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SIMPLRIAS REFLEXES BLGICAS parte I

Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

(1)
Tudo o que existe em sociedade , ao mesmo tempo, uma
soluo e um problema. Todas as instituies sociais, e a
prpria sociedade em si, so unguentos e vicissitudes que
coexistem no nosso em torno e que esto encalacradas na
nossa vacilante alma. Pensar a vida humana ignorando essas
e outras tenses que nos fazem ser quem somos similar a
querer tratar de uma enfermidade ignorando o que ela .

(2)
Lembre-se: a Verdade no algo para ser dito, ou para ser
defendido perante uma multido que a despreza. A Verdade,
antes de qualquer coisa, deve ser conhecida e acolhida por
cada um de ns, pouco importando o que as multides pensem
ou digam a respeito.

(3)
Reflexes

caninas:

os

malfeitos

na

vida

pblica

so

similares as evacuaes da cachorrada num canil. Voc lava,

limpa e desinfeta, mas, mesmo assim, de maneira indelvel o


mau cheio fica. Sejam figuras pblicas ou feies caninas,
todos sabem o que eles, quadrpedes e bpedes, fazem em
seus respectivos quadrados por mais que se tente disfarar
os estragos feitos. Trocando por midos: os excrementos
somem, mas o cheirinho da merda toda fica impregnado no ar.

(4)
Quando

no

realidade,

mais

se

quando se

contempla

dimenso

simblica

da

ignora essa

face do

real, toda

qualquer tentativa de entendimento a respeito da vida e da


existncia

torna-se

uma

mutilao

do

prprio

ato

de

compreender.

(5)
H foras que nos aproximam de nosso centro existencial da
mesma forma que h outras que nos arrastam para longe de
ns

mesmos. Todos

sabem disso.

O que

muitas vezes

ns

ignoramos que essa tenso inerente a condio humana,


tornando

nossa

Imaginar

que

alma

apenas

um

os

verdadeiro
outros

vivem

campo
essa

angstia existencial a prpria alienao.

(6)

de

batalha.

dilacerante

Somos todos pecadores. Todos ns. Porm, enquanto alguns,


dentro de suas limitaes, se penitenciam por isso, outros
no esto nem a pra esse borogod; outros mais se orgulham
de suas imundices e h ainda aqueles que exigem que todos
achem linda e fofa a sua maculao como se essa fosse um
projeto de vida e de libertao exemplar.

(7)
Pecadores somos todos ns. Logo, rezemos por ns e uns
pelos outros para que Deus tenha misericrdia de cada um e
de todos ns que, vacilantes, peregrinamos por esse vale de
lgrimas. Confiemos mais no poder da misericrdia divina e
no tanto no poder acusador de nosso vil palavrrio.

(*) professor e cronista.


Site: http://dartagnanzanela.webcindario.com/

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