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Anarquismo e Sindicatos
Esperanto kaj anarkiismo
Principios Anarquistas:
Luta Popular ABC do Sindicalismo
Revolucionário, Edgar
1º de Maio Rodrigues
Realidade 05
Anarquismo e Sindicatos 06
A fundação do sindicato 08
O que é anarco-sindicalismo? 09
1º de Maio 16
Princípios Anarquistas
Luta Popular 23
http://fosp.anarkio.net
http://cob-ait.net
www.iwa-ait.org
A EMANCIPAÇÃO DOS EXPLORADOS E
OPRIMIDOS É OBRA DOS PRÓPRIOS
EXPLORADOS E OPRIMIDOS
Aurora Obreira 05
É uma
ilusão ver no sindicalismo cultura social.
solução revolucionária, O sindicalismo revolucionário
mas é um apoio imprescindível para o embora perseguido durantes décadas,
processo de mudanças sociais retorna nos anos 80, agrupando
profundas. anarquistas na luta emancipatória dos
A estrutura sindical núcleos pró-COB e denunciando o
legal/oficial/reformista é constituído de sindicalismo reformista/fascista/legal
maneira perversa que leva ao existente. Atuação geral dos
isolamento dos trabalhadores e até anarquistas foi e é de rompimento com
interesses opostos. O corporativismo, a o modelo legal e a formação de
organização fascista no meio do sindicatos livres e legítimos de nossa
trabalho tornou-o extensão controlada classe, de nossa gente.
O anarquismo
do capitalismo. Portanto a
estará onde nossa gente
nova sociedade não poder
está, nos locais de
ser baseada nesse
trabalho, nas moradias,
sindicalismo, mas sobre
nas fábricas e campos,
uma nova forma de
nas escolas, nas ruas e
organização que
não podemos deixar que
correspondem a uma
sejamos usados para
outra realidade, libertária
justificar parcerias
e igualitária.
inexistentes com
No Brasil, a ação
partidos políticos ou com
sindical que era livre e
sindicatos
combativa, baseado no
“legais/oficiais”. Não
sindicalismo
revolucionário foi reprimido pelos podemos nos submeter nos
governos da Republica Velha e no auge movimentos sociais às práticas
pela ditadura de Getúlio Vargas. Esse autoritárias ou jogos políticos
ditador fechou os sindicatos livres e partidários, e devemos combate-los,
impôs uma organização trabalhista denunciando a nossa gente essa
autoritária, inspirada no modelo manipulação para fins de poder apenas
fascista italiano. Determinou para os e por um pequeno grupo de
sindicatos uma filiação compulsória aproveitadores. Cabe como
aos órgãos do Estado, roubando-lhes anarquistas, rompermos com essa
dessa forma, a liberdade de ação e lógica autoritária e promovermos a
resistência revolucionária, uma marca consciência e educação libertária,
reconhecida do anarco-sindicalismo propulsora para liberdade e bem estar
brasileiro. Lembremos que o anarco- de nossa gente de fato, onde ela é o
sindicalismo no Brasil foi a base para vetor principal no movimento de
organização obreira, alavancando
Aurora Obreira 07
M
simples.
uitas vezes os trabalhadores se acham embaraçados tratando de
fundar uma sociedade de resistência. E, no entanto, nada mais
O que é anarco-sindicalismo?
É trabalho,
pensamento e luta dos trabalhadores para se organizar em locais de
moradia e estudo de forma federativa, autogestionária,
coletivista e apartidária
Federativa porque vivemos em sociedade e precisamos um do outro, assim
como uma cidade da outra ou um país do outro para sobrevivermos bem e de
forma saudável. É a estrutura política que permite organizar com outros povos ou
pessoas do mesmo interesse.
Autogestionária porque devemos assumir nós mesmos, e revezar todas as
atividades de nossos locais de convivência humana. Por que sobrecarregar a
esposa ou a companheira com as tarefas da casa, se podemos dividir entre todos?
Isso também pode dar nas tarefas do bairro, da escola, do trabalho, cada um
fazendo aquilo que pode, sabe e gosta de fazer. Cada um contribuindo da maneira
que puder e distribuindo as riquezas de seu trabalho entre todos os envolvidos.
Coletivista porque ao compartilhar, e portanto dividir o resultado de nosso
trabalho, estamos sendo honestos e justos com nossos irmãos ao invés de
trabalharmos todos para enriquecermos o patrão. Podemos trabalhar em
conjunto, distribuindo por igual a riqueza que nós mesmos construímos! E dessa
forma iremos combater de fato desigualdades social que nos atinge.
Apartidário porque não precisamos de políticos e partidos para cuidar das
nossas vidas, das vidas de nossas famílias, de nossas comunidades, de nossas
cidades, estado e países. Porque de parasitas já estamos cheios e se confiarmos
em tais criaturas jamais conseguiremos nos ver livres. Sempre estaremos a
mercê destes canalhas.
O anarco-sindicalista utiliza táticas como a sabotagem, boicote,
paralisação, greve de advertência, entre outras como forma de pressão sobre os
patrões e como pedagogia de luta presente no cotidiano. Sempre com o propósito
de educar os trabalhadores e também se educar, para a construção da greve geral
revolucionária, que retire a indústria, o campo, o setor de serviços e o comércio
das mãos dos patrões e seja tomado diretamente e sem intermediários por todos
nós. É a Ação Direta de todos os envolvidos (ao contrário de se esperar uma
decisão do próximo) em comum acordo que deve determinar o andamento das
coisas.
Nossa tarefa é desde já, se organizar em pequenos Núcleos ou Seções nos
locais de trabalho, moradia e estudo para em conjunto de nossos semelhantes
construirmos uma grande federação, que se inicie pequena, num bairro, numa
escola e no trabalho. E que ela cresça para alcançar o tamanho da cidade, da
metrópole, do Estado, do país, do continente e de todo o mundo. E que consiga
destruir os maiores inimigos da humanidade, os patrões e os políticos, ou seja, o
Estado e o Capital.
Aurora Obreira - 10
O anarco-sindicalismo é fruto
da organização das classes
oprimidas e exploradas, no fim do
espaços comerciais. Essas perseguições
têm seu ápice com a imposição da CLT
em 1943, que sela um período de luta
século XIX. No seio da 1ª Associação anarco-sindicalista, mas não o cala de
Internacional dos Trabalhadores, os todo. A CLT é baseada nos princípios
antiautoritários/libertários fascistas e pretende controlar os
desenvolvem conceitos chaves para o trabalhadores de forma total.
anarquismo e em sua forma As primeiras lutas contra o
sindicalista. fascismo no Brasil já tinham começado
Com a revolução industrial, se ao resistirem ao autoritarismo dos
acentua a guerra de classe. De 1750 governos da oligarquia café-com-leite,
até agora, cada geração imprimiu e altamente repressores. A versão
criou formas de luta, tanto de brasileira totalitária no Brasil foi
resistência como de repressão visando representada pelo Integralismo. As
manter ou alterar a situação. características como de qualquer
No Brasil, com o fluxo proposta totalitária é o corporativismo
migratório, substituindo a mão de obra e o controle máximo da sociedade, por
escrava ( fica a pergunta por que não grupos pretensamente sabedores do
foi usada essa mão-de-obra que já que estão fazendo.
estava aqui e foram trazer mais Um exemplo de luta antifascista
trabalhadores da Europa?). A maior no Brasil foi a Batalha da praça da Sé,
parte desses imigrantes já tinham 07 de outubro de 1934, quando uma
experiência de luta e resistência passeata integralista foi dissolvida a
obreira e as aplicaram para construir bala por um movimento antifascista,
organizações trabalhadoras para na sua maioria anarquistas vinculados
defenderem sua existência e barrar a a FOSP (ainda neste período, a FOSP
exploração sem peias do patronato. mantinha 80 sindicatos sem vínculos
Em 1906 a Confederação ao Estado, embora a repressão
Operária Brasileira foi criada. Em enorme).
Aurora Obreira - 11
-Propaganda: extensiva
(lavagem cerebral, manipuladora e
enganadora);
-Censura: extermínio
sistemático da oposição;
-Corporativismo: fragmentação
dos ramos de profissão e a reordenação
para controle econômico;
A
responsáveis pela bomba, pelas mortes
s organizações sindicais
e pelos confrontos de rua.
revolucionárias
Foram julgados em processo
organizaram em 1886, grandes
duvidoso que executou 4
manifestações e paralisações de
companheiros. Um se suicidou antes, e
trabalhadores em defesa da jornada de
outros 3 foram condenados a prisão
trabalho de 8 horas diárias. Num
perpetua, sendo que alguns anos
tempo em que o sindicalismo era
depois, houve a revisão do processo e o
considerado um crime, essas
reconhecimento de que nenhum deles
organizações enfrentavam as forças
foram culpados pelos supostos crimes.
patronais (capangas armados) e as
Assim como Sacco e Vanzetti, mais
forças policiais que atuavam juntos na
sangue de nossa gente foi derramado
repressão e perseguições aos
pelo único motivo de questionarem a
trabalhadores. Ser sindicalizado era
desigualdade social e lutar por justiça.
caso de polícia, um crime para os
Passado 124 anos, a situação
poderosos!
com os oprimidos e explorados
Naquele período de mobilização,
continuam as mesmas. As elites e o
na cidade de Chicago ocorreram
Estado criminalizam todos os
enormes passeatas e grandes comícios
movimentos sociais que não podem
pelas 8 horas. Mas ocorria sobre uma
controlar. Procuram satisfazer o
tensão enorme, porque havia enorme
capital e deixar nossa gente a míngua,
contingente policial pronto para atuar.
oferecendo apenas assistencialismo aos
Era o começo de maio. Os distúrbios
que estejam docilizados ao sistema.
começaram de fato após a explosão de
Aos que lutam por justiça e liberdade,
uma bomba que vitimou mais de 7
o braço da lei, a repressão, a
pessoas e feriu mais de uma dezena de
perseguição e restrição de ação.
pessoas. Após o fim dos confrontos de
O 1º de Maio não foi festa e nem
rua entre a policia e os manifestantes,
será se depender de nossa gente. Não
Aurora Obreira - 17
T
Democrata), teriam se realizado
ema controverso e que tem reuniões com vistas a registrar a data
gerado positivamente de luta e a mortificação dos operários
inúmeros debates e, sobretudo dos EUA. (Em 1890 a imprensa carioca
conceituadas pesquisas, as quais ainda já havia se manifestado acerca da
estão longe de estar concluídas, refere- passagem da data e, no 1º de Maio
se à lembrança das lutas dos mártires daquele ano, foi lançado o Manifesto-
de Chicago em 1886, no Brasil, isso Programa à Classe Operária do
quase que simultaneamente aos fatos Partido Operário. Na realidade este
ocorridos nos USA. manifesto foi lançado a 29 de abril,
As lutas das operárias e certamente por influência da
operários dentre as quais merece proximidade do 1º de Maio. De
destaque a da jornada de trabalho com qualquer forma, neste ano já se
limite em 8 horas, a luta por melhores conhecia plenamente o significado da
salários e condições de trabalho se data).
estenderam a todos os locais onde No caso especifico do Rio Grande
havia a relação Capital versus do Sul, o citado “Partido Social
Trabalho, sendo logo adotada como Democrata”, já estava em abril de
marco dessas demandas laborais, o 1890, devidamente organizado ao
martírio ocorrido em Chicago do dia 1º menos na Capital do Estado, ou seja,
de maio e mesmo nos subsequentes, em Porto Alegre, também tinha tido
visto o proletariado daquela cidade seu programa publicado na imprensa.
estar protestando e reivindicando por Tal situação nos permite observar, por
mudanças. Por outro lado, o hipótese, que essa ação tenha também
Aurora Obreira - 19
de la tiama tempo, kiun favoris ankaŭ menciita Internacia Socia Revuo. Liu
la tiutempe doktrinece praktikata Shifu mortis jam en 1915. Ankaŭ
politika neŭtralismo de la burĝa inter la unuaj japanaj esperantistoj
Esperanto-movado. estis multe da anarkiistoj kaj
En marto de 1925, "Berlina socialistoj. Ili estis ripetitajn fojojn
Grupo de Anarki-Sindikatismaj elmetitaj al persekutoj. En 1931 la
Esperantistoj" salutis la en gazeto La Anarkiisto devis ekzemple
Amsterdamo okazantan 2-an ĉesi aperi, ĉar ĝia redaktantaro
Kongreson de la Internacia Laborista sendiĝis en malliberejon. La
Asocio (ILA). Ĝi parolis pri tio, ke anarkiismaj esperantistoj travivis
Esperanto en la rangoj de la germana signifan malfortiĝon, kiam okaze de la
ILA-sekcio FAUD "jam tiugrade persekutado de sovetiaj esperantistoj
enradikiĝis, ke ĝi nun fondis mondan en 1937 (vidu II.3. Subpremoj) ankaŭ
organizaĵon de esperantistoj sur multe da anarkiismaj esperantistoj
liberecana-kontraŭaŭtoritatisma estis murditaj aŭ forsenditaj en
fundamento". Tio estas verŝajne aludo punkaptitejojn.
pri T.L.E.S. (Tutmonda Ligo de Esperanto modeste rolis en la
Esperantistaj Senŝtatanoj), kiu Internaciaj Brigadoj dum la Hispana
fondiĝis en la 20-aj jaroj, ĉar SAT en la Interna Milito (1936-1939). De 1936-
komenco estis forte sub komunisma 1939 aperis en Barcelono semajna
influo. Ŝajnas, ke T.L.E.S. pli poste informa bulteno de la CNT/FAI, kiun
enfandiĝis en SAT. I.L.E.S. (Ibera Ligo de Esperantistaj
Precipe forta estis la laborista Anarkiistoj) eldonis. Ankaŭ la radio-
Esperanto-movado en Germanio kaj en stacio de la CNT/FAI dissendis
Sovetunio. Interalie, oni fondis en Esperanto-elsendojn.
1923 en la soveta Ukrainio la Post la Dua Mondmilito la
"Internacian Sciencan Anarkiisman pariza grupo estis la unua, kiu
Bibliotekon de la Internacia Lingvo" rekomencis la organizitan laboron.
(I.S.A.B.), kiu eldonis la Etikon de Ekde 1946 ĝi eldonis la gazeton
Kropotkin, la Anarkiismon de Borovoj Senŝtatano. Ankaŭ jarojn poste
kaj aliajn verkojn por internacia ekzistis aktiva anarkiisma grupo en
legantaro en Esperanto. Anarkiismaj Parizo. En 1981 okazis je ĝia iniciato
esperantistoj disvolvis siajn agadojn en la fondo de Radio Esperanto, kiu
tiu tempo ne laste en orienta Azio, en ankoraŭ hodiaŭ dissendas unu horon
Ĉinio kaj Japanio. En tiuj landoj sur la frekvenco de Radio Libertaire.
Esperanto baldaŭ fariĝis populara La plimulto de liberecanaj kaj
afero inter anarkiistoj. Oni eldonis anarkiismaj esperantistoj organiziĝis
plurajn gazetojn, plej ofte dulingvajn. en la posta tempo en SAT. Iliaj
Ekzemple, ekde 1913 Liu Shifu anarkiismaj membroj konsistigas tie
(kromnomo: Sifo) eldonis la gazeton La aŭtonome agantan t.n. frakcion. Ili
Voĉo de l'Popolo. Ĝi estis entute la komencis eldoni en 1969 la
unua anarkiisma gazeto en Ĉinio. En Liberecanan Bultenon, kiu hodiaŭ
la komenco la informoj de ĝia ĉinlingva nomiĝas Liberecana Ligilo.
parto devenis grandparte el la supre Fragmenta teksto de Will Firth
Aurora Obreira - 23
- Princípios Anarquistas -
I-Luta Popular
Os diversos conflitos que se fazem nesse país é uma luta de classes opostas,
com interesses opostos (dominantes e dominados).
Não se trata de uma luta relacionada ao nacionalismo, mas sim contra
uma burguesia e elites agrárias, urbanas e econômicas que exploram a população
trabalhadora e oprimem os grupos populares. O conflito é social, é uma questão
social e diante do avanço popular, de suas demandas, a burguesia reage cada vez
mais violentamente.
Portanto a luta popular só terá apoio das classes que se opõem à opressão,
que são do próprio povo.
A luta popular acontece quando no processo de resistir, barrar e acabar
com a exploração dos grupos privilegiados, o povo se compõem em força política.
Estabelece em grupo de forma organizada como resposta à repressão, reunindo
esforços para difundir, por todos os atos, a idéia revolucionária a toda classe
oprimida e explorada, inclusive aos que estejam iludidos com a validade e
eficácia do modelo legal estatal.
As táticas e estratégias devem atender aos objetivos definidos pelo povo,
por nossa classe. O meio que esta se desenvolve refletirá no final almejado, por
isso é importante manter os meios e o fim almejado. Não adotamos qualquer
meio para chegar a um fim, por que isso é um beco sem saída. Queremos
liberdade já e não como um fim, já faz parte do meio de se chegar a ela. Com
escravidão não se chega a liberdade! (continua no próximo número!)
Aurora Obreira - 24
Página 47:
“Os sindicatos tal como estão hoje, aqui no Brasil e em boa parte do
mundo, desencantam e amortecem as mais vivas paixões que possam povoar os
anseios proletários. São peças justapostas de uma máquina montada pelos
governantes, com a finalidade única de manobrar os trabalhadores, reduzindo-os
a conglomerados numéricos, sem vontade própria e sem expressão ideológica. São
órgãos desvitalizados, anêmicos de pensamentos, paupérrimos de pretensões,
sujeitos terminantemente à intervenção ministerial, como foi o recente caso dos
marítimos.
Particularmente no Brasil, os sindicatos vivem ainda sob a vontade
histórica do vandálico Mussolini, que apesar dde justiçado e morto, vive ainda
por entre as amarfanhadas folhas da “nossa” mastodôndica Legislação
Trabalhista, que como todos sabem, não passa de cópia fiel da celebre Carta del
Lavoro dos fascistas. E aqui repete-se a clássica e proverbial frase: “OS MORTOS
GOVERNAM OS VIVOS”.
Faz mais de vinte anos que os trabalhadores vivem enleados nesse
“milagroso” papelório, e a situação dos mesmos é sempre tensa e alarmantes, com
tendência de agravar-se assustadoramente. O círculo vicioso dos aumentos
sincrônicos, nos salários, nos viveres, nas vivendas, nos remédios, nos
transportes etc., revela insofismavelmente, que é preciso atentar para soluções
mais largas, mais profundas e abrangentes.
O pior mal que os sindicatos amarelos ou ministerialistas trouxeram, foi,
sem dúvida, o aparecimento de uma categoria de homens que se intitulam líderes
e que são conhecidos vulgarmente pelo expressivo nome de pelegos (15). Esses
pelegos constituem uma fauna parasitária que surgiu como mandatários
absolutos de sindicatos e federações, confederações e autarquias de previdência
social; colaboradores incondicionais dos governantes e que se movem ao sabor de
políticos oportunistas e influentes.
Apesar disso, o ciclo de hibernação dos trabalhadores está para terminar.
O colosso proletário começa a sacudir a cabeça.”
(15) – Hoje temos o PT (Partido dos Trabalhadores) nota do autor.
Nossa nota: O interessante é ver que isso se mantém mais atual como nunca e com todos os
partidos. Toda uma geração de sindicalistas reformistas/legalistas estão no poder, tendo até um como
presidente. E contraditoriamente, a situação dos trabalhadores continuam as piores possíveis, com a
flexibilização do trabalho e acordos de gabinete que levam os trabalhadores a situações horríveis. Isso
tudo sob um assistencialismo e populismo regado a muita propaganda que onera milhões no cofre
público, sem resolverem de fato as questões de nossa gente.
Aurora Obreira - 26
engenho hoje em dia é usado para as
propriedades que plantam cana-de-
açúcar e a vendem, para ser
processada nas usinas e
transformada em produtos derivados.
O Brasil é hoje o principal
produtor de cana-de-açúcar do
mundo. Seus produtos são
largamente utilizados na produção de
açúcar, álcool combustível e mais
recentemente, biodiesel. As ocilações
entre as safras proporcionam aos
investidores grandes lucros e
especulações de preços tanto no alcool
História de Exploração como no açucar.
Cana-de-açucar Com o uso do álcool como
F oi a base da economia do
nordeste brasileiro, na época
dos engenhos (período aproximado de
combustível “verde” e tendo o Brasil
uma frota grande abastecida com ele,
trouxe de volta o crescimento no setor
300 anos) e a segunda riqueza super- canavieiro. A proposta brasileira do
explorada no país. A primeira foi o pau- álcool combustivel foi apresentada ao
brasil que quase foi extinto de nossa mundo e países da Europa e Japão
flora. acenam em importar álcool brasileiro.
A força de trabalho usada foi a É claro que isso gerara mais riqueza e
mão-de-obra escravizada, muitos usineiros já se portam com os
primeiramente dos indígenas e em "Cheiques do Etanol", ignorando a
seguida de origem africana. O massa de trabalhadores em péssimas
trabalho era forçado em que esses condições de trabalho.
trabalhadores, na ocasião da colheita, As condições de colheita ainda
chegavam a trabalhar até 18 horas são horripilantes e que levam
diárias, sendo utilizada até o final do milhares de “boias-frias” para um
século XIX. Essa super-exploração trabalho exaustivo, sempre nas piores
levou ao esgotamento das terras e a condições de trabalho e com poucas
desertificação em vários pontos do garantias. Com a modernização, gera-
nordeste brasileiro, que era se outro dilema nesse contexto: a
predominantemente formado de Mata- mecanização diminui o número de
Atlântica. trabalhadores nos cortes de cana. A
Com a mudança da economia geração de riqueza é enorme mas
brasileira para a monocultura do café, como tudo no sistema do capital, se
esses trabalhadores foram deslocados mantém concentrada nas mãos dos
gradativamente dos engenhos para as produtores e suas associações.
grandes fazendas cafeeiras. A Fato de nota é que a maioria dos
economia dos engenhos entrou em casos de uso de mão-de-obra escrava
decadência, sendo praticamente foram descobertos em fazendas e
substituído pelas usinas. O termo usinas de cana-de-açúcar.
Cadernos Anarco-Sindicais são publicações da Federação Operária
de São Paulo seção Campinas, com informações sobre o
sindicalismo revolucionário. Produzido pelos próprios associados da
FOSP, é o defensor das classes oprimidas e exploradas.
Títulos disponiveis: 1- Tecnicas de luta ; 2- Sindicalismo e
Movimentos Sociais
Mais informações:
Federação Operária de São Paulo - seção Campinas
Caixa Postal: 5005 CEP: 13036-970 Campinas-SP
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