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EXMO. SR.

DIRETOR GERAL DA JARI - DER

FÁBIO HENRIQUE SANTOS PEREIRA,


residente e domiciliado na Rua São Geraldo, 362,
Bairro Robert Kenedy-MG – CPF: 052.751.396-
24, proprietário do veiculo de placa GOY-0346,
marca FIAT/UNO 1.6 / ANO 1992 – tendo
recebido à notificação n◦ 3286245, acusando
infração no dia 15/01/2009, às 15:15 hs, na MG
050, Km 75, no Município de Mateus Leme - MG,
vem através deste apresentar defesa, pelos fatos e
motivos abaixo aduzidos:

PRELIMINARMENTE,

I – DO DIREITO A AMPLA DEFESA

O assegurado das garantias – ampla defesa, devido o processo legal e contraditório - que
representam direitos fundamentais, devem demonstrar, objetivamente, o respeito do
Estado para com o cidadão e o grau de amadurecimento democrático das instituições de
um país..

A Constituição Federal de 1988, conhecida como Constituição Cidadã demonstra ao


povo brasileiro a preocupação de assegurar a ampla defesa para os acusados e o
contraditório para a instrução criminal.

Ampla defesa significa irrestrita possibilidade, nos termos da lei, de proceder quando o
acusado de qualquer infração seja ela penal ou administrativa. Na expressão se contém o
direito de ser assegurado por um técnico, de contraditar a acusação, de produzir provas,
de exigir a demonstração do fato (inverso do ônus da prova), etc.

Da mesma forma, nesta seara de discussões sobre as garantias que devem ser dadas aos
cidadãos surge o dever do Estado de exercitar o poder de policia, no qual deverá
adstringir-se à eficácia da fiscalização mais sempre conectado aos princípios maiores na
Carta Magna e na estrutura do Estado Democrático de Direito.

Entretanto, o poder de policia, muito embora discricionário, não pode ser arbitrário,
nunca dar se à ao repio da lei sob pena de ser inválido o ato administrativo.

II – DO PROCEDIMENTO NOTIFICATÓRIO

Infelizmente, os legisladores pátrios obraram em terrível erro estabeleceram uma lei que
a autoridade de trânsito na esfera da competência estabelecida pelo Código de Trânsito
Brasileiro e, dentro de sua circunscrição, julgará a consistência do alto de infração de
trânsito e aplicará a penalidade cabível.

E mais, que aplicada a penalidade será expedida notificação ao proprietário do veículo


ou ao infrator assegurando-lhe a ciência da imposição da penalidade.

Na verdade, na sistemática do Código de Trânsito a notificação da imposição da


penalidade traz consigo muito mais do que uma simples cobrança monetária (multa
pecuniária), às vezes muito superior a renda do cidadão) leva também, uma
comunicação de pontos que colocam em risco o direito de dirigir, muitas vezes,
intimamente ligado ao exercício do labor profissional, da luta pela sobrevivência e
subsistência e outros casos, suplementarmente implica na suspensão do direito de
dirigir. Há portanto, de cercarem-se esses procedimentos com garantias dadas, por
exemplo à citações. Nestes caminho, construindo melhores relações entre o Estado e o
Cidadão.

Mas, com todas estas impropriedade, que necessitam de saneamento, existe um


processo administrativo de trânsito o qual, por sua vez, há ser constituído de um rol de
procedimentos adequados ao sistema jurídico brasileiro, o qual tem por ápice a
Constituição Federal.

Se é garantido, antes de ser direito cabe ao Estado (administração) zelar pela sua
observância. A verdade da forma que procedem a autoridade, simplesmente
despachando pelo serviço postal as notificações de imposição de penalidade de trânsito,
não estão elas cumprindo nem o Código de Trânsito Brasileiro, nem a Constituição
Federal.

III – MÉRITO - DA SUPOSTA INFRAÇÃO

No momento da aplicação da suposta infração o veículo estava sendo conduzido pelo


Sr. Nelmir Barbosa da Silva, motorista devidamente habilitado e de conduta ilibada no
trânsito.

Ao ser abordado em blitz policial naquele local fora advertido pelo agente de trânsito
que o veículo estava com características alteradas referentes à altura do mesmo em
relação ao solo, mas em momento algum o condutor constatou que o agente houvesse
usado qualquer instrumento de medição, tão pouco lhe informou qual seria a altura
permitida. Ademais, no veículo encontravam-se 05 (cinco) pessoas adultas de peso
médio, o que sem dúvida alguma influenciou na altura do mesmo em relação ao solo.
Pois, com o peso somado dos 05 (ocupantes) a suspensão do veículo cedeu um pouco,
mas nada que impossibilitasse, dificultasse ou prejudicasse a direção ou locomoção do
mesmo.

Qual instrumento de medição fora utilizado pelo agente de trânsito na verificação da


suposta infração?

Em anexo apresentamos foto do veículo, o que notadamente comprova que não houve
alteração na suspensão ou que esta esteja em desacordo com a legislação vigente.
Protesta provar todo o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos,
inclusive pericial e ou testemunhal, se necessário.

IV – DO PEDIDO

Isto posto, tem se que esta infração não consubstancia a verdade dos fatos. Não restou
devidamente comprovada e fundamentada conforme as normas do CTB.

Respeitando-se o princípio da ampla defesa e do contraditório ora mencionados,


REQUER, o encaminhamento deste recurso ao órgão julgador, afim de que aprecie os
fundamentos invocados para os fins de direito. Requer, ainda, que seja atribuído ao
RECURSO o efeito suspensivo previsto no parágrafo 3◦, do artigo 285, do CTB.

E que depois de analisado, e julgado procedente, sejam excluídas tanto a infração


atribuída ao veículo quanto a pontuação lançada no prontuário do proprietário.

Termos em que, pede e aguarda deferimento.

Itaúna em 06 de fevereiro de 2009.

FÁBIO HENRIQUE SANTOS PEREIRA

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