O doente é aquela pessoa que rompeu com os fundamentos
básicos da vida. Rompeu com princípios simples, como dormir, alimentar-se adequadamente, ter uma atividade física sistemática, relaxar... Mas o organismo é mágico. Ele consegue, às vezes, durante trinta anos ou mais, manter a pessoa sem nenhuma doença, mesmo que sem saúde e esplendor de vida. Acontece que, de repente, pelo tanto que a pessoa não se levou em consideração, rompe-se esse frágil equilíbrio. Se ela não mudar de postura e não arranjar tempo para movimentar-se; se não tiver uma alimentação sossegada e tranqüila, mastigando mais; se não se der a oportunidade de ir para a cama às 10h30 da noite, continuará não existindo em sua própria vida. Se não conseguir impor limites, aprendendo a dizer não, e continuar o tempo inteiro pensando negativamente, estará sendo sua maior inimiga. A qualquer momento essa pessoa pode perder o equilíbrio, tendo suas defesas imunológicas diminuídas - e a doença ganha a parada. Podemos dizer que 90% dos brasileiros não têm doença, mas o problema é que 90% deles também não têm saúde, estando sempre no limite que não evidencia doença nem saúde, mas uma triste sobrevivência... O que precisa ser recuperado é o encantamento com a vida, o estado de entusiasmo, pois saúde é alegria, é energia, é vitalidade, é disposição. Uma pessoa triste pode não ter doença, mas não é uma pessoa saudável. A pessoa positiva é a que acorda entusiasmada, otimizando-se em relação à vida, olha a manhã e fala: "Que manhã maravilhosa! Vai ser um dia incrível". Esse otimista é saudável. O pessimista não favorece sua saúde. É o que acorda desanimado colocando enormes barreiras diante da sua própria vida, ampliando seus problemas. Será só uma questão de tempo para que a doença, que está embrionária dentro dele, irrompa. A tristeza, o rancor, o desânimo, a desilusão afetam o sistema imunológico e podem baixar sua resistência. E fazer com que se perca o equilíbrio interno. A pessoa que tem saúde, ao contrário, quando a doença vem, dá um peteleco e põe a doença a nocaute. O cérebro, cuja maior função é a manutenção da vida, está sempre alerta e tem um poder extraordinário, suficiente para obedecer às exigentes e austeras ordens da pessoa. Por isso não devemos nunca deixar nossa saúde chegar a esse tênue fio que separa a saúde da doença. O que temos de fazer? Melhorar os níveis de saúde por meio da correta postura diante da vida. Não temos de esperar ficar doentes para então nos preocuparmos com a saúde. O homem descuidado de si fabrica suas doenças. Pessoas na faixa dos 40, 50, 60 anos exibem um leque de moléstias, como câncer, infarto, hipertensão, osteoporose, diabetes... Eles tiveram muitos anos de descaso com o próprio corpo para permitir que elas se instalassem. Isso é o resultado, não é que precise ser assim. Estamos numa transição espantosa em que a tecnologia assusta e confunde. Hoje se fala do genoma humano. E pensa-se que se pode conseguir tudo pela mudança genética – alcançar a longevidade, a saúde perene sem doenças. Realmente, a genética é maravilhosa. É tudo em nossa vida. É ela que oferece a espantosa programação de como somos exatamente, desde o menor detalhe, como a cor da pele, o tipo de cabelo, até a altura a que podemos chegar. Precisamos entender que ela somente oferece as nossas possibilidades, porém tudo está conectado ao meio ambiente e à maneira como interagimos com a vida. Podemos ser projetados para ter 1,82 m de altura, e no entanto isso ficar apenas em nosso potencial, quando na verdade chegamos a 1,68 m ou 1,72 m sem atingir o pico de nosso potencial de estatura. Tudo vai depender de como interagimos com o meio ambiente, com atividade física adequada, correta alimentação, etc. Da mesma maneira, as programações desastradas de seus genes no sentido de fazê-Io mais suscetível a determinadas doenças vão depender da sua forma de viver. O que sempre vai importar é o meio ambiente, o meio social, suas emoções na interação com tudo isso, seu estilo de vida, seus hábitos, a maneira como você administra sua vida... A forma como você vive a vida é que determina tudo. Tenho claro em minha mente, pelo que realizei de concreto com todos os tipos de enfermidade de fundo genético, que toda a verdade está no que as pessoas fazem de sua vida e não na vida que as pessoas recebem geneticamente. É certo que as possibilidades genéticas são um fato concreto, mas querer dizer que se vai contrair a doença por possuir uma carga genética defeituosa, aí é demais... Somente se irá adquirir esse tipo de doença ou qualquer outra se se batalhar por isso, desenvolvendo o potencial com uma vida torta e destruidora. Tudo se baseia em sua forma de viver. O que faz a diferença são seus hábitos destruidores, que funcionam como um gatilho disparando a bala contra você mesmo. Quem aperta esse gatilho e faz vir à tona a parte fraca dos genes é você, se tiver um estilo de vida de total desrespeito à sua saúde. Já tive muitos pupilos com casos de traços genéticos para determinada doença em sua família, e começando a desenvolver a doença, que conseguiram não somente fugir dela, como afastar gradativamente a possibilidade de materializar-se esse potencial. Essas pessoas deixaram de tomar os medicamentos necessários e nunca mais tiveram nenhum problema, distanciando- se das enfermidades graças à higidez que construíram em seu organismo. Muitos pupilos já me mostraram em que medida a genética é relativa. Além do que, você pode ter o melhor traço genético do mundo que, se perder o equilíbrio, cairá também. Sua carga genética é apenas o seu rol de possibilidades, tanto positivas quanto negativas. Só que você é que tem de trabalhar para desenvolver tanto umas quanto outras. Nosso método consiste justamente em fazer você explorar ao máximo suas positividades e deter da melhor maneira possível suas negatividades. O homem não nasceu para ser doente nem para ser triste, nem infeliz, nem derrotado. Nasceu para ter sucesso e saúde. A saúde é um direito do homem. Todos dizem que é um dom, mas só da boca para fora. Na hora do cada-um-consigo-mesmo, a emoção mal desenvolvida o impede de fazer as coisas boas e necessárias para si próprio. Então, com o passar dos anos, essa pessoa vai ficando triste, deprimida. Acumula raiva e ódio, o que é uma estupidez, porque está produzindo uma porção de venenos tóxicos que podem alimentar qualquer doença, até um câncer, mesmo que com isso o organismo tenha de se arrebentar de trabalhar para fabricar milhões de células a mais. Cada um deve trabalhar a saúde não só para mantê-Ia, mas para elevar seus patamares. Na aplicação do meu método percebi que não existe idade para uma pessoa começar a mudar. Eu digo que é a relatividade, ou melhor, a "relativa-idade", ou seja, que a idade é relativa ao nível de saúde que a pessoa se põe a conquistar. Você pode ter 60 anos e estar com 30. Já trabalhei com pessoas que, com 26, 28 anos, estavam com mais de 70. Tudo é muito relativo. Depende apenas dos cuidados que você tem com a saúde.
(Pág 66 a 71, trecho do livro “A Semente da Vitória”, prof Nuno