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[...] a comunidade de duas ou mais pessoas ligadas por atitudes concordantes e por afetos
positivos. Os antigos tiveram [...] um conceito muito mais amplo do que o admitido e usado
hoje em dia, como se infere da anlise que Aristteles fez dela nos livros VIII e IX da tica a
Nicmaco. Segundo Aristteles, a amizade uma virtude ou est estreitamente unida
virtude: de qualquer forma, o que h de mais necessrio vida, j que os bens que a vida
oferece, como riqueza, poder, etc, no podem ser conservados nem usados sem os amigos [...]
Entre amigos, unidos por esse nobre sentimento, os servios e favores, elementos essenciais s
outras amizades, no entram em linha de conta e isso porque as vontades intimamente
fundidas so uma s vontade. Assim como a afeio que tenho por mim no se amplia com um
servio que preste a mim mesmo (embora os esticos afirmem o contrrio); assim como no
sou grato a mim mesmo do servio prestado por mim mesmo, assim tambm a unio de tais
amigos atinge tal perfeio que os leva a perder a idia de se deverem alguma coisa, e odiar e
rechaar todas essas palavras que tendem a estabelecer uma diviso ou diferena, como o
favor, obrigao, reconhecimento, pedido, agradecimento e outras [...] Se nessa amizade a que
me refiro, um pudesse dar alguma coisa ao outro, o benfeitor que seria o favorecido.
Colocando ambos acima de tudo a felicidade de obsequiar o outro, quem d a seu amigo a
oportunidade de faz-lo quem se mostra mais generoso, pois lhe outorga a satisfao de
realizar o que mais lhe apraz (MONTAIGNE: 1972, p. 184).
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interessa ao outro, que faremos? Com um amigo nico que ocupe em nossa vida lugar
preponderante estamos desobrigados de tudo. O segredo que jurei no comunicar a ningum,
posso, sem ser perjuro, comunic-lo a quem no outro seno eu mesmo. J grande milagre
dobrar-se assim. Os que falam de triplicar-se no lhe percebem a grandeza (MONTAIGNE:
1972, p. 185).
Concluses
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Referncias Bibliogrficas:
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