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C.E.C.

A
Goiânia: 26-04-2010
Aluno: Renato Soares

O que é o MITO?

As antigas religiões que atualmente não mais existem, foram grandes


reguladoras do sagrado, pois, constantemente, estavam em contato com as
forças invisíveis através de sacrifícios que possuíam a sua ritualização
própria. O mito é um dispositivo utilizado pelos antigos, para contar os fatos
acontecidos em relação sua vivência cotidiana, utilizando-se da linguagem
simbólica. O rito, já é concretização do mito, por exemplo: O casamento; A
purificação de jovens meninas para entrarem numa tribo na África, cortando
o hímen. No rito a palavra e os gestos ganham a sua sacralidade, e é por
isso que muitas tradições existem até hoje, especificamente o Cristianismo.

O mito no seu sentido de origem:


“O mito é a mais antiga forma de conhecimento, de consciência existencial
e ao mesmo tempo, de representação religiosa sobre a origem do mundo,
sobre os fenômenos naturais e a vida humana. Deriva do grego mythos,
palavra, narração ou mesmo discurso, e dos verbos mytheyo (contar,
narrar) e mytheo (anunciar e conversar). Sua função, por tanto é a de
descrever, lembrar e interpretar todas as origens, seja ela a do
cosmo(cosmogonia), dos (teogonia) , das forças e fenômenos naturais
(vento, chuva, relâmpago, acidente geográfico, seja ela a da causas
primordiais que impuseram ao homem as suas condições de vida e seus
comportamentos. Em síntese, é a primeira manifestação de um sentido para
o mundo”.

O mito na realidade humana:


O mito, porém, não é só forma de expressão; os símbolos e as imagens
coligadas no mito refletem a realidade verdadeira existente, porém tão
profunda e vasta que não poderá ser apreendida por conceitos próprios. Por
isso, o mito não nasce do nada, mas, sim, de uma experiência profunda.
(....) O mito, porém, será vivido e vestido como material representativo de
cada época. De tempos em tempos, morreram os mitos. Mas a realidade
que os fez nascer está sempre aí a desafiar os homens e buscando irromper
na consciência do espírito. Por isso, nascem de novo outros mitos, que por
sua vez serão outras tantas tentativas de apreender o inapreensível, de
formular o informuláve, e deixar falar o que é de per si, indizível.

O mito na história:
“Na ciência das mitologias - se é que podemos chamar assim nos referir -,
encontra-se a clássica definição de Mircea Eliade, quem conceitua o mito,
inserindo-o em uma categoria da história sagrada, uma história em que ele,
o mito, toma forma de seres que se assemelham à imagem humana. O mito
é identificado por Eliade como Deus ou como Herói Civilizador. Nessa
perspectiva, seria o mito a tentativa descritiva das origens das coisas e da
existência. Seria – visto por outro prisma – o fator capaz de preservar e
transmitir paradigmas e exemplos de que se utiliza a natureza humana”.

O mito na linguagem:
Definido com recurso ideológico o mito não se constitui em negação das
coisas. Ao contrário, ele penetra na linguagem para falar delas – as coisas -,
fornecendo-lhes fundamentação da natureza e a eternidade. Podemos
observar que as ideologias que influenciam uma determinada civilização,
assim como a teologia, ao assumir um caráter oficial, valem-se dessa
condição para a manutenção ou transformação do “statuto quo”. O mito se
apresenta como responsável pela indagação que o ser humano faz em torno
de sua própria eternizassão.

Enfim, o mito cria uma compensação simbólica e imaginária para


dificuldades, tensões e lutas reais tidas como insolúveis; omito se refere a
esse fundo invisível e tenso e o resolve imaginariamente para garantir a
permanência da organização. O mito na cultura da sociedade conta uma
história (real) dramática, na qual a ordem do mundo (o reino animal,
mineral, vegetal e humano) foi criada e constituída.

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