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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC

ANDRÉIA SILVA
CAIO BIZ MALASSISE
DANIEL JOSÉ DA SILVA
FERNANDO HENRIQUE GOMES ZUCATELLI

RELATÓRIO DE BASES EXPERIMENTAIS DA CIÊNCIA

SANTO ANDRÉ
2009
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC

ANDRÉIA SILVA
CAIO BIZ MALASSISE
DANIEL JOSÉ DA SILVA
FERNANDO HENRIQUE GOMES ZUCATELLI

EXPERIÊNCIA 2 - PILHAS

Relatório apresentado como


parte dos requisitos
necessários para a obtenção
de nota da disciplina de
Bases Experimentais de
Ciência do BC&T da UFABC.

Orientador: Profª Raquel

SANTO ANDRÉ
2009
Sumário

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................3
2. OBJETIVOS......................................................................................................................4
3. PARTE EXPERIMENTAL...............................................................................................4
3.1. Materiais ....................................................................................................................4
3.2. Métodos.....................................................................................................................4
3.2.1. Parte A...............................................................................................................4
3.2.2. Parte B...............................................................................................................5
3.2.3. Parte C...............................................................................................................5
3.2.4. Associações......................................................................................................6
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.....................................................................................6
5. CONCLUSÃO...................................................................................................................9
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...........................................................................10
7. ANEXOS .........................................................................................................................11
Anexo 1 - Questões de verificação .......................................................................................11
3

1. INTRODUÇÃO
O estudo de pilhas e eletrólises – fenômenos químicos associados a
fenômenos elétricos – é chamado Eletroquímica. Uma reação é considerada
eletroquímica, quando ela estiver associada à passagem de corrente elétrica através
de uma distância maior que a distância interatômica. (FALDINI, 2003) Essas reações
se processam mesmo quando os reagentes estão fisicamente afastados, porém
devem estar ligados através de um circuito elétrico. Uma reação eletroquímica –
redox - é o resultado da perda de elétrons de uma espécie química (oxidação) e seu
ganho por outra espécie (redução). (MAHAN, 1995)
As reações eletroquímicas se processam em dispositivos chamados células
eletrolíticas, que se constituem de dois eletrodos (condutores de elétrons – ex. metal
ou grafite) mergulhados em um eletrólito (condutor iônico), que pode ser uma
solução, um líquido, ou um sólido. No caso do eletrólito ser uma solução, os íons se
movimentam facilmente, migrando através da solução, transportando elétrons de
uma região da célula eletrolítica para outra, originando, assim, uma corrente elétrica.
(ATKINS, 2005)
Células eletroquímicas que produzem eletricidade como resultado de reações
espontâneas que acontecem em seu interior são denominadas células galvânicas ou
pilhas. (ATKINS, 2005) As pilhas produzidas por um grande número de semi-
reações são uma maneira segura e compacta de armazenar energia, que é liberada
de maneira controlada na forma de corrente elétrica. (MAHAN, 1995)
Já as células eletroquímicas em que a uma fonte externa de corrente contínua
conduz uma reação não-espontânea são as chamadas células eletrolíticas ou
eletrólises. Grandes quantidades de metais e compostos químicos são obtidos
através de eletrólises. (ATKINS, 2005)

Lei de Faraday para a eletrólise


A lei de Faraday para a eletrólise relaciona quantativamente o material que
sofre oxidação ou redução com a eletricidade que é aplicada à célula. O número de
mols de material oxidado ou reduzido na superfície de um eletrodo depende apenas
da estequiometria da reação e da quantidade de eletricidade que será adicionada à
célula. Por exemplo, dois mols de elétrons irão reduzir e depositar um mol de Cu2+:
4

n
n = kQ ⇒ Q =
k
Cu 2+ + 2e → Cu 0

A quantidade total de carga que deve ser passada através da célula eletrolítica
para produzir um mol de Cu°, no cátodo, é igual a 2 faraday (2x 96485,4 C/mol)
(MAHAN, 1995)

2. OBJETIVOS
Esta experiência tem por objetivo identificar parâmetros elétricos como corrente
e tensão. Também é objetivo desta experiência observar fenômenos de conversão
de energia, como pilhas. Sobre as pilhas, também é objetivo compreender suas
associações e verificar os parâmetros elétricos com os diferentes tipos de materiais
utilizados.

3. PARTE EXPERIMENTAL
3.1. Materiais
Nos experimentos foram utilizados os seguintes equipamentos e materiais:
Multímetro; Balança analítica; Cronômetro; 1 pilha comum AA; 1 carregador de
celular; Luvas descartáveis; Alicate; Faca de serra; Escova de dentes; Ácido
clorídrico 1,0 mol.L-; 1 limão; 1 placa de cobre (~2cm x 5cm); 1 prego de aço; Lixa;
Papel alumínio; Calculadora que funciona com pilha AA, com terminal positivo
desencapado; 2 fios com jacarés para conexão; Pisseta com água deionizada; 4
béqueres de 50 mL; 1 Bastão de vidro; 1 funil pequeno e 1 papel de filtro.

3.2. Métodos
3.2.1. Parte A
Lixou-se a placa de cobre e o prego de aço para eliminar depósitos de óxido
em suas superfícies e posteriormente limpou-se com papel toalha e numa balança
analítica foram determinadas suas massas.
Verificou-se com um multímetro a tensão do carregador de celular que foi
utilizado na eletrólise e com isso identificou-se o pólo positivo – fio vermelho – e o
pólo negativo – fio preto.
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Foram adicionados em um béquer cerca de 25ml de ácido clorídrico a um


mol/litro.
O prego de aço foi conectado ao pólo negativo do carregador de bateria e
mergulhado no béquer. Já a placa de cobre foi conectada no pólo COM do
multímetro e mergulhada na solução, sem contato direto com o prego.
No momento em que se fechou o circuito, foi disparado o cronômetro e
registrada a corrente inicial, durante o primeiro minuto as correntes foram anotadas
a cada quinze segundos. Após completar um minuto, as medições foram de trinta
em trinta segundos, até totalizar quinze minutos de reação.
Os eletrodos de aço e cobre foram levados a estufa para secagem e
determinadas as suas massas finais, em uma balança analítica.

3.2.2. Parte B
De uma pilha comum retirou-se com o auxílio de um alicate a capa metálica e,
a borda plástica com auxílio de uma faca.
O bastão de grafite interno da pilha foi retirado com o uso de um alicate de
ponta fina e lavado com água deionizada, em seguida o fundo metálico foi removido
com uso de uma faca.
Foi retirada a pasta eletrolítica empurrando-a com o uso de um bastão de vidro,
e reservada em um béquer. Foi adicionada à pasta cerca de 10ml de água
deionizada e misturada com o mesmo bastão de vidro. Após a mistura, ela foi filtrada
e posteriormente lavada com mais 10ml de água deionizada, que também foram
filtrados. A solução foi reservada em um béquer, e o sólido descartado.
O cilindro de zinco foi lavado e escovado para retirar resíduos da pasta
eletrolítica, sendo dobrado na forma de um retângulo.

3.2.3. Parte C
Amassou-se o limão e foram feitos dois pequenos cortes.
Foi feita uma tira de papel alumínio retangular de 1x7 cm.
A partir desse momento, foram feitas diversas combinações de pilhas e
medidas as suas tensões e verificado se ligavam um equipamento eletrônico, neste
caso, uma calculadora.
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Foram construídas seis pilhas. Duas usando o limão como eletrólito, duas
usando a solução de NH4Cl que foi extraída da pilha e as duas últimas com a
solução de HCl a um mol/litro. Todas as pilhas construídas utilizaram eletrodos de
grafite e, em cada solução alternou-se entre um eletrodo de alumínio e outro de
zinco.

3.2.4. Associações
Foram escolhidas as pilhas de limão com zinco e grafite e a pilha de HCl com
alumínio e grafite para serem ligadas em série e em paralelo, a fim de medir suas
tensões e resistências.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A fonte de tensão apresentou um potencial elétrico de 5,948V, com essa fonte
a experiência da eletrólise foi realizada. Na tabela 1, estão os valores de massa dos
eletrodos no inicio e no fim da experiência.

Tabela 1 – Variação de massa nos eletrodos


Eletrodo m inicial [g] m final [g] ∆m [g]

Cu 1,1581 1,0562 -0,1019


Prego aço 1,6959 1,7420 0,0461

Pelos dados da tabela 1, o cobre perdeu massa e o prego ganhou. Vale


ressaltar que no decorrer da experiência, parte do cobre que se depositava sobre o
prego se desprendeu do prego, caindo na solução.
Aplicando a Lei da Faraday:
m = kQ
Os valores esperados deveriam ser, de acordo com a média da carga (no caso,
228,055C) calculada segundo o gráfico da corrente elétrica é de 0,0750g de cobre a
ser consumido e depositado, respectivamente no eletrodo de cobre e no prego.
Essa diferença se deve, por exemplo, ao consumo de carga na redução de
íons H+, presentes na solução eletrolítica, em gás hidrogênio e massa de cobre em
forma de íons Cu2+ na solução e também a alguns erros cometidos durante a
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execução do experimento, como o fato de haver deposição de cobre no jacaré


devido ao contato entre o mesmo e a solução. No fim do experimento, a solução
ficou levemente azulada, portanto parte do cobre ficou em solução e não foi
depositado.
+ −
No eletrólito ocorreu a reação: HCl → H + Cl
2+ −
No ânodo (eletrodo de cobre) ocorreu: Cu ( s ) → Cu + 2e (oxidação).
2+ −
No cátodo (eletrodo de aço) ocorreu: Cu + 2e → Cu ( s ) (redução).
+ −
No cátodo também ocorreu: 2 H + 2e → H 2 ( g ) (redução).
O figura 1 permite visualizar o comportamento da corrente no tempo.
Nota-se que a corrente decresce consideravelmente após os primeiros 390
segundos.
No ponto entre 480 e 540 segundos, o valor é resultado do movimento dos
eletrodos em direção a solução acrescendo a esta com uma nova área para
continuar a transferência de elétrons.

Figura 1 – Corrente x Tempo

Sobre a realização da experiência, no 4° minuto da experiência, um dos cabos


jacaré da fonte, se desprendeu do circuito. Após 8 minutos, foi notada a ausência do
cabo, sabe-se que o cabo se desconectou no 4° minuto, pois no preenchimento da
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tabela a corrente caiu absurdamente neste momento. Quando o cabo foi religado, os
valores de corrente voltaram a ser os mesmos valores anteriores ao 4° minuto.
Se a corrente fosse constante no tempo. A carga elétrica Q, poderia ser
calculada usando a seguinte fórmula:
Q = i.∆t
Considerando que a corrente varia no tempo, a carga elétrica pode ser
calculada por meio da média das correntes neste intervalo de tempo. Neste
experimento a média das correntes é igual a 0,253A, e a variação de tempo total foi
de 900s.
Utilizando esta média como corrente constante para o cálculo da carga elétrica
total, a carga é igual a:
Q = i.∆t = 0,253 ⋅ 900 = 228,055 Coulomb
Vale ressaltar que o valor obtido é uma aproximação da carga total Q real.
Porém o valor esperado, de acordo com a equação de Faraday, é de 309,4405 C.
Esta diferença se deve à movimentação dos eletrodos durante a realização do
experimento, a qual alterou o valor real da corrente no gráfico.
As tensões e o funcionamento ou não da calculadora das diferentes pilhas são
apresentadas na tabela 2.
Tabela 2 – Tensões das pilhas [V]
Eletrolito Alumínio / grafite Zinco / grafite

Limão 1,320 V Ligou 1,710 V Ligou

HCl 1,126 V Ligou 1,901 V Ligou

NH4Cl 1,388 V Não ligou 0,901 V Não ligou

A tabela 3, exibe os valores das associações em série e paralelo, das pilhas


Limão / Zinco / Grafite e HCl / Alumínio / Grafite.
Tabela 3 – Associações entre as pilhas
Limão / Zinco / Grafite HCl / Alumínio / Grafite Série Paralelo

Tensões [V] 1,710 1,126 3,184 1,120V

O valor esperado para a tensão em série, foi diferente do valor real medido,
uma vez que, teoricamente, basta somar o valor da tensão de duas pilhas para obter
9

sua tensão em série. Esta diferença pode ter sido ocasionada pela contaminação
dos eletrodos utilizados, já que estes passaram por outros dispositivos, onde podem
ter sido impregnados por algum contaminante.
Foram refeitas as medições de tensão das pilhas que foram usadas nas
associações após a associação.
Limão / Zinco / Grafite: 1,280 V
HCl / Alumínio / Grafite: 1,113 V
No caso da tensão em paralelo, esta pode ser calculada pela fórmula:

Vab = ε 1 + R1
(ε 2 − ε 1 )
(R1 + R2 ) (LOPES, 2003).
Se as pilhas tiverem tensões diferentes, aquela que possuir menor valor de
resistência interna (a mais nova) será a principal responsável pela diferença de
potencial fornecida pela associação e irá desgastar-se, acentuadamente, com o uso.
Da mesma forma, se os valores das resistências internas das pilhas associadas
forem muito diferentes, novamente a mais nova (e de menor resistência interna) será
a responsável por fornecer toda a corrente solicitada por uma carga externa,
desgastando-se rapidamente (LOPES, 2003).
As resistências internas da pilhas não foram medidas durante o experimento,
mas espera-se que tenham resistências diferentes, e como as tensões das pilhas
eram diferentes, a tensão obtida na associação em paralelo não correspondente a
somas das tensões de cada pilha dividida pelo número de pilhas.

5. CONCLUSÃO
Conclui-se que a transformação de energia química em energia elétrica, está
diretamente relacionada com os materiais envolvidos na reação e o eletrólito entre
eles.
A corrente elétrica gerada varia com o tempo de acordo com o tipo de eletrólito,
como se pode observar com a calculadora, a qual só ligou em alguns tipos de
eletrólitos.
Neste experimento, devido a erros na execução de alguns procedimentos
experimentais, não se pode provar a lei de Faraday. Entretanto os demais objetivos
como compreensão do funcionamento de processos eletroquímicos e associação de
pilhas foram atingidos.
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ATKINS, PETER. Físico-Química – Fundamentos. 3. ed. Rio de Janeiro: LTC,
2003. p. 164, 168.
CURSO de Eletrônica Básica. Disponível em
<http://www.cientistamaluco.com.br/Aulas/Aula2.pdf, pg.5>. Acesso em 08 de mar.
2009
FALDINI, SÔNIA B. Eletroquímica. Disponível em
<http://meusite.mackenzie.com.br/soniafal/Apostila1a15.pdf>. Acesso em 08 de mar.
2009.
LOPES, DEISY P. M.; CHINAGLIA, DANTE L.; PIMENTEL, JORGE R. Associação
de pilhas novas e usadas e em paralelo: uma análise qualitativa para o ensino
médio. Disponível em <http://www.fsc.ufsc.br/ccef/port/20-1/artpdf/a7.pdf>. Acesso
em 11 de mar. 2009
MAHAN, BRUCE M.; MYERS, ROLLIE J. Química: um curso universitário.
Tradução da 4ª edição americana. São Paulo: Edgar Blücher, 1995. p. 168-170, 188,
190.
TEORIA de Arrhenius. Disponível em
<http://br.geocities.com/chemicalnet/arrhenius.htm>. Acesso em 08 de mar. 2009
TRUCOM, CONCEIÇÃO. Os componentes ácidos do limão. Disponível em
<http://somostodosum.ig.com.br/conteudo/conteudo.asp?id=4641>. Acesso em 08
de mar. 2009
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7. ANEXOS

Anexo 1 - Questões de verificação

Questão A.

Eletrólitos são as substâncias que dão soluções eletrolíticas ou iônicas. Ácidos,


bases e sais são eletrólitos1.
O ácido cítrico (C6H8O7) e o ácido ascórbico são ácidos orgânicos presentes no
limão que podem agir como eletrólitos2.

Questão B.

Somente as pilhas com limão e HCL como eletrólitos, foram capazes de ligar a
calculadora.
Nenhuma pilha com NH4Cl ligou a calculadora.
Portanto o eletrólito é importante para que exista corrente elétrica.

Questão C.

O tamanho da pilha não influência no potencial e sim, na capacidade da pilha


em fornecer a corrente elétrica. Pilhas maiores possuem maior quantidade de íons
na solução e assim podem transferir uma maior quantidade de elétrons, aumentando
a corrente que a pilha fornece3.

Questão D.

Em todos os experimentos, o grafite sempre foi conectado no fio positivo do


multímetro, portanto, ele exerce a função do pólo positivo na experiência. Como é
uma pilha deve ser cátodo.

1 http://br.geocities.com/chemicalnet/arrhenius.htm]. Acesso em 08 de mar. 2009.


2 http://somostodosum.ig.com.br/conteudo/conteudo.asp?id=4641]. Acesso em 08 de mar. 2009
3 http://www.cientistamaluco.com.br/Aulas/Aula2.pdf, pg.5]. Acesso em 08 de mar. 2009

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