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Direito Administrativo

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CONCEITO

SUBJETIVO, FORMAL OU ORGÂNICO:


Agentes, órgãos e entidades públicas que desempenham atividade administrativa;

OBJETIVO, MATERIAL OU FUNCIONAL:


Atividade administrativa desempenhada pelos “sujeitos” acima.

FORMAS DE ATUAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CENTRALIZADA:

Entidade da Administração Direta atuando por meio de seus órgãos e agentes (Envolve 1 pessoa jurídica);

DESCENTRALIZADA:

Entidade da Administração Direta, necessitando de outra pessoa 1 para desempenhar parcela de suas atividades.
(Envolve sempre 2 Pessoas Jurídicas pelo menos).

Administração Direta
União Federal
Estados Membros
Distrito Federal
Municípios
Personalidade Jurídica de Direito Público
Regime diferente do seguido por particulares
Administrativo
Regime Jurídico
Público
Princípio da supremacia do interesse público sobre o particular.
Ex.: Desapropriação (prerrogativa dada aos representantes)
Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público.
Ex.: Concurso Público, Licitações (restrição dada aos representantes)
Possui Capacidade Administrativa (capacidade de gerenciar seus
próprios quadros e administrar sua estrutura)
Possui Capacidade Política (Capacidade de elaborar leis) → também
chamado de “entes políticos”.
Administração Indireta
Fundações
Autarquias
Empresas Públicas
Sociedades de Economia Mista

Personalidade Jurídica de Direito Público e Privado


Regime misto ou não
Possui Capacidade Administrativa (capacidade de gerenciar seus
próprios quadros e administrar sua estrutura)

1
Pode ser da Administração Indireta ou Particular. (Distribuição Externa).

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DESCENTRALIZAÇÃO

POR OUTORGA:
Vínculo estabelecido por lei (Envolvendo Administração Indireta):
Ex. de Descentralização por Outorga:

União → INSS → Seguridade Social.

POR DELEGAÇÃO:
Vínculo estabelecido por Contrato Administrativo (via de regra) e excepcionalmente por Ato Administrativo
(Envolvendo Particular).
Ex. de Descentralização por Delegação:

INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO

O Administrador não pode “abrir mão” / dispor do interesse público;


O Administrador exerce função pública em nome e no interesse do povo – razão que justifica o fato de dispor
do interesse público;
O Administrador não pode causar entraves para a futura Administração – o mecanismo existente para controle
é a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) – LC 101/00.
O direito não é do administrador;
O Administrador não pode causar obstáculos para a futura Administração
Ex. de violação: dispensa / inexigibilidade irregular ou indevida de Licitação. Contratação sem prévio concurso
público.

PRINCÍPIOS MÍNIMOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO


CF/88 – Art. 37, caput e EC – 19/1998.

CF – Art. 5º II. Art. 37 e Art. 150;


Pressuposto para o Estado de direito;
Legalidade para o Particular ≠ legalidade para Adm. Pública:

Legalidade para o Particular Legalidade para a Administração Pública


Tudo que não for proibido é permitido Só é permitido o previsto em Lei
Critério de não contradição da lei Critério da Subordinação

Ex.: o Administrador não pode criar uma nova modalidade licitatória ou mesmo combinar duas já existentes.
Princípio da legalidade

TEORIA DO DESVIO DE FINALIDADE

Não é defeito de competência  Pressupõe que o agente seja competente.


Se o agente era incompetente o ato já é nulo não sendo necessário discutir a intenção.
TEORIA OBJETIVA DO DESVIO DE FINALIDADE

Teoria Somente
Somente Intenção Viciada não
Intenção Viciada não
Teoria Objetiva
Objetiva do
do Relaciona-se
Relaciona-se com
com é suficiente para
é suficiente para caracterizar
caracterizar
Desvio de Finalidade
Desvio de Finalidade Comportamento
Comportamento && Conduta.
Conduta. tal Desvio.
tal Desvio.

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Assim sendo tem-se duas variáveis para caracterização do Desvio de Finalidade. A primeira (intenção viciada) sendo
condição necessária, porem não é suficiente. Já a presença da segunda (violação do interesse público) é que
determina, garante o Desvio de Finalidade:

Violação
Desvio de Intenção do
Finalidade viciada Interesse
publico

Ex.:
Não é nula a multa de trânsito praticada por perseguição pessoal, se realmente a infração ocorreu.

O QUE É TRESDESTINAÇÃO LÍCITA?

R.: É um desvio de finalidade autorizado pelo Direito.


Ex.: Se um imóvel é desapropriado para uma “finalidade 1”, esta não ocorre, mas outra “finalidade 2” – atendendo
ainda o interesse público – não ocorre o desvio da mesma.

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PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO

São limites à atuação da Administração. É importante lembrar que o Direito Administrativo não é codificado, já que
todos os entes federativos legislam sobre o mesmo. Sem contar que seria extremamente não-prático manter
atualizado um código cuja tipificação mudasse constantemente como é o caso do Direito Administrativo.

Como o Direito Administrativo não é codificado cabe a seus princípios a responsabilidade de dar unidade a esse
ramo:

O Direito Administrativo possui dois princípios que são tão importantes que foram considerados como Supra
princípios. São eles:

Supremacia do Estão acima do Interesse


Interesse Público Particular.
Supra Princípios
Indisponibilidade do Os Agentes não são donos
interesse Publico (*) do Interesse Publico.

(*) A Lei 8987/95, Art. 23-A – Autoriza a arbitragem nos contratos de concessão. Isso é uma restrição à
Indisponibilidade do interesse público, já que se coloca a decisão nas mãos de um árbitro.
“Art. 23-A. O contrato de concessão poderá prever o emprego de mecanismos privados para resolução de disputas
decorrentes ou relacionadas ao contrato, inclusive a arbitragem, a ser realizada no Brasil e em língua portuguesa,
nos termos da Lei no 9.307, de 23 de setembro de 1996. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)” (grifo meu).

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO ADMINISTRATIVO

Estão presentes na Constituição Federal, mais precisamente no Art. 37 “caput”:

“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte:  (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)” (grifo meu).

Legalidade
L
Impresoalidade
I Princípio da Celeridade Processual
Moralidade
CE
M + Princípio da Participação
PA
Publicidade
P
Eficiência
E

Lei 9784/99 - Lei do Processo Administrativo – Art. 2º, parágrafo único, Contém todas as definições do L.I.M.P.E:

Legalidade: É o dever de atuação conforme a Lei e o Direito.

Lei + Direito = Bloco da Legalidade. = Lei ordinária + lei complementar + Medida Provisória + Tratados e Convenções
Internacionais + Atos Normativos (Ex.: Decreto) + Constituição Federal.

Segundo a Doutrina: A Administração só pode práticas condutas que a Lei Autoriza.


Entende-se Lei como sendo a manifestação expressa da vontade popular.

Legalidade Privada Legalidade Administrativa


Podem fazer tudo o que a Lei não Só podem fazer o que a lei Autoriza

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proíbe
O silêncio da Lei (lacuna) O silêncio da Lei (lacuna)
= Autorização. = Proibição.

O Princípio da Legalidade possui um Tríplice Fundamento na Constituição Federal de 1988:

Art. 37, “caput” Art. 5º, II Art. 84, IV


“Art. 37. A administração pública
direta e indireta de qualquer dos    “Art. 84. Compete privativamente
Poderes da União, dos Estados, do “[...] II - ninguém será obrigado a ao Presidente da República: [...] IV -
Distrito Federal e dos Municípios fazer ou deixar de fazer alguma sancionar, promulgar e fazer
obedecerá aos princípios de coisa senão em virtude de lei; publicar as leis, bem como expedir
legalidade, impessoalidade, [...]” decretos e regulamentos para sua
moralidade, publicidade e eficiência fiel execução; [...]”
[...]”

Ou seja, de acordo com Art. 5º, II ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa por atos
administrativos o que justifica o texto expresso do Art. 84, IV. De acordo com o texto também do Art. 84, IV, a
doutrina sustenta que não existem o que chamaríamos de Decretos Autônomos.

Princípio da Impessoalidade : Também conhecida como Princípio da isonomia, igualdade, imparcialidade e


ainda como Princípio da Não Promoção Pessoal.

O Princípio da Impessoalidade está descrito no Art. 37, §1º da CF/88:

“§ 1º - A publicidade2 dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter
educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.” (grifo meu).

Lei 9784/99 - Lei do Processo Administrativo –“Objetividade na defesa do interesse público”.

Tratamento Dupla Proibição Tratamento


Discriminatorio Privilegiado

Muito Importante: Em alguns casos o Princípio da Isonomia obriga a Administração a dar um tratamento desigual
concursos públicos.

Princípio da Isonomia: Tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais.

Ex.01: Nada impede que o edital para a guarda feminina Proíba a participação de homens.
Ex.02: Concurso para delegado de Polícia pode exigir que o candidato enha um mínimo de condicionamento físico.

Princípio da Moralidade: Ética, Decoro, Lealdade, Probidade, Boa Fé (objetiva)  Comportamento.

Lei 9784/99 - Lei do Processo Administrativo –“Moralidade além de cumprir a Lei”.

CF/88 - Instrumentos para defesa da Moralidade Administrativa.

Cidadão; Pessoa Física; dotado de Capacidade


Ação Popular Legitimidade Ativa:
Eleitora Ativa e Passiva.
Ação Civil Pública
Legitimidade Ativa: Ministério Público ou Pessoa Jurídica Interessada.
(Por ato de Improbidade)

A diferença – claramente – está na legitimidade ativa.

2
Aqui no sentido de um dos 4P’s do Marketing, no caso: Propaganda.

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Súmula Vinculante 13 do STF: também conhecida como súmula antinepotismo, disciplina a contratação de parentes
para cargos de confiança  Considera inconstitucional, proíbe esse tipo de contratação (incluindo Cônjuges,
ascendentes, descendentes e colaterais até 3º grau). Isso significa que primos não estão proibidos.

Cuidado: Recente decisão do STF excluiu da proibição a contratação de parentes para cargos do poder executivo.
Ex.: Ministro do TST não pode ter filho com cargo de confiança no tribunal, mas o Presidente da República pode
indicar a Mulher para o Ministra da Educação.
Lei 8429/92 - Lei de Improbidade Administrativa – Art. 1º serve para Agentes Públicos de qualquer poder. Esta lei
tipifica condutas que violam a Moralidade.

Agentes Públicos;
Abrangência
Particulares que colaborem na prática das condutas

Perda de Cargo;
Devolução de valores (ressarcimento ao erário);
Penas Multa civil;
Suspensão dos Direitos Políticos;
Suspensão do Direito de contratar com o Estado

Não existe pena restritiva de liberdade  Não há natureza criminal.


Atenção 01 Segundo o STF, o Juiz pode escolher quais penas aplicar. (não é obrigado a aplicar todas. Existe a
! possibilidade de discricionariedade.

02 O Princípio da Insignificância não se aplica na Lei de Improbidade.

03 Segundo o STF, a Lei de Improbidade não se aplica aos Agentes Políticos punidos pela Lei dos
Crimes de Responsabilidade.

Ex.: Presidente da República, Vice-presidente e Ministros.

04 O Prazo Prescricional dessa Ação Civil Pública é de 5 anos contatos do Encerramento do Mandato.
( Ação proposta pelo Ministério Público ou por Pessoa Jurídica Interessada.

Regime Jurídico Administrativo – Princípios

Conceito: É denominado de regime jurídico administrativo, pois é um conjunto de princípios que guardam um
ponto de ligação; estão todos interligados; guardam entre si uma correlação lógica.

Critério de ponderação de Interesse: Nenhum princípio será aplicado de forma absoluta diante do caso concreto.

Ex.: Servidores públicos contratados em 1998 sem prévio concurso público não devem ser desligados com base na
segurança jurídica, e não somente com base no principio da legalidade.

Pedras de Toque (Princípios). Celso Antonio Bandeira de Melo

Supremacia do Interesse Público:

Sobreposição / Superioridade do interesse público em face do interesse particular;


Indispensável vida em sociedade
Está presente também no exercício do poder de policia adm. (fiscalização)
Requisição administrativa – CF/88, Art. 5º, XXV
Desapropriação por necessidade ou utilidade publica
A Adm publica “quase tudo “ em razão de suas prerrogativas / privilégios porem não pode dispor do interesse
publico

Doutrina nova: Este princípio fundamenta os abusos/ arbitrariedades  razao pela qual deveria ser retirado do
âmbito da Adm pública. (Marçal Justen Filho) – posição minoritária.

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Órgãos Públicos

Órgão Público pode celebrar contrato?

Duas crianças se machucam na escola. Quem paga a conta dos prejuízos?

a) Os pais
b) A prefeitura
c) A escola
d) O município

Conceito: Órgãos Públicos são núcleos de competência mais especializados e mais eficientes, resultantes da
descentralização da Administração Pública. (Subdivisão).

É possível órgão público nas pessoas jurídicas da Administração Indireta?

R.: SIM. INSS (autarquia). Todos os INSS, de cada cidade são órgãos públicos.

Lei 9784/99, Art. 1º - Lei de Processos Administrativos da Administração Pública Federal:

“Art. 1º Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal
direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins
da Administração.
           § 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União,
quando no desempenho de função administrativa.
           § 2o Para os fins desta Lei, consideram-se:
           I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da
Administração indireta;
           II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;
           III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.”

Órgão Público

Não
Não Possui
Possui Personalidade
Personalidade Jurídica
Jurídica

Não
Não tem
tem aptidão
aptidão para
para ser
ser sujeito
sujeito de
de Direitos
Direitos ou
ou ter
ter Obrigações
Obrigações

Quem responde éé aa Pessoa


Quem responde Pessoa Jurídica
Jurídica aa que
que ele
ele pertence.
pertence.

Órgão Público faz licitação , mas na minuta do contrato quem celebra é a Pessoa
Jurídica. O Órgão
Jurídica. O Órgão somente
somente geri
geri o
o contrato.
contrato.

Só Existe uma hipótese em que o Órgão Público celebra contrato:

está previsto expressamente na CF/88, Art. 37, §8º - Resultado da EC. Nº 19:

“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)[...]

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§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta
poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por
objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - o prazo de duração do contrato;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
III - a remuneração do pessoal.”

A doutrina abomina este §8º alegando inconstitucionalidade.  Contrato de Gestão  “Tudo que não tem nome é
considerado contrato de gestão”.

Órgão Público tem CNPJ sem ter Personalidade Jurídica?

Órgão Público Não


Órgão Público Não tem
tem Personalidade
Personalidade Jurídica...
Jurídica...

...
... porém
porém possui
possui CNPJ,
CNPJ, porquê?
porquê?

R:
R: ÉÉ uma
uma exigência
exigência da
da Receita
Receita federal para fins
federal para fins de
de
controle
controle de
de fluxo
fluxo de
de $.
$.

Órgão Público pode ir a Juízo?

Pode ter representação própria, seu próprio procurador.


Em busca de Prerrogativas funcionais;

Sim Em Regra no Polo Ativo;


Excepcionalmente, sim! Assim como nascituro, massa falida e espólio;

Ex.: No âmbito municipal existe uma verba paga pelo prefeito à Câmara conhecida pelo nome de “Duodécimo”.
Quando existem desentendimentos entre o prefeito e a câmara, o primeiro, de forma parcial e pessoal, se nega a
repassar tal verba, forçando a câmara a ir requerer essa prerrogativa funcional em juízo.

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Classificação dos Órgãos Públicos (presentes somente as que mais caem)

Gozam
Gozam dede Ex.: Presidência ,,
Ex.: Presidência
independência, Governadoria,
Governadoria,
Independentes independência, Entre
Independentes estão no Entre eles não há
eles não há Prefeitura
Prefeitura -- Congresso
Congresso
relação de
relação de Nacional,
Nacional, Assembléia
Assembléia
comando/direção
comando/direção de
de Legislativa,
Subordinação. Legislativa, Câmara
Câmara
cada
cada um
um dos
dos Munincipal
Munincipal -- STF,
STF, STJ,
STJ,
Poderes.
Poderes. TJ.
TJ.

Abaixo dos Ex.: Ministérios,


Independentes. Subordinados aos Secretarias,
Autônomos
Autônomos Autonomia dá independentes. Ministério Público,
Liberdade
Liberdade ampla.
ampla. Tribunal de Contas.
Tribunal de Contas.

Quanto à Posição
Estatal
Estatal

Poder
Poder este
este Ex. relativos:
Ex. relativos:
Ainda possuem subordinado aos Gabinetes (da
Superiores poder
poder de
de decisão.
decisão. Independentes e
Independentes e Presidência),
Presidência),
Autônomos.
Autônomos. Procuradorias.
Procuradorias.

Ex.:
Ex.: Sessões
Sessões
Não têm poder de
Subordinado
Subordinado aa todos
todos Administrativas:
Administrativas:
decisão. São órgãos os outros órgãos. Almoxerifado,
de os outros órgãos. Almoxerifado, RH,
RH,
Subalternos
Subalternos de "mera
"mera execução".
execução". Zeladoria, Xerox.

Não tem
Simples desdobramentos, Ex.: Gabinete
agregados,
agregados, ramificação.
ramificação.

Quanto
Quanto àà Estrutura
Estrutura

Tem desdobramentos,
Composto agregados, ramificação. Ex.:

Ex.: Presidência,
Composto por um único
Singular Agente
Prefeitura, Juízo
Agente (Unipessoal).
(Unipessoal). Monocrático.
Monocrático.

Quanto à Atuação
Funcional

A tomada de decisão é Ex.: Tribunais e casas


Colegiado coletiva, vários Agentes. Legislativas.

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AUTARQUIAS

CARACTERÍSTICAS:

Possui Personalidade Jurídica de Direito Público


Criada por Lei (CF, Art. 37, XIX ) → Lei específica → “Lei cria”.

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte: [...]

 XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação,
cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua
atuação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Quando a lei entra em vigor automaticamente a autarquia adquire personalidade jurídica (se torna sujeito de
direitos e obrigações).
Não precisa ser registrado em nenhum outro local. Ex. Junta comercial ou cartório, etc.
Desempenha Atividades típicas da Administração Direta:
Ex.: INSS → Seguridade Social; INCRA→ Reforma Agrária (Ambos competência da União Federal)
Submetida ao Controle Finalístico (Vínculo pautado na Tutela)

Controle Hierárquico
Controle Finalístico
(dentro de uma só/mesma pessoa jurídica)
União Tutela INSS União Ministério da Justiça Delegado

Controla
(Controle de ≠
Controla

finalidade)

Depende de lei É Presumido

OBS.: Empresa Pública, Sociedade de Economia Mista e Fundação só adquirem personalidade jurídica após o
registro de seus atos constitutivos num cartório de pessoa Jurídica ou junta comercial.

Débito Judicial – Precatórios: Autarquia está sujeita ao regime de precatório. Cada Autarquia tem sua fila
de precatório.
Impostos: Autarquias possuem privilégios tributários – CF, Art. 150 VI, “a” + CF, Art. 150 §2º → (Se
estende às Autarquias).

Imunidade Recíproca → Impostos. ≠ taxas ou Contribuições. Sem contar que tal imunidade recíproca se caracteriza
por se estender somente ao que tange sua finalidade específica.

Ex.: Casa doada à Autarquia. Se a autarquia ainda não a utiliza para seus fins específicos, Será cobrado IPTU.

PRIVILÉGIOS PROCESSUAIS

→ Art. 188 CPC – Autarquia tem tratamento de Fazenda Pública.


Prazo (dilatado)
→ Possui prazo 4x maior para contestar e 2x maior para recorrer.

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AÇÃO EM FACE DE AUTARQUIA

Reexame necessário → A conseqüência jurídica do reexame = Não há trânsito em julgado.

Art. 475, CPC – “Não há reexame: ação no valor de até 60 salários mínimos; quando já foi julgada pelo Pleno do
Tribunal.

“Art. 475. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão
depois de confirmada pelo tribunal, a sentença
I - proferida contra a União, o Estado, o Distrito Federal, o Município, e as respectivas
autarquias e fundações de direito público; 

II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução de dívida


ativa da Fazenda Pública (Art. 585, VI)

§ 1o  Nos casos previstos neste artigo, o juiz ordenará a remessa dos autos ao
tribunal, haja ou não apelação; não o fazendo, deverá o presidente do tribunal
avocá-los. 

§ 2o  Não se aplica o disposto neste artigo sempre que a condenação, ou o direito
controvertido, for de valor certo não excedente a 60 (sessenta) salários mínimos,
bem como no caso de procedência dos embargos do devedor na execução de dívida
ativa do mesmo valor. 

§ 3o  Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver
fundada em jurisprudência do plenário do Supremo Tribunal Federal ou em súmula
deste Tribunal ou do tribunal superior competente.”

 (Incluído pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001)

AUTARQUIA: CONTABILIDADE PÚBLICA OU PRIVADA?

Procedimentos Financeiros → Pública.


Lei 4320/64
Lei Complementar 101/2000 – LRF – Lei de Responsabilidade Fiscal

REGIME DE PESSOAL

Servidor Público → Regime Jurídico Único, mas não necessariamente o estatutário. O regime estatutário prevalece
hoje por escolha da Administração Pública. Ex. de Autarquia: INSS, INCRA, Universidades Federais, Conselhos de
Classe, OAB.

CONSELHOS DE CLASSE SÃO AUTARQUIAS?

Conselhos de Classe → nasceram inicialmente com natureza de Autarquia. (em Regra). Ex.: CRA, CREA, CRM,
etc.
1998 muda-se o regime dos conselhos de classe para Pessoa Jurídica de Regime Privado através da Lei
9649/98.
Conselhos de classe exercem poder de polícia, e tal poder só deve ser prerrogativa do poder público. ↔
“Princípio da segurança Jurídica” faz essa mudança de regime se tornar objeto de controle de
constitucionalidade através da ADI- 1717.

Conselhos
Conselhos de classe
de classe

Poder
Poder de Polícia
de Polícia

Prerrogativa
Prerrogativa Poder
Poder Público
Público

Princípio
Princípio da
da Segurança
Segurança Jurídica
Jurídica

Controle de Constitucionalidade
Controle de Constitucionalidade -- ADI
ADI -- 1717
1717

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Assim, em regra, Conselhos de Classe têm natureza de Autarquia e a anuidade paga a eles, também em regra,
tem natureza tributária.
Execução Fiscal (é instrumento de cobrança de não pagamento – Assim como o de qualquer outra entidade
pública)→ único caso em que não funciona a “autoexecutoriedade do poder de polícia”;
Tribunal de Contas (fiscalização);
Contabilidade Pública;
Concurso Público.

OAB É DIFERENTE!

“PESSOA JURÍDICA ÍMPAR NA ESTRUTURA DA ADMINISTRAÇÃO” (STF).

Ainda não se sabe que personalidade essa “Pessoa Jurídica Ímpar” possui, já que não existe nenhuma outra fonte
esmiuçando características. Mas sabe-se do que está no gráfico a seguir:

Cobrança:
Execução Comum

TCU Não controla Contabilidade Privada

Regime CLT
OAB Possui Privilégios como
(ADI - 3026 - Incabível exigência de Autarquia
Concurso Público)

A Contribuição
(anuidade) não tem
caráter tributário.

Os
demais Conselhos de Classe estão “enlouquecidos” querendo sair do Concurso público. Existem duas decisões sobre
isso. A superveniente é de que se deve fazer concurso público!

“AUTARQUIAS TERRITORIAIS” (OS TERRITÓRIOS)

Território não tem natureza de ente político.


Com isso, no intuito de aumentar suas prerrogativas cogitou-se em dá-los natureza de Autarquia.
E assim, conseguir atribuir privilégios fazendários.
O Assunto não é mais preciso por atualmente inexistir territórios no Brasil.

REGIME ESPECIAL ( AUTARQUIAS COM REGRAS ESPECIAIS)

a) Universidades, Agências Reguladoras

(entidades governamentais para fiscalizar e regular a prestação de um serviço público prestado por um
particular).
Possuem mais Liberdade;
Possuem Regras Próprias;
Ex.: Escolha do Reitor (não ser por concurso), Grade curricular, etc.
As Agências Reguladoras são Autarquias de regime Especial, pois cada uma tem a sua própria Lei de criação.

b) Associações Públicas (espécies de autarquias)

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Consórcios Públicos: Ajustes firmados entre entidades políticas (União + Estado + Município, por exemplo) na
busca de objetivos comuns. Ex.: Obra de saneamento.

OBS.: Desse ajuste pode surgir uma entidade de Personalidade Jurídica Pública ou Privada. Se tiver Personalidade de
Direito Público, o consórcio será conhecido como Associação Pública. (CC, Art. 41, IV).

“Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:


I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;  (Redação dada pela Lei nº
11.107, de 2005)
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito
público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber,
quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código.”

CARACTERÍSTICAS DO REGIME ESPECIAL:

Função
Função Própria
Própria Nomeação Especial de
Nomeação Especial de Dirigentes
Dirigentes Mandato por Prazo
Mandato por Prazo Fixo
Fixo
Normatizar (exercício é complementar Feita pelo Senado (sabatina = Prévia Variam de 2 a 5 anos (depende da Agência
à norma legal - A Agência não substitui aprovação) e o Presidente da República - Lei)
nem ultrapassa o poder legal; (Nomeia).
Projeto: 4 anos (a partir do 2º ano de
Fiscalizar O Critério de escolha deveria ser técnico mandato do Presidente da República)
mas é sempre Político!
Controlar Formas de Desprovimento: Renúncia ou
Condenação.
1995 (Enxugar a máquina = regulação,
desestatizações, e privatizações) O dirigente, encerrando o mandato em sua
quarentena (4 meses recebendo salário) :
Isso impede que o dirigente exerça a
mesma atividade no ramo.

EX. DE AGÊNCIAS REGULADORAS:

Agências
Agências
de
de Serviços
Serviços
Anatel Aneel Anvisa Antaq ANAC ANS ANTT

Bem
Bem
Público
Público
ANA ANP

Fomento
Fomento Ancine

(Estados e Municípios também podem criar agências reguladoras).

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“Nem tudo que tem nome de agência é “efetivamente” Agência reguladora”.

14 | P a g e
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IMPROPRIEDADES

SUDAM – se tornou a nova ADA Ambas são Autarquias (Executivas), mas não
SUDENE – se tornou a nova ADENE agências reguladoras.
AEB - Agência Espacial Brasileira (é só Autarquia);
ABIN – É um órgão da Administração Direta – Nem tem personalidade jurídica!
CVM – É Agência reguladora! – Lei 10411/02

REGIME JURÍDICO

Regime Licitatório:

Lei 9472/97

"cada Agência reguladora


"cada Agência reguladora
"Agências Reguladoras objeto da ADI 1668:
ee cria mais algumas
cria mais algumas define
define seu
seu procedimento
procedimento
Cria a Anatel estariam fora da Lei declarou
definições:
definições: de Licitação: Pregão
de Licitação: Pregão ee
8666/93 de Licitações"
8666/93 de Licitações" INCONSTITUCIONAL**
INCONSTITUCIONAL**
Consulta"
Consulta"

** STF: está sujeita a:

Consulta

“Modalidade Específica das Agências Reguladoras” : Ainda não definida em Lei.

Pregão

Utilizado por todos os entes

REGIME DE PESSOAL:

Cargo com concurso, apesar de na prática ser de cargos temporários:

Medida
Medida Provisória
Provisória Consequência:
Consequência:
(MP155/2003) convertida
(MP155/2003) convertida
Lei
Lei 9986/2000
9986/2000 em
em
ADI
ADI 2310
2310 extinta
extinta por
por falta
falta
de objeto
de objeto
Lei
Lei 10871/2004
10871/2004

Presidente da República
Presidente da
altera lei e
República
cria ≠

ADI
ADI 3678
3678
"Lei geral
geral das altera lei e cria
"Lei das Agências
Agências (Prorrogando
Reguladoras" (Prorrogando osos ((Possivelmente
Possivelmente
Reguladoras" temporários através de
temporários através de
MP)
MP) resolverá isso))
resolverá isso

Cautelar:
Cautelar: Inconstitucional
Inconstitucional
Contrato
Contrato temporário
temporário com
com
CLT Cargo deve
Cargo deve ter
ter regime
regime
CLT Estatutário
Estatutário

"Quadro
"Quadro Permanente com
Permanente com ADI 2310
ADI 2310
contrato temporário"
contrato temporário"

15 | P a g e
Direito Administrativo

AGÊNCIAS EXECUTIVAS

Uma velha (sucateada) Autarquia ou Fundação Pública (Pessoa de Direito Público) com todas as regalias de
Autarquia. Buscando melhor desempenho, vai até a Administração Pública Direta e celebra um contrato de
gestão. Contrato este que visa, através de um planejamento estratégico, uma modernização (aumento de
recursos).
Mais Recursos Públicos;
Planejamento Estratégico;
Mais Autonomia;
Nesse Status estão: ADA, ADENE, INMETRO.

FUNDAÇÕES

CARACTERÍSTICAS

Patrimônio Próprio Personalizado: destinação específica.


Possui orçamento e receita próprios.
Seus bens não se enquadram como bens públicos;

É possível, entretanto, que alguns de seus bens sujeitem-se a regras de direito público, como a impenhorabilidade.
Isso ocorre com os bens empregados diretamente na prestação de serviços públicos, em decorrência do Princípio
da Continuidade dos Serviços Públicos.

Só adquirem personalidade jurídica com a inscrição dos seus atos constitutivos no registro público
competente.
Não podem desempenhar atividades que exijam o exercício do poder de império, especialmente a prática de
atos auto-executórios em geral e de atos pertinentes ao poder de polícia, como a aplicação de multas e outras
sanções aos particulares.
Não tem Poder Normativo (Não podem editar atos gerais e abstratos que obriguem particulares).
Desempenha atividades do Estado de ordem social. Ex. Educação, saúde, pesquisa, etc.
Possui capacidade de autoadministração.
Personalidade Jurídica de Direito Público ou de Direito Privado – mesmo que instituída pelo Poder Público.

Exemplos:
a) PJD Público: FUNASA → Fundação Nacional da Saúde
b) PJD Privado (vinda do Poder Público: Fundação Padre Anchieta – TV CULTURA.

STF:
STF: FUNDAÇÃO COM PERSONALIDADE JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO = AUTARQUIA.

Polêmica: (CF, Art.37, XIX) “Lei Cria” X “Lei Autoriza”. Porém com essa jurisprudência do STF:

LEI CRIA: Fundação com Personalidade de Direito Público.

Desempenham atividade de Ordem social. Ex.: Saúde, educação, pesquisa.


Estão Submetidas a um Controle finalístico (tutela) ≠ do Controle Hierárquico.
Isenção de pagamento de custas (Lei 9289/96, Art.4, I)

Art. 4° São isentos de pagamento de custas:


I - a União, os Estados, os Municípios, os Territórios Federais, o Distrito Federal e as
respectivas autarquias e fundações;

Não estão sujeitos ao regime de precatórios judiciais, previsto na (CF, Art.100)


Não podem ser sujeitos ativos tributários.

No Brasil, as pessoas de direito privado não tem capacidade tributária ativa, ou seja, o poder de exigir tributos.
Ainda que se trate de um tributo cuja receita seja destinada ao custem da “fundação pública de direito privado”.
(uma contribuição ou taxa, por exemplo), ele terá que ser exigido por uma pessoa jurídica de direito público, que
repassará à fundação os valores correspondentes.

Tem seus problemas judiciais resolvidos na Justiça Federal.

16 | P a g e
Direito Administrativo

Não tem prerrogativa de obrar suas dívidas mediante processo especial de execução judicial estabelecido na
Lei 6830/1980.
Controle Institucional de caráter finalístico (tutela) e não hierárquico. Ou seja, é submetida apenas a uma
supervisão ministerial a fim de mantê-la no estrito cumprimento de suas finalidades.

Possui Controle Administrativo Interno ou Autotutelar: poder de rever seus próprios atos.
Assim como as Autarquias, as Fundações sofrem controle de legalidade feito pelo Poder Judiciário.
O Controle Financeiro é feito pelo Congresso Nacional com a auxílio do TCU (CF, Art.s 70 e 71)

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial


da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade,
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas,será
exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de
controle interno de cada Poder.[...]

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o
auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:[...]

OBS.: O MP é curador das Fundações

EMPRESA PÚBLICA E SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA

EMPRESA PÚBLICA (EP)

Pessoa Jurídica de Direito Privado


Capital Exclusivamente Público
Função: Serviço Público / Atividade Econômica

SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA (SEM)

Pessoa Jurídica de Direito Privado → (Na realidade é Regime Híbrido)


Capital Misto (Porém a maioria do Capital direito a voto pertence ao Poder Público)
Função: Serviço Público / Atividade Econômica
Necessariamente deve ter a Natureza S/A.

DIFERENÇAS ENTRE EP E SEM:

Critérios Empresa Pública Sociedade de Economia Mista


Capital Misto
Capital Capital Exclusivamente Público (maioria votante pertence ao Poder
Público)
Modalidade Empresarial Qualquer uma Necessariamente S/A.
SEM Federal → Justiça comum estadual**
EP Federal → Justiça comum Federal
Competência para (Não está no rol do Art. 109 da CF/88)
julgamento de ações EP Estadual e Municipal → Justiça comum SEM Estadual e Municipal → Justiça
estadual comum estadual.
** A não ser que a União tenha interesse na ação, tornando-se parte juntamente com a SEM. Nesse caso, Justiça comum
Federal.

REGIME HÍBRIDO (PÚBLICO + PRIVADO)

→ O regime será mais público ou mais privado de acordo com a finalidade da (EP/SEM)

Empresa Pública / Sociedade de Economia Mista


Finalidade Regime Público Regime Privado
Serviço Público Prevalece Derroga-se (revogação parcial)
Atividade Econômica Derroga-se (revogação parcial) Prevalece

17 | P a g e
Direito Administrativo

CF/88-Art.
CF/88-Art. 173
173 Segurança Nacional
Segurança Nacional
O Estado só
O Estado só intervirá
intervirá na
na atividade
atividade Relevante Interesse Público
Relevante Interesse Público
Econômica
Econômica em
em assuntos
assuntos relativos
relativos à:
à:

Ambas perseguem alguma razão de interesse público. Sempre! Meso na exploração de atividade física.

REGIME JURÍDICO

Dever / Obrigação de Licitar


EP/SEM → Prestadora de Serviço → (+) Público
Necessidade de Licitar: CF - Art.37, XXI & Art. 1º da Lei 8666/93.

EP/SEM → Exploradora de Atividade Econômica, ou não → (Prestadora de Serviço Público também!): CF - Art. 173,
§1º, III → “EP/SEM, na Exploração de Atividade Econômica, poderá por lei específica, ter estatuto próprio.” (para
licitações).

→ Importante lembrar que, ainda assim, o estatuto ainda não existe. Portanto a norma geral ainda é Art. 1º da Lei
8666/93.
→ Na prática, as empresas estão sujeitas à licitação, mas, não licitam porque a própria lei trás exemplos de dispensa
e inexigibilidade.

Ex.:

EP/SEM → TEM DISPENSA (ATÉ 10% DO CONVITE)

Engenharia: - 10% → R$15000,00


Art. 24, I e II, da lei 8666/93
Outros casos: - 10% → R$8000,00

EP/SEM → TEM DISPENSA EM DOBRO (20% DO CONVITE)

Engenharia: - 20% → R$30000,00


Art. 24, § único, da lei 8666/93
Outros casos: - 20% → R$16000,00

Escolher a melhor proposta = Perseguir o Interesse Público

Se por alguma razão, tal interesse público, for prejudicado, a licitação deve ocorrer?
R.: Ex.:

INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO (COMPETIÇÃO INVIÁVEL NOS SEGUINTES CASOS):

INEXIGÍVEL
Inviável
atrapalhar/ prejudicar
a atividade-fim da
EP/SEM.

Art. 25, da lei 8666/93

18 | P a g e
Direito Administrativo

Ex.: Gráfica

Oficial comprar papel → não precisa licitar.


TEM REGIME FALIMENTAR?

R.: Não. Nem as que prestam Serviço Público nem as que exercem Atividade Econômica.

RESPONSABILIDADE CIVIL

CF/88 - Art. 37, § 6º - “As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de
regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.”

Resumindo, se for prestadora de Serviço Público, prevalecerá a Teoria da Responsabilidade Civil Subjetiva (Não
Subsidiária) (em regra), já se for exploradora de Atividade Econômica, prevalecerá a Teoria da Responsabilidade
Civil Objetiva (Subsidiária).

Pessoa
Pessoa Jurídica EP/SEM
Jurídica EP/SEM

Atividade
Atividade
FunçãoPúblico
Serviço
Função
Serviço Público Econômica
Econômica

Responsabilidade
Subjetiva Civil
Subjetiva
Responsabilidade Civil Objetiva
Objetiva

Subsidiária?
Não
Subsidiária?
Não Sim
Sim

BENS DE EP/SEM SÃO: PENHORÁVEIS.

É bem privado. Mesmo que o serviço seja: “Prestadora de Serviço Público”.


Bens Públicos: Só não são penhoráveis os bens relacionados diretamente à prestação da atividade fim.

Relacionados
Relacionados Princípio da
Princípio da
diretamente
diretamente Continuidade
Continuidade Não
Não
Bens Públicos
Bens Públicos com aa atividade
com atividade (Serviço
(Serviço Penhorados
Penhorados
fim
fim público)
público)

Não
Não Serão
Serão
Bens Privados
Bens Privados relacionados
relacionados àà Penhorados
Penhorados
penhorados
penhorados
atividade fim
atividade fim

→ Exceção! Apesar de ser Empresa Pública, tem tratamento de FAZENDA PÚBLICA, ou seja Igual ao
de Autarquia.

PRIVILÉGIOS TRIBUTÁRIOS

Exploradora de Atividade Econômica

“O valor do tributo está embutido no valor dos serviços!”

→ CF/88 - Art. 173, §2º

Art. 173, §2º - “As empresas públicas e as sociedades de economia mista não
poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.”

19 | P a g e
Direito Administrativo

20 | P a g e
Direito Administrativo

Prestadora de Serviço Público

→ CF/88 - Art. 150, §3º

Art. 150, §3º - “Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...]
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins
lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
 d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.

§ 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à


renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas
normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou
pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da
obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.”

REGIME DE PESSOAL

Só existe Servidor Público Não é servidor público,


EP pois
EP // SEM
são Pessoas Jurídicas SEM
de Direito
em Pessoa Jurídica de Circunsâncias:
Direito Público. Privado. Concurso Público
Regime de Acumulação de Cargos
Sujeição a teto Remuneratório
(independentemente de o Relação Celetista -> Emprego
Art. 324, CP - Crimes contra a
regime ser celetista ou Administração Pública
estatuário) É possível ajuizar remédios
constitucionais em face desses
empregados

Pessoa
Pessoa Jurídica
Jurídica de
de
Direito Público
Direito Público
Equiparação
Equiparação

Porém não se equipara no processo de desvinculação do cargo (tipo de vacância) → “Dispensa Imotivada” → O.J.
247 – Exceto os empregados dos

De acordo com a Súmula 390 TST → Empregado de EP não tem estabilidade prevista na CF/88 – Art. 41

É uma Empresa Pública


Regime de Fazenda Pública
Monopólio
CF/88 - Art. 21, X
Bens Impenhoráveis (independentemente de estar ligado ou não à atividade fim.
ADPF 46
Resolveu o monopólio dos Correios
Foi Julgada, porém tudo continua como antes. O monopólio praticamente não existe. Ex.: TAM EXPRESS.
Imunidade Tributária Recíproca
Regime de Precatório CF/88 – Art. 100

21 | P a g e
Direito Administrativo

LICITAÇÃO??

Sem licitação, sem consórcio, sem permissão → surge a lei 11866


Dispensa Motivada! Exceção à regra.
Sujeita ao controle do TCU

Ex.: de Empresa Pública: ECT, BNDES, Casa da Moeda, CEF


Ex.: Sociedade de Economia Mista: Petrobrás, Banco do Brasil.

PETROBRÁS TEM QUE LICITAR?


R.: ANP = Lei 9478/97 – “A Petrobrás terá procedimento simplificado para licitação, determinado pelo Presidente da
República por meio de decreto”

MANDADO DE SEGURANÇA
MS 25888 do STF – “Deferida liminar para Petrobrás Distribuidora manter regras de licitação”

ENTES DE COOPERAÇÃO OU TERCEIRO SETOR (PARAESTATAIS)

PONTOS IMPORTANTES INICIAIS

São entes que estão fora da Administração, ao lado da Administração.


Nem toda ONG é 3º Setor.
São Pessoas Jurídicas de Direito Privado.

Lembrando:

Setor Ente
1º Estado (Administração)
2º Mercado
3º Entidades de Cooperação
4º Criminalidade. Ex.: Pirataria

SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS OU SISTEMA “S”

Ex.: Sesc, Sesp, Senai, Senac, Sebrae, Sebrat, etc..

Fomentam, Incentivam, apóiam as categorias profissionais


Dão assistência, incentivam cultura e lazer
As conseqüências sempre beneficiam o Estado com desenvolvimento que é Interesse Público.

REMUNERAÇÃO

Recursos Orçamentarios
Principal fonte de receita é a “Parafiscalidade” = Delegação da capacidade Tributária.

CAPACIDADE TRIBUTÁRIA = COBRANÇA (DELEGÁVEL) X COMPETÊNCIA = CRIAR TRIBUTOS (NÃO DELEGÁVEL)

Está Sujeito ao controle do TCU, pois possui Capital Público.


TCU → Ente controlado precisa Licitar! De acordo com Art. 1º da Lei 8666/93.

ENTIDADES DE APOIO

Fundação ou Associação (Privadas)


Funcionam dentro de Universidades e dos Hospitais;
Criadas para suprir uma necessidade de falta de investimento nas Universidades e Hospitais.
Funcionam dentro de Universidades porque celebram um convênio com as mesmas.
No site do MPOG é possível visualizar uma lista de entidades de apoio.

22 | P a g e
Direito Administrativo

FINALIDADE DAS ENTIDADES DE APOIO: INCENTIVAM A PESQUISA (BOLSAS DE MESTRADO E DOUTORADO).

CRÍTICAS:

Falta de Apoio do Estado → $


Funciona com patrimônio e servidores da Universidade, mas o regime é privado.
Ex.: Finatec, Fapex, Fusp, Cert, Parperp.

O.S – ORGANIZAÇÕES SOCIAIS (PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO)

Lei 9637/98
Surge da extinção de estruturas eficientes da Administração.
Ordem de Ações:

1º CELEBRA CONTRATO GESTÃO:

Dá às O.S’s:
Dotação Orçamentária (recursos);
Transfere bens públicos;
Utiliza servidores públicos.

2º EXISTE COM ORGANIZAÇÃO SOCIAL

Condição para criação das O.S’s:


Meio Ambiente;
Estímulo à Pesquisa;
Saúde;

DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO.

Não existe controle


Adm. Pública + Particulares: formam “Conselho de Administração” para gerir as O.S’s.
Adm. Pública + Particulares: gastam o $ pois é capital regido pelo Direito Privado.

Lei 8666/93 Dispensa


Dispensa de
de Licitação
Licitação para
para contatos
contatos decorrentes
decorrentes
Sujeito
Sujeito aa controle
controle do
do Tribunal
Tribunal Não licitam pois
Não licitam pois aa lei dá
lei dá Lei 8666/93 do
do contrato
contrato de
de gestão.
gestão. Na
Na prática
prática não
não licita
licita por
por
de
de Contas
Contas dada União
União (TCU)
(TCU) dispensa.
dispensa. CF/88 Art. 24,
CF/88 Art. 24, XXIV
XXIV quase
quase nada.
nada.

Hoje é Objeto de ADI – 1923.

EX. DE O.S’S:
Instituto de Matemática Pura e Aplicada;
Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá;
Associação Rede Nacional de Ensino e Pesquisa.

23 | P a g e
Direito Administrativo

OSCIP – ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO

24 | P a g e
Direito Administrativo

LEI 8112/90 – ESTATUTO DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL FEDERAL

FORMAS DE PROVIMENTO

Atos que vinculam a pessoa à Administração, ou ao novo cargo público.

SÚMULA  685 – STF:


É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em
concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente
investido.

NOMEAÇÃO

Conceito: materializa o provimento originário ao cargo público.

A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado de provimento efetivo depende de prévia habilitação em
concurso público de provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de classificação e o prazo de sua validade.
Prazo de 30 dias para posse (após nomeação).

Posse: Cometimento/entrega das atribuições (direitos, deveres e responsabilidades do cargo ao


agente público). É de 15 dias o prazo para o servidor empossado em cargo público entrar em
exercício, contados da data da posse.
Exercício: efetivo desempenho das atribuições do cargo. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado
para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período de 24 (vinte e
quatro) meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para o
desempenho do cargo, observados os seguinte fatores: 
        I - assiduidade;
        II - disciplina;
        III - capacidade de iniciativa;
        IV - produtividade;
        V- responsabilidade.

De acordo com o Art.41 da Lei 8112/90, a estabilidade no Serviço Público é atingida ao se completar 2 anos (24
meses) de exercício, que posteriormente foi modificado pela EC – Nº19 para 3 anos (36 meses). Já o Estágio
Probatório, de Acordo com o Art.20 seria de 2 anos (24 meses).

OBS: Em Abril de 2009 o STJ decidiu que o período do Estágio Probatório deve ser compatível com o período de
Estabilidade e, portanto, ambos passam a ser de 3 anos (36meses).

REVERSÃO

Conceito: é o retorno à atividade de servidor aposentado.  


Por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou...
No interesse da administração, desde que:
 Tenha solicitado a reversão;
 A aposentadoria tenha sido voluntária;
 Estável quando na atividade;
 A aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação
 Haja cargo vago.

OBS: A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultante de sua transformação e o tempo em que o
servidor estiver em exercício será considerado para concessão da aposentadoria.

READAPTAÇÃO

Conceito: é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação


que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção médica.

25 | P a g e
Direito Administrativo

RECONDUÇÃO

Conceito: Retorno do Servidor estável ao cargo anteriormente ocupado em razão de inabilitação (ou
desistência) ** no estágio probatório de novo cargo ou em razão da reintegração do antigo ocupante.

** OBS: O STF e STJ admitem desistência do novo cargo, desde que o pedido seja feito dentro do Prazo do Estágio
Probatório.

REINTEGRAÇÃO

Conceito: Reinvestida do servidor estável no cargo anteriormente ocupado em razão da invalidação de sua
demissão por decisão judicial ou Administrativa.

OBS: Com ressarcimento de todas as vantagens do período em que ficou fora.

APROVEITAMENTO

Conceito: É o retorno à atividade de servidor em disponibilidade em cargo de atribuições e vencimentos


compatíveis com o anteriormente ocupado.

PROMOÇÃO

Conceito: É a elevação dentro da mesma carreira.

FORMAS DE VACÂNCIA

Desfaz o Vínculo com a Administração Pública ou com o cargo anteriormente ocupado.

EXONERAÇÃO

Conceito: Desligamento do servidor sem conotação de penalidade.

Cargo Efetivo: A pedido do servidor


De ofício pela Administração quando não
satisfeitas as condições de estágio probatório, ou
quando tomou posso mas não entrou em exercício
no prazo de 15 dias.

ESTÁGIO PROBATÓRIO PRECISA DE PAD?


R: Não. Pode ser procedimento simplificado desde que sejam dados os direitos de:
Contraditório
Ampla defesa.

SÚMULA 21 – STF:
Funcionário em estágio probatório não pode ser exonerado nem demitido sem inquérito ou sem as formalidades
legais de apuração de sua capacidade.

(RMS – 20934): EXONERAÇÃO EM ESTÁGIO PROBATÓRIO


Para que um servidor em estágio probatório seja exonerado do cargo devido à apuração de que não está apto ao
exercício das suas funções não é necessária a instauração de processo administrativo disciplinar.
O exigido, nesse tipo de caso, é que a exoneração “seja fundamentada em motivos e fatos reais e sejam
asseguradas as garantias constitucionais da ampla defesa e do contraditório”. Com base nesse entendimento, a

26 | P a g e
Direito Administrativo

Quinta Turma do STJ negou provimento a recurso em mandado de segurança interposto por um investigador de
polícia de São Paulo, exonerado em tais circunstâncias.

ESTÁGIO PROBATÓRIO – SÚMULA 22


O estágio probatório não protege o funcionário contra a extinção do cargo.

CARGO EM COMISSÃO / DISPENSA DE FUNÇÃO EM CONFIANÇA (ART.37, V, CF)


As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em
comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em
lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;

27 | P a g e
Direito Administrativo

LICITAÇÃO E CONTRATOS – LEI 8666/1993

LICITAÇÃO

CONCEITO

É o procedimento administrativo formal exigido constitucionalmente em que a Administração Pública, mediante


condições estabelecidas em ato próprio (edital ou carta-convite) convoca interessados na apresentação de
propostas, com dois objetivos:

Celebração de contrato; ou,


Obtenção do melhor trabalho técnico, artístico ou científico.

PRINCÍPIOS GERAIS OBSERVADOS NA LICITAÇÃO

L Legalidade

I Impresoalidade

Moralidade
M
Publicidade (arts. 3º, 16, 21 e 44)
P
Eficiência
E
I Isonomia (art. 3º, caput)

PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS OBSERVADOS NA LICITAÇÃO

Competitividade – Não pode haver regras (ilegais) que impeçam o acesso de interessados ao certame,
constituindo crime (detenção, de 6 meses a 2 anos, e multa), obstar, impedir ou dificultar, injustamente, a
inscrição de qualquer interessado nos registros cadastrais (Art. 3º, § 1º, II e Art. 98 da Lei 8666/93).

Art. 3o   § 1o  É vedado aos agentes públicos:


II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista,
previdenciária ou qualquer outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se
refere à moeda, modalidade e local de pagamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos
de agências internacionais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte e no Art. 3o da Lei no
8.248, de 23 de outubro de 1991.

Art. 98.  Obstar, impedir ou dificultar, injustamente, a inscrição de qualquer interessado nos


registros cadastrais ou promover indevidamente a alteração, suspensão ou cancelamento de
registro do inscrito:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Princípio do Sigilo das Propostas – Até a abertura dos respectivos envelopes, sendo a licitação em si Pública.
Mantém o caráter competitivo da licitação (Art.3º, §3º, Lei 8666/93)

Art.3º § 3o  A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu
procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.

Probidade Administrativa – A probidade tem a o sentido de honestidade, boa-fé, moralidade, por parte dos
administradores.

28 | P a g e
Direito Administrativo

Vinculação ao instrumento convocatório – Impõe à Administração o cumprimento de todas as normas e


condições que haja previamente estabelecido no edital ou carta-convite (Art. 41 da Lei 8666/1993).

Art. 41.  A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se


acha estritamente vinculada.

Julgamento Objetivo – Significa critérios e fatores seletivos indicados no edital devem ser observados pela
comissão de licitação ou pelo responsável pelo convite, evitando-se qualquer surpresa para seus
participantes. Visa afastar o discricionarismo na escolha de propostas (Art. 45, caput, da Lei
8666/1993).

Art. 45.  O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou o


responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios
previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele
referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle.

Adjudicação Compulsória – Impede que a Administração, concluído o procedimento licitatório, atribua seu
objetivo a outrem que não o legítimo vencedor, entretanto, não há direito subjetivo à adjudicação, podendo a
Administração revogar motivadamente o procedimento a qualquer momento, desde que haja finalidade
pública (Art. 50, Lei 8666/93).

Art. 50.  A Administração não poderá celebrar o contrato com preterição da ordem de


classificação das propostas ou com terceiros estranhos ao procedimento licitatório, sob pena de
nulidade.

Procedimento Formal – A Administração deverá respeitar as formalidades previstas na lei de licitações. (Art.
45, § único, Lei 8666/93)

Art.4º - Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza ato
administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração Pública.

OBJETIVO DA LICITAÇÃO

O principal objetivo da Licitação é encontrar a proposta mais vantajosa ao interesse público, seja:

Na execução de obras;
Na prestação de serviços;
No fornecimento de bens de para atendimento de necessidades públicas; ou ainda,
Nas alienações e locações da Administração Pública que necessariamente são precedidas de licitação quando
contratadas com terceiros (Art. 2º da Lei 8666/1993).

RESPONSÁVEL PELA LICITAÇÃO

Agentes competentes designados pela autoridade competente mediante ato administrativo próprio (portaria),
para integrar a comissão de licitação (no mínimo 3 membros, sendo pelo menos 2 deles, servidores
qualificados, pertencentes aos quadros dos órgãos da Administração, responsáveis pela licitação); ser
pregoeiro ou para realizar licitação na modalidade convite, com a função de receber, examinar e julgar os
documentos referentes à Licitação.

Tipos de Comissão de Licitação


Permanente Quando a designação abranger a realização de licitações por período determinado.
Especial No caso de licitações específicas e nos casos de concurso.

A investidura dos membros das comissões permanentes não excederá a um ano. Quando da renovação da comissão
para o período subsequente, será possível apenas a recondução parcial desses membros, pois a lei proíbe a
recondução em sua totalidade (Art. 51, §4º da Lei 8666/1993).

Art. 51   § 4o  A investidura dos membros das Comissões permanentes não excederá a 1
(um) ano, vedada a recondução da totalidade de seus membros para a mesma comissão no
período subsequente.

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Direito Administrativo

FORMAS DE EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS

Execução direita – é feita pelos órgãos e entidades da Administração pelos próprios meios (Art. 6º, VII);
Execução indireta – É a que o órgão ou entidade contrata com terceiros (Art. 6º, VIII).

Regimes que podem ser utilizados na Execução Indireta


Quando se contrata a execução da obra ou do
Empreitada por preço global
serviço por preço certo e total (Art. 6º, VIII, a).
Quando se contrata a execução da obra ou do
Empreitada por preço unitário
serviço por preço certo de unidade (Art. 6º, VIII, b).
Quando se ajusta mão de obra para pequenos
Tarefa trabalhos por preço certo, com ou sem
fornecimento de materiais (Art. 6º, VIII, d).
Quando se contrata um empreendimento em sua
integralidade, compreendendo todas as etapas das
obras, serviços e instalações necessárias, sob inteira
Empreitada Integral
responsabilidade da contratada até a sua entrega ao
contratante em condições de entrada em operação
(Art. 6º, VIII, e).

REQUISITOS PARA A LICITAÇÃO

OBRAS E SERVIÇOS

São requisitos vinculados, ou seja, não podem faltar, pois acarretaria a nulidade dos atos e contratos realizados, e a
responsabilidade dos envolvidos (Art. 7º, § 2º e §6º):

Existência de projeto básico;


Existência de Orçamento detalhado;
Existência de Recursos Orçamentários;
Previsão no Plano Plurianual.

Considera-se Obra: toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação, realizada por execução
direta ou indireta (Art.6º, I).

Considera-se Serviço: toda atividade destinada a obter determinada utilidade de interessa para a
Administração, tais como: demolição, conserto, instalação, manutenção, transporte, locação de bens,
publicidade, seguro ou trabalhos técnico-profissionais (Art. 6º, II).

COMPRAS

Aqui, os quatros primeiros são vinculados, ou seja, são obrigatórios, sob pena de nulidade do ato e responsabilidade
de que lhe tiver dado causa. Já os demais, sempre que possível, deverão ser observados (Art. 15):

Caracterização de seu objeto, sem indicação de marca;


Existência de recursos orçamentários;
A definição das unidades e das quantidades a serem adquiridas em função do consumo e utilização
prováveis;
As condições de guarda e armazenamento que não permitam a deterioração do material;

Atender o princípio da padronização;


Ser processadas por meio de sistema de registro de preços;
Submeter-se às condições de aquisição de pagamento semelhantes às do setor privado;
Ser subdivididas em tantas parcelas quantas necessárias para aproveitar as peculiaridades do mercado,
visando economicidade;
Balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos órgãos e entidades da Administração Pública.

Considera-se compra: toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só vez ou
parceladamente (Art. 6º, III).

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Direito Administrativo

LICITANTE

É quem se habilitou a participar do procedimento licitatório, atendendo ao ato da convocação (Edital ou Carta-
convite).


NÃO PODE SER LICITANTE ART. 9º

O autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física ou Jurídica;


A empresa isoladamente em consórcio, responsável pela elaboração do projeto básico, ou executivo da
qual o autor do projeto seja: dirigente, gerente, acionista, ou detentor de mais de 5% (cinco por cento) do
capital com direito a voto ou controlador, responsável técnico ou subcontratado;
Servidor, dirigente de órgão ou entidade contratante ou responsável pela licitação;
Os membros da Comissão de Licitação.

CONTRATAÇÃO DIRETA (EXCEÇÃO À REGRA QUE É LICITAR)

A regra é licitar, porém existem casos em que a Administração se vê impossibilitada de fazer:

Seja pela demora do procedimento licitatório (que poderia causar prejuízo para o interesse público);
Seja pela inviabilidade do procedimento, ou por que a lei determina que não haja a licitação.

São três os casos:

LICITAÇÃO DISPENSADA
ISPENSADA

A própria lei ordena (vinculado) que não haja o procedimento licitatório. São para casos específicos de alienação
(venda) de Bens Públicos (Art. 17). Ocorre nos seguintes casos:

Quando o Bem alienado for Imóvel:

Dação em Pagamento;

Doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da Administração Pública, de qualquer esfera
de governo, ressalvado o disposto nas alíneas f, h e I;

Art. 17 – f)- alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso,
locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos, destinados ou
efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais ou de regularização fundiária de
interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; (Redação
dada pela Lei nº 11.481, de 2007)

h)- alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou
permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área de até 250 m²
(duzentos e cinqüenta metros quadrados) e inseridos no âmbito de programas de regularização
fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública;
(Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)

i)- alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras públicas rurais
da União na Amazônia Legal onde incidam ocupações até o limite de 15 (quinze) módulos
fiscais ou 1.500ha (mil e quinhentos hectares), para fins de regularização fundiária, atendidos
os requisitos legais; (Incluído pela Lei nº 11.952, de 2009)

Permuta, por outro imóvel cuja necessidade de instalação e localização satisfaça o atendimento das finalidades
precípuas da Administração;

Investidura. Considera-se investidura par aos fins desta lei (Art. 17, §3º):

A alienação aos proprietários de imóveis (lindeiros = vizinhos) de área remanescente ou resultante de


pública, se esta se tornar inaproveitável isoladamente;
A alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao Poder Público, de imóveis para fins
residenciais construídos em núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas, desde que considerados

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Direito Administrativo

dispensáveis na fase de operação dessas unidades e não integrem a categoria de bens reversíveis ao final
da concessão.

Venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera do governo;

Alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de
bens imóveis residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas
habitacionais ou de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da
administração pública;

Procedimentos de Legitimação de posse de que trata o Art. 29 da Lei 6383, de 7 de dezembro de 1976,
mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se tal
atribuição;

Veja o que diz o Art. 29 da Lei 6383/1976:

Art. 29 - O ocupante de terras públicas, que as tenha tornado produtivas com seu trabalho e o
de sua família, fará jus à legitimação da posse de área contínua de até 100 (cem) hectares,
desde que preencha os seguintes requisitos:
Não seja proprietário de imóvel rural;
Comprove a morada permanente e cultura efetiva pelo prazo mínimo de 01 (um) ano.
§1º - A legitimação da posse de que trata o presente artigo consistirá no fornecimento de uma
Licença de Ocupação, pelo prazo mínimo mais 04 (quatro) anos, findo o qual o ocupante terá a
preferência para aquisição do lote, os requisitos de morada permanente e cultura efetiva e
comprovada a sua capacidade para desenvolver a área ocupada;

Alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de
bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos e cinqüenta metros
quadrados) e inseridos no âmbito de programas de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos
por órgãos ou entidades da administração pública;

alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras públicas rurais da União na
Amazônia Legal onde incidam ocupações até o limite de 15 (quinze) módulos fiscais ou 1.500ha (mil e
quinhentos hectares), para fins de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais

A Administração também poderá conceder título de propriedade ou de direito real de uso de imóveis, dispensada
licitação, quando o uso destinar-se (Art. 17 §2º):

A outro órgão ou entidade da Administração Pública, qualquer que seja a localização do imóvel;
A pessoa natural que, nos termos da lei, regulamento ou ato normativo do órgão competente, haja
implementado os requisitos mínimos de cultura, ocupação mansa e pacífica e exploração direta sobre
área rural situada na Amazônia Legal, superior a 1 (um) módulo fiscal e limitada a 15 (quinze) módulos
fiscais, desde que não exceda 1.500ha (mil e quinhentos hectares)

Quando o Bem alienado for Móvel:

Doação permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social;

Permuta permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração Pública;

Venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa;

Venda de Títulos;

Venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da Administração Pública, em


virtude de suas finalidades;

Venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da Administração Pública, sem
utilização previsível por quem deles dispõe.

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Direito Administrativo

LICITAÇÃO DISPENSÁVEL
ISPENSÁVEL

Na licitação dispensável existe a possibilidade de competição que justifique a licitação, mas não é obrigatória
(discricionário), de modo que a lei faculta ao administrador que use o seu juízo de oportunidade e conveniência ao
avaliar se deverá dispensar ou não a licitação. São casos em que a o interesse público poderia ser prejudicado pela
demora no procedimento ou em razão de seu valor.

A dispensa deverá ser justificada (princípio da motivação), e comunicada dentro de três dias a autoridade superior,
para publicação na imprensa oficial, no prazo de cinco dias, como condição para eficácia dos atos (Art. 26, caput).

Art. 26 – As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do Art. 17 e no inciso III e seguintes do Art. 24, as
situações de inexigibilidade referidas no Art. 25, necessariamente justificadas, e o retardamento
previsto no final do parágrafo único do Art. 8 o desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3
(três) dias, à autoridade superior, para ratificação e publicação na imprensa oficial, no prazo de
5 (cinco) dias, como condição para a eficácia dos atos.

Exige-se, ainda, no que couber, a instrução do processo com a caracterização da situação emergencial ou calamitosa
que justifique a dispensa, a razão da escolha do fornecedor ou executante, a justificativa do preço e o documento
de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens serão alocados (Art. 26 parágrafo único).

Lei 9784/1999 em seu Art. 50, III, dispõe que:

“Os atos administrativos devem ser motivados, com indicação dos fatos e fundamentos
jurídicos quando dispensar o processo licitatório”.

Os casos de licitação dispensável são taxativos, ou seja, estão todos expressos no Art. 24, de modo que o
Administrador está impedido de dispensar a licitação fora dos casos previstos.

CASOS EM QUE A LICITAÇÃO É DISPENSÁVEL

Alguns casos cujo valor pode ser mensurado se encontram no quadro abaixo:

Serviço Quem contratou Modalidade $ contratado Limite de dispensa $ limite

Consórcios Públicos, Fundações,


Engenharia Autarquias, Sociedades de Economia Mista,
Convite R$ 150.000,00 20% R$ 30.000,00
(Art. 24, § único) Emp. Públicas; Na forma da Lei, assim como
Agências Executivas.
Engenharia
Qualquer outra entidade / órgão. Convite R$ 150.000,00 10% R$ 15.000,00
(Art. 24, I)
Consórcios Públicos, Fundações,
Outros Serviços / compras Autarquias, Sociedades de Economia Mista,
Carta-Convite R$ 80.000,00 20% R$ 16.000,00
(Art. 24, § único) Emp. Públicas; Na forma da Lei, assim como
Agências Executivas.

Outros Serviços / compras


Qualquer outra entidade / órgão. Carta-Convite R$ 80.000,00 10% R$ 8.000,00
(Art. 24, II)

Outros Casos:

Nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem (Art. 24, III);

Nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de


situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços públicos ou
particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa para
as parcelas de obras e serviços que possa ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias,
consecutivos e ininterruptos – contados da ocorrência da emergência ou calamidade – vedada a prorrogação
dos respectivos contratos (Art. 24, IV);

Quando não acudirem interessados à licitação anterior a esta, justificadamente, não puder ser repetida sem
prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas (Art. 24, V) –
também conhecida na doutrina como LICITAÇÃO DESERTA.

LICITAÇÃO DESERTA – não aparecem interessados e nova licitação causaria prejuízos. Para evitar isso, a Lei permite a
dispensa de Licitação → Contratação Direta.

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Direito Administrativo

Quando a União tiver de intervir no domínio econômico para regular preços ou normatizar abastecimento (Art.
24, VI);

Quando propostas apresentarem preços manifestadamente superiores ou incompatíveis aos


praticados no mercado nacional ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais
competentes, casos em que, a Administração poderá fixar aos licitantes o prazo de oito dias
úteis para a apresentação de nova documentação ou de outras propostas escoimadas das
causas que as inabilitaram ou desclassificaram, facultada, no caso de convite, a redução deste
prazo para três dias úteis.

LICITAÇÃO FRACASSADA – Persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou
serviços, por valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços (Art. 24, VII);

Para aquisição, por pessoa jurídica de Direito Público Interno, de bens produzidos ou serviços prestados por
órgão ou entidade que integre a Administração Pública, e que tenha sido criado para esse fim específico em
data anterior à vigência desta Lei, desde que, o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado
(Art. 24 VIII);

Quando houver possibilidade de comprometimento da Segurança Nacional, nos casos estabelecidos, em


Decreto, do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional (Art. 24 XIX);

Para Compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da Administração,
cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível
com o valor de mercado, segundo avaliação prévia (Art. 24 X);

Na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em conseqüência de rescisão contratual,


desde que atendida a ordem de classificação da licitação anterior pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao
preço, devidamente corrigido (Art. 24, XI),

Nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização
dos processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia (Art. 24, XII);

Na contratação de instituição brasileira incumbida regimentalmente ou estatutariamente da pesquisa, do


ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação ético-profissional e
não tenha fins lucrativos (Art. 24, XIII);

Para aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional específico aprovado pelo Congresso
Nacional, quando as condições ofertadas forem manifestadamente vantajosas para o Poder Público (Art. 24,
XIV);

Para aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que
compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade (Art. 24, XV);

Para impressão de diários oficiais, de formulários padronizados de uso da administração, e de edições


técnicas oficiais, bem como na prestação de serviços de informática e pessoa jurídica de Direito Público
Interno, por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública criados para esse fim específico (Art.
24, XVI);

Para aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de


equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos,
quando tal condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia (Art. 24, VII);

Nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios, embarcações, unidades


aéreas, ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta duração em
portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação
operacional ou de adestramento, quando a exigüidade dos prazos legais puder comprometer a
normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não exceda ao limite previsto na
alínea “a” do inciso II do Art. 23 desta lei, ou seja, até R$80.000,00 (Art. 24, XVIII);

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