e uma circulação de
informação conforme com os princípios e valores dos regimes democráticos.
Em Paredes, por razões que todos conhecemos, sempre se assistiu a um jornalismo
onde se passeiam os poderosos - os que assumem de forma antidemocrática o poder
de que foram investidos - como se de uma galeria se tratasse. Tudo lhes é permitido.
Enquanto houver órgãos de comunicação social submetidos aos interesses dos
poderosos, escamoteando e ocultando informação por mera conveniência,
dificilmente conseguiremos eliminar a “asfixia democrática” que se vive no concelho
de Paredes.

Você também pode gostar