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Silvino Pirauá
O primeiro se chamava
Crispim da Cunha Dourado,
Tinha muitos bons costumes
Era homem ponderado;
Como bom pai de família
Era então considerado.
O segundo se chamava
Raimundo Dias Valente,
Era homem viciado,
Cachaceiro e imprudente;
Não respeitava ninguém,
Tinha fama de insolente.
Ilustríssimo senhor,
Honradíssimo delegado,
Aqui está um criminoso
Que por mim foi capturado;
Matou um pai de família
Homem bem considerado.
Terminada a acusação
Por parte do Promotor,
O processo foi entregue
Ao nobre defensor
Para fazer a defesa
Do Réu, com todo valor.
Então o advogado
Se levantou da cadeira,
Principiou a defesa
Por uma boa maneira;
Descrevendo claramente
A história verdadeira.
O primeiro ponto é,
Sobre a causa do delito;
Não foi de caso pensado
Que se deu o tal conflito;
Foi um fato casual
No qual eu muito medito.
Existindo no libelo
Circunstâncias agravantes,
Contra o meu querelado
As provas não são bastantes,
E eu para destruí-las
Sobram-me os atenuantes.
No ilustrado Conselho
Existe a competência
De absolver a Crispim
Com justiça e consciência;
Quando a verdade triunfa
É dispensada ciência.
Confiado no Conselho
Pela forma do direito,
Terá o meu querelado
Um justo e feliz conceito;
Tendo a absolvição
Ficando assim satisfeito.
O Conselho de sentença
Vendo que toda a razão
‘Stava ao lado de Crispim,
Com a devida aptidão,
Em face da mesma lei,
Lhe deu a absolvição.
FIM