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colecao &Ve O passo decisivo para sua aprova¢ao R =~ CIENCIAS DA NATUREZA [ i E SUAS TECNOLOGIAS \ } Ne Biologia colecao & l res © passo decisivo para sua aprova¢ao A Colegio Enem & Vestibulares ~ 0 passo decisive para sua aprovacdo foi desenvolvida especialmente para vocé que busca conquistar uma boa pontuagio tanto no Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, como em vestibulares tradicionais. Com contetido desenvolvido por professores do ensino médio, com ampla experiéncia em preparago de estudantes para o Enem e para ves- tibulares, cada um dos 12 volumes da série apresenta linguagem afinada com 0 que tem sido cobrado nos exames atuais, muitos exemplos prati- cos, fotografias, tabelas, ilustracdes e muitas dicas para vocé. Cada volume é complementado por um DVD com videoaulas dos temas mais importantes. 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PoluigSo por residuos quimicos - garimpo 4, Esgoto doméstico e industrial... 5 6 . Chumbo.. . Poluicdo térmica 7. Lixo. : Doengas transmitidas por dgua e alimentos contaminad6s.... 1. Célere.... 2. Febre tifoide 3. Doenga de Chagas. 4, Hepatite A 5. Poliomielite 6. Leptospirose. 2 7. TOXOpIaSMOSE nnn 22 8. Verminoses .. - : narnia 22 9. Dengue, febre amarela e maléri 24 Ecologia. 30 Importancia... a Niveis de organiza¢ao. 32 Outros conceitos fundamentais.. 33 Componentes bidticos de um ecossistema 34 1. Seres autétrofos. 34 2. Seres heterdtrofos.... 35 Cadeia alimentar. Ciclos da matéria.... Ciclos do carbono e oxigénio, O efeito estufa, Ozénio (0,) Monéxido de carbono (CO) Ciclo do fésforo (POP)... Ciclo do nitrogénio.. is ores — Didxido de enxofre (SO,) ¢ didxido de nitrogénio (NO,). Integrando os ciclos.. Energia para as células .. OATP....... Fotossintese. Quimiossintese Respira¢do 1, Mitocéndrias... 2. Fases da respiracdo aerdbica Fermentacéo... Cromossomos: o material genético A descoberta do niicleo celular... 1. Teoria Celular. 2. Aimportancia do nucleo celular. 3. Ago do material génico e transformaco das bactérias. 64 4, Transformagao. Composi¢ao do material génico . ACIdOS NUCIEICOS neon 1. Amolécula de DNA... 2. Propriedades do DNA .. 3. Como atua a molécula de DNA... 4 Transcrigao. O cédigo genético Biotecnologia... 1. Plasmidios.. a 2. Enzimas ou endonucleases de restri¢ao . 3. Transgénicos... Protetnas importantes 1. Anticorpos.. 2. Enzimas.. CIENCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS O ciclo da agua A matéria que compée basicamente os seres vivos é constituida por carboidratos, proteinas, lip{dios e 4cidos nucleicos. Na composi- do quimica dessas moléculas organicas, os principais tomos so: carbono, hidrogénio, oxigénio e nitrogénio. A 4gua também é impor- tante na composicéo da matéria viva e, assim como esses elementos quimicos, percorre na natureza um ciclo. Enquanto os animais ingerem a égua diretamente do ambiente, as plantas terrestres absorvem-na do solo, por meio das raizes. E a gua 6 devolvida ao meio ambiente: os animais devolvem-na por meio da respiragéo, excrego e suor; as plantas, por meio da respiracdo e trans- piracdo. Uma vez na atmosfera, a 4gua que se encontra na forma de vapor volta & superficie terrestre durante as precipitacdes, sendo no- vamente absorvida pelos seres vivos. E novos ciclos se formam. Peemeueic) anneal prierec? Biologia coleoenem vestibulares Importancia da agua Nos organismos vivos, a agua: * dissolve varias substancias no sangue (plasma) e na seiva bru- ta (vegetal); * transporta materiais intra e extracelularmente; * participa de reacdes quimicas intracelulares ~ por exemplo, doan- do hidrogénios para a produgio de glicose durante a fotossintese; © retira calor do corpo, mantendo a temperatura ideal, pela elimi- nagio do suor. Por isso, uma pessoa com febre transpira muito, pois esté eliminando calor por meio do suor. Repare que isso ocorre também na pratica de esportes: o organismo é aquecido pela atividade intensa, mas o suor possibilita a manutengéo da temperatura corporal; © recolhe restos quimicos do trabalho das células e conduz para a eliminacao através de érgaos especificos. Difusao e osmose Nao somente a 4gua, mas também outras substancias entram nas, células dos seres vivos onde desempenham um papel fundamental para o desenvolvimento e a manutengio da vida. Isso ocorre porque as células so constitufdas por membranas com variados graus de permeabilidade, por onde as substncias entram e saem. A entrada e a saida ocorrem por meio da difusio e da osmose. Permeabilidade da membrana Entende-se por permeabilidade a capacidade da membrana de deixar fluir por ela solventes e solutos. ‘As membranas podem ser: + Permeaveis: deixam passar de “tudo” - soluto e solvente. ‘+ Semipermeéveis: selecionam o que passa; por exemplo, deixam passar solvente. + Impermeéveis: no deixam passar nem soluto nem solvente. CIENCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS Biologia ccmptomasstenintanasisetiesans ee Membrana plasmatica Como as células esto mergulhadas em solugées (meio extracelu- Jax), em que as concentragées de soluto diferem de seu meio interno, temos as seguintes classificagdes das solucées: * Hipotdnicas: apresentam menos particulas (soluto) dissolvidas em Agua (solvente). * Hiperténicas: apresentam mais soluto (particulas) dissolvido em solvente (gua). + Isoténicas: apresentam as mesmas concentracées de soluto nos meios externo e interno da célula. Esse fluxo de substdncias ~ solvente e soluto - pode ocorrer por osmose e por difusao. 1. Difusdo £ a passagem das moléculas do meio de maior concentragio para o meio de menor concentracdo. A égua e os gases atravessam a membrana plasmética fosfolip{dica do meio extracelular para o meio intracelular e vice-versa, sem gasto de energia pela célula. Nas células, os dtomos e as moléculas esto em continuo mo- vimento e tendem a seguir esse fluxo (do mais concentrado para 0 menos). Isso acontece com acticares, certas proteinas e sais. colecdoenem : vestibulares A difusio pode ser facilitada por certas proteinas, as permeases, especializadas no reconhecimento e transporte de substancias para o interior da célula. 2. Osmose Ea passagem da agua (solvente) de uma solugac hipoténica (menos concentrada) para uma solugo hiperténica (mais concentrada) atra- vés de uma membrana semipermeével, como a membrana plasmatica. « Osmose em células animais Veja no esquema abaixo como uma hemécia (célula do sangue) se comporta em diferentes tipos de solusao. A:solucéohipoténica —_—_—B: solugo isot6nica C:solucao hiperténica Entrada dedgua Se colocada em solucao hipoténica, isto é, com menor concen- tracdo de particulas do que ela, a célula animal absorve agua, incha e pode estourar, pois a velocidade de entrada de égua na célula maior do que a de saida (A). Quando uma célula animal é posta em solugao isoténica, isto é, com concentragéo semelhante & sua, ndo ocorre alteracdo, pois a passagem de agua de um lado para o outro € equivalente (B). J quando mergulhada em solucao hiperténica, isto é, com mais, particulas (soluto) do que ela, a célula animal perde agua. Isso se d& CIENCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS Biologia ooo porque, por osmose, a 4gua presente em maior quantidade na célula passa para a solugio (C). 2.2. Osmose em células vegetais Diferentemente da animal, a célula vegetal, quando colocada em meio hipoténico, incha (sofre deplasmélise), mas nao se rompe, pois, além da membrana celular fosfolipidica, ela possui externamente uma parede celulésica rigida que limita seu aumento, exercendo uma pressdo contréria a entrada de gua. Assim, a célula para de ganhar égua quando atinge o limite de distensao, e nao quando sua concentragéo se iguala & do meio. Dizemos que uma célula vegetal est em turgescéncia quando colocada em solucao hipoténica e vai absorvendo gua do meio até que a pressdo exercida pela parede celular contrabalance a entrada de égua por osmose. Quando a célula atinge esse estado de equili- brio, ela esté targida (A). Quando colocada em solugio isoténica, a célula vegetal nao se altera (B). ‘Jaem solucao hipertdnica, ela perde agua e murcha (sofre plasmélise).. Veja na ilustragao acima que, quanto mais 4gua hé na célula, maior a pressio contra as paredes. Quanto menos 4gua, mais enrugada e murcha se torna a célula (C). £ 0 que ocorre com a alface temperada com sal, por exemplo. 12 Transpira¢gdo dos vegetais Os vegetais modificam as condigdes climaticas, como a umida- de do ar, a temperatura e o regime de ventos, criando um clima mais favordvel para a adaptacio dos seres vivos. 0 conhecimento da fisiologia das plantas foi importante para que a espécie hu- mana pudesse domesticé-las, desenvolver a agricultura e ocupar espacos geograficos. Uma das necessidades fisiolégicas dos vegetais é a transpiracio, que é a eliminagao da 4gua na forma de vapor (evapotranspira¢ao). Esse processo é realizado por meio dos estématos, mintisculas estru- turas existentes na parte inferior das folhas. Cada estémato é formado por duas células-guarda parecidas com um gréo de feijéo. Entre elas hé uma abertura denominada ostiolo. Com a entrada de 4gua nas células-guarda por osmose, o ostiolo se abre, permitindo ao estémato realizar as trocas gasosas e a transpi- ago. As células-guarda controlam a abertura do ostiolo de acordo com 0 teor de agua existente no interior da planta. Varios fatores influem na transpiracao, tais como a ventilagao, a umidade relativa do ar, a temperatura, a espessura da cuticula (ca- mada de cera finissima que protege as folhas) e a érea foliar. Peo estimta adiida de carbona env, enquanoa gue eo axgtnlosaem. élulas-guarda OS® CIENCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS Biologia SS RR Absorcao e transporte de agua nos vegetais vasculares Os vegetais retiram a agua do solo e esta é conduzida das raizes até as folhas, onde ocorrem a transpiracio e as trocas gasosas. Para isso, os vegetais contam com tecidos condutores. Sao eles: © Xilema: conduz a seiva bruta (4gua e sais minerais) das raizes até as folhas. © Floema: conduz a seiva elaborada das folhas para todo o vegetal. A ascensio da seiva bruta no interior do xilema (vaso condutor) deve-se a forca de succdo gerada pela transpiracao foliar. As molécu- las de agua, unidas entre si por sua polaridade e aderidas as paredes do xilema, formam uma coluna de gua que chega até as folhas. A gua é entdo eliminada, principalmente através dos estématos. Como as folhas perdem Agua, imediatamente retiram mais gua do caule. Este, por sua vez, retira égua das raizes, as quais absorvem mais gua do solo. A condugao da seiva das raizes até as folhas depende de trés fenémenos, sendo a transpiracao o principal: * Capilaridade: capacidade de adestio e coesio das moléculas de agua. © Pressio positiva da raiz: capacidade de empurrar a seiva para cima, isto é, as células Estrutura da folha do cilindro central por estarem mais concentradas em sal, “puxam” a seiva, num processo de difusio. © ‘Transpiragéo: 6 a parénquima perda de agua fingers ane pelas folhas por evaporacio staV65 enna dos estématos. fotossintetizant lacunoso Nervura da folha com vvasos dexilema efloema 4 Danos a qualidade da agua Aproximadamente 97,5% de toda a 4gua do planeta encontram- -se nos oceanos. £ agua salgada, imprépria para consumo, 0 restante da agua da Terra (2,5%) € formado por 4gua doce, mas a maior parte no esta disponivel. As calotas polares e geleiras contém 2% de toda a Agua do planeta ou 80% da égua doce, O restante (20% da égua doce ou 0,5% da gua total do planeta) esta nos rios, lagos ou lencéis subterré- neos, como o Aquifero Guarani ou Alter do Cho. No ha vida sem Agua. Mas a poluicdo e o mau uso (desperdicio, falta de reciclagem) podem piorar a escassez e aumentar as dispu- tas por esse precioso Ifquido, como jé ocorre em alguns pafses. ‘A égua é um recurso finito, nao renovével, vital para a sobrevivéncia dos seres vivos. Contudo, a poluigéio decorrente das atividades humanas (agricultura, pecudria e industria) tem afetado a qualidade da agua, oca- sionando sua redugo e o comprometimento das reas de mananciais e colocando em risco a oferta de agua nos préximos anos, ‘Varios tipos de poluente afetam a qualidade da agua, dentre os quais: 1. Poluigdo por derramamento de petréleo © uso intensivo e quase exclusivo do petréleo para as atividades industriais e de locomogao resultou, nos iltimos anos, em muitos aci- dentes graves com navios petroleiros ou com plataformas maritimas. — BC a CIENCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS Biologia ESET 0 LLL Em decorréncia, 0 derramamento de petréleo forma grandes manchas de éleo na superficie da 4gua, prejudicando, entre outros fatores, a passagem de luz, fundamental para a fotossintese reali- zada pelo fitopléncton (algas microscépicas). Com a morte do fito- plancton, toda a cadeia alimentar aquatica é afetada, pois as algas so responsiveis pela base da cadeia alimentar, além de fornecerem mais de 70% do oxigénio (0) atmosférico. Além disso, as manchas de éleo que, em certos casos, atingem a costa podem nao s6 poluir as praias, como também invadir os man- gues, que séo verdadeiros bercérios de muitas espécies de crustéce- 0s, peixes, algas e plantas. 2. Poluigaéo por agrotdéxicos A crescente necessidade de produgio de alimentos impée, cada vez mais, a utilizacdo, na agricultura, de fertilizantes e pesticidas que, se no utilizados adequadamente, atuam como poluentes. Os agrotéxicos, por néo serem biodegradaveis, causam graves problemas no solo e na égua. De efeito prolongado e cumulativo, aca- bam por passar de um ser a outro (bioacumulacao), afetando toda a cadeia alimentar. © DDT (Dicloro-Difenil-Tricloroetano), por exemplo, um inseticida muito utilizado e hoje banido do Brasil e de outros paises, contamina o solo e/ou a égua. Dessa forma, é absorvido por uma alga (um produ- torna cadeia alimentar), que serve de alimento a um microcrustéceo, ‘© copépode (consumidor), que acumuula parte desse inseticida em seu conganismo. A contaminagdo se repete por toda a cadeia, sendo que nos consumidores de tiltimo nivel tréfico 6 efeito bioacumulativo sera méximo e com consequéncias muito danosas. Nas aves (atobas neste caso), foram descritos prejuizos até no mo- mento de formacao da casca do ovo, com seu decorrente rompimen- tono momento da postura nos ninhos. Além dos danos fisiolgicos ao organismo, deve-se lembrar que os agrotéxicos, por terem um grande campo de atuacéo, também causam a morte de insetos benignos, como as abe- Ihas, que séo fundamentais na polinizagao das plantas 16 colecgoenem.é. vestibulares. 3. Poluic¢do por residuos quimicos - garimpo (O merciirio, um metal pesado muito utilizado em ati- vidades garimpeiras para separar impurezas do pé de ouro retirado do leito de rios e riachos, é langado na at- mosfera e principalmente nas aguas em grande quantidade, Com o consumo de peixes, crustaceos e outros animais contaminados, 0 mercirio chega ao nosso organismo, po- dendo causar danos ao sistema nervoso ou a fetos em desenvolvi- mento. Jé foram descritos casos tanto no Brasil (Cubatéo/década de 1970), como no Japao (Baia de Minamata/década de 1950), de criancas nascidas sem cérebro em decorréncia do consumo de crustéceos con- taminados com merciirio pelas mes. 4. Esgoto doméstico e industrial O excesso de nutrientes como nitratos e fosfatos na agua, decor- rente de contaminacio por esgoto doméstico, excesso de fertilizan- tes agricolas ou residuos orgénicos e inorgénicos das indistrias, leva a.um dos processos de degradacao mais danosos nos cursos d’4gua, chamado eutrofizacio ou eutroficacio. Veja 0 resultado desse processo: ‘A decomposicao da matéria orginica libera nutrientes na égua — nitratos e fosfatos - que beneficiam as populacées de bactérias aeré- bias, Esses nutrientes sio utilizados por micro-organismos, que pro- liferam e retiram mais oxigénio da 4gua, levando & morte os animais aquaticos por falta de oxigénio. Num ciclo longo, a contaminagao far& com que restem apenas seres anaerébios no meio aquatico. 5. Chumbo Proveniente do descarte irregular de baterias (celular, automével), de placas de aparelhos eletrénicos, de residuos industriais de pegas metdlicas ou soldas, entre outros, o chumbo é, juntamente com o CIENCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS Biologia merctirio, uma das grandes preocupacées atuais, quando se conside- ra a contaminagio da agua e do ambiente em geral. Esse metal pesado pode se acumular em varios érgaos, como © figado, causando a destruicao lenta de suas estruturas, e os ossos, substituindo o célcio e promovendo uma deficiente producio de he- moglobina, que leva a um quadro de anemia. Também pode provocar lesdes no sistema nervoso central, problemas renais e outros. A melhor maneira de evitar que metais pesados alcancem o meio é encaminha- -los para coleta adequada e reciclagem. ff (wens 2700) sz 6. Polui¢ado térmica Muitas indistrias utilizam a agua de rios ou mares para promo- ver 0 resfriamento de suas caldeiras ou de outros equipamentos que necessitam de refrigeracéio. Essa pratica, bastante comum em centrais termoelétricas, usinas nucleares e siderurgias, acarreta a elevacdo da temperatura da 4gua, facilitando o desprendimento de oxigénio. A diminuicao da concen- tragio de oxigénio no meio afeta fortemente a vida dos seres aquati- cos, que morrem ou migram para outras regides. Uma solugao para o problema seria a retengio da gua aquecida em grandes reservatérios, para reuso ou para resfriamento antes de sua devolugdo ao meio. 7. Lixo Um dos grandes desafios atuais é a produgio de lixo, cada dia maior em razo dos hébitos da vida moderna e do aumento do con- sumo. A falta de espaco para descarte, aliado ao descarte incorreto, como jogar lixo em ruas, bueiros e rios, ocasiona enchentes, mau cheiro e proliferagao de ratos e insetos que causam ou transmitem doengas como a leptospirose, doenca bacteriana transmitida pela urina do rato, gerando um grave problema para a satide publica, Além disso, se enterrado inadequadamente, o lixo pode contami- nar os lengéis subterraneos que alimentam os mananciais, formece- dores de agua para os municipios. Uma das solugées para o problema seria a construgio de mais aterros sanitérios, que so locais devidamente preparados para o re- cebimento do lixo. Ao contrério dos lixées, os aterros, quando pro- jetados adequadamente, protegem o solo e, consequentemente, os lengéis fredticos da contaminacio. Outra solugdo que deve ser estimulada é a reducio do consumo de descartveis e a reciclagem (papel, plastico, metal, vidro), bem como a ( utilizagio do lixo orgénico para a produc de fertilizantes (compos- tagem). Além de reduzirem o volume de lixo transportado aos aterros, aumentando sua vida itil, essas ages empregam muitas pessoas. Doengas transmitidas por agua e alimentos contaminados De maior ocorréncia em paises em desenvolvimento e subdesenvolvi- dos, em consequéncia de seu sistema de saneamento bésico ineficiente ou quase nulo, grande parte das doencas transmitidas pela ingestio de ‘gua nao tratada ou de alimentos contaminados é causada por micro- -organismos provenientes de fezes humanas ou de outros animais. ‘A Agua nao tratada em geral provém da superficie (lagos e rios), do subsolo (pogos) ou da chuva (cisternas). Quando chove, a Agua car- rega micro-organismos do ambiente atmosférico e, ao escorrer pelo solo, arrasta germes da terra, Nenhuma dessas fontes chega a ser muito grave como meio de contaminacao, devido a diluigdo em gran- des extensdes ou correntes de agua, ou a filtragdo através do solo, ou, ainda, por causa da penetragao em reservatérios subterraneos. Tais processos naturais, contudo, nao protegem a Agua da poluigao microbiana provocada por dejetos humanos, domésticos ou industriais. Por essa razio, a agua de uso humano deve ser filtrada e/ou tratada qui- micamente para assegurar sua pureza. £ também essencial que os de- CIENCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS Biologia Seen en nn nn nn nn meme aeemmmeet jetos sejam tratados, visando remover os micro-organismos patogéni- cos (causadores de doengas), assim como aqueles que causam odores ‘ou gostos indesejéveis. Isso é efetuado pelo tratamento quimico e por germes nfo patogénicos que sto estimulados a crescer em unidades de descarga de esgotos, onde digerem e oxidam material orgénico, contri- buindo para a morte dos micrébios patogénicos. 0 tratamento adequado, que varia com o tipo e a fonte de dejetos, pode eliminar os riscos & satide e remover compostos prejudiciais para as formas de vida aquética. As principais doencas infecciosas transmitidas por agua e ali- mentos contaminados so: 1. Célera Originéria da Asia, a célera é uma doenca infectocontagiosa agu- da do intestino delgado. 0 Vibrio cholerae, a bactéria responsdvel pela doenga, é transmitido pelo contato com gua ou alimentos contami- nados pelas fezes de pessoas doentes. As moscas podem transportar 0 vibriao colérico de materiais contaminados para os alimentos con- sumidos por individuos suscetiveis. © periodo de incubagio varia desde algumas horas até trés dias. Os sintomas compreendem vomits e fezes diarreicas profusas, os quais dao lugar a uma severa desidratagao com perda de nutrientes, muitas vezes fatal. Epidemias séio comuns em regides onde as condigées de higiene sio precirias. 2. Febre tifoide Provocada pela bactéria Salmonella typhi, é uma doenga infecciosa grave transmitida pela ingestdo de égua ou alimentos contaminados ou pelo contato com pessoas portadoras da doenca. Seu agente é também conhecido como bacilo de Eberth, nome dado em home- nagem ao cientista Karl Joseph Eberth, que foi o primeiro a descrever a doenga em 1880. Abactéria se multiplica no tecido linfético e entra na corrente sanguinea. O periodo de incubagioé 19 20 colecdoenem 3 vestibulares: de uma a trés semanas, quando aparecem os primeiros sintomas, como febre prolongada, hemorragia nasal, inflamacao intestinal, fadiga, dor de cabega e aumento do volume do figado e do baco, além do aparecimento de manchas rosadas na pele da regio do tronco. £ exclusiva dos seres humanos, podendo levar até ao ébito em 25% dos casos niio tratados. 3. Doenga de Chagas Seu agente etiologico é protozoario flagelado Trypanosoma cruzi, nome dado por seu descobridor, o cientista Carlos Chagas, em home- nagem ao também cientista Oswaldo Cruz £ transmitida ao ser humano pelas fezes deixadas no lugar da picada do inseto conhecido popularmente como barbeiro, que se ali- menta de sangue contaminado de animais vertebrados como bovi- nos € pequenos roedores. Também pode ser transmitida por trans- fuséo de sangue, por transplante de érgdo e na vida intrauterina, quando a mie contaminada transmite a doenca ao feto. periodo de incubacao é varidvel. A forma aguda da doenca re- presenta uma infeccdo generalizada e as lesdes podem estar pre- sentes nfo s6 no miocérdio (miisculo cardfaco), como também no sistema nervoso central (ineningencefalite), no figado, no baco, nas paredes intestinais e no es6fago. ‘Nos tiltimos anos, houve registros no Brasil de transmissio da doen- a pela ingestdo de suco de acai e de caldo de cana contaminados pelo protozoario e processados artesanalmente. 4. Hepatite A Doenga contagiosa do figado, é causada pelo virus da hepatite A (HAV). A transmissio é fecal-oral por ingestao de Agua e alimentos contaminados ou diretamente de uma pessoa para outra. Alguém in- fectado pode transmi ir a hepatite A mesmo no apresentando sin- tomas visiveis. O ser humano é o tinico hospedeiro natural do virus. Dores musculares, febre alta e coloragéo amarelada da mucosa e da pele (ictericia) séo os sintomas mais comuns da doenca. Casos fatais de hepatite A fulminante sao escassos. CIENCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS _Blologia RN 5. Poliomielite £ uma moléstia infecciosa sistémica aguda causada por um dos menores virus, o poliovirus. Os sintomas iniciais podem assemelhar- -se aos do resfriado comum, com febre e dor de cabeca. Outros sin- tomas incluem vémitos, rigidez da nuca e das costas, sensibilidade ¢ paralisia. A infeccao é transmitida pelos virus presentes nas secrecdes na- sais e orofaringeas, bem como nas fezes dos casos agudos ou assinto- mticos. Os virus excretados nas fezes podem contaminar alimentos ¢ dgua e ser veiculados por moscas. Sua penetraco no organismo pode se efetuar por via tanto respiratéria como digestéria. 0 controle da poliomielite depende do isolamento dos pacientes e da desinfec- do das excrecdes. A multiplicagao inicial do poliovirus ocorre pela garganta e intestinos, penetrando no organismo. Em seguida, disse- mina-se pela corrente sanguinea e, ento, infecta o sistema nervoso, onde sua multiplicacao pode ocasionar a destruigéo dos neurénios motores, 0 que resulta em paralisia flacida. 6. Leptospirose £ uma doenca infecciosa causada por uma espiroqueta (bactéria em forma de saca-rolha) pertencente ao género leptospira. Ratos, camundongos, ces e outros animais sao reservatorios naturais das bactérias e podem ser portadores assintométicos, eliminando-as pela urina. A infeccéio se dé pelo manuseio de objetos contamina- dos ou pelo contato direto da pele com Agua infectada pela urina desses animais, como ocorre nas enchentes. Os principais sintomas sao febre alta, dor de cabeca aguda, ca- lafrios, dores musculares e articulares, vémitos, ictericia, dor abdominal, diarreia. Os quadros mais graves apresentam faléncia renal e hepatica, meningite e deficiéncia respiratéria. Em casos agudos, a doenga pode até levar & morte. colecdoenem vestibulares 7. Toxoplasmose Causada pelo protozoario Toxoplasma gondii, facilmente encontra- do na natureza, sua transmissdo se dé de trés modos: * de forma congénita, da mae para o feto; * por ingestio de cames cruas ou malpassadas, principalmente de porco e de carneiro; ‘por ingestio de cistos eliminados com as fezes de gatos que so infectados ao comerem roedores e passarinhos contaminados. © quadro clinico se distingue de pessoa para pessoa, variando de quase nenhum sintoma até o risco de morte. 8. Verminoses Sio infeccées intestinais causadas por vermes e protozoarios que habitam o organismo do hospedeiro. A contaminagio se dé pela in- gestio de égua ou alimentos contaminados e também pela pele. As principais verminoses sdo: 8.1. Ascal £ causada pelo verme Ascaris lumbricoides, também conhecido po- pularmente como “lombriga” ou “bicha”. ‘Uma s6 fémea pode eliminar, junto com as fezes da pessoa parasita- da, cerca de 200 mil ovos por dia. Os ovos podem ficar no ambiente du- rante longo tempo e ser ingeridos com gua ou alimento. Quando passa do estagio larval rabditoide para o filarioide, vai do intestino para o san- gue, figado, coracio, pulmées (onde o verme torna-se adulto), traqueia e énovamente deglutido, instalando-se no intestino. © Ascaris nao é hemat6fago; entretanto, pode ocorrer de ele lesar a mucosa intestinal e provocar ligeiras hemorragias, eventualmente absorvendo pequena quantidade de sangue. ‘A migragéo pulmonar do parasita determina fenémenos de cordem inflamatéria (lesdes no tecido pulmonar), podendo chegar ao quadro de pneumonia milltipla 22 8.2. Teniase A teniase ou solitéria é uma infeccdo intestinal causada pe- los parasitos Taenia solium (porco) e Taenia saginata (boi), que so as duas espécies mais conhecidas. Geralmente a infecgio se dé por apenas um verme, advindo daf seu nome popular. © ser humano é o hospedeiro definitivo das duas espécies de t8nia, enquanto bovinos e suinos séio hospedeiros intermediarios. Adquire-se a doenca com a ingestao da carne crua ou malpassada desses animais. © verme adulto produz proglotes (angis) maduras e gravidas com ovos, que se desprendem e sao eliminadas pelas fezes. A tenjase intestinal é normalmente assintomética, mas algumas pessoas apresentam nduseas, vomitos, dores abdominais, perda de peso, cansago e alteracdes de apetite 8.3. Cisticercose Enquanto a tenfase é causada pelo verme adulto, a cisti cercose ocorre pela ingestio de gua e alimentos contami nados com os ovos da Taenia solium. Quando estes eclodem, as larvas podem sair do intestino pela corrente sangufnea e se instalar em érgaos como olhos, coragao, pulmao e cérebro, ocasionando desde dores de cabeca até convulsées e ceguei- ra, Se no for tratada, pode comprometer os érgios vitais ¢ levar até A morte 8.4, Esquistossomose Também conhecida por barriga-d’agua, é uma doenga causada pelo parasito Schistosoma mansoni. A infeccdo ocorre quando a pele en- tra em contato com gua contaminada onde vivem alguns tipos de molusco, hospedeiros do verme. A penetrago das larvas cercérias na pele pode provocar derma- tites passageiras ou sensibilizar o organismo, determinando crises de urticéria, bem como, em seu trajeto, lesar o pulmao, originando 23 colepdoenem:: vestibulares bronquite ou pneumonia. Os vermes adultos, quando morrem, pro- vocam flebite ou obstrugao de pequenos vasos, causando lesdes no figado, intestino, pulmao e baco. 9. Dengue, febre amarela e mala! Essas doencas nao sao transmitidas diretamente pela 4gua, mas pelo mosquito Aedes aegypti (no caso da dengue e da febre amarela) e pelo Anopheles (malaria), que se reproduzem em agua parada, 9.1. Dengue A dengue é causada por virus transmitidos pela fémea do mosquito Aedes aegypti. A fémea coloca os ovos em agua limpa, acumulada em ‘vasos de plantas, caixas-d’égua sem tampa, pneus e garrafas vazias. Os ovos ficam aderidos & superficie da agua até se transformarem em larvas e, posteriormente, em mosquitos com capacidade de voar. Quando pica uma pessoa (ou macaco), a fémea do mosquito pode tanto adquirir o virus (se a pessoa ou macaco estiverem contamina- dos), como transi lo, se jé estiver infectada. Os sintomas da dengue séo muito variéveis, pois dependem do tipo de virus, de fatores genéticos, da existéncia ou nao de exposicao prévia a um dos virus causadores da doenga, entre outros. Pode ser assintomatica, causar febre leve ou, em menos de 1% dos pacientes, desencadear situagées graves, com risco de morte. A forma mais eficaz de combater essa doenga é eliminar os fo- cos de reproducéo do mosquito, isto é evitar o actimulo de agua em pneus, vasos, caixas abertas, garrafas vazias etc. 9.2. Febre amarela A febre amarela ja fez milhares de vitimas no pas- sado e hoje ainda causa mortes na América e na Afri- ca. Esté praticamente restrita ao ambiente rural e, portanto, a cidades e povoados de grandes extensdes 24 — —— CIENCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS Biologia hr rurais, Contudo, além da febre amarela silvestre, existe a urbana - esta transmitida pelo Aedes aegypti, que se reproduz em gua. A febre amarela urbana pode se propagar quando uma pessoa in- fectada introduz o virus numa érea urbana onde ha o Aedes aegypti. 0 mosquito contaminado e passa a espalhar o virus através da picada. Introduzido na corrente sanguinea, o virus rapidamente se instala no figado, baco, rins, coragio, pulmées e até na medula éssea. Hé como prevenir a doenca por vacina, mas para combaté-la é preciso erradicar o mosquito transmissor. 9.3. Malaria £ causada pelo protozoério Plasmodium e transmitida pela picada da fémea do mos- quito Anopheles, que também se reproduz em Agua. Os plasmédios, ao entrarem na corrente sanguinea humana pro- venientes das glindulas salivares do mosquito, invadem as células do figado e se reproduzem assexuadamente, fase que leva de 6 a 15 dias apés a infec- fo inicial. Do figado saem formas infectantes, chamadas merozoitos, que invadem as hemécias e se reproduzem, liberando, a cada 480u72 | horas, novos plasmédios, que repetem esse ciclo provocando picos de febre na pessoa infectada, devido a liberacio de toxinas e ao rompi- mento das hemacias. Em geral, apés cinco ciclos, os novos plasmédios deixam de inva- dir as hemécias e passam a formas gamé icas que, se forem sugadas por outras fémeas do mosquito Anopheles, irdo terminar a reprodu- Gao sexual no interior do mosquito. Nao ha vacinacdo para a maléria; logo, a providéncia para néo contrair a doenca é evitar a picada dos mosquitos, utilizando telas nas portas e janelas e mosquiteiros nas camas, repelentes e roupas de mangas compridas, entre outros. Evitar 0 aciimulo de agua parada em vasos de plantas, pneus ve- Thos, garrafas e latas vazias constitui uma forma importante tam- bém no combate a essa doenca. 26 colecdoenem « vestibulares ‘Veja como o tema relativo & agua aparece no Enem. |Enem 1999] A construcao de orandes projetos hidroelétricos também deve ser analisada do pponto de vista do regime das aguas e de seu ciclo na regio. Em relagSo ao ciclo da gua, pode-se argumentar que a construcgo de grandes represas: 2) nBo-causa impactos na tegido, uma vez que a quantidade total de gua da Terra permanece constante, 1do causa impactos na regido, uma vez que a dgua que alimenta a represa pros- segue depois rio abaixo com a mesma vazao e velocidade. ©) aumenta a velocidade dos rios, celerando o ciclo da 4gua na regido. <) aumenta a evaporacao na regido da represa, acompanhada também por um au- mento local da umidade relativa do ar. b) 2) diminui a quantidade de &qua disponivel pare a realizagio do ciclo da agua, ‘Ainstalacao de uma represa alaga uma grande étea e, consequentemente, 0 ac mul de agua na superficie anteriormente seca possibilita o aumento da evapora¢so eleva a umidade relativa do ar naquela regio. Portanto, aalternativa correta éa’d” Repare que, embora a questdo néo solicte di- retamente conhecimento sobre os impactos socio- ambientals decorrentes de um projeto hidrelétrico, para responder corretamente & necessério saber ‘que 0 represamento das Sguas de um rio acarreta profundos impactos ambientals numa regio (0 {que elimina as alternativas a" eb"), altera o fluxo desse rio a jusante da represa, isto é, abaixo dela, mas isso no implica aumentar a velocidade do rio «endo interfere na quantidade de égua disponivel para a realizagio do ciclo da Sgua (0 que elimina as letras‘c"e“e", pois a agua represada continua parti- ‘pando do ciclo da agua |Enem 2000 | Anda hoje, € muito comum as pessoas utiizarem vasilhames de barto (moringas ‘ou potes de ceramica no esmaltada) para conservar &gua a uma temperatura me- nor do que a do ambiente. Isso ocorte porque: a) © batro isola @ agua do ambiente, mantendo-a sempre a uma temperatura me- nor que a dele, como se fosse isopor. CIENCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS Biologia ee ) © barro tem poder de ‘gelar”a dqua pela sua composicSo quimica, Na reagao, gua perde calor <)_obarto é poroso, permitindo que a Squa passe através dele, Parte dessa Agua eva- ora, tomando calor da moringa e do restante da dqua, que séo assim resfiadas. 4) obarro é poroso, permitindo que a agua se deposite na parte de fora da moringa ‘Agua de fora sempre estd a uma temperatura maior que a de dentro. ©) a moringa é uma espécie de geladera natural, iberando substancias higroscépi- cas que diminuem naturalmente a temperatura da gua, ‘A moringa de barro é porosa, o que possibilita que a Agua de seu interior extravase e fique exposta a0 ambiente externo. £ por isso que uma moringa, um filtro. ou mesmo um vaso de barro, quando cheios de gua, ficam molhados € mais escuros do lado de fora. A gua que passa pelos poros do barro evapora e, nessa mudanga de estado, retira parte do calor da moringa e da agua, que ficam mais frias. Portanto, a correta é a alternativa’c’ | Enem 1999 | Segundo 0 poeta Carlos Drummond de Andrade, a“Sgua um projeto de viver’ Nada meiscorreto,se levers em conta que toda égua com que convivernos carrega, além do puro e simples H,0, muitas outras substéncias nela dissolidas ou em suspen- so. Assim, 0 ciclo da agua, além da propria Squa, também promove o transporte e a recistribuicdo de um grande conjunto de substancias relacionadas & dindmica da vida, No ciclo da agua, a evaporacéo é um proceso muito especial, jé que apenas moléculas de H,0 passam para o estado gasoso, Desse ponto de vista, uma des con- sequéncias da evaporagdo pode ser: a)_a formacéo da chuva écida, em regides poluidas,a partir de quantidades muito pequenas de sulbstncias dcidas evaporedas juntamente com a égua, b) a perda de sais minerais,no solo, que s80 evaporados juntamente com a agua, ©. @ aumento, nos campos irigados, da concentragéo de sais minerais na dgua pre- sente no solo, @) @ perda, nas plantas, de substancias indispenséveis & manutencao da vida vege- tal, por meio da respiragao. ©) adiminuicao, nos oceanos, da salinidade das camadas de Aqua mais préximas {da superficie ‘Como informa 0 enunciado, embora a égua contenha outras substancias, apenas as moléculas de H,O evaporam, passando para o estado gasoso. Com isso, a concentracéo dos sais minerals presentes na agua contida no solo au- ‘menta, ja que esses sais no evaporam com as moléculas de H,0. Assim, & cor- reta a alternativa‘c’ 28 | Enem 2008 | COs ingredientes que compdem uma goticula de nuvem so 0 vapor de gua e um riicleo de condensagéo de nuvens (NCN). Em tomo desse nticleo, que consiste em uma mmindiscula particula em suspenséo no ar, 0 vapor de agua se condensa, formando uma oticula microscépica, que, devido a uma série de processosfisicos, cresce até precipi- tarse como chuva. Na loresta Amazénica, principal fonte natural de NCN é a prépria ‘vegetagéo. As chuvas de nuvens baixas, na estagSo chuvosa, devolvern os NCNs, aeros- scis, 8 superficie, praticamente no mesmo lugar em que foram gerados pela fioresta. AS ‘nuvens altas s80 carregadas por ventos ras intensos, de altitude, viajam centenas de quildmetios de seu local de origem, exportando as partculas contidas no interior das, gotas de chuva. Na Ammaztnia,cuja taxa de precipitagéo é uma das maisaltas do mundo, ciclo de evaporacéo e preciptacéo natural éatamente eficiente. ‘Coma chegada, em laroaescal, dos seres humanos 8 Amazbnia, a longo dos iltimos 30 anos, parte dos ciclos natures estésendo alterada, As emissbes de poluentes atmosté- ricos pelas queimades,na época da seca, modticar as caracteristcas fsicas e quimicas da atrmosfera aman6nica, provocando 0 seu aquecimento, com modificacéo do perfil natural da variagdo da teriperatura com a ature, o que toma mais dif a formagio de nuvens. Paulo Artaxo etal. © mecanismo dalresta para fazer chover, In: Scenic American Basi, ano 1,111, abr /2003,p. 38-45 com adaptagbes Na Amazénia,o ciclo hidrolégico depende fundamentalmente: a) da produgdo de CO, oriundo da respiragdo das drvores. ) da evaporacio, da transpiracao e da lbera¢ao de aerossois que atuam como NCN. ©) das queimadas, que produzem goticulas microscopicas de Agua, as quais cres- ccem até se precipitarem como chuva 4) das nuvens de maior altitude, que trazem para afloresta NCNs produzidos a cen- tenas de quilémetros de seu local de origem. ©) da intervengo humana, mediante aces que modificam as caracteristicas fisicas e quimicas da atmosfera da regio, Veja que 0 texto que introduz a questéo informa que as goticulas de nuvem so formadas pelo vapor de gua e por nticleos de condensacéo de nuvens (NCNs). Na regio amazénica, assim como nas demais regides de florestas equa- torias, a propria vegetacao é a principal fonte de NCNs. Eas chuvas de nuvens baixas, na estago chuvosa, devolvem os NCNs, ae- rosséis, & superficie, praticamente no mesmo lugar em que foram gerados pela floresta’ Iso indica claramente que o ciclo hidrolégico amazénico depende da evaporaco, da transpiragdo e da liberacao de aeross6is que atuam como NCNS, ois, uma vez ali formados, estes retornam ao mesmo ambiente por meio das precipitagoes. Portanto, aalternativa correta éa letra “b’, CIENCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS Biologia eee | Enem 2001 | ‘A agao humana tem provocado algumas alteragbes quantitativas e qualitativas da égua: |. Contaminacéo de lengbis freaticos. Il. Diminuigéo da umidade do solo. IIL Enchentes e inundagoes, Pode-se afirmar que as principals ages humanas associadas as alteracées I, He 580, respectivamente, a}_uso de fertilizantes e aterros sanitérios/lancamento de gases poluentes/canaliza- 80 de cérregos erios, by lancamento de gases poluentes/langamento delixo nas ruas/construcéo de ater- 10s sanitérios. ©) uso de fertlizantes e ateros sanitérios/desmatamento/impermeabilizacso do solo urbano, 4d) Tangamento de lixo nas ruas/uso de fertilzantes/construgao de atertos sanitérios. ©) construcéo de barragens/uso de fertizantes/construcéo de aterros sanitatios © fertilizantes sao fontes de poluicSo, podendo contaminar tanto 0 solo (in- filtrago), quanto a Agua (eutroficacao), Os aterros, quando néo projetados adequadamente, intensificam a infiltrago de poluentes nos lengéis fresticos. A florestas so fundamentals por reterem a Agua da chuva por mais tempo, antes de esta atingit o solo. Com a retirada da mata, o solo fica exposto,faciltan- doa perda de umidade, a erosdo (desgaste) ea lixviacao, que éa remogéo de nu- trientes das camadas mais superficials, empobrecendo o solo. Com a falta de planejamento ade- ‘quado para 0 escoamento das Aguas das chuvas, j que a maior parte do solo & impermeabilizada (calgadas, asfalto, construgdes), as grandes cidades ficam ‘mais expostas a enchentes ¢ inundagées. Portanto, aresposta éa alternativa’e’ 29 Ecologia eee CIENCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS Biologia SnnnTaeeeera nr aeeeeneeeeeenn ee Importancia © termo “Ecologia”, ramo da biologia que estuda as relacées dos seres entre si e com o meio, passou a ser um tema bastante presente nas redes de informagio - revistas, jornais, rédio, TV, internet. Infeliz~ mente, quase sempre relacionado a desastres ecolégicos, como va- zamentos de lixo atémico, petréleo, esgoto, agrotoxico, entre tantas outras substdncias derivadas do extrativismo mineral ou da produ- ao industrial. crescimento demogréfico, a necessidade de produgéo de ali- mentos e bens duraveis e as novas ocupacées territoriais tém altera- do muito o clima e outras condicées do planeta Varias discussées acerca dessas alteragdes vém sendo realizadas, no intuito de encontrar solugdes para o desenvolvimento sustenté vel. O primeiro evento marcante dessa natureza, envolvendo diver- sas nac6es, ocorreu na Suécia em 1972. Em 1992, foi a vez da Confe- réncia das NagSes Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, ealizada entre 3 e 14 de junho na cidade do Rio de Janeiro e conheci da como Rio-92 ou Eco-92. Os participantes fizeram um balanco dos problemas existentes e também das agées ja postas em prética para enfrentar as alteragSes climéticas. Ao final, os representantes de 179 paises elaboraram um documento para orientar novas metas de ago, a Agenda 21. Desde a criagdo da Agenda 21, muitos debates se desenrola- ram, até chegar ao Protocolo de Kyoto (ou Quioto), em 1997, quando os pafses passaram a fazer um esforco comum para a diminuigao da queima de combustiveis fésseis (petréleo, carvao e gés natural), principal atividade de alteragéo do clima da Terra. Infelizmente, os pafses mais ricos ~ portanto, com maior demanda por energia - nao aderiram inicialmente a esse pro- pésito, eo debate esta sempre na mesa de discussio para chegar a novos acordos. colecdoenem vestibulares PE Isso mostra como o conhecimento das inter-relacdes entre os se- res ¢ seu meio é de fundamental importancia para a sobrevivéncia ea Ecologia que trata desses termos na Biologia. Niveis de organiza¢ao Um ser vivo é formado por unidades basicas denominadas Ato- ‘mos, como magnésio, cloro, carbono, enxofre, potdssio, s6dio, ferro, hidrogénio, entre outros. Essas unidades ligam-se entre si formando estruturas mais complexas, que sao as moléculas. ‘como os aminoscidos (20 [Atoms formam moléculas, [ 00H lado} ea glicos aba) | | oxiggnio® Clore Gt Envofte $ [Roe | NitrogenioN Potéssio NA eo HO— t iH on | ae os As moléculas, por sua vez, originam as organelas, como as mitocéndrias, o aparelho de Golgi, os reticulos, os cloroplas- tos, os centriolos, entre outros. {As organelas formam as células. Essas unidades se redinem para formar os diferentes tecidos que contém células semelhantes na forma e atuam na realizagdo de uma fungio especifica ou mais. Os tecidos podem se organizar formando os érgios, os quais, em conjunto, dao origem aos sistemas. Os diferentes sistemas originam, por fim, o organismo. £ necessério lembrar que nem todos os seres vivos possuem to- dos esses niveis de organizagdo: os unicelulares, por exemplo, como diz o proprio nome, s6 apresentam organizagio até a célula; e nem 32 CIENCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS Biologia SS todos os pluricelulares apresentam necessariamente tecidos organi- zados ~ hé excecSes como as esponjas e os fungos. Os organismos pertencentes a uma mesma espécie e que habi- tam 0 mesmo meio formam a populagdo. As diversas populacdes que habitam uma mesma regio, no mesmo intervalo de tempo, constituem a comunidade. A comunidade é também chamada de biota ou biocenose, quando é autossuficiente em producao de nutrientes para seus membros. Em um aquirio, por exemplo, é possivel observar uma comunidade, mas esta nao é autossuficiente - logo, nao forma uma biocenose. A comunidade constitui 0 fator biético, pois é formada apenas pelos seres vivos. Cada comunidade se relaciona com o meio em que vive, ou seja, com os fatores abisticos (luz, agua, ventos, relevo, sais), ou com o biétopo. Outros conceitos fundamentais Com base nas definicdes de Purves e colaboradores (PURVES, William K. et al. Vida: a ciéncia da vida. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. v.2, p. 8), outros conceitos fundamentais na ecologia sao: * Bistopo: é o ambiente onde vive a comunidade, denominada bio- cenose, que pode ser de varias espécies, Um exemplo bastante conhecido é o do habitat das piranhas, que é a Agua doce, como a do rio Amazonas. Logo, o biétopo desse rio é onde vivemn todas as suas populagées de organismos vivos, como a de piranhas. ‘* Habitat: é 0 local onde vive uma espécie (organismos), ou seja, é onde essa espécie “mora”, o que também se denomina de seu “endereco” na comunidade. Esse conjunto - condicdes ambientais e vida de organismos - forma o ecossistema. * Nicho ecolégico: sao as fungées ¢ atividades, ou “profissao” e “ta- refas", de um organismo no ecossistema, no seu habitat. Refere-se principalmente as relacdes com outras espécies no que diz respeito a cadeia alimentar. Por exemplo, os sapos que vivem proximos a rios e lagoas ~ seu habitat - ficam sob as folhas das plantas durante colecdoenem vestibulares ee RRSP o dia para se protegerem do Sol ou dos predadores. Ao final do dia, saem de seus esconderijos e passam a procurar ativamente seus alimentos, como insetos e larvas, mas podendo também sofrer a agio de predadores, como cobras e aves - processos que dizem res- peito a atividades realizadas pelos sapos, isto é, seu nicho ecolégico. © ecossistema também é influenciado por fatores fisicos, como temperatura, luminosidade e ventos, e por fatores quimicos ~ os di- ‘versos componentes quimicos presentes na 4gua e no solo. Esses fa- icos do ecossistema. O clima, por sua vez, é constituido pela agao combinada de lu- tores sao conhecidos como componentes abi minosidade, temperatura, presso, ventos, umidade e regime de chuvas. Um dos principais fatores que determinam o clima é a radiaco solar, Além das radiagSes visiveis (luz) utilizadas pelos seres autétrofos na fotossintese, a irradiacao nao visivel da luz do Sol, que é a radiacao ultravioleta, origina os raios infravermelhos, responsaveis pelo aquecimento da atmosfera e do solo, tormando as temperaturas na superficie terrestre favordveis a vida. A temperatura ambiental interfere em outros fatores climati- cos e a principal condicao ecolégica para distribuicao dos se- res vivos na Terra. Locais com climas extremos (muito quentes ou muito frios) somente podem ser habitados por espécies altamente adaptadas a essas condicées. Componentes bidticos de um ecossistema Os componentes bidticos ou biocenose (biota) de um ecossistema podem ser divididos em seres autétrofos e heterdtrofos. Veja a seguir: 1. Seres autétrofos ‘Transformam substncias inorgénicas (como gis carbénico e 4gua) em substncias organicas (glicose), produzindo assim 0 proprio ali- mento. Para isso, consomem energia como a luz (fotossintese) ou de CIENCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS Biologia eee outra reago quimica (quimiossintese). A maioria dos seres autétrofos (Principalmente plantas, algas e também certas bactérias) realiza 0 processo de fotossintese utilizando como fonte a energia luminosa do Sol. Esses seres so chamados de produtores na cadeia alimentar. 2. Seres heterdtrofos ‘Nao produzem o préprio alimento por meio de substancias inor- | ginicas. Sao seres que dependem dos seres autétrofos. Animais, | fungos, protozoarios e grande parte das bactérias sao seres heteré. trofos e devem obter substincias organicas (alimentos) de outros seres vivos. Os heterétrofos formam o grupo dos consumidores na cadeia alimentar. Quando depende diretamente de um produtor, o consu- midor 6 chamado de herbivoro ou consumidor primario, que ser- viré de alimento para um carnivoro ou consumidor secundario, ¢ assim sucessivamente, Muitos seres heterdtrofos alimentam-se de plantas e de outros animais - dai serem chamados de onivoros, como o ser humano. ‘Sanguessugas e certos mosquitos alimentam-se de sangue e, por isso, so chamados de hematéfagos. Entre os consumidores mais importantes esto os decomposito- res, seres saprévoros (alimentam-se de matéria morta), representa- dos pela maioria dos fungos e das bactérias. Ao atuarem sobre a matéria orgénica morta de consumidores e produtores, devol- vem para o meio os nutrientes que podem ser absorvidos di- retamente pelos produtores (plantas e algas) e, dessa for- ma, participam do ciclo dos elementos quimicos. O desenvolvimento de uma comunidade de detritivoros (que se nutrem de detritos, como minhocas e caracéis) e de decompositores re- sulta do actimulo de residuos orgnicos ~ que, por sua vez, sao formados de folhas, galhos, raizes e restos animais. A aco desses organismos leva & formago de himus, = = 35 colepdoenems vestibulares seen RT um composto escuro, de odor tipico, cuja principal caracteristica é a riqueza em nutrientes minerais liberados pela atividade decomposi- tora de bactérias e fungos e pelas fezes da minhoca. A cadeia alimentar é uma sequéncia linear e légica de seres vi- ‘vos, em que um serve de alimento para o outro, Fala-se em teia ali- mentar se houver um conjunto das varias cadeias alimentares de um ecossistema, quaternérios Tonsa pinta) secundérios (cobra) — DERE ietitiasssm. CIENCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS Biologia seen Uma cadeia alimentar completa (veja na ilustracdo abaixo) apre- senta trés categorias de organismos, que formam seus niveis tr6fi- cos, ou seja, de nutrico: o nivel dos produtores, 0 nivel dos consu- midores e o nivel dos decompositores. ‘Ao morrerem, tanto os produtores como os consumidores servem. de alimento a certos fungos e bactérias (os decompositores), que de- | compéem a matéria orginica dos “cadaveres” para obter energia. Em geral, nas cadeias alimentares, a energia inicial parte do Sol, que € capturada pelos seres autétrofos (plantas e algas) por meio da fotossintese. ! ‘Ao serem ingeridos pelos consumidores (em geral, animais), os produtores fornecem matéria ¢ energia quimica para sustentacdo da cadeia. Porém, a quantidade de energia que passa de um nivel trofi- co (nivel de energia) para outro é sempre menor, uma vez que parte dela é utilizada pelo proprio produtor ou consumidor para seus pro- cessos vitais (crescimento, respiracio, defesa, reproducéo, transpor- te ativo), sobrando sempre uma quantidade menor de energia para o nivel tréfico seguinte. O fluxo da energia é, entéo, unidirecional: produtores + consumidores + decompositores ©) Ciclos da matéria oo CIENCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS Biologia Ciclos do carbono e oxigénio Esses ciclos se inter-relacionam por estarem ligados por meio da fotossintese e da respiraco. O carbono se apresenta nas moléculas de CO, (diéxido de carbono, ou gas carbénico, formado por dois dto- mos de oxigénio e um de carbono) encontradas na 4gua ena atmos- fera, Ele é absorvido durante a fotossintese pelos produtores para a elaboracao da matéria organica, na qual seré armazenada a energia quimica que seré transferida de um nivel tréfico para outro nas ca- deias alimentares. Os consumidores, ao se nutrirem dessa matéria orgénica, iréo digeri-la com o auxilio de enzimas especificas, para retirar a energia necesséria As suas atividades metabélicas. © carbono retorna ao meio fisico na forma de CO, por meio da respiracdo dos produtores, dos consumidores e dos decompositores. Aqueima de carvio, de petréleo e seus derivados e de lenha também promove a liberacio de CO, para a atmosfera. A matéria orgénica nao absorvida pelas células é eliminada como fezes e, com a matéria orginica morta, seré decomposta e reciclada pela aco dos decompositores. 39 40 colecgoenem vestibulares Observe 0 esquema abaixo: Ciclo do carbono cerrer parece) ery Geers feo) Em sintese, o carbono sai da matéria orginica de tés formas e volta a fazer parte do ambiente abistico: © pelas oxidacdes que se processam durante a respiracdo celular; * pela putrefacdo (decomposigao) da matéria organica morta, pro- movida principalmente por bactérias e fungos sapréfitos, que tém enzimas capazes de realizar a reciclagem; * pela queima dos combustiveis orginicos, como lenha, carvao ¢ deri- vados do petréleo. Como as reagdes da fotossintese sdo mais intensas do que as da respiracdo, as plantas e principalmente as algas so produtoras de oxigénio (0,). Jé os demais seres vivos fornecem macigamente di- 6xido de carbono (CO,). Os dois processos mantém esses gases em equilibrio na atmosfera. Porém, o desmatamento, a destruicao dos mares, com morte do fitoplancton (alges microscépicas da superfi- cie) e a queima de combustiveis fésseis j4 produziram um aumento perceptivel do teor de diéxido de carbono na atmosfera. CIENCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS Biologia SRR A poluicéo atmosférica é a presenca de substincias estranhas no ar, resultantes da atividade humana (poluente qualitativ) ou de pro- cessos naturais (poluente quantitative), que liberam substncias em concentracées suficientes para interferir direta ou indiretamente na satide, seguranca e bem-estar dos seres vivos e do meio ambiente. ‘As queimadas de biomassa (qualquer material derivado de plantas ou animais), por exemplo, esto entre as fontes naturais de poluico do ar, bem como as erup¢ées vulcdnicas, que podem ser consideradas as mais antigas fontes de contaminaco do ar. A queima de combus- tiveis fosseis (indistrias, sideringicas, termoelétricas, automéveis) € grande fonte de emissio de gas carbénico, monéxido de carbono, dié- xido de enxofre (S0,) e didxido de nitrogénio (NO). Outros elementos quimicos produzidos industrialmente, como os compostos de CFC (clorofluorcarbono) - utilizados, por exemplo, nos refrigeradores -, também contribuem para a poluigio atmosférica, Apesar de ndo serem t6xicos, eles se transformam, com a aco da luz solar, em agentes quimicos que destroem a camada de ozénio que protege o planeta das radiacées nocivas & vida. Ciclo do oxigénio ©, atmosférico usado nna respiragéo Ox ec ert oS NX \\oxigénio da égua fiereitecny Caco, | ‘nos sediment ©, usadona es ‘oxidagio de minerai O efeito estufa ‘Trata-se de um dos mais importantes fatores de manutengéo da variabilidade de seres vivos na Terra. Os gases de efeito estufa (ou gases estufa) retém parte do calor irradiado pela superficie terrestre, ndo deixando que sua totalidade volte para a estratosfera, Esses gases ~ diéxido de carbono (CO,), me- tano (CH), éxidos de nitrogénio (NO,) - podem ser encontrados na- turalmente na Terra. Contudo, devido atividade humana, e apés a Revolucao Industrial, a queima de combustiveis fésseis levou a um aumento considerdvel de suas concentracées, principalmente do CO,, acarretando maior retenco de calor e intensificagio do efeito estufa. Como consequéncia, o excesso de calor gera intimeros problemas, como o derretimento das calotas polares e dos picos nevados, com elevacio dos niveis dos mares e rios e inundagées de éreas costeiras; a morte de animais sensiveis ao calor, como os anfibios, favorecendo a proliferagdo de pragas (mosquitos, por exemplo); e mudangas nos ciclos das chuvas. Oz6nio (0,) O ozénio é formado por uma série de reacdes aceleradas pela luz do Sol, os conhecidos raios ultravioleta (ou raios UV). Est presente na troposfera, a porcio da atmosfera em contato com a crosta terres- tre, e envolve, como precursores, éxidos de nitrogénio (NO,) e hidro- carbonetos, derivados das emissdes de gases por vefculos, indistrias, e usinas termoelétricas. Entre outras fontes de produgio de ozénio, esto as mAquinas fotocopiadoras e os purificadores de ar. © oz6nio formado naturalmente pela aco dos raios ultravioleta concentra-se acima da estratosfera, regidio mais alta da atmosfera localizada em média a 45 quilémetros da superficie da Terra. Nes- sas condigées, esse gés é de fundamental importéncia para os se- res vivos, pois retém a maior parte da radiagdo ultravioleta do Sol e protege a pele dos seres vivos de mutagées e, consequentemente, de cancer de pele, além de impedir o aumento da temperatura pela retengo dos raios UV. Dai a importancia de proteger essa camada CIENCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS Biologia SS nn de ozénio da destruicao provocada, entre outros, pelos gases CFC (clorofluorcarbono), utilizados em aerosséis e em outras atividades industriais. Nas tltimas décadas, como consequéncia da Agenda 21, os paises se comprometeram a banir da industria esse tipo de gas. Jé 0 oz6nio localizado nas partes mais baixas da atmosfera causa efeitos danosos aos seres vivos. Nos vegetais, diminui a capacidade fotossintética e acelera a respiracao, Dessa forma, eles ndo crescem endo acumulam reservas que podem gerar os gros indispensaveis @ alimentagéo, além da incalculavel perda de biodiversidade vegetal, com sua morte. Nos seres humanos e demais animais, por sua vez, 0 ozénio cau- sa certo desconforto respiratério, bem como irritagéo de mucosas, olhos e garganta Aerosséis Observe que a camada de ozénio vai aos poucos sendo destrufda pela agao dos CFCs, devido a agao humana, levando a maior incidén- cia de raios UV na Terra. colecdoenem « vestibulares eee RRR Mondoxido de carbono (CO) Proveniente da queima parcial dos combustiveis utilizados em automéveis, da queima de tabaco, do carvao utilizado nas churras- queiras e dos fogdes a gs, 0 CO é inodoro (nao tem cheiro) e apre- senta 240 vezes mais afinidade pela hemoglobina do que o oxigénio. Isso significa que uma pequena quantidade de monéxido de carbono pode saturar uma grande quantidade de moléculas de hemoglobina, formando a carboxiemoglobina, que provoca diminuigéo da capa- cidade do sangue de transportar oxigénio, o que pode resultar em morte celular por falta de oxigénio. © monéxido de carbono também aumenta o risco de mortali- dade relacionada a poluicao do ar. Segundo varios estudos, a con- centrac&o de CO variou de 8% a 18% em diversos tipos de doenga cardiaca e cardiopulmonar. Esse resultado aponta a importancia da adocao de medidas preventivas coletivas. Estudos também sugerem que, além do tabagismo, do sedenta- rismo e da obesidade, a poluicdo do ar é um importante fator de risco & satide a ser controlado. Os dtomos de oxigénio componentes da matéria orgénica sto também originados do CO, e incorporados pelos produtores durante a fotossintese. 0 oxigénio é indispensavel para a respiragio da maio- ria dos seres vivos. Sua volta ao ambiente fisico ocorre pela quebra das moléculas de égua absorvida durante a fotossintese. Ciclo do fésforo (PO;) Os compostos de fésforo so considerados elementos quimicos b- sicos, porque intervém em funcées vitais dos seres vivos. Na formacao molecular do DNA e do RNA, ¢ também do ATP (trifosfato de adeno- sina), 0 PO: é essencial. 0 fésforo é ainda utilizado pelas células para armazenar e transportar a energia na forma de fosfato de adenosina. Também serve como fon tampao (manutengao de pH constante), im- pedindo a acidificacao ou alcalinizagio do citoplasma. Como nutriente, o fésforo participa estruturalmente de molécu- las essenciais do metabolismo celular, dentre as quais se encontram 44 -

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