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Dona Doida
Uma vez, quando eu era menina, choveu grosso,
com trovoada e clares, exatamente como chove agora.
Quando se pde abrir as janelas,
as poas tremiam com os ltimos pingos.
Minha me, como quem sabe que vai escrever um poema,
decidiu inspirada: chuchu novinho, angu, molho de ovos.
Fui buscar os chuchus e estou voltando agora,
trinta anos depois. No encontrei minha me.
A mulher que me abriu a porta, riu de dona to velha,
com sombrinha infantil e coxas mostra.
Meus filhos me repudiaram envergonhados,
meu marido ficou triste at a morte,
eu fiquei doida no encalo.
S melhoro quando chove.
(PRADO, Adlia. Poesia Reunida. So Paulo, Siciliano, 1991, p. 108)
Na construo do poema, predomina o tipo
a)
dissertativo, sinalizado por pronomes possessivos, como minha e meu.
b)
descritivo, sinalizado por advrbios como exatamente e S.
c)
descritivo, sinalizado por verbos como choveu e repudiaram.
d)
dissertativo, sinalizado por advrbios, como quando e depois.
e)
narrativo, sinalizado por advrbios como agora e quando.
R= E ;;
Tipologia textual:
- DESCRITIVO: Retrato verbal
- NARRATIVO: Contar uma histria, inclusive poesias
- DISSERTATIVO:
1 - Expositivo: Informar
2 - Argumentativo: Convencer