seja, eu duvido de tudo, mas no posso duvidar da minha existncia como sujeito que,
neste momento, duvida de tudo. Duvido, logo existo.
Esta verdade, Eu penso, logo existo, vai ser o critrio ou o modelo de toda e qualquer
verdade ou evidncia posterior.
O cogito a primeira verdade. O sujeito sabe que existe como condio de
possibilidade radical do acto de duvidar e isso verdade porque v muito clara e
distintamente que impossvel falar do acto de duvidar sem supor como sua
possibilidade a existncia de um sujeito que duvida.
O cogito vai funcionar como modelo de verdade: sero verdadeiros todos os
conhecimentos que forem to claros e distintos (evidentes) como este primeiro
conhecimento.
Este princpio indubitvel racional, porque no momento em que o descobrimos,
nenhuma realidade sensvel merece crdito, ou seja, trata-se da raiz da rvore do
saber, no sendo um conhecimento sensvel ou matemtico, mas sim uma realidade
metafsica: o sujeito puramente racional.
A generalizao e radicalizao da dvida foi motivada pelo desejo de pr em
evidncia o carcter nico e privilegiado do conhecimento que nenhuma dvida pode
abalar.
Sei que sou imperfeito, porque duvido e s considero que duvidar uma imperfeio,
porque tenho a noo de perfeio.
S comparando as qualidades que eu possuo com o que penso ser a perfeio que
posso dizer que eu que duvido e no conheo tudo, sou imperfeito. A ideia de um ser
perfeito corresponde ideia de um ser que no duvida, que tudo sabe (omnisciente).
Como s o que perfeito pode ser a causa da ideia de perfeito, Descartes conclui que
Deus existe.
TIPOS DE IDEIAS
Ideias inatas (ideia de alma e de Deus) esto na mente desde o nascimento e sero
desenvolvidas pela razo sem o apoio da experincia. S as ideias inatas so claras e
distintas.
As ideias adventcias (ideia de Sol ou ma) - so ideias que procedem da
experincia.
As ideias factcias - so ideias forjadas pelo sujeito como o caso da ideia de sereia
ou unicrnio.
garantia da validade das evidncias actuais, isto , das que esto actualmente
presentes na minha conscincia. Com efeito no h razo para duvidar das ideias que
esto presentes na minha conscincia como claras e distintas, uma vez provado que
Deus no engana e no perverte o meu entendimento. Provado que Deus no
enganador, uma determinada evidncia no pode ser posta em causa enquanto est
presente no meu esprito e atentamente a considero.