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Arqueologia de uma trama de intimidade: traos da proto-psiquiatria nos escritos

tcnicos de Freud
Aula birman 24 06 2013

O homem da experincia se levanta do cho para se atentar a seu solo e para


estabelecer horizontes. Ele se desvencilha de sua condio de animal natural para se
inscrever como animal falante. A fala seu bipedismo e abre um redimensionamento
com o qual passa a ver o mundo com uma relao duplicada, pois as coisas agora
ganham um duplo necessrio e indissocivel de sua prpria espessura: as coisas ganham
um nome que as acompanha inclusive para alm da linguagem, pois mesmo que
pensamos sem falar, objetivamos as coisas em e por seus nomes. Ao mesmo tempo em
que determina uma nova relao com a viso, a fala permite a reflexo sobre si e sobre a
finitude prpria e das coisas do mundo. O bipedismo permite-nos entender a
transitoriedade fundamental de todo e qualquer coisa, estado ou processo que tome
corpo ou forma no universo.
Por isso, bpede, podemos nos distanciar do solo para ver nele as condies de
toda ao, de todo saber e toda apreenso sobre o mundo. Liberadas as mos para a ao
sobre o mundo, a viso pode focar nos objetos com os quais transformamos e
trabalhamos atualizaes. Bpedes ainda, podemos mirar os horizontes que sinalizam os
possveis, no necessariamente atualizados, mas disponveis enquanto horizonte de ao
e transformao.

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