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5760 Diário da República, 1.ª série — N.

º 168 — 31 de Agosto de 2009

Decreto-Lei n.º 207/2009 A garantia da autonomia pedagógica, científica e téc-


nica, através da introdução de um estatuto reforçado de
de 31 de Agosto estabilidade no emprego (tenure) para os professores co-
Com a revisão dos estatutos das carreiras docente do ordenadores principais e para os professores coordena-
ensino universitário, de investigação, e docente do ensino dores;
superior politécnico, completa-se a profunda reforma do A criação de condições para a colaboração entre os ins-
ensino superior português inscrita no Programa do Go- titutos politécnicos e outras instituições, designadamente
verno, visando a sua modernização e o reforço do seu através da dispensa de serviço docente para a participação,
indispensável contributo para o desenvolvimento do País. por períodos determinados, em projectos de investigação
Os actuais estatutos das carreiras docentes, universitá- ou extensão;
ria e politécnica, têm cerca de 30 anos. E se é inegável o A obrigatoriedade de concursos para professores, com
impacte extraordinariamente positivo que esses estatutos júris maioritariamente externos à instituição;
tiveram na consolidação e desenvolvimento de universida- A constituição de júris a nível nacional, sempre que se
des e de politécnicos, não menos evidente é a necessidade trate de concursos em áreas em que a instituição não detém
da sua revisão à luz de uma realidade nova e dos novos de- competência específica;
safios a que o ensino superior é hoje chamado a responder. O reforço da transparência nos concursos, desde a proi-
No que respeita ao ensino superior politécnico a reforma bição da adopção de especificações que estreitem de forma
efectuada nos últimos anos veio clarificar a sua natureza inadequada o universo dos candidatos, à publicidade alar-
e especialização face ao ensino superior universitário. gada de todas as fases do processo;
Sem prejuízo da desejável colaboração entre ambos os A valorização, nos concursos, de todas as componentes
subsistemas, quando tal for apropriado, cabem às ins- das funções dos docentes, com expressa consideração do
tituições politécnicas e universitárias funções distintas. desempenho científico, da capacidade pedagógica e de
O desenvolvimento do ensino politécnico permitiu atrair outras actividades relevantes para a missão da instituição
mais alunos para o ensino superior, criar fileiras de ensino de ensino superior;
A introdução da possibilidade de recurso, nos termos da
superior curto em Portugal e, em muitos casos, promover
lei, a mecanismos de resolução extrajudicial de conflitos
uma inserção regional do ensino superior em todas as
como forma de reforço das condições de funcionamento
regiões do País, com manifestos benefícios económicos
das próprias instituições.
e sociais.
A reforma do regime jurídico das instituições de ensino
Com o presente decreto-lei, entrega-se à autonomia das
superior veio também consagrar, na carreira dos docentes
instituições de ensino superior a regulamentação relativa
do ensino superior politécnico, a indispensável comple- à gestão do pessoal docente, simplificam-se procedimen-
mentaridade entre formação académica conducente ao grau tos administrativos obsoletos e definem-se os princípios
de doutor, e validação de experiência profissional de alto da avaliação do desempenho, periódica e obrigatória, de
nível, através do título de especialista. todos os docentes.
Mantém-se, naturalmente, o princípio actual de duas car- O elevado grau de exigência de que se reveste a carreira
reiras distintas: a carreira docente universitária e a carreira docente politécnica mantém-se e reforça-se nesta revisão.
docente do ensino superior politécnico no respeito pelo Um período experimental na entrada na carreira, isto é,
disposto na lei de Bases do Sistema Educativo. Contudo, após doutoramento ou obtenção do título de especialista
muito dos princípios gerais, designadamente em matéria e concurso para professor adjunto, de cinco anos segue
de transparência, qualificação na base da carreira, estatuto a prática internacional e a experiência consolidada em
reforçado de estabilidade no emprego (tenure), avalia- Portugal, sendo ainda necessário face à desejada perme-
ção, e exigência de concurso para mudança de categoria, abilidade com a carreira de investigação científica e com
tornam-se agora idênticos nas carreiras que são objecto a realidade paralela, em instituições de investigação, de
de revisão. contratos de cinco ou seis anos conformes à duração de
Destacam-se na revisão da carreira docente politécnica projectos e programas de investigação, tal como expressa-
operada pelo presente decreto-lei: mente previsto no actual Regime do Contrato de Trabalho
O doutoramento ou o título de especialista como exigên- em Funções Públicas, aprovado pela Lei n.º 59/2008, de
cia de qualificação para a entrada na carreira e a abolição 11 de Setembro.
da categoria de assistente; De igual forma, para os professores coordenadores prin-
A criação de uma nova categoria no topo da carreira, a cipais e coordenadores que não tivessem anteriormente um
de professor coordenador principal, para acesso à qual é contrato por tempo indeterminado é fixado um período
exigida a titularidade do grau de doutor há mais de cinco experimental de um ano.
anos e o título de agregado; Em qualquer dos casos, trata-se de períodos inferiores
O reforço da especialização dos institutos politécnicos, aos actuais períodos de nomeação provisória, que são ob-
exigindo-se o título de especialista ou, em alternativa, o jecto de regulação específica no Estatuto da Carreira do
grau de doutor, e garantindo que parte do corpo docente Pessoal Docente do Ensino Superior Politécnico, onde se
mantém uma relação principal com a vida profissional prevê que, antes do seu fim, deverá ter lugar uma avaliação
exterior à instituição; específica da actividade desenvolvida, e que a cessação
O alargamento dos lugares da carreira, devendo o con- do contrato só pode ter lugar sob proposta fundamentada
junto de professores representar pelo menos 70 % dos aprovada por maioria de dois terços do conselho científico.
docentes de cada instituição; Finalmente, promove-se a estabilização do corpo do-
cente dos institutos politécnicos:
O regime de dedicação exclusiva como regime regra,
sem prejuízo da opção do docente pelo regime de tempo Removendo a precariedade de vínculos que se tinha
integral e da possibilidade de transição entre regimes; tornado dominante em algumas instituições determinando
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a abertura de concursos de forma faseada tendo em vista Artigo 2.º


alcançar a percentagem atrás referida de professores de [...]
carreira;
Fixando um largo período de transição para que os actu- .........................................
ais equiparados a docentes possam adquirir as qualificações a) (Revogada.)
necessárias ao ingresso na carreira; b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Criando condições para apoiar o processo de obtenção c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
do grau de doutor pelos actuais docentes. d) Professor coordenador principal.

O processo de revisão do Estatuto da Carreira do Pessoal Artigo 3.º


Docente do Ensino Superior Politécnico compreendeu um [...]
extenso período de consultas, diálogo e consensualização
com os representantes das instituições de ensino superior 1 — (Revogado.)
politécnico (Conselho Coordenador dos Institutos Supe- 2 — (Revogado.)
riores Politécnicos) e a negociação com as organizações 3 — (Revogado.)
sindicais. 4— .....................................
Foram observados os procedimentos decorrentes da Lei 5— .....................................
n.º 23/98, de 26 de Maio. a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Assim: b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Cons- c) Supervisionar as actividades pedagógicas, cientí-
tituição, o Governo decreta o seguinte: ficas e técnicas dos professores adjuntos da respectiva
disciplina ou área científica;
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
CAPÍTULO I e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Disposições gerais
Artigo 5.º
Artigo 1.º Recrutamento de professores adjuntos
Objecto Os professores adjuntos são recrutados exclusiva-
mente por concurso documental nos termos do presente
O presente decreto-lei procede à alteração do Estatuto Estatuto.
da Carreira do Pessoal Docente do Ensino Superior Po-
litécnico, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 185/81, de 1 de Artigo 6.º
Julho, alterado pelo Decreto-Lei n.º 69/88, de 3 de Março,
adiante designado por Estatuto. Recrutamento de professores coordenadores
Os professores coordenadores são recrutados ex-
clusivamente por concurso documental nos termos do
CAPÍTULO II
presente Estatuto.
Alteração e aditamento ao Estatuto da Carreira
do Pessoal Docente do Ensino Superior Politécnico Artigo 8.º
[...]
Artigo 2.º
1— .....................................
Alteração ao Estatuto da Carreira do Pessoal 2 — Para efeitos do disposto no número anterior, as
Docente do Ensino Superior Politécnico individualidades a contratar são equiparadas às catego-
Os artigos 1.º a 3.º, 5.º, 6.º, 8.º, 10.º a 12.º, 15.º a 17.º, rias da carreira do pessoal docente do ensino superior
19.º, 21.º a 24.º, 30.º, 32.º, 33.º a 36.º, 38.º, 40.º a 42.º e 44.º politécnico cujo conteúdo funcional se adeqúe às fun-
do Estatuto passam a ter a seguinte redacção: ções que têm de prestar e designam-se, conforme o caso,
professores coordenadores convidados ou professores
«Artigo 1.º adjuntos convidados, salvo quanto aos professores de
estabelecimentos de ensino superior estrangeiros e aos
[...] investigadores de instituições científicas estrangeiras
ou internacionais, que são designados por professores
1 — O Estatuto da Carreira do Pessoal Docente do
visitantes.
Ensino Superior Politécnico, adiante designado por 3 — Os contratos a que se referem os números an-
Estatuto, aplica-se ao pessoal docente dos institutos teriores são precedidos de convite, fundamentado em
politécnicos, das escolas politécnicas integradas em relatório subscrito por dois professores da área ou áreas
universidades e das escolas politécnicas não integra- disciplinares do convidado e aprovado pela maioria
das, que adiante se designam por instituições de ensino dos membros em efectividade de funções do conselho
superior. técnico-científico do estabelecimento de ensino inte-
2 — Exceptua-se do âmbito de aplicação do presente ressado.
Estatuto o pessoal docente das escolas politécnicas mi- 4— .....................................
litares e policiais, sem prejuízo das disposições que 5— .....................................
determinem a sua aplicação. 6 — (Revogado.)
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7 — Podem ainda ser contratados mediante proposta 5 — (Revogado.)


fundamentada apresentada e aprovada pelos órgãos legal 6 — (Revogado.)
e estatutariamente competentes da instituição de ensino
superior: Artigo 12.º
a) Como assistentes convidados, titulares do grau de Contratação de professores convidados
mestre, ou do grau de licenciado, e de currículo ade-
1 — Os professores convidados são contratados a
quado, aos quais é atribuído o exercício das funções
termo certo, em regime de tempo parcial, nos termos
docentes sob a orientação de um professor;
b) Como monitores, estudantes de ciclos de estudos da lei e de regulamento a aprovar por cada instituição
de licenciatura ou de mestrado, da própria instituição de de ensino superior.
ensino superior ou de outra instituição de ensino supe- 2 — Se, excepcionalmente, e nos termos do regu-
rior, universitária ou politécnica, pública ou privada, aos lamento respectivo, forem contratados em regime de
quais compete coadjuvar, sem os substituir, os restantes dedicação exclusiva ou de tempo integral, o contrato e
docentes, sob a orientação destes. as suas renovações não podem ter uma duração superior
a quatro anos.
Artigo 10.º 3 — (Revogado.)

Contratação de professores coordenadores Artigo 15.º


1 — Os professores coordenadores são contratados [...]
por tempo indeterminado.
2 — Se o contrato referido no número anterior não 1 — Os concursos para recrutamento de professores
for precedido por um contrato por tempo indeterminado coordenadores principais, coordenadores e adjuntos são
como professor das carreiras docentes do ensino univer- abertos para uma área ou áreas disciplinares a especifi-
sitário ou do ensino politécnico ou como investigador car no aviso de abertura.
da carreira de investigação científica, o mesmo tem o 2 — A especificação da área ou áreas disciplinares
período experimental de um ano. não deve ser feita de forma restritiva, que estreite de
3 — Findo o período experimental, e em função de forma inadequada o universo dos candidatos.
avaliação específica da actividade desenvolvida reali- 3 — O factor experiência docente não pode ser cri-
zada de acordo com critérios fixados pelo órgão legal tério de exclusão e, quando considerado no âmbito do
e estatutariamente competente da instituição de en- concurso, não se pode restringir à experiência numa
sino superior, o contrato passa a contrato por tempo determinada instituição ou conjunto de instituições.
indeterminado em regime de tenure, nos termos do ar-
tigo 10.º-A, salvo se o órgão máximo da instituição de Artigo 16.º
ensino superior, sob proposta fundamentada aprovada Órgão máximo da instituição de ensino superior
por maioria de dois terços do órgão técnico-científico
legal e estatutariamente competente, decidir no sentido 1 — Compete ao órgão máximo da instituição de
da sua cessação, decisão que deve ser comunicada ao ensino superior, nos termos fixados nos respectivos
professor até 90 dias antes do termo daquele período. Estatutos:
4 — Na situação de cessação prevista no número a) A decisão de abrir concurso;
anterior, e sendo o caso, o docente regressa à situação b) A homologação das deliberações finais dos júris
jurídico-funcional de que era titular antes do período dos concursos;
experimental, quando constituída e consolidada por c) A decisão final sobre a contratação.
tempo indeterminado.
5 — (Revogado.) 2 — (Revogado.)
3 — (Revogado.)
Artigo 11.º 4 — A prática dos actos a que se refere o n.º 1 de-
Período experimental pende, nos termos da lei, da existência de cabimento
orçamental.
1 — Aos períodos experimentais previstos nos con-
tratos dos professores coordenadores principais, co- Artigo 17.º
ordenadores e adjuntos é exclusivamente aplicável o
disposto no presente Estatuto. Candidatos aos concursos para recrutamento
de professores adjuntos
2 — Durante o período experimental não pode haver
lugar a cessação do contrato por iniciativa da instituição Aos concursos para recrutamento de professores ad-
de ensino superior, salvo na sequência de procedimento juntos podem apresentar-se os detentores do grau de
disciplinar. doutor na área para que é aberto concurso ou do título
3 — O tempo de serviço decorrido no período ex- de especialista na mesma área.
perimental concluído com manutenção do contrato de
trabalho por tempo indeterminado é contado, para todos Artigo 19.º
os efeitos legais, na carreira e categoria em causa.
4 — O tempo de serviço decorrido no período ex- Candidatos aos concursos para recrutamento
de professores coordenadores
perimental que se tenha concluído sem manutenção do
contrato de trabalho por tempo indeterminado é con- Aos concursos para recrutamento de professores
tado, sendo o caso, na carreira e categoria às quais o coordenadores podem apresentar-se os detentores do
trabalhador regressa. grau de doutor obtido há mais de cinco anos na área
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para que é aberto concurso ou do título de especialista 2 — O presidente do júri tem voto de qualidade e
na mesma área. só vota:
a) Quando seja professor ou investigador da área ou
Artigo 21.º
áreas disciplinares para que o concurso foi aberto; ou
Nomeação dos júris b) Em caso de empate.
1 — Os júris dos concursos são nomeados por despa-
cho do órgão máximo da instituição de ensino superior, 3 — As reuniões do júri de natureza preparatória da
nos termos fixados pelos respectivos Estatutos. decisão final:
2 — Quando a instituição de ensino superior não a) Podem ser realizadas por teleconferência;
ministre cursos de mestrado na área ou áreas discipli- b) Podem, excepcionalmente, por iniciativa do seu
nares para que o concurso é aberto, o júri é nomeado presidente, ser dispensadas sempre que, ouvidos, por
sob proposta do Conselho Coordenador dos Institutos escrito, num prazo por este fixado, nenhum dos vogais
Superiores Politécnicos. solicite tal realização, e todos se pronunciem no mesmo
3 — (Revogado.) sentido.
4 — (Revogado.)
5 — (Revogado.) 4 — Sempre que entenda necessário, o júri pode:
Artigo 22.º a) Solicitar aos candidatos a entrega de documentação
complementar relacionada com o currículo apresen-
Composição dos júris tado;
1 — A composição dos júris dos concursos para b) Decidir promover audições públicas, em igualdade
professor coordenador e professor adjunto obedece, de circunstâncias para todos os candidatos.
designadamente, às seguintes regras:
5 — Das reuniões do júri são lavradas actas con-
a) Serem constituídos: tendo, designadamente, um resumo do que nelas tenha
i) Por docentes de instituições de ensino superior ocorrido, bem como os votos emitidos por cada um dos
politécnicas nacionais públicas pertencentes a categoria seus membros e respectiva fundamentação.
superior àquela para que é aberto concurso ou à própria 6 — O júri deve proceder à apreciação fundamen-
categoria quando se trate de concurso para professor tada, por escrito, em documentos por ele elaborados e
coordenador; aprovados e integrados nas suas actas:
ii) Por outros professores ou investigadores, nacionais a) Do desempenho técnico-científico e profissional
ou estrangeiros, com aplicação, com as devidas adapta- do candidato com base na análise dos trabalhos e ac-
ções, da regra constante da subalínea anterior; tividades constantes do currículo, designadamente dos
iii) Por especialistas de reconhecido mérito, nacionais
que hajam sido seleccionados pelo candidato como mais
ou estrangeiros, de instituições públicas ou privadas,
representativos;
tendo em consideração a sua qualificação académica e
b) Da capacidade pedagógica do candidato, tendo
a sua especial competência no domínio em causa;
designadamente em consideração a análise da qualidade
e extensão da sua prática pedagógica anterior;
b) Serem em número não inferior a cinco nem su-
c) De outras actividades relevantes para a missão da
perior a nove;
c) Serem todos pertencentes à área ou áreas discipli- instituição de ensino superior que hajam sido desenvol-
nares para que é aberto o concurso; vidas pelo candidato.
d) Serem compostos maioritariamente por individu-
alidades externas à instituição de ensino superior. 7 — Considerando os aspectos a que se referem os
números anteriores, o júri deve proceder à elaboração
2 — (Revogado.) de uma lista ordenada dos candidatos que hajam sido
3 — (Revogado.) aprovados em mérito absoluto.
4 — (Revogado.)
Artigo 24.º
Artigo 23.º Garantias de imparcialidade
Funcionamento dos júris É aplicável ao procedimento regulado na presente
1 — Os júris: subsecção o regime de garantias de imparcialidade pre-
visto nos artigos 44.º a 51.º do Código do Procedimento
a) São presididos pelo órgão máximo da instituição Administrativo, com as necessárias adaptações.
de ensino superior ou por um professor da instituição
de ensino superior por ele nomeado; Artigo 30.º
b) Deliberam através de votação nominal fundamen-
tada nos critérios de selecção adoptados e divulgados, Número e percentagem de professores de carreira
e de docentes convidados
não sendo permitidas abstenções;
c) Só podem deliberar quando estiverem presentes 1 — O conjunto dos professores da carreira deve
pelo menos dois terços dos seus vogais e quando a representar, pelo menos, 70 % do número de docentes
maioria dos vogais presentes for externa. de cada instituição de ensino superior.
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2 — As instituições de ensino superior devem abrir os 3 — À transição entre os regimes de dedicação exclu-
concursos que assegurem progressivamente a satisfação siva e de tempo integral aplica-se o disposto no Decreto-
do disposto no número anterior. -Lei n.º 145/87, de 24 de Março.
3 — O número de docentes convidados deve repre- 4 — Os docentes convidados que desempenhem ou-
sentar, pelo menos, 20 % do número de docentes de cada tras funções, públicas ou privadas, incompatíveis com a
instituição de ensino superior. prestação de serviços em regime de tempo integral, são
4 — O número de professores coordenadores da contratados em regime de tempo parcial.
carreira não pode ser superior a 50 % do número de 5 — Considera-se regime de tempo integral o que
professores da carreira de cada instituição de ensino corresponde ao horário semanal de trabalho da genera-
superior. lidade dos trabalhadores em funções públicas, compre-
5 — O número de professores coordenadores prin- endendo um máximo de doze horas de aulas semanais e
cipais da carreira não pode ser superior a 15 % do nú- um mínimo de seis, sem prejuízo, contudo, do disposto
mero de professores coordenadores da carreira de cada no artigo 38.º
instituição de ensino superior. 6 — No regime de tempo parcial, o número total de
6 — O disposto nos números anteriores deve aplicar- horas de serviço semanal, incluindo aulas, sua prepara-
-se tendencialmente a cada uma das unidades orgânicas ção e apoio aos alunos, é contratualmente fixado.
de ensino ou de ensino e investigação de cada instituição
de ensino superior. Artigo 35.º
7 — São critérios para a fixação a que se referem
[...]
n.º 1 do artigo 120.º e o n.º 1 do artigo 121.º da Lei
n.º 62/2007, de 10 de Setembro, os expressamente pre- 1 — O regime remuneratório aplicável aos profes-
vistos no presente Estatuto e, ainda, os suportados nas sores de carreira e ao pessoal docente contratado para
melhores práticas relevantes tendo em conta a dimensão além da carreira consta de diploma próprio.
da instituição de ensino superior por referência ao nú- 2— .....................................
mero de estudantes inscritos, ao número de diplomados, 3— .....................................
à oferta formativa e à capacidade científica avaliada e 4— .....................................
reconhecida oficialmente. 5— .....................................
8 — A Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino 6— .....................................
Superior considera, no âmbito dos processos de avalia- 7— .....................................
ção e acreditação das instituições e dos seus ciclos de 8 — O pessoal docente em regime de tempo parcial
estudos, o cumprimento das regras a que se referem os aufere uma remuneração igual a uma percentagem do
números anteriores. vencimento para o regime de tempo integral corres-
pondente à categoria e nível remuneratório para que é
Artigo 32.º convidado, proporcionada à percentagem desse tempo
Programas das unidades curriculares contratualmente fixada.
9 — O regime remuneratório dos monitores é o pre-
1 — Os programas das unidades curriculares são visto no n.º 7 do artigo 74.º do Decreto-Lei n.º 448/79,
fixados de forma coordenada pelos órgãos legal e esta- de 13 de Novembro.
tutariamente competentes de cada instituição de ensino
superior. Artigo 36.º
2 — As instituições de ensino superior devem pro-
mover uma adequada divulgação dos programas das Dispensa de serviço docente dos professores
unidades curriculares, bem como de toda a informação a 1 — No termo de cada sexénio de efectivo serviço,
eles associada, designadamente objectivos, bibliografia podem os professores coordenadores principais, coorde-
e sistema de avaliação, através dos respectivos sítios nadores e adjuntos, sem perda ou lesão de quaisquer dos
na Internet. seus direitos, requerer a dispensa da actividade docente
3 — (Revogado.) pelo período de um ano escolar, para fins de actualização
4 — (Revogado.) científica e técnica e de realização de trabalhos de inves-
Artigo 33.º tigação ou publicação de trabalhos incompatíveis com a
manutenção das suas tarefas escolares correntes.
[...]
2 — Podem ser concedidas licenças sabáticas par-
Os docentes elaboram sumário de cada aula, contendo ciais, não acumuláveis com as previstas no número
a indicação da matéria leccionada com referência ao pro- anterior, por períodos de seis meses após cada triénio
grama da unidade curricular, o qual é dado a conhecer de efectivo serviço.
aos alunos através dos meios fixados em regulamento 3 — O período de licença sabática não é considerado
da instituição de ensino superior. para a contagem do sexénio ou triénio a que se referem
os números anteriores.
Artigo 34.º 4 — Uma vez terminada a licença sabática a que se
referem os números anteriores, o professor contrai a
[...]
obrigação de, no prazo máximo de dois anos, apresentar
1 — O pessoal docente de carreira exerce as suas ao conselho técnico-científico da instituição de ensino
funções, em regra, em regime de dedicação exclusiva. superior os resultados do seu trabalho, sob pena de,
2 — O exercício de funções é realizado em regime quando assim o não faça, vir a ser compelido a repor
de tempo integral mediante manifestação do interessado as quantias correspondentes às remunerações auferidas
nesse sentido. durante aqueles períodos.
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5 — Independentemente do disposto nos números d) Provedor de Justiça e provedor-adjunto;


anteriores, os professores em regime de dedicação ex- e) Deputado à Assembleia da República;
clusiva ou de tempo integral podem ser dispensados do f) Juiz do Supremo Tribunal de Justiça e do Tribunal
serviço docente, mediante decisão do órgão máximo da Constitucional;
instituição de ensino superior, sob proposta do conselho g) Juiz do Supremo Tribunal Administrativo;
técnico-científico, por períodos determinados, para a h) Deputado à assembleia legislativa da região au-
realização de projectos de investigação ou extensão. tónoma;
6 — (Revogado.) i) Membro do governo regional;
j) Inspector-geral, subinspector-geral, secretário-geral,
Artigo 38.º secretário-geral-adjunto, director-geral, subdirector-
Serviço dos docentes -geral, presidente, vice-presidente e vogal de conselho
directivo de instituto público ou equiparados;
1 — Cada instituição de ensino superior aprova um l) Chefe da Casa Civil e assessor da Presidência da
regulamento de prestação de serviço dos docentes, o República;
qual deve ter em consideração, designadamente: m) Chefe do gabinete e adjunto do gabinete de titu-
a) Os princípios adoptados pela instituição na sua lares dos demais órgãos de soberania;
gestão de recursos humanos; n) Presidente de câmara municipal e vereador a tempo
b) O plano de actividades da instituição; inteiro;
c) O desenvolvimento da actividade científica; o) Governador civil e vice-governador civil;
d) Os princípios informadores do Processo de Bo- p) Chefe do gabinete ou membro do gabinete do
lonha. Procurador-Geral da República;
q) Funções, a tempo inteiro, em gabinete de membro
2 — O regulamento de prestação de serviço dos do- do Governo;
centes abrange todas as funções que lhes competem, r) Assessor do gabinete dos juízes do Tribunal Cons-
nos termos dos artigos 2.º-A, 3.º e 9.º-A, e deve, desig- titucional;
nadamente, nos termos por ele fixados: s) Titular, em regime a tempo inteiro, de órgão de
gestão de instituições de ensino superior públicas;
a) Permitir que os professores de carreira, numa base t) Membro dos órgãos de administração das entidades
de equilíbrio plurianual, por um tempo determinado, se públicas empresariais;
possam dedicar, total ou parcialmente, a qualquer das u) Funções em organizações internacionais de que
componentes da actividade académica; Portugal seja membro, desde que autorizado nos termos
b) Permitir que os professores de carreira possam, a
previstos na lei;
seu pedido, participar noutras instituições, designada-
v) Desempenho de funções diplomáticas eventuais;
mente de ciência e tecnologia, sem perda de direitos.
x) Funções sindicais dirigentes a tempo inteiro;
z) Director de hospital e director clínico de unidades
3 — A distribuição de serviço dos docentes é feita
pelo órgão legal e estatutariamente competente, de de cuidados de saúde onde tenha lugar o ensino do curso
acordo com o regulamento a que se refere o presente de Medicina;
artigo. aa) Funções em institutos de ciência e tecnologia
4 — Compete a cada docente propor o quadro insti- nacionais, públicos ou privados de utilidade pública,
tucional que melhor se adeqúe ao exercício da investi- ou internacionais;
gação que deve desenvolver. ab) Funções directivas em pessoas colectivas de di-
reito privado de que façam parte instituições de ensino
Artigo 40.º superior ou instituições financiadoras ou integrantes do
sistema científico nacional.
Acumulação de funções
1 — O limite para a acumulação de funções ao abrigo 2 — O tempo de serviço prestado nas situações
do disposto no n.º 1 do artigo 51.º da Lei n.º 62/2007, de constantes do número anterior suspende a duração dos
10 de Setembro, é de seis horas lectivas semanais. vínculos contratuais e, a pedido do interessado, outras
2 — (Revogado.) obrigações que sejam previstas nos regulamentos da
3 — (Revogado.) respectiva instituição de ensino superior.
4 — (Revogado.)
Artigo 42.º
Artigo 41.º Aposentação e reforma
[...] 1 — O pessoal docente tem direito a aposentação ou
1 — Para além do que se encontre consagrado em reforma nos termos da lei geral.
legislação própria, é equiparado, para todos os efeitos 2 — Ao professor aposentado ou reformado por li-
legais, ao efectivo exercício de funções o serviço pres- mite de idade cabe a designação de professor jubilado.
tado pelo pessoal docente em alguma das seguintes 3 — Os professores aposentados, reformados ou ju-
situações: bilados podem:
a) Presidente da República; a) Ser orientadores de dissertações de mestrado e de
b) Membro do Governo; teses de doutoramento;
c) Procurador-Geral da República e membro do Con- b) Ser membros dos júris para atribuição dos graus
selho Consultivo da Procuradoria-Geral da República; de mestre e de doutor;
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c) Ser membros dos júris para atribuição dos títulos e) Participar em outras tarefas distribuídas pelos ór-
de agregado, de habilitação e de especialista; gãos de gestão competentes e que se incluam no âmbito
d) Investigar em instituições de ensino superior ou da actividade de docente do ensino superior politéc-
de investigação científica. nico.
Artigo 8.º-A
4 — Os professores aposentados, reformados ou ju-
bilados podem ainda, a título excepcional, quando se Constituição de uma base de recrutamento
revele necessário, tendo em consideração a sua especial O regulamento de cada instituição de ensino superior
competência num determinado domínio:
pode prever que o convite de pessoal especialmente
a) Ser membros dos júris dos concursos abrangi- contratado seja precedido por um período de candida-
dos pelo presente Estatuto e pelos Estatuto da Carreira turas, de forma a constituir uma base de recrutamento
Docente Universitária e Estatuto da Carreira de Inves- de entre a qual se deve proceder à escolha através de
tigação Científica; métodos de selecção objectivos.
b) Leccionar, em situações excepcionais, em institui-
ções de ensino superior, não podendo, contudo, satisfa- Artigo 9.º-A
zer necessidades permanentes de serviço docente.
Professores coordenadores principais
5 — Ao exercício das funções identificadas na alí- 1 — Aos professores coordenadores principais
nea b) do número anterior, quando remunerado e em compete, para além das funções constantes do n.º 5
situação de trabalho dependente, é aplicável o regime do artigo 3.º, desenvolver actividades de coordenação
constante, conforme o caso, do Estatuto da Aposentação intersectorial.
ou da legislação da segurança social, cabendo a autori- 2 — Os professores coordenadores principais são
zação ao órgão legal e estatutariamente competente da recrutados exclusivamente por concurso documental
instituição de ensino superior em causa. nos termos do presente Estatuto.
6 — Para efeitos de integração em júris de uma ins- 3 — Ao concurso para recrutamento de professores
tituição de ensino superior, os professores aposentados, coordenadores principais podem candidatar-se os titula-
reformados ou jubilados dessa instituição não são con- res do grau de doutor há mais de cinco anos igualmente
siderados membros externos. detentores do título de agregado ou de título legalmente
equivalente.
Artigo 44.º 4 — A composição dos júris dos concursos para pro-
Precedência fessor coordenador principal obedece, designadamente,
às seguintes regras:
1 — As regras para efeitos de precedência entre os
docentes são fixadas em regulamento aprovado pelo a) Serem constituídos:
órgão legal e estatutariamente competente da instituição i) Por professores coordenadores principais, profes-
de ensino superior. sores catedráticos ou investigadores coordenadores;
2 — (Revogado.) ii) Por especialistas de reconhecido mérito, nacionais
3 — (Revogado.) ou estrangeiros, de instituições públicas ou privadas,
4 — (Revogado.) tendo em consideração a sua qualificação académica e
5 — (Revogado.) a sua especial competência no domínio em causa;
6 — (Revogado.)»
b) Serem em número não inferior a cinco nem su-
Artigo 3.º perior a nove;
Aditamento ao Estatuto da Carreira do Pessoal c) Serem todos pertencentes à área ou áreas discipli-
Docente do Ensino Superior Politécnico nares para que é aberto o concurso;
d) Serem compostos maioritariamente por individu-
São aditados ao Estatuto os artigos 2.º-A, 8.º-A, 9.º-A, alidades externas à instituição de ensino superior.
10.º-A, 10.º-B, 12.º-A, 12.º-B, 12.º-C, 12.º-D, 12.º-E,
15.º-A, 24.º-A, 29.º-A, 29.º-B, 30.º-A, 33.º-A, 34.º-A, 5 — Os professores coordenadores principais são
35.º-A, 35.º-B, 35.º-C, 35.º-D, 36.º-A, 37.º-A e 44.º-A, contratados por tempo indeterminado.
com a seguinte redacção: 6 — Se o contrato referido no número anterior não
for precedido por um contrato por tempo indeterminado
«Artigo 2.º-A como professor das carreiras docentes do ensino univer-
Funções dos docentes do ensino superior politécnico sitário ou do ensino politécnico ou como investigador
da carreira de investigação científica, o mesmo tem o
Compete, em geral, aos docentes do ensino superior período experimental de um ano.
politécnico: 7 — Findo o período experimental, e em função de
a) Prestar o serviço docente que lhes for distribuído avaliação específica da actividade desenvolvida reali-
e acompanhar e orientar os estudantes; zada de acordo com critérios fixados pelo órgão legal
b) Realizar actividades de investigação, de criação e estatutariamente competente da instituição de en-
cultural ou de desenvolvimento experimental; sino superior, o contrato passa a contrato por tempo
c) Participar em tarefas de extensão, de divulgação indeterminado em regime de tenure, nos termos do ar-
científica e tecnológica e de valorização económica e tigo 10.º-A, salvo se o órgão máximo da instituição de
social do conhecimento; ensino superior, sob proposta fundamentada aprovada
d) Participar na gestão das respectivas instituições por maioria de dois terços do órgão técnico-científico
de ensino superior; legal e estatutariamente competente, decidir no sentido
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da sua cessação, decisão que deve ser comunicada ao de regulamento a aprovar por cada instituição de ensino
professor até 90 dias antes do termo daquele período. superior.
8 — Na situação de cessação prevista no número 2 — A contratação em regime de dedicação exclusiva,
anterior, e sendo o caso, o docente regressa à situação de tempo integral ou de tempo parcial igual ou superior
jurídico-funcional de que era titular antes do período a 60 % só pode ter lugar quando, aberto concurso para
experimental, quando constituída e consolidada por a categoria da carreira, este tenha ficado deserto ou não
tempo indeterminado. tenha sido possível preencher todos os lugares postos
9 — A categoria de professor coordenador principal a concurso por não existirem candidatos aprovados
é equiparada para todos os efeitos remuneratórios à em número suficiente que reunissem as condições de
categoria de professor catedrático da carreira docente admissão a esse concurso.
universitária. 3 — Em regime de dedicação exclusiva ou de tempo
Artigo 10.º-A integral, o contrato e as suas renovações não podem ter
uma duração superior a quatro anos, não podendo ser
Estatuto reforçado de estabilidade no emprego
celebrado novo contrato nesses regimes entre a mesma
1 — Os professores coordenadores principais e os instituição de ensino superior e a mesma pessoa.
professores coordenadores beneficiam, nos termos do
artigo 50.º da Lei n.º 62/2007, de 10 de Setembro, e do Artigo 12.º-B
presente Estatuto, de um estatuto reforçado de estabili- Casos especiais de contratação
dade no emprego (tenure) que se traduz na garantia da
manutenção do posto de trabalho, na mesma categoria No âmbito de acordos de colaboração de que a ins-
e carreira ainda que em instituição diferente, nomeada- tituição de ensino superior seja parte, ou no quadro da
mente no caso de reorganização da instituição de ensino colaboração voluntária de docentes ou investigadores
superior a que pertencem que determine a cessação das de outras instituições nacionais, estrangeiras ou interna-
respectivas necessidades. cionais, podem ser contratadas, sem remuneração, para
2 — Os professores coordenadores com contrato o desempenho de funções docentes como professores
por tempo indeterminado em regime de tenure quando convidados ou assistentes convidados, individualidades
contratados como professores coordenadores principais que satisfaçam os requisitos, respectivamente, do n.º 1
mantêm o contrato de trabalho por tempo indeterminado do artigo 8.º e da alínea a) do n.º 7 do artigo 8.º
no mesmo regime.
Artigo 10.º-B Artigo 12.º-C
Contratação de professores adjuntos Contratação de monitores

1 — Os professores adjuntos são contratados por Os monitores são contratados a termo certo, em
tempo indeterminado com um período experimental de regime de tempo parcial, nos termos da lei e de re-
cinco anos, findo o qual, e em função de avaliação es- gulamento a aprovar por cada instituição de ensino
pecífica da actividade desenvolvida realizada de acordo superior.
com critérios fixados pelo órgão legal e estatutariamente
competente da instituição de ensino superior e sob pro- Artigo 12.º-D
posta fundamentada aprovada por maioria de dois terços Casos especiais de contratação
desse mesmo órgão:
1 — Os docentes podem ser contratados para desen-
a) É mantido o contrato por tempo indeterminado; ou volver a sua actividade:
b) Após um período suplementar de seis meses, de
que o docente pode prescindir, querendo, cessa a relação a) Num conjunto de instituições de ensino superior;
contratual, regressando o docente, se for caso disso, à b) Num consórcio de instituições de ensino superior.
situação jurídico-funcional de que era titular antes do
período experimental, quando constituída e consolidada 2 — No caso previsto no número anterior, o contrato
por tempo indeterminado. é celebrado com uma das instituições integrantes do
conjunto ou do consórcio.
2 — A decisão a que se refere o número anterior é
comunicada ao professor até seis meses antes do termo Artigo 12.º-E
do período experimental. Nacionalidade dos docentes
3 — Em caso de incumprimento, total ou parcial,
do prazo estipulado no número anterior, a instituição O pessoal docente abrangido pelo Estatuto pode ter
de ensino superior fica obrigada a pagar ao docente nacionalidade portuguesa ou estrangeira ou ser apátrida.
uma indemnização de valor igual à remuneração base
correspondente ao período de antecedência em falta Artigo 15.º-A
quando haja cessação da relação contratual. Finalidade dos concursos

Artigo 12.º-A Os concursos para professores coordenadores princi-


pais, coordenadores e adjuntos destinam-se a averiguar
Contratação de assistentes convidados
o mérito dos candidatos, da sua capacidade profissional,
1 — Os assistentes convidados são contratados a da sua actividade científica, técnica e de investigação
termo certo, em regime de dedicação exclusiva, de e o valor das suas capacidades pedagógicas, tendo em
tempo integral ou de tempo parcial, nos termos da lei e vista as funções a desempenhar.
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Artigo 24.º-A que, nesta matéria, sejam aprovadas pelas instituições


Prazo de proferimento das decisões
de ensino superior nos termos dos seus Estatutos:

O prazo de proferimento das decisões finais dos júris a) Desenvolver permanentemente uma pedagogia
não pode ser superior a 90 dias seguidos, contados a dinâmica e actualizada;
partir da data limite para a apresentação das candida- b) Contribuir para o desenvolvimento do espírito
turas. crítico, inventivo e criador dos estudantes, apoiando-os
e estimulando-os na sua formação cultural, científica,
Artigo 29.º-A profissional e humana;
Regulamentos c) Orientar e contribuir activamente para a formação
científica, técnica, cultural e pedagógica do pessoal
1 — O órgão legal e estatutariamente competente de docente que consigo colabore, apoiando a sua formação
cada instituição de ensino superior aprova a regulamen- naqueles domínios;
tação necessária à execução do presente Estatuto, a qual d) Manter actualizados e desenvolver os seus conhe-
abrange, designadamente, os procedimentos, as regras cimentos culturais e científicos e efectuar trabalhos de
de instrução dos processos e os prazos aplicáveis aos investigação, numa procura constante do progresso cien-
concursos e convites, no quadro da necessária harmo- tífico e técnico e da satisfação das necessidades sociais;
nização de regras gerais sobre a matéria. e) Desempenhar activamente as suas funções, nome-
2 — No que se refere aos concursos, os regulamentos adamente elaborando e pondo à disposição dos alunos
devem abranger a tramitação procedimental, designada- materiais didácticos actualizados;
mente as regras de instrução de candidaturas, os prazos, f) Cooperar interessadamente nas actividades de ex-
os documentos a apresentar, os parâmetros de avaliação, tensão da instituição de ensino superior, como forma
os métodos e critérios de selecção a adoptar e o sistema de apoio ao desenvolvimento da sociedade em que essa
de avaliação e de classificação final. acção se projecta;
3 — Os regulamentos a aprovar pelas instituições g) Prestar o seu contributo ao funcionamento efi-
não podem afastar as disposições do presente Estatuto. ciente e produtivo da instituição de ensino superior,
assegurando o exercício das funções para que tenham
Artigo 29.º-B sido eleitos ou designados, ou dando cumprimento às
Transparência acções que lhes hajam sido cometidas pelos órgãos
competentes, dentro do seu horário de trabalho e no
1 — Os concursos realizados no âmbito do presente domínio científico-pedagógico em que a sua actividade
Estatuto são divulgados através da sua publicação, com se exerça;
a antecedência mínima de 30 dias úteis em relação à data h) Conduzir com rigor científico a análise de todas
limite de apresentação das candidaturas: as matérias, sem prejuízo da liberdade de orientação e
a) Na 2.ª série do Diário da República; de opinião consagrada no artigo seguinte;
b) Na bolsa de emprego público; i) Colaborar com as autoridades competentes e com
c) No sítio da Internet da Fundação para a Ciência os órgãos interessados no estudo e desenvolvimento
e a Tecnologia, I. P., nas línguas portuguesa e inglesa; do ensino e da investigação, com vista a uma constante
d) No sítio da Internet da instituição de ensino supe- satisfação das necessidades e fins conducentes ao pro-
rior, nas línguas portuguesa e inglesa. gresso da sociedade portuguesa;
j) Melhorar a sua formação e desempenho pedagó-
2 — A divulgação abrange toda a informação rele- gico.
vante constante do edital, incluindo a composição do Artigo 33.º-A
júri, os critérios de selecção e seriação e as datas de Propriedade intelectual
realização das eventuais audições públicas a que se
refere a alínea b) do n.º 4 do artigo 23.º 1 — É especialmente garantida aos docentes a pro-
3 — São nulos os concursos abertos em violação do priedade intelectual dos materiais pedagógicos produ-
disposto nos números anteriores. zidos no exercício das suas funções, sem prejuízo das
4 — A contratação de docentes ao abrigo do presente utilizações lícitas.
Estatuto, por concurso ou por convite, é objecto de 2 — Os direitos previstos no número anterior não
publicação: impedem a livre utilização, sem quaisquer ónus, dos
referidos materiais pedagógicos no processo de ensino
a) Na 2.ª série do Diário da República; por parte da instituição de ensino superior ao serviço
b) No sítio da Internet da instituição de ensino superior. da qual tenham sido produzidos, nem o respeito pelas
normas de partilha e livre disponibilização de recursos
5 — Da publicação no sítio da Internet da institui- pedagógicos que a instituição decida subscrever.
ção de ensino superior constam, obrigatoriamente, a
referência à publicação a que se referem os n.os 1 e 2, Artigo 34.º-A
bem como os fundamentos que conduziram à decisão,
incluindo os relatórios integrais que fundamentaram Dedicação exclusiva
os convites. 1 — O regime de dedicação exclusiva implica a re-
Artigo 30.º-A núncia ao exercício de qualquer função ou actividade
Deveres do pessoal docente
remunerada, pública ou privada, incluindo o exercício
de profissão liberal.
São deveres genéricos de todos os docentes, sem pre- 2 — A violação do compromisso referido no número
juízo de melhor explicitação em normas regulamentares anterior implica a reposição das importâncias efectiva-
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mente recebidas correspondentes à diferença entre o d) Consideração dos processos de avaliação con-
regime de tempo integral e o regime de dedicação exclu- ducentes à obtenção pelos docentes de graus e títulos
siva, para além da eventual responsabilidade disciplinar. académicos no período em apreciação;
3 — Não viola o disposto no n.º 1 a percepção de e) Consideração dos relatórios produzidos no período
remunerações decorrentes de: em apreciação no cumprimento de obrigações do esta-
tuto da carreira e a sua avaliação;
a) Direitos de autor; f) Responsabilização pelo processo de avaliação do
b) Realização de conferências, palestras, cursos bre- dirigente máximo da instituição de ensino superior;
ves e outras actividades análogas; g) Realização da avaliação pelos órgãos científicos
c) Ajudas de custo; da instituição de ensino superior, através dos meios
d) Despesas de deslocação; considerados mais adequados, podendo recorrer à co-
e) Desempenho de funções em órgãos da instituição laboração de peritos externos;
a que esteja vinculado; h) Participação dos órgãos pedagógicos da instituição
f) Participação em órgãos consultivos de instituição de ensino superior;
estranha àquela a que pertença, desde que com a anuên- i) Realização periódica, pelo menos de três em três
cia prévia desta última e quando a forma de remuneração anos;
seja exclusivamente a de senhas de presença; j) Resultados da avaliação do desempenho expressa
g) Participação em avaliações e em júris de concur- numa menção reportada a uma escala não inferior a
sos ou de exames estranhos à instituição a que esteja quatro posições que claramente evidencie o mérito de-
vinculado; monstrado;
h) Elaboração de estudos ou pareceres mandados l) Homologação dos resultados da avaliação do
executar por entidades oficiais nacionais, da União Eu- desempenho pelo dirigente máximo da instituição de
ropeia ou internacionais, ou no âmbito de comissões ensino superior, assegurando um justo equilíbrio da dis-
constituídas por sua determinação; tribuição desses resultados, em obediência ao princípio
i) Prestação de serviço docente em instituição de en- da diferenciação do desempenho;
sino superior pública diversa da instituição a que esteja m) Previsão da audiência prévia dos interessados;
vinculado, quando, com autorização prévia desta última, n) Previsão da possibilidade dos interessados im-
se realize para além do período semanal de trinta e cinco pugnarem judicialmente, nos termos gerais, o acto de
horas de serviço e não exceda quatro horas semanais; homologação e a decisão sobre reclamação.
j) Actividades exercidas, quer no âmbito de contra-
tos entre a instituição a que pertence e outras entida- Artigo 35.º-B
des públicas ou privadas, nacionais, estrangeiras ou
internacionais, quer no âmbito de projectos subsidiados Efeitos da avaliação de desempenho
por quaisquer dessas entidades, desde que se trate de 1 — A avaliação do desempenho positiva é uma das
actividades da responsabilidade da instituição e que os condições que deve ser satisfeita para a:
encargos com as correspondentes remunerações sejam
satisfeitos através de receitas provenientes dos referi- a) Contratação por tempo indeterminado dos pro-
dos contratos ou subsídios, nos termos de regulamento fessores adjuntos;
aprovado pela própria instituição de ensino superior. b) Renovação dos contratos a termo certo dos docen-
tes não integrados na carreira.
4 — A percepção da remuneração prevista na alínea j)
do número anterior só pode ter lugar quando a actividade 2 — A avaliação do desempenho tem ainda efeitos na
exercida tiver nível científico ou técnico previamente alteração de posicionamento remuneratório na categoria
reconhecido pelo órgão de direcção da instituição de do docente, nos termos previstos no artigo 35.º-C.
ensino superior como adequado à natureza, dignidade 3 — Em caso de avaliação do desempenho negativa
e funções destas últimas, e quando as obrigações de- durante o período de seis anos, é aplicável o regime
correntes do contrato ou da aceitação do subsídio não geral fixado na lei para o efeito.
impliquem uma relação estável.
Artigo 35.º-C
Artigo 35.º-A Alteração do posicionamento remuneratório
Avaliação do desempenho 1 — A alteração do posicionamento remuneratório
1 — Os docentes estão sujeitos a um regime de ava- tem lugar nos termos regulados por cada instituição de
liação do desempenho constante de regulamento a apro- ensino superior e realiza-se em função da avaliação do
var por cada instituição de ensino superior, ouvidas as desempenho.
organizações sindicais. 2 — O montante máximo dos encargos financei-
2 — A avaliação do desempenho constante do regu- ros que em cada ano pode ser afectado à alteração do
lamento a que se refere o número anterior subordina-se posicionamento remuneratório é fixado, anualmente,
aos seguintes princípios: por despacho conjunto dos membros do Governo res-
ponsáveis pelas áreas das finanças, da Administração
a) Orientação visando a melhoria da qualidade do Pública e do ensino superior, publicado no Diário da
desempenho dos docentes; República, em percentagem da massa salarial total do
b) Consideração de todas as vertentes da actividade pessoal docente da instituição.
dos docentes enunciadas no artigo 2.º-A; 3 — Na elaboração dos seus orçamentos anuais, as
c) Consideração da especificidade de cada área dis- instituições de ensino superior devem contemplar do-
ciplinar; tações previsionais adequadas às eventuais alterações
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do posicionamento remuneratório dos seus docentes no de quaisquer litígios emergentes de relações reguladas
limite fixado nos termos do número anterior e das suas pelo presente Estatuto, inclusive as relativas à formação
disponibilidades orçamentais. dos contratos quando não estejam em causa direitos
4 — O regulamento a que se refere o n.º 1 deve pre- indisponíveis e quando não resultem de acidente de
ver a obrigatoriedade de alteração do posicionamento trabalho ou de doença profissional.
remuneratório sempre que um docente, no processo de 2 — Exceptuam-se do disposto no número anterior,
avaliação de desempenho, tenha obtido, durante um os casos em que existam contra-interessados, salvo se
período de seis anos consecutivos, a menção máxima. estes aceitarem o compromisso arbitral.
3 — A outorga do compromisso arbitral por parte
Artigo 35.º-D das instituições de ensino superior compete ao órgão
Cargos dirigentes máximo da instituição de ensino superior, nos termos
fixados nos respectivos Estatutos.
O exercício de cargos dirigentes ao abrigo do esta- 4 — As instituições de ensino superior podem, ainda,
tuto do pessoal dirigente dos serviços e organismos da vincular-se genericamente a centros de arbitragem vo-
administração central, regional e local do Estado não luntária institucionalizada com competência para dirimir
produz quaisquer efeitos na carreira docente politécnica, os conflitos referidos no n.º 1, por meio de previsão no
com excepção dos seguintes: regulamento a aprovar por cada instituição de ensino
a) Contagem de tempo na carreira e na categoria; superior, o qual estabelece o tipo e o valor máximo
b) Dispensa de serviço obrigatória a que se refere o dos litígios, conferindo aos interessados o poder de se
n.º 6 do artigo 36.º; dirigirem a esses centros para a resolução de tais litígios.
c) Alteração do posicionamento remuneratório na 5 — Sem prejuízo do disposto na lei e nos números
categoria detida, nos termos da Lei n.º 2/2004, de 15 anteriores em matéria de arbitragem, são admitidos
de Janeiro. outros mecanismos de resolução alternativa de litígios
emergentes das relações jurídicas reguladas pelo pre-
Artigo 36.º-A
sente Estatuto, designadamente através da mediação e
Dispensa especial de serviço da consulta.
No termo do exercício de funções de direcção nas ins- 6 — Pode, designadamente, ser requerida pelas par-
tituições de ensino superior ou de funções mencionadas tes, no âmbito da consulta, a emissão de parecer por uma
no n.º 1 do artigo 41.º por período continuado igual ou comissão paritária constituída por dois representantes
superior a três anos, o pessoal docente tem direito a uma da instituição de ensino superior e por dois represen-
dispensa de serviço por um período com duração não tantes da associação sindical em que o docente esteja
inferior a seis meses nem superior a um ano para efeitos inscrito.»
de actualização científica e técnica, a qual é requerida
obrigatoriamente e conta como serviço efectivo. Artigo 4.º
Alterações terminológicas
Artigo 37.º-A
As referências feitas no Estatuto:
Bolsas de estudo e equiparação a bolseiro
a) A «disciplina» ou a «área científica» são substituídas
1 — O pessoal docente: pela referência a «área ou áreas disciplinares»;
a) Pode ser equiparado a bolseiro, no País ou no es- b) A «conselho científico» são substituídas pela refe-
trangeiro, pela duração que se revelar mais adequada ao rência a «órgão legal e estatutariamente competente da
objectivo e com ou sem vencimento, nos termos de re- instituição de ensino superior»;
gulamento a aprovar pela instituição de ensino superior, c) A «funcionário público» são substituídas pela refe-
competindo a decisão ao órgão legal e estatutariamente rência a «trabalhador em funções públicas»;
competente da instituição de ensino superior; d) A «professor-coordenador» e a «professor-adjunto»
b) Pode candidatar-se a bolsas de estudo, no País são substituídas, respectivamente, pelas referências a «pro-
ou no estrangeiro, obtida a anuência do órgão legal e fessor coordenador» e a «professor adjunto»;
estatutariamente competente da instituição de ensino e) A «estabelecimento de ensino superior» ou a «estabe-
superior. lecimento de ensino superior politécnico» são substituídas
pela referência a «instituição de ensino superior».
2 — Durante todo o período da equiparação a bol-
seiro, independentemente da respectiva duração, o bol- CAPÍTULO III
seiro mantém todos os direitos inerentes ao efectivo
desempenho de serviço, designadamente o abono da Regime transitório
remuneração, salvo nos casos de equiparação a bolseiro
sem vencimento, e a contagem de tempo de serviço para Artigo 5.º
todos os efeitos legais.
Regime de transição dos professores
coordenadores e adjuntos
Artigo 44.º-A
1 — Os actuais professores coordenadores e adjuntos
Resolução alternativa de litígios
nomeados definitivamente transitam, sem outras formali-
1 — Sem prejuízo da possibilidade de recurso a ou- dades, para o contrato de trabalho em funções públicas na
tros mecanismos extrajudiciais de resolução de conflitos, modalidade de contrato por tempo indeterminado, man-
pode ser constituído tribunal arbitral para julgamento tendo os regimes de cessação, de reorganização de serviços
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e colocação de pessoal em situação de mobilidade especial continuados de serviço em regime de dedicação exclusiva
e de protecção social próprios da nomeação definitiva. ou de tempo integral, os contratos:
2 — Aos professores coordenadores a que se refere o
a) São renovados por períodos de dois a quatro anos;
número anterior é aplicado o regime de tenure, nos termos
b) São automaticamente renovados, salvo decisão ex-
do disposto no artigo 10.º-A do Estatuto. pressa em contrário do órgão legal e estatutariamente com-
3 — Os actuais professores coordenadores e adjuntos petente da instituição de ensino superior, proferida sobre
nomeados provisoriamente transitam, sem outras forma- proposta do órgão técnico-científico fundamentada em
lidades, para o contrato de trabalho em funções públicas avaliação negativa da actividade desenvolvida, e comu-
na modalidade de contrato por tempo indeterminado em nicada ao interessado até 90 dias antes do termo.
período experimental para as mesmas categorias.
4 — Para os efeitos do número anterior: 4 — No período transitório a que se refere o n.º 2, para
a) O período experimental tem a duração do período os docentes a que se refere o n.º 1 que estejam ou venham
de nomeação provisória previsto no regime vigente à data a estar inscritos numa instituição de ensino superior para a
do seu início; obtenção do grau de doutor, em programa de doutoramento
b) O tempo já decorrido na situação de nomeação pro- validado através de um processo de avaliação externa, e
visória é contabilizado no âmbito do período experimen- contem pelo menos cinco anos continuados de serviço
tal; em regime de dedicação exclusiva ou de tempo integral,
c) Concluído o período experimental aplicam-se, res- os contratos:
pectivamente, as regras constantes do n.º 3 do artigo 10.º a) São inicialmente renovados pelo período de dois
e do n.º 1 do artigo 10.º-A do Estatuto que se referem ao anos;
termo deste período. b) São obrigatoriamente renovados por mais um pe-
ríodo de dois anos, salvo decisão expressa em contrário
5 — Aos professores que se encontravam na situação do órgão legal e estatutariamente competente da institui-
de nomeação provisória e que transitam para contrato por ção de ensino superior, proferida sobre proposta do órgão
tempo indeterminado em período experimental aplica-se o técnico-científico fundamentada em avaliação negativa da
disposto no n.º 4 do artigo 88.º da Lei n.º 12- A/2008, por actividade desenvolvida, e comunicada ao interessado até
força do disposto no artigo 89.º da mesma lei. 90 dias antes do termo.
6 — Os professores coordenadores e adjuntos a que se
refere o n.º 3 podem optar, respectivamente, pela duração 5 — No período transitório a que se refere o n.º 2, para
do período experimental prevista no n.º 2 do artigo 10.º e os docentes a que se refere o n.º 1 que, à data da entrada
no n.º 1 do artigo 10.º-B do Estatuto. em vigor do presente decreto-lei, contem pelo menos
7 — A opção a que se refere o número anterior é comu- 12 anos continuados de serviço em regime de dedicação
nicada ao órgão máximo da instituição de ensino superior exclusiva ou de tempo integral, aplica-se o regime fixado
no prazo de 30 dias após a data da entrada em vigor do pelo n.º 3.
presente decreto-lei.
Artigo 7.º
Artigo 6.º
Regime de transição dos assistentes
Regime de transição dos actuais equiparados
a professor e a assistente 1 — A categoria de assistente, com as funções previstas
no n.º 1 do artigo 3.º do Estatuto, na redacção anterior à
1 — Os actuais equiparados a professor coordenador, do presente decreto-lei, subsiste enquanto existirem tra-
a professor adjunto e a assistente transitam, sem outras balhadores que para ela tenham transitado nos termos do
formalidades, para o regime de contrato de trabalho em presente artigo.
funções públicas na modalidade de contrato a termo reso- 2 — Os assistentes com contrato em vigor na data de
lutivo certo ficando sujeitos às seguintes regras: entrada em vigor do presente decreto-lei transitam, sem
a) A duração do novo contrato e o regime de prestação outras formalidades, para o regime de contrato de trabalho
de serviço correspondem aos termos fixados no contrato em funções públicas na modalidade de contrato a termo
administrativo de provimento que actualmente detêm; resolutivo certo, sem prejuízo do disposto nos números
b) O tempo já decorrido na situação de contrato admi- seguintes.
nistrativo de provimento é contabilizado no âmbito do 3 — Para os efeitos do número anterior:
novo contrato. a) A duração do novo contrato e o regime de prestação
de serviço são os do contrato administrativo de provimento
2 — Até ao fim de um período transitório de seis anos precedente;
contado a partir da data de entrada em vigor do presente b) O tempo já decorrido na situação de contrato admi-
decreto-lei, podem ainda ser renovados, para além do fim nistrativo de provimento é contabilizado no âmbito do
do contrato estabelecido de acordo com o número ante- novo contrato;
rior, e nos termos do Estatuto na redacção anterior à do c) É facultada a renovação do contrato pelo período
presente decreto-lei, os contratos dos docentes a que se previsto na parte final do n.º 1 do artigo 9.º do Estatuto, na
refere o n.º 1. redacção anterior à do presente decreto-lei, nas condições
3 — No período transitório a que se refere o número fixadas pelo n.º 2 do mesmo artigo;
anterior, para os docentes a que se refere n.º 1 que, à data d) É facultada a prorrogação prevista no n.º 4 do ar-
da entrada em vigor do presente decreto-lei, sejam titu- tigo 9.º do Estatuto, na redacção anterior à do presente
lares do grau de doutor e contem pelo menos cinco anos decreto-lei, nas condições por aquele fixadas.
5772 Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de Agosto de 2009

4 — Até ao fim de um período transitório de seis anos sor coordenador em regime de dedicação exclusiva ou de
contado a partir da data de entrada em vigor do presente tempo integral;
decreto-lei, podem ainda ser renovados, para além do fim b) Os actuais equiparados a professor coordenador titu-
do contrato estabelecido de acordo com os números an- lares do grau de doutor que à data da abertura do concurso
teriores, e nos termos do Estatuto na redacção anterior à contem pelo menos cinco anos continuados de serviço
do presente decreto-lei, os contratos dos assistentes a que como equiparados a professor adjunto e ou a professor
se refere o n.º 2. coordenador em regime de dedicação exclusiva ou de
5 — Os assistentes a que se refere o n.º 2: tempo integral;
c) Os actuais professores adjuntos da carreira titulares
a) Têm direito ao regime de dedicação exclusiva até do grau de doutor que, à data da abertura do concurso,
ao termo do contrato resultante da aplicação dos núme- contem, pelo menos, cinco anos continuados de serviço
ros anteriores desde que satisfeitos os restantes requisitos nessa categoria na carreira.
legais;
b) Beneficiam do disposto nos n.os 5 e 6 do artigo 36.º 2 — Os professores coordenadores que venham a ser
e do artigo 37.º do Estatuto, na redacção anterior à do recrutados ao abrigo do número anterior são contratados
presente decreto-lei. por tempo indeterminado por um período experimental
de três anos.
6 — No período transitório a que se refere o n.º 4, para 3 — Findo o período experimental daqueles a que se
os docentes a que se refere o n.º 2 que, à data da entrada refere a alínea a) do n.º 1:
em vigor do presente decreto-lei, sejam titulares do grau
de doutor e contem, pelo menos, cinco anos continuados a) Se o professor não obteve o título de especialista ou
de serviço em regime de dedicação exclusiva ou de tempo o grau de doutor na área ou área disciplinares para que
integral, os contratos: foi aberto o concurso, cessa a relação jurídica de emprego
público;
a) São renovados por períodos de dois a quatro anos; b) Se o professor obteve o título de especialista ou o
b) São automaticamente renovados, salvo decisão ex- grau de doutor na área ou área disciplinares para que foi
pressa em contrário do órgão legal e estatutariamente com- aberto o concurso é-lhe aplicado o disposto no n.º 3 do
petente da instituição de ensino superior, proferida sobre artigo 10.º do Estatuto, na redacção dada pelo presente
proposta do órgão técnico-científico fundamentada em decreto-lei.
avaliação negativa da actividade desenvolvida, e comu-
nicada ao interessado até 90 dias antes do termo. 4 — Findo o período experimental daqueles a que se
referem as alíneas b) e c) do n.º 1 aplica-se o disposto nos
7 — No período transitório a que se refere o n.º 4, para n.os 3 e 4 do artigo 10.º do Estatuto, na redacção dada pelo
os docentes a que se refere o n.º 2 que estejam ou venham presente decreto-lei.
a estar inscritos numa instituição de ensino superior para a
obtenção do grau de doutor, em programa de doutoramento Artigo 9.º
validado através de um processo de avaliação externa, e
contem, pelo menos, cinco anos continuados de serviço Regime transitório de recrutamento
de professores adjuntos
em regime de dedicação exclusiva ou de tempo integral,
os contratos: 1 — Por um período transitório de três anos, e em
igualdade de circunstâncias com aqueles a que se refere
a) São inicialmente renovados pelo período de dois o artigo 17.º do Estatuto, na redacção dada pelo presente
anos; decreto-lei, podem excepcionalmente apresentar-se aos
b) São obrigatoriamente renovados por mais um pe- concursos para recrutamento de professores adjuntos:
ríodo de dois anos, salvo decisão expressa em contrário
do órgão legal e estatutariamente competente da institui- a) Os actuais equiparados a professor adjunto em regime
ção de ensino superior, proferida sobre proposta do órgão de dedicação exclusiva ou de tempo integral há pelo menos
técnico-científico fundamentada em avaliação negativa da cinco anos à data de abertura do concurso que não satisfa-
actividade desenvolvida, e comunicada ao interessado até çam as condições previstas no artigo 17.º do Estatuto, na
90 dias antes do termo. redacção dada pelo presente decreto-lei;
b) Os actuais assistentes e equiparados a assistente em
Artigo 8.º regime de dedicação exclusiva ou de tempo integral, de-
tentores do grau de mestre, com, pelo menos, 10 anos de
Regime transitório de recrutamento
de professores coordenadores
exercício de funções docentes em tempo integral ou dedica-
ção exclusiva no âmbito do ensino superior público à data
1 — Por um período transitório de três anos, e em de abertura do concurso que não satisfaçam as condições
igualdade de circunstâncias com aqueles a que se refere previstas no artigo 17.º do Estatuto, na redacção dada pelo
o artigo 19.º do Estatuto, na redacção dada pelo presente presente decreto-lei;
decreto-lei, podem excepcionalmente apresentar-se aos
concursos para recrutamento de professores coordenado- 2 — Os professores adjuntos que venham a ser recruta-
res com derrogação da condição fixada pelo artigo 19.º dos ao abrigo do número anterior são contratados a termo
do Estatuto: certo por um prazo de três anos.
3 — Findo o prazo a que se refere o número anterior:
a) Os actuais equiparados a professor coordenador que
à data de abertura do concurso contem pelo menos cinco a) Se o professor não obteve o grau de doutor ou o título
anos continuados de serviço como equiparados a profes- de especialista na área ou área disciplinares para que foi
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de Agosto de 2009 5773

aberto o concurso, cessa a relação jurídica de emprego Artigo 14.º


público;
Concursos
b) Se o professor obteve o grau de doutor ou o título de
especialista na área ou área disciplinares para que foi aberto 1 — As instituições devem proceder à abertura dos con-
o concurso é contratado por tempo indeterminado com um cursos necessários a atingir o valor a que alude o artigo 30.º
período experimental de dois anos, ao qual é aplicável o do Estatuto, na redacção dada pelo presente decreto-lei, de
disposto no artigo 10.º-B do Estatuto. forma a alcançar esse objectivo num prazo não superior
a cinco anos, de modo faseado e o mais célere possível,
4 — Findo o prazo a que se refere o n.º 2, se o professor sem prejuízo de uma distribuição equilibrada ao longo
entregou a tese para a obtenção do grau de doutor e ainda daquele período.
não realizou as provas, ou se requereu as provas para a 2 — No período de dois anos contado a partir da en-
obtenção do título de especialista e ainda não as realizou, trada em vigor do presente decreto-lei, cada instituição
o contrato é prorrogado até à realização das mesmas, sendo de ensino superior abre, obrigatoriamente, concursos para
então aplicado o disposto no número anterior. lugares de carreira em número não inferior ao número de
assistentes e de docentes equiparados em tempo integral
Artigo 10.º
ou dedicação exclusiva que, naquela data sejam titulares
Processos de avaliação do desempenho do grau de doutor.
1 — O primeiro processo de avaliação do desempenho 3 — A Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino
tem lugar imediatamente após a entrada em vigor dos Superior considera, no âmbito dos processos de avaliação
regulamentos aprovados por cada instituição de ensino e acreditação das instituições e dos seus ciclos de estudos,
superior ao abrigo do Estatuto, na redacção dada pelo o cumprimento do disposto no número anterior.
presente decreto-lei.
2 — Os regulamentos a que se refere o número anterior Artigo 15.º
são aprovados no prazo de seis meses após a entrada em Aquisição de habilitações
vigor do presente decreto-lei.
3 — A avaliação dos desempenhos ocorridos de 2004 a 1 — As instituições de ensino superior devem promover
2007 realiza-se, com as necessárias adaptações previstas a criação de condições para apoiar o processo de quali-
nos regulamentos a que se refere o n.º 1, nos termos do ficação dos seus docentes integrados em programas de
artigo 113.º da Lei n.º 12-A/2008, de 27 de Fevereiro, doutoramento.
produzindo efeitos quanto à eventual alteração de posi- 2 — Sem prejuízo de outras modalidades, o apoio a que
cionamento remuneratório. se refere o número anterior reveste a forma de dispensas
4 — A avaliação dos desempenhos de 2008 e 2009 é de serviço docente sustentadas por programas nacionais
realizada através de ponderação curricular, nos termos sujeitos a concurso.
previstos nos regulamentos a que se refere o n.º 1. 3 — A Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino
Superior considera, no âmbito dos processos de avaliação
Artigo 11.º e acreditação das instituições e dos seus ciclos de estudos,
Regime de prestação de serviço o cumprimento do disposto no presente artigo.
Na transição para o regime previsto pelo presente Artigo 16.º
decreto-lei, o pessoal docente mantém o regime de pres-
tação de serviço que detém à data da entrada em vigor do Norma revogatória
mesmo. São revogados a alínea a) do artigo 2.º, os n.os 1 a 3
do artigo 3.º, os artigos 4.º e 7.º, o n.º 6 do artigo 8.º, o
Artigo 12.º
artigo 9.º, o n.º 5 do artigo 10.º, os n.os 5 e 6 do artigo 11.º,
Prazos contratuais o n.º 3 do artigo 12.º, os artigos 13.º, 14.º, os n.os 2 e 3
O termo dos prazos contratuais estabelecidos nos arti- do artigo 16.º, os artigos 18.º e 20.º, os n.os 3, 4 e 5 do
gos 6.º e 7.º não prejudica a celebração de um novo contrato artigo 21.º, os n.os 2 a 4 do artigo 22.º, os artigos 25.º a
entre o mesmo docente e a mesma instituição de ensino 29.º, os n.os 3 e 4 do artigo 32.º, o n.º 6 do artigo 36.º, o
superior, nos termos do Estatuto, na redacção dada pelo artigo 37.º, os n.os 2 a 4 do artigo 40.º, o artigo 43.º, os
presente decreto-lei. n.os 2 a 6 do artigo 44.º e artigo 45.º, todos do Estatuto.

Artigo 17.º
CAPÍTULO IV
Republicação
Disposições finais
1 — É republicado, em anexo ao presente decreto-lei,
Artigo 13.º do qual faz parte integrante, o Estatuto da Carreira do
Pessoal Docente do Ensino Superior Politécnico, apro-
Procedimentos pendentes vado pelo Decreto-Lei n.º 185/81, de 1 de Julho, com a
Até à sua integral conclusão, continuam a ser regulados redacção actual.
pela legislação vigente e aplicável ao tempo do seu iní- 2 — É adoptado o presente do indicativo na redacção
cio os procedimentos em curso em matéria de concursos de todas as disposições do Estatuto da Carreira do Pessoal
abertos ao abrigo do Estatuto, na redacção anterior à do Docente do Ensino Superior Politécnico, aprovado pelo
presente decreto-lei. Decreto-Lei n.º 185/81, de 1 de Julho.
5774 Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de Agosto de 2009

Artigo 18.º e) Participar em outras tarefas distribuídas pelos órgãos


Entrada em vigor
de gestão competentes e que se incluam no âmbito da ac-
tividade de docente do ensino superior politécnico.
O presente decreto-lei entra em vigor no dia seguinte
ao da sua publicação. Artigo 3.º
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 1 de Conteúdo funcional das categorias
Julho de 2009. — José Sócrates Carvalho Pinto de Sou-
1 — (Revogado.)
sa — Fernando Teixeira dos Santos — Alberto Bernardes 2 — (Revogado.)
Costa — José Mariano Rebelo Pires Gago. 3 — (Revogado.)
Promulgado em 20 de Agosto de 2009. 4 — Ao professor adjunto compete colaborar com os
professores coordenadores no âmbito de uma disciplina
Publique-se. ou área científica e, designadamente:
O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA. a) Reger e leccionar aulas teóricas, teórico-práticas e
Referendado em 20 de Agosto de 2009. práticas;
b) Orientar, dirigir e acompanhar estágios, seminários
O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto e trabalhos de laboratório ou de campo;
de Sousa. c) Dirigir, desenvolver e realizar actividades de investi-
gação científica e desenvolvimento experimental, segundo
ANEXO as linhas gerais prévia e superiormente definidas no âmbito
da respectiva disciplina ou área científica;
(republicação do Decreto-Lei n.º 185/81, de 1 de Julho)
d) Cooperar com os restantes professores da disciplina
ou área científica na coordenação prevista na alínea d) do
ESTATUTO DA CARREIRA DO PESSOAL DOCENTE número seguinte.
DO ENSINO SUPERIOR POLITÉCNICO
5 — Ao professor coordenador cabe a coordenação pe-
Artigo 1.º dagógica, científica e técnica das actividades docentes e de
Âmbito investigação compreendidas no âmbito de uma disciplina
ou área científica e, designadamente:
1 — O Estatuto da Carreira do Pessoal Docente do En-
sino Superior Politécnico, adiante designado por Estatuto, a) Reger e leccionar aulas teóricas, teórico-práticas e
aplica-se ao pessoal docente dos institutos politécnicos, práticas;
das escolas politécnicas integradas em universidades e b) Orientar estágios e dirigir seminários e trabalhos de
das escolas politécnicas não integradas, que adiante se laboratório ou de campo;
designam por instituições de ensino superior. c) Supervisionar as actividades pedagógicas, científicas
2 — Exceptua-se do âmbito de aplicação do presente Es- e técnicas dos professores adjuntos da respectiva disciplina
tatuto o pessoal docente das escolas politécnicas militares ou área científica;
e policiais, sem prejuízo das disposições que determinem d) Participar com os restantes professores coordenado-
a sua aplicação. res da sua área científica na coordenação dos programas,
metodologias de ensino e linhas gerais de investigação
Artigo 2.º respeitantes às disciplinas dessa área;
e) Dirigir, desenvolver e realizar actividades de investi-
Categorias gação científica e desenvolvimento experimental no âmbito
A carreira do pessoal docente do ensino superior poli- da respectiva disciplina ou área científica.
técnico compreende as seguintes categorias:
Artigo 4.º
a) (Revogada.)
b) Professor adjunto; Recrutamento de assistentes
c) Professor coordenador; (Revogado.)
d) Professor coordenador principal. Artigo 5.º
Artigo 2.º-A Recrutamento de professores adjuntos

Funções dos docentes do ensino superior politécnico Os professores adjuntos são recrutados exclusivamente
por concurso documental nos termos do presente Estatuto.
Compete, em geral, aos docentes do ensino superior
politécnico: Artigo 6.º
a) Prestar o serviço docente que lhes for distribuído e Recrutamento de professores coordenadores
acompanhar e orientar os estudantes;
b) Realizar actividades de investigação, de criação cul- Os professores coordenadores são recrutados exclusi-
tural ou de desenvolvimento experimental; vamente por concurso documental nos termos do presente
c) Participar em tarefas de extensão, de divulgação cien- Estatuto.
tífica e tecnológica e de valorização económica e social Artigo 7.º
do conhecimento;
Outras formas de recrutamento
d) Participar na gestão das respectivas instituições de
ensino superior; (Revogado.)
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de Agosto de 2009 5775

Artigo 8.º Artigo 9.º-A


Pessoal especialmente contratado Professores coordenadores principais
1 — Poderão ser contratadas para a prestação de serviço 1 — Aos professores coordenadores principais compete,
docente nas instituições de ensino superior individualida- para além das funções constantes do n.º 5 do artigo 3.º,
des nacionais ou estrangeiras de reconhecida competência desenvolver actividades de coordenação intersectorial.
científica, técnica, pedagógica ou profissional, cuja colabo- 2 — Os professores coordenadores principais são re-
ração se revista de necessidade e interesse comprovados. crutados exclusivamente por concurso documental nos
2 — Para efeitos do disposto no número anterior, as in- termos do presente Estatuto.
dividualidades a contratar são equiparadas às categorias da
3 — Ao concurso para recrutamento de professores
carreira do pessoal docente do ensino superior politécnico
cujo conteúdo funcional se adeqúe às funções que têm coordenadores principais podem candidatar-se os titula-
de prestar e designam-se, conforme o caso, professores res do grau de doutor há mais de cinco anos igualmente
coordenadores convidados ou professores adjuntos con- detentores do título de agregado ou de título legalmente
vidados, salvo quanto aos professores de estabelecimentos equivalente.
de ensino superior estrangeiros e aos investigadores de 4 — A composição dos júris dos concursos para pro-
instituições científicas estrangeiras ou internacionais, que fessor coordenador principal obedece, designadamente,
são designados por professores visitantes. às seguintes regras:
3 — Os contratos a que se referem os números anterio-
a) Serem constituídos:
res são precedidos de convite, fundamentado em relatório
subscrito por dois professores da área ou áreas disciplinares i) Por professores coordenadores principais, professores
do convidado e aprovado pela maioria dos membros em catedráticos ou investigadores coordenadores;
efectividade de funções do conselho técnico-científico do ii) Por especialistas de reconhecido mérito, nacionais ou
estabelecimento de ensino interessado. estrangeiros, de instituições públicas ou privadas, tendo em
4 — O relatório referido no número anterior acom- consideração a sua qualificação académica e a sua especial
panhará a proposta de contrato da individualidade a que competência no domínio em causa;
disser respeito.
5 — Quando as individualidades a contratar nos termos b) Serem em número não inferior a cinco nem superior
do presente artigo pertençam à carreira docente universitá-
a nove;
ria não há lugar à elaboração do relatório exigido no n.º 3 e
a equiparação a que se refere o n.º 2 não pode fazer-se para c) Serem todos pertencentes à área ou áreas disciplinares
categoria a que corresponda letra de vencimento inferior para que é aberto o concurso;
à da categoria que o interessado já possua, podendo optar d) Serem compostos maioritariamente por individuali-
pelo vencimento e remuneração a que teria direito na ins- dades externas à instituição de ensino superior.
tituição de ensino superior universitária de origem.
6 — (Revogado.) 5 — Os professores coordenadores principais são con-
7 — Podem ainda ser contratados mediante proposta tratados por tempo indeterminado.
fundamentada apresentada e aprovada pelos órgãos legal 6 — Se o contrato referido no número anterior não for
e estatutariamente competentes da instituição de ensino precedido por um contrato por tempo indeterminado como
superior: professor das carreiras docentes do ensino universitário ou
a) Como assistentes convidados, titulares do grau de do ensino politécnico ou como investigador da carreira
mestre, ou do grau de licenciado, e de currículo adequado, de investigação científica, o mesmo tem o período expe-
aos quais é atribuído o exercício das funções docentes sob rimental de um ano.
a orientação de um professor; 7 — Findo o período experimental, e em função de
b) Como monitores, estudantes de ciclos de estudos avaliação específica da actividade desenvolvida realizada
de licenciatura ou de mestrado, da própria instituição de de acordo com critérios fixados pelo órgão legal e estatu-
ensino superior ou de outra instituição de ensino superior, tariamente competente da instituição de ensino superior,
universitária ou politécnica, pública ou privada, aos quais o contrato passa a contrato por tempo indeterminado em
compete coadjuvar, sem os substituir, os restantes docentes, regime de tenure, nos termos do artigo 10.º-A, salvo se
sob a orientação destes. o órgão máximo da instituição de ensino superior, sob
proposta fundamentada aprovada por maioria de dois ter-
Artigo 8.º-A ços do órgão técnico-científico legal e estatutariamente
Constituição de uma base de recrutamento competente, decidir no sentido da sua cessação, decisão
que deve ser comunicada ao professor até 90 dias antes do
O regulamento de cada instituição de ensino superior termo daquele período.
pode prever que o convite de pessoal especialmente con-
tratado seja precedido por um período de candidaturas, 8 — Na situação de cessação prevista no número ante-
de forma a constituir uma base de recrutamento de entre rior, e sendo o caso, o docente regressa à situação jurídico-
a qual se deve proceder à escolha através de métodos de -funcional de que era titular antes do período experimental,
selecção objectivos. quando constituída e consolidada por tempo indetermi-
nado.
Artigo 9.º 9 — A categoria de professor coordenador principal
é equiparada para todos os efeitos remuneratórios à ca-
Provimento dos assistentes
tegoria de professor catedrático da carreira docente uni-
(Revogado.) versitária.
5776 Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de Agosto de 2009

Artigo 10.º perimental, quando constituída e consolidada por tempo


Contratação de professores coordenadores
indeterminado.

1 — Os professores coordenadores são contratados por 2 — A decisão a que se refere o número anterior é co-
tempo indeterminado. municada ao professor até seis meses antes do termo do
2 — Se o contrato referido no número anterior não for período experimental.
precedido por um contrato por tempo indeterminado como 3 — Em caso de incumprimento, total ou parcial, do
professor das carreiras docentes do ensino universitário ou prazo estipulado no número anterior, a instituição de ensino
do ensino politécnico ou como investigador da carreira superior fica obrigada a pagar ao docente uma indemni-
de investigação científica, o mesmo tem o período expe- zação de valor igual à remuneração base correspondente
rimental de um ano. ao período de antecedência em falta quando haja cessação
3 — Findo o período experimental, e em função de da relação contratual.
avaliação específica da actividade desenvolvida realizada
de acordo com critérios fixados pelo órgão legal e estatu- Artigo 11.º
tariamente competente da instituição de ensino superior, Período experimental
o contrato passa a contrato por tempo indeterminado em
regime de tenure, nos termos do artigo 10.º-A, salvo se 1 — Aos períodos experimentais previstos nos contratos
o órgão máximo da instituição de ensino superior, sob dos professores coordenadores principais, coordenadores
proposta fundamentada aprovada por maioria de dois ter- e adjuntos é exclusivamente aplicável o disposto no pre-
ços do órgão técnico-científico legal e estatutariamente sente Estatuto.
competente, decidir no sentido da sua cessação, decisão 2 — Durante o período experimental não pode haver
que deve ser comunicada ao professor até 90 dias antes do lugar a cessação do contrato por iniciativa da instituição
termo daquele período. de ensino superior, salvo na sequência de procedimento
4 — Na situação de cessação prevista no número disciplinar.
anterior, e sendo o caso, o docente regressa à situação 3 — O tempo de serviço decorrido no período experi-
jurídico-funcional de que era titular antes do período ex- mental concluído com manutenção do contrato de trabalho
perimental, quando constituída e consolidada por tempo por tempo indeterminado é contado, para todos os efeitos
indeterminado. legais, na carreira e categoria em causa.
5 — (Revogado.) 4 — O tempo de serviço decorrido no período experi-
mental que se tenha concluído sem manutenção do contrato
Artigo 10.º-A de trabalho por tempo indeterminado é contado, sendo
o caso, na carreira e categoria às quais o trabalhador re-
Estatuto reforçado de estabilidade no emprego gressa.
1 — Os professores coordenadores principais e os 5 — (Revogado.)
professores coordenadores beneficiam, nos termos do 6 — (Revogado.)
artigo 50.º da Lei n.º 62/2007, de 10 de Setembro, e do
presente Estatuto, de um estatuto reforçado de estabili- Artigo 12.º
dade no emprego (tenure) que se traduz na garantia da Contratação de professores convidados
manutenção do posto de trabalho, na mesma categoria e
carreira ainda que em instituição diferente, nomeadamente 1 — Os professores convidados são contratados a termo
no caso de reorganização da instituição de ensino superior certo, em regime de tempo parcial, nos termos da lei e
a que pertencem que determine a cessação das respectivas de regulamento a aprovar por cada instituição de ensino
necessidades. superior.
2 — Os professores coordenadores com contrato por 2 — Se, excepcionalmente, e nos termos do regula-
tempo indeterminado em regime de tenure quando contra- mento respectivo, forem contratados em regime de de-
tados como professores coordenadores principais mantêm dicação exclusiva ou de tempo integral, o contrato e as
o contrato de trabalho por tempo indeterminado no mesmo suas renovações não podem ter uma duração superior a
regime. quatro anos.
3 — (Revogado.)
Artigo 10.º-B
Artigo 12.º-A
Contratação de professores adjuntos
Contratação de assistentes convidados
1 — Os professores adjuntos são contratados por tempo
indeterminado com um período experimental de cinco 1 — Os assistentes convidados são contratados a termo
anos, findo o qual, e em função de avaliação específica da certo, em regime de dedicação exclusiva, de tempo integral
actividade desenvolvida realizada de acordo com critérios ou de tempo parcial, nos termos da lei e de regulamento a
fixados pelo órgão legal e estatutariamente competente da aprovar por cada instituição de ensino superior.
instituição de ensino superior e sob proposta fundamentada 2 — A contratação em regime de dedicação exclusiva,
aprovada por maioria de dois terços desse mesmo órgão: de tempo integral ou de tempo parcial igual ou superior
a 60 % só pode ter lugar quando, aberto concurso para
a) É mantido o contrato por tempo indeterminado; ou a categoria da carreira, este tenha ficado deserto ou não
b) Após um período suplementar de seis meses, de que tenha sido possível preencher todos os lugares postos a
o docente pode prescindir, querendo, cessa a relação con- concurso por não existirem candidatos aprovados em nú-
tratual, regressando o docente, se for caso disso, à situação mero suficiente que reunissem as condições de admissão
jurídico-funcional de que era titular antes do período ex- a esse concurso.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de Agosto de 2009 5777

3 — Em regime de dedicação exclusiva ou de tempo 3 — O factor experiência docente não pode ser critério
integral, o contrato e as suas renovações não podem ter uma de exclusão e, quando considerado no âmbito do concurso,
duração superior a quatro anos, não podendo ser celebrado não se pode restringir à experiência numa determinada
novo contrato nesses regimes entre a mesma instituição de instituição ou conjunto de instituições.
ensino superior e a mesma pessoa.
Artigo 15.º-A
Artigo 12.º-B Finalidade dos concursos
Casos especiais de contratação
Os concursos para professores coordenadores princi-
No âmbito de acordos de colaboração de que a institui- pais, coordenadores e adjuntos destinam-se a averiguar
ção de ensino superior seja parte, ou no quadro da colabo- o mérito dos candidatos, da sua capacidade profissional,
ração voluntária de docentes ou investigadores de outras da sua actividade científica, técnica e de investigação e o
instituições nacionais, estrangeiras ou internacionais, po- valor das suas capacidades pedagógicas, tendo em vista
dem ser contratadas, sem remuneração, para o desempe- as funções a desempenhar.
nho de funções docentes como professores convidados ou
assistentes convidados, individualidades que satisfaçam Artigo 16.º
os requisitos, respectivamente, do n.º 1 do artigo 8.º e da Órgão máximo da instituição de ensino superior
alínea a) do n.º 7 do artigo 8.º
1 — Compete ao órgão máximo da instituição de ensino
Artigo 12.º-C superior, nos termos fixados nos respectivos Estatutos:
Contratação de monitores a) A decisão de abrir concurso;
b) A homologação das deliberações finais dos júris dos
Os monitores são contratados a termo certo, em regime concursos;
de tempo parcial, nos termos da lei e de regulamento a c) A decisão final sobre a contratação.
aprovar por cada instituição de ensino superior.
2 — (Revogado.)
Artigo 12.º-D 3 — (Revogado.)
Casos especiais de contratação 4 — A prática dos actos a que se refere o n.º 1 depende,
nos termos da lei, da existência de cabimento orçamental.
1 — Os docentes podem ser contratados para desenvol-
ver a sua actividade: Artigo 17.º
a) Num conjunto de instituições de ensino superior; Candidatos aos concursos para recrutamento
b) Num consórcio de instituições de ensino superior. de professores adjuntos

2 — No caso previsto no número anterior, o contrato é Aos concursos para recrutamento de professores adjun-
celebrado com uma das instituições integrantes do conjunto tos podem apresentar-se os detentores do grau de doutor na
ou do consórcio. área para que é aberto concurso ou do título de especialista
na mesma área.
Artigo 12.º-E
Artigo 18.º
Nacionalidade dos docentes
Candidatos aos concursos de provas públicas
O pessoal docente abrangido pelo Estatuto pode ter para professores adjuntos
nacionalidade portuguesa ou estrangeira ou ser apátrida. (Revogado.)
Artigo 13.º Artigo 19.º
Provimento por urgente conveniência de serviço Candidatos aos concursos para recrutamento
de professores coordenadores
(Revogado.)
Aos concursos para recrutamento de professores coor-
Artigo 14.º denadores podem apresentar-se os detentores do grau de
Denúncia e rescisão contratual doutor obtido há mais de cinco anos na área para que é
aberto concurso ou do título de especialista na mesma área.
(Revogado.)
Artigo 20.º
Artigo 15.º
Requerimento de admissão
Concursos
(Revogado.)
1 — Os concursos para recrutamento de professores
coordenadores principais, coordenadores e adjuntos são Artigo 21.º
abertos para uma área ou áreas disciplinares a especificar
Nomeação dos júris
no aviso de abertura.
2 — A especificação da área ou áreas disciplinares não 1 — Os júris dos concursos são nomeados por despacho
deve ser feita de forma restritiva, que estreite de forma do órgão máximo da instituição de ensino superior, nos
inadequada o universo dos candidatos. termos fixados pelos respectivos Estatutos.
5778 Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de Agosto de 2009

2 — Quando a instituição de ensino superior não mi- b) Podem, excepcionalmente, por iniciativa do seu pre-
nistre cursos de mestrado na área ou áreas disciplinares sidente, ser dispensadas sempre que, ouvidos, por escrito,
para que o concurso é aberto, o júri é nomeado sob pro- num prazo por este fixado, nenhum dos vogais solicite
posta do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores tal realização, e todos se pronunciem no mesmo sentido.
Politécnicos.
3 — (Revogado.) 4 — Sempre que entenda necessário, o júri pode:
4 — (Revogado.)
a) Solicitar aos candidatos a entrega de documentação
5 — (Revogado.)
complementar relacionada com o currículo apresentado;
b) Decidir promover audições públicas, em igualdade
Artigo 22.º de circunstâncias para todos os candidatos.
Composição dos júris
5 — Das reuniões do júri são lavradas actas contendo,
1 — A composição dos júris dos concursos para profes-
designadamente, um resumo do que nelas tenha ocorrido,
sor coordenador e professor adjunto obedece, designada-
bem como os votos emitidos por cada um dos seus mem-
mente, às seguintes regras:
bros e respectiva fundamentação.
a) Serem constituídos: 6 — O júri deve proceder à apreciação fundamentada,
por escrito, em documentos por ele elaborados e aprovados
i) Por docentes de instituições de ensino superior politéc- e integrados nas suas actas:
nicas nacionais públicas pertencentes a categoria superior
àquela para que é aberto concurso ou à própria categoria a) Do desempenho técnico-científico e profissional do
quando se trate de concurso para professor coordenador; candidato com base na análise dos trabalhos e actividades
ii) Por outros professores ou investigadores, nacionais constantes do currículo, designadamente dos que hajam
ou estrangeiros, com aplicação, com as devidas adaptações, sido seleccionados pelo candidato como mais represen-
da regra constante da subalínea anterior; tativos;
iii) Por especialistas de reconhecido mérito, nacionais b) Da capacidade pedagógica do candidato, tendo de-
ou estrangeiros, de instituições públicas ou privadas, tendo signadamente em consideração a análise da qualidade e
em consideração a sua qualificação académica e a sua extensão da sua prática pedagógica anterior;
especial competência no domínio em causa; c) De outras actividades relevantes para a missão da
instituição de ensino superior que hajam sido desenvolvi-
b) Serem em número não inferior a cinco nem superior das pelo candidato.
a nove;
c) Serem todos pertencentes à área ou áreas disciplinares 7 — Considerando os aspectos a que se referem os nú-
para que é aberto o concurso; meros anteriores, o júri deve proceder à elaboração de uma
d) Serem compostos maioritariamente por individuali- lista ordenada dos candidatos que hajam sido aprovados
dades externas à instituição de ensino superior. em mérito absoluto.

2 — (Revogado.) Artigo 24.º


3 — (Revogado.) Garantias de imparcialidade
4 — (Revogado.)
É aplicável ao procedimento regulado na presente sub-
Artigo 23.º secção o regime de garantias de imparcialidade previsto
nos artigos 44.º a 51.º do Código do Procedimento Admi-
Funcionamento dos júris nistrativo, com as necessárias adaptações.
1 — Os júris:
Artigo 24.º-A
a) São presididos pelo órgão máximo da instituição
de ensino superior ou por um professor da instituição de Prazo de proferimento das decisões
ensino superior por ele nomeado; O prazo de proferimento das decisões finais dos júris
b) Deliberam através de votação nominal fundamentada não pode ser superior a 90 dias seguidos, contados a partir
nos critérios de selecção adoptados e divulgados, não sendo da data limite para a apresentação das candidaturas.
permitidas abstenções;
c) Só podem deliberar quando estiverem presentes pelo Artigo 25.º
menos dois terços dos seus vogais e quando a maioria dos
vogais presentes for externa. Provas públicas para professor adjunto
(Revogado.)
2 — O presidente do júri tem voto de qualidade e só
vota: Artigo 26.º
a) Quando seja professor ou investigador da área ou Provas públicas para professor coordenador
áreas disciplinares para que o concurso foi aberto; ou
b) Em caso de empate. (Revogado.)

3 — As reuniões do júri de natureza preparatória da Artigo 27.º


decisão final: Regime de prestação de provas
a) Podem ser realizadas por teleconferência; (Revogado.)
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de Agosto de 2009 5779

Artigo 28.º Artigo 30.º


Apreciação das provas Número e percentagem de professores de carreira
e de docentes convidados
(Revogado.)
1 — O conjunto dos professores da carreira deve repre-
Artigo 29.º sentar, pelo menos, 70 % do número de docentes de cada
instituição de ensino superior.
lrrecorribilidade 2 — As instituições de ensino superior devem abrir os
(Revogado.) concursos que assegurem progressivamente a satisfação
do disposto no número anterior.
Artigo 29.º-A 3 — O número de docentes convidados deve repre-
sentar, pelo menos, 20 % do número de docentes de cada
Regulamentos instituição de ensino superior.
4 — O número de professores coordenadores da carreira
1 — O órgão legal e estatutariamente competente de
não pode ser superior a 50 % do número de professores da
cada instituição de ensino superior aprova a regulamen-
carreira de cada instituição de ensino superior.
tação necessária à execução do presente Estatuto, a qual 5 — O número de professores coordenadores principais
abrange, designadamente, os procedimentos, as regras de da carreira não pode ser superior a 15 % do número de
instrução dos processos e os prazos aplicáveis aos concur- professores coordenadores da carreira de cada instituição
sos e convites, no quadro da necessária harmonização de de ensino superior.
regras gerais sobre a matéria. 6 — O disposto nos números anteriores deve aplicar-se
2 — No que se refere aos concursos, os regulamentos tendencialmente a cada uma das unidades orgânicas de
devem abranger a tramitação procedimental, designada- ensino ou de ensino e investigação de cada instituição de
mente as regras de instrução de candidaturas, os prazos, ensino superior.
os documentos a apresentar, os parâmetros de avaliação, 7 — São critérios para a fixação a que se referem n.º 1
os métodos e critérios de selecção a adoptar e o sistema do artigo 120.º e o n.º 1 do artigo 121.º da Lei n.º 62/2007,
de avaliação e de classificação final. de 10 de Setembro, os expressamente previstos no presente
3 — Os regulamentos a aprovar pelas instituições não Estatuto e, ainda, os suportados nas melhores práticas rele-
podem afastar as disposições do presente Estatuto. vantes tendo em conta a dimensão da instituição de ensino
superior por referência ao número de estudantes inscritos,
Artigo 29.º-B ao número de diplomados, à oferta formativa e à capaci-
dade científica avaliada e reconhecida oficialmente.
Transparência 8 — A Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino
1 — Os concursos realizados no âmbito do presente Superior considera, no âmbito dos processos de avaliação
Estatuto são divulgados através da sua publicação, com e acreditação das instituições e dos seus ciclos de estudos,
a antecedência mínima de 30 dias úteis em relação à data o cumprimento das regras a que se referem os números
limite de apresentação das candidaturas: anteriores.

a) Na 2.ª série do Diário da República; Artigo 30.º-A


b) Na bolsa de emprego público;
Deveres do pessoal docente
c) No sítio da Internet da Fundação para a Ciência e a
Tecnologia, I. P., nas línguas portuguesa e inglesa; São deveres genéricos de todos os docentes, sem pre-
d) No sítio da Internet da instituição de ensino superior, juízo de melhor explicitação em normas regulamentares
nas línguas portuguesa e inglesa. que, nesta matéria, sejam aprovadas pelas instituições de
ensino superior nos termos dos seus Estatutos:
2 — A divulgação abrange toda a informação relevante a) Desenvolver permanentemente uma pedagogia di-
constante do edital, incluindo a composição do júri, os nâmica e actualizada;
critérios de selecção e seriação e as datas de realização b) Contribuir para o desenvolvimento do espírito crí-
das eventuais audições públicas a que se refere a alínea b) tico, inventivo e criador dos estudantes, apoiando-os e
do n.º 4 do artigo 23.º estimulando-os na sua formação cultural, científica, pro-
3 — São nulos os concursos abertos em violação do fissional e humana;
disposto nos números anteriores. c) Orientar e contribuir activamente para a formação
4 — A contratação de docentes ao abrigo do presente científica, técnica, cultural e pedagógica do pessoal docente
Estatuto, por concurso ou por convite, é objecto de pu- que consigo colabore, apoiando a sua formação naqueles
blicação: domínios;
d) Manter actualizados e desenvolver os seus conheci-
a) Na 2.ª série do Diário da República; mentos culturais e científicos e efectuar trabalhos de inves-
b) No sítio da Internet da instituição de ensino superior. tigação, numa procura constante do progresso científico e
técnico e da satisfação das necessidades sociais;
5 — Da publicação no sítio da Internet da instituição e) Desempenhar activamente as suas funções, nome-
de ensino superior constam, obrigatoriamente, a referên- adamente elaborando e pondo à disposição dos alunos
cia à publicação a que se referem os n.os 1 e 2, bem como materiais didácticos actualizados;
os fundamentos que conduziram à decisão, incluindo os f) Cooperar interessadamente nas actividades de ex-
relatórios integrais que fundamentaram os convites. tensão da instituição de ensino superior, como forma de
5780 Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de Agosto de 2009

apoio ao desenvolvimento da sociedade em que essa acção Artigo 34.º


se projecta; Regime de prestação de serviço
g) Prestar o seu contributo ao funcionamento eficiente
e produtivo da instituição de ensino superior, assegurando 1 — O pessoal docente de carreira exerce as suas fun-
o exercício das funções para que tenham sido eleitos ou ções, em regra, em regime de dedicação exclusiva.
designados, ou dando cumprimento às acções que lhes 2 — O exercício de funções é realizado em regime de tempo
hajam sido cometidas pelos órgãos competentes, dentro do integral mediante manifestação do interessado nesse sentido.
seu horário de trabalho e no domínio científico-pedagógico 3 — À transição entre os regimes de dedicação exclu-
em que a sua actividade se exerça; siva e de tempo integral aplica-se o disposto no Decreto-Lei
h) Conduzir com rigor científico a análise de todas as n.º 145/87, de 24 de Março.
matérias, sem prejuízo da liberdade de orientação e de 4 — Os docentes convidados que desempenhem ou-
opinião consagrada no artigo seguinte; tras funções, públicas ou privadas, incompatíveis com a
i) Colaborar com as autoridades competentes e com os prestação de serviços em regime de tempo integral, são
órgãos interessados no estudo e desenvolvimento do ensino contratados em regime de tempo parcial.
e da investigação, com vista a uma constante satisfação das 5 — Considera-se regime de tempo integral o que cor-
necessidades e fins conducentes ao progresso da sociedade responde ao horário semanal de trabalho da generalidade
portuguesa; dos trabalhadores em funções públicas, compreendendo
um máximo de doze horas de aulas semanais e um mínimo
j) Melhorar a sua formação e desempenho pedagógico.
de seis, sem prejuízo, contudo, do disposto no artigo 38.º
6 — No regime de tempo parcial, o número total de
Artigo 31.º horas de serviço semanal, incluindo aulas, sua preparação
Liberdade de orientação e opinião científica e apoio aos alunos, é contratualmente fixado.
O pessoal docente do ensino superior politécnico goza Artigo 34.º-A
de liberdade de orientação e de opinião científica na lec-
cionação das matérias, sem prejuízo do disposto no arti- Dedicação exclusiva
go seguinte. 1 — O regime de dedicação exclusiva implica a re-
núncia ao exercício de qualquer função ou actividade re-
Artigo 32.º munerada, pública ou privada, incluindo o exercício de
Programas das unidades curriculares profissão liberal.
2 — A violação do compromisso referido no número an-
1 — Os programas das unidades curriculares são fixados terior implica a reposição das importâncias efectivamente
de forma coordenada pelos órgãos legal e estatutariamente recebidas correspondentes à diferença entre o regime de
competentes de cada instituição de ensino superior. tempo integral e o regime de dedicação exclusiva, para
2 — As instituições de ensino superior devem promover além da eventual responsabilidade disciplinar.
uma adequada divulgação dos programas das unidades 3 — Não viola o disposto no n.º 1 a percepção de re-
curriculares, bem como de toda a informação a eles asso- munerações decorrentes de:
ciada, designadamente, objectivos, bibliografia e sistema
de avaliação, através dos respectivos sítios na Internet. a) Direitos de autor;
3 — (Revogado.) b) Realização de conferências, palestras, cursos breves
4 — (Revogado.) e outras actividades análogas;
c) Ajudas de custo;
d) Despesas de deslocação;
Artigo 33.º
e) Desempenho de funções em órgãos da instituição a
Sumários que esteja vinculado;
f) Participação em órgãos consultivos de instituição
Os docentes elaboram sumário de cada aula, contendo estranha àquela a que pertença, desde que com a anuência
a indicação da matéria leccionada com referência ao pro- prévia desta última e quando a forma de remuneração seja
grama da unidade curricular, o qual é dado a conhecer exclusivamente a de senhas de presença;
aos alunos através dos meios fixados em regulamento da g) Participação em avaliações e em júris de concursos ou
instituição de ensino superior. de exames estranhos à instituição a que esteja vinculado;
h) Elaboração de estudos ou pareceres mandados exe-
Artigo 33.º-A cutar por entidades oficiais nacionais, da União Europeia
Propriedade intelectual ou internacionais, ou no âmbito de comissões constituídas
por sua determinação;
1 — É especialmente garantida aos docentes a proprie- i) Prestação de serviço docente em instituição de en-
dade intelectual dos materiais pedagógicos produzidos no sino superior pública diversa da instituição a que esteja
exercício das suas funções, sem prejuízo das utilizações vinculado, quando, com autorização prévia desta última,
lícitas. se realize para além do período semanal de trinta e cinco
2 — Os direitos previstos no número anterior não impe- horas de serviço e não exceda quatro horas semanais;
dem a livre utilização, sem quaisquer ónus, dos referidos j) Actividades exercidas, quer no âmbito de contratos
materiais pedagógicos no processo de ensino por parte da entre a instituição a que pertence e outras entidades públi-
instituição de ensino superior ao serviço da qual tenham cas ou privadas, nacionais, estrangeiras ou internacionais,
sido produzidos, nem o respeito pelas normas de partilha quer no âmbito de projectos subsidiados por quaisquer
e livre disponibilização de recursos pedagógicos que a dessas entidades, desde que se trate de actividades da res-
instituição decida subscrever. ponsabilidade da instituição e que os encargos com as
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de Agosto de 2009 5781

correspondentes remunerações sejam satisfeitos através i) Realização periódica, pelo menos de três em três anos;
de receitas provenientes dos referidos contratos ou sub- j) Resultados da avaliação do desempenho expressa
sídios, nos termos de regulamento aprovado pela própria numa menção reportada a uma escala não inferior a qua-
instituição de ensino superior. tro posições que claramente evidencie o mérito demons-
trado;
4 — A percepção da remuneração prevista na alínea j) l) Homologação dos resultados da avaliação do de-
do número anterior só pode ter lugar quando a actividade sempenho pelo dirigente máximo da instituição de ensino
exercida tiver nível científico ou técnico previamente re- superior, assegurando um justo equilíbrio da distribuição
conhecido pelo órgão de direcção da instituição de ensino desses resultados, em obediência ao princípio da diferen-
superior como adequado à natureza, dignidade e funções ciação do desempenho;
destas últimas, e quando as obrigações decorrentes do m) Previsão da audiência prévia dos interessados;
contrato ou da aceitação do subsídio não impliquem uma n) Previsão da possibilidade dos interessados impug-
relação estável. narem judicialmente, nos termos gerais, o acto de homo-
Artigo 35.º logação e a decisão sobre reclamação.
Vencimentos e remunerações Artigo 35.º-B
1 — O regime remuneratório aplicável aos professores Efeitos da avaliação de desempenho
de carreira e ao pessoal docente contratado para além da
carreira consta de diploma próprio. 1 — A avaliação do desempenho positiva é uma das
2 — (Derrogado.) condições que deve ser satisfeita para a:
3 — (Derrogado.) a) Contratação por tempo indeterminado dos professores
4 — (Derrogado.) adjuntos;
5 — (Derrogado.) b) Renovação dos contratos a termo certo dos docentes
6 — (Derrogado.) não integrados na carreira.
7 — (Derrogado.)
8 — O pessoal docente em regime de tempo parcial 2 — A avaliação do desempenho tem ainda efeitos na
aufere uma remuneração igual a uma percentagem do ven- alteração de posicionamento remuneratório na categoria
cimento para o regime de tempo integral correspondente do docente, nos termos previstos no artigo 35.º-C.
à categoria e nível remuneratório para que é convidado, 3 — Em caso de avaliação do desempenho negativa
proporcionada à percentagem desse tempo contratualmente durante o período de seis anos, é aplicável o regime geral
fixada. fixado na lei para o efeito.
9 — O regime remuneratório dos monitores é o previsto
no n.º 7 do artigo 74.º do Decreto-Lei n.º 448/79, de 13 Artigo 35.º-C
de Novembro.
Alteração do posicionamento remuneratório
Artigo 35.º-A
1 — A alteração do posicionamento remuneratório tem
Avaliação do desempenho lugar nos termos regulados por cada instituição de ensino
1 — Os docentes estão sujeitos a um regime de avalia- superior e realiza-se em função da avaliação do desem-
ção do desempenho constante de regulamento a aprovar penho.
por cada instituição de ensino superior, ouvidas as orga- 2 — O montante máximo dos encargos financeiros que
nizações sindicais. em cada ano pode ser afectado à alteração do posicio-
2 — A avaliação do desempenho constante do regula- namento remuneratório é fixado, anualmente, por des-
mento a que se refere o número anterior subordina-se aos pacho conjunto dos membros do Governo responsáveis
seguintes princípios: pelas áreas das finanças, da Administração Pública e do
ensino superior, publicado no Diário da República, em
a) Orientação visando a melhoria da qualidade do de- percentagem da massa salarial total do pessoal docente
sempenho dos docentes; da instituição.
b) Consideração de todas as vertentes da actividade dos 3 — Na elaboração dos seus orçamentos anuais, as ins-
docentes enunciadas no artigo 2.º-A; tituições de ensino superior devem contemplar dotações
c) Consideração da especificidade de cada área disci- previsionais adequadas às eventuais alterações do posicio-
plinar; namento remuneratório dos seus docentes no limite fixado
d) Consideração dos processos de avaliação conducentes nos termos do número anterior e das suas disponibilidades
à obtenção pelos docentes de graus e títulos académicos orçamentais.
no período em apreciação; 4 — O regulamento a que se refere o n.º 1 deve prever
e) Consideração dos relatórios produzidos no período a obrigatoriedade de alteração do posicionamento remune-
em apreciação no cumprimento de obrigações do estatuto ratório sempre que um docente, no processo de avaliação
da carreira e a sua avaliação; de desempenho, tenha obtido, durante um período de seis
f) Responsabilização pelo processo de avaliação do anos consecutivos, a menção máxima.
dirigente máximo da instituição de ensino superior;
g) Realização da avaliação pelos órgãos científicos da Artigo 35.º-D
instituição de ensino superior, através dos meios conside-
Cargos dirigentes
rados mais adequados, podendo recorrer à colaboração de
peritos externos; O exercício de cargos dirigentes ao abrigo do estatuto
h) Participação dos órgãos pedagógicos da instituição do pessoal dirigente dos serviços e organismos da admi-
de ensino superior; nistração central, regional e local do Estado não produz
5782 Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de Agosto de 2009

quaisquer efeitos na carreira docente politécnica, com tivo e com ou sem vencimento, nos termos de regulamento
excepção dos seguintes: a aprovar pela instituição de ensino superior, competindo
a decisão ao órgão legal e estatutariamente competente da
a) Contagem de tempo na carreira e na categoria;
instituição de ensino superior;
b) Dispensa de serviço obrigatória a que se refere o
b) Pode candidatar-se a bolsas de estudo, no País ou no
n.º 6 do artigo 36.º;
estrangeiro, obtida a anuência do órgão legal e estatutaria-
c) Alteração do posicionamento remuneratório na ca-
mente competente da instituição de ensino superior.
tegoria detida, nos termos da Lei n.º 2/2004, de 15 de
Janeiro.
2 — Durante todo o período da equiparação a bolseiro,
Artigo 36.º
independentemente da respectiva duração, o bolseiro man-
Dispensa de serviço docente dos professores tém todos os direitos inerentes ao efectivo desempenho de
serviço, designadamente o abono da remuneração, salvo
1 — No termo de cada sexénio de efectivo serviço,
nos casos de equiparação a bolseiro sem vencimento, e
podem os professores coordenadores principais, coorde-
a contagem de tempo de serviço para todos os efeitos
nadores e adjuntos, sem perda ou lesão de quaisquer dos
legais.
seus direitos, requerer a dispensa da actividade docente
pelo período de um ano escolar, para fins de actualização
científica e técnica e de realização de trabalhos de inves- Artigo 38.º
tigação ou publicação de trabalhos incompatíveis com a Serviço dos docentes
manutenção das suas tarefas escolares correntes.
1 — Cada instituição de ensino superior aprova um
2 — Podem ser concedidas licenças sabáticas parciais,
regulamento de prestação de serviço dos docentes, o qual
não acumuláveis com as previstas no número anterior,
deve ter em consideração, designadamente:
por períodos de seis meses após cada triénio de efectivo
serviço. a) Os princípios adoptados pela instituição na sua gestão
3 — O período de licença sabática não é considerado de recursos humanos;
para a contagem do sexénio ou triénio a que se referem b) O plano de actividades da instituição;
os números anteriores. c) O desenvolvimento da actividade científica;
4 — Uma vez terminada a licença sabática a que se refe- d) Os princípios informadores do Processo de Bolonha.
rem os números anteriores, o professor contrai a obrigação
de, no prazo máximo de dois anos, apresentar ao conselho 2 — O regulamento de prestação de serviço dos do-
técnico-científico da instituição de ensino superior os re- centes abrange todas as funções que lhes competem, nos
sultados do seu trabalho, sob pena de, quando assim o não termos dos artigos 2.º-A, 3.º e 9.º-A, e deve, designada-
faça, vir a ser compelido a repor as quantias corresponden- mente, nos termos por ele fixados:
tes às remunerações auferidas durante aqueles períodos.
a) Permitir que os professores de carreira, numa base
5 — Independentemente do disposto nos números an-
de equilíbrio plurianual, por um tempo determinado, se
teriores, os professores em regime de dedicação exclusiva
possam dedicar, total ou parcialmente, a qualquer das com-
ou de tempo integral podem ser dispensados do serviço
ponentes da actividade académica;
docente, mediante decisão do órgão máximo da institui-
b) Permitir que os professores de carreira possam, a seu
ção de ensino superior, sob proposta do conselho técnico-
pedido, participar noutras instituições, designadamente de
-científico, por períodos determinados, para a realização
ciência e tecnologia, sem perda de direitos.
de projectos de investigação ou extensão.
6 — (Revogado.)
3 — A distribuição de serviço dos docentes é feita pelo
órgão legal e estatutariamente competente, de acordo com
Artigo 36.º-A
o regulamento a que se refere o presente artigo.
Dispensa especial de serviço 4 — Compete a cada docente propor o quadro institu-
cional que melhor se adeqúe ao exercício da investigação
No termo do exercício de funções de direcção nas ins-
que deve desenvolver.
tituições de ensino superior ou de funções mencionadas
no n.º 1 do artigo 41.º por período continuado igual ou
superior a três anos, o pessoal docente tem direito a uma Artigo 39.º
dispensa de serviço por um período com duração não in- Serviço docente nocturno
ferior a seis meses nem superior a um ano para efeitos
1 — Considera-se serviço docente nocturno o que for
de actualização científica e técnica, a qual é requerida
prestado para além das 20 horas.
obrigatoriamente e conta como serviço efectivo.
2 — Cada hora lectiva nocturna corresponde, para todos
os efeitos, a hora e meia lectiva diurna.
Artigo 37.º
Formação e orientação dos assistentes Artigo 40.º
(Revogado.) Acumulação de funções
Artigo 37.º-A
1 — O limite para a acumulação de funções ao abrigo
Bolsas de estudo e equiparação a bolseiro do disposto no n.º 1 do artigo 51.º da Lei n.º 62/2007, de
10 de Setembro, é de seis horas lectivas semanais.
1 — O pessoal docente:
2 — (Revogado.)
a) Pode ser equiparado a bolseiro, no País ou no estran- 3 — (Revogado.)
geiro, pela duração que se revelar mais adequada ao objec- 4 — (Revogado.)
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de Agosto de 2009 5783

Artigo 41.º Artigo 42.º


Serviço prestado em outras funções públicas Aposentação e reforma

1 — Para além do que se encontre consagrado em legis- 1 — O pessoal docente tem direito a aposentação ou
lação própria, é equiparado, para todos os efeitos legais, reforma nos termos da lei geral.
ao efectivo exercício de funções o serviço prestado pelo 2 — Ao professor aposentado ou reformado por limite
pessoal docente em alguma das seguintes situações: de idade cabe a designação de professor jubilado.
3 — Os professores aposentados, reformados ou jubi-
a) Presidente da República; lados podem:
b) Membro do Governo;
a) Ser orientadores de dissertações de mestrado e de
c) Procurador-Geral da República e membro do Conse-
teses de doutoramento;
lho Consultivo da Procuradoria-Geral da República; b) Ser membros dos júris para atribuição dos graus de
d) Provedor de Justiça e provedor-adjunto; mestre e de doutor;
e) Deputado à Assembleia da República; c) Ser membros dos júris para atribuição dos títulos de
f) Juiz do Supremo Tribunal de Justiça e do Tribunal agregado, de habilitação e de especialista;
Constitucional; d) Investigar em instituições de ensino superior ou de
g) Juiz do Supremo Tribunal Administrativo; investigação científica.
h) Deputado à Assembleia Legislativa da região autó-
noma; 4 — Os professores aposentados, reformados ou jubi-
i) Membro do governo regional; lados podem ainda, a título excepcional, quando se revele
j) Inspector-geral, subinspector-geral, secretário-geral, necessário, tendo em consideração a sua especial compe-
secretário-geral-adjunto, director-geral, subdirector-geral, tência num determinado domínio:
presidente, vice-presidente e vogal de conselho directivo a) Ser membros dos júris dos concursos abrangidos
de instituto público ou equiparados; pelo presente Estatuto e pelos Estatuto da Carreira Do-
l) Chefe da Casa Civil e assessor da Presidência da cente Universitária e Estatuto da Carreira de Investigação
República; Científica;
m) Chefe do gabinete e adjunto do gabinete de titulares b) Leccionar, em situações excepcionais, em institui-
dos demais órgãos de soberania; ções de ensino superior, não podendo, contudo, satisfazer
n) Presidente de câmara municipal e vereador a tempo necessidades permanentes de serviço docente.
inteiro;
o) Governador civil e vice-governador civil; 5 — Ao exercício das funções identificadas na alínea b)
p) Chefe do gabinete ou membro do gabinete do do número anterior, quando remunerado e em situação de
Procurador-Geral da República; trabalho dependente, é aplicável o regime constante, con-
q) Funções, a tempo inteiro, em gabinete de membro forme o caso, do Estatuto da Aposentação ou da legislação
da segurança social, cabendo a autorização ao órgão legal
do Governo;
e estatutariamente competente da instituição de ensino
r) Assessor do gabinete dos Juízes do Tribunal Cons- superior em causa.
titucional; 6 — Para efeitos de integração em júris de uma ins-
s) Titular, em regime a tempo inteiro, de órgão de gestão tituição de ensino superior, os professores aposentados,
de instituições de ensino superior públicas; reformados ou jubilados dessa instituição não são consi-
t) Membro dos órgãos de administração das entidades derados membros externos.
públicas empresariais;
u) Funções em organizações internacionais de que Artigo 43.º
Portugal seja membro, desde que autorizado nos termos Mobilidade de efectivos
previstos na lei;
v) Desempenho de funções diplomáticas eventuais; (Revogado.)
x) Funções sindicais dirigentes a tempo inteiro; Artigo 44.º
z) Director de hospital e director clínico de unidades Precedência
de cuidados de saúde onde tenha lugar o ensino do curso
de Medicina; 1 — As regras para efeitos de precedência entre os do-
aa) Funções em institutos de ciência e tecnologia na- centes são fixadas em regulamento aprovado pelo órgão
cionais, públicos ou privados de utilidade pública, ou in- legal e estatutariamente competente da instituição de en-
ternacionais; sino superior.
ab) Funções directivas em pessoas colectivas de direito 2 — (Revogado.)
3 — (Revogado.)
privado de que façam parte instituições de ensino superior
4 — (Revogado.)
ou instituições financiadoras ou integrantes do sistema 5 — (Revogado.)
científico nacional. 6 — (Revogado.)
2 — O tempo de serviço prestado nas situações cons- Artigo 44.º-A
tantes do número anterior suspende a duração dos vínculos
contratuais e, a pedido do interessado, outras obrigações Resolução alternativa de litígios
que sejam previstas nos regulamentos da respectiva insti- 1 — Sem prejuízo da possibilidade de recurso a ou-
tuição de ensino superior. tros mecanismos extrajudiciais de resolução de conflitos,
5784 Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de Agosto de 2009

pode ser constituído tribunal arbitral para julgamento de Foram ouvidos o Conselho de Reitores das Universida-
quaisquer litígios emergentes de relações reguladas pelo des Portuguesas, o Conselho Coordenador dos Institutos
presente Estatuto, inclusive as relativas à formação dos Superiores Politécnicos, a Associação Portuguesa do En-
contratos quando não estejam em causa direitos indispo- sino Superior Privado e as associações de estudantes do
níveis e quando não resultem de acidente de trabalho ou ensino superior.
de doença profissional. Assim:
2 — Exceptuam-se do disposto no número anterior, os Ao abrigo do artigo 171.º da Lei n.º 62/2007, de 10
casos em que existam contra-interessados, salvo se estes de Setembro, e do artigo 7.º da Lei n.º 4/2004, de 15 de
aceitarem o compromisso arbitral. Janeiro, e nos termos da alínea c) do artigo 199.º da Cons-
3 — A outorga do compromisso arbitral por parte das tituição, o Governo decreta o seguinte:
instituições de ensino superior compete ao órgão máximo
da instituição de ensino superior, nos termos fixados nos Artigo 1.º
respectivos Estatutos.
4 — As instituições de ensino superior podem, ainda, Conselho Coordenador do Ensino Superior
vincular-se genericamente a centros de arbitragem volun- 1 — O presente decreto regulamentar estabelece a com-
tária institucionalizada com competência para dirimir os posição, as competências e o modo de funcionamento
conflitos referidos no n.º 1, por meio de previsão no regu- do Conselho Coordenador do Ensino Superior, adiante
lamento a aprovar por cada instituição de ensino superior, designado por Conselho.
o qual estabelece o tipo e o valor máximo dos litígios, 2 — O Conselho tem a natureza de órgão consultivo
conferindo aos interessados o poder de se dirigirem a esses no domínio da política de ensino superior do membro do
centros para a resolução de tais litígios. Governo responsável pela área do ensino superior.
5 — Sem prejuízo do disposto na lei e nos números 3 — Ao Conselho compete pronunciar-se sobre:
anteriores em matéria de arbitragem, são admitidos outros
mecanismos de resolução alternativa de litígios emergentes a) As questões que lhe sejam submetidas por aquele
das relações jurídicas reguladas pelo presente Estatuto, membro do Governo no domínio do ensino superior;
designadamente através da mediação e da consulta. b) As matérias expressamente previstas na lei.
6 — Pode, designadamente, ser requerida pelas par-
tes, no âmbito da consulta, a emissão de parecer por uma Artigo 2.º
comissão paritária constituída por dois representantes da Composição
instituição de ensino superior e por dois representantes da
associação sindical em que o docente esteja inscrito. 1 — O Conselho deve assegurar uma adequada di-
versidade de experiências académicas e profissionais e
Artigo 45.º é composto por:
Dúvidas a) Sete personalidades nacionais e estrangeiras de re-
(Revogado.) conhecido mérito e competência, uma das quais preside,
nomeadas por despacho do membro do Governo respon-
Tabela a que se refere o n.º 1 do artigo 31.º sável pela área do ensino superior, publicado no Diário
do Decreto-Lei n.º 185/81 da República;
b) Dois representantes do Conselho de Reitores das
(Derrogada.) Universidades Portuguesas;
c) Dois representantes do Conselho Coordenador dos
Decreto Regulamentar n.º 15/2009 Institutos Superiores Politécnicos;
de 31 de Agosto
d) Um representante da Associação Portuguesa do En-
sino Superior Privado;
Nos termos dos artigos 170.º e 171.º da Lei n.º 62/2007, e) Dois representantes dos estudantes do ensino superior,
de 10 de Setembro, que aprovou o regime jurídico das ins- universitário e politécnico, designados pelas associações
tituições de ensino superior, o membro do Governo respon- de estudantes;
sável pela área do ensino superior disporá de um conselho f) O presidente da Agência de Avaliação e Acreditação
com a missão de aconselhamento no domínio da política do Ensino Superior;
de ensino superior, o Conselho Coordenador do Ensino g) O director-geral do Ensino Superior;
Superior, cuja composição, modo de funcionamento e com- h) O presidente da Fundação para a Ciência e a Tec-
petências são definidos pelo presente decreto regulamentar. nologia.
Este Conselho vem acrescentar-se, sem substituir ou
duplicar, aos organismos representativos das instituições de 2 — Participam, ainda, do Conselho, em função da ma-
ensino superior e aos mecanismos existentes de diálogo e téria, um representante do ensino superior público militar
consulta às instâncias representativas das próprias institui- e do ensino público policial.
ções de ensino superior e das associações de estudantes. 3 — O Conselho dispõe de uma secção especializada
O Conselho é constituído por sete personalidades de em matéria de acção social nas instituições de ensino su-
reconhecido mérito, cuja escolha deve assegurar uma perior.
adequada diversidade de competências e experiências, Artigo 3.º
designadamente especialistas nacionais e estrangeiros, por Mandato
representantes dos estudantes do ensino superior, por repre-
sentantes dos organismos representativos das instituições 1 — O mandato dos membros do Conselho é de dois anos.
de ensino superior e por representantes de organismos do 2 — Os membros do Conselho mantêm-se em funções
ministério da tutela do ensino superior. até à sua efectiva substituição.

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