Portuguesas
AgostinhodaSilvaea"IlhadosAmores"
pinturadeHieronymousBosch
possamos ali entrar com os preceitos morais do bem e do mal, do lcito e do ilcito que
ns,continuamente,usamosnavida.comoseelestivessementradoemalgumacoisa
na qual tivessem plena licena de serem homens inteiramente livres. So as ninfas, a
comida,apaisagem,soospasseios,oencantodasconversas,tudoissoh.Portanto,
para Cames, um projecto de futuro inclui uma inteira liberdade do homem e um inteiro
gostodohomempelaapreciaodosfenmenos.(idem,76)
Por consequncia da empresa portuguesa que tornou una a terra que o mar
separava, acontece no poema de Cames esse fenmeno surpreendente aos nautas
lusos, a Deusa leva os marinheiros portugueses a um monte, para verem, ao longe, a
MquinadoMundoeouvemdaDeusaaquiloqueserofuturodaHistriadePortugal.
(idem, 78 e 79) Quer dizer, os marinheiros portugueses so libertos naquela Ilha, da
prisodotempomas,tambmdoslimitesdoespao.
Ento, a pergunta inevitvel em Agostinho, como podemos ns aceder a essa
experincia vivida pelos nossos antepassados marinheiros, entrar nesse cu aberto na
terra que nos liberte do tempo e do espao? E a resposta automtica: teremos de
suplantarestaorganizaoeconmicacapitalistaquesevemdesenvolvendonoocidente
desde o renascimento, a que nos conduziu a filosofia, a cincia e a tcnica, tal como a
organizao da escola que lhe subjacente, e que to amarrada trs o homem a um
mundo de condies insuficientes que lhe permitam caminhar rumo a uma Ilha plena de
Amor.certoqueforam,aFilosofiaeaCincia,bonsinstrumentosparasubirmos,como
so os degraus da escada e o corrimo, mas talvez no um patamar em que fiquemos,
nemumterraoparacontemplarmosoverdadeiroCu.(idem,84)
Ento,tambmestaaideiadaIlhadosAmores.ComelaCamesincitanosa
realizaresseCunaTerra.
LusSantos