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PLANO DE EFICÁCIA DO NEGÓCIO

JURÍDICO

1. A CONCEPÇÃO DO PLANO DE EFICÁCIA

Neste plano, verifica-se se o negócio jurídico é eficaz, ou seja, se


repercute juridicamente no plano social, produzindo os resultados e efeitos
manifestados como queridos pelas partes, Sendo definida a eficácia como
“...”.

2. ELEMENTOS ACIDENTAIS LIMITADORES DA EFICÁCIA DO


NEGÓCIO JURÍDICO

São três os elementos (modalidades) acidentais:

a) o termo;

b) a condição;

c) o modo ou encargo.

2.1 CONDIÇÃO

Condição “é a determinação acessória, que faz a eficácia da vontade


declarada dependente de algum acontecimento futuro e incerto”.

Trata-se, portanto, de um elemento acidental, consistente em um


evento futuro e incerto, por meio do qual subordinam-se ou resolvem-se os
efeitos jurídicos de um determinado negócio.

Dois elementos são fundamentais para que se possa caracterizar a


condição:

a) a incerteza;

b) a futuridade.

Para que possamos identificar a condição é indispensável á incerteza


da determinação acessória, pois se o fato a que se subordina a declaração
de vontade for certo (uma data determinada, por exemplo), estaremos
diante de um termo, e não de uma condição.

Vale dizer que essa incerteza diz respeito á própria ocorrência do


fato, e não ao período de tempo em que este irá se realizar. Um exemplo é
a morte, uma vez que a doação de um imóvel esteja ligada a ela, pois ela
tem caráter certo, pois todos nós sabemos que iremos morrer só não
sabemos quando, e é justamente neste ponto que a doutrina nós traz um
exemplo onde a morte passa a ter status de incerteza, é o caso do exemplo
anterior mais com o detalhe de a morte ocorrer até uma terminada data ou
prazo, caracterizando assim a incerteza quanto ao acontecimento neste
período de tempo.

Também a futuridade é requisito indispensável para a caracterização


da condição.

Acontecimento passado não pode caracterizar determinação


acessória condicional.

Segundo dispõe o novo código civil de 2002, em seu artigo 121:


“considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da
vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e
incerto.”

Umas das profundas mudanças, com relação ao código de 1916 é a


substituição da expressão “ato” por “negócio jurídico” e a consignação
expressa da vontade das partes como única causa genética de toda
determinação acessória condicional.

Podemos, portanto, colocar ao lado da futuridade e da incerteza, a


voluntariedade da condição como sendo elemento característico
fundamental.

Adotando o critério classificatório da condição mais difundido (quanto


ao modo de atuação), teríamos:

a) Condições suspensivas;
b) Condições resolutivas.

Pode-se definir a condição como sendo o acontecimento futuro e


incerto que subordina a aquisição de direitos, deveres e a deflagração de
efeitos de um determinado ato negocial (condição suspensiva), ou, em
sentido contrário, que determina o desaparecimento de seus efeitos
jurídicos (condição resolutiva).

Condição suspensiva, subordina, não apenas a sua eficácia jurídica


(exigibilidade), mas, principalmente, os direitos e obrigações decorrentes do
negócio. Quer dizer, se um sujeito celebra um contrato de compra e venda
com outro, subordinando-o a uma condição suspensiva, enquanto esta se
não verificar, não se terá adquirido o direito a que ele visa (artigo 125 co
CC/02 “art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição
suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a
que ele visa.”).

Se for resolutiva a condição, enquanto esta não se realizar, vigorará o


negócio jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por
ele estabelecido. Verificando a condição, para todos os efeitos extingue-se o
direito a que ela se opõe (art. 127 do CC/02).

A condição resolutiva poderá ainda ser expressa ou tácita.

No primeiro caso, opera-se de pleno direito; no segundo, demanda


interpelação judicial, pois não foi contemplada em norma expressa pelo
Novo Código, embora subsista jurisprudencial e doutrinariamente. Não é
pelo fato de ser tácita ou implícita que perde a natureza de condição.

Podemos classificar as condições, no plano fenomenológico, em


positivas ou negativas:

A) Positivas (consistem na verificação de um fato, aparece quando


surge o fato – auferição de renda até a colação de grau);
B) Negativa (consistem na inocorrência de um fato, aparece até o
momento em que se verifique a eventualidade considerada –
empréstimo de uma casa a um amigo, até que a enchente deixe
de assolar a sua cidade).

Quanto à licitude, as condições podem ser ainda:

a) Lícitas;
b) Ilícitas.

São lícitas todas as condições não contrárias á lei, á ordem pública e


aos bons costumes (art. 122 do CC/02). Exige compatibilidade, não apenas
com o direito positivo, mas também como o indispensável respeito ao
padrão de moralidade média da sociedade, enquadrável no conceito de
indeterminado de bons costumes.

São exemplos de condições não admitidas, por atentarem contra o


direito ou a moral: a proibição de se casar, pois viola a liberdade individual,
a proibição de mudar de religião; a obrigatoriedade de sair do país e não
mais voltar; a pratica de determinado ato criminoso, etc.

As condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita invalidam os negócios


jurídicos, manchando-o de nulidade absoluta (art. 123, II e 166, VII, do
CC/02).

Costuma a doutrina e, agora o Novo Código, reputar proibidas as


condições:

a) Perplexas (incompreensíveis ou contraditórias);


b) Potestativas.

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