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ANTONIO COSTA COMPREENDER O CINEMA Traduco ‘ikon Moulin Louada stele Schvarzman Into Araujo 2.* Bigao {6 Teale do original taiane Saper vedere el cinema Copyright © 1985 by Gruppo Eitarale Fabbei Bompian), Sonzogno, Eta. 8:p A. Nilzo Projete Gifico da capa: Moema Cavatean Composigao:Artesile Lida Dineltos de edie em lingua portugues quirides por EDITORA GLOBO S.A ‘Av Januaré, 1185 ~05546:902 ~ Sao Paulo ~ SP ‘ww globoliveos.com.be SUMARIO. Prarie pista eoigko Paerkcio Pruneims rants. O QUE f 0 CINEMA? 1. Inerireigio, wisosirvo, LINGUAGeM 2. DIVERSAS FORMAS DE ABORDAR © CINEMA 2.1 Cinema e histéria 2.2 Estetica e semistcs 5. Pon UMA DIDATICA DA HMAGENL SEGUNDA PARTE, AS DIVERSAS FASES Bo CINEMA [AS ORIGENS: UM ENFOQUE HisTORICO (© cANeMA MuDo Saber ver (eescutar) 0 cinema mudo 2 Do cinematégrafo 20 cinema: nascimento ‘de uma linguagem 15 0 a 2 ~ 35 3 a 4 58 5 5 5 5 4 5 ‘A ascensio de Hellywood ‘A fase Gurea do cinems cémico (Cinema e vanguardas histricas 5.5.1 Foturiemo © Dada 5.5.2 Surrealismo 5.5.3 Expresionismo 5.5.4 As vanguardas resas CConvite ao cinema mudo italiano © CINEMA SoNORO DOs ANOS 50 408 50 (© advento do cinema sonora ‘A idade de ouro de Hollywood Os géneros eléssicos do cinema americano 16.3.1 Ponts de vista sobre os géneros 6.3.2 Tres exemplos: melodrama, noir € western © neorealim italiano © cinema soveRso “politic de autores" e algo de Bazin (© novo cinema dos anos 60, 1.2.1 A nouvelle vague 1.2.2 0 New American Cinema Group © as experiéncias underground 7.2.3 Mitos e ralidades do cinema direto 7.2.4 Tentativas de renovasio no Lie eurof~ 7.2.5 A situagio italiane DDerois 60 CINEMA MaDERNO (0s anos 70 80: »transigdo 8.1.1 New Hollywood: dot auteurs aos block busters 8.1.2 0 cinema novo slemio m n 75 76 7% nm us 19 2 Bs 12s ay 1 132 132 13 190 8.2.4 imagem eletroniea B21 Cinema e TV 8.2.2 Rumo 2 invogracio das wenologias das linguagens ‘TeRCEIRA PARTE, THCNICAS LINGUAGENS 3. Ust OLHAR SOME 0 SET: 0 PROCESSO DE non ueko 9.1 Como nasce um filme? Aprendamos com 8 ficha téenica 9.2.0 que é um diretor de cinema? 10. Do koreizo A MONTAGE 10.1 Como se esereve wm filme 10.2 0 plano 10.3 Os movimentos de clmera 10.4 A fotografia 10.5 Os efits especiis 10.6 A montagem 10.7 Néo s6 imagens 11. A cena € 0 Aron Bratiocrarts| BIMIOGRAFIA.OX eDIGRO MRASILEIRA {spice pos FiLMEs crranos 15 5 7 151 155 155 160 196 166 78 135 195 202 a2 2 229 229 2s 257 250 soi, OW ¥ PREFACIO DESTA EDICAO ‘Autor que vat dieto aos fatos, Antonio Costa abre 0 pre io deste toro lembrando que hoje 0 cinema t visto, sobre fm TV e video. A obserapdo, aparentemante dbvi, na verda Eom sintoma da itimidade do autor com o objeto de seu iro. Em todo 0 modo, novas geragdes de cinilos se formam mais através desses veiculos do que pela freqizncia ds salas de espe: ‘dewtos. Nao reper, aud, as vantagens € desvantagens impliitas @ cessas novas abordagans do cinema — Costa discorre com clareta { lucider sobre las. Como seu lire fot escrito, orginalment, para o letor allan, tentarel aponteralgumas earacersticas Préprias da difuado do cima no Bras ‘Na Europa — na Ttdia em particular — 0 video © a TV vie ram ocupar tm esparo orignalmente coberto pelas sas de ‘spetdeulos, cinematecas @ einelubes. No Bras, ao conraro, hovor veculos servem pars nos introdusir filmes que 36. passa ram em cinemas quando de Se langamento "As raaies sao veiadas: nossat cincmateeas sempre tateram com falta de recursos, 0 que as lvou a prvlegior a preservagao fos filmes braseiros (principio mais do que justo, fd que os Mdemats fies podem ser pereitamente guardades em seus paises 4e origem); 0 habito das grandes companhias de gueimarem, venderem ou repariarem as éapias existentes assim que expira © praco da eens (cico anos) limon consideravelmente Sela 9 acess das cinemateces ume série de filmes, sea a existéncia {sen movimento enecubiuico forte "Einbora nem tudo isto se tenha dado exatamente asim em sodas as épocas, 5a stuagdo em ger tem sido a responsével Dele inexstencia de wma verdadeira cultura cinematogafica no Bras, de ques auroncia de dicusroessstométios ¢ publigdee ‘especalizadas surge como conseqionieIigica. O fenomeno pode Ser visto por outro anguo: epenar ope momento localizades, @ tite brasira se preocupon em estudar 0 cinema como arte eet ‘compreender” esta forma de espeldculo « principio acesiel ¢ todos Essa elite muta conseguia comencer os comerclantes da necessidade de aprofundar 0 conhecimento de wha arte popular, Talves a unica a possblitar © leno acesso a pessoas tadicona. ‘mente marzinalzndas da frugio de bens aristicos ‘Meio por conta propria, de manera eutodidtiea, mas var dose da freqiencia Constante 2 salas, 0 piblica populer acabou ormando, também no Bras, um "gosto" razoaveimente saido, “apesar das condigoes adverss. partir dos anos 10, com « TV 22 consoldando como principal vlulo da epocs, a répide dese neragdo de wa ssterma exibidor arcaic, «9 cinema se tornado lem dello minoritrio (portato ecolhendo muta mais as diver S05 vanguardas), as condigoes se modifica o cinema popular {essencialmente 9 hellywoodiano) entra em parafuso, 0 publica dleverta das sales e, com 1350, 0 proprio gosto xperimonta wna ‘spucle de regres. ‘AS vanguardas, que em polses mais avancados surgiam como consegienela natural da historia do chimay agid #00 recebldas, ‘em geral, como acontecimento auicnom, frequentemente incom breensivel O investimento da TV no chuema e 0 surgimento do ideo ineuguraram wa nova era, ao mesmo tempo, nos peear ie ealpas curtas. O Brasil & um dos raros elses do milo em ‘que a bibliografio de cinema minguou com 0 tempo. Anuigos livros (de Padovkin a Rudolf Armin) munca foram reeaitados, lenquattottuls que apontevam para modernas foras passaram entrar com certafreaiencia «m circulao. 0 desequiibrio fntre 0 primarismo da aistribuigzo © fontes tsreas gue ipl cavam um conhecimento prévio — quando no sofsticado — do cinema, ¢ evidete, Idéias discutvels (ndo necessariamente ‘equivocas)tornarenese ronda corrente e logo se trensformarart fm ftiches sem maior significado para 0 conecimento, do 10 A associagdo desses fates — video, TV, wma cultura cine ratogrdica teipiete e com freqilencia superstciosa rare se fdmitr que um produto popular contenho, também, idea) © 2: lonizade (ode os preconcetos da gente ltrada em relapdo so ‘hema brastro) ~ ajuda a avalar a opotunidade da pubice fo de Compeccnder o cinema Mas eitd longe de expicer es virtudes deste livro, Costa ¢ sum autor dito, 0 que talvezdesposte a mutos, cos que apr ‘iam comecar pelo final. Didatico nao se confnde necessarta Imenie com escolar: a Timpidez do texto 0 autor soube junta, wor 18 volume, ciples sobre a operecan chnemalogrfice (teenies e inguagem, sus evolu esdica e hstricg, sua impor lincla para o estudo da historia as diversas terlas de que fem sido objeto. Clare parte, o autor tom a sensibiidade necesséria para passar do simples ao compleso,reazendo om termos de letra 2 préprio pereurso da arte cinematogaficn Nao fe para se Spend mum "pasado dourado” om detrimento da arte de hoje ‘ao conrava,o casscisma ¢ visio aqui como base para 4 com (que o espectador, ao ver umm filme atua,compreanda gue tipo de ‘Eciogo exeetrabtho eniretém com outros para além da histo {limes contemporancos de Godard, por exemple) s0 estilhacane com tanta factidade, dando priordade ao narrar & ndo ao nar ‘ado: por que outros autores tae importantes como 05 da outra categoria € gualmente contemporancos, privlegiam 0 narrado {30 ato de narrar (Erie Rohmer & 0 moihor exemple, no cas, Porgue fax filmes teorze ‘A passagem do classco (que supde a imaginagio tratando «parr de tm tio sistema marrativo) a0 moderne fonde cada luior estabelece seus proprios pordmctos) nao tem sido wa “ificdade 3 pore 0 ehamado “espectador comin” (como se Ihowvesse os "inomuns..") Trabalhar um conjunto (0 fares digamos) ¢ tarefatnfinitamente mats fet! do que 52 dedrucar Sobre o "caso a caso" da modemidade. Mutas vezes quem escre te sobre cinoma também se embetuca —e, neste cas, prudeca (alguna generordade nao face mal a ningum, inclusive & Feputapao de quem escreve. A passagem do cinema de arte ‘mua (isto 6 que Se tmventava) a tm exercilo que pressupse lume cultura cinemaiogrifica previa, um didlogo com 0 passado, 1 costura de wma rede feta de aprosimagées ¢ dstenclamentos u com esse passado, acaba por igualar o cinema as partes ent ‘ay, som gue por iso perc sua coratetstics de fonomeno po. ular Mas exige, de quem pretende sistematcar sua paitio, (ome trabtho suplementar lirabatho @ modo de dice 50 no friste para 0 apatsonade) de acompanhamento sstemdtico no 58-dosftmes como do que se die a partir dees Tmo que esta inrodurto pareva excessvamentelaudatora. do mesmo teripo ndo sei como eseapar disso. Nao concordo, ¢ tvidente, com todas as linhar esrtar por Coste Aereito que fe airbus cxcensiva iportincia 2 abordepem semioica do ‘inemat(e notavet a itervengao de Rohmer logo apis ler amt fompieado texo de Pasolini, quando wm redator dos Cabies ds Cinema the pergurtou “o que acha disso”. Sua resposa: "O que sme impressiona que Pasolini tenha esses idias ¢ continae fazer ftmes".Contudo, sou obvigado a volar logo as virtudes do livre, pots, mesmo quando ¢ possvel dscordar de Costa, 0 Tetor 2 v6 confronado om a mancira elegant, informative e manes "No mals, 0 ietor podoré sentir falta de wns abordagem do cinema raster. A limitapao & faa, jd que Costa esereve na Utalia para 0 pico italiano, Nesse caso trremediave,feremos de procurar outra fost, desde que concordemos com a ida — meu ver cada dia mais cssencal ~ de Pasdo. Emilio Sales Gomes de que 6 podemor ter intimidade profanda com um cine. ‘ma’ produsido emt nosso pus, onde 05 esuttos abordados, por Serem palpdves, agen «propria narativa Nos aparecer mais lida 4 fgnordneta ou a recuse da cinematografia aqui prod ida impliea um necessério empobrecimento a visto gerd do ‘nema io importa quae sem av Hiitagdes dos mes, inde Dendentemente do cerder internacional do cinema or iltimo, no custa fazer oma meonpio 4 titulo. Lembro ‘que quando era pero adi por muito tempo a litura do indie. Bensavel Ouest ce que le cintma?, de Andre Bazin, por fudgar © home préprio dew loro de tncagdo © por parithar do horror hacional 43 obras de inrodugo (0 que, no mals, nao & 0 caso {oo de Bazin). Mais tarde, vim a compreender gue a pergunta {do ttlo.praticamente resumia’ a historia. do cinema. Nao hi ‘auzor nem filme gue se recom que ni langam essd questo: 0 {que Co cinema? Sem ela filme nao & nada ow d mera convengdo Alestnada a suprir 0 exfoque de novidades neessdtas sobre 12 ‘Asim também com Compreender 0 cinema. Talver mals do ‘que as outros artes, avez por ser uma experifncla nove ea ‘mesmo fonipo maduir, 0 eamego e o fim wo enema se encontram Inuito paxinas. A pergunta“o gue ¢ 0 cinema?” jrteexiet Dontos 9 ingemuo eo complexe — e 08 ordena (nao € impos Sel que se pudesse fazer wna historia dos titados de tivras sobre cinema ee rigucze que expresam. Assim, quando intl lim iva A arte do cinema, Arsheim extdlonge do esprto des Tivo de wm autor que da sou toro o nome de A arte da ite ‘ura, por exemplo: ros anos 30, Arnhim posinava, a partir do titulo estaruto de arte para 0 cinema). 1D sus mancire, Compreander e clsema une outros tantos ponts: indica iniiagao, 4a conta de 4m into didaico © a0 ‘memo tempo nos lemrbra de que em matéra de cinema somos Cbrigtoriamente inciaies: “compreendéio" equvale a "saber ‘elo uma tarcfa sempre inacabada, sempre renovada- Porgue, nando @ cinema no for mois capes de provocar supresa ‘Eputo, quando alguns filmes. nao levorem 2 perplesidade © spect, certamente alguma cose estan erada on com 9 ‘nema ow com 0 espectador. 3 PREFACIO Hoje 0 cinema € visto sobretudo na televisto. Isso significa ‘que se ve mal: imagens nascidas para serem vistas numa tela frande, numa sala escura, slo aprescntadas reduzidas, cortadss ‘as margens, aclerodas (25 fotopramas om vex de 24 por segundo) e oferecidas com grande abundincia e dispersio’ 20 ‘thar distraide do espectador de tlevisio, Por outro lado, iss significa que hoje se pode ver muito mais cinema do que no passado, © palimpsesto teleisivo de tums semana oferece ume amplitude de escolha entre filmes in teresantes muito mais vasta do que podem oferecer,hé eres de ‘quinze anos, os programas dos cinectubes de uma grande cided. E previsvel que o desenvolvimento teenoifico (televisto e alta detnigd, ‘elas de tclevisho panorimicas ullaplanss, Imtegragio das tcnologas ete.) logo possa melhorar a qualidade da imagem ‘A difusho de videos e 0 comécio ou aluguel dos filmes em casste (fendmeno em notévelexpansio também entte nos, ‘mas ainda nio na medida que sleangou em outros paises) corrgem algumes dstorges do consumo televisivo: 0 filme fem videoeasste pode ser visto vires veres, voltandose atrés © examinando, fotgrama por fotoprama se assim se desejar, 0 Segmente que nos inleresa;eafim, pade ser Visto como se Tem ‘os livros como, até hi pouco tempo, podiam fazer somente os specialists 15 oj, 0s ins, sem das habitanis (€iremuncives!) sesses insult coms, feegdentam oe centos sults vert Snover sos since em que reveem oe fies om video e, Jogo que podem, orgeizam sue propia videteca, Alem dso, sr videteas ot locdorns de vidos esto se expand pot toda a parte Talo iso. esté provocando uma pequenarevolusio camparivel Squela que te verficou no campo da mica com {iusto do dso, ou na intra strane Gor Tivos de ate som Teproduses em quatro sores, sos apocliptics se pode lembrat (que oe estos mess dreas nao foram eatasticon mais {Gee manca #0 fegientados cx concertos cas expongdes 2 Ese liv de inrodugio a0, clnems (a0 conkecimento de sua hina, de sous tcnics, de oun Knguagem) fol escrito para quem queira pasar Go vio diapers e cami. propeta Flos "palimposstos televisvos um nivel que, sem dover Shrigaoramente tomarse expeilzad, posible um conhe ‘Smento maior do fenémeno ¢ maior cepeldade de oertga0 Ove destin se também a profesor alos (de nivel rédiosuperion que, embors inde no ja una pene, tem 8 ‘necesidade de possuir um minimo de conhecimentos sobre IspecortGnicoligusticw do cinema para enrentar 9 dictn GO" de" um filme ou 0 tome dav clgdes entre uma. obra ite e ua verso sinemetogrific oy eevnivn, Meso no Sendo um menvelteenig, pode tombe ser ii como Tetra Suplementar nos mans 8 proJoges amadores Ou eclers ae fimes ow videos. Tinalinente, live se dtge, como texto. de orienta, para‘ estudante quo pretends feaientarsirsos university Weineme (je smplamentedifidos em mossy facades As Senlas humana ¢ qucea for uma Adie dos problemes © dos temas que poderd encontrar ‘A primeira pare, com carsierinttodutéio, colors slgumas questes Tundamentas em reasso 20 ato cinematogétco em Sv conjuntoe& linguogem fie em moos aroalayies« faz ‘me rena de algunas abordagens do cinema coresponden tes as vdriasmancres de responder a pergunia O que ‘Nsegunda parte, bastindose numa periodlzasio esquemé tice, examina as diverts ade do ium a ieronts ores ‘Sorimieas,tWenkas elingstsas. nao tendo como obo 16 presentar uma sntse da hiss do cinems, mas sim esi ite, priviegando lguns momentos © scm a pretenslo de set uso, © gona pela drcobera, pela compresneio dos Givers, iezaniames ‘Se comunieagio pelos varor proce tneote Goniestlindoos a A ep acmpanha sumer cae fondant proceso de produpio. de um filme e,patindo de algumas soy lemenarer df tfeicacinematogiia, dsemvlve © {ems das relate entre ni Hnguage, ‘AS tes. pares est exrleenteintegradas tte si Gocanive states de uma sre de emiasias etre oe vais parigrafon) , mesmo propondo sims mstodlogepreocupada Sm fazer vero einems lm dos ime eno interior dow fle, S"lmmpordincia ‘dos procedimentesseico-formais, forecem Tamsin um panoramn dos diferentes moos de sbordagem dot problemas tated. Neste sentido ut referencias biblogatice, “lsm de indiarem as fotes dat lagen, mules vezes serve amo sugetSes pe postriores possblidades de profunde: ‘nen, AGRADECIMENTOS. A ida da qual porn este lvo fi a de reir, segundo um chiro orinica, fevos « nots de paletassobe'o cinema Fellzadas nos tlimos anos em cursos de evalgagao pars profesoes esudantes em vis cidade. Utero Eo, 2 quem dijo mes primero aradccimeno, acolheu ¢encorajcu minhe ii, dandome sigestiespreicss "segundo com pacienteatngao 4 esruturago do lwo. ‘Oat spradeimento particular € pare Gian Piet Brunet tg Re iin wo energie por ey teebalho e com o qual ve tambam desta vex frequents trot aides, i anata 4 ofr & estuanies gue aim de minhas palestres ¢" que me. deram estnules para prossepui om iin de qos uma dddtica da imagem & & fase indapen Sivel e-preliminer para qualquer possvel dice ‘coms imagem. Govtara de recordar polo menos niguns dos respons ‘elo por Istsgaes ou ercolad que me penmiram fat estas xperiencissVitoro. Boar’ (Clnemate da prefeiturs de Bolonha, Omer Pignats, Febiio Grosol¢ Alestandra Cott favi" (Mena), Gianfranco” Gori (Rimin), Rober Eller 7 (Weneza), Luciano Giurola (Coppa), Marco della Nave {Ferma Feancosca Vassallo (Pordenone), Bruna Fomara (GIG Bergamo), Eleonare Bronson: (Regio Emilia). ‘Aradego por fim « Carmen de Bisa pela ajuda que me eu oa datiogsatia do too eee NOTA 5 tituls dos filmes ctados 10 texto soo do langamen to no Brasil; quando ese nio exis, usouse tule original no indice final dos filmes eltados, junto aos ttlos do lang: mento no Brasil, sdo apresentados também os originals. A data Junto. aos ttulos € 3° da edigio criginal, que- normalmente soinede, exceto. se hi indlcasdo conteiria, com a primeira presentago 20 public. ‘Quanto as referincas bibliogéficas no texto, o primero ‘nimero junto ao nome indica 0 ano da edigo orignal, © outa (ou os outros) a pagina (ou as péginss) da edigho de’ onde se retirou alto (normalimene, a ediggo italiane, quando exist). ‘No caso em gue um texto sea cittdo de uma colo ou amtologia posterior & primeira edigso, o nome do autor (ou do frganisadar) € precedido de It; com trad. Ir, remetese dite. mente 1 uma eJicio italiana (adowouse este criério para os fextosrustos ov em slgurs outs casos). 18 PRIMEIRA PARTE O QUE EO CINEMA? 1 INSTITUIGAO, DISPOSITIVO, LINGUAGEM Estamos no cinema, Estamos vendo Q ltime magnate (1976), de Elia Kazan, o filme extrado do romance péstumo 1940)" de. Scow Figgerald e ambientado em Hollywood, Estamos preses a aplaudi Robert De Niro, no papel do prod tor Monroe e Stuhr, acabou de conciir sma cone entsiasms: dora: aquela em que explica a um neurétco pelos métodos de trabalho no esto, © que €0 cine sma. Tratase de ume passagem antoligica, pela diveio, pelo imo e, néo menos importante, pela. filosofia do. cinema fenunciada por Siar ume cena que, como veremos neste capt {ulo, contém todos os princpais temas de que se ocupam (e $= ‘cuparam) muitos enstios do teoria do cinema ‘Apresentamos a transcrigdo doe dalsgor da versio italiana o filme num: No escrtéro tem uma larira que s¢ acende ‘om um fésfora? otsy Acho que sim Sohne: Imagine estar em sea escritério (...) Esta tmorto de cansado. Este ¢ 9 senhor. Hd uma mulher ‘a porta, Entre e nto o ve. Tra as twas. Abre a bolsa fa eevana em cima da mesa O senhor a olha. Este {£0 senhor. Agora. « mulher tem doit centavos fo foros e um miguel, Deis 0 miguel em cima da me, Volta por of doi centavos na bolse. Depo span 3s a1 lavas. Sao negras. Colocaas sobre a larera, Acende tim fsforo. Son o telefone- Levanta o fone. Bscua, Els di: "Nunca tive wm por de lavas negra na vid Deslga. Ajocthase perto da larcira, acende outro fos foro. De repeate o senor se da conta de ave hi tm ‘outro homer na sala. Ut homem que set observa ‘ada movimento que fara mulher, (Conga pause) Xie: O que acontece depois? ‘Stun: Ngo seit Ba estava so fazendo einem. Soxiey: O miguel pra que cra? Toner: (Voltada para ume colega de Bosley que assis Ted cota) Jenny, voce sabe pra que seria @ miguel? sexy: Servia pra fazer cinema toxin: Mas voot’me pags pra farer w qul? Nio enten, do exeas esting estan. ‘the: Entende sim, Sendo nao me teria perguntade respeito do mau © sidlogo da versio italiana repreduz aproximadamente 0 texto do romance de Fitgerald com algumas variantes sem impcrincia, menos uma: « pergunta de Boxley sobre a fungso do niguel: no texto de Fitzgerald ese esta resposta: “Ah sim ‘miguel servia para ir ao chwema”."& realmente ume pena, orgie esta sitima fal, se lvesse sido mantda, tele conlutdo Perfeltamome essa poquens’ lilo de_prética (e teoria) d© ‘Nessa breve cena, Stabr respondeu com extrema claeza de forma engragada lembremse de que logo depois de foneluida vemos vontade de aplaudit) 8. questo “o que é 0 finema?®, nso nos impedindo, no fim, deter um posto. de Vista diferente do dele: tanto ¢ assim que poderiamos pergun- srnos por que Slahr responde & queso exatamente daquela ‘Vamos parir do confronto entte 0 texto literéio © © fimico, Fitzgerald dé pouce informacio sobre mimiea, gestus Tidade ® movimentos de Stahr dirante este dislogo. No Tile De Niro faz mimica 0 tempo todo, movendose em viras dre- 80s. Durante'o didloge, que dura monos de tts minutos, mos 1A vero brace do filme fit 2 dilogo original de Fgead respeiado por En Kern. (N. 9 E 2 mais de quarenta mudancas de plano (com 0 uso de todas cu ‘quase todas ss vatlagdes de escala © de angulo.posivels num Smblente como aguele em que se deseavolve a cena) ‘Aguilo que no texte de Fitzgerald nos © veer, no filme de Kazan not € dado para sere sentir, mas atavés de um duplo Alisposivo de simolagdo (o do ator que recita © 0 mecanismo propriamente flmico que produz a lusio de realidad), ‘Nese fragmento, nosso papel de espetadores seduzidos pelo jopo da Figg € representado pelo rtcest, meio neuro fore obtusa (no noe ofendamos!)” Bosley se dea levar pelo Jove de sedugao de Stahr_ como nés pelo’ de De Niro. Boxley nos substitu: comporise como ns nos terlemos comportado; melhor ainda, como nos estamos comportando, fEnquanto “espectador modelo"; far aqulo que o peqveno ‘ispostiva de narragio encenado por Stahe prevé que cle fag, Mas também nos representa (no sentido em gue se-diz que tm sor representa uma personage): faz 0 papel de espectador, hum momenta da agdo em que csté para ser despedido © 10 ‘gual, "para sainse bem, deveriassumir um papel menos passvo. ‘Mas nfo bast: no final, quando Staht-De Niro. diz: “Esta 6 fazendo cinema” (endo, soponhamos, teatro), le diz s verdade em todos os setios. ‘De pequena ena natrada e_representada por cle (0 cine, inaenmens, nears represen) soa ‘divers assagens (em relacdo a0. seu_presumivel desenvoli- mento rel) reall2c, para usar iim temo mals preciso, algo mas lips, E ilo apenas ito, Deslocouse por Varies pontos fa salar ficou em’ pe, sentado, de costs ou de frente pra Boxly, ficou de cécoras. Obrigou Boxley # seguito com 0 bar, a foclizar a sengio nos dtalhes de seus geo soln ‘door do tonjunto de seu campo visual. Usou a convencio da rarragao,sabendo que Boxley enteaia logo no jogo. ‘Karan, por seu lado, nio ralizow apenas algums clips ‘em selagao'8presumivel duragdo real de conversa ente os dois (cube que pode Fazio, porque sabe que nés no podemas fear fora do ogo), mas fragmentou a reduzida cena (mais de 4 rentaplanos em menos de (res minutos) porgue sabe que stamos all prontor a identificarnos com aualquer_ ponto de Vista proposo por el; sabe que além de Bosley a cOmara est all-a representarnes (e nos representa). F, no caso de haver 2B “ifculdades, bastam alguns traques de montagem, cruzamentos de cares entre a6 personagens ca continuidade da witha fonora para que tudo\se tore mais fluido. Too fluido que 56 tim espectador pero (@ ainda com a ajuda de cimera lent) ‘ers capaz de dlzer em quanto plenos foi cepaz de fragmentar "Agora interrompemos para tirar_algumes concluses, porque rexpostas 4 pergunta "0 que # 0 cinema?” Je houve Imuites, © mio menos importants em muito diversas daquelas {que encontramos nos texts tebricos. Vamos Ter, por exemplo, um trecho de um iro de Christian Metz nos deremos conte de que fala da mesma cs que StahrDe Niro Estou no cinema. Diante de meus olhos passam as ima ‘gens do filme holiywoodiano. Hollywoodiana? Nao ne- ‘etsarlamente, At imagens de urn daguetes “Hes Simplesments, no sewido mate comune que tem a pe Tavra de um dagqucles filmes que a indsiria cine- Imatogrdfica tem hoje a fuego de produai A tndsria ‘nematogratin « tambo, eis amplamente, Inst {higdo.cinematografica em sua forma etal. Poraue ees filmer ndo sao apenas milNOes que é preciso Westr'e formar Inerattoes, para entao reeuperar divi Udendos e reimvestir les pressupdem tambon, 20 me thot para asseguvar 0 circuit de retomo do dinhero, {hue ov espctadores paguom 0 ingrsso que sna ontde dete. tnsttuian cinemarograficnuiltrapassa Ue lenge este setor (ou este arpeet) do cinema const ‘erado explicitamente comercia Guestdo de ideclogla? Or eepectadores tm a mesma {Usotogia dor filmes que Iner 0 ofrecdos, enchert las, cass a engrenagem vai para a frente? Cer famente. Mas €torbem questzo de desejo, © portanto 1c posi simbilion Nos termos de Emile Benveniste, ‘flime tradicional ¢proposto como estria« nao como ‘tvcuso. Contudo ele om discure se nos relents fs intengdes do eieasta as influbncas que exerce so. bre 0 pico ele: mas 0 espectfico deste discurso, « O pop principio de sua efieseia como discus, ¢ Suslamenteconctar as marcas de enuclagdo de mas ‘avarse como estra (Metz, 197.113) 4 Stahr € um produtor (para s constupio desta petsonayem, Fitzgerald, que havia trabalhado como foeirsta em Hollywood, onde nio\ ters, vida facil, tinhese inspirado na figura do Irving G. Thalberg. produior da MGM nos anoschave da passagem do cinema mudo para o sonore) enquanto produtor epreenta © pono de vista de Indisria cinematograiea ov, imaisexatamente, como diz Meta, da instiuigdo cinemogrdie lografia tem a ver antes de mets nada ‘ome diz Metz e como Sta all se fencontra para demonstrélo,a fim de encher as tals, © nSo de ‘svat lh ‘A instituigéo cinematogréfica, Metz nos faz lem 4 ver com a ideologia. Certamente Stahr quer conveneer seu fotersta de que 0 mundo capitaliste € 0 melhor que existe Mas como exts 6 fazendo cinema” (ele diz iso no final) © no unm comico, oferese um modelo de como 0 einem, se fuer permanccer como tl, deve, para usar as plavras de Met? um ‘Sendo um pouco simplificade, canclar os indicls de fer um discurso construdo que se propse atingir detcrminados fins efayoreeer uo maximo a impressio de ser pura nara pura esta, Aguié enoncinds a teria da "decupngem cléssica hollywoodiana veja T0.2-e 10.6) e, pare tomar as coisas sais eficazes, Kozan roda cena segundo as mais rigorosas regres. da epoca. Mas a instiuigdo cinomatogrtiea tem a ver com o deseo, com 0 imagindrio'e como simbolico; isste nos jogos de Idenuficagdo e nos. complexos"mecanismos que regulam 0 funcionamento de-nossapsigue, de nosso inconsclene- Procure: sos entender por quais tazoes Boxley se identifica 4 tal ponte om 0 jogo que Ihe proposto por Stahr que chepa 2 esquecer por momentas ses problems, nto que mo final std vsivel- ‘mene relauado, mas nio 0 sufliete para esquccer que ext fm confit com Stahr sobre o modo de eserever 0 rotir, Bowley” come "espectador medslo™ acedita sem muita conve 80 a ficgao encenads por Stat, identificandose em pate Som a estria que Slahr representa para ele (e como 080 0 Faria, jd que Suhr até finge ser Bosley?) © em parte nlo, porque atribui todo 4 sua grande capacidads bistridnica (nie, bom indo" esguecer, estamos. nos comportando. dmc modor cheganos eter vonlade de aplaudit Sta, mat vabemes ‘ue 0 pericto éxito da cena é mérto de Kazan ¢ de De Niro © fostariamos de aplaudilo também). 25 Metz not expla exatamente como ocorem estas coi. demonstand como no einem esamos sempre Um poved dvi ioe, sivendo uma stvaio de compromiseo. i ‘ima ver que oF poderes da instigdo.cinemlogrtis que se reforgam justamente dose modo, "produrem desejos {le, no espectador, no S60 supefiiais’nem momentineos" ivemos cada sitssfo. que © filme nos apresenta como "um Crabelecimento de sompromiso entre um cero, rau de sti favo das pulses eum certo grau de conservagbo das defeses, portance alatamento da angst” (Meta. 972, 28687) No fe de Kazan, StahrDe Niro transforma uma sits. so de dilogo numa sepresentogso eclradascoloeou em a3 Si pequoo deine cencn mtand 0 dopostve nem togrltico que € 0 que nos permite vera cena em questo. Dispo sive, enslnesnoe 0 dctnaro, € um mecanismo que responde a determinadasfungies. Multa institugdessotats que Se desew “chem no cand ht, como om Tacs db ci, {estos a prsces, 0: hoyptals et, podem ser etudadas como Alspostvos, como formas de estrasio. Jo espaco em rela ‘aoe diveros paeissuumidos pelos divers sues sons © {Em Fangio de Tinalidades_ pretends ‘O'Gineina pode sr vata somo um dispositive de repre: sentaio, com seus mesanhmes organiza ds espace Uc pape Existem analog com 0 dsposiive de represen {agio da’ pntie, por um lado. e do Tea, for culo, mas {ambém bm suas carcteritca pecultes devidas 2 dinmica {de produgso da imagem (a cimero, tela cm que & projet eo}, Mar € um dispositive também no senido de determinar pants: por exemplo,o papel do expetador que, idenificando-se fom a chmere e'cooperando ativement de-muitas outas ma ‘eres, contibu para a producto dos efeitos de sentido previstos pela cortgga do dietornarrador. Inclusive dees problemas [hidsnciados pelos comporwmentos de Bowley (que sya Id pata representar-nos) se ocupa storia es semistea do cineme ‘DE questoes relives a0 cinema como “dispositive” (nosso que pode ser compreendida dentro. da nogio de “insiiga EX de Tala Met, mesmo que nao coincid com esta) ocuparam- Se mits tedrcon. ara dat alguns exemplos,excolhendo em Sampo distor os etos franceses Bausry © Oudert quand fStularam 0 cinema como um dipositve de represntaglo ané topo so da represenacdo da pespetiva em pinura (wer Baudry 1978, 1526; Oudart, 1971) ou Bedtin quando, num estado 26 ues niin La conversions audiovsve (A converse audio “ist, eevpover sob motos pontn de vss aun ue, em ness emo de cena 0 papel Se Boxy, ou melo, das rea {es qu eaitem error paps dor ipesadores “alco Sim cat ns papel oe capstone Semple Bete ‘i 989). Finalmente, o cinema é uma lingua com sus regas © suas convengc. & un lingapem ue cm porentsco om itsrten possi em comun'o ono da pela Ss poten fens inline e sonar nitoia: ba conona eee 4 Hegel com a seqnca de Raran Poss car Fagor nie apa Pare dar ume ida da egies do ie, evo, se post, mostra, ey se nfo poder fan. tanner Sider etry pore dscrer to nice ¢ ss malades Se Minogem (cfm num ratio gut ¢ desmontado; ver 10.1). of ae A props do caems como lngutgem diferent die sauces chap timbem Tigo que Suhr Gd Boney. qe € ‘xatament um ont em eed porate, Sgundo Sahn no tem anda mula caro o que € 0 chem Natralmente bo osemos exuinar eta cena do fine de Kozan pare der qe age fo eplcds tudo agile que & Ul saber Sobre cine. Mn porgue mt implica Estar, ete Seqncn no fr semtcnr gue 0 ice utes clase, sbrtodo, que fom una Mstris gue ma ficou progressive (ons se post ms as 30) ‘heremor diner apenas near os woes. dest segitnlanlindoo frat Gue now prveco) sesund ine tras compreesto dagcle fenena copies que Co crete Aue ost fair pele facade « pls naira com ae oe desevahe a ido fe, € tbe io miseriond {Taio quando se quer compresader set mcanismon tk pe dg fencomament Condo ningun es serene bs dar, como Boxley. gue nao tem cones Je entender exes {siranior Saco’ Cao conto, como ihe rears Sa Be ‘rou venir» msde pagar pt se 21 2 DIVERSAS FORMAS DE ABORDAR O CINEMA AAs formas de abordar o cinema de State Boxley, que sca ‘amos de examinar,s80 diferentes ene sl porque scus popes sho diferentes (um dees € produtor 0 outro, um escrtor que trabalha de mévontade como rterista) e também diverge 80 frau. de comprocnsio do fenémeno cinematogratco. ara.a pergunta "O que € 0 cinema?” teremos tantas res postas quantos so os pontes de vista'a partir dos gusis cade tim observa 0 fendmene. © ponto de vista de Stahr ¢ 0 do tivismo empresaril holywoodiano enobresido pelo individu Tismo romantica que The fol aibutdo pole pena de Fitzgerald ce reforgado pela interpretaggo de De Niro (gragas também 80 roleizo de Harold Pinter e'3 diesio de Kazan. "Tudo jsso nos fassina, sem divide, mas & bom saber que Irving G. Thalberg,¢ produtor em quem Fitegerald se insptou folo responsive, ente outras cosas, pela dsputa como diretor sich von Stroheim —s vita malt iustre do conflito entre ( poder do produtor eo do diretor (ver 6.2). “Thalberge Streit representa duas mancivas diferentes {de encaratovcineme; o conflito ene eles fez com que o einem fe tomasse aqullo que & nor Estados Unidos, em seus aspects positive negativos 7 Sobre oeineme podemos dizer muitas coisas: que & wenice, indicia, ane, espeticulo, divertimento, cultura. Depende do onto de vista’do gual o consideramos. Cade um dels € igual: Inente fundamentado © no pode ser negligenciado 28 Mas se considerames 0 cinema como um todo, através da lmeraglo dos vérios aspects que stabamos de recordar, saimos do campo das definigoes eenttames no da observagb. E obser varemos entio que 0 cinema € aquilo que se deside que cle Seja numa soeiedade, num determinado Pericdo hstrico, num eto estilo de seu deseavalvimenta, numa determinads conjun- ‘ura pollucecultural ou num determinado grupo sci Compresnder © cinema, mum dos signiicedos que quis mos dar bo titula deste livre, quer daer comproender a som. Plexidade’ do fenémeno que tem como resultado aqucle “fe tival das emogdes que se chama flme™ (Barthes, 1975, 455). Tss0 nao significa nogar ou faster, como foi feito mules vezes por umna critica excssivament Ideolgica, 0 prazer © 0 fascinio da visto filmica”O prezr eo fseinio dependem, como nos fer recordar Met, do fato que a insuigao cinematografen| satisfar ¢ chega a antecipar dessjos que. nio $30 superficisis fem momentineos no expactador. Comproender 0 cinema Sign fica também aprender a tomar as devidas dstincias da imagem, para compreender os mecanisimos de produeio do sentido, 10 ‘mesmo tempo, saber que so exatamente a dstincia da qual eta imagem provémm ¢ 0 distanciemento em relagio & nossa cape nciacotidiane, do unverso em que nos eoloca, que produzem 4 fascinaggo e que nos seduzem. Barthes chamos tudo 80, em seu breve, Iicdo © intenso texto sobre o cinema, de distinct morose, relacionando-o 20 prazer da discriggo em seu sentido timobjico, 00 sea, capacidade de dscernie, distinguir, ico. Ther (Barthes, 1975, 457). 2.1 CINEMA E HISTORIA © cinema nio ¢ apenas um importante meio de cominice so, expresso ¢ expetéculo, que teve seu info e sia conta volugdo, mas, exatamenteenquanto tl, mantém rlagdes muito ‘streits com a histGria,entendida come aqullo que definimos o Conjunto dos figs histOricos 08 considered como a discipline fue estoda tas fates. As relapses entre cinema & rmatzadat 8) A histria do cinema: dela se ocupa a historiogratia. Ginematogrica; trates portanto de ume dssiplina com mo ‘ologia propria e um objew de investgagso, como outras hist Fias elvis histéla da Hteratire, da arguitetura, do teatro ete 29 ra podem ser assim esque 1) A histria no cinoma: os filmes, enquanto fonts de ocumentasio histriea e meios de representacio da hist, onstitoom um objeto de particular interesse pare os histori flores que of conseltam em simultineo com eutas fontes de srquive, 1) O cinema na histria: coma of filmes podem assumit lum papel importante no. campo da propagenda. politica, na ‘Sfusda da ideologa, freqentomente se extabelocem selagSes ‘ita intima entre © cinema © 0 sontexto sel poco em que feeafrma e sobre o al pode exeroer uma influncia importante 'istoriador francés Mare Ferro pos em evidéncia, com grande clarera de que forma o cinema pode ser vista com font Su seja, como fator de documentays0 histérica (e850. pode Wale tent para or filmes documentos quanto pera os de ficgdo) ¢ como agente da histéra, ow seja, como elemento que entra de moda ativo em processoshisticos (Ferro, 1977). Basta pensar no papel que 0 elneme tve como instrumento de propa funda na Hala na epoca do fescismo, na Alemanha de Fir ou "América de"Roosevelt-c, em ger, lembremos sua impor Uncla na difesio de modelos comportsmentels © deolégcos (0 sspecto que nos teresa mais de perto é o relative & histéria do cinema. A difculdede principal que, se apresenta Germ er duis atric nica em ue Sinica perspective (jstamente a histrica) um fendmeno to com plexo que compreende muitos abjetos de pesquisa, que, embora Scparados, esto em esteta elaio, ‘A ambigso de {odo historiador (2 que corresponde um eae parle do letor)€consepur igar num discuso untéio todos ess apectos. Joan Mitry indie, por exemplo, nos sepuin- tes pontor as diverse histSrassetoriis nas qua se arteule Distéria do cineme ‘Uma hisévia ds tdeicas, on sea, dos metor que de. terminaram sua evougdo tornando possivel certes for mas, permsindo.descobrr outras az guais nao. se pensava bina histéria da indstria, cujo. desenvolvimento fo! tmva conseguéneia da eolucdo do publica tanto guanto (da artee de suas teres ‘Una historia das formas © dos modor de sigifcer de fexprimir'e de conter, travis dar tondecias mas dife Sonten,fedilentemente ifluenciadas pelos mavimentos 30 aristicos contemporaneos (pintura, mises, Hteratura) fesde 0 momento emt que a espeifcidade timla fo, {© principe, procurada sob or suspicion dat outras fries, exatamente onde ela ndo se encontrana Uma historia da arte, 0 que siguflea dizer obras que sssinalaram wom porto de chepeda ou ute virada na fescoberta ena eclosio de estruturas significant, ‘struuras cuja perfegdo ingistcaestevaligada aos Dprogresios da tdenica'e de industria (Mitry, 1973, 18) Numa pespectiva deste gtnero os objets privilegiados so, naturalmente,0$ filmes: mas isso no significa que a Ristiria do cinema deva ser somente a hitéra dae obras primas ("una Obre-prima, sendo uma obra excepcional, pairs acima da cor ente de que faz parte, mas no a representa"), nem que deva fecharse em sun dimensio wetoril,separada ou, pelo contro, ‘egligenciar sua propria especilidede, Travose de realgar a contibulto particular de certas cobras em relagdo ds inqulcagoes moras © sovidis que fefleem: definir como e em que medida se influcm Garam munamente, em que aspecto. conrioiram para'e formagao ow paras svolueao da linguagem Fiimic: definir as caunar deste evolugdo: problemas tdericos ou econdmicos,pesguisas ertticas, condicio ramento do publico,ifuénta das ontras arte ou dat ldeotopas corrntes. Tudo sso através de ftmes que, ‘obras primas ou ndo, contributram de alguna forma para eta evlugdo (Mir 1973, 1, Um proto muito ambicioo, como se vé, © 20 qual as histias gras do cinema consgucm raranent manterse fii inclusive pla quanidede © vanedade de fonts due vin hist flador deve se capaz de contclar © soordenar. Mas nat Imente a estrturagio de tipo abrangente€ comparativo ue tararso xo das stra eraser ns ate funds a Tilia, podese lembrar de Seco! (1964, com atusliagio te 1 anor 70) ¢ Rondolino (1977). ‘Aparntenente, una hitriografia que restrinja seu objeto uma’ cinematogriia nacional oleece menor: difculdaces ‘Meso sete ess, porém, nao se impee pees a necesidade Ge superar a dimenata puramente auivisicee de avtiular de 31 rmancira adequada os viios aspects da istiuigdo cinema talc, as deve sr conserva’ plo menos em pata iner- £30 Ge'hstra comparada E-8 propia natorena da insti Sinematoprafica gus impe (elo esto da ctl das ee tologin,dattendncian do public, da evologo. de Tngusgem {Sc) um porto de visa comparativo com o nivel ternal. fara dat om exemple, bsta examina que iporincia tem Testu Slonadel noma liane (Hstva do enema iano) 456. P. Brupeta. ae referénias 90 cinema ameriano (et Bruns, 1979 6 38 eee "A hstriografiaclaemstogitica teve de reer & deve sind enfretar mite problemas relativs 8 easio ene as Toner que uiliaa e 0 objeto de gus se coups. Vamos telat Csclarecrso historian, pare consti sey discuso, necesita 4 tar informagtesfeguenemente ifisis de ober, bre thao para as primers Scan, quando 0 cinema ainda no {inka Tue leptiidade cultural. Como. gualgser outro histo Finder, lew servi e fonts exc (manners Impress) Comaiss cade uma. dstr foes serd submetida a0 crve. da Sricnhistric © conontada com aquelan que, pare 0 Riso fad do nema, sto ar Tote mais importantes =o» fle aqui 0 problema se torn realmente complex, pore rande parte do patimbnio cinemaigriic, sbretudo 0. das Frineias décadar Ge sta do cinems, dapeouse (ouits ‘ees também aquele Je epocas als présmes). New sempre gue se conereou ests om sondigses" mgs, Sem enear ef Gefaes tenis. wer Sadoul, 1966, vlleemoy a tretar de slguns aspect 0 protlena cm 3.1, 8 proposto, Ime), Ubon cera gue « stn, oben et inde bem longe de fescner de modo atsfatéro 0 problem Gh conseragio eda Gpontbiade Jesus Tones primdras {Gejese a propio oe ana do Convnio Internconal de Sena de Vencea sobre o tema It flim come bene culture (© Hine om ‘em el, aie story SHOT ‘Do ado oposto son problemas expecificos« stra aos aunt nor referos, coloese 0 das relagbes de interes Sure a histna do‘ sinoma © oures stores da istorografia ‘Htrete das hinéias edna areas sobre as guts Snodsiouse uae eas. Atl de oxemplo,reordemos oF ‘Soe da “tri do igi © da hide do mena ‘adc tho importantes nat ecnts tenia daguela que Ghamade de mawelle Rtv (ver Le Goffe, 197) 32 ‘A propésito de um setor de pesquiss como a “hiséra das rmentalidades” Jacques Le Goff adverts que preciso “evitar Separar a andlse das mentaldades do estudo dos lugares © dos mmeios de produglo" (Le Golf e Nora, 1974, 252). ai’ entity cineatorsica piece povarae de medo Ideal a estudos deste ipo porgue, enguante indstria, permite bbasear em processos de produgao precisos¢ emt formas dtindas zayio do trabalho ico. Sey para poss pasadss (como dis Te Goffe eqipamonto s edui's invention relator © “voeabultio,sintae,Tugaescomine,concepgter do espago do tempo, esirtures logis, pas © cinema fas Invenarigs ‘izem reyplio a esiolirn do comniegao. audiovisual a narnia ca plas coarse a guraies do imaginaso. Estes sopcton que nio sto gnocados elas ris dissptina toteressadas no cineme (emi, soc ogi, rie ete, hoje estio enrando de modo orgnico, na ‘roblemiies da peaguia cinematogrica sobre o cima. Por Suto ado, como observa Evelyne Pallgean «historia contem pordnen do imaginsio coletve nie. pode limitarse ao ext {Gs sobrevingnlas de formas raion de imagndro. em Seas ras, mas deve moverse também tm iryio "enone Scciedade suridas da urbeiaago industial eGo deseavel imento dos meios Je comumicogio de masse” Gin Le Got, 1378, 313) ‘a histra do cinome pode constr um objsto ser priv Jegiado neste nbito de pesquisa, sca pelo velevo que tint {tito cnemateraica tere na produgao. Ga grandee configs "apie do imaladi colo, me ele drag, pla capacidade Ae penetassoecompleidade de relagoes com outros sores da rodusio do imapindro (oma exempliicngio. completa sre fom possivl aricule 4 eagaa entre hats e hstéria do Sinema 2 apresentada no capitulo 8, a propio dos primeios tempor do ‘einem 2.2 ESTETICA E SEMIOTICA Pastaremos a nos ocuparbrevemente dis formas de sbor- degen Se or ao ac etm fats comucat, {ue tumbin'lo modon de responder 8 perguna "0 auc € 6 ‘cinema?”. No primeiro caso as respostas dizem respeito Bs rela. 33 462s one o cinema e as outras artes; no segundo, as relagdes nite cinema e linguagen. "Az dats abordagens esto intimamente Higadas entre si, uma vex que cada reflexdo esttica sobre o cinema teve de enfrentar sempre o problems da linguagem filmica, pelo menos sob 0 fspeeto do confronto com at linguagens de" uleas expressocs faristicas. Por outto lado, a semigtia, que se ocupa das Tingus- fens e dos prosesos de comunicago, sempre dedicou uma aten- ‘io pariclar as lingdagens etiss, ou melhor, pare user ferminologia de Roman Jakobson, ao papel da funga0 pottic {oa fungao esttca) nos processos communicetivos. ‘Que a funglo potica ou esftica ndo esteja presente apenas nagueles Smbjtos tradiionalmente considerados aristcos ou {apositirios do valor eiéico, Jakobson o demonstra analisando 1 Fangio postica” onde quer que se apresente, por exempo. fnum slogar de. propaganda come Ike Ike (ver Jakobsen, 1965, 1891 ¢ 1967). ‘Além dist, Jakobson, astor de um notivel texto sobre cinema (*Decadéncis do cinema?”) datado de. 1954 ¢ que fantecipa alguns temas de semigtica cinematogrtica dos anos 60. (rad, tin Barbora c Turigliato, 1978, 251258) havia trebathado’incialmente no Ambito do’ formalismo russ. Esta Corrente eritcoliteréia se ocupou stivamente. do cinema nos finos 20, influenciando ndo. spenes 0” desenvolvimento da ‘vanguard cinematogéfiea rasa (ver 5.5.4). mas fornecendo ‘um dos. primeltos exemplos de eplicagdo de modelos icoliterdros para o estado do cinema (ver Kraski, 1971 ato, 1978, 6-197) (Os formalistes se propuseram «defini a espocfcidade © re dm pocedneios Eom 3 duals fo einema ao mesmo tempo, queviam aflemar a tu: ean formative e construva ¢ nao” puramente reprodutiva € recinich de tas materials © procedimentos para leptimar seu Carder arto. Posigdes andlogss, embora nescidas desenvolvidas em outros contextor, encontramse em quase todas ab reflexes Srtisticas ascidas ‘na Epoca do cinema mudo ou ligadas de flgum medo 8s experielas daquela. época “Tal € «posi de. Rudolf-Arahelm, tesrico © psiGlogo rented urada pelo cinema sonoro. ee O espectador que hoje queta aproximarse do cinco mudo deve adequarse um ego comuniativoe expressive diferente dlagucle aque estdaostomade, No se pode entender uns per tide de righ se so conecidassomente a vegas do futebol nese pode compreender pinta dor primitives se pono de ‘eerie fr apenas o espao da pintirsrenscenits, Da mar mma mancra ndo se pode ofhar 0 Ghema mudo como se olha © ‘nema eonlemporinea ou o"elGsico" Jon nos 40 € 30. Certamente nde € Fail poder ver hoje o enema muda. As ditculdads, anes de serem subjetves, so cbjetivas ese deve, fants de mais nada as condigds em que chegow até ns © & ised o parénio do cinema mado Na aor pets don cao filmes muon, rodados com uma frequencia de dczessis oiograma por segundo, s30 pre: tados com freaiéncia de 24 (que és dos molemor projets Sonoras) Is alles ieremediaeimente 0 sto do fe. ‘Alin dso existe 0 problema da cor. Grande parte dos especadowes de hop ignora que cor fol amplamente sada desde os primérdion do cinema. A Star Film de Melts produsia filmes coordes « mio, fotograma por fotograma, com 6 aux se" inrnets cpa pacha) Posenarmete or tdotades sistemas mas sfisticados, como coloracio por em ‘ebimemo e's wre. bi tas fomasprimitvas decor no conttiam um sora ‘mo mais ou menos efcazpara.oespetsulo. O cinema mdo nha Cslabelecdo um verdadero ego comic: acada tonalidade ‘dominante do plano corespondiam cetescaacterscas da cena ipor exemple a virgem em zl seria pare produrir agile he hoje se chamaria© "feito noite) Excetuando 0s eaos ares, dado 0 fato de ab Spias tata das com cores 8 base de anna seem rapidamente perecvcs ‘e filmes em cores que shegaram até nds poco se fee até hoje 1 Poohare pales (N. do 35 no campo da resaurago das cores no filmes mudos (ot pelo ‘eos haguics em que acor Ga um papel sence) “A lado do problema da retarayao do texto Hinico sua fonna origin oloese' gusto ainda ais complesa do “Ntucrpeticuo’ Resimonte, em mutes casos, a projeyao do filme ee acompanhada de execuges musicals (para orgies, Piano ou pianle), canoe e letras expressivas dav Teendas, amt arr unt ela dp qe poe er sido projego de Cabra (1914), de Giovani Patong, sta nccugho contental para grande orqutstra da Sinfonia do ogo ‘itdebando Pizett ov da Roprodia sania (1913), de Nino nla, sama music’ e Pietro Mascogn. ara nio falar das ‘Chucnarges" dn escola napoitane ue eram acomparhadas pela cnecugia da cane em gus # baseava 9 argument do fe. ‘Gemsprego de clemeniossonoros de varios tps fo ma asia Sgr crt cin modo (it Fon havi anced sua penqulsas sobre repredugao de imagens em m0- Sincats como um apereigoumento deseo fondprafo ea prs os "tiey™ do Theat Opaigue com ©. al Emile Reynaud Enctipou desde 1889 0 cinema de animagso tam doiads de im cngenhose sistema de sincronizagso com efeltos snoros de Alveres tipo, No entanto, nem sempre a ausénca do som e dt polave fr seniida come wm sarénciaPoderos até afrmar que Eelrsltados mais sgnicntives dos primero trina anos da stra do cinema foram btidos por melo’ Ge um, empreao Cerone dis ponbildadssexpressivas da “cena muds f'csada por Tysianow (in Keach, 1971, 37) por ‘probreza do cinema consti na mente psi. dos SIeatn' ecos que tabular pa fae ada Tencisidae ds Tinguagem Jo siento © que suberam fest Ei'lts da "palaven dita” um dos pontos de forga de suas Eno dmbito deste ipo de produsio que o espectador de hoje deve realizar © maior esforgo para superar as dificuldades fubjtivas que foram drdua a compreensGo daquel linguagen. Nao se trata mais de vim problema de “resaurasa0", mas de Feeuperagdo, através de instrumentos critieos infrmatives, das shan pres duis or ase nel eee fuagem cinemetogrica. Um nivel em que ‘st pre. ente — segundo a sugeativa (Grmula de Fichenbaum — como tlscurso interior prodnido pelo espectador em contalo com & 56 ‘imagem (in Kes, 1971, 25:24). Bastaria etn interprets — aque piece antcipar as center teoras da cooperafeoinerpe- {ative — pare foros entender quso complens e produth eva ver 8 aricipao que a linguagem do cinema mo exige {Go espetador Por out lado, constr da pace stredones 40 sine forecem sores iformogics sobre Smo era sa {paripacso do pico nos filmes muds, com comentario, ade oad etc" advento do cinema sonore modificou of Fabites do ‘pblicoe as eases entre palavre¢ imagem: "0 Public fador ‘dos filmes mudos torouse um publico modo Pac filmes sonra” (Sklar, 1975, 18. Goma gr, eno, a recente (198) reedgdo de Metré polis (1927), de Fite Lang fete pelo masico Giorgio Moroder? Nejames primeira do ave se tet ‘Moroder predaai tma cdpia redixds (@7 minatos em tclagdo aos 135 da verlo original ¢ aon ceca de 120 da eépat hoje sponte). Adotou para redigso da police um stra de virgen (epi, aml, vermelbo c our) weado com Hiberdade fm eontonto cam o daguela epoca (sto, sm titan preocupy {es lige) com alguns cooracsadllona, sem com so detarper a substincia gratia do file Mas a operagio de Moroder consis, scbrtudo, no ar ‘imo de una tha sonora que nio fem nada s ver com a par tur pare orgusta cerita na Gp por Goted Huppert © fue ¢ consttulda or uma série de mncas de rock exeeutadss Por viros conjunts de nw wave (nie o quis o Queen que Hrhavia sao techos de Metrdpolis para sw videoclip Radio Gago e por exceugses instrumental ssciadas 4 ara sono dads produadsssletroniesmente. ‘Sem divide o efit & supestve co suceso qu o filme teve fo amino gu ple safr os #opery kept Um dos motivos do "exit da opera de Moroder esti na qualidade Vnvl evtmica do filme de Lang. Os vocalismos Benados pelo rock © as sonoridader metlcas do sintetizador se prestam para fusrar um filme sobre gus, quando ele ‘ecru, Buruol usu expresses deste tipo“ que aeebatadora Sinfonia do movimento. Como centath as mguin em meio a incrvelsransprcnces, cxalladas plas dscages lta!) Cade acerca vibrogio dos aon mic sesio das coda dos pistes, de formas mecinier nfo plasmadas, slo uma oe Admit” Gir Badu, 1983, 7 37 Como ji hevimos abservado, nas expresses mais mad ras e cores do cinema mud, on valores rimios da seg Sa csempennam sm papel essenca Nio € por aato gue a ‘toderna Mdcomusc ror to freqdememente a tases do ‘Trem modo (pela facihdade com que pode encontrar eget {Gus de imagen rtodesvsualmente)€ 0 cinema pore fisenciado recuprou ‘Gences ties) da onage (th Sinfonia, analgica e usando contrpontes) da een do cinema ‘oo (eomo aconsce em algunas sgncion de Koyacnsgass 138, de Goiey eae fe ‘eramente 8 opeagao de Moroder, mais que ua reds, consti um rena um sees, = deve er wate quel “esti do" remake” gus se tem manifestado em dh ‘eso cores, na 6 ciematogviicos (er varios stores, 198) ‘iste slldo Metropole na adaplagSo de Morodet repe- seu um io compan de i spree de a des com a eeu rquetras que execstem as partiurs originals ov misieas de Gpoce, Para dia podem ser recordadss as projestes de Na poteao (1927), de Abel Gane, apresentado em Rome (1982), vor Francis e Carmine Coppola, de Nosferatu, o vampiro (1922), Ee'F-W Murnau (Pordenone, 1984), Fasendo ft (1938), de King’ Vidor tFlorenga, 1585). Nests casos, resauraco fil ogc da copia original sonvive com a recuperacdo da dimenséo fepetacular ligada 8 ekecugbo musical. De notvel interese flolopco e musial do também as recuperagos de partituras a iimes Jo periodo mado apresentades por Carlo Picard fa tlevsso da ‘Suga alana 5.2, DO CINEMATOGRAFO AO CINEMA: NASCIMENTO DE UMA LINGUAGEM isoriadorese eros do cinema esto mais oy menos de sepa om cera fase dv pose poy mo de 135 Ae pouco depos de 1910) como uma foe de descoberta © {Etiiio ce uma tee reprodstive wanda ora fins ese tlctaercndo'como o nics de una nova ate © de Uma Hove Finguapen Clniodo, Eager Morin Waris eles (oem dos Plato de Brighton) meta de ter eaizndo a pesage do Trematdgafo a6 cima (Morin, 196, 7071). Com © primeira te Stim france ds pore simples part de 58 far tomas ¢ projegio de folograiasanimadaseriado pelos itmios Lumar que nunca Jemonsraram excesiva conange nas possiildads arsticas de su invengo. Com opus, Hc ae intr aa comple dpe expose ‘acl caper de aicular via finguapem prop ¢ cps poe Sialdsdesetaram jt entncada pels prouio de Mls “Apniode Morn no € sca por cures estudio Mi por explo, gn que Melis pote sere conidrado um Set nema omen esta) et dpa 9 ancederIhe no maximo * qualiicaio’ de cenégrafo (Mit 1967, 26). * ii Pee Mass disparidades de opines sobre pioneiros do cinema sham aqui segundo Kracaer, at filagens 0 vivo dos irmaos. Lumiere, embore andnimas'e apacntmente sien ftanes, jf expen a verdad vocagao do cinema, Erealisia ¢ derive drtamente dx ftsatiaintantines; 2 onseqincia, a extrgavants fantasia de: Melis, frto de ta engenhosa combinagdo de clement pictrios cenopéf cose tetas, contturam oma especie de tailo da autos nature do cinema (Kracaer, 1960, 83). Segundo outes, Me Iss mean em formas primis, eta cept o carter nines do nema, inclindo agele gue se apes nas formas de tives neues dat imagens vivo Esa dispardade de opinides radu diversas concepgGes do nema, mas sobeiuda 6 resitdo de aplicagtes redivas de Sategris © parimeiros interpetativeelaborides em func do desenelvimento posterior do cinems ou, em evs cass tums por emprestino da ares raditona. tudo is soda aCempecnder bem poise © Tenmeno” complex que fo 6 Sioema tn suas orig ara um piblco sue asise pela princi vez 8 pojesto ema ancloga de fies de Edison, Lumibe, Mls ou Perr ands um primero sentimento de crisdade dvertda, a "foto tralia mm movimento” es “tragues de transforma", gue Eensttiam os elementos de aragho dor primsioneapeticdlos Sinematogrtices, podem perecer ma exblgaorepettiva de tim prodigio cico que sind nio"adguiris un) salto. de Tingvagem, ‘O especador de hoje em slguma difuldade pare concee trasee sobre o que The mestrao: a cies de flmagern inti, sem ariculgs” Jo plaos ¢arayes de ingle nao peviiem ver sfiinterte ot temas e unc da forma & 59 ue ele ests habituado. Além disso, quando se passages fm fons 90 vivo dos Lumitre, decepionantes porgue nos fazer ver Paris de Proust som Prous” (Mauriac, 1960, 78), 20 curio « irveal unverso de Melis, srialidede repethiva dos trugues far sentir a falta de ume dates entre real ¢ fantistcas os vires prodigios ou as situagbes ebmicas se sucedem incessan femente sem vm Verdadeiro desewolvimento natratvo ‘Ea partir de consatagbes deste tipo que o public de hoje pode tmar conssiincia — 3s Sas custas — Je quio. pours Universal € a linguagem do cinema, de quanto é pereciel «© Suelo a modifieagbes, ndo obstante’ sua ase permuneca epro- ‘imadamenfe a mesma. E certamente a linguagem dos filmes de mitre ede Mélis aparece hoje muito mais obsleta do que @ rosa jornalistice ou nerrtiva do mesmo periodo, ‘Seo espectador de hoje considera o'einema uma are ov imais modestamente, apenas uma forma de narativa por imagens, fs filmes proposton por esas rlrospectivas no The paecstio| Dessveis de enquedrer em nenfuma deste iias de cinema E, sou modo, tem rai, porgue eles lo sso nenhuma das dass ois O que sio enti? A esposta€ simples: uma curiosidade entficoteenol6iea para uso, dos ingnuos espectadores das feias, das "sal do progesso". Isso ndo significa dimimuir as ContrbuigSes multe ‘eres gensis dos pioncros do" cinema: Eentudo, para compreendcro significado de suas incertas te mulasvisbes € preciso Yer em conta 0 contexto no qual cram presentados (Os locals em que o cinema faz sua apariggo constituem © cxpago indiferenclado da atragio espetacular. Impossivel, num tal contewo, atribuircaracterizaéesesttias ou Tingisticas 20s filmes apresentados. Que sentido pode ter a aribuao de opsbes| ‘de tipo realists ou fantastico a esse ou aque pioneio, quando hemos que no Old Poly, a sala do Royal Polytechnical Insti tution onde acoreu 4 esria londrina do. Cinematpafo Lu mire, © publica pode ver simoltaneannte tens eleticos em Iminiaturarodas da vide™ que permitem a anlmado de peque nas silctas pintadas, méquinas elsticas que. produzem Tego Thas eo corevtoscopio que projeta esquelets gesticuladores? ‘nrbutr a cinema dor primeirescaractres links tenden cia, omadas de posigdoestéhea que sero propias da cvclucso| posterior pode fer um efsit deformador. Mais produtvo sora Entender & era doe pioneiros ndo como 0 inicio de uma nova Sree de uma nova forma de narrative, mes sim como uma época| 60 de disslugo dp sem tradicional das acs, guste que Ben jamin chamou'"a épocn da repaduttade cna ara ela dssuqio contribu ceramente © advento da fotografie © do cinema, embors nu base do fencrnen dovam St sssinalads ae profurdas tansormagées eeonGmcas, soils © Culler Sterna pela Reveluqdo Industral A delay ‘to ssoma tradicional das artes tem, portant, como cen © tspago urbano dar metroples india -onde” 8 sfirmary gules armas de persepgbo exciea "clciva’ c "ditatae™ (Benjamin, 1986, 4445) gue definem ae arate est tas de_amplos fenmench gue fm snie 0 eapeticulo © a Informasio.e que consitucn a8. pinclas configures, da rmodemeclture de massa (exposes vniverst, decora ‘bans, jormalisme ‘lstado, sine et) Ereratamente 0 carder nfereniad e epee das “ate ses" que ns sb novanente props reompestivas dos Poneto do nama que € logo Noado pelos espectadores Se je Algama cana semethate se veri com © publica di tla epoca” € agut que enconrames'« mole que detonoy a ‘pide evelsio da Unguogem clnematogrticn, ag go cones at randes da rapide decadencia ds esela de Me Tis Teehado mama remdnccaconcepeso de atsanato artistic, these vi, Spots dor extrerdnarios Exton de Viagem @ La {4900}. a'clivar 0 seu proprio universe pot, sem divida cowrenie, mas rpidamenteobzleto Ta dorante's prmta década de nosso sculo & ripids eyolug da ingungem do cinema nio pasta rai plo Tabor: UGrio de. Monti equ utrs eaminos, E 0 ameriano Fuwin 5. Porter que, comezanda como imitador, ot) melon como parodia, dor fies Se Sis, comera dat uma are Gio pail e narratva mais comple so repenio ds tre fe (Dreams of the raebit find 1908) gue ersine org {arm cstruuras naratvas ne peguenis cos de staid a vid americana (The lite of a omericon Jira. 1903, © O frande robo do tem, 1905), Masser sabes com a feng tea atidace de David W. Grifth na Rogaph, ere 1908 ¢ 1912, que ganhardo forma os procedmenortenicos © de org rizaio legico-narratva don plans que not perm falar de “raimento da lingsagem cinematogrifice”(Dranete, 1974). No romance The #2ud paral (1930), John Dos. Pos escreve com uma fica superior & de qualquer hisie do 61 cinema a orga d impacio sobre @ pligo de um fine come O'nascimento 4a napdo (1915), de David W. Griffith ‘O wsritor americana te detém sobre ar emoyies sucitadas pelo filme’ no jovem Charley e em sua namorada © cita em Petticular “as batalhas, 8 misice © os trombones” (els outa prova da importncia da misica'no cinema mudo: ver 5.1). monte no campo de batalha durante 2 Guerra Civil dos dois ovens "noe bragoe uin do outro” ea carga da Ku Kivx Klan {ue Teva‘ fuss Final (Dos Passos, 1930. 363) 'Na época em que Das Passos ambienta esse episédio de seu romance (Prineira Guerra Mundial), haviam passed pouco mais de Vine anos das primeira projeybes cincmatogrticas dos Jims Lumiere som seus incertt ilmes de poucas dezonas de metros. Todavia, com O.naseimento. de wm naqio 0 cinema [i havia conguisado todos os seus primados: no plano do spe téculo, da narragdo ¢ da Tinguagem, © — no em! dltimo — da sonoma (endo eustedo 110.000 délares,o filme rendeu pelo ‘reno 50 mithdes). Consierasbes no menos importantes. pO- Seriam ser Tetas sobre’ forga publicitaia do filme, come 0 demonstra a vivencia do herd de Dos Passos qe, erm conse- ‘ldncia da emogio suscteda pelo filme, decide alistarse ‘Com este filme Griffith consepuiu domonstar as possbilida es que o cinema oferecia 1) articular um complexo espeticulo| fom i duragho de ceea de és horas 2 maneira de uma repre Sento de um teatro de Gpera: 2) desenvolver ‘uma narragso Scabada e de notivel complexidade temitica como wm romance ‘olumoso; 5) articular a narra altermando as mais grandioses espetaculares ends de Conjunto ao resto dos minimos, deta Ths etravés de primerosplancs © das “mdscaras com fis" com ‘uma efieela etm mediatismo absoluamente novos F claro que o cinema nao chegou a eses resultados somente ‘racas Grilli: foram necessrios 0 trabalho, a dediceczo © xperitncia de muita gente com a agulsigao de resultados ‘dais que, transformados em patrimonio comum, acleraam. a formesio <0 desenvolvimento da nova linguagem. Limitndo- nos bexpericnia gifithiana, € de reswalar que a historogeaia| sais recente tende atrbuir muito mals importéncia do. que “tes ao papel de Billy Bitzer (0 operador dos himes de Griffith). fue, eegunde muita evidencls, fl alge mais do que um simples ‘olaborador teenie or outro lads, # evolugio da Hinguagem cinematopréics ‘no pode Sor entendida Se ns Himitamos a registrar um sre de 2 ela primeira ver", come abservou o etce francés 1. Ly Co nll: 0 sco € eair na anedota ov na curosiade arquecisgica epovco mals (Comal, 1971, 41) Examinemes, por exempic, 0 problema da introdugio © do emprego do primeira plano". No ji citado romance O limo. ‘magnata (1941), ambientado no munde hollyweodiano, Fiza Fal, flando de’ una raeirista, dr ironicamente.""E 30 acre tava que ela tivesse estado no teatro no mesmo di em que Griffith inventou o prieiro plano!” (Fitrgerald, 1981, 128) ‘Além da piada para ircnzsr com #-onipreeenga de una dose rotersty no se trata de nada mais que um luge-comom inematografco, No verdade, enconteamos primelros panos (© inclusive primeirisimos planos ¢ etales) em filmes reslizados bem antes que Griffith iniclnse suas atividedes ne’ Biograph (1908) Existe © famoso precedente do primero plano do bandido Barnes que dispara em diey do trem (1903), de Edwin S. Porter. Mas se tatava 36 de um feito sem uma'fungdo narrativa especfia, tanto € assim. que «catalogo de Faison aconsthava os responsaves plas projegees 5 colocla indiferentemente no inilo ou no fim do filme, ‘Um excmplo pode ser encontrado, slguns anos antes, entre 6s filmes da chamada “escola de Brighton" (GraBretanh): em Grandma's reading glass (1900). de George A. Smith, vemos — staves de lente de sumento que a av6 usa para ler — detalhes 4a pégina de um jornal, do rosta da avé © primcros plancs du begs de um gatinho e Je um canério ns gala "Teenicamente se tata de primeiisimos planos ou até de etathes ajo efeto de isolamento do contexto éacentvadd pela ‘miscara circular que serve pare simular a visto atraves da lente ‘Sem divide sfinaldade de Smith winds € a de exibir curio sidades Sicas (claramente demonsirvel pela liga de colar Sucessivamente os planos: do detalbe magico ¢ misterioxo da realidad vista através da lente a0 plano de conjunta que revels 4 origem do estranho eft). Smith ainda se comporta ome ‘Malis, que te divert ao flmar os estranhos efeitos Sxcos pro dluzidos pela “calgada mével” na Exposgio Universal de Pare. Port, no caso de Smith nio evstes6 a exiigao da curl sidade 6uca, mas também su contentalizagGo através da ‘arlagio dos enquadramentos. A'relaggo entre primeios planos _planos de conjunto sobre qual se sonsiruiu este breve filme fos auteiza a Islar de montogem, no apenas em sentido (ni 6 sa hn ie ai oy et peut eases rate Letra ems foe aiee ts ieee Se Bec Sed fa a Et smo ot. i cecrmeate ems memati Sistas tan Se ee eat tina ears Seite tt cn LS oo Cat in aie ea Mey a Oe Se coat igs tal Bisa Ber ceil es aia dp i Paice Cesare Sea Srna Si ne Seat ttm cpa th io rors ‘comuiar' de modo, ‘expressive os estados de SS cae SRE we rico ie natn 2 sms pi, te coe at opm ree ae es i st tr te eee a Teor pra ota alo Ber ata ae es Se tas sete th ape ee eee am ene naira Peeiemiatin Seuriayolct ek ke cn et caste ihe a i cite Suna ear Pat ane ioe lth erat er San wa Stambra aranek ee takes Breccia weet me mae cores nn 5.5. A ASCENSKO DE HOLLYWOOD No periodo que vai do final da Princiza Guerra Mundial (1918) ate eee de Wall Steet (1929), em pooco mas de 6 ‘uma década, © cinema conhece por toda pare um grande etenvolvimento, atingindo um nivel, no plano da indéstria, {do espeticulo da linguagem, que & haitwalmente. definido © “apogeu do cinema muse verdade que no final deste perfodo,exatamente em 6 de coutubro de 1927, € apresentado nos Estados Unidos o primeiro filme sonore propriamente ito, cantor de jaz, mas. as onsequencas “dessa fundamental inovagio teenoldgiea serio sentidas completamente na década segunte ‘A afirmagio da supremacia de Hollywood na economia cinematogréfica mundial € 0 primelro dado signfiativo. Tal fupremacia € seguramente uma conseghincia do andamento © do éxito da Primeira Guerra Mundial, mas & também © resul tado de uma politica de produgio baseada sobre enormes inves timentos de capital e sobre o desenvolvimento de formas de Intgragso vertical, iso é, de controle por parte de soctedades individuais de todos os tes setores em que Se articula a inds- tia cinematogrifica; produgio, dstibuigio, exbicho. Caleuls- fe que por volta de’ 1928, sele truss dominstem "quase completamente 0 mereado amerieano em grande medida o ‘mereado mundial do cinema’”(Bachlin, 1985, 29). condigoee da revitalizagao apse 0 uerra no impediram um florescer de Pesquisas e experiéncias com tas resultados que induziram os rodutores americanos eontratar aloes e dirtores europeus ‘Nem sempre iso signifi um ponto de enconteo entte © pri ‘mado esondmieo de Hollywood ¢ 0 artistico da Europa © nem fempre condusiu os resultados esperado. ‘A Vitulidade “sobre 0" plano. econdinico da producso hollywoodiana dos anos 20 (¢ em ampla medida dat décodas stgvintes) baseou-se principalmente em dois fatores: 0 studio ‘pStem e o star sytem. O advento do cinema sonoro contibuird para dar uma articlasao mais complexa eum nivel mas estivel ST'um sistema que om suas linhas gras 6 x inha afirmado nos fnor 20'¢ que permancceré asicamente imutivel a6 1948, quando um decrcto da Corte Suprema julgars legal «concen Tragdo monopoista dos trs stores da industria ciematografica| Praticado peas major companies. ‘A constituigio do studio system pode ser acompanhada através da ieesinvel ascnsso de Adolph Zokor, quem inild| os'anos 20 leva 2 cabo, sb a sigla Paramount, 0 projeta de luma Companhia de ciclo integrado que alm da producto © Ja 65 intibuigdo controle ditetamente também 4 exibicio, ou se. Ss soles de projegho. Emigrado da Europa em tenraidade, como . Laemmie, LB. Mayer, W. Fox, os imfos Warner, 08 futros ‘magnates Jo cinema smericano, o hngaro Zukor,apds comesar Como administrador de sales, tabalhou como importador de filmes europeus, eriando a Famous Players, ume socedade de produsio independent, com a qual tefou,juntendose a ours, parse a0 exagerado poder da MPPC (a Motion Picture Patents Company, que monopolizava o seior produtivo). Em 1916, 3 fasio da Famous Players com Lasky Feature Play Company permiia a Zakor uma. primeira integralo entre produgio € Gistribuigdo que fol depois completada com uma police de Saquisgdo sistemitica de slae cinematograficas (que chegaram Meerca de 600 em 1921). No vérice de uma soviedade que ‘eum o nome de Paramount, Zukor coasttuiu um modelo Togo imitado por otras sociedades que ctiaram uma estrture fuloga. Acs produtores independentes no restou oura solugao Ge tratar de constitir suas prdpies companhias de distribu Gio: tal foi 0 caso de David W. Griffith, Charlie Chapin, Douglas Fairbanks © Mary Pikford, que consiuiram » United Ariss "Naturalmente,o studio system no € apenas uma particular forma de intogragio entre divers setores da indGstri, mas representa amber um método preciso de organizago do traba- the destinedo 8 maximizago dos hucros através de uma explora ‘0 optimal dos recursos, [sso comporta uma rgida dvisto do Trabalho © uma total subordinagso de todos os componentes da produgie (dtetores, sores, roteristas ee.) 8 figura do produ “A nidade arttica sou ex”, declara o protagonists do romance O ultimo magnata, de Soot Fitzgerald, que, como jé fecordamos, ispirouse na mica figura de Irving G. Thalber, produtor de MGM, Estritamente integrados no studio system estio, por, um lado, o star system, quer dizer, 0 estclismo como peculiar ins trumento de promopio do produto cinematogrfie, , por outro, (sistema dor generos, ov ej, um instrumento efter de die: Teneiagao dos produtes além de um expediente de racionaliza- {a0 do proceso. produtivo bareado na miximaespecalzagso i virtos componentes ‘do trabalho aristico. (dretores, ror 66 "Os produtores podiam apreseatar © menu, mas e#a o piblice que escola 0 prato." Mesmo sem acellar completa- mente esta evaliagao otimista do estes (Bronlow, 1979, 157), € indubitdvel que ese sistema, espontineo ov induzido, {oi desde os anos 10 um dos prneipisinstramentos de prome- «lo do consumo cinematogrtio. ‘© fendmeno no fol exclusivamente americeno, Os pris prios produtores procuraram a principio explorar fendmenos {e esteismo Je exstentes, como por exemplo o ctado A. Zuko, See inciou a sua fortuna importando um filme Interproteds Bele exten da cena pariense, Sarah Bernhardt (La Reine Elisberh, 1912), tentando posteriormete uma exploracso dos fdolosteatras (© que ndo deus os resultados esperados). ‘O ssttelismo einematogatico tev, desde © comeso, carae- tevsieas dlvereas do que se manifetou em setores contiguos, 0 ‘que dependeu em grande parte da radical novidade daqusle Aispositve especial de produgao de imaginério que foi 0 ‘O maior relevo que 0 estelismo americano parece ter desde of anor 20 é uma das consegdéncias do fat, muito sim ples de enunciar, que os Fstados Unidos produriram cerca de [0% do toal dos filmes realizados no mundo no periodo mudo Fol o enorme poder de indistria cinematogrfien estadunidense aque ampliou e deu dimensSes inéditas a um fenémeno to int tamente ligedo a0. desenvolvimento. da cultura de massa! a ‘iagem A Exropa reslizada em 1926 por Mary Pickford € Douglas Fairbanks demonstrou so. mesmo tempo a forya de satrag do mito do cinema e do mito da América; basta pensar {que em sta chegada a Moscou foram acolhides por uma malli- ‘Bo de mais de trezentas mil pessoas (Broniow, 1979, 157) ‘Um fendmena como 0 de Rodolfo Valentino, que ineresss tanto a histria dos costumes quanto & do cinema, demonstra 2 capicidade que a Snstiigso inematogréfica tem de impor tam mito num breve espago de tempo: de Os quatro cavaleios do Apocalipse (1921), 0 filme de Rex Ingram que © toro fonheido do publica, até sus morte prematira decorem a Intimamente ligado ao fendmeno do estrelsmo esté © dos sgineros cinemelogeicos:o [lo € chamado 2 encarnar pape fixos a repetirdeteminadasatuagées uma vez que estas tenham ganho 0 favor do pdblico, Eis portanto Douglas Fairbanks, que liga sua carciea de ator (mas também de produtor) a0 género 7 de aventras, Lon Chaney, 20. forror, enguanto Theda Bare inaugura o modelo da sump no fle histrico sista dos gineros ja ene bem definido nos anos 20: comédia somimental, melodrama, drama. épicohisireo, wes ferm, filme de gangster c, ceramente ndo o timo em ordem fe importania. a slapstick comedy. 0 género que, embora nso {enka sobrevivida 20 aparecimento do cincma soncro, £0 Gnico {que continua até hoje 8 ser projtado mesmo para publicos nfo specializades. 5.4 A FASE AUREA DO CINEMA COMICO Um historiador do. cinema americano escreveu que 0 fenémeno do cinema cémico produziu “algumas das maiores ‘obras de arte nos Estados Unidos do séeulo vine (Sklar, 1975, 147). A frmula pode parecer exczssivamente solene para um cinema que tem ‘origens em formas de espeiéulo ‘como 0 furleto,o vaudeville e 0 music halle que, nao obstanteo gra de preciso rtica es elegincia da composiego a que olevaram ‘Charie Chaplin « Buster Keaton, teve, a0 menos mo inci, seus clement de forga nas pesepsiges, torts na cara, "belezas no banho" e eatatotieas intervensies de policiais incapazes (cs cllebres Keystone Cop) , condo revonbscimento da importa dese neo ovorreu logo. Europa, ¢ por parte das mals sofisticedas © ‘efinedes vangoatdes itelactuis? bastaria lembrar a evidente Influgneta do burleso americano sabre um clssco da vanguar fda dadnita como Emiracte (1924) de René Clair © Francs Pieabia ou a homensgem a Chaplin no filme experimental do pintor Fernand Léger Le ballet mécanique (1924. ‘Qusle s30 an ranies da. extraordiniia vitalidade deste nero que conquistou 0 pablico popular de todos os continen- fev foreceu a0 imagindrio de nosso século protipos de uma ‘ondigdo tragicmica do homem contemporineo? ‘slapstick € um engenho constvuido por duas tabuletas, conheeido também como espitula de Arleguim”, com 0 quai So simulador or rodos das pancadas que. os stores trocam nie ss Ea propria etimologia que nos Tembra que a slapstick ‘Comedy vem de fonge € € 0 resultado de uma amplinglo ¢ de ‘ima intenificegd, posibiltadas pelo novo meio, de oma série A efeitos jf wodifigados no teatro, nas variedades, 10 irc. ‘Com o desenvolvimento do género cémico, o cinema american, 68 por um lado, permanece fiel 30 dos primeiros anos (pensemos fm Melis, que marcou 0 momento de conversso cinematograi fe da tradigho do music Fall, e-em Max Linder), por outro Tudo, conguista © espare urbane, do qual toma as situapoes, os objeios, of tmes necessrios B consrugdo dos seus deliios ebmiens E precco acresentar ques slopsick comedy, que 0 piiblico Sempre identficou com as méscaras de seus ares mas Eonhecidos (Mack. Sennett, Charlie Chaplin, Buster Keaton, roid Lloyd ete), fol um cinema de dive. Os historiadores rsis slentos sublishsram quanto Sennett deve i ligio. de Griffith e-2 sua téenica de montagem, mesmo sendo evidente {que # obtengao do efito cémico exge rtmon mais exctants situagdes exasperedss. A reaizagao Je uma gag de eeio fneesistvel exge uma execugio perfelte, Uma cena dramdtca pode ser bea ou disereta (no andamento da narragio pode fun Eonar muito Bem mesmo que lenha algum defeito): por sua vez tama goes pode ser perftta, ou scja, deve ating exatamente avo, Assim, nada € mals absurdo do que as acuagses dig Ses a Chaplin por tor feito “teatro filmad, dese ter limitado cs sem uma elaboragio particular as sas as, gestusis. Considerexe, por exemplo, que (© emigrante (1917), rodou mais de 27 mil, metros de_pelicula para utilizr pouco menos de seiscenos (Sklar, 1973, 140. ‘Uma slim consideraglo no menos importante do que as precedente: io 56 em Chaplin e em Keeton, mas desde as primeiras produgtes da Keystone de Mack Sennett até Harold Eopd,o burlesco americano fornece © mais sistemstico reper Fo de lugares, situagSes, bjetos que define 0 espago utbano ‘cviiagio der miquinas", realizando em forma acabada ia adequagso da estetiea & nova senibiidade modificada ‘veloeidade ¢ pela maquina que 0 feturismo tinha preconi- gue pela iad }0 thfgo.utbano, oF tomsves, = fbrica Cempos rmoderos, 1956, de. Chapin), o> loca de divertineno © oe petiulo: todos agusier aspects pistons © guration ie itopraram as snfnis visu do cinema europe (de D. Ver sora Wotan) emer a he aca a fd para comin tentmental, as stan potlas © amas socks, ranaformamse no bureszo, em elementos cons tives de usa tudhoga o uniero por melo da pred 69 A defini dot mecanismos da estrutura de gg fo! um dos problemas que mas fascinoy os hstoriadores eS ebice 4 linguogem Cinematoriicn Naturalmente no. €.possel Sstabelecet um. el ume, vida. pora todos, de, Chaplin 4 Keaton, de Harold Lloyd Senne, de Hor) Langdon 2 Liry Son inclosveporgue & diferente @Tungio tributes pelos Givers ator 8 ga. condo podemos lcaizr na esata, do “virar de cata fre bo enrinar com di lene [nso pode aconteer no imago da cio enc, come na continua Unncormagio' do sentido, que Chaplin trib acy ahetos. #8 Stuags,srando taone fonees coificadas e afieando as {arts do seu ego srbitrrio, linc, imprevnel: em Cast de Durhorcs (946), nos 0 vem bri tm dspertador como $8 fone una lea de conserves em Rie da par (1917), arloe forma um lamp numa espéle de mortal “ciara, de rNgom a qu consegue se desemboraear de se adversro etos analogs ve alteragio radical do sentido poder corer tube por sprotimagao_ de ivrsos planes gue nos IGvam a descobri um sentido completamente dievente daqule {or tinhamos peesbigo inelalmente, Encontramosxemplos Giso'em Marla Lloyd em Buse Keaton ‘inode 0 homemosy (193) um eaguadramento em gue o“vern” Harald Lloyd aparece a porto de se efor Sula lade de un pode gu 0 confor e mulheres qe chara ‘Siciene como um dae desma valgarcona de despedida nt ‘Stocio: uma, sere de ocorréndas simuléncas oportunamente Tholodas” polo enguadramente roduziram um efevo de sentido toulmente diferente No comego de My wife's relations (1922), Buster Keaton se apresenta somo um escltor empenhado er plasma sas ‘ogee, mas uma amplaglo da pespectiva nos faz entender sila" é masa © 0 -ecultor" ext exindo boinhos que % ‘Nom stud semitco sobre struara das gg de Buster Keun, 5, Du Pasir (1970 mow como sian eo base Abs p'suceo ae das fungden ifort’ ma. primeira nidade ‘de spifiado defini ome normatva.conaptest tna sagunda ind como pertarbaor xa ina pulverize o wea dh primsra som contadner situa mat exp {undo un senda diver 60 apart 10 [io ¢ somente a incertezs ¢ a insabidade das selagdes entre 0 corpo e 0 espaco que dominam 0 wniverso da slapstick ‘comedy difculdades de coordenagio motors ou imprevnives © insuperdves cbstéulos que nascem das situagdes mis sim ples elementaresestio na base do slow-burn, um tipo de gag ujo mesire for Buster Keaton e-que consste no. fem mes frremediével deteriorar de ume stuagdo que a principio era ‘muito simples. A ambighidade das rlagdes pessoas, do signif ado das situagbes © dos gests, dos dadcs mais comune. da fxperiniacotiiana: slo" ess cs femas recorrenes, que ‘Ststentam as mais iresistveis acumulaes de efeitos comigos ‘A isso pode acrescentar a obsesiva repetigio de uma série 4e situapoes que permita aproximar s esrutura da arg 8 das ci ee te te 108 fant a qual se afirmaram 0s autores que fier o cinema it iano ciclar pelo mundo © que elboraam una ie de ma dele etpresivos capazes de tomnerpossvel um intrcabio Continuo ene evolagio da sociedad alana « eines, News sentido se poe aim gue, durante cere de te 6 fim dager, o cinema flan cone ner Sanja, of humores ea contesdgdes de socledade A profunda lgacto entre a erence ¢ cy costumes tevez soja tag comum entre diversas prsonaiddes qe der ‘vide‘a0 movimento. Nese sentido, vin papel fendatenal ft ‘ksenipentado por Zavatng, que fl 0 otcina Ge eds oe Principal ies de De Sia (entre or quas Ladrdes de bile 1948, zg em Mico, 1951, Unberfo Dy 1952) mas gue co. laporou com todos os principas dere (de Vicon De Santis, de Bhs Zampa, Germi ee) e dexenvlveu ume intens atvdade come autor d proposes, de fetes tedrcn onuituindo o elo de Hgasbo etre cncina,Meratra ¢ fr liso e de cua interago dervam muitas das carctersce ert ‘nas dp nena cinema Jo poor Junto atvidede de Zavatn deve ser reordae ade mut {os outros rtcnsts que, ter com menor genalidade inven: tiva mas cam alto profisionlsno, movers na, mesma dive Gio: Amid, Cethi D'Amico, Flan, nes quae" proces ‘erescenar as tempodrasclaborags com o cinema dec {ores como Branca, Fabbri, Berto Palin ele Mas, além das declares programiticas © das tznicas de erigio © proiegiopromoyio dar films em que aparece als nde aproximacio ene cinema ¢jomalsno, & evidente que eso ao dao de cons, ue muss vzes peste apenas 4m puro simples porto de portdaadqu signicadas divers no estily de cada diretor. a Por exemple, no Rosin da chamada “tga da goers” (Roma, cidade abet, 1945: Paid, 1947, Aleman, ano, 14) io «reasgo moral © o dado comportement qu tad em ua esata que € spre Inter © ula: Yes pen, «8 constituir © fio condutor, como jé aparece claro a partir do ‘imo da ste (Alemanha, ano zero) tomo se etnies na por. terior “telopia de slidio" (Sirombot, 1983; Europa 31, 1953 saver ‘na Itdlia, 1953). i cinema da dupa Zavaini © De Sica, 0s dados mei comune da exisncla ctdane, olidos com one apart 109 mente discrete e repusculaes,sfrem uma transfiguasso sur Fea de fabula chen de umores ote attics, ofa gress, Novcao de Viswnt que apes ea de Obsessto (1983) sleyias 20 menos inmatopraicamont, até 1948, quando cor SARL ere tomas av liga com on Sado de coca ¢do- omtrty auc hj como os ors os Sa tra enfauado ple cin, em vlolo a soa extaoain= Ta capoidade de exsnilar, nut elegante manera, modelos teiradoe de trig rari pcterice © musta do saul XIX Pb inci dente stele No cinema de De Sans, a inteeSes documentariss ¢ 4 pretensto de objeviade suiolipiensxponn aves da ne Tiade da ambienago, sero abadas por um gosto peo Snredo melodramatce pelo enfoque espeacilr da pase, ‘TWerousmo, do foleore. E-« De Sane que se deve a mais sn fur comer ce nn ge to soe we ula delngs cc deu a, conbuig determinant © S'pccaismos de funconaneno do sem cnematepaico stesmo, inna de genre tc). Iso conqubstow para seus fimes, em’ parcular para Aor amargo (1949), um sees Intemacona sem precedents, provanemente grag combh ‘indo expec nes mtr acco do uma cltra campo. esac Unacecopetaclar dat tnias © os mito da eultra de maces ‘Sem diva, imagem do neorealismo como expressio de tum momento herieo de antecipacio de uma mudanga radical dr soiedae italiano, por um lo, e, por cue, de cancel: tment de uals tradi e conengio cinemaogfica, numa Hpac de hgarso deta com w relidade clans, encontra fouls resondnea na rica na ieologa neoreaista do ave oe texto fics ‘O eco 6 gue muits das experangis quanto so flores ‘mento do neo realise logo desapareceram, Ente 3 cases pine ‘Spas dove ser recordado o cima de resiarasio lita, pos tei as clegoes de 1948, que produiram uma nia aftmagao So pa conserva ena pla Bemoraca Cith oe Jongou pelos anos 50 tio favoreces um cinema de pos Go, Poa dar una ila de tal cima, bastard ecordat sf um Spode o prowess conta Renae Aisotareo (1954), res de ter publica em Cinema Nuovo um roo cnematogrfio com iediospouc eins sobre a ccupao llane da Gréla 110 (como exotics, os dois jomalsas foram price no sércere miter de Peschicra © condenados por um tribunal militar Talver tena sido nevitivel gue no clina de contenio ies a deo w dienes aad sec ue, com o' pasar do tempo, ameasaram absrver cad Somentena efea Je um dopm esc. ee Foam necessrios os slagucsconjugads da nova vangua- da dos ans 60, noma cats veces, da ova een de nt Pragdo marist, que sobmet a una ovsio stialgdo Polista da cultura faiana CAsor Resa, 1963), ¢ posteismente 8 amplo proceso dereviso hintorogrifeainicabo cm 0 Con ‘enioe 4 retrospectiva da MonraInemazinale i Pesaro de 1974 (er L, Mich, 1875 0), par que toda fase Go neo realimo © do lnema ds anon 50 Tose vata segundo novas Perspectives, mals sents as peclaidades © complentade {eine Cnematogrtin, Por exemple, no mals Teco © complsto quadeo histo 4o cinema tallano, tagado por Brunet 979" 1982) 9 da 40 breve ciclo histrico do neorealmo,s mio posta de ado, pelo menes,ineprada por aquela Nsericamente mais rea ¢ implexa do proceso "de tansfrmarso lentae de mais ampla Suragao que pare de antes da Prmeira Guara ese etende até cx ares 30, fccrdoue mal i dda oo oto impo Frovoado por una Yerdadcra moana proisioal rode tiva” (Brunctia, 1982, 369). ror i Nessa perspective, som sscrficer nada de orignalidade © a peclardae do eso dos autres queso asoclaos a0 teser do neoreelsmo,& posive enter at distance entre a6 “prticas alias" e as "prieas buna", 0 sj, ente es expres ss guia ¢siamete ma ipa do ema fufor€ a produsao media do cinema de gine, € pore pro bie de delist. dum toa neorclt quepero cinema do periodo (Brunet, 1982, 315336). Muitos dos andtemas pronunciadoe no Curso dos anos 50 ca, Hoje, pra ea once: © pei 9 cn ‘to de una epoca, colher as carateistcas origi do ined flo nati Hino, ma ebm dow estes So ‘id cotdians, exisem novae eapas bvgatonns (qu antes, & ‘tities, com ortodoxa earllha necrealisia, teria: vivamente de- ‘Sconsethado. Podese coneyar com o chamado “aeo-ealismo roa” que 4 comédiapopulr, que, mat doe uma nveagio do ne. Mm realsmo, deve ser encarado como atualizagio para uma nova Tinguagem de uma tradigio bem viva om nossa cultura Alguns titulo fundamentis: E primavera (1949), Due sold di speranza (1952), de Renato Castellani: Pao, amor & fantasia (1955) © Po, ‘amor @ lime (1954), de Luigi Comencini; Pao, amor © (1955), de Dino Rist [Niko menos interessante pode revelarse a revisio do cha mado “neorealismo de apéndice™ que tem em Raffeeio Mats- rmz0 seu campeto, objeto de reosntes reavalagies © de tek teradssrepulsas (Apra e Carabba, 1976) Sem divida Matarazzo {Coutre dietores como Casta, Bignone et. levam a um ponto Se efervescinela af tomulicase o estilo do melodrama cinema togrifico, com amplas zonas de adequagio a0 que podemos ‘chimar de Tnguager comum da jconogafia neo-ealista. Tiulos fondamentaiss a tillogia de Matarazzo (Mulher tentada, 1980; Tormento, 1951; Fils de ningum, 1952), 8 qual podem ser teresentados varios melodramas de qualidade desigual, mas reunidos através de misturasespcias entre realismo da ambien tagdo © provocaclo erie, desde Sensuaidade (1952), de Cle- rents Fracas, até Toba (1935), dz Alberto Latuada, E finalmente Tot, euja reavaliagio, que feve em Fofl seu naisfervoroso defensot (Fae Faldini, 1977), implica um te txame das Telagdes bastante complexas ¢ fecundas ene o cine tna Italiano eo fetro de revista, as “variedades”, a tadigio Gialetal et, mas também uma revisio da nogio de “popular” onforme foi usada pelos setors mais dogmiticos de erica ‘inematogrics Essa proporta de revero cinema do pés-gucra,detendo-nos tambsmn a0 lado e 2 margem da experiencia neoveliste num endo entrito, nfo ¢ 6 um convte 2 ume vio global da ins- tituigio cinematogréfea, mes também recuperagio de um thar irbnio, daqUels jronia que faltou nos anos passados a0 mau humor des simpificsySes‘deolipeas de ambos os lados e tem a qual ¢impossvel felhear hoje wm repertrio Iconogeico| do cinema de eno (ver Pallzzri, 1978), ‘Aquela ironia que encontramos nas piginas do romance Le vita agra (1962), 2 Luciano Bianciard no qual o protago- rista conta como 6 diretor de um joral, para recuser uma Droposta sus, explicelhe com arguments inrivels a passezem Fistriea,realizada por Sedudo da carne (1954), de Visconti, da fronica para a bistéria, do neoealismo a0 realismo, 112 Ou entio a sfetwseirona com que o crc sinematogré fico Tullo Keach mara 0 “drama ds gerglo do frets be usa spoca, qu se autacondenow ayer conn ns So FHlmphrey Hogue a fcr debates pico sobre ws calhelons de sror que sram impostos pela etic neoeate Para muitos denis, Bogart era wn iol, No final das conta mr on resraeumos um ete pines pace Streciar 0 cars como dee ser epee ern so tr para came crop prota ‘0 bolo, som ter de aplcar ebvigroanoneen fect pice o tude Ae orcs ne ape aie presents Pascoe sng, con's presets ‘iter Tamar rondo fcr ani dcare Sobre ut hres Bopart Meso dates efi sobre ate Sores de rot taj ih 3 7 O CINEMA MODERNO- Diferememente das anteriores, auela gue propusemos cha: ina be dade So cine tne € mn ie de Srcsrever © Ses exe uma inovago teeolge comparivel 8 doo ema sonoro 2 pono de modifier © nifiaro extatuto da na Tu, con acnreru ene aos 20 30, Prev a nso SS dacore- deputy 0 Go tla paorimica no tem efeos Seton para modifica © ext expresso, tendo, no mie nao ceo Go riorgélo, cms vere tas invepes emo {kia de limitar a smergemteconcorrncia devia Sho innages reno eopeaclares ue logam a ree puro deanna deve ve lis =" ingugen cinta, Dos aos 50 a0 60 tas nove {Bert suceden comin. A inrodugSo deplete pan Slice & dada de mor snabiade) © das ot Vio com foxo euro tna permido mehora as filmagns onumuas com uma potencigio de tos os elementos da en Som om il rendimento da pofurdiade de campo ave pe Spit tomadnscotinoas som or excess frastonamets ds ecpagem csc. ‘ecwTeusn de cimeras ma ci de manobar mais ves, com formato feduzdo, © 0 progresivo melhoramento das ican de prvacto ta do vom favoriem suide dos ston 114 Em sintse, tis inovagdes tenoligicas favorecem ao tura dos exaueriastradiconals (podutveseexpresivon) ©" Aifusbo de sos do cineme que, aneriormente, fam sido felios 56 em caviter excepeional (as vanguardasbistéricas certos ‘momentos "herior™ do neoedisno) Uni nova consiénia des potencinidades © dos mec ismos de comunicesto do meio, atirmada em etreta concom tineia com as tematicas devenvolvida pela cinciag humanas (psicologia, semitc, esiea, socal), atribul so cinemne aeis importantes io para a delinigto de novos moddles Ge repesentago, mh também pora'0-comhacineno. Jas mu dangas em caso. "A ideologis dominante no “einems modero™ & uma ideo log progress: expressdo de uma nova subjetvidade inal vidual ot eoetiva, 8 defingio uma nove lnguagem © de roves polis expressivas,¢ stbida taeta Ge coptar as Imudangtseprodurir ou acclerar procestos de transformaclo tora, social € politica, “pesquisa do novo" e a “recusa da tradiio", em ans: logis com o que se vinka verificando nas outras formas de ex presio, leva o einema a Teforar tendéncias paallas tie tara, das artes plastics figuratives. E dificil cieunserever_cronologicamente o cinema mo ero", mesmo porgue ele mergutha suas reizes em experien- sias a6 Vanguard. gue exitiram santrormente, Conte so tenamos etn a dade do cinema moder como aac’ Aue a inlluigdo cinematogéfice vive conretamente 3s poss bdades de mudanga, sob so presses dos grupor de vanguarda (u por necestdade TiilGgca de renovagis, we tenlamee® dine ‘ot dfiniro cinema moderno nese emo ox powiels limites ronoligicos vie do final dos anos 50 ae cere de metade dos nce 0; tea, da afirmaeéo de nouvelle vague frances ate 2 hove Holywood” eo "einem novo alemao® 7.1 A*POLITICA DE AUTORES" E A LIGKO DE BAZIN’ Foi depois do Festival de Cannes de 1959, onde o cinema ‘ovo francs cbleve uma slogius stra de teconhecmentoy que sos «ar ders aie cee. tum modo novo de fazer os filmes simataneamente, una hove mitue frente 20 cinema us Enue os protagonists da “nova onda” recordemos Fran seis Traflat, gue, om Os laconpreendido (1993), rezbeu em Shes o peo de melhor diego; Claude Chabrol que tie Sitando yo ano enter som Nos goes do veto (1958); Jeane {ie Godands caja eatin no longametagem com Acossado {idéor pronccrs grandes apagderr Ene ahmereTocques Rr Neite, gue comeyatn, ppeetvamense. com Le sigue di lion 11955)" Parts nous oppaten (1960 A Saactriice coma dese cn nono, hte ert Je scr comeyado a oeuparse de cinema cierevendo args € Shai nw wvita Caner du Cindma, fndada em 1951 por Serine DonlolValerone,¢ no semanaio Ans 7: Junto dele foram também aprapados ob, a ctiquea nouvelle vupue Louis Malle, que fora sssiente de Robert Bre ‘Sn'caur de Ascenorpare'o adsflso 1957) © O8 amantes GBsiyr eA. Resnla condo no longemeragem com Hire Shima’ met amor (1958), depois de uma notivel cateira no ampo do dacamiendiso (Nut et roland, 1935, Toute me tle du monde 937 ce) A atvidse dls, cam a Se otres fovens¢ menos jovens como Agnes Varda, Maret Fran, ere Iompanhada com arande atengso pelos jovens crc dos Ca Tiers Cinema, pla interesecomtum dé romper com o cinema tradicional. Pousd importa se hoje aqusies memos protagonists ne vem que a nouele saguetenha existido ou Edita, 90 me ‘ine ve tena sido um Bor schadoem tems de publicidad DO advento da nue nague nia ol importante s& porque as Salou a estriado ma nova perago de iretores (dos quae nos Sruparemos detlhadamente em 7.2.1), mas espeialmente a forma pela qual fo poparade to rela e pelo ipnficado ue gui ‘Asciandose «um profi exo de A. Ast pubiado a rove L fora frongtsem 1948, "Nabsance une nowelle gare: ls camerestyio" (rad. Hn Brgnalfint 1984 43 Shy css ovens prefiguravam um tipo de cinema. pesca, 0 Guat a cimera pudese ser utliada com a mesma simpliidade Erber con Gl romania @ chat Ua 8 cant {Um cinema, portant, espontinc,imediato com eusiosbaos, ur pudzae citar complicados proceimentos dos estidios O° fifi cuidado formal da produgio francesa “de qual dade" ov seus aqule produgSo ue, apés 0 momento magico 116 os anos trina © quarena, com a afiemagio do “relismo pot theo"; no tina consepud renovarse no segundo: porpusra No lima estgnado da cinematogcta francesa dos anes singin, onde ume plea de. pure sobrvivenci,tornava Pratcamente Impowsivel extras de"novor cory oy ovens feats dos Cahiers du Cin, sonar war um i» ‘era de fimar como uma canta, comegsram a crete © ‘ando primeio canta como maquina de filmar- fazend ‘a atividade crea um momento prepoatoro da ago crave, ‘A “polca de autores” trneuse a palova de ovdem do rupo, Anes descr‘ trampolim para Iatgarce come aulore, Sst férmula propota pelos jovent redatores dos Caters ape ‘Snta um nove moo de vero cinema, tendo. por finale 2 Valornagio do Uretraulor.Refenndose so inn, curopec, 4 Sts con reer, Bsn Anion ea “Plt ‘io crave problemas patslares, mesmo. porgue ns Europa, justamente por causa dv afnidades que o cinema tia mand om a cultura itera earstce «com or métodos de produsso frtestnal, «radio de un einer de ator tnha cago tases ‘ls profundss que em outras eps. Mais complexo Se irmava © probleme com os diretores amerianos. Diteorespefellamenteinsriow no mecaniso pro dt Rallywondina’ ano Hichoe. Milly awl tam ‘minuiosamente-annador como autores, ¢ da predusio ane ‘eana de detors europe como Lang Reni'eu Oph se ‘blinva a contnuidage com a obra precedente ‘ais opedes comportavam a elborago de um méiodo de antic do bine cpa de stoner ou mites, 0 ta direcio endo nat declaagies programtcas cane ‘onalidige expliia da tse polica os moral do fime,o alot 0 significado de ume obra. Tratveae de um metodo que Sosa rrlimene wi eta bor ines ‘lcoformas do filme, pode ser dsindo © sproxinado so te todo da erica esilisica em hterstura 20 metodo iconcgie ‘sare igraivas (ver De Vincent, 1980, 147-8), “André Bazin, que fl uma epic de pal cspiitual desse arupo de joves, dafendew com rigor + vlads Go mdtove Semtid, ‘reso quando podi ter divide quanto &s cxafas fetes. Num Tameso_artgo inilado "Comment peiton éue Nichcockohawhsiens?” pubiledo nos Cahier du incma em 1985, elcreveu em defen de ses joven olga Sas pals "7 Mas se eles apreciam a tl ponto a miseenscene & por {tue nela descobrem em grande porte a propria materia {fo fime, uma organizagao dos sere e das cosas que Seon eon si0 Proprio significado, tanto. moral fuanto esética,Ovqae Sartre excreta sobre 0 romarce [verdadero para fodas as ares, para 0 cinema como bara a pinta. Cada técnica remete para ume melfe ea A amidade ee mensagem moral do exprssionmo leno ndo se fevelom hoje mais na miseensctne do ‘mente agulo que, do sew projeio mora, se tinka dis Jawido completamente mo univers vsval que perma ince. pare mis a cotsa mais significative (trad ‘Grignaffin, 198, 14635), imasio da nowelle vague ‘mpla 90 trabalho creo € fesrico de Bazin, grogas & esreita relagéo. que se cstabeleceu ho seu grupo, ¢ apeser de sua morte premature (1958), entre 4 dimenseo tsrice © a cratva "A contribuigio fundamental de Bevin consste em ter cla: borado uma Teoria da linguagem cinematogratica no mais ba Seada na montagem (como we inh continuado a fazer do periodo ‘modo pera a frenc) mas sobre aqueles elementos — como a tila sonora, a pelicula pancromaics, as objetivas capares de fefletr a profundidade de campo, a tela panorimica — que centuardo a impressio de realidade da imagem fimica,tinham videnciado progressivarente 0 carter manipulator © art Sal da montager tradicional "Atravts do estudo da obra de Waler, Welles (em particular de cidadao Kane, 1941) ¢ de Rossellini (Wer 64), Bazin tomou dis tancla das torias da “montagem soberana"”elaboradas_ pelos tovidicos, em particular por Eisenstein e Pudovkin (ver 5.3) tambbém se efasiou das. posgoes da decupagem clissca de Hollywood (ver 10.2 10,3) Fogando 0s textos analisados (mas iso consiste « produtividade do seu método, que prevé. ume imteryengdo ative que nio se limita & parifrase © reptigao do fue g evident no filme, Bazin preigwrou um tipo de cinema que ‘epeita 20 ménimo 6 condigdes eotidianas de percepgio dss lsu, dos objeos, da. vida ‘Gnicloga elinguager& o Geslo do primeiro tomo de sua bra, publicada postomamente: Qu'esie que e's Te cinéma? 118 Gazin, 1958462), xj fo condutr é a exaagbo do cater de feprodugio mectniea da taldade que'o iene produ estundo-nes a dimensio visual de um evento sem recor ser aumanipundo« binterprlago de un tne enauanto re Prooio'¢realente medina» cincina pods fovelt 8 08 {Esinca, Porem,¢ or ese mativo gue 0 cneala deve respat $ coninuidade'e a duragio rel do evento dramaico represen {ado som terpenes de most. Dal cre Sima’ noma asim srunclade no texto “Montage provide” Ghando'oesenial de aontesnento depende da posenge sk tuldnes de dois ov mae fatores da ago» tontagem € Prt a” (asin 1958562, 7) isa norma nace da necisidade de rspeitar, mals que @ chjevidede do evento represntad, « subetvidade do copes tadore @ambigiidade de ead sua. A montagem,enguanto ref do pono devs a de qo far ow “cores mtr pada como um procedimenta que preeterina a "fecha" 0 Eid da eguénca A times contro qe Sain cam de “plano sequence", teria' proprcdade de permit 20 expec dot um pears de letra mate livre, sténomo. Evidentement hi ga forgado nesta eo © aso 0 plano seqiéncia nl climina a montage (que se recontiti come man tagem interna so plano oe montagem cmtnun) nem condux mie frovamente ao grau zero seria lca, tanto sim que ous0 40 planosealénca em autores somo Goda, Straub ou Carel ‘0 ho Ringo fancsé ou no taiano Berle se trsaré Um Procedimento de afirmagio de uma radiel subjetvidade do utr todavia existe ness iia de Bazin uma intnglos rca de implcagiese de possibiidades Tatras, de adequar © cinema 3s tendenclas de exci contempordnes que atribul so dest natério da mensagemesiica Um papel avo ¢ gue concebe © texto come uma estruura sberta ne gue + Tungao das stats fas tEeicoformats € de melpicer em percareor de Iitura ¢ tornar ambiguo (ndo Hglamentepresabeleido) 0 send. 7.2 O NOVO CINEMA DOS ANOS 60 E possivel determinar uma série de caracteristicss comuns ‘ue, indo lém das notives diferengas de cultura nacionais, de tradiges cinematogréficas, de situagoes poiiss, possmn es ‘irmes uma imagem unitria do movimento de renovagao que 119 nas pedss ou a0 lado da experiénia de nouvelle vague, 1 ‘sug 0 simp noe aoe 70. YMiessht um critico que ieaizoue dg um fetvl que nos toes 60 Tol ineiramente dedicado a0 conceimento€ Gitsso do novo cinema (Mostra nterezionale del Nuevo Ci te Pea), sine ns Gute onin osni a ne ‘ojes dese movimento qusy em frau verve ci sobre a Jiiwigdo cinematopraficn no mundo fntiro(Mlssche, 1572) 2) Bsratra mart: & abandon o ened romance ‘iconal e 8 constropao da personagem acabada © so adotadas sologGes mais proximay das novas tendéncasliterdris (embors hem sempre o nao necossriamentenelasinsprad) 1b) Lingagem fica: sbandon das forms sncas © expe Ss tndencs seul o provement de ccna © {i Uenitas de filmager, de tectagSo ¢ de montagem de ipo olintralita” © desoads a evideniar « subjvidnde Jo ©) Meologia: em ver de evidenciar uma mensagem eotégica tnivoese dicta, cofiads geralmente a um herd postive (como fo pasado 0 chamado.“relismo socalista”, em alguns mo: Imentos do neovealisme italiano © do relismo frances), surg am formas mas fluids ¢ indies, baseadas em procedimentos retaéricos 04 legéricos 4) Esiraturas de produpio: manifestase sempre uma exigtncia a dn mesa de ormet trias nds tlicrentes stuogdes, pode se variar dos projeios de um cireuito {de distribuiggo tadcalmente alterativo, como aquele esbogado tos Estados Unidos por Tones Mekase pos /imakers do New ‘American Cinema Group, 88 propastas “reformist” dos cineas- (as dos peises do Leste socialists que ltavam para congustar lim Iminimo de controle sobre o sistema de produsio © de dis- tribuigdo (Micciehe, 1972, 12-13) Tunto e css fragordistntves que permitem unificar expe- riéncts nascidas © derenvolvidas em contexts diveros © dis: {antes um do outro, preciso recordar a formagio © a répida ‘meturagio de um novo tipo de publico, que atribui ao cinema tim papel diferente daguele por ele tedicienalmente desempe rihedo, um piblico mais maduro e preparado no aspect politico- Cultural e m9 do confesimento do cinema e da sua linguagem. 120 7.2.1 A nowelle vague ‘odo bom fine — dvie Troltast ~ deve saber expinix 0 mes tempo uma concep da vida e uma soncepglo do A nouvelle vague frances no repesetou apenas etia de uma nova geraso de cineatasdecdios a exprimi ae pro pas inquitagcs © propio malesa. Fo ambem — tlven Drnciplmente a afrmagao de um novo tipo J cinesa, Para © ql a tomada deconsitcia eca do meio expressivo ado refeno sobre ¢ sun nares slo G0 importentes quanto “ma opgbo mor Nos somes os primeirs cnestas — dita orglhosmente Goutardno inicio des anos 60 saber que Grif exis ‘Uma nova contact da linguogem cnematopdfca — toma do alse propria a pesuisacrcesaorice na dGcada que tam fhm vo nascimento da semiclogia do cinema (wer 22) acom Banh Clients Bos pred prodisio dx Sires de nove iss ¢ pariculamente evident no cinsans de JL. Godard (0s temas radios nos seus ims podem ser os mais diversas: re fenton de “rebels sem causa” em Acosiad (1960) © O dens. ‘lo das onze has (1965); 8 guerra da Argéia em O eg ‘oldado (1960) 8 pusra stl em Tempo de guera (1963) 0 problemas da muther, do cial da prosituico ete ma Una mt Ther é uma mulher (1961), Viver vida (1962), Una malar ‘orada (1968) st Contd, alm doe sapectornaratvas © sooo, cada tum deste mes € tambem sm ensslo sobre imagens © sinems, sobre a rlaio ente 9 tear ater QUE fntre aor ¢porsnagem interpretada; sobre a rlag entre Palaveas¢ es imagens sobve‘© papel gus os vrios meios de Serums (aero ie, ¢ pads fra, ic) tem em plasmar © definir 0 horzonte des nous ox inci [AS leicas de reitasaoe de filmagem bassadse na impro: visogo (el au simulads, pouco Hnpotay: at levies de mon lagem pouco respeltadors. ds vegas clsias que garam corte fides "invisivel"; a tenes de mixagem, ito 6 4 ‘ombinoso dos vis components da tha senor (isles rude ec); fodor ov aupetostcnicos expresivr do cinema 121

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