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SANTO ANDRÉ
2009
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC
SANTO ANDRÉ
2009
Sumário
1. RESUMO ...........................................................................................................................3
2. INTRODUÇÃO..................................................................................................................3
3. OBJETIVOS.......................................................................................................................4
4. PARTE EXPERIMENTAL................................................................................................4
4.1. Materiais .....................................................................................................................4
4.2. Métodos ......................................................................................................................5
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................................7
6. CONCLUSÃO..................................................................................................................10
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................10
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1. RESUMO
O deslocamento de corpos sobre superfícies está sujeito a ação de uma força
denominada força de atrito que surge da interação dos próprios corpo e depende do
material e do acabamento das superfícies de contato.
Podem-se definir dois tipos básicos de atrito neste caso, o estático (enquanto
não ocorre movimento relativo entre as superfícies) e o cinético (quando ocorre tal
movimento).
Estes tipos de atrito foram estudados neste experimento e foi possível observar
que há diferenças entre os coeficientes de atrito entre materiais diferentes além de
se comprovar, conforme literatura, que o coeficiente de atrito cinético é menor que o
estático para os mesmo materiais.
2. INTRODUÇÃO
Ao se empurrar ou tentar empurrar um corpo sobre uma superfície, há uma
resistência ao movimento devido a uma ligação entre o corpo e a superfície. Esta
resistência é considerada através de uma única força Fat, chamada de força de
atrito. Esta força é dirigida ao longo da superfície, e aponta no sentido oposto à
tendência do movimento.1
As forças de atrito são inevitáveis na vida diária. Se não fosse possível vencê-
las, elas parariam todo objeto em movimento assim como todo eixo em rotação1.
Quando se aplica uma força sobre um bloco em repouso sobre uma mesa em
um certo sentido e o bloco não se mover, significa que uma força de atrito Fe está
dirigida no sentido oposto equilibrando a força que foi exercida. A força Fe é
chamada de força de atrito estático. Na medida que aumentar a intensidade da força
aplicada, a intensidade da força de atrito estático Fe também aumenta. Mas quando
a força aplicada atinge uma certa intensidade a ponto do bloco se soltar do seu
contato intimo com a superfície da mesa acelerando-se, a força de atrito que então
passa a se opor ao movimento é chamada de atrito cinético Fc.1
Normalmente, a intensidade da força de atrito cinético, que atua quando há
movimento, é menor do que a intensidade máxima da força de atrito estático, que
atua quando não há movimento.1
Pode-se calcular o modulo da força máxima do atrito estático Fe,Max pela
seguinte expressão:
4
Fe, Máx = µe FN
(1)
Onde o µe é o coeficiente de atrito estático e Fn é o módulo da força normal que
a superfície exerce sobre o corpo. Se o módulo da componente de F que é paralela
à superfície exceder Fe,Max , então o corpo começa a deslizar ao longo da superfície.1
O cálculo da força de atrito cinético é dado pela seguinte expressão:
Fc = µc FN
(2)
Onde µc é o coeficiente de atrito cinético. A partir disso, durante o
deslizamento, uma força de atrito cinético fc com módulo dado pela equação (2) se
opõe ao movimento com uma intensidade constante.1
3. OBJETIVOS
O objetivo deste experimento é compreender o comportamento do atrito entre
superfícies macroscopicamente lisas.
Para calcular o valor do coeficiente de atrito estático será utilizado um plano
inclinado e a sua inclinação será variada até o limite crítico do atrito estático.
Para calcular o coeficiente de atrito cinético, será usado um sistema que force
o bloco a se deslocar ao longo do plano inclinado por uma distância conhecida e
medida a variação de tempo do bloco neste percurso.
4. PARTE EXPERIMENTAL
4.1. Materiais
Os materiais utilizados neste experimento foram:
- 2 Tábuas de madeira de 1,35 m (1 delas com roldana acoplada).
- 1 Bloco de madeira.
- 1 Régua de 15 cm.
- 1 Cronômetro.
- 1 Objeto (macaco) para inclinar a tábua de madeira.
- 1 Trena (5 m).
- 3 Contrapesos.
- Fita adesiva
- Fio de nylon
- Balança digital
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4.2. Métodos
Para se obter uma inclinação da tábua de teste, colocou-se embaixo dela o
macaco, dessa forma, o cateto vertical do triângulo retângulo corresponde à altura
(h) do macaco.
Para que fosse possível garantir uma correta dimensão do cateto
horizontal,decidiu-se por medir a distância b (base do triângulo), da extremidade do
macaco até o encosto da mesa conforme Figura 1.
∑ n = 0 = N ( ˆj ) + P cos θ (− ˆj )
F
(4)
N = P cos θ = mg cos θ
Igualando (3) e (4) tem-se (5):
P sin θ = Fe
(5)
mg sin θ = N µe = mg cos θµe ⇒ µe = tan θ
Dessa forma, o coeficiente de atrito estático µe será igual a tangente do ângulo
de inclinação.
Para calcular o cálculo do coeficiente de atrito cinético, usou-se a tábua com
uma roldana acoplada a uma de suas extremidades, e foram pendurados pesos (a, b
6
T ( ˆj ) + P1 ( ˆj ) = m1a(− ˆj ) (6)
T − m1 g = −m1a ⇒ T = m1 ( g − a)
Forças em m2 ao longo do eixo tangente:
∑ Ft = m2 at
Fc − m1 ( g − a ) = m2 (− g sin θ − a )
Fc = m1 ( g − a ) + m2 (− g sin θ − a )
Fc = m2 g cos θµc = m1 ( g − a ) − m2 ( g sin θ + a ) (9)
m1 ( g − a ) − m2 (+ g sin θ + a )
∴ µc =
m2 g cos θ
Para o calcular o coeficiente de atrito cinético (µc), deve-se usar a aceleração
que o bloco ficou submetido durante seu escorregamento, para tal, usa-se de
relações da cinemática:
O espaço e a velocidade do bloco são:
at 2
x = x0 + v0 − ; _ ∆x = x − x0 ; v0 = 0
2
(10)
at 2 2.∆x
∆x = − ⇒a=− 2
2 t
Portanto, se faz necessário durante o experimento a medição do tempo de
deslocamento do bloco, partindo do repouso até a distância dial conhecida.
Com os valores de diversas tomadas de tempo, pode-se aproximar a
aceleração do bloco e em seguida usá-la para calcular o valor de µc.
Para minimizar os erros nas medições, o operador responsável por controlar o
cronômetro, também era responsável por liberar o bloco no percurso, isto é, disparar
o cronômetro ao mesmo tempo em que solta do bloco deixando-o sujeito apenas às
forças descritas nas equações acima e, também é responsável por parar o
cronômetro quando o bloco atingisse a marcação da distância conhecida,
visualizada por uma linha e por uma régua posta perpendicularmente sobre a linha.
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Tabela 1 apresenta os valores dos coeficientes de atrito estático (µe) do bloco
de madeira sobre a tábua também de madeira, também apresenta as medidas dos
lados do triângulo que contém o ângulo θ, medido três vezes através da medição
dos catetos (b e h) no momento em que o bloco começou a escorregar e de acordo
com a equação (5) o valor µe deve ser igual à tangente deste ângulo:
Tabela 1 – Bloco de madeira com tábua de madeira.
b [mm] h [mm] tg θ = µe θ
678 218 0,32 17,82°
720 277 0,38 21,04°
548 205 0,37 20,51°
média 0,36 19,80°
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Além das massas, também se faz necessário ter os valores da distância (∆S)
que o bloco percorre durante a medição do tempo e da inclinação do plano, sendo
está também calculada com base nos catetos do triângulo que o plano forma com a
mesa horizontal. Os valores usado neste experimento encontram-se na Tabela 4.
Tabela 4 –Lados do plano, ângulo de inclinação e distância percorrida pelo Bloco.
b [mm] h [mm] tg θ θ
1000 112 0,11 6,39°
∆S 700 mm sen θ 0,11
∆S 0,7 m cos θ 0,99
9
Foram realizadas duas medições distintas dos tempo que o bloco levou para
percorrer a distância ∆S determinada para que fosse possível comparar o valor do
coeficiente de atrito cinético com acelerações diferentes. Para obter-se acelerações
diferentes, utilizou-se de diferentes combinações dos contrapesos A, B e C. Na
Tabela 5 encontram-se as cinco medições de tempo realizadas para cada
combinações de pesos
Tabela 5 – Massas e variação de tempo.
Contrapesos
A+C A+B+C
massa 1 0,11 0,16
∆t [s] ∆t [s]
1,65 0,88
1,97 0,81
1,53 0,87
1,62 1,09
1,75 0,97
Média t 1,70 0,92
desvio padrão t 0,168 0,109
µc (A+C) µc (A+B+C)
0,277 0,278
6. CONCLUSÃO
Diferentes materiais com diferentes acabamentos superficiais possuem valores
de coeficiente de atrito diferente entre si, conforme observado entre a madeira com a
madeira e com a fita adesiva.
O coeficiente de atrito cinético é menor que o estático para a mesma dupla de
materiais. Para explicar este fato, pode-se imaginar que microscopicamente, as
imperfeições dos materiais estão “encaixadas” umas nas outras, dificultando o início
do movimento, entretanto, quando o bloco rompe seu estado inercial e inicia seu
movimento, torna-se mais difícil para as imperfeições microscópicas se “encaixarem”
novamente, dessa forma, o atrito cinético é esperado menor que o atrito estático.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl; Fundamentos de Física
, 7. ed. Rio de Janeiro, LTC, 2005. V.1 p 105,128-130