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a Ke Temperatura, Calor e a Primeira Lei da Termodinamica Os pequenos besouros Melanophila apresentam um comportamento curioso. Eles voam em dire¢o aos incéndios florestais e se acasalam perto das chamas. Em seguida, as fémeas se aproximam das érvores ainda fumegantes para pér ovos sob a casca carbonizada. Este 6 0 ambiente ideal para as larvas que saem dos ovos, pois a érvore ndo pode mais se proteger das larvas através de resinas ou outros meios quimicos. Naturalmente, se um besouro esté perto do incéndio pode detecta-lo com facilidade. Entretanto, esses besouros so capazes de detectar um incéndio razoavelmente grande a mais de 12 km de distancia, o que praticamente elimina 0 uso da visdo e do offato. CCortesia de Nathan Schif, Ph.D, USDA Forest Service, Center fr Bottomiand Hardwoods Research, Stonevila MS A resposta esta neste capitulo. 182 BEC l fets Um dos principais ramos da fisica ¢ da engenharia € a termodinimica, o estudo das leis que regem a relago entre calor, trabalho e outras formas de energia. Um dos conceitos centrais da termodindmica € o de temperatura, que sera discutido na pr6- xima segio. Desde a infancia, temos um conhecimento pratico dos conceitos de tem- peratura e energia térmica. Sabemos, por exemplo, que € preciso tomar cuidado com alimentos e objetos quentes e que a carne € peixe devem ser guardados na gela- deira, Sabemos, também, que a temperatura no interior de uma casa e de um auto- movel deve ser mantida dentro de certos limites, e que devemos nos proteger do frio edo calor excessivos. (Os exemplos de aplicacao da termodindmica na ciéncia € na tecnologia so nu- merosox. Os engenheiros de automéveis se preocupam com 0 superaquecimento dos motores, especialmente no caso dos carros de corrida. Os engenheiros de alimentos estudam o aquecimento dos alimentos, como pizzas em fornos de microondas, ¢ 0 seu resfriamento, como nos alimentos congelados. Os meteorologistas analisam a transferéncia de energia térmica nos eventos associados ao fendmeno El Nifto ¢ a0 aquecimento global. Os engenheiros agronomos investigam a influéncia das condi ‘goes climaticas sobre a agricultura. Os engenheiros biomédicos esto interessados em saber se a medida da temperatura de um paciente permite distinguir uma infec- ‘cdo viral benigna de um tumor canceroso. = ponto de partida de nossa discussdo da termodinamica € 0 conceito de tem- peratura, 18-2 | Temperatura ‘A temperatura é uma das sete grandezas fundamentais do SI. Os fisicos medem a temperatura na escala Kelvin, cuja unidade € 0 kelvin (K). Embora nao exista um limite superior para a temperatura de um corpo, existe um limite inferior; esta tem- peratura-limite € tomada como sendo o zero da escala Kelvin de temperatura. A temperatura ambiente esté em torno de 290 kelvins (290 K). A Fig, 18-1 mostra a temperatura em kelvins de alguns corpos estuclados pelos fisicos. Quando o universo comecou, hd 13,7 bilhdes de anos, sua temperatura era da ordem de 10” K. Ao se expandir, o universo esfriou, e hoje sua temperatura média éde aproximadamente 3 K. Aqui na‘Terra a temperatura é um pouco maior, porque vivemos nas vizinhaneas de uma estrela. Se ndo fosse o Sol, também estariamos a 3K (ou melhor, nao existirfamos). 18-3 | A Lei Zero da Termodinamica Certas propriedades dos corpos sofrem mudangas considerdveis quando eles si0 aquecidos em um forno ou resfriados em uma geladeira. Eis alguns exemplos’ Com 0 aquecimento, um Ifquido aumenta de volume, uma barra de metal fica um pouco mais comprida, a resistencia elétrica de um fio aumenta € a pressao de um gas confinado aumenta. Qualquer dessas propriedades pode ser usada como base de um instrumento que pode nos ajudar a compreender o conceito de tempera- tura. ‘A Fig. 18-2 mostra um instrumento desse tipo. Um engenheiro habilidoso pode- ria construi-lo usando qualquer das propriedades mencionadas no pardgrafo ante- rior. O instrumento dispée de um mostrador digital e tem as seguintes caracteristi- cas: quando é aquecido (com um bico de Bunsen, digamos), 0 mimero do mostrador aumenta; quando € colocado em uma geladeira, o nimero diminui. O instrumento 1ndo esti calibrado e os niimeros nao tém (ainda) um significado fisico. Este aparelho 61m termoscépio, mas nao é (ainda) um termometro. 18.3 | ALei Zero da Termodinémice 10} Universo logo apos Big ag, Maior vemperatuy 10 ‘obtida em laboratcrio Centro do Sol 1° a z \-Finio do tung 2 ioe [+ Cangclaments da as : Temperate stil do 10? > universe BO Finca do hetio 8 lot Menor temperatura ‘obtida em laboratério FIG. 18-1 Algumas temperaturas nna escala Kelvin. A temperatura T = Ocorresponde a 10 “endo pode ser plotada nesta escala logaritmica. 2 13204 “ Blemento sensivel ao calor FIG. 18-2 Um termoseépio. Os ‘ntimeros aumentam quando © dispositive € aquecido e diminuem quando ¢ resfriado, O sensor térmico pode ser, entre outras coisas, um flo, cuja resistencia elétrica & medida e indicada, BBEET Cepitulc 18 | temperatura, Calor e a Primeira Lei da Termodinamica Suponha que, como na Fig, 18-34, 0 termoseépio (que vamos chamar de corpo 7) € posto em contato com outro corpo (corpo A). O sistema inteiro esta contido em uma caixa feita de material isolante. Os mimeros mostrados pelo termoscépio variam até, finalmente, se estabilizarem (digamos que a leitura final seja “137,04"). ‘Vamos supor, na verdade, que todas as propriedades mensuraveis do corpo Te do corpo A assumem, apés um certo tempo, um valor constante, Quando isso acontece, dizemos que 08 dois corpos estéio em equilibrio térmico. Embora as leituras mos- tradas para 0 corpo T nao tenham sido calibradas, concluimos que os corpos Te A (© devem estar 4 mesma temperatura (desconhecida).. ‘Suponha que, em seguida, 0 corpo T € posto em contato com o corpo B (Fig. 18- 3b), € Verifica-se que os dois atingem 0 equilibrio térmico para a mesma leitura do termoscépio. Nesse caso, 0s corpos Te B devem estar 4 mesma temperatura (ainda desconhecida). Se colocarmos os corpos A € B em contato (Fig. 18-3c), eles ja esta- rao em equilibrio térmico? Experimentalmente, verificamos que sim. FIG.18-3 (a) Ocorpo T(um termoseépio) ¢ 0 corpo A estio em = Gallien tency (O compe Ss A lei zero, considerada uma descoberta tardia, foi formulada apenas na década tum isolante térmico.) (b) O corpo Te 0 compo B também estiio em © [ato experimental mostrado na Fig. 18-3 expresso pela lei zero da termodi- Em uma linguagem menos formal, o que a lei zero nos diz é 0 seguinte: corpo possui uma propriedade chamada temperatura. Quando dois corpos estiio em. equilibrio térmico, suas temperaturas sao iguais ¢ vice-versa.” Podemos agora trans- formar nosso termoscépio (o terceiro corpo T) em um termémetro, confiantes de que suas leituras tém um significado fisico. Tudo que precisamos fazer é calibré-lo. Usamos a lei zero constantemente no laboratério. Quando desejamos saber se 98 iquidos em dois recipientes estao & mesma temperatura, medimos a temperatura de cada um com um termémetro; nao precisamos colocar os dois liquidos em con- lato e observar se esto ou ndo em equilibrio térmico. de 1930, muito depois que a primeira e segunda lei da termodinamica foram des- ‘squalor térmica eiridurea a cobertas ¢ numeradas. Como 0 conceito de temperatura ¢ fundamental para essas mesma leitura do termosc6pio.(c) Se duas leis, a lei que estabelece a temperatura como um conceito valido deve ter uma (a)e(b) sto verdadeiros.aleizero_ numeragdo menor: por isso 0 zero. da termodinamica estabelece que o corpo A € 0 corpo B também esto em equilibrio térmico. 18-4 | Medindo a Temperatura ‘Vamos primeiro definir e medir temperaturas na escala Kelvin para, em seguida, librar um termose6pio e transformé-lo em um termémetro. O Ponto Triplo da Agua Para criar uma escala de temperatura escolhemos um fendmeno térmico reprodul vel e, arbitrariamente, atribuimos a ele uma temperatura. Poderiamos, por exemy escolher 0 ponto de fusao do gelo ou 0 ponto de ebuligdo da égua, mas, por razi téenicas, optamos pelo ponto triplo da gua. A agua, o gelo ¢ 0 vapor de agua podem coexistir,em equilibrio térmico, para a ‘nas um conjunto de valores de pressdo e temperatura. A Fig. 18-4 mostra uma cél la de ponto triplo, na qual este chamado ponto triplo da Agua pode ser obtido em oratorio, Por acordo internacional foi atribuido ao ponto triplo da Agua o valor: 273,16 K como a temperatura-padrio para a calibragao dos termémetros,ou seja, a onde o indi 273,16 K —_(emperatura do ponte tiplo), 3 significa “ponto triplo”. Esse acordo também estabelece o valor Kelvin como 1/273,16 da diferenca entre 0 zero absoluto e a temperatura do pont ttiplo da dgua. Note que nao usamos 0 simbolo de grau ao expressar temperaturas na escala Kelvin. Eserevemos 300 K (e no 300” K),e devemos ler a temperatura como “300 kelvins” (¢ ndo como “300 graus kelvin”). Os prefixos usados para as outras unida- des do SI podem ser usados; assim, 3,5 mK significa 0,0035 K. Nao hé nomenclaturas distintas para temperaturas na escala Kelvin e diferengas de temperaturas, de modo que podemos escrever “a temperatura de fusio do enxofre 6717.8 K”,e“a tempera- tura deste liquido aumentou 8,5 K”. O Termémetro de Gas a Volume Constante O termémetro-padrio, em relagdo ao qual todos os outros termémetros sio cal bbrados, se baseia na pressdo de um gas em um volume fixo. A Fig. 18-5 mostra um termémetro de gas a volume constante: cle & composto por um bulbo cheio de gis ligado por um tubo a um mandmetro de merettrio. Levantando ou baixando o reser- vatorio R & sempre possivel fazer com que o nivel de merciirio no lado esquerdo do tubo em U fique no zero da escala para manter o volume do gis constante (varia- ges do volume do gas afetariam as medidas de temperatura). A temperatura de qualquer corpo em contato térmico com 0 bulbo (como, por exemplo, o liquido em torno do bulbo na Fig. 18-5) € definida como T=Cp, (18-2) ‘onde p € a pressio exercida pelo gas e Cé uma constante. De acordo com a Eq. 14-10, apressio p é dada por P= Po— poh, (18-3) onde po é a pressio atmosférica, p é a massa espectfica do merctirio ¢ h é a diferenca entre os niveis de merctirio medida nos dois lados do tubo.* (O sinal negativo é usado na Eq. 18-3 porque a pressio p € medida acima do nivel no qual a pressao € py.) Se o bulbo ¢ introduzido em uma célula de ponto triplo (Fig. 18-4), a tempera- tura medida € Ts = Cps, (18-4) onde p3 € a presstio do gs. Eliminando Cnas Eqs. 18-2 € 18-4, obtemos uma equagio para a temperatura em funcao de pe p;: al =(273.16K) (4) (provisoria) (18-5) Ps Ps Tr Ainda temos um problema com este termdmetro. Se 0 usamos para medi, di ‘gamos, 0 ponto de ebuligao da agua, descobrimos que gases diferentes no bulbo for- necem resultados ligeiramente diferentes. Entretanto, quando usarmos quantidades cada vez. menorcs de gés no interior do bulbo as leituras convergem para uma tinica temperatura, seja qual for 0 gas utilizado, A Fig. 18-6 mostra essa convergéncia para trés gases. a ‘Vamos usar como unidade de pressdo.o pascal (Pa), definido na Segdo 14-3, cujarelagdo com outras uni- dades comuns de pressdo & a seguinte: ‘atm = 1,01 105 Pa = 760 tore = 14,7 Ii 18-4 | Medindo @ Temperatura termémetra. —, de gis FIG. 18-4 Umacélula de ponto triplo, na qual gelo (sélide), gua (liquido) e vapor (gis) estaoem Equilibrio térmico. Por acordo internacional, a temperatura desta ‘mistura foi definida como 273,16 K. Obulbo de um termdmetro de gas a volume constante é mostrado no centro da célula, Escala Balbo com FIG. 18:5 _Umtermémetrode ‘248. volume constante, com 0 bulbo imerso em um liquido cuja temperatura T'se pretende medir. FIG. 18-6 Tempetaturas medidas por um termOmetro de gas a volume constante, com o bulbo imerso em gua fervente. Para calcular a temperatura usando a Eq. 18-5 a pressio p; foi medida no ponto triplo da agua. Ties gases diferentes no bulbo do termémetro ornecem resultados diferentes para diferentes pressoes do gas, mas 5081) —T20—_quandoa quantidade de gs € reduzida (o que diminui o valor de p;) (kay as tr€s curvas convergem para 373,125 K Capitulo 18 | Temperatura, Calor e a Primeira Lei da Termodinémica Assim, a receita para medir a temperatura com um termémetro de gas € T=(273,16K) ( lim, 4} (18-6) Cus A receita ensina a medir uma temperatura T desconhecida da seguinte forma:encha © bulbo do termémetro com uma quantidade arbitréria de qualquer gas (nitroge- nio, por exemplo) e mega p; (usando uma célula de ponto triplo) e p, a pressfio do gs na temperatura que est sendo medida. (Mantenha constante 0 volume do gas.) Calcule a razao pips, Repita as medidas com uma quantidade menor do gis no bulbo e calcule a nova razao. Repita o procedimento usando quantidades cada vez meno- res de gas, até poder extrapolar para a razio pip; que seria obtida se nio houvesse g4s no bulbo. Calcule a temperatura T substituindo essa razdo extrapolada na Eq. 18-6.(A temperatura é chamada de temperatura de gas ideal.) 18-5 | As Escalas Celsius e Fahrenheit Até agora, consideramos apenas a escala Kelvin, usada principalmente pelos cien- tistas. Em quase todos 0s paises do mundo a escala Celsius (chamada antigamente de escala centigrada) é a escala mais usada no dia-a-dia. As temperaturas na escala Celsius so medidas em graus, e 0 grau Celsius tem 0 mesmo valor numérico que 0 kelvin, Entretanto, o zero da escala Celsius est em um valor mais conveniente que 0 zero absoluto. Se 7; representa uma temperatura na escala Celsius e T uma tem- peratura na escala Kelvin, Te=T- 235°. (18-7) Quando expressamos temperaturas na escala Celsius, usamos 0 simbolo de grau. Assim, escrevemios 20,00°C (que se 1é como “20,00 graus Celsius”) para uma tem- peratura na escala Celsius, mas 293,15 K (que se lé como “293,15 kelvins”) para a : mesma temperatura na escala Kelvin. A escala Fahrenheit, a mais comum nos Estados Unidos, utiliza um grau menor que 0 grau Celsius e um zero de temperatura diferente. A relacao entre as escalas Celsius ¢ Fahrenheit é a seguinte: Ty = T4322, (188) onde 7; é a temperatura em graus Fahrenheit. A conversio entre essas duas esca~ las pode ser feita com facilidade a partir dos pontos de referéncia das duas escalas (pontos de congelamento e de ebuligdo da 4gua), mostrados na Tabela 18-1. As esca- Jas Kelvin, Celsius e Fahrenheit sdo comparadas na Fig. 18-7. As letras C e F sio usadas para distinguir medidas e graus nas duas escalas Assim, OC =32F Correspondéncia entre Algumas Temperaturas ‘Temperatura *e °F Ponto de ebuligio da dguat 100 212 ‘Temperatura normal do corpo 370 986 ‘Temperatura confortavel 20 68 Ponto de congelamento da guat 0 32 Zeto da escala Fahrenheit 0 Coineidéncia das escalas 40 “FEstritamente falando,o ponto de ebuligio da gua na escala Ce 699975°C, ¢0 ponto de congelamento &0,00°C. Assim, existe ligeira- ‘mente menos de 100 entre esses dois pontos. FIG. 18-7 Comparagio entre as escalas Celsius e Fahrenheit de temperatura, 18:5 | As Escaas Celsius e Fahrenheit significa que uma temperatura de 0° na escala Celsius equivale a uma temperatura de 32° na escala Fahrenheit, enquanto SO =-9P significa que uma diferenga de temperatura de 5 graus Celsius (observe que, nesse aso, 0 simbolo de grau aparece depois do C) equivale a uma diferenca de tempera- tura de 9 graus Fahrenheit. Ty, energia é transferida do sistema para o ambiente, de modo que Q : Sea temperatura Geum ¢ negativo. Na Fig. 18-12b,na qual 1 = T,nao ha transferéncia de energia, Q € zero pam o Tscens, @portanto, nao hi calor cedido nem absorvido. Na Fig. 18-12c, na qual Ts < Ts, a uintidade Ddccaloréperdida, _ansferéneia é do ambiente para o sistema e Q é positive pelosistema para o ambiente Chegamos, portanto,a seguinte definigao de calor: para que o equilfbtio térmico (6) sejarestabelecido.(c) Sea temperatura do sistema é menor que ‘temperatura ambiente, uma certa FIG. 18-12 Sea temperatura de um quantidade de calor € absorvida pelo sistema para que o equilibrio térmico Lembre-se de que a energia também pode ser transferida de um sistema para 0 seja restabelecido. ambiente ou vice-versa através do trabalho W realizado por uma forga. Ao contrario da temperatura, pressdo e volume, 0 calor € o trabalho nao so propriedades intrin- secas de um sistema; tém significado apenas quando descrevem a transferéncia de energia para dentro ou para fora do sistema. Para fazer uma analogia, a expresso “uma transferéneia de RS 600,00” pode ser usada para descrever a transferéncia de dinheiro de uma conta bancéria para outra, mas ndo para informar o saldo de uma conta, j4 que o que se guarda em uma conta é dinheiro, e ndo uma transferéncia. No caso do calor, € apropriado dizer: “Durante os uiltimos trés minutos 15 J de calor foram transferidos do sistema para o ambiente”, ou “Durante o tltimo minuto um 18.8 | A Absorgio de Calor por Sélidos e trabalho de 12 J foi realizado pelo ambiente sobre o sistema”. Nao faz sentido dizer: “Este sistema possui 450 J de calor”, ou “Este sistema contém 385 de trabalho”. Antes que os cientistas percebessem que o calor € energia transferida, o calor era medido em termos da capacidade de aumentar a temperatura da agua. Assim, a caloria (cal) foi definida como a quantidade de calor necesséria para aumentar a temperatura de 1 g de agua de 14,5°C para 15,5°C. No sistema inglés, a unidade de calor era a British thermal unit (Btu), definida como a quantidade de calor nevess4- ria para aumentar a temperatura de 1 libra de agua de 63°F para 64°F. Em 1948, a comunidade cientifica decidiu que uma vez que 0 calor (como 0 tra- balho) € energia transferida, a unidade de calor no SI deveria ser a mesma da ener- gia, ou seja, o joule. A caloria é hoje definida como 4,1868 J (exatamente), sem qual- quer referéncia ao aquecimento da dgua. [A “caloria” usada pelos nutricionistas, as vezes chamada de Caloria (Cal), é equivalente a uma quilocaloria (1 keal).] As rela- Ges entre as varias unidades de calor sio as seguintes: 1 cal = 3,968 x 10" Btu = 4,1868 J. (18-12) 18-8 | A Absorcao de Calor por Sélidos e Liquidos Capacidade Térmica A capacidade térmica C de um objeto ¢ a constante de proporcionalidade entre 0 calor Q recebido ou cedido por um objeto e a variagao de temperatura AT do ob- jeto, ou seja, Q= CaT~C(T;-T), (18:13) onde T; € T;sao as temperaturas inicial ¢ final do objeto, respectivamente. A capaci- dade térmica C é medida em unidades de energia por grau ou energia por kelvin. A capacidade térmica C, digamos, de uma pedra de marmore pode ser 179 cal/C°, que também podemios escrever como 179 callK ou como 749 J/K. A palavra “capacidade” nesse contexto pode ser enganadora, pois sugere uma analogia com a capacidade que um balde possui de conter uma certa quantidade de gua. Esta analogia é falsa; vocé nao deve pensar que um objeto “contém” calor ou possui uma capacidade limitada de absorver calor. E possivel transferir uma quanti- dade ilimitada de calor para um objeto, contanto que uma diferenca de temperatura seja mantida, E claro, porém, que o objeto pode fundir ou evaporar no processo. Calor Especifico Dois objetos feitos do mesmo material (mérmore, digamos) tém capacidades térmicas proporcionais a suas massas Assim, é conveniente definir uma “capacidade térmica por unidade de massa”, ou calor espeeifico c, que se refere ndo a um objeto, masa uma massa unitéria do material de que é feito o objeto. Nesse caso, a Eq. 18-13 se torna Q= mar = om(T;~ 7). (18-14) Experimentalmente, podemos observar que a capacidade térmica de uma certa pedra de marmore é 179 cal/C° (ou 749 J/K), mas o calor especifico do mérmore (nessa pedra ou em qualquer outro objeto feito de marmore) € 0,21 cal/g-C? (ou 880 J/kg -K). De acordo com as definigdes de caloria e Btu, 0 calor especifico da agua & c= Lcalig: C° = 1 Btu/lb- F° = 4190 Jka: K. (8-15) A Tabela 18-3 mostra os calores espeefficos de algumas substncias & temperatura ambiente. Note que o valor do calor especifico da gua é o maior da tabela. O calor especifico de qualquer substancia varia um pouco com a temperatura, mas 0s valo- PUES Alguns Calores Especificos Calores Especificos Molares & Temperatura Ambiente Calor Calor Espectfico Especifico Molar alt I Substancia g-K kg-K molK Solidos Elementares Chumbo 0.0305. 128 Tungsténio 0.0321 134 Prata 0.0564 236 Cobre 0.0923 386 Aluminio 0215 900 Outros Sélidos Lato 0,092, 380 Granito 0,19 790 Vidro 020° 840 Gelo(—10°C) 0,530 2220 Liquidos Merctrio 0,033. 140 Etanol 58 2430 Aguado mar 0,93 3900 Aguadoce 1,00 4180 265 248 255 245 244 Capitulo 18 | Temperatura, Calor e a Primeira Lei da Termodinamica res da Tabela 18-3 podem ser usados com precisao razoavel em temperaturas proxi- mas da temperatura ambiente, Vas 3 Uma certa quantidade de calor Q aquece 1 g de uma substincia A de 3 C*e 1 g de um material B de 4°. Qual das duas substincias tem 0 maior calor especifico? Calor Especffico Molar Em muitas circunstancias a unidade mais conveniente para especificar a quantidade de uma substancia é o mol, definido da seguinte forma: 1 mol = 6,02 X 10 unidades elementares de qualquer substancia, Assim, 1 mol de aluminio significa 6,02 x 108 itomos de Al (0 étomo € a unidade elementar),¢ 1 mol de éxido de aluminio significa 6,02 x 10° formulas moleculares de Al,O, (a formula molecular é a unidade elementar do com- posto). Quando a quantidade de uma substancia ¢ expressa em mols o calor espectfico deve ser expresso na forma de quantidade de calor por mol (¢ nao por unidade de massa); nesse caso, ele € chamado de calor especifico molar. A Tabela 18-3 mostra 0 calor especifico molar de alguns s6lidos elementares (formados por um tnico ele~ mento) a temperatura ambiente. Um Ponto importante Para determinar ¢ utilizar corretamente o calor especifico de uma substancia & pre ciso conhecer as condigdes em que ocorre a transferéncia de calor. No caso de s6l dos ¢ liquidos, em geral supomos que a amostra est submetida a uma pressdo cons- tante (normalmente, a pressio atmosférica) durante a transferéncia. Entretanto, também podemos imaginar que a amostra é mantida com um volume constante du- rante a absorgao de calor. Para isso, a dilatagdo térmica da amostra deve ser evitada pela aplicagdo de uma pressio externa. No caso de sGlidos ¢ liquidos isso € muito dificil de executar experimentalmente, mas o efeito pode ser calculado, e verifica-se que a diferenea entre os calores especificos a pressdo constante ¢ a volume cons- tante € relativamente pequena. No caso dos gases, por outro lado, como vamos ver no préximo capitulo, os valores do calor especifico a pressio constante e a volume constante so muito diferentes. Calores de Transformagao Quando 0 calor é transferido para uma amostra sélida ou liquida nem sempre a tem= peratura da amostra aumenta. Em vez. disso, a amostra pode mudar de fase (ou de estado). A matéria pode existir em trés estados, No estado sédlido, os tomos ou mo- lécutas do material formam uma estrutura rigida através de sua atracio miitua. No «estado liquido 0s étomos ou moléculas tém mais energia ¢ maior mobilidade. Formam aglomerados transit6rios, mas o material ndo tem uma estrutura rigida e pode escoar em um cano ou se acomodar no fundo de um recipiente. No estado gasoso os dtomos ‘ou moléculas t@m uma energia ainda maior, néio interagem, a nao ser através de cho- ques de curta durago,¢ podem ocupar todo o volume de um recipiente. Fundir um s6lido significa fazé-lo passar do estado s6lido para o estado liquide. processo requer energia porque os atomos ou moléculas do sélido devem ser li- berados de sua estrutura rigida. A fusiio de um cubo de gelo para formar égua é um. bom exemplo. Solidificar um liquido é o inverso de fundir,e exige a retirada de ener- gia do liquido para que os dtomos ou moléculas voltem a formar a estrutura rigida de um sélido, Vaporizar um liquido significa fazé-lo passar do estado Iiquido para 0 estado gasoso. Este processo, como 0 de fusio, requer energia porque os étomos ou molé= 18-8 | A Absorgio de Calor por Sélidos e Liquidos ees cculas devem ser liberados de seus aglomerados. Ferver a 4gua para transformé-la em vapor € um bom exemplo. Condensar um gas € o inverso de vaporizar € exige a retirada de energia para que os étomos ou moléculas voltem a se aglomerar. A quantidade de energia por unidade de massa que deve ser transferida em forma de calor para que uma amostra mude totalmente de fase ¢ chamada de ealor de transformagio e representada pela letra L..Assim, quando uma amostra de massa ‘msofre uma mudanga de fase a energia total transferida Q=Lm (18-16) ‘Quando a mudanga é da fase liquida para a fase gasosa (caso em que a amostra ab- sorve calor) ou da fase gasosa para a fase liquida (caso em que a amostra libera ca- lor) o calor de transformagéo ¢ chamado de ealor de vaporizagao © representado pelo simbolo Ly. Para a égua & temperatura normal de vaporizagao ou condensacdo, Ly = 539 cal/g = 40,7 kI/mol = 2256 kJ/kg. (18-17) Quando a mudanga é da fase S6tida para a fase liquida (caso em que a amostra ab- sorve calor) ou da fase liquida para a fase sélida (caso em que a amostra libera ca- lor). calor de transformagao é chamado de ealor de fusio e representado pelo sim- bolo Lp. Para a égua temperatura normal de solidificacao ou de fustio, Ly = 795 cal/g = 6.01 kJ/mol = 333 klikg, (18-18) A Tabela 18-4 mostra os calores de transformagio de algumas substancias. TABELA 18-4 Alguns Calores de Transformacéo Fusao Ebuligaio Substincia Ponto de Fuso (K) Calor de Fuso Ly(kIikz) _Pontode Ebuligao (K) Calor de Vaporizagio Ly (Ki/kg) Hidrogenio 140 580 203 455 Oxigenio 548 139 90.2 213 Meretirio 234 ud 630 296 Agua 273 333 373 2256 Chumbo co 232 2017 858 Prata 1235 105 2323 2336 Cobre 1356 207 2868 4730 Exemplo EI (a) Que quantidade de calor deve absorver uma amostra de gelo de massa m = 720 a ~ 10°C para passar ao estado liquido a 15°C? ns processo de aquecimento ocorre em trés etapas: (1) o gelo nao pode fundir a uma temperatura abaixo do ponto de congelamento; assim, a energia trans- ferida para o gelo em forma de calor apenas aumenta a temperatura do gelo até a temperatura chegar a °C. (2) A temperatura nao pode passar de (PC até que todo 0 gelo tenha fundido; assim, quando o gelo esta a 0°C toda a ener- gia transferida para o gelo em forma de calor é usada para fundir 0 gelo. (3) Depois que todo 0 gelo funde, toda a energia transferida para a égua € usada para aumentar a sua temperatura. Aquecimento do gelo: 0 calor Q, necessirio para fazer a temperatura do gelo aumentar do valor inicial 7; = —10°C para o valor final T; = 0°C (para que depois o gelo possa fundir) & dado pela Eq. 18-14 (Q = em AT). Usando 0 ca- lor espeeitico do gelo cya da Tabela 18-3, obtemos Qs = Cig (Ty T; 2220 Jikg - K)(0,720 kg)[0°C ~ (~10°C)] 5 984 J = 15,98 KI. Fusao do gelo: O calor Q; necessirio para fundir toda a amostra de gelo € dado pela Eq. 18-16 (Q = Lm), onde L, nesse caso, € 0 calor de fusdo L, com o valor dado na Eq. 18-18 e na Tabela 18-4. Temos: Q; = Lem = (333 kikg)(0,720 kg) = 239.8 kd. Aquecimento da agua: O calor Q, necessdrio para fazer a temperatura da dgua aumentar do valor inicial 7; = 0°C para o valor final 7) = 15°C € dado pela Eq. 18-14 (com 0 calor especifico da Agua Cpgus) Qs = cagu (T;— T) = (4190 Jvkg - K)(0,720 kg)(15°C — 0°C) = 452523 = 45,25 kJ. Total: O calor total Q,., necessério é a soma dos valores calculados para as trés etapas: Qian = Qi + Qo + Qs = 15,98 kJ + 239,8kJ + 45,25 kd = 300 kd. Note que o calor necessério para fundir 0 gelo é muito maior que o calor necessério para aumentar a temperatura do gelo eda dgua. (Resposta) Capitulo 18 | Temperatura, Calor e 2 Primeira Lei da Termodinamica (b) Se fornecemos ao gelo uma energia total de apenas 210 kJ (na forma de calor), quais so 0 estado final ¢ a tem- peratura da amostra? BEREI 05. esutados anteriores mostram que sio necessdrios 15.98 kJ para aumentar a temperatura do gelo até 0 ponto de fusdio. O calor restante Q, €, portanto, 210 kJ = 15,98kJ ou, aproximadamente, 194 kJ. Os resultados ante- riores mostram que esta quantidade de calor nao é suficiente para derreter todo 0 gelo. Como a fusdo do gelo € ineom- pleta, acabamos com uma mistura de gelo e 4gua;a tempera- tura dessa mistura éa do ponto de fustio do gelo,0°C. culos: Podemos determinar a massa m do gelo que funde a partir da energia dispontvel Q, usando a Eq. 18-16 com Ly: OS 0583 kg = 580g. 3 KI ke Assim, a massa restante de gelo é 720g ~ 580g = 140 g,€ acabamos com S80gdedgua e 140 gdegelo,a(PC. (Resposta) Semel MEY Um lingote de cobre de massa m, = 75 g & aquecido em um forno de laboratério até a temperatura T = 312°C. Em seguida, o lingote é colocado em um béquer de vidro contendo uma massa m, = 220 g de égua. A capacidade térmica C, do béquer é 45 cal/K. A temperatura inicial da gua e do béquer € T; = 12°C. Supondo que o lingote, 0 béquer e a 4gua so um sistema isolado ¢ que a gua nio € vaporizada, determine a temperatura final T; do sistema quando 0 equilibrio térmico é atingido. EE (1) Como o sistema ¢ isolado a energia total do sistema nao pode mudar, e apenas transferéncias inter- nas de energia podem ocorrer. (2) Como nenhum compo- nente do sistema sofre uma mudanca de fase, as transfe- réncias de energia na forma de calor podem apenas mudar as temperaturas. Céleulos: Para relacionar as transferéncias de calor a mu- dancas de temperatura, usamos as Eqs. 18-13 ¢ 18-14 para escrever paraa gua: Q,=cynJT;~T); (18-19) paraobéquer: Q, = C,(T;~ T) (1820) paraocobre: Q. = cm(T,~ T). (18-21) ‘Como a energia total do sistema nao pode mudar, a soma das trés transferéncias de energia é zero: Q. + Os + Q. = 0. (18-22) Substituindo as Eqs. 18-19 a 18-21 na Eq. 18-22, temos: cam T; ~ T) + CT; T) + canT,~ T) = 0. (18-23) As temperaturas aparece na Eq. 18-23 apenas na forma de diferengas, Como as diferencas nas escalas Celsius & Kelvin sao iguais, podemos usar qualquer uma dessas esca- las Explicitando T;, obtemos T+0,7,+ em, +0, Fem, r a Usando temperaturas Celsius ¢ os valores de ¢, € ¢, da Tabela 18-3, obtemos para o numerador (0,0923 cal/g - K)(75 (312°C) + (45 cal/K)(12°C) + (1,00 call - K)(220 g)(12°C) = 5339.8 cal, € para o denominador (1,00 eal/g - K)(220 g) + 45 eal’ + (0.0923 cal/g - K)(75 g) = 271.9 call. Assim, tem cal 2719 cal’ iy 196°C = 20°C, (Resposta) Substituindo os valores conhecidos nas Eqs. 18-19 a 18-21, obtemos Q.=1670 cal, Q,~342cal, Q,~ —2020cal. A nao ser pelos erros de arredondamento, a soma algé- brica dessas trés transferéncias de energia é realmente nula, como estabelece a Eq. 18-22, 18-9 | Calor e Trabalho Vamos agora examinar de perto 0 modo como a energia pode ser transferida em forma de calor ¢ trabalho de um sistema para 0 ambiente e vice-versa. Vamos to- mar como nosso sistema um gés confinado em um cilindro com um émbolo, como na Fig. 18-13. A forca para cima sobre o émbolo devido a pressio do gas confinado & igual ao peso das esferas de chumbo colocadas acima do émbolo. As paredes do ci- lindro sto feitas de material isolante, que nao permite a transferéncia de energia na forma de calor. A base do cilindro repousa em um reservaidrio térmico (uma placa quente, por exemplo),cuja temperatura T pode ser controlada. O sistema (gas) parte de um estado inicial i, descrito por uma pressio p;, um volume V; ¢ uma temperatura T,, Deseja-se levar o sistema a um estado final f, des- crito por uma pressio p,, um volume V;¢ uma temperatura T;, © processo de levar © sistema do estado inicial ao estado final € chamado de processo termodinamico, Durante esse processo energia pode ser transferida do reservatorio térmico para 0 sistema (calor positivo) ou vice-versa (calor negativo). Além disso, o sistema pode realizar trabalho sobre as esferas de chumbo, levantando o émbolo (trabalho pos tivo), ou receber trabalho das esferas de chumbo (trabalho negativo). Vamos supor que todas essas mudangas ocorrem lentamente, de modo que o sistema esta sempre (aproximadamente) em equilibrio térmico (ou seja, cada parte do sistema esté em Equilibrio térmico com todas as outras partes). Suponha que algumas esferas de chumbo so removidas do émbolo da Fig. 18-13, permitindo que o gés empurre 0 émbolo e as esferas restantes para cima com uma. forca F, que produz um deslocamento infinitesimal 43. Como o deslocamento é pe~ queno, podemos supor que F é constante durante 0 deslocamento, Nesse caso, 0 md- dulo de F € igual a pA, onde p € a pressao do gas e A é a drea do émbolo.O trabalho infinitesimal dW realizado pelo gas durante o deslocamento € dado por dW = Fd =(pAyds) = Ads) = pav, (18-24) onde dV € a variagdo infinitesimal no volume do gis devido ao movimento do ém- bolo, Quando o ntimero de esferas removidas é suficiente para que o volume varie de V; para V;,0 trabalho realizado pelo gas é W=Jaw=|l’pav. (18-25) Durante a variagio de volume, a pressao e a temperatura do gas também podem variar, Para calcular diretamente a integral da Eq. 18-25 precisariamos saber como a press varia com 0 volume no processo através do qual o sistema passa do estado i para o estado f. Na pritica, existem muitas formas de levar o gas do estado i para o estado f. Uma delas é mostrada na Fig. 18-14a, que é um gréfico da pressao do gas em fungao do volume, conhecido como diagrama p-V, Na Fig. 18-14a a curva mostra que a pres- so diminui com o aumento do volume. A integral da Eq. 18-25 (e, portanto, o tra- balho W realizado pelo gas) € representada pela area sombreada sob a curva entre 0s pontos i ¢ f. Independentemente do que fizermos exatamente para levar o gas do Ponto /ao ponto f,este trabalho serd sempre positivo, j que 0 g4s s6 pode aumentar de volume empurrando 0 émbolo para cima, ou seja, realizando trabalho sobre as esferas de chumbo. Outra forma de levar 0 gas do estado i para o estado Fé mostrada na Fig. 18-140. Nesse caso, a mudanga acontece em duas etapas: do estado i para o estado ae do es- tado a para o estado f. ‘A etapa ia dese proceso acontece a pressio constante, o que significa que 0 nimero de esferas de chumbo sobre o émbolo da Fig. 18-13 permanece constante. O aumento de volume (de V, para V;) € conseguido aumentando lentamente a tem- peratura do gés até um valor mais elevado 7, (O aumento de temperatura aumenta 18:9 | Calore Trabalho jp Tolamento FIG, 18-13 Um gisesté confinadoa um cilindro com um émbolo mével Uma certa quantidade Q de calor pode ser adicionada ou removida do 2 regulando a temperatura Tdo reservat6rio térmico ajustavel. Uma certa quantidade de trabalho W pode ser realizada pelo gis ou sobre 0 gas levantando ou baixando o émbolo. Capitulo 18 | Temperatura, Calor e a Primeira Lei da Termodinamica @ o © w Pression o Pr = Pressio i Pression j o — Processo Volume Volume voune Ly Lt ‘aime | Da FIG. 18-14 (a) A area sombreada representa o trabalho W realizado por um sistema a0 ppassar de um estado inicial para um estado final fO trabalho W € positivo porque o volume do sistema aumenta. (b) W continua a ser positivo, mas agora € maior. (c) W continua a ser Positivo, mas agora é menor. (d) W pode ser ainda menor (trajetéria ica) ow ainda maior (trajet6ria igh) (e) Neste caso, 0 sistema vai do estado f para o estado i quando o gis € comprimido por uma forca externa e seu volume diminui: trabalho W realizado pelo sistema é negativo, () O trabalho liquide Wye realizado pelo sistema durante um ciclo completo é representado pela drea sombreada. a forga que 0 gas exerce sobre o émbolo, empurrando-o para cima.) Durante essa etapa a expansao do gs realiza um trabalho positivo (levantar o émbolo), € calor € absorvido pelo sistema a partir do reservatorio térmico (quando a temperatura do reservat6rio térmico é aumentada lentamente). Este calor é positivo porque & for- necido ao sistema. A etapa af do processo da Fig. 18-14 acontece a volume constante, de modo {que 0 émbolo deve ser travado. Em seguida, a temperatura do reservatério térmico 6 reduzida lentamente e a pressio do gis diminui de p, para o valor final p,, Durante essa etapa o sistema cede calor para o reservatério térmico. Para o processo global ‘af, trabalhio W, que é positivo e ocorre apenas durante © processo ia, € representado pela drea sombreada sob a curva, A energia é transfe- rida na forma de calor nas etapas ia e af, com uma transferéncia de energia liquida Q. A Fig. 18-14c mostra um processo no qual os dois processos anteriores ocor- rem em ordem inversa. O trabalho W neste caso é menor do que na Fig. 18-14b,€ 0 ‘mesmo acontece com 0 calor liquido absorvido. A Fig. 18-14d mostra que € possivel tornar o trabalho tao pequeno quanto se deseje (seguindo uma trajetéria como iedf) U1 Ho grande quanto se deseje (seguindo uma trajet6ria como igh) Resumindo: Um sistema pode ser levado de um estado inicial para um estado final de um ndimero infinito de formas e, em geral,o trabalho We o calor Q tém va- lores diferentes em diferentes processos. Dizemos que o calor e o trabalho so gran- dezas dependentes da trajet6ria A Fig. 18-14e mostra um exemplo no qual um trabalho negativo é realizado por um sistema quando uma forga externa comprime o sistema, reduzindo seu volume. valor absoluto do trabalho continua a ser igual 4 sirea sob a curva, mas como o gis foi comprimido o trabalho realizado pelo gas € negativo. A Fig. 18-14/ mostra um ciclo termodindmico no qual o sistema é levado de um estado inicial / para um outro estado fe depois levado de volta para i. O trabalho i= quido realizado pelo sistema durante o ciclo é a soma do trabalho positivo realizado durante a expansdo com o trabalho negativo realizado durante a compressio. Na Fig, 18-14f, 0 trabatho liquido € positivo porque a area sob a curva de expansao (de 7 af) € maior do que a rea sob a curva de compressio (de f'a i). eR rametn cane taicne jetorias curvas (ligadas por trajet6rias verticais) que podem ser seguidas por um gas, Quais sio as duas tra- ese ome Soar ‘chado (ligadas &s trajet6rias verticais) para que o tra- positive possivel? 18-10 | A Primeira Lei da Termodinamica ‘Com vimos, quando um sistema muda de um estado inicial para um estado final tanto © trabalho W realizado como o calor Q transferido dependem da natureza do pro- cesso. Os experimentos, porém, revelaram algo surpreendente. A grandeza Q ~ 18-10 | APrimeira Lei da Termodinémica € @ mesma para todos os processos. Ela depende apenas dos estados inicial e final, © nio depende de maneira alguma da forma como o sistema passou de um para o ‘outro. Todas as outras combinagdes das grandezas Q e W,como Q apenas, W apenas, Q + We Q + 2W, sdo dependentes da trajetéria; apenas Q ~ W é independente, Esta propriedade sugere que a grandeza Q — W representa a variagiio de uma propriedade intrinseca do sistema, Chamamos esta propriedade de energia interna (Eqn),€ escrevemos AE ia = Eimy~ Eies = Q—W (primeira. (18-26) A Eq. 18-26 € a expresso matemética da primeira lei da termodindmica. Se o sis- tema termodindmico sofre apenas uma variagio infinitesimal, podemos escrever a primeira lei na forma* dE = dQ — dW (primeiratei. (18-27) No Capitulo 8 discutimos a lei da conservagao da energia em sistemas isolados, ou seja, em sistemas nos quais nenhuma energia entra ou sai do sistema. A primeira {ei da termodinamica € uma extensio dessa lei para sistemas que ndo estio isolados. Nesses casos, a energia pode entrar ou sair do sistema na forma de trabalho W ou calor Q. No enunciado da primeira lei da termodindmica que foi apresentado esta- mos supondo que o sistema como um todo nao sofreu variagdes de energia cinética € energia potencial, ou seja, que AK = AU = 0. Antes deste capitulo, o termo irabalho € © simbolo W sempre significaram o tra- balho realizado sobre um sistema. Entretanto, a partir da Eq. 18-24 ¢ nos proximos dois capitulos sobre termodinimica vamos nos concentrar no trabalho realizado por um sistema, tal como 0 gas da Fig. 18-13. Como 0 trabalho realizado sobre um sistema é sempre o negativo do trabalho realizado pelo sistema, se reescrevemos a Eq. 18-26 em termos do trabalho W, re- alizado sobre o sistema teremos AF, = Q + W.. Isso nos diz o seguinte: A energia interna de um sistema tende a crescer se forneceremos calor ao sistema ou realizar- ‘mos trabalho sobre o sistema. Por outro lado, a energia interna tende a diminuir se removermos calor do sistema ou o sistema realizar trabalho. Via 5 A figura mostra quatro trajetérias em ump diagrama p-V, ao longo das quais um gis pode ser levado de um estado / para um estado f, Ordene as trajetérias de acordo com (a) a variagdo AE, da energia interna do gs, (b) 0 trabalho W realizado pelo gas, (c) 0 valor absoluto da energia transterida em forma de calor entre 0 gis € 0 ambiente, em ordem decrescente. "Na Eg 1827 as grandezas dQ ¢ dW, a0 contrivio de dln néo st diferencias verdadeiras ou se, n0 ‘xistem fungses do tipo Qip, V)e W(p, V) que dependam apenas do estado do sistema. As granderes dQ dW sio chamadas de diferencias iexatas¢ estumam ser representades pelos imboios 60 ¢ BW. Pata "nossos propésitos, podemos traté-lasimplesmente como tansferencia de energia infnitesimais. Capitulo 18 | Temperatura, Calor e a Primeira Lei da Termodinamica £ Isolamento FIG. 18-15 Umaexpansio adiabtica pode ser realizada removendo lentamente esferas de chumbo do émbolo. O processo pode ser invertido a qualquer momento acrescentando novas esferas, Valeula ro eolamento FIG. 18-16 Ocestdgio inicial de um processo de expansdo livre. ApOs a vélvula ser aberta 0 g4s ocupa as duas cimaras e, depois algum tempo, atinge um estado de equilibrio. 18-11 | Alguns Casos Especiais da Primeira Lei da Termodinamica ‘Vamos agora examinar quatro processos termodinamicos diferentes para verificar 0 que acontece quando aplicamos a esses processos a primeira lei da termodinamica Os resultados estao indicados na Tabela 18-5 1. Processos adiabiticos. Proceso adiabstico é aquele que acontece to depressa ‘ou em um sistema tao bem isolado que ndo ha trocas de calor entre 0 sistema ¢ 0 ambiente. Fazendo Q = 0 na primeira lei (Eq. 18-26), obtemos AE ia De acordo com a Eq, 1-28, se 0 sistema realiza trabalho sobre o ambiente (ou seja, se W € positivo), a energia interna do sistema diminui de um valor igual a0 do trabalho realizado, Se, por outro lado, o ambiente realiza trabalho sobre o sistema (ou seja, se W € negativo), a energia interna do sistema aumenta de um valor igual ao trabalho realizado. A Fig, 18-15 mostra um processo adiabatico ideal. O calor nao pode entrar ou sair do sistema por causa do isolamento. Assim, a tinica troca possivel de ener- gia entre o sistema e o ambiente € através de trabalho, Se removemos esferas de chumbo do émbolo e deixamos o gas se expandir, o trabalho realizado pelo sistema (0 g4s) € positivo ¢ a energia interna diminui, Se, em vez disso, acres- centamos esferas e comprimimos o gas, 0 trabalho realizado pelo sistema é nega- tivo e a energia interna do g4s aumenta, 2. Processos a volume constante. Se 0 volume de um sistema (como um gs) € man- tido constante, o sistema ndo pode realizar trabalho. Fazendo W = 0 na primeira lei (Eq. 18-26), obtemos Eig: = Q — (processo. volume constante) (18-29) W (processoadiahstico) (18-28) Assim, se o sistema recebe calor (out seja, se Q € positivo) a energia interna do sistema aumenta. Se, por outro lado, o sistema cede calor (ou seja, se Q é nega- tivo) a energia interna do sistema diminui. 3. Processos ciclicos. Existem processos nos quais, apds certas trocas de calor e de trabalho, o sistema volta ao estado inicial, Nesse caso, nenhuma propriedade in- trinseca do sistema (incluindo a energia interna) pode variar. Fazendo Aj, = 0 na primeira lei (Eg. 18-26), obtemos Q=W_ (processo-cictico) (8-30) Assim, 0 trabalho liquido realizado durante 0 proceso deve ser exatamente igual & quantidade de energia transferida em forma de calor; a energia interna do sistema deve permanecer a mesma. Os provessos ciclicos descrevem uma tra- jet6ria fechada no diagrama p-V, como a da Fig. 18-14f. Esses processos serdo discutidos com detalhes no Capitulo 20. Ce A Primeira Lei da Termodinamica: Quatro Casos Especiais, A Leis Ew = Q ~ W(Eq.18-26) Processo Conseqtiencia Adiabitico Volume constante lo fechado Expansao livre ‘18-11 | Alguns Casos Especias da Primeia Lei de Termodinamica EEE) 4. Expansoes livres. Sa processos adiabsticos nos quais nenhum trabalho é reali- zado, Assim, @ = W = 0 e, de acordo com a primeira lei, AE jg =O (expastotivre. (831) A Fig. 18-16 mostra de que forma esse tipo de expansdo pode ocorrer. Um gas, cujas moléculas se encontram em equilfbrio térmico, esté inicialmente confinado por uma valvula fechada em uma das duas camaras que compéem um sistema isolado; a outra cdmara est vazia. A valvula é aberta e o gas se expande livre- mente até ocupar as duas camaras. Nenhum calor é transferido do ambiente para © gas ou do gas para o ambiente por causa do isolamento. Nenhum trabalho & realizado pelo gis, porque ele se desloca para uma regido vazia e, portanto, no encontra nenhuma resisténcia (pressdio) na segunda camara. Uma expansao livre ¢ diferente dos outros processos porque nao pode ser realizada lentamente, de forma controlada. Fm conseqiiéncia, durante a expan- sto abrupta o gas nao esti em equilibrio térmico e sua pressio nao € uniforme. Assim, embora 0s estados inicial e final possam ser mostrados em um diagrama p-V, nao podemos plotar a trajet6ria da expansao. Vast 6 Para o ciclo fechado mostrado no diagrama p-V da figura, (a) AE. do gis e (b) a energia O transferida em forma de calor é positiva, negativa ou nula? (TERA Suponha que 1,00 kg de dgua a 100°C € convertido em vapor @ 100°C a pressao atmosférica padrao (1,00 atm = 1,01 x 10° Pa) no arranjo da Fig. 18-17. O volume da agua FiG.18-17 Agua varia de um valor inicial de 1,00 x 10? m’ do liquido para fervendoa 1,671 m* do vapor. pressiio constante. . Acnergia é (a) Qual é o trabalho realizado pelo sistema durante esse ansferida do processo? reservat6rio térmico,em forma MINN on nT de calor, até que (1) © trabalho realizado pelo sistema € todaa égua se positive, j4 que o volume aumenta, (2) Podemos calcular —transforme em trabalho W integrando a pressio em relagdo ao volume Y#Per-O gas se (Eq, 1825). expande e realiza trabalho a0 Céleulo: Como a pressio € constante, podemos colocar p_levantar oémbolo. do lado de fora do sinal de integragio. Temos, portanto, Tolamento We [''pav= pf. av = av, -V,) ‘Catenter Cons wsatsanga &an Meena pare a taio.ga- = fae : eas sosa, L é 0 calor de vaporizagao Ly da agua, cujo valor apa- =O a0: Pa)(1,671:m!— 1,00% 107m?) rece na Eq. 18-17 e na Tabela 18-4. Temos: 1,69 x 108J = 169 kl, (Resposta) (b) Qual a energia é transferida em forma de calor durante ‘o processo? [ocn.crave provoca apenas uma mi danga de fase (a temperatura é a mesma nos estados inicial ¢ final), ele € dado integralmente pela Eq. 18-16 (Q= Lm). Q = Lym = (2256 kW/kg)(1,00 kg) = 2256 kJ ~ 2260 kl. (Resposta) (c) Qual é a variagdo da energia interna do sistema durante © processo? Ean na energia s estd relacionada ao calor (no caso, a energia transferida Capitulo 18 | Temperatura, Calor a Primeira Lei da Termodinamica para o sistema) e ao trabalho (no caso, a energia transfe- Como este valor é positivo, a energia interna do sistema rida para fora do sistema) através da primeira lei da ter- aumentou durante 0 proceso de ebuligdo. Esta energia modinamica (Eq. 18-26). € usada para separar as moléculas de HO, que se atraem fortemente no estado liquido. Vemos que quando a agua é Caleulo: A primeira lei pode ser eserita na forma transformada em vapor cerca de 7.5% (= 169 kJ/2260 kJ) AE = Q — W = 2256 kJ — 169 kJ = 2000 w= do calor sao transferidos para o trabalho de abrir caminho na atmosfera. O resto do calor € transferido para a energia 09 MI. (Resposta) _ interna do sistema, FIG. 18-18 Condugdo de calor. ‘Acenergia étransferida em forma de calor de um reservatério a 18-12 | Mecanismos de Transferéncia de Calor J4 discutimos a transferéncia de energia em forma de calor, mas ainda ndo falamos do modo como essa transferéneia ocorre. Existem trés mecanismos de transferéncia de calor: condugdo, convecgao ¢ radiacao. Condugao Se vocé deixa uma panela com cabo de metal no fogo por algum tempo o cabo da panela fica tao quente que pode queimar a sua mao. A energia € transferida da panela para 0 cabo por condugio, Os clétrons e atomos da panela vibram inten- samente por causa da alta temperatura a que estao expostos, Essas vibragies, € a temperatura Tparaum reservatério energia associada, so transferidas para o cabo através de colisdes entre os dtomos, mais frio,A temperatura T,, através dde uma placa de espessura Le condutividade térmica k. Ueeres ‘Algumas Condutividades Téi cas ‘Dessa forma, uma regidio de temperatura crescente se propaga em direeao ao cabo. Considere uma placa de area A e espessura L, cujas faces so mantidas a tem- peraturas Tye T; por uma fonte quente e uma fonte fria, como na Fig. 18-18. Seja Q a energia transferida na forma de calor através da placa, da face quente para a face fria, em um intervalo de tempo 1. As experiéncias mostram que a taxa de condugao Pepa (a energia transterida por unidade de tempo) é dada por (18-32) onde k,a condutividade térmica, é uma constante que depende do material de que é feita a placa. Um material que transfere facilmente energia por condugio é um bom Substancia Fiwimek) conduior de calor e tem um alto valor de k, A Tabela 18-6 mostra a condutividade Metais Aco inoxidavel Chumbo, Ferro Latio Aluminio Cobre Prata Gases Ar (seco) Hélio Hidrogénio Materiais de Constructo Espuma de poliuretano La de pedra Fibra de vidro Pinho Vidro de janela 109 235 401 428 0,026 os O18: 0.024 0,043 0,048 ott 10 térmica de alguns metais, gases € materiais de construgao. Resisténcia Térmica Se voce esté interessado em manter a casa aquecida nos dias de inverno ou conservar a cerveja gelada em um piquenique, precisa mais de maus condutores de calor do que de bons condutores, Por essa razao, 0 conceito de resisténcia térmica (R) foi introdu- zido na engenharia. O valor de R de uma placa de espessura L é definido como R=E, (18-33) k Quanto menor a condutividade térmica do material de que é feita uma placa, maior a resistencia térmica da placa. Assim, um objeto com uma resisténcia térmica ele~ vada é um mau condutor de calor e, portanto, um bom isolante térmico. Note que a resisténcia térmica é uma propriedade atribuida a uma placa com uma certa espessura,e ndo a um material. A unidade de resistencia térmica no SI é 0 im? KW, Condugao Através de uma Placa Composta A Fig 18-19 mostra uma placa composta, formada por dois materiais de diferen- tes espessuras L; ¢ Ly ¢ diferentes condutividades térmicas ky ¢ k,. As temperaturas 18412 | Mecrinos de Tarferina de Clr das superficies externas da placa sao Ty € T;. As superticies das placas tém érea A. Vamos formular uma expresso para a taxa de condugao através da placa supondo que a transferéncia acontece no regime estaciondrio, ou seja, que as temperaturas em todos os pontos da placa e a taxa de transferéncia de energia nao variam com 0 tempo. No regime estaciondrio as taxas de condugao através dos dois materiais devem ser iguais Isso é o mesmo que dizer que a energia transferida através de um dos ‘materiais em um certo instante deve ser igual a energia transferida através do outro i ‘material no mesmo instante. Se isso nao fosse verdade, as temperaturas na placa es- Tr {ariam mudando € ndo teriamos um regime estacionario, Chamando de Ty a tempe- ratura da interface dos dois materiais, podemos usar a Eq. 18-32 para escrever FIG. 18-19 Ocalorétransferidoa - tuma taxa constante através de uma p., = Alo- Te) _ ky AlTy -T,) (18:34) Placa composta de dois materiais ~ L. Ly . diferentes, com diferentes espessuras ¢ diferentes condutividades térmicas. Explicitando 7 na Eq. 18-34, obtemos ‘Aitiis cae gp ieetace doe dois ‘materiais no regime estacionério é kyl, Te +halyTg ey " 18. KL, +k,L, es Substituindo este valor de Ty em uma das expressées da Eq. 18-34, temos: A(T; -T, Fg (18-36) ont “Th ty [he Podemos generalizar a Eq. 18-36 para uma placa composta por um ntimero n de materiais » AT) =T,) vot = 18-37 ‘ Tow (18-37) simbolo de somatério no denominador indica que devemos somar os valores de Lik de todos os materiais. Vi 7 A figura mostra as temperaturas das faces e das interfaces de uma placa composta feta de quatro materia, com a mesma espessura, 25°C através da qual o calor €transferido no regime estaciondtio, dene os ma, teriais de acordo com as condutividadestermicas.em ordem decrescent Convecgao Quando olhamos para a chama de uma vela ou de um f6sforo vemos a energia tér- mica ser transportada para cima por convecgao. Esse tipo de transferéncia de ener- gia acontece quando um fluido, como ar ow gua, entra em contato com um objeto cuja temperatura é maior que a do fluido. A temperatura da parte do fluido que esta em contato com o objeto quente aumenta e (na maioria dos casos) essa parte do fluido se expande. ficando menos densa. Como esse fluido expandido € mais leve do que © fluido que o cerca, mais frio, a forga de empuxo o faz subir. O fluido mais frio escoa para tomar 0 lugar do fluido mais quente que sobe, e 0 processo pode conti- nuar indefinidamente. A conveecao faz parte de muitos processos naturais. A conveccao atmosférica desempenha um papel fundamental na formagio de padrées climaticos globais e nas variagdes do tempo a curto prazo. Tanto os pilotos de asa delta como os pissa- ros usam térmicas (correntes de convecedo de ar quente) para se manter por mais tempo no ar. Grandes transferéncias de energia ocorrem nos oceanos pelo mesmo Processo. Finalmente, no Sol, a energia térmica produzida por reagdes de fusio nu- ELPA Capitulo 18 | Temperatura, Calor @ a Primeira Lei da Termodinamica FIG. 18-20 Umtermograma em cores falsas mostra a taxa com a qual a energia ¢ irradiada por um gato. branco ¢ 0 vermetho correspondem as maiores taxas;o azul (nariz) as menores. (Edward Kinsman/Photo Researchers) clear € transportada do centro para a superficie através de gigantescas eélulas de convecgao, nas quais 0 gés mais quente sobe pela parte central da célula ¢ 0 gés mais frio desce pelos lados. Radiacao Um sistema e o ambiente também podem trocar energia através de ondas eletro- magnéticas (a luz visivel € um tipo de onda eletromagnética), As ondas eletromag- néticas que transferem calor sio muitas vezes chamadas de radiagio térmica para distingui-las dos sinais eletromagnéticos (como, por exemplo, os das transmissdes de televistio) e da radiagdo nuclear (ondas e particulas emitidas por nticleos atémicos) Quando voeé se aproxima de uma fogueira é aquecido pela radiagao térmica pro- veniente do fogo, ou seja, sua energia térmica aumenta ao mesmo tempo em que @ energia térmica do fogo diminui. Nao é necessdria a existéncia de um meio material para que 0 calor seja transferido por radiagio. O calor do Sol, por exemplo, chega até nés através do vacuo. A taxa P,y com a qual um objeto emite energia através da radiacdo eletromag- nética depende da drea A da superficie do objeto e da temperatura T dessa area (em kelvins), é dada por Pra = GeAT*, (18-38) onde & = 5,6704 x 10°$ W/m? K* é uma constante fisica conhecida como constante de Stefan-Boltzmann, em homenagem a Josef Stefan (que descobriu a Eq. 18-38 experimentalmente em 1879) ¢ Ludwig Boltzmann (que a deduziu teoricamente logo depois). O simbolo ¢ representa a emissividade da superficie do objeto, que tem um valor entre 0 ¢ 1, dependendo da composigao da superficie. Uma superfi- cie com a emissaio maxima de 1,0 chamada de radiador de corpo negro, mas uma superficie como essa é um limite ideal, e néio existe na natureza. Note que a tem- peratura da Eq. 18-38 deve estar em kelvins para que uma temperatura de zero absoluto corresponda a auséncia de radiagdo. Note também que todo objeto cuja temperatura esté acima de 0 K (como vocé, por exemplo) emite radiagao térmica. (Vejaa Fig. 18-20.) A taxa Py, com a qual um objeto absorve energia através da radiagdo térmica do ambiente, que supomos estar a uma temperatura uniforme Tyny (em kelvins), € dada por Pag = BAT Sy (18:39) A emissividade e que aparece na Eq, 18-39 ¢ a mesma da Eq. 18-38. Um radiador de corpo negro ideal, com ¢ = 1, absorve toda a energia eletromagnética que recebe (em vez de refletir ou espalhar parte da radiagao). Como um objeto irradia energia para o ambiente enquanto est absorvendo energia do ambiente, a taxa Kquida Py, de troca de energia com o ambiente por ra~ diagéio térmica é dada por Pig = Pate nd = O8A(T any — T*). (18-40) Pi, € positiva se 0 corpo absorve energia, e negativa se 0 corpo perde energia por radiagéo. ‘Vamos agora voltar & historia da capacidade de um besouro Melanophila de de~ tectar um ineéndio a uma distancia de até 12 km sem usar a visio nem o olfato. Dois pares de 6rgios situados nos lados do corpo do besouro sao capazes de detectar ra~ diagdo térmica de baixissima intensidade. Cada 6rgio contém aproximadamente 70 sensores em forma de botdio que se dilatam ligeiramente quando absorvem radiagio térmica, Ao se dilatarem, esses sensores comprimem células nervosas. Assim, 0 de~ tector é um mecanismo que transfere energia da radiagao térmica para a energia de 18-12 | Mecarismos de Transferéncia de Celor ET um dispositivo mecanico. Para localizar o ineéndio o besouro gira o corpo até que os quatro drgdios detectores de radiagao sejam afetados; em seguida, voa na direcao em que a resposta dos érgaos aumenta, a A radiagao térmica também est4 envolvida em muitos casos em que pessoas foram picadas na mao por uma cobra cascavel morta. Pequenos furos entre os olhos e as narinas da cobra cascavel (Fig. 18-21) funcionam como sensores de ra- diacdo térmica. Quando, digamos, um rato se aproxima da cabeca de uma cascavel a radiagao térmica proveniente do rato dispara esses sensores, provocando um ato reflexo no qual a cobra morde o rato e injeta veneno. A radiagao térmica da mao que se aproxima de uma cobra cascavel pode causar © mesmo ato reflexo, mesmo que a cobra esteja morta hi mais de meia hora, porque o sistema nervoso da cobra continua a funcionar. Como um veterindrio recomendou, se voeé tiver que remo- ver uma cobra cascavel morta recentemente use uma vara comprida em lugar das FIG. 1821 Acabeca de uma cobra cascavel possui detectores de radiagao térmica, que permitem a0 maos. réptil localizar uma presa mesmo na escuridao total. (David A. Northcow/ Corbis Images) = A Fig. 18-22 mostra a segdo reta de uma parede feita com uma camada interna de madeira, de espessura L.,, uma ca- mada externa de tijolos, de espessura L., (= 2,0L,),€ duas camadas externas de espessura e composigéo desconheci- das. A condutividade térmica da madeira é ky € a dos ti- jolos é k, (= 5,0k,). A area A da parede também é desco- nhecida. A condugio térmica através da parede atingiu 0 regime estaciondrio; as unicas temperaturas conhecidas sio T, = 25°C, T, = 20°Ce Ts = ~10°C. Qual é a tempera- tura 7)? TEESE 1 a temperatura 7, aparece na equagio da taxa Py com a qual a energia térmica atravessa os tijolos (Eq. 18-32). Entretanto, ndo temos dados suficientes para calcular 0 valor de 7. usando apenas a Eq. 18-32, (2) Como o regime € estaciondrio, a taxa de conducao P, através dos tijolos ¢ igual a taxa de condugdo P, através da madeira, Céleulos: De acordo com a Eq. 18-32 a Fig. 18-22, pode- ‘mos escrever o yatahc® L, Pk, AnaE Fazendo P, = Pye explicitando T,, obtemos Exterior @ & © @ Fic. 18-22 Uma parede de quatro camadas através da qual existe transferéncia de calor no regime estacion Fazendo L, = 2,0L,, ky = 5,0k, ¢ substituindo 7), T, e T; aes ge mien k,.01,) 2! (25°C — 20°C) + (-10°C) Gok L, ¢ eee 80°C. (Resposta) Durante um passeio na floresta, voc€ resolve fabricar gelo para o seu refrigerante. Infelizmente, a temperatura fnima do ar & noite € 6,0°C, uma temperatura que esta acima do ponto de congelamento da agua. Entretanto, como o céu de uma noite sem lua e sem nuvens se com- porta como um radiador de corpo negro a uma tempera- tura T, = ~23°C, talvez vocé possa fabricar gelo permi- lindo que uma camada fina de dgua irradie energia para 0 céu, Para comegar, voce isola termicamente um recipiente do chao, colocando sob o recipiente uma camada de es- puma de borracha. Em seguida, vocé despeja égua no re- cipiente, formando uma camada fina e uniforme de massa m= 45 g, érea A = 9,0 cm?, profundidade d = 5,0 mm, emissividade ¢ = 0,90 e temperatura inicial 6,0°C. Deter- mine 0 tempo necessério para a égua congelar por radiacdo. E possivel congelar a 4gua antes do nascer do dia? = Capitulo 18 | Temperatura, Calor ¢ a Primeira Lei da Termodinémi TERED 1) 4 sgua nao pode congelara uma tempe- ratura acima do ponto de congelamento. Assim, a radiagao deve, em primeiro ugar, remover uma quantidade de ener- sia Q, para reduzir a temperatura da Agua de 6,0°C para 0°C,a temperatura de congelamento, (2) Em seguida, a ra- diagdo deve remover uma quantidade de energia adicional Q) para congelar toda a agua. (3) Durante esse processo a dgua também esta absorvendo energia irradiada do céu. Queremos que a energia absorvida pela égua seja menor que a energia irradiada Resfriamento da Agua: De acordo com a Eq. 18-14 ¢ a Tabela 18-3, para resfriar a gua para OPC é preciso uma perda de energia de Q,=em(T,- T) = (4190 kg: K)(4.5 x 10 kg)(0°C ~ 6,0°C) = -1134. Assim, 113 J devem ser irradiados pela agua para que a temperatura caia para o ponto de congelamento. Congelamento da agua: Usando a Eq. 18-16 (Q = mL.) com o valor de L igual a Ly, obtido na Eq. 18-18 ou na Tabela 18-4, e introduzindo um sinal negativo porque se trata de uma perda de energia, obtemos Q2 = ~mLp = ~(4,5 x 107 kg)(3,33 x 105 kg) -1499, A perc total de energia necesséria é, portanto, Qa = Qi + Or = 113 J — 1499 = —16124. Radiagao: Enquanto a agua perde energia irradiando para © céu, também absorve energia irradiada pelo céu. Em um tempo total r, queremos que a energia resultante dessa troca seja uma energia perdida Q,,.. ou seja, queremos que a poténcia dessa troca seja energia resultante _ Qu. tempo A poténcia dessa troca de energia é também a taxa Kiquida Py da radiagao térmica, dada pela Eq. 18-40; assim, 0 tempo r necessdrio para que a perda de energia seja Quc aq. -@ Py oeA(TS -T') poténci (s-41) (18-42) Embora a temperatura T da Agua varie ligeiramente en ‘quanto a agua esté esfriando, podemos supor que Té apro- ximadamente igual a temperatura de congelamento, 273 K. Com T, = 250 K,0 denominador da Eq. 18-42.é (5.67 x 10°" Wim? K')(0,90)(9.0% 10m?) x [250 K)! ~ (273 K)}] = 7,57 x 10s, ea Bq. 18-42 nos da -16121 157 x0 213 x 10's (Resposta) Como ré menor do que a duragtio da noite, é possivel con- gelar a égua permitindo que irradie para 0 céu escuro. Na verdade, em algumas partes do mundo as pessoas usavam essa técnica muito antes do aparecimento dos refrigerado- res elétricos, REVISAO E RESUMO Temperatura; Termémetros A temperatura é uma das grandezas fundamentais do ST, e estd relacionada As nossas sen- sages de quente ¢ frio. E medida com um termémetro,instru- ‘mento que contém uma substancia com uma propriedade mensu- riivel, como comprimento ou pressfo, que varia de forma regular quando a substncia se torna mais quente ou mais fia Lei Zero da Termodinamica Quando um termémetro e um ‘objeto so postos em contato entram em equiibrio térmico apés um certo tempo. Depois que o equilfoio térmico ¢ atingido a tei tura do termémetro € tomada como sendo a temperatura do ob jelo.O processo fornece medidas ites e coerentes de temperatura Por causa dale zero da termodinimica:se dois corpos A ¢ B esto separadamente em equilibro térmico com um terceiro corpo T (0 termometro),A e B estéo em equilvio témico entre si. A Escala Kelvin de Temperatura No Si, temperatura é medida na eseala Kelvin, que se bascia no ponto tripio da gua (273.16 K). Outras temperaturas sfo definidas pelo uso de um ter ‘mometro de gs a volume constante.no qual nia aniostra de gas € ‘mantida a volume constante, de modo que a pressao é proporcio- al a temperatura. Definimos a femperarura T medida por um termémetro de gis como sendo a716K)( um, &} (186) ve onde T std em kelvins € p ¢ p Sao as pressbes do gis a 273,16 Ke nna temperatura que esta sendo medida, respectivamente. As Escalas Celsius e Fahrenheit A escala Celsius de tem- peratura é definida através da equagio Te= T2735, 8-7) com Tem kelvins A escala Fahrenheit de temperatura é definida através da equagao Te =8T. + 32° (188) Dilatagdo Térmica Todos os objetos variam de tamanho ‘quando a temperatura varia, Para uma variagio de temperatura AT, uma variagao AL de qualquer dimensio linear Lé dada por AL = La AT, (8-9) onde « € 0 coeficiente de dilatagio linear. A variagao AV do vo- lume V de um s6lido ou de um liquido é dada por AV = vBar, (8-10) onde 8 = 3a 0 coeficiente de dilatagio volumétrica. Calor Calor (Q) é a energia transferida de um sistema para 0 ambiente ou vice-versa em virtude de uma diferenga de tempera tura. O calor pode ser medicio em joules (3), ealoras (cal), quilo- lorias (Cal ou kcal) ou British thermal unity (Btu) onde 1 eal = 3,968 x 10° Btu = 4,1868 1 (48-12) Capacidade Térmica e Calor Especifico Se uma quanti- dade de calor Q ¢ absorvida por um objeto, a variagdo de tempe- ratura do objeto, T; ~ T, esté relacionada a Q através da equagao Q=CUr,-1) (ass) onde C € 1 capacidade térmica do objeto. Se 0 objeto tem massa m, Q=cm(T,~ 7), (as.14) onde ¢ € 0 ealor especifico do material de que 6 feito 0 objeto. O calor especifico molar cle um material & a capacidade térmica por mol. Um mol equivale a 6,02 x 10" unidades elementares do material, Calor de Transformagao 0 culor absorvido por um mate Fial pode mudar 0 estado fsico do material, fazendo-o passer, por exemplo, do estado s6lido para o estado liguido ou do estado li quido para o estado gasoso.A quantidade de energia por unidade de massa necesséria para mudar o estado (mas nio a tempera- tura) de um material particular & chamada de calor de transfor. magio (L). Assim, O= Lm. (18-16) O calor de vaporizacio Ly é a quantidade de energia por unidade de massa que deve ser fornecida para vaporizar um liguido ou que deve ser removida para condensar um gis, O calor de fusio Lp é a quantidade de cnergia por unidade de massa que deve ser fornecida para fundir um s6lido ou que deve ser removida para solidificar um liquide. Trabalho Associado a uma Variagdo de Volume Um is pode trocar energia com o ambiente através do trabalho. O traba- tho W realizado por um gis quando ao se expandir ou se contrair de um volume inicial V; para um volume final V;é dado por w= Jaw (1825) regwts ECE A integragio é necesséria porque a pressio p pode variar durante avariacao de volume. Primeira Lei da Termodinémica A Ici de conservacao da energia para os processos termodindmicos ¢ expressa atraves da primeira lei da termodinsimica, que pode assumir duas formas AE = Eins — Ey = Q- W ou dE = dQ — AW (primeira lei) (18-26) (primeira te) (8.27) onde Eq, 6 a energia interna do material, que depende apenas do estado do material (temperatura, pressio e volume), Q é a energia trocada entre o sistema eo ambiente na forma de calor (Q & posi- tivo se o sistema absorve calor e negativo se o sistema libera calor) € W é 0 trabalho realizado pelo sistema (W é positivo se o sistema se expande contra uma forga externa e negativo se o sistema se ob o efeito de uma forga externa). Q ¢ W sio grandezas dependentes da trajetbria; AF q, 6 independente da trajetria. Aplicagées da Primeira Lei A primeira lei da termodina- mica pode ser aplicada a varios casos especiais: rocessosadiabéticos: Q=0, AF m=—W processosa volume constante: W=0, MEm = @ processos ciclicos: AE, =0, Q= W expansoes livres: Q = W= BE w= 0 Conducdo, ConveceSo @ Radiagdo A taxa Payy com a ual aenrgia€ comic aan derma place cua acer mantdasnas temperatures Te 6 -n Pag 2 ka OT nn? (as. onde A e L sto a drea e a espessura da placa e & éa condutividade térmica do material A conveceo acontece quando diferengas de temperatura provocam uma transferéncia de energia associada ao movimento em um fluido. A radiaedo € uma transferéncia de energia atra- vvés de ondas eletromagnéticas. A taxa P,,,com a qual um objeto emite energia por radiagao térmica é dada por Pau = oeAT*, onde o (= 5.6704 x 10-8 Wim? - KY) € a constante de Stefan- Boltzmann, ¢ é a emissividade da superficie do objeto, A & a érea dda superficie e T € a temperatura de sua superficie (em kelvins) A taxa Py, com a qual um objeto absorve energia da radiagdo térmica do ambiente, quando este se encontra a uma temperatura Uuniforme Tym, (em kelvins), dada por Pay = C8AT se (18-38) (18-39) Le SUN TRS | 1 Osmateriais A.B e Csio sélidos que estio em seus pontos de fustio. Sio necessérios 200 J para fundir 4 kg do material A, 300 J para fundir 5 kg do material 2 © 300 J para fundir 6 kg do mate- Fial C. Ordene os materiais de acordo com seus ealores de fusdo, em ordem decrescemt, 2 A Fig. 18-23 mostra trés escalas de temperatura lineares, com 8 pontos de congelamento e ebuligao da dgua indicados. Ordene 4 tr@s escalas de acordo com o tamanho do grau de cada uma, em ordem decrescente. eg rs x y Z eH seo FIG. 18-23 Pergunta2, Capitulo 18 | Temperatura, Calor e a Primei 3. O comprimento inicial L, a variagio de temperatura A7'e a variagio de comprimento AL de quatro barzas s4o mostrados na tabela, Ordene as barras de acordo com os coeficientes de expan- sfo térmica, em ordem decrescente. Barra L(m) Aric) AL (m) a 2 10 4x ls b 1 20 4x10 © 2 10 8x 10 da 4 3 4x10 4 A Fig. 18.24 mostra trés arranjos diferentes dos materiais 1, 2 3 para formar uma parede. As condutividades térmicas sto k, > kz > ky. O lado esquerdo da parede esta 20 C° mais quente que o lado direito. Ordene os arranjos de acordo (a) com a taxa de condugdo de energia através da parede (no regime estacion rio) ¢ (b) com a diferenca de temperatura entre as duas supert cies do material 1,em ordem decrescente. @ w o FIG. 18-24 Pergunta4, ’ » Fe am ‘ % que as do ciclo 2. Cada ig Ee ciclo deve ser percor- FIG. 18-25 Perguntas 56. ido no sentido horério ou anti-horério (a) para que o trabalho liquido W realizado pelo gas seja positivo e (b) para que a ener- gia liquida transferida pelo gis sob a forma de calor Q seja posi- tiva? 5 A Fig 18.25 mostra dois ciclos fechados no diagrama p-V de um gis. As trés partes do ciclo 1 t&m 0 mesmo comprimento e forma 6 Para que ciclo na Fig. 18-25, percorrido no sentido horétrio, (a) Wé maior e (b) Q é maior? 7 Um objeto quente ¢ jogado em um recipiente termicamente isolado cheio de égua, € se espera até que 0 objeto € a agua en- trem em equilfbrio térmico. O experimento & repetido com dois outros objetos quentes. Os t€s objetos tém a mesma massa a mesma temperatura inicial. A massa e a temperatura inicial da gua sto iguais nos tr8s experimentos. A Fig. [8-26 mostra os gr ficos da temperatura T'do objeto e da dgua em fungio do tempo Tr a ® FIG. 18-26 Pergunta7. da Termodinamica + para os trés experimentos. Ordene os grifieos de acordo com 0 calor especifico do objeto, em ordem decrescente, 8 Uma amostra A de égua e uma amostra B de gelo, de massas iguais sé0 colocadas em um recipiente termicamente isolado,¢ se espera até que entrem em equilforio térmico, A Fig. 18-274 é um ifico da temperatura T das amostras em funcdo do tempo t.(a) A temperatura do equilibrio esta acima, abaixo ou no ponto de congelamento da gua? (b) Ao atingir 0 equilrio, liquido con- zela parcialmente, congela totalmente ou nao congela? (¢) O gelo derrete parcialmente,derrete totalmente ou nao derrete? @ i) o am FIG. 18-27 Perguntas 8e 9. % Continuagio da Pergunta 8: A Fig. 18-27 b a f mostra outros araficos de T'em fungao de f, dos quais um ou mais sdo impossi- veis. (a) Quais sio 0s graficos impossiveis e por qué? (b) Nos gr fieos possiveis.a temperatura de equilfbri esté acima, abaixo ou 10 ponto de congelamento da gua? (c) Nas situagtes posstveis, quando 0 sistema atinge 0 equilibrio, o liquido congela parcial- mente, congela totalmente ou nao congela? O gelo derrete par cialmente, derrete totalmente ou nfo derrete? 410 _Umeubo macigo de lado 7, uma esfera macica de raio re um hhemisfério macigo de raio r todos feitos da mesmo material, sio rmantidos & temperatura de 300 K em um ambiente euja tempera- ura é 350 K. Ordene os objetos de acordo com a taxa liquida com «a qual a radiagdo térmica ¢ trocada com o ambiente, em ordem decrescente, 11 Tr8s materiais diferentes de massas iguais so colocados, um de cada ver, em um congelador especial que pode extrair energia ‘do material a uma certa taxa cons- tante, Durante o processo de res- friamento cada material comega no estado liquide ¢ termina no es- {ado s6lido; a Fig. 18-28 mostra a temperatura T em fungao do tempo ¢. (a) Para material 1,0 ca- lor especifico no estado liquide é maior ou menor que no estado ‘s6lido? Ordene os materiais de acordo (b) com a temperatura do ponto de fusdo, (c) com 0 calor especiica no estado liquido, (d) com 0 calor especifico no estado sélido e (e) com o calor de fusio, em ordem decrescente. ' FIG. 18-28 Pergunta II. PROBLEMAS Pi ‘Ondmero de pontosincica ogra de difculdade do problems EME inorma;éesacicionsscisponiveis em O Cico Voador da Fisica, de Josr Walker Rio de Jenevo: TC, 2008 ego 18-4 Medindo a Temperatura +1 Um termometro de g4s & constituido por dois bulbos com 24s imersos em recipientes com gua, como mostra a Fig. 18-29. diferenga de pressdo entre os dois bulbos é medida por um mand- metro de meretirio, Reservatérios apropriados, que nio aparecem na figura, mantém constantes os volumes de gis nos dois bulbos. Nii hé diferenga de pressdo quando os dois recipientes esto no onto triplo da dgua. A diferenga de pressao é 120 torr quando tum recipiente esté no ponto tripio € 0 outro estd no ponto de ebuli- ) 0 da dgua,e 90.0 torr quando um recipiente esta no ponto triplo | da agua e o outro.em uma tempe- | \_/ | ratura desconhecida aser medida, (ud Qual € a temperatura desconhe- 16, 48.29 Problema |. cida? +2 Dois termémetros de gas a volume constante so construs- 40s, um com nitrogénio e o outro com hidrogénio, Ambos con- tém gas sufciente para que p= 80 kPa. (a) Qual é a diferenga de pressio entre 05 dois termémetros se 08 dois bulbos esto imer- sos em agua fervente? (Sugestdo: Veja a Fig. 18-6.) (b) Qual dos dois gases esté a uma pressio mais alta? 3A temperatura de um gés é 373,15 K quando esté no ponto de ebuligéo da Agua, Qual ¢ 0 valorlimite da razéo entre a pres- so do gés no ponto de ebuligao e a pressio no ponto triplo da ‘gua? (Suponha que o volume do gis é 0 mesmo nas duas tem- peraturas.) segio 18-5 As Escalas Celsius e Fahrenheit +4 (a) Em 1964, a temperatura da aldeia de Oymyakon, na Sibéria, chegou a ~71°C, Qual € 0 valor desta temperatura na es- cala Fahrenheit? (b) A maior temperatura registrada oficialmente nos Estados Unidos foi 134°F, no vale da Morte, Califéria, Qual 60 valor desta temperatura na escala Celsius? 5 Em que temperatura a leitura na escala Fahrenheit ¢ igual (a) a duas vezes a leitura na escala Celsius € (b) a metade da lei- tura na escala Celsius? Em uma escala linear de temperatura X,a gua congela a ~125,0°X e evapora a 375,0°X. Em uma escala linear de tempe- ratura Y, a gua congela a ~70,00°Y e evapora a ~30,00°Y, Uma temperatura de 50,00°Y corresponde que temperatura na es- cala X? 7_Em uma escala linear de temperatura X.a dgua evapora a ~53,5°X e congela a ~170°X. Quanto vale a temperatura de 340 K na eseala X? (Aproxime 0 ponto de ebuligéo da gua para 373 K.) secdo 18-6 Dilatago Térmica °8 Um mastro de aluminio tem 33 m de altura. De quanto sew comprimento aumenta quando a temperatura aumenta de 15 C°? *9 Determine a variagao de volume de uma esfera de aluminio com um raio inicial de 10.em quando a esfera & aquecida de 0,0°C para 100°C. #10 Uma barra feita de uma liga de alumfnio tem um compri- ‘mento de 10,000 em a 20,000°C e um comprimento de 10.015 cm ‘no ponto de ebullgaio da agua. (a) Qual é o comprimento da barra ‘no ponto de congelamento da égua? (b) Qual ¢ a temperatura para a qual o comprimento da barra é 10,009 cm? *11._Um furo circular em uma placa de aluminio tem 2,725 em de didmetro a 0,000°C. Qual é o didmetro do furo quando a tem- peratura da placa é aumentada para 100,0°C? "12 A 20°C, um cubo de bronze tem 30 em de aresta. Qual é 0 aumento da drea superficial do cubo quando ele € aquecido de 20°C para 75°C? #13 Qual ¢ 0 volume de uma bola de chumbo a 30,00°C se 0 volume da bola € 50,00 em’ a 60,00°C? #14 Quando a temperatura de um cilindro de metal € aumen- tada de 0,0°C para 100°C, seu comprimento aumenta de 0.23%. (a) Determine a variagto percentual da massa especifica. (b) De ue metal € feito 0 cilindro? Consulte a Tabela 18-2. 15. Uma xicara de aluminio com um volume de 100 em? esta chia de glicerina a 22°C. Que volume de glicerina é derramado se a temperatura da glicerina eda xicara aumenta para 28°C? (O coeficiente de dilatagao volumétrica da licerina é 5,1 x 10-41C*,) #16 A 20°C, uma barra tem exatamente 20,05 em de compri- mento, de acordo com uma régua de ago. Quando a barra ¢ a ré- gua do colocadas em um forno a 270°C, a barra passa a medir 20,L1 cm de acordo com a mesma régua. Qual é o coeficiente de ‘expansao linear do material de que é feita a barra? 17 Uma barra de ago tem 3,000 cm de diametro a 25.00°C. ‘Um ane! de latao tem um didmetro interno de 2,992 em a 25,00°C. Se os dois objetos so mantidos em equilibrio térmico. que tem Petatura a barra se ajusta perfeitamente ao furo? }8 Quando a temperatura de uma moeda de cobre é aumen- tada de 100 C° o didmetro aumenta de 0,18%. Com precisiio de dois algarismos significativos, determine o aumento percentual (a) da drea, (b) da espessura, (c) do volume e (d) da massa espe- cffica da moeda. (e) Calcule o coeficiente de dilatagao linear da moeda, 9 Umtubodevidro vertical de comprimento L= 1,280000m std cheio até a metade com um liquido a 20,000 000°C. De quanto a altura do liquido no tubo varia quando 0 tubo é aque- «ido para 30,090 000°C? Suponha que asin = 1,000 000% 10°51K © Pysay = 4.000 000% 10-51K. #20 Em um certo experimento, ‘uma pequena fonte radioativa deve se mover com velocidades selecio- nadas, extremamente baixas. Este movimento & conseguido pren- dendo a fonte a uma das extremi dades de uma barra de aluminio ¢ FIG. 18-30 Problema 20. aquecendo a regido central da barra de forma controlada Se a parte ‘aquecida da barra da Fig. 18-30 tem um comprimento d = 2,00 cm, ‘aque taxa constante a temperatura da barra deve variar para que & fonte se mova com uma velocidade constante de 100 nmis? Fonte Aquecedor radigativa_cltrico Presilha 208 | Capitulo 18 | Temperatura, Calor e a Primeira Lei da Termodinamica 24 Como resultado de um aumento de temperatura de 32.C° uma barra com uma rachadura no centro dobra para cima (Fig. 18- 31),Se a distancia fixa Ly 63.77 m eo coeticiente de dilatago linear dda barra € 25 x 10-*/C*, determine a altura x do centro da barra ——s me FIG.1831 Problema 21. seco 18-8 A Absorséo de Calor por Sélidos e Liquidos #22. Uma certa substancia tem uma massa por mol de 50,0 g/ mol. Quando 314 J sao adicionados em forma de calor a uma amostra de 30,0 g, a temperatura da amostra sobe de 25,0°C para 45,0°C. Quais sdo (a) 0 calor especifico e (b) 0 calor espe- cifico molar da substincia? (c) Quantos mols estdo presentes na amostra? +23 Um certo nutricionista aconselha as pessoas que querem perder peso a beber agua gelada. Sua teoria é a de que 0 corpo deve queimar gordura suficiente para aumentar a temperatura da 4gua de 0.00°C para a temperatura do corpo de 37,0°C. Quantos litros de dgua gelada uma pessoa precisa beber para queimar 454 g de gordura, supondo que para queimar esta quantidade de gordura 3500 Cal devem ser transferidas para a dgua? Por que nao € recomendvel seguir 0 conselho do nutricionista? (Um ‘ro = 10° em’, A massa espeecifica da dgua é 1,00 g/cm’ ) #24 Que massa de gua permanece no estado liguido depois que 50,2 KI sto transferidos na forma de calor a partir de 260 g de ‘4gua inicialmente no ponto de congelamento? #25. Calcule a menor quantidade de energia, em joules, necessa- ia para fundir 130 g de prata inicialmente a 15,0°C. +26 Uma forma de evitar que os objetos que se encontram no interior de uma garagem congelem em uma noite fria de inverno, em que @ temperatura cai abaixo do ponto de congelamento da gua, é colocar uma banheira velha com sgua na garagem. Se a massa da égua é 125 kg e a temperatura inicial € 20°C, (a) que ‘energia a égua deve transferir para o ambiente para congelar to- talmente e (b) qual é a menor temperatura possivel da agua e do ambiente até que isso aconteca? 9 +27 Um pequeno aquecedor elétrico de imersio 6 usado para esquentar 100 g de égua, com o objetivo de preparar uma xicara de café soldivel, Trata-se de um aquecedor de “200 watts” (esta € a taxa de conversio de energia elétrica em energia térmica). Calcule o tempo necessério para aquecer a gua de 23,0°C para 100°C, desprezando as perdas de calor, +28 Que massa de manteiga, que possui um valor calérico de 6,0 Calig (= 6000 cal/a), equivale a variacdo de energia potencial sgravitacional de um homem de 73,0 kg que sobe do nivel do mar para o alto do monte Everest, a 884 km de altura? Suponha que ‘valor médio de g durante a escalada € 9.80 ms? #29 Que massa de vapor a 100°C deve ser misturada com 150 g de gelo no ponto de fusdo, em um recipiente isolado termi- camente, para produzir éeua a SIPC? 30 Um tacho de cobre de 150 g contém 220 g de agua, am- bos estdo a 20,0°C. Um cilindro de cobre de 300 g, muito quente, jozado na agua, fazendo a agua ferver ¢ transformando 5.0 g da gua em vapor. A temperatura final do sistema € de 100°C. Despreze a transferéncia de energia para o ambiente. (a) Qual € a energia (em calorias) transferida para a gua em forma de ca- lor? (b) Qual ¢ a energia transferida para o tacho? (c) Qual é a ‘temperatura inicial do cilindro? +31 Versio ndo-métriew: (a) Quanto tempo um aquecedor de gua de 2,0 x 10° Btw/h leva para elevar a temperatura de 40 galdes de agua de 70°F para 100°F? Versao métrica:(b) Quanto tempo um aquecedor de Agua de 59 kW leva para elevar a tempe- ratura de 150 litros de gua de 21°C para 38°C? #932 Duas amosiras 4 e B, estdo a diferentes temperaturas quando s20 colocadas em contato em um recipiente termica- mente isolado até entrarem em equilibrio térmico. A Fig. 18-32a mostra as temperaturas 7 das duas amostras em funcdo do tempo {A amostra A tem uma massa de 5,0 kg; a amostra B tem uma massa de 1,5 kg. A Fig. 18:32b ¢ um grafico do material da amos- tra B que indica a variagio de temperatura AT que o material so- fre quando recebe uma energia Q na forma de calor. A variacio AT esté plotada em fungdo da energia Q por unidade de massa do material, a escala vertical ¢ definida por AT, = 4,0C°. Qual é calor especitico da amostra A? 100 ar, Ew 2 ™ 4 9 10 20 o 8 16 in) Q/m be) w © FIG. 18-32 Problema 32. +°33 Em um aquecedor solar a radiagdo do Sol é absorvida pela agua que circula em tubos em um coletor situado no telhadbo. A radiacao solar penetra no coletor através de uma cobertura transparente e aquece 2 daua dos tubos; essa égua € bombeada para um tanque de armazenamento. Suponha que a eficiéncia slobal do sistema é de 20% (ou seja, 80% da energia solar inci- dente sio perdidos). Que érea de coleta é necesséria para aumen- tar a temperatura de 200 L de gua no tanque de 20°C para 40°C em 1,0 hse a intensidade da luz solar incidente-& 700 Wim? 934 Uma amostrade0.400kg 900 € colocada cm um sistema de resfriamento que remove calor aumataxaconstante.AFig 18-33 2 270 indica a temperatura Tdaamos- tra.em fungio do tempo ra es- 250 cala do eixo horizontal é definida por f,= 80,0 min. A amostra con- sla durante o provesso. O calor especifico da amostra no estado liquido inicial € 3000 J/kg: K. Determine (a) 0 calor de fusto amostra e (b) 0 calor espeetfico na fase sélida. nin) FIG. 1833 Problema. 35 Uma garrafa térmica contém 130 om? de café a 80.0% Um cubo de gelo de 12,0 g a temperatura de fusio € usado pi esfriar 0 café, De quantos graus 0 café esfria depois que todo’ gelo derrete e 0 equilbrio térmico é atingido? Trate 0 café cor se fosse agua pura © despreze as trocas de energia com o biente, 36 Uma amostra de 0.530 kg de dgua © uma amostra de so colocades em um recipiente termicamente isolado. Piente também contém um dispositivo que transfere calor gua para o gelo a uma 40 taxa constame P, até que o equilibrio te 20) ico seja estabelecido, ‘As temperaturas T da gua e do gelosao mos: tradas na Fig.18-34em 20 fungao do tempo za es- cala do eixo horizontal aa 6 definida por «, = 80,0 min. (a) Qual é a taxa FIG. 16-34 Problema 36. P2 (b) Qual é a massa inicial de gelo no recipiente? (¢) Quan- do 0 equilfbrio térmico é atingido, qual é a massa do gelo produ- ido? ##37 0 cool etilico tem um ponto de ebuligio de 780°C, um ponto de congelamento de —114°C, um calor de vaporizagio de 879 ki/kg, um calor de fusdo de 109 kIkg e um calor especifico de 243 kJ/kg K. Quanta energia deve ser removida de 0.510 ke de Alco! etilico que est inicialmente na forma de gas a 780°C para, que ele se torne um sélidoa ~114°C? #38. O calor especfico de uma substineia varia com a tempe- ratura de acordo com a equagio ¢ = 0,20 + 0,147 + 0,023T?, com Tem °Ce cm calig-K. Determine a energia nevessiria para a ‘mentar a temperatura de 2.0 g desta substincia de 5,0°C para 15°C, **39 Uma pessoa faz cha gelado misturando 500 ede cha quente (que se comporta como agua pura) com a mesma massa de gelo no ponto de fuséo, Suponha que a troca de energia en. {rea mistura eo ambiente é desprezivel. Se a temperatura inicial do cha é 7; = 90°C, qual é (a) a temperatura da mistura 7) (b) a massa m; do gelo remanescente quando 0 equilibria térmico é atingido? Se 7; = 70°C, qual é 0 valor (c) de 7, (d) de m;quando © equilforio térmico éatingido? s#040 Pingentes de gelo. A gua cobre a superficie de um Simmer Pingente de gelo ativo (em pro- ! mags crc) stad | | gaat um tubo curto ¢ estreito na ex- 1 de energia tuemidade do eixo central (Fig. 1 18.35). Como a temperatura da interface égua-gelo € 0°C,a dgua do tubo nao pode perder ener- gia para os lados do pingente ou para 2 ponta do tubo, porque no ha variagio de temperatura nessas diregBes A gua pode Perder energia e congelar apenas transferindo energia para cima (através de uma distancia 1.) até © alto do pingente, onde a temperatura T, pode ser menor que 0%C.Supona que L = 0.12 me 7, = ~5°C, Suponha também que 4 seco reta do tubo e do pingente & A. Qual é,em termos de A (a) a taxa com a qual a energia é transferida para cima e (b) a taxa com a qual a massa € convertida de égua para gelo no alto do tubo central? (¢) Qual é a velocidade com a qual o pingente se ‘move para baixo por causa do congelamento da égua? A condu- \ividade térmica do gelo é 0,400 Wim-K e a massa especifica da dguaé 1000 kg/m’. aE *ee41 (a) Dois cubos de gelo de 50 g sao misturados com 200 de agua em um recipiente termicamente isolado. Se a gua «std inicialmente a 25°C ¢ 0 gelo foi removido de um congelador a ~15°C, qual é a temperatura final em equilfbrio térmico? (b) Qual é a temperatura final se ¢ usado apenas um cubo de gelo? TEC) aes / (0 o FIG. 18-35 Problema 40, 42 Um anel de cobre de 20,0 g a 0,000°C tem um dimetro interno D = 2,540 00 em. Uma esfera de aluminio a 100,0°C tem um didmetro d = 2,545 08 em. A esfera é colocada acima do anel (Fig. 18-36) até que os dois ati jam 0 equilforio térmico, sem perda de calor para o ambiente. A esfera se ajusta exatamente ao ‘nel na temperatura do equilibrio. Qual éa massa da esfera? sega 18-11 Alguns Casos Especiais da Primei Termodinamica *43. Umgisem uma camara fe- chada passa pelo ciclo mostrado a0 diagrama p-V da Fig. 18-37 A cescala do exo horizontal & de- finida por V, = 40 m’.Caleulea © 4, energin iguidaadicionada aosis. J tema em forma de calor durante umeiclo complete +44 Um trabatho de 200 é re- alizado sobre um sistema, ¢ uma ‘Vote (mm?) quantidade de calor de 700 cal F1G.18-37 Problema 43 € removida do sistema. Qual é 0 valor (incluindo o sinal) (a) de W, (b) de Qe(e)de AFn? A) 45 Na Fig. 18:38 uma amos- tra de gis se expande de Vy para 4.0V), enguanto a pressio diminui de py para py/40.Se Vy = L0me Py = 40 Pa, qual € 0 trabalho rea- ] lizado pelo gas se a pressio varia g com 0 volume de acordo (a) com ; a trajetoria A, (b) com a trajetria Volume 6m Be(c) coma trajetoria C? FIG. 18-38 Problema 45. 46 _Um sistema termodinimico passa do estado A para o es- tado B, do estado B para o estado Ce de volta para o estado A, como mostra o diagrama p-V da Fig. 18-390. escala do eixo ver. tical é definida por p, = 40 Pa,e a escala do eixo horizontal é de- finida por V, = 4,0 m*. (a)~(g) Complete a tabela da Fig, 18.395 introduzindo um sinal positivo, um sinal negativo ou um zero nas células indicadas.(h) Qual € 0 trabalho liquido realizado pelo sis. ‘tema em um ciclo ABCA? b—+ FIG. 18-36 Problema 42. Lei da (N/m?) € A Pressio (Pa) % 40%, Presse (Pa) 0 Y, w Volume (m3) o FIG. 18-39 Problema 46. 047 _A Fig. 18-40 mostra um ciclo fechado de um gés (a figura nfo foi desenhada em escala). A variacdo da energia interna do Copitulo 18 | Temperatura, Calor a Primera Lei da ‘28s a0 passar de a para c ao longo p dda trajet6ria abe € =200 J. Quando, 0 gas passa de c para d recebe 180 nna forma de calor. Mais 80 J sa0 4 recebidos quando 0 gis passa de d para a. Qual é 0 trabalho realizado sobre o gas quando ele passa de ¢ parad? +948 Uma amostra de gas passa pelo ciclo abca mostrado no dia- grama p-V da Fig. 18-41. O traba- Iho liquido realizado é +12 J. Ao longo da trajetéria ab a variagao da energia interna é +3,0 J,¢ 0 va- lor absoluto do trabalho realizado € 5,0 J. Ao longo da trajet6ria ca @ energia transferida para 0 gés na é forma de calor € +25 J. Qualéa 9 L_____y energia transferida na forma de ca- Problema 48 lor a0 longo (a) da trajetéria ab e (b) da trajetéria be? +49 Quando um sistema passa do estado t para o estado fseguin- do a trajet6ria iaf da Fig. 18-42, Q = S0cale W = 20cal, Ao longo da trajetéria ibf, Q = 36 cal. (a) Quanto vale W 20 longo da traje~ toria dbf? (b) Se W = ~13 cal na trajet6ria de retorno fi, quanto vale Q nesta trajetéria? (c) Se Eu: = 10-cal, qual € 0 valor de Ein? Se Eins = 22 cal, qual € 0 valor de Q (4) na trajetéria ib e (¢) na traje- toria bf? : **50 Um gas em uma camara J passa pelo ciclo mostrado na Fig. £ 18-43, Determine a energia transfe- rida pelo sistema na forma de calor durante o processo CA se a energia adicionada como calor Qay durante 9 © processo AB é 20,0 J, nenhuma energia € transferida como calor durante o processo BC ¢ o trabalho liquido realizado durante 0 ciclo € 15,0. sego 18-12 Mecanismos de Transferéncia de Calor #51 Considere a placa da Fig. 18-18. Suponha que L = 25,0 em, A = 90,0 cm? € que 0 material € cobre. Se Ty = 125°C, Ty = 10,0°C e um regime estacionério ¢ atingido, determine a taxa de ‘condugio de calor através da placa. . a ¥ FIG. 18-40 Problema 47. FIG. 18.41 Volume FIG. 18-43 Problema 50. #52 Se voce se expusesse por alguns momentos ao espaco side- ral Jonge do Sol ¢ sem um traje espacial (como fez.um astronauta no filme 2001: Uma Odisséia no Espaco), sentiria o frio do espago, 20 irradiar muito mais energia que a absorvida do ambiente. (a) Com que taxa vocé perderia energia? (b) Quanta energia voce perderia em 30 s? Supoha que sua emissividade é 0,90 ¢ estime ‘outros dados nevessérios para‘cs cdlculos, UF 1°53 Uma barra cilindrica de cobre de 1,2 m de comprimento & 48 cm? de segdo reta é bem isolada e néo perde energia através da superficie, A diferenga de temperatura entre as extremidades € 100 C*, jf que uma esta imersa em uma mistura de dgua ¢ gelo Termodinémica € 8 outra em uma mistura de agua e vapor. (a) Com que taxa a ‘energia é conduzida pela barra? (b) Com que taxa o gelo derrete nna extremidade fria? #54 0 teto de uma casa em uma cidade de clima frio deve ter uma resisténcia térmica R de 30m « K/W, Para isso, qual deve ser a espessura de um revestimento (a) de espuma de poliuretano e (b) de prata? #55. Uma esfera com 0,500 m de raio, cuja emissividade ¢ 0,850, esté 27.0°C em um local onde a temperatura ambiente € 77,0°C. ‘Com que taxa a esfera (a) emite e (b) absorve radiagao térmica? (e) Qual é a taxa liquida de troca de energia da esfera? 56 Um cilindro macigo de raio r, = 2.5 em, comprimento +h, = 5,0cm, emissividade 0,850 ¢ temperatura 30°C esta suspenso em um ambiente de temperatura 50°C. (a) Qual é a taxa liquida P, de transteréncia de radiagio térmica do eilindro? (b) Se 0 ci- lindro & esticado até que seu raio seja r, = 0,50 em, sua taxa quida de transferéncia de radiagdo térmica passa a ser P;, Qual é arazio PP)? #057 Na Fig. 18-44a, duas barras retangulares iguais de metal sio soldadas nas extremidades ¢ man- tidas a uma temperatura T, = 0°C do lado esquerdo e uma tempera- tura T; = 100°C do lado direito. Em 2,0 min, 10 J sto conduzidos a uma taxa constante do lado direito para 6 lado esquerdo. Que tempo seria necessério para conduzir 10 J se as placas fossem soldadas lado a Jado como na Fig 18-4407 #058 A Fig 1845 mostra uma parede feita de trés camadas de es- pessuras Ly, Lz = 0,700L; © Ls = (03502, As condutividades térmicas so ky, ky = 0,900k, © ky = 0,800k;. As temperaturas do lado esquerdo e do lado direito da parede sfo Tp = FIG-18-45 Problema 38 300°C e Tr = ~15,0°C, respectivamente. O sistema esti no re- ime estacionério. (a) Qual € a diferenca de temperatura AT; na camada 2 (entre o lado esquerdo ¢ 0 lado direito da camada)? Se co valor de k; fosse 1,10k,,(b) a taxa de conducio de energia atra- vés da parede seria maior, menor ou igual & anterior, ¢ (c) qual seria ovalorde AT;? #959. (a) Qual é a taxa de perda de energia em watts por metro ‘quadrado através de uma janela de vidro de 3,0 mm de espessura se a temperatura externa € —20°F e a temperatura interna é +72°F? (b) Uma janela para tempestades, feta com @ mesma espessura de vidro, ¢ instalada do lado de fora da primeira, com um espaco de 7.Sementre as duasjanelas, Qual éa nova taxa de perda de energia se ‘a condugdo é 0 tinico mecanismo importante de perda de energia? 160 A vespa gigante Vespa mandarinia japonica se alimenta de abethas japonesas. Entretanto, se uma vespa tenta invadir uma colmeia centenas de abelhas formam rapidamente uma bola em torno da vespa para deté-la, As abelhas nao picam, mordem, es- magam ou sufocam a vespa; limitam-se a aquecé-la, aumentando sua temperatura do valor normal de 35°C para 47°C ou 48°C, tum valor que € mortal para a vespa, mas nao para as abelhas (Fig, 18-46). Suponha o seguinte: 500 abelhas formam uma bola de raio R = 2,0 cm durante um intervalo de tempo t = 20 min, ‘ mecanismo principal de perda de energia da bola ¢ a radiacao térmica, a superficie da bola tem uma emissividade & = 0,80 € a FIG. 18-44 Problema 57. Problemas PERI temperatura da bola é uniforme. Qual é a quantidade de energia mine (a) o valor da raz8o P,/NP, e (b) a redugdo percentual da due uma abelha precisa produzir, em média, durante 0s 20 min perda deenergiadevide a aglomeracae pata manteratemperaturada bolaem 47°C? 96 Gay Formou-se gelo em um pequeno lago nério foi atingido com o ar acima do gelo a —5,0°C e o fundo do ago a 40°C. Se a profundidade total do gelo + dgua é 1,4 m, qual espessura do gelo? (Suponha que as condutividades térmicas do gelo e da égua s40 0,40 ¢ 0,12 cal/m C+, respectivamente,) $964 Efeito Leidenfrost. Quan. do se deixa cair uma gota de © regime estacio. Gora de agua Fic. 18.46 Beet ‘gua em uma ftigideira cuja (©Dr. Masato temperatura estd entre 100°C e Pig, Ono, Tumagawa 200°C a gota dura menos de1s FIG. 18.49 Problema 64 Entretanto,se a temperatura da Irigideira é maiora gota pode durar virios minutos. um efeito que recebeu o nome de um médico alemao que foi um dos primeiros a investigar o fendmeno. O efeito se deve a formagao de uma fina camada de ar e vapor de gua que separa a gota do metal (Fig. 18-49), Suponha que a distancia entre a gota e a frigideira é L = 0,100 mm e que a gota tem a forma de um cilindro de altura h 1,50 mm e érea da base A = 4,00% 10°® m#.Suponha também que a frigideira é mantida a uma temperatura constante Tj = 300°C € que a temperatura da gota é 100°C. A massa especifica da dgua € p= 1000 kginr, e a condutividade térmica da eamada que se para a gota da frigideira é k = 0,026 Wim: K. (a) Com que taxa a energia é conduzida da frigideira para a gota? (b) Se a conducdo a principal forma de transmissao de energia da frigideira para a ota, quanto tempo a gota leva para evaporar? 9 University) #961. A Fig. 18-47 mostra uma parede feita de quatro camadas, de condutividades térmicas k, = 0,060 Wim K, ky = 0,040 Wim: K © ky = 0,12 Wim + K (Je, ndo & conhecida). As espessuras das ci madas sao L, om, Ls = 28 cme L, = 3,5 em (Ly nfo € co- nhecida). As temperaturas conhecidas sao T, = 30°C, Tis = 25°C eT, = ~10°C.A transferencia de energia est no regime estacio- nério. Qual é 0 valor da temperatura 73,? +65 Um camada de gelo de 5.0 em de espessura se formou na su- perficie de uma caixa-<’4gua em um dia frio de inverno (Fig. 18-50). O ar acima do gelo esti a ~ 10°C. 262 Aglomeragdes de pingliins. Para suportat o trio da An Calcule a taxa de formacdo da tartica 08 pingiins-imperadores se aglomeram (Fig. 18-48). Su piaea de gelo em cm/h, Supoaba Ponha que um pingttim é um cilindro circular de altura t= 1.1m Gye a condutividade térmica do © com uma drea da base « = 0.34 m?. Seja Pa taxa com a qual elo é 0.0040 cals -em-C ¢ que uum pinguim isolado irradia energia para o ambiente (através das 4 masca especifica € 092 wom superticies superior e lateral); nesse caso, NP, €taxacomaqual Suponha também que a transfe N pingtiins iguais ¢ separados irradiam energia. Se os pingdins se réncia de energia através das pa aglomeram para formar um cilinro tnico de altura h e area da fedex e do fundo do langue pode base Nao cilindro irradia com uma taxa P,, Se N= 1000,deter- ser deprezada As FIG. 18.47 Problema 6l 66 Resfriamento de bebidas Wane or evaporacao.Umabebida pode Fic. 18-50 Problema 65 Ser mantida fresea, mesmo em um dia quente, se for colocada em um recipiente poroso de cerémica embebida em gua, Suponha que a energia perdida por evapo- ago seja igual a energia recebida em consequéncia da troca de radiagao através da superficie superior e das supertices laterais do recipiente,O recipient e a bebida estio a uma temperatura T= 15°C, a temperatura ambiente € Tigy = 32°C e o recipiente & um cilindro de raior = 22cm e altura h = 10m. Suponha que aemis- sividade & €~= 1 e despreze outras trocas de energia. Qual éa taxa didi de perda de massa de Agua do recipiente,em g's?

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