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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAIBA

CENTRO DE HUMANIDADES OSMAR DE AQUINO


CAMPUS III – GUARABIRA
DEPARTAMENTO DE GEO HISTORIA
CURSO DE HISTORIA

AS ORIGENS IDEOLÓGICAS DO CRISTIANISMO


Um estudo sobre as idéias que deram forma ao pensamento cristão

ALUNO: POMPEU BEZERRA DE MELLO


ORIENTADOR: JOSEMAR VIEIRA

Guarabira – PB
2008
POMPEU BEZERRA DE MELLO

AS ORIGENS IDEOLÓGICAS DO CRISTIANISMO


Um estudo sobre as idéias que deram forma ao pensamento cristão

Monografia apresentada ao curso de História


do Centro de Humanidades da Universidade
Estadual da Paraíba- UEPB, em cumprimento
dos requisitos necessários para obtenção
do grau de licenciado em História

Orientador: Josemar Vieira

Guarabira
2008
POMPEU BEZERRA DE MELLO

AS ORIGENS IDEOLÓGICAS DO CRISTIANISMO


Um estudo sobre as origens das idéias que deram forma ao pensamento cristão

Monografia apresentada ao curso de História


do centro de humanidades da universidade
Estadual da Paraíba- UEPB, em cumprimento
dos requisitos necessários para obtenção
do grau de licenciado em História

Aprovada em:
BANCA EXAMINADORA:

Presidente
Esp. Josemar Vieira – Orientador

Ms. Mônica de Fátima Guedes de Oliveira

Esp. Raimundo Nonato Ferreira de Souza


Dedico este trabalho a aqueles que nos
ensinam a aprender com as cores das
folhas que caem e que nunca mais serão
lembradas.
AGRADECIMENTOS

A todos aqueles que de alguma maneira contribuíram para que este trabalho chegasse
até aqui, dedico cada pagina, cada esforço, reconhecendo que a ajuda em tempo oportuno
produz uma duradoura gratidão.
“Stat rosa pristina nomine.Nomina nuda
tenemus” O nome da Rosa, Umberto Eco.
RESUMO

O presente trabalho visa apresentar os elementos comuns entre o imaginário cristão e o


imaginário das demais culturas que o influenciaram em seu nascimento e desenvolvimento
imediato no primeiro século DC. Para tanto, as intersecções que existem entre as
principais idéias são apresentadas para que, através das similaridades sejam visivelmente
comparadas e evidenciadas, através do texto escrito.O levantamento bibliográfico e as
leituras de autores que trabalharam nesta linha de pesquisa são colocados em primeira
linha de importância para que se tenha uma visão geral de como este tipo de pesquisa pode
se apresentar interessantes nas fontes utilizadas. Para tanto foram levantadas referencias
bibliográficas que contemplassem o tema nos mais diferentes momentos historiográficos,
resgatando de cada um deles o centro discutido de forma mais interessante e que se
relacionasse diretamente com o tema e sua proposta de desenvolvimento. Como resultado
o trabalho caracterizou a herança recebida pelo cristianismo das demais culturas que de
alguma maneira o influenciou em seu nascimento e primeiros escritos.

Palavras-chave: Cristianismo, tradições judaicas, cultura antiga, arquétipos religiosos.


SUMÁRIO

RESUMO

INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I : AS ORIGENS TRADICIONAIS DO CRISTIANISMO 10
I.a: Visão religiosa 10
I.b: O papel de Deus no pensamento cristão 11
I.c: Deus no Antigo Testamento 12
I.d: Deus no Novo Testamento 13

CAPÍTULO II: AS ORIGENS HETERODOXAS DO CRISTIANISMO 15


II.a: Jesus Cristo para o Cristianismo 15
II.b: O contexto gerador do cristianismo 21

CONSIDERAÇÕES FINAIS 30
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 31
INTRODUÇÃO

O tema abordado neste trabalho foi pesquisado com o prazer comum aos temas onde o
autor tem familiaridade com o mesmo. Escolhido como tema para a monografia na
conclusão do curso mesmo antes de entrar no curso de História, as “Origens ideológicas
do Cristianismo” perpassam o cotidiano de muitas pessoas nos dias atuais, das mais
diferentes maneiras possíveis (desde decisões tomadas no âmbito profissional e pessoal,
até mesmo na aceitação ou rejeição de credos que com o cristianismo tenham ou não
similaridade). Sendo um tema que , apesar do momento temporal onde se desenvolvem as
aparições de tais idéias estarem quase 2000 anos distantes do presente, tem sua
contemporaneidade provada a cada momento no espaço em que vivemos.
O tema será tratado através da comparação de similaridades entre o cristianismo
primitivo em suas idéias e as idéias conhecidas na época em que o cristianismo teve seu
imaginário desenvolvido inicialmente
Para tanto alguns autores foram citados como ponte de concórdia com relação a
necessidade de historicidade do cristianismo para os próprios cristãos, que tem em suas
biografias o fato de iniciarem suas pesquisas como cristãos, e que através do
amadurecimento do conhecimento adquirido, revelaram a face histórica e cultural do
cristianismo que não tem no mesmo a sua origem legitima.
Os objetivos deste trabalho demonstram as similaridades e assimilações presentes no
imaginário cristão que revelam uma divida cultural com outros povos não citados em suas
origens, revelando a necessidade de reconhecimento do amálgama de idéias e
consequentemente, a relação direta que há entre as crenças cristãs hodiernas e as crenças e
mitos comuns na antiguidade que foram assimilados pelo cristianismo.
Para facilitar a analise o trabalho contempla o tema em dois núcleos, onde trata o
fundamento (As origens tradicionais do Cristianismo: 1º Capitulo) e as similaridades
culturais (2º capitulo: As origens heterodoxas do Cristianismo) que põe em xeque a
autoridade religiosa que por séculos é utilizada como fundamento espiritual e religioso
para o ser humano. Na descrição de uma rede de crenças que alcança uma capilaridade
tamanha e duradoura é que justifico a importância da abordagem do tema, e que nas
próximas páginas se apresentam o decorrer deste trabalho. Ao final apresentamos nossas
considerações finais sobre o tema, as quais não pretendem fechar a análise em referência
ao mesmo, mas contribui para o aprofundamento.
CAPITULO I
As origens tradicionais do Cristianismo

Estudar a cultura de qualquer povo significa buscar em suas origens os diversos


elementos que vem compor o seu perfil cultural na Historia. No caso do Cristianismo o
corte temporal que se propõe este trabalho recebeu a flexibilidade permitida pelos seus
múltiplos colaboradores no decorrer de seu processo de formação. É do conhecimento de
todos, que em cada século de em cada lugar onde ele foi exercido como modelo
religioso(seja na Palestina do século I ou a França medieval, passando pela Inglaterra do
séc. XVIII ) sofreu distorções especificas(como fizeram os monges do deserto do Egito ou
os pregadores midiaticos atuais) reinterpretam as idéias que fundamentam os ideais
cristãos e produziram distorções que tem se desenrolado por séculos.
É importante ressaltar que a figura de Jesus Cristo, como peça fundamental para a
compreensão do Cristianismo deve ser analisada historicamente, com uma distância
segura dos sentimentos religiosos que compõe os ambientes que mais se dedicam as
leituras dos textos básicos.

Para esta análise, o estudo do Cristianismo se pensou em enfatizar suas etapas ou fases
de fortes características delimitadoras, no espaço e no tempo. Portanto pretende-se estudar
o cristianismo primitivo, suas fontes de inspiração e as heranças culturais advindas de
outras civilizações.

I.a
Visão religiosa

Desde as suas origens o cristianismo tem contado com o sentimento religioso das
pessoas para defende-lo e perpetua-lo. Este sentimento procura na apologética diária
defender os princípios religiosos do cristianismo. Nesta defesa encontramos a
sistematização das crenças cristãs como uma das principais fontes de reafirmação
teológica dos princípios fundamentais da religião cristã. Surgido em uma época onde era
maioria o numero de analfabetos e pessoas que tinham em sua formação pessoal uma
carga muito grande de superstições, o cristianismo traz dentro de si elementos
completamente irracionais e absurdos aos olhos de qualquer pessoa que não tenha o
principio teológicos como orientação.
A crença em Deus como pai é uma das principais idéias e a mais antiga pregada pelos
cristãos. Para que o homem pudesse se reaproximar de Deus (uma vez que o homem havia
se distanciado pelo pecado cometido no jardim do Éden) era necessário que este homem
cresse em Jesus Cristo como salvador e filho de Deus. Sendo assim o cristianismo e o
retorno do homem a Deus através de Jesus Cristo como meio para tal.

I. b
O papel de Deus no pensamento cristão

Deus é colocado como pai de Jesus Cristo e que pelo sacrifício do mesmo perdoa os
pecados da humanidade . É colocado também como um ser que habita os céus, crença
comum entre os povos antigos e que foi reafirmada teologicamente pelos judeus e pelos
cristãos. É também reafirmado como criador de todas as coisas, dos céus e da terra, da
vida e controlador de tudo o que existe. A cosmogonia judaica também e totalmente
aproveitada pelo cristianismo. Esta afirmação se faz através da reafirmação do status de
escritura divina atribuído pelo povo judeu as escrituras do Antigo Testamento, onde a
epopéia da criação está escrita.Também como restaurador e salvador (no sentido anterior
ao que o cristianismo imprimiu ao termo) . A forma real contida no Antigo Testamento
não e abandonada pelo cristianismo, sendo que esta idéia foi um elemento facilitador para
a compreensão da hierarquia celeste em todo o percurso histórico do cristianismo. O papel
de legislador, de onde emanam as leis que regeram o comportamento religioso do povo
hebreu durante séculos também tem sua origem segundo a tradiição religiosa em Deus,
que entrega “tabuas de pedra” contendo leis e regras que irão ser a origem das sanções
aprovativas e reprovativas, punitivas e abençoadoras que seguirão o pensamento religioso
dos cristãos em sua compreensão do cristianismo.O poder de Deus dentro do imaginário
cristão e judaico esta ilimitado dentro da compreensão religiosa dos mesmos. Para tanto
nem mesmo o tempo lhe escapa de sua esfera de ação de acordo com a literatura de ambos
os grupos religiosos em questão.Sendo que as profecias escritas no Antigo Testamento,
que revelavam o castigo ou a benção advindas da obediência ou desobediência narravam o
futuro como conseqüência do passado. A benção era vontade divina, a maldição também.
Ate mesmo os conflitos existências tinham a sua resposta em Deus, sendo o melhor caso a
ser citado do patriarca Jó (livro pertençente ao Antigo Testamento), que tem no seu
discurso a revelação de que Deus permeia todas as coisas, sendo a força motriz de tudo.

I.c
Deus no Antigo Testamento

A imagem que encontramos nos textos do Antigo Testamento dão uma fisionomia a
Deus um pouco distante daquela facilmente perceptível no Novo Testamento. Isto se deve
ao fato de que Deus, no antigo Testamento, esta representado pelos olhos de judeus que
estavam na vigência de um judaísmo legalista e de fortes traços ritualísticos religiosos.
Deus assim esta representado como um Deus que pune de forma inexorável, que tem com
o homem um pacto de bem e mal, benção e maldição, amor e ódio, comum nas
civilizações da antiguidade. Para justificar um Deus que pune, e que cobra a obediência de
seu povo, temos o antecedente da lei judaica, esta colocada como divina e que deve ser
obedecida a qualquer custo. As demais características são incorporadas ao perfil de Deus
no decorrer das mudanças do pensamento hebreu que, com a culminância do século I traz
mudanças personificadas em novas necessidades e tendências. O Deus que se relaciona
com o líder político daquele momento(séculos anteriores ao cristianismo primitivo)
legitima este regime, ao mesmo tempo em que quando este mesmo Deus se revela a uma
certa classe da sociedade judaica esta sociedade se coloca como portadora da voz da
mudança (social em certos momentos) e também traz questionamentos quanto ao caminho
seguidos pelo povo hebraico e seus lideres.
I.d
Deus no Novo Testamento

Novas idéias trazem mudanças, e não foi diferente quando as novas concepções de
Deus chegaram ao judaísmo através de outros povos, como os persas que introduziram a
idéia de constante dualidade entre a luz e as trevas. Esta dualidade exige dos judeus a
percepção de um papel mais ameno por parte da manifestação de Deus. Para tanto, Deus
ganha uma fisionomia de pai, e chamado ate de paizinho (Gal. 4;6). Primeiramente
descrito no evangelho atribuído a Mateus como o cumpridor das promessas feitas ao povo
de Israel, exaltando assim o lugar do povo judeu na “nova aliança”, posteriormente como
um Deus que se revelou aos povos diversos , sendo encarnado (Jo 1 ;14) em Jesus Cristo
para cumprir todas as profecias que careciam de cumprimento.No evangelho atribuído a
Marcos, o discurso atribuído a Cristo apresenta um Deus que cura e que faz proezas aos
moldes romanos, uma vez que o evangelho, através de elementos textuais se revela como
uma versão romana da biografia de Cristo(o dinheiro é mencionado em moeda romana , o
tempo contado em medidas romanas e os costumes hebraicos necessitam de explicação).O
evangelho de Lucas procura representar de forma pormenorizada os aspectos mais
elucidastes da vida de Cristo, sendo tipicamente colocado entre os textos dirigidos aos
gregos convertidos . O quarto evangelho, o evangelho de João fornece uma versão
gnóstica do papel de Cristo e dos apóstolos apresentando elementos novos a um judaísmo
fechado ao misticismo gnóstico.
As novas concepções de Deus são diretamente relacionadas como as novas
concepções da relação do homem com Deus, colocadas em cada momento da evolução do
judaísmo e do cristianismo de uma forma que reflete as tendências daquele período. Em
uma época que o povo judeu sofre as opressões do império romano que via na palestina
um barril de pólvora(em seu histórico de revoltas), principalmente a Galiléia, onde
surgiram a maioria dos movimentos messiânicos do século I.Sobre isto (Renan , 1999,
p128): “ A Galiléia era, dessa forma, uma grande fornalha, onde se agitavam em ebulição ,
os mais diversos elementos.”.
Foram dessas novas concepções de Deus que nasceu o desejo de mudança naquele
que representava a ultima salvação divina para os judeus. O messias judaico sofre a
encarnação exigida pelo momento, procurando dar voz as expectativas de diversos grupos
religiosos e escolas rabínicas que procuravam dar limites e direções as interpretações
proféticas dadas aos textos do Antigo Testamento. Deus, segundo a justificativa cristã
tradicional, no antigo Testamento nacionaliza a religião judaica, enquanto no Novo
Testamento procura através de seus porta-vozes darem um caráter sincrético e
internacional ao judaísmo em todas as suas formas. Deste amalgama nasce o ambiente
perfeito para gerar o cristianismo. Mas não nasce no século I as principais idéias e
representações utilizadas pelo cristianismo para construir uma representação do mundo. A
herança vem de mais longe.

E sobre estes elementos herdados culturalmente e contraditoriamente defendidos, diz


Ernest Renan ( 1999, p. 124):

“Em todo caso, combinando-se com a velha crença no messias e


com a doutrina de uma próxima renovação de todas as coisas , o
dogma da ressurreição fundamentou essas teorias apocalípticas
que sem serem artigo de fé( parece que o senadrio ortodoxo não
as adotou)ocupava todas as imaginações e produzia uma
fermentação extrema em todo o mundo judaico. A completa
ausência de rigor dogmático fazia com que noções bem
contraditórias pudessem coexistir , mesmo num ponto de tal
importância.Ora o justo deveria esperar a ressurreição , ora era
recebido desde o momento de sua morte no seio de Abraão .Ora a
ressurreição era geral, ora era reservada unicamente aos fieis.Ora
admitia uma terra renovada e uma nova Jerusalém ,ora implicava
a extinção previa do universo”

São estes sinais que vem orientar o resgate das origens dessas idéias.
Capitulo II AS ORIGENS HETERODOXAS DO CRISTIANISMO

II.a
Jesus Cristo para o Cristianismo

Com a interpretação profética dos textos do antigo Testamento, os judeus extraíram a


figura de um messias, que em diferentes momentos teve diferentes traços e características.
Em textos no Antigo Testamento Deus faz referencia aos reis que governam Israel como
enviados por ele. Além destes textos temos os exemplos de governadores temporários
(chamados juizes) que tem o seu regime de governo representado como uma providência
divina. Era comum que um governo que trouxesse prosperidade e calma fosse atribuído a
vontade divina, enquanto aquele que fosse marcado pelas guerras tivesse a alcunha de
castigo divino. Um exemplo clássico disso é o reinado do rei Davi, considerado como um
rei “preparado por Deus” e que tem em seu período de gloria, tranqüilidade e expansão
territorial o reconhecimento da benção divina. Os restauradores do culto interrompido
também são colocados como homens levantados por Deus para tal fim, ao lado dos
profetas que traziam em seus vaticínios a vontade divina e o futuro revelado. De todos
estes arquétipos nasce a imagem do guia que liberta os judeus sempre que estão
distanciados da vontade divina e que nesse processo restaura o culto ideal ao Deus do
povo judeu.
E é no contexto da subserviência do povo de Israel ao domínio babilônico que nasce a
idéia que um enviado também será mandado para a libertação do povo. Para essa idéia se
buscam fundamentos religiosos e é neste momento que as interpretações das escrituras
ganham um carga simbólica de onde se extraem os mais diversos tipos e imagens de
enviados divinos. Este protótipo de messias esta ligado diretamente a necessidade presente
do povo de Israel. Ainda este messias recebe interpretações diversas de cada grupo ou
partido religioso que compõe a cúpula religiosa do judaísmo no século I. Podemos citar,
por exemplo, os fariseus, essênios, zelotes, saduceus que em sua compreensão particular
da religião judaica traçam limites para o papel do messias e lhe imprimem traços
particulares. Sobre os fariseus afirma Walker( 1985, p. 31):
“ No geral os fariseus, constituíam um partido político, embora
dentre eles tenham surgido os zelotes (ou “homens de
ação”).Nunca chegaram a ser numerosos , não obstante contam-se
com a admiração da maioria do povo.O judeu comum não
dispunha da instrução nas minúcias da lei, nem do tempo
disponível necessários para tornar-se um fariseu.(...).Os fariseus
representavam, contudo, idéias nutridas por muita gente ,
resultado, em muitos sentidos do desenvolvimento religioso
judaico desde os tempos do exílio.Sua ênfase principal era na
observância exata da lei tal como interpretada pelas tradições.(o
grifo e nosso). Mantinham-se aferrados a crença na existência de
espíritos bons e maus, com uma doutrina dos anjos e de satanás
grandemente influenciada, ao que parece , por idéias
persas.Representavam a crença na ressurreição do corpo e
recompensas e castigos futuros, crença em que se havia
desenvolvido grandemente nos dois séculos imediatamente
anteriores ao nascimento de Cristo.Tal como o povo em geral ,
mantinham-se fieis a esperança messiânica.”

Sobre os saduceus o mesmo autor afirma (Walker, 1985, p. 30):

“O partido aristocrático-politico, ao qual se aliaram Hircano e as


principais famílias sacerdotais , tornou-se conhecido como o
partido dos saduceus(palavra sobre cujo sentido e origem pouco
se sabe). Era em essência, um partido mundano e desprovido de
convicções religiosas marcantes.Muitas das idéias apregoadas
pelos Saduceus eram representativas do judaísmo mais antigo. Por
exemplo :guardavam a lei sem a interpretação tradicional e
negavam a ressurreição e a imortalidade da pessoa.Rejeitavam ,
de outro lado , a velha idéia de espíritos bons e maus.Embora de
grande influencia política, Não gozavam de popularidade entre o
povo comum, o qual se opunha a toda e qualquer influencia
estrangeira, e se colocavam ao lado da lei tal como interpretada
pela tradição.”

É interessante notar que a critica textual amadurecida entre os judeus não se desvincula
da religião, dando um traço justificador e apologético a tudo o que se escreve a respeito do
Torá ou dos demais livros do Antigo Testamento. Cria-se uma representação de mundo
onde tudo tem uma razão divina, espiritual, e pela primeira vez no judaismo cogita-se o
fim da existência do mundo como uma etapa natural de um processo onde tudo já esta
definido.Assim afirma Walker ( 1985 p. 29):

“De outra parte, a convicção de que a nação era um povo santo,


que vivia sob o domínio da lei santa de Yavé, bem como a idéia
de separatismo religioso e as relativas cessações da profecia,
levaram-na ao estudo da lei interpretada por um conjunto sempre
crescente de tradições.”

A escatologia comum a febre religiosa de muitos grupos traz novos elementos a serem
assimilados pelo messias esperado, dando ao messias raízes no passado, papeis no
presente e tarefas no futuro. A idéia de messianismo rompe com a noção de tempo para
sobrecarregar o messias de tarefas, expectativas e deveres. Ele, então, deve ser da
linhagem do rei Davi, da tribo de Judá, para com isso justificar a sua linhagem real. Os
principais traços exigidos e esperados no messias são de cunho político, sendo que a
reforma religiosa será conseqüência da reforma política de Israel.Sobre o messianismo
afirma (Walker, 1985, p. : 32)

“ A esperança messiânica, nutrida tanto pelos fariseus como pelo


povo em geral , era fruto da forte consciência nacional e da fé em
Deus.Nos tempos de opressão nacional ela se tornava ainda mais
vigorosa(...).
Diante de condições políticas tão desalentadoramente adversas,
parecia que só por intervenção divina a esperança messiânica
podia concretizar-se. No tempo de Cristo , tal esperança
implicava a destruição da autoridade romana pela intervenção
divina mediante um messias, e o estabelecimento de um reino de
Deus , no qual florescia um judaísmo libertado e poderoso, sob o
governo de um rei messiânico junto de descendência davidica,
reino esse para o qual acorreriam todos os judeus dispersos pelo
império romano. Seria o inicio de uma idade áurea . Para o judeu
comum, era provável que isso significasse simplesmente a
expulsão dos romanos , por intervenção divina, e a restauração do
reino de Israel.Era crença comum , baseada em Malaquias 3;1 ,
que a vinda do messias seria anunciada por um percussor .”

Neste contexto a pregação de Jesus Cristo seria mais uma entre tantas, se para ele
não tivessem confluído todos os símbolos do messianismo judaico que, cansado de esperar
um messias que nunca viria, personificou uma versão sintética em diferentes fases.
Inicialmente mais um influenciado pelo movimento de batistas nas margens do rio Jordão,
(Renan, 1999, p. 154 ) , não tendo a pretensão de tornar sua pregação num movimento de
proporções gigantescas como ocorreu.Sempre questionado pelos judeus de sua época Jesus
tem sua biografia marcada pela pregação e aproximação aos pobres. Elementos comuns as
biografias de lideres religiosos da época foram acrescentados a sua biografia a fim de
facilitar a assimilação cultural por parte dos outros povos e culturas. Sendo assim, Jesus
realiza milagres que os outros lideres e mestres de outras religiões praticaram. Os
elementos encontrados nos evangelhos são de fácil identificação: No capitulo 1 do
evangelho de Mateus ele e legitimado como sendo um descendente de Davi , portanto apto
para ocupar o posto de messias e rei prometido; no capitulo 2 tem o seu nascimento
esperado por astrólogos persas , como mitra , seu correspondente na religião persa.no
capitulo 3 é revelado por um homem (João Batista) que é tido como um profeta da
atualidade na época, legitimando o futuro de seu papel como mensageiro de Deus; no
capitulo 4 e tentado no deserto como Zoroastro também o foi,, no capitulo 5 prega como
também Zoroastro pregou , ora o “pai nosso” como também Zoroastro também o
fez(POTTER, 1952, p.207) seguindo pelos demais capítulos criticando as elites religiosas
da época como o povo desejava, ajudando os pobres e necessitados como convinha a um
messias que nasce em uma época onde os problemas sociais são um dos maiores tiranos.
A imagem projetada em Cristo e que compunha o quadro representativo do messias
também tinha que fazer alusão a restauração e renovação do culto judaico. Além da critica
ao culto viciado pelos interesses econômicos que se apoderam do templo de Jerusalém,
Jesus teve em sua biografia religiosa a responsabilidade de imprimir um novo significado
ao sacrifício judaico, sendo a sua própria morte representada como este sacrifício pelos
cristãos imediatamente posteriores ao seu tempo. Introduz também uma refeição simbólica
e comum as demais religiões. A ceia, que reúne simbologias diversas, traz elementos
pertencentes a diversas culturas, aproximando o cristianismo de outras religiões que tem
na refeição em comum um momento de culto importante e representativo dentro da
simbologia religiosa.
Além disso, são atribuídos a Cristo, posteriormente a sua morte, funções ligadas ao
papel divino que o mesmo passa a exercer na literatura cristã. A morte de Cristo
crucificado trouxe uma reunião de elementos que lhe entregam como recompensa
predicados divinos e extraordinários. Por ter morrido e identificado pelo cristianismo
como o próprio cordeiro de Deus enviado pelo próprio Deus para sacrifico pelo mundo e
elevado a condição de filho de Deus exaltado em gloria, ganhou uma biografia a altura
das promoções informais . Para tanto não poderia continuar morto, sendo forjada a estória
da ressurreição onde varias discussões teóricas tentam desvendas o que levou a
comunidade Q a migrar da crença de uma ressurreição simbólica para a somatória de
mitos e lendas judaicas sobre ressurreição e ascensão aos céus , tão comum aos
personagens do Antigo Testamento em literaturas apócrifas . Sobre a comunidade
primitiva denominada comunidade “Q” afirma (Carreiro, 1999, p. 40):
“O coração do Jesus histórico precede os evangelhos e nasceu
na comunidade ou círculos que produziram os manuscritos agora
denominados “Q” (do alemão “quelle’ significando, “fonte”).
Nenhuma copia do “Q” sobreviveu, mas estudiosos puderam
reconstruí-lo como a fonte do material comum achado em Mateus
e Lucas o qual eles não obtiveram de Marcos.”
O Q não era um evangelho narrativo, nas uma coleção organizada de dizeres que
incluíam ensinamentos morais, admoestações proféticas e contos controversos, mas um
punhado de milagres e anedotas. Ele foi o produto de um movimento sectário judeu
localizado na Galiélia que pregava a vinda do reino de Deus.”

Ainda sobre “Q” cito Mário Porto do artigo “2000 anos de mito cristão (Porto, 2002,
08):

“Os escritos da comunidade ‘Q’ são os primeiros registros que


temos dos movimentos primitivos de Jesus, e é um texto
verdadeiramente precioso. Eles documentam a história de um
grupo específico do movimento primitivo de Jesus, por um
período de cerca de 50 anos, desde a época em que Jesus tinha 20
anos até após a guerra Romano-judaica nos anos 70. O notável
sobre este grupo é que ele se desenvolveu dentro de uma
comunidade, firmemente, interligada e produziu uma vasta e
grandiosa mitologia, simplesmente atribuindo, mais e mais
ensinamentos a Jesus. Eles não precisaram imaginar Jesus no
papel de um Deus ou contar estórias sobre sua ressurreição dos
mortos para honra-lo como um mestre. Em outras palavras eles
não eram sim, um grupo de Jesus.”

A partir do momento que a comunidade primitiva recebe elementos que situam Cristo
dentro da literatura escatológica da época , sua existência e papel vencem as barreiras do
tempo. O messias agora age sobre os seus seguidores até o dia final, o juízo final, a
ressurreição dos mortos e todos os demais elementos escatológicos que agora orbitam em
torno do futuro dos homens e do mundo. Sobre as tradições escatológicas do século I,
Walker afirma ( 1999, p. 33):

“Essas esperanças eram fomentadas pela literatura apocalíptica,


com seu pessimismo em relação ao presente e sua visão colorida
da idade vindoura.Os escritos eram em geral atribuídos a
antepassados notáveis .É o caso, por exemplo, da profecia de
Daniel, incluída no cânone do antigo Testamento, do livro de
Enoque, da Assunção de Moises, e tantos outros.Exemplo cristão
desse tipo de literatura, embora tem de conceitos judaicos, é o
livro do apocalipse , incluído no Novo Testamento.Tais obras
incutiam uma atitude religiosa de abertura para o futuro e
esperança, atitude essa que deve ter servido para compensar o
legalismo rígido da interpretação farisaica da lei.”

Neste momento os futuros dos cristãos se entrelaçam com o do Cristo divino sendo
atribuído aos seus seguidores o papel de continuar a sua obra na terra e com isso expandir
a crença em Cristo. Em torno das regras que permitem ou proíbem a participação dos
eventos que trazem a recompensa aos seguidores de Cristo predominam regras já
pertencentes ao judaísmo.Um exemplo forte do judaísmo da igreja primitiva de Jerusalém
e a epistola de Tiago, onde os fortes traços judaicos mostram que a época da escrita da
carta os elementos judaicos são mais fortes do que os elementos pertencentes a outras
culturas. Mas esta situação dura apenas ate a diáspora dos judeus com a invasão de
Jerusalém no ano 70 DC. A internacionalização do cristianismo traz a este novas
necessidades principalmente no que diz respeito ao papel divino que tem na literatura
judaica. A discussão que as novas pesquisas trazem em relação as diferenças entre a
comunidade Q e as comunidades posteriores a esta demonstram que houve dois momentos
no cristianismo primitivo, cada um com uma imagem delimitada de Cristo, onde seus
predicados são postos dentro e fora do judaísmo e de seus limites .
Em um primeiro momento o cristianismo ainda estaria ligado ao judaísmo e seus
lideres seriam Pedro e Tiago, sendo referenciado o fato na Bíblia na epistola de Paulo a
igreja em Gálatas , quando Paulo fala sobre o comportamento repreensível de Pedro diante
de judeus, mostrando a transição da nacionalidade do cristianismo primitivo para a
internacionalidade trazida principalmente pelo apostolo Paulo. Esta igreja ligada ao
judaísmo teria conhecido Jesus pessoalmente e portanto teria conhecimento da biografia
humana de Jesus, sendo ele reconhecido como um grande mestre , um grande rabino que
teria se destacado pela graça de Deus. Ou seja, Jesus ainda não havia recebido a imagem
divinizada que receberia pelos anos que seriam posteriores a diáspora dos judeus de
Jerusalém. Esta comunidade primitiva é chamada pelos pesquisadores de comunidade Q
(quele = fonte em alemão) de onde partiram os principais dizeres atribuídos a Cristo e que
tinham caráter moral. A segunda comunidade recebe os elementos diversos de outras
culturas e são menos ortodoxas comparadas as comunidades judaica cristas da palestina.
Esta comunidade sente no exercício do proselitismo a necessidade de apresentar novos
elementos para uma assimilação mais fácil por parte dos povos que tem contatos com
idéias gregas por exemplo( como o apostolo Paulo que cita Epimênedes de Creta para
convencer gregos a se converter ao cristianismo At 18). Por em pé de igualdade os judeus
gregos romanos e outros povos também foi uma das características do cristianismo
proselitista, sendo esta uma das razoes de haver tolerância a novas idéias e interpretações
do cristianismo e conseqüentemente de Cristo no século I DC. É sabido que (Walker,
1984, p. 17): “O cristianismo não veio a ocupar um vácuo. Na época do seu surgimento
pululavam na mente dos homens concepções varias do universo da religião , do pecado, e
da recompensa e punição” .
Portanto o Cristianismo não nasce do nada, o contexto conjuntural da época de sua
gênese e de fundamenta importância para que se possam detectar as influências culturais
sofridas durante a sua formação ideológica (Walker, 1984, p. 17): “As concepções já
existentes forneciam muito do material a ser usado na conformação de sua estrutura.”.
Sem duvida o termo “cristianismo” vem do nome de seu fundador, Jesus Cristo, judeu
nascido na Palestina ocupada pelos romanos. De controversa biografia, a sua vida se passa
no século I e dura, de acordo com a maioria das linhas de pesquisa que tratam do tema,
ate a sua crucificação, momento de fundamental importância simbólica para o
Cristianismo posterior a esse acontecimento.
II.b
O contexto gerador do cristianismo

O século I esta marcado pela hegemonia do Império Romano sobre os povos por ele
conquistados durante a sua expansão territorial. Dentre estes estava a Palestina ocupada
pelos judeus que haviam retornado do cativeiro babilônico por mais de três séculos. Eles
estavam carregados com a cultura dos povos onde habitaram por este longo período do
conhecido “cativeiro”.
Todavia antes de adentrarmos nos aspectos tocantes as civilizações e povos que
contribuíram direta ou indiretamente para a formação do quadro cultural e imaginário
cristão, algumas considerações devem ser feitas a respeito dos judeus, os catalisadoras de
uma boa parte desta bagagem cultural, uma vez que (Potter, 1952, p. 198): “No
desenvolvimento do judaísmo , varias influencias de diferentes fontes, atingiram o povo
judeu, não somente em sua religião mas também em seus costumes e cerimônias”
É imprescindível que analisemos o contexto que forma as idéias e modelos usados
pelos judeus e que vem propiciar o ambiente altamente favorável para o nascimento do
cristianismo. Das suas origens geográficas diz o professor Marcelo Carreiro (Carreiro,
1999, p. 15) :
“O grupo étnico que viria se tornar o povo judeu teve sua gênese
em um espaço físico bem definido, onde toda a sua ação inicial
teria lugar:do Egito a Palestina.Portanto sobre as influencias
diretas das grandes e expressivas civilizações (...) o povo judeu
com sua cultura ainda não firmada e sem uma identidade acabou
por assimilar varias lendas e passagens desses povos,
reutilizando-as na construção de sua religião”.

A evolução que passa o povo judeu oscilou desde a condição de nômade a condição de
um povo com local e identidade estabelecidos em menos de 1500 anos. Durante esse
período, estudado por arqueólogos ligados ao estudo da historia do judaísmo, vários
elementos culturais são assimilados em diferentes fontes. Estes estudos foram feitos pelo
método de mitologia comparada, que visa identificar similaridades entre as mais diferentes
culturas e detectar onde houve influencias direta ou mesmo assimilação total ou parcial, e
até de que forma foram adaptadas cada versão na cultura e no imaginário dos povos que
recebiam esta carga simbólica. Revelam, pois os elementos que descaracterizam a pureza
cultural judaica e no conseguinte apontam para o débito cultural para o Cristianismo que
tem na reprodução parcial das verdades religiosas judaicas um dos alicerces históricos de
suas crenças.
A titulo de exemplo alguns elementos podem ser citados de passagem como: a versão
judaica da criação do homem feito de barro , (originalmente encontrados em antigos textos
assírios babilônicos),a desgraça do homem perante Deus através da mulher esta bem
retratada através de Pandora(personagem da mitologia grega) e que através da
desobediência desencadeou o mal a terra e aos homens. Eva portanto é que vai dar os
traços judaicos a uma “Pandora” nos moldes culturais judaicos . Tão conhecido como este
caso é também o episodio do dilúvio (que procura adaptar as narrações míticas
pertencentes a mesopotâmia e fenícia e que eram amplamente conhecidos no mundo.
Foi com o aparecimento da figura de Moises , que o povo judeu adquiriu a tendência
de que os seus lideres podia-se atribuir a condição de mediador entre os hebreus e a
divindade. Originalmente havia varias divindades com a evolução do monoteísmo houve
um processo de reformulação religiosa atribuída a revelação de Jeová a Moises como
líder e guia. Sobre Moises e o seu papel nas mudanças iniciais da cultura hebraica que
passa do politeísmo para o monoteísmo sem muitas explicações, farei as seguinte
consideração: é imprescindível o estudo da cultura egípcia que contextualiza o período
de saída do povo hebreu do seio da sociedade egípcia. O próprio símbolo do monoteísmo
judeu, Moises, tem comprometida a sua biografia em evidencias que apontam o debito
cultural judaico junto aos egípcios que lhe foram contemporâneos. O próprio nome de
Moises é apontado como sendo de origem egípcia (exceto os autores que por razões
religiosas tentam judaizar a raiz do nome a fim de legitimar as raízes independentes
judaicas da historia religiosa).

Por isso Carreiro afirma(Carreiro, 1999, p. 12) :


“ O nome de Moises ( mosheh em hebraico) possui uma origem
nitidamente egípcia, da palavra “mose” (criança), ou mais
provavelmente , uma abreviação do nome composto de orientação
religiosa, tão comum ao povo egípcio, “amon-mose”
( filho de amon) que teria acabo por ser contraído em mose,
prática também comum.”

Por outro lado sabe-se que alem do nome , os traços biográficos de Moises foram
analisados a luz da mitologia comparada com o imaginário da época (Carreiro, 1999, p.
12) :

“ (...) A lenda a respeito de seu nascimento de uma família judaica


e a dotado pela princesa, filha do faraó. Ora, a construção desse
mito se encontra no sentido exatamente contrario de todas as
outras lendas a respeito de famílias trocadas. Normalmente,
vemos o contrario: a criança e encontrada e adotada por uma
família de camponeses e, posteriormente, lhe e revelada a sua
origem nobre. Inúmeros casos seguem em linha de
desenvolvimento, como as historias de Édipo, Hercules, Perseus,
Gilgamesh, dentre vários outros.
Assim, nos parece que a origem’judaica’ de Moises foi uma
criação posterior de seu seguidores, para corrigir o fato de ele ter
sido membro da monarquia egípcia.Se tomarmos isso como
verdade ( e inúmeros argumentos foram desenvolvidos nesse
sentido), começamos a decifrar a origem do povo
judeu.Infelizmente, nos faltam provas que corroborem nossa
teoria ou mesmo a refutem.apelamos para a lógica de analise
histórica a respeito da origem egípcia de Moises.”

Na verdade não seria prudente deixar de citar o contexto político religioso que viviam
os egípcios daquela época, que veio viabilizar uma reforma religiosa que culminou com
uma das mais antigas e humanas versões de uma monoteísmo possivelmente foi então que
deu forma ao monoteísmo hebraico.
O contato de Moises com a nobreza egípcia e o elo que liga a cultura egípcia a
migração dos hebreus para o monoteísmo estabelecido. Por isso diz Carreiro( 1999, p. 13)
:
“ Provas da adaptação cultural dos judeus aos egípcios são
claras e mesmo fartas.alem do próprio monoteísmo e
exclusividade do seu Deus , ainda poderíamos citar o habito da
circuncisão, que é amplamente documentado como sendo de
origem egípcia, alem da aversão visceral do judaísmo a feitiços ,
magia, e mesmo imagens de Deus- preceitos da religião de Aten
em sua luta contra as antigas religiões egípcias, dentre elas a do
próprio Amon.
Dessa forma, podemos determinar com precisão o contexto
histórico da criação do judaísmo, localizando-o de maneira
harmônica com sua época, alem de conseguirmos identifica-lo de
maneira plenamente satisfatória na historia do desenvolvimento
das religiões. Alem disso, temos uma tentativa real de separação
do “fato mítico” bíblico do fato histórico real.Ou seja ,
abandonamos de maneira segura as lendas a respeito da origem do
povo judeu e do judaísmo por uma visão histórica precisa e
convincente.”

Outras verdades fundamentais do judaísmo podem ser explicadas recontando o mito


grego de Dionísio que fornece leis escritas em duas tabuas de mármore, e Moises também
recebe de Jeová os dez mandamentos positivados em pedras e escritos pelo próprio dedo
de Deus. O prodígio da passagem do mar vermelho a “pé enxuto” e que também faz parte
da mitologia grega tocante ao Deus Dionísio(Carreiro, 1999, p. 15). Estes fenômenos que
rodeiam o recebimento das leis funcionam como elementos que ajudaram a reafirmar a
origem divina e facilitar o processo de controle e inibir as propostas de reformas (que caso
surgissem), o que prejudicaria as classes privilegiadas pelo modelo social e religioso
hebraico. Não apenas no mito grego se inspirou tais acontecimentos, mas também tem
origem no Código de Hamurabi,o primeiro código de leis escritas que se tem noticias.
Outras similaridades podem ser citadas como foi o caso onde Moises faz jorrar água de
uma pedra no deserto(Êxodo cap. 17, 6)ou antes o fato ocorrido com Abraão que durante
o sacrifício de seu filho recebeu um carneiro para ser sacrificado em seu lugar, o que o
assemelha a Agamenon e sua filha Ifigênia, substituída por uma gazela durante o
sacrifício. Não obstante Hercules e Sansão ficaram conhecidos pela força incomum e pela
traição feminina. Outro exemplo e de Sileno, Deus frigio que andava montado em um
jumento e que certa vez lhe dirige a palavra, como a jumenta de Balaão (Números Cap. 22,
28). O processo da tomada da terra palestina dos povos que ali habitavam são
posteriormente representados como atos guiados pela vontade divina contando coma
ajuda direta de Jeová através de fenômenos inexplicáveis e que remetem ao imaginário de
um povo que sentia a necessidade de se afirmar diante dos povos dominados. As guerras
de conquista ocorrem na maioria das vezes de forma desordenada e são posteriormente
representadas como vitórias sempre comandadas por Jeová. A graça conseguida através da
obediência a sua vontade era revelada pela classe sacerdotal. Após os muitos fatos
políticos que se sucederem no meio de um emaranhada trama a condição política de
Israel chegou ao momento de cisma quando surgiram os reinos de Israel e o de Judá que
723 AC, os assírios conquistaram o reino de Israel, submetendo todo o povo que ali
vivia.Mas o reino de Judá resistiu até 586 AC, quando foi finalmente conquistado pelo rei
babilônico Nabucodonosor, que levou os judeus cativos para a Babilônia. Este fato
promoveu ao povo hebreu a oportunidade de interagir com outras culturas assimilando
elementos inéditos na religião e no imaginário hebraico( Potter, 1952, p.98):
“Os judeus foram conduzidos para o cativeiro em babilônia no
ano 586 AC três anos antes da morte de Zoroastro. Antes do
cativeiro eles não tinham demônio algum em sua teologia.
Cinqüenta anos mais tarde Ciro, o zoroastriano, conquista os
babilônios e permitem aos judeus retornarem a sua própria pátria.
Durante dez séculos ate o advento de Alexandre foram eles
governados por reis zoroastriano
A teologia o judaísmo pos exílio passou a ter um diabo.
Considerando que a religião zoroastriano daquele tempo
destacava fortemente entre os maus espíritos e a figura principal,
chamada ‘o adversário’ e tendo-se em mente que os judeus após o
exílio denominaram o seu demônio satã que significa o
adversário”
No tomo II da coleção “Historia Geral das Civilizações” (Aymard , Auboyer, 1976 p.
140) sobre os cultos orientais no ocidente se diz:
“É impossível limitarmo-nos a simples menção de mitra. De
origem persa, mas Deus secundário no panteão iraniano, mitra
transformara-se e enriquecera-se com empréstimos feitos as
teologias asianicas e semíticas.apresentava-se agora como um
Deus da luz e do sol , ligado a ordem cósmica, assegurando
vitória e salvação (...)o culto celebrava-se em cavernas ou
criptas(...) após um longo novicado o neófito recebia uma espécie
de batismo e participava de repastos litúrgicos.os iniciados
deveria despender todas as suas energias a fim de auxiliar o
triunfo do bem na terra;seriam recompensados por ocasião do

julgamento presidido por mitra.”


Este mesmo autor afirma que estas “novidades espirituais” ajudaram e contribuíram na
formação cultural e na aceitação por parte dos iniciados do judaísmo e do cristianismo.

No contexto político as ações de Roma na palestina favoreceram o nascimento do


clima hostil que por vezes alimentava o desejo de libertação incrementado pela crença
messiânica judaica. O messianismo é, em termos estritos, a crença na vinda - ou no retorno
- de um enviado divino libertador, um messias [mashiah em hebraico, christós em grego],
com poderes e atribuições que aplicará ao cumprimento da causa de um povo ou um grupo
oprimido. Há, entretanto um uso mais amplo - e às vezes indevido - do termo para
caracterizar movimentos ou atitudes movidas por um sentimento de "eleição" ou
"chamado" para o cumprimento de uma tarefa sagrada. O profeta Isaías é o primeiro a
proclamar a idéia de um Messias, embora “esta idéia já se encontrasse na Pérsia entre os
zoroastristas.”. (Enciclopédia Delta Larousse,1981 ).

Alem disso outros traços de similaridade são comuns aos cristãos e persas sem
esquecer que os persas antecederam 600 anos as estórias contadas sobre as suas
divindades. Alguns pontos em comum podem ser citados, por exemplo:

Mitra nasceu de uma virgem em 25 de dezembro; Era considerado mestre e ensinador;


também recebia o titulo e bom pastor; era considerado o meio, a luz e a verdade era
considerado pelo messianismo persa o redentor, o salvador e messias; era identificado com
o leão e o cordeiro, figuras usadas pelo cristianismo posterior para figurar o duplo papel
que Cristo veio cumprir na terra; teve doze companheiros ou discípulos; fazia milagres, foi
enterrado em um tumulo e ressuscitou ao terceiro dia.

Potter ( Potter, 1952,p. 98) afirma:

“Quando essa criança (Cristo) se tornou homem, cumprira a sua


missão morria na cruz, uma de suas ultimas frases revelou sua
expectativa de alcançar imediatamente o “paraíso’”. Mas,
‘paraíso’ era a morada zoroastriano dos abençoados. A própria
palavra era persa. O vocábulo hebreu sheol designava a morada
dos mortos - bons e maus. O sitio onde viviam Adão e Eva não
era o paraíso como por vezes foram denominados, e sim um
‘jardim’. Paraíso, como lugar distinto para os bons, não foi
empregado pelos hebreus senão quando estes se apropriaram da
palavra e da idéia dos zoroastriano.”.

Ainda sobre algumas outras heranças persas do cristianismo o mesmo autor escreve
(Potter, 1952, p.99):

“Por exemplo: a ressurreição dos mortos, o triunfo final contra o


demônio, o advento do messiânico filho do homem, o juízo final
com a separação entre bons e maus, a crença em espíritos
malignos e nas legiões de anjos da guarda. Nada disso se encontra
no judaísmo antes dos dias do exílio sim depois tudo adotado pelo
cristianismo.”

Origens mais remotas sobre o mito de mitra encontram nas tribos nômades da
eurásia no culto a um Deus touro que simbolizava poder e força, imagens ligadas a
masculinidade. este culto chegou a Roma e se tornou muito popular. Mitra tinha sua
imagem associada a do sol, do bem e da luz e a crença em uma vida futura era uma das
características de seu culto.como similaridade, mitra também nasceu de uma virgem,
assistido esse nascimento por pastores.a imagem da chave do reino dos céus (Mat 16:18)
também e encontrada no mitraismo, além da imagem de uma refeição sagrada cheia de
símbolos(I Cor 11:23, Luc 22:19).

Além desses fatos também cita Ernest Renan (Renan, 1999, p. 119) :

“a pérsia desde uma época remota concebeu a historia do mundo


como uma serie de evoluções .(...) No final dos tempos quando o
circulo de quiliasmos se houver se cumprido , virá o paraíso
definitivo.Então os homens viverão felizes.A terra será como uma
planície; haverá uma só língua , uma só lei e um único governo
para todos os homens .Entretanto este acontecimento será
precedido por terríveis calamidades.
Dahak (o satã persa) rompera os grilhões que o acorrentam e se
abatera sobre o mundo.Dois profetas virão consolar os homens e
preparar o grande acontecimento.Essas idéias corriam o mundo e
chegavam ate Roma , onde inspiravam um ciclo de poemas
proféticos(...)”
O Dr. Ruston Lemos de Barros , em sua tese “Carne, moral e pecado no Séc. XIV”
escreve(1992, p. 85):

“Do Zoroastrismo ou Masdeísmo, os cristãos tiveram em comum,


a crença na imortalidade da alma e nos demônios; a concepção de
vida no além-inferno e paraíso-bem como no purgatório (a casa
dos pesos iguais, dos persas); as noções de juízo final (o chinval)
e ressurreição; e a doutrina escatológica que admitia a vinda de
um messias (saoshyant, dos persas ) , gerado por uma virgem.
Especialmente do culto iraniano de Mitra-espírito do bem e da
justiça-considerado “mediador” entre a humanidade e o Deus
supremo (ahuramazda) ,os cristãos adaptaram muitas
particularidades. Aliás , Jesus também exerceu o mesmo papel de
Mitra era reverenciado com banquete rituais a base de pão e
vinho, “refeição” sacra análoga e concebida pelos cristãos.
Também a festa mais importante do Mitraísmo , celebrada em 25
de dezembro, dia do solstício de inverno, serviu para o
estabelecimento das comemorações do nascimento de Jesus. E , a
cruz , símbolo do cristianismo, já existia o culto de Mitra,
constituindo o emblema do sol nascente. Vale a pena salientar ,
ainda, que nos rituais do Mitraísmo e, mais tarde, não
celebrações dos cristãos, empregaram pias batismais, água benta e
consagraram o domingo ao Senhor Deus”.

O contexto religioso da época em que se formou se difundiu o cristianismo contou


também com muitas similaridades entre cultos diversos, como coloca Walker (Walker,
1984, p. 26):

“A grande maioria dos que sentiam necessidades de ordem


religiosa simplesmente adotavam as religiões orientais,
notadamente aquelas em que predominava a preocupação com a
redenção em que o misticismo e o sacramentalismo eram traços
marcantes.(...)A disseminação dessa crenças independentes do
cristianismo – e , ate certo ponto, rivais deste – durante os três
primeiros séculos de nossa era, contribuiu para o aprofundamento
do sentimento religioso em todo o Império e , nesse sentido
facilitou o triunfo do cristianismo.”

Ainda Walker(1984, p.27):


“Todas essas religiões pregavam um Deus-redentor e
originavam-se do culto a natureza. Sua mitologia variava, mas em
geral falava de um Deus que morria e ressuscitava, e celebrava o
ciclo natural do nascimento e da morte, aplicando-o ao
renascimento da alma, de modo a vencer a morte. Outra constante
nessas religiões era a afirmação de que os iniciados participavam,
de modo simbólico (sacramental), das experiências do Deus ,
morriam com ele, como ele ressurgiam, tornavam-se participantes
da natureza divina, geralmente por meio de uma refeição de que
o próprio Deus simbolicamente partilhava, tornando-se também
partícipes da sua imortalidade.Todas essas religiões tinham ritos
secretos reservados aos iniciados e atos de purificação
mística( sacramental) dos pecados.Nas religiões de Isis e Serápis
essa purificação se dava por meio do banhar-se em águas
sagradas”.

Além dos grupos religiosos, a gênese do cristianismo contou também com a


similaridade de escolas filosóficas, como o estoicismo em alguns aspectos, como cita
Walker(Walker, 1984, p. 22): “Entre o cristianismo e o estoicismo havia em alguma
facetas, grandes pontos de aproximação”

E continua sempre aproximando o Logos estóico do Logos cristão Jo1;1(verbo: Gr :


logos) (Walker, 1984, p. 22):
“O estoicismo estava próximo da idéia de Heráclito, se bem que a
tivesse modificado bastante. A fonte de tudo, a influencia
modeladora e harmonizadora do universo, é o calor vital, a partir
do qual tudo se desenvolveu mediante graus de tensão. Ele
penetra todas as coisas e para ele tudo retorna.(...)ele é a alma
universal inteligente, autoconsciente, a razão disseminada por
todas as coisas , o Logos do qual a razão humana é parte.É Deus
vida e sabedoria de tudo . Ele esta verdadeiramente dentro de
nos.E nos então, podemos ‘seguir o Deus que esta dentro de
nós’ .”
Ainda sobre esta influencia afirma Walker(Walker, 1984, p. 23):
“A teologia cristã viria a sofrer profundamente a influencia da
estrênua atitude ascética do estoicismo, da sua doutrina da
sabedoria divina que tudo impregna e governa, o Logos, da
insistência em que todos os que agem retamente são igualmente
merecedores, seja qual for sua posição, e da a firmação da
irmandade essencial de todos os homens.”

São estes elementos que, somados e analisados em conjunto revelam um débito


cultural naquilo que comummente se atribui a originalidade do pensamento cristão.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do proposto como direção na elaboração deste trabalho, confirma-se o fato de


divida cultural entre as civilizações que adotaram o cristianismo como religião e as
civilizações e povos que de alguma forma contribuíram com a construção de
representações no inicio de sua sistematização. Está demonstrado que não se pode
desvincular a idéia religiosa apregoada pelo Cristianismo em suas diferentes formas com
aquelas adquiridas por ele durante sua historia.Sendo assim, é evidente a importância de
analise de cada uma das contribuições , em cada caso em particular para que não furtemos
a verdade histórica de que as idéias cristãs são idéias de muitos povos, de muitas épocas,
reunidas na necessidade duradoura de representação uniforme e atual das idéias
religiosas.
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