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S e você possui mais de 30 anos, com certeza lembra-se do tempo em que se esperava

pela correspondência: cartões, fotos e notícias através de cartas, daquele que estava
viajando em férias ou estudando fora do país. Aqueles que tinham pressa em enviar
suas mensagens por correspondência recorriam ao telegrama ou ao telefone, isso é claro com
um custo elevado.

Bom, tudo isso ‘quase’ sumiu com o advento da Internet, e o e-mail substituiu com
louvor toda a espera, tornando-se uma ferramenta de comunicação extremamente popular
entre os milhares de usuários em todo o mundo que a usufruem diariamente. A rapidez na
troca de mensagens a partir do encurtamento do tempo e da distância possibilitada por esse
recurso mudou o modo de comunicação entre as pessoas. Sem contar que hoje, acoplados ao
e-mail temos serviços como mensagens instantâneas e mensagens por voz e vídeo (MSN,
GTalk). Mas você já parou para pensar que outras atribuições podem ter o e-mail? Será
possível usar o e-mail com finalidade pedagógica? Acompanhe este Caderno e logo você
descobrirá!

uando surgiu a Internet uma das primeiras formas de interação foi o e-mail

Q modificando substancialmente a forma de comunicação entre pessoas


geograficamente distantes, anteriormente mediada por cartas. Atualmente, há
um número significativo de pessoas que utilizam a Internet e possuem um endereço
eletrônico, fazendo com que o e-mail seja o mecanismo de comunicação mais comum da
Internet. De acordo com Paiva(2004), com o surgimento do correio eletrônico a sociedade
pode ser dividida em os “com internet” e os “sem internet” e ter hoje um endereço
eletrônico é essencial para quem quer ser sujeito ativo socialmente.

O correio eletrônico é usado para a comunicação entre duas ou mais pessoas podendo ser
de cunho pessoal, profissional ou pedagógico. Este último é o que nos interessa
especificamente: usar a ferramenta explorando os recursos disponíveis no processo de
ensino/aprendizagem da leitura e escrita e também refletir sobre as transformações que
sofrem os gêneros textuais culturalmente estabilizados como a carta, o bilhete e outros.

A
proposta é criar uma conta de e-mail, entender qual a função social dessa
ferramenta e usá-la pedagogicamente durante o semestre ou ano letivo no
processo de aprendizagem de leitura e escrita de gêneros textuais.

Antes de começarmos a usar o correio eletrônico reflita:

• Que recursos tecnológicos frequentemente eu uso?


• O que eu já sei sobre o e-mail ou correio eletrônico?
• O que eu ainda preciso saber sobre o e-mail?
• Uso o correio eletrônico geralmente para...

O e-mail serve para:

• Enviar mensagens para várias pessoas ao mesmo tempo;


• Responder rapidamente as mensagens recebidas;
• Encaminhar a outros e-mails recebidos;
• Anexar e enviar arquivos de textos, imagens, slides entre outros.
A
estrutura do e-mail é dividida em cabeçalho, corpo e anexo. No cabeçalho
encontram-se os itens necessários para o envio da mensagem como o endereço
eletrônico do remetente; o endereço eletrônico do destinatário ou dos
destinatários, caso a mensagem seja enviada para mais de uma pessoa; o espaço
com marcação opcional para envio com cópia e com cópia oculta, e o assunto abordado. Já
no corpo do e-mail localiza-se o espaço destinado para a escrita da mensagem. Ainda na
estrutura há o espaço para anexar arquivos como textos em formato .doc, .pdf, imagens em
jpg entre outros.

cecilia_rocha@gmail.com

Destinatário Ex: maria_pereira@gmail.com

Com cópia

Com cópia oculta

Para anexar arquivos

Corpo do texto

Figura 1 - fonte: Google

• Pesquise sobre a origem do e-mail utilizando a internet. Em um editor de texto


elabore um quadro contendo as principais informações obtidas. Depois, arquive
em uma pasta pessoal no computador.
• Compare a estrutura do e-mail com a de outros gêneros textuais já conhecidos
como o bilhete, a carta e o cartão postal. Quais foram as semelhanças e diferenças
encontradas?
O
e-mail ou mensagem eletrônica é uma forma de comunicação escrita,
normalmente assíncrona, que surgiu no início dos anos 70, popularizando-se a
partir dos anos 80 e assemelhando-se ao que se tem hoje na metade da década de
90.

De acordo com Paiva (2005), “as mensagens eletrônicas são hoje, possivelmente, o gênero
de texto mais produzido nas sociedades letradas”. Adota-se aqui a posição de Paiva ao
questionar: “O e-mail é um gênero ou canal? Pelo correio eletrônico circulam vários
gêneros (ofício, abaixo-assinado, receitas culinárias, propaganda), mas defendo que existe
um gênero específico associado a esse novo artefato”. Ela ainda afirma:

Vejo o e-mail como um gênero eletrônico escrito, com características


típicas de um memorando, bilhete, carta, conversa face a face e
telefônica, cuja representação adquire ora a forma de monólogo era
de diálogo e que se distingue de outros tipos de mensagens devido a
características bastante peculiares de seu meio de transmissão, em
especial a velocidade e a assincronia na comunicação entre usuários
de computadores. (PAIVA, 2005:77-78)

Ao tomar o e-mail como correlato das cartas pessoais considera-se como gênero textual,
por apresentar características de gêneros já conhecidos como abertura e fechamento
semelhantes à carta e a rapidez e eficiência dos gêneros orais. No entanto, o e-mail como
função de correio eletrônico é um serviço ou o suporte que transporta inúmeros gêneros
textuais, ao constatar que às mensagens pode-se anexar arquivos em diversos formatos
como: textos, fotos, apresentação de slides, tabelas, gráficos, som e música.

Paiva (2005) ao se referir ao e-mail como gênero textual, afirma que:

O correio eletrônico é um novo canal de mediação de gêneros já


conhecidos e deu origem a um novo gênero que agrega características
do memorando, do bilhete, da carta, da conversa face a face e da
interação telefônica. Dos textos escritos herda a assincronia. Do
memorando toma de empréstimo semelhanças de forma que é
automaticamente gerada pelo software; do bilhete a informalidade e
predominância de um ou poucos tópicos; da carta as fórmulas de
aberturas e fechamentos. Dos gêneros orais herda a rapidez, a
objetividade e a possibilidade de se estabelecer um “diálogo”. Da
conversa face a face, temos um formato que guarda alguma
semelhança com a tomada de turno e a interação telefônica, além de
limitações contextuais também semelhantes, mas com a possibilidade
de colocar em contato pessoas que se encontram geograficamente
distantes. (PAIVA, 2005:85)

Neste estudo o e-mail será visto como suporte que encaminha variados gêneros textuais,
ressaltando seu uso como ferramenta midiática no trabalho com os demais gêneros.
• Reflita sobre as vantagens do uso do e-mail na atualidade. Depois, faça um
levantamento das desvantagens da ferramenta. E na educação, será que pode
contribuir de alguma forma? Como?

• Acredita-se que o uso de recursos da web na educação auxilia no processo de


ensino-aprendizagem, quebrando a barreira espaço-tempo e possibilitando a troca
de conhecimentos entre pessoas que estão distantes geograficamente. Agora que
você já refletiu sobre as vantagens e desvantagens do e-mail, compare com o
seguinte quadro:

Vantagens do e-mail:

• Baixo custo quando comparado a outras formas de comunicação


como telefone ou correio convencional;

• Arquivamento de mensagens;

• Possibilidade de enviar ou re-enviar a mesma mensagem ou


arquivo para várias pessoas.

Desvantagens do e-mail:

• Necessidade de um provedor de acesso a Internet;

• Possibilidade de enviar um e-mail para endereço errado;

• Receber mensagens indesejáveis ou spams;

• Ter o computador invadido por vírus ao abrir certos arquivos.

Vantagens na educação:

• Troca de material didático entre professores e alunos, sem a


necessidade de xerocar ou imprimir o material;

• Despertar o interesse pela escrita em situação concreta de


comunicação;

• Promover a interação e envolvimento de alunos e professores em


atividades.
ão inúmeras as possibilidades de utilização do e-mail em sala de aula, no entanto

S apontaremos algumas sugestões que podem facilmente ser incorporadas em nossa


prática de sala de aula estreitando a interação aluno-professor.

 Usar o e-mail no trabalho com produção textual;


 Receber e armazenar trabalhos em substituição ao trabalho
manuscrito;
 Armazenar arquivos como textos, imagens e áudio que
ocupam grandes espaços no computador;
 Formação dos grupos de alunos organizados por turma e
série;
 Enviar pequenos recados para grupos de alunos.
 Sugerir indicações de leituras como revistas e jornais online;
 Indicações de links e sites de pesquisa;
 Usar os recursos online disponíveis dos provedores de e-mail
gratuito como editor de texto, planilha eletrônica, agenda,
entre outros. (G-Mail)

• Visite alguns provedores gratuitos de e-mail:

- G-MAIL: http:// www.gmail.com

- HOTMAIL: http://www.hotmail.com

- YAHOO MAIL: http://br.yahoo.com

- BOL: http://www.bol.uol.com.br
ara usar o correio eletrônico e enviar suas mensagens, é preciso ter uma conta em

P algum provedor, preferencialmente gratuito. A escolha do provedor deve estar de


acordo com as suas necessidades, lembre-se: alguns oferecem mais espaços para
armazenar as mensagens e outros possuem recursos online como editor de texto, planilha
eletrônica e agenda.

Como sugestão, indicamos o provedor G-Mail que oferece aos usuários espaço suficiente
para não ficar limpando a ‘caixa de entrada’ a fim de liberar mais espaço, e oferece
também recursos interessantes como chat (G-Talk), editor de texto, planilha eletrônica,
entre outros.

Agora, crie sua conta no G-Mail seguindo as orientações do tutorial que se encontra na
página: http://www.scribd.com/doc/22112417/Tutorial-Gmail

Figura 2 - http://www.scribd.com/doc/22112417/Tutorial-Gmail
Reproduzi algumas das dicas de Netiqueta para a utilização de e-mails do Caderno de
Orientações Didáticas - Ler e Escrever. Para conferir o material na íntegra, acesse o site:
http://www.educarede.org.br .

 Identifique-se: nada mais mal-educado que mandar uma


mensagem sem se identificar corretamente. Nome e escola são dados
importantes numa comunicação entre escolas. Exceções podem ser feitas
para se comunicar com íntimos. Faça um pequeno texto a ser incluído no
final de suas mensagens, com seus dados de identificação. Praticamente
todos os programas de e-mail facilitam essa tarefa.

 Procure checar seu e-mail com frequência: o ideal é fazer uma


verificação periódica. Se o seu meio de comunicação mais utilizado é o e-
mail, você pode receber mensagens importantes que devem ser lidas e
respondidas prontamente.

 Responda prontamente: se a mensagem vai ser considerada,


seja cortês e responda logo.Nem que seja um texto curto, como:
“Mensagem recebida, vou verificar, aguarde contato”. Seu interlocutor
precisa saber se a mensagem chegou ao destinatário certo e aguarda
ansiosamente uma resposta.

 Grosseria, palavrão, preconceito, autopromoção e comércio são


atitudes fora do protocolo: não perca seu tempo, nem desperdice os
recursos tecnológicos à disposição da humanidade. Há que se ter um
mínimo de elegância. Mensagens mal-educadas, propagandas não
solicitadas, promoção pessoal, correntes, são muito malvistas. Pense
também que quem vai recebê-la é um ser humano com sentimentos e
emoções. Quanto mais cordiais forem, sem deixarem de ser verdadeira,
melhor!

 Tenha cuidado com o que escreve: quando você se comunica


pela Internet, seja por e-mail ou por meio de listas de discussão, suas
palavras escritas podem ser enviadas para terceiros e/ou armazenadas
nos microcomputadores dos destinatários, fora do seu controle. Evite
escrever (e fazer!) algo que o possa comprometer no futuro. Comporte-se
na Internet como você se comporta fora dela. Seja ético e não infrinja as
leis. Escreva sobre o que você tem certeza, ou simplesmente faça
perguntas. Informação incorreta passada via e-mail pode atingir um
número imprevisto de pessoas e deixá-las em uma situação
constrangedora – evite isso.

Fonte: Caderno de Orientações Didáticas – Ler e Escrever – Tecnologias na Educação

http://www.educarede.org.br
N o final de 2009, o Google lançou uma ferramenta que promete revolucionar a
comunicação virtual: o Google Wave. Trata-se de uma nova forma de comunicação
e colaboração que integra e-mail, mensagens instantâneas, redes sociais e funções
multimídias. Os usuários podem editar coletivamente um documento como é feito no
Google Docs, só que de um modo muito mais dinâmico. Na wave, ou onda, os usuários que
estão online podem escrever em tempo real. De acordo com a reportagem da Revista
Época nº 594, “um artigo científico pode ser escrito por duas ou mais pessoas. Em vez de
uma troca intensa de e-mails para informar cada modificação feita, os autores poderão
estar na mesma onda, escrevendo o documento no mesmo lugar e deixando observações e
críticas para os demais”.

Figura 3- http://epoca.globo.com/edic/594/594_google/594_google.html

A interface do Google Wave é semelhante ao G-Mail, no entanto é um pouco mais complexa


com inúmeras funções e os usuários só podem se comunicar com quem também tenha
uma conta no Wave. A aposta do Google é que a ferramenta ainda fará muito sucesso.
Para entender como se dá o funcionamento do Google Wave, assista ao vídeo do YouTube
no seguinte link: http://www.youtube.com/watch?v=6qX7jSCMThk

Figura 4 - http://www.youtube.com/watch?v=6qX7jSCMThk

• Saferdic@s – E-mail: http://www.safernet.org.br/site/prevencao/cartilha/safer-


dicas/email

• Uso pedagógico do E-mail:


http://professordigital.wordpress.com/2009/08/26/uso-pedagogico-do-e-mail/

• Google Wave: http://epoca.globo.com/edic/594/594_google/594_google.html

• Vídeo sobre Google Wave: http://www.youtube.com/watch?v=9Q3wy2q7Zqs


ANTONIO, José Carlos. Você é um professor digital? Disponível em:
http://professordigital.wordpress.com/2008/06/30/voce-e-um-professor-digital/.
Acesso em 09 de abril de 2010.

BAKHTIN, M. (V. N. VOLOCHÍNOV). Os gêneros do discurso. In: BAKHTIN, M. (V. N.


VOLOCHÍNOV). Estética da Criação Verbal [tradução de Maria Ermanita Galvão G. Pereira].
2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997. p. 277-326.

BASTOS, Beth [et al.]. Introdução à Educação Digital: caderno de estudo e prática. Brasília:
Ministério da Educação, Secretaria de Educação à Distância, 2008.

CRUZ, Glenda Demes. O e-mail e sua produção no meio eletrônico: o suporte afeta o
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MARCUSCHI, Luis Antônio. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: ária DIONÍSIO,
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