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Elasticidade
uma medida da sensibilidade da quantidade procurada ou oferecida a um dos
seus componentes.
Elasticidade-preço da procura
uma medida de quanto a quantidade procurada de um bem responde a uma
variação no preço desse bem.
Formalmente,
∆Q
∆% na quantidade procurada Q ∆Q p
D
p = = ∆p
= , (1)
∆% no preço p
∆p Q
1
1. Necessidades vs Luxos – Necessidades tendem a ter procuras inelásticas, enquanto
os luxos têm procuras elásticas. Ex. As procuras de pão, medicamentos são tipica-
mente pouco elásticas. Já as procuras por carros, espectáculos culturais e desportivos
são elásticas. Já tinhas pensado porque é que ir ao cinema à segunda-feira é mais
barato? Porque é que os comerciantes não fazem o mesmo com o pão?
4. Horizonte Temporal – Os bens tendem a ter uma procura mais elástica em ho-
rizontes temporais mais longos. Ex. Gasolina. Se o preço aumentar muito, nos
primeiros meses a procura pode não se alterar muito, mas à medida que os consumi-
dores ajustam os meios de locomoção (gasóleo, gás, carros com consumos inferiores)
a procura por gasolina pode cair substancialmente.
5. Montante Gasto – A procura tende a ser mais elástica quando os gastos do con-
sumidor no produto são substanciais (em valor nominal ou como uma fracção dos
gastos totais).
Nota: No livro na referência o autor reporta sempre o valor absoluto da elasticidade. Nós
vamos (tentar) seguir essa regra.
Exemplo:
⇑ P Gas de 10% ⇒ ⇓ DGas de 20%. Em rigor a elasticidade, seria
∆Q ∆p
D
p = / = −20/10 = −2,
Q p
2
5.1.3 O método do ponto médio
se calculares a elasticidade:
∆P ∆Q |D
p |
De A para B (6-4)/4=0.5 (80-120)/120 = -0.33 0.66
De B para A (4-6)/6=-0.33 (120-80)/80 = 0.5 1.5
Uma forma de evitar este tipo de problema é usar o método do ponto médio. Formal-
mente,
∆Q Q2 −Q1
Q (Q2 +Q1 )/2
D
p = ∆p
= p2 −p1 . (2)
p (p2 +p1 )/2
1. Elásticas – D
p > 1
2. Inelásticas – D
p < 1
3. Elasticidade Unitária – D
p = 1
4. Perfeitamente Elásticas – D
p = ∞
5. Perfeitamente Inelásticas – D
p = 0
3
5.1.5 Receita total e a elasticidade-preço da procura
Curva P P.Q
Inelástica D
p < 1 ↑ (↓) ↑ (↓)
Elástica D
p > 1 ↑ (↓) ↓ (↑)
Unitária D
p = 1 ↑ (↓) –
Quanto é que a receita varia quando nos movemos ao longo da curva da procura? A
resposta depende do valor da elasticidade-preço da procura! Na Tabela 1 para variações
no preço a diferentes nı́veis de elasticidade verificamos que os efeitos na receita total são
diferentes.
Matematicamente,
∆(P.Q) = P ∆Q + Q∆P
∆(P.Q) ∆Q
= P +Q (3)
∆P ∆P
∆(P.Q) ∆Q P
= +1
Q∆P ∆P Q
∆(P.Q)
= D
p +1
Q∆P
Assim, como sugerido na Tabela 1, confirmamos que as variações da receita total de-
pendem da elasticidade-preço procura. Em termos de implicações para a receita total, o
ponto de inversão é dado por D
p = −1.
Embora a inclinação de uma curva de procura linear seja constante, a elasticidade não é.
A razão é que a inclinação é o rácio das variações de duas variáveis, enquanto a elasti-
cidade é o rácio de variações percentuais de duas variáveis.
A Figura 1 ilustra a variação da elasticidade ao longo de uma curva de procura linear.
A Tabela 2 complementa a informação gráfica.
4
P
7 D
p > 1
6
3 D
p < 1
2
0 Q
2 4 6 8 10 12 14
P Q P xQ ∆%P ∆%Q D
p Tipo
7 0 0
15 200 13.0 Elástica
6 2 12
18 67 3.7 Elástica
5 4 20
22 40 1.8 Elástica
4 6 24
29 29 1.0 Unitária
3 8 24
40 22 0.6 Inelástica
2 10 20
67 18 0.3 Inelástica
1 12 12
200 15 0.1 Inelástica
0 14 0
Case Study
Problemas financeiros num museu. O que fazer? Aumentar ou baixar o preço
de admissão? Reposta: Calcular a elasticidade; depois decidir a polı́tica de
preços. Como calcular a elasticidade na realidade? Com métodos estatı́sticos
que podem usar:(i) dados passados sobre as entradas a diferentes preços; (ii)
recolher dados junto de outros museus com preços diferentes. Nota: O método
estatı́stico teria que ter em conta outros factores, como, por exemplo, tempo,
tamanho da colecção.
Elasticidade-rendimento da procura
uma medida de quanto a quantidade procurada de um bem responde a uma
variação no rendimento dos consumidores.
5
Formalmente,
∆Q/Q
D
y = . (4)
∆Y /Y
Formalmente,
A ∆QA /QA
D
PB = . (5)
∆PB /PB
Elasticidade-preço da oferta
uma medida de quanto a quantidade oferecida de um bem responde a uma
variação no preço desse bem.
Formalmente,
∆Q
∆% na quantidade oferecida Q ∆Q p
Sp = = ∆p
= . (6)
∆% no preço p
∆p Q
6
A elasticidade de oferta de um depende da flexibilidade dos vendedores para mudarem
a quantidade produzida. Ex. Visitas ao Empire State building; há um número pré-definido
de elevadores. Assim, a oferta é inelástica. Já as produções de livros, carros, cereais têm
ofertas elásticas.
Um determinante chave da elasticidade de oferta é o perı́odo de tempo considerado. A
oferta é tipicamente mais elástica no longo prazo.
Como no caso da procura, as curvas da oferta também são classificadas de acordo com
a elasticidade.
Nalguns mercados a elasticidade de oferta não é constante, mas varia ao longo da curva.
Figure 2 ilustra um caso tı́pico de uma indústria composta por empresas com capacidade
limitada de produção.
P
15
Elasticidade < 1
12
Elasticidade > 1
4 6
7
5.3 Três Aplicações de Oferta, Procura e Elasticidade
Vamos agora aplicar a casos concretos os conceitos estudados até aqui. Deves procurar
fazer este tipo de análise para outros casos que nos rodeiam.
5.3.1 Podem boas notı́cias para a agricultura ser más notı́cias para os agri-
cultores?
Inovação tecnológica.
1. Efeitos em termos de S e D;
4. Porque é que os agricultores não alteram o seu comportamento? Que tipo de mercado
é o agrı́cola?
Factos históricos:
8
5.3.3 A proibição de drogas aumenta ou diminui o crime relacionado com a
droga?
Governo americano gasta milhares de milhões de dólares por ano no combate à droga.
Suponhamos que aumenta o número de agentes federais nas ruas a combater o tráfico
de drogas.
Combate pelo lado da oferta. Se o combate for feito pelo lado da procura? Efeito no
crime?
Referências
Mankiw, N. Gregory, 2002, “Principles of Economics”, Harcourt College Publishers,
2nd Edition.