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Uma das grandes novidades do NCPC a possibilidade de que as questes prejudiciais

tambm formem coisa julgada.


Tradicionalmente, a coisa julgada incide sobre o dispositivo de uma sentena. Nessa
linha, o CPC73, no art. 469, previa que no faz coisa julgada os motivos, a verdade
dos fatos e a questo prejudicial (questes prvias ao mrito). Assim, a anlise de
questo prejudicial, luz do antigo CPC, no fazia coisa julgada, sendo analisada como
um mero fundamento para decidir. No entanto, a apreciao de questo prejudicial podia
formar coisa julgada quando houvesse uma AO DECLARATRIA INCIDENTAL
(prevista no art. 470). Qualquer das partes poderia propor a ao declaratria incidental,
caso em que a questo prejudicial passaria a integrar o mrito da deciso, trazendo
segurana jurdica e evitando que tal questo fosse decidida de maneira distinta em
processo posterior.
O novo CPC, por sua vez, estabelece a possibilidade de que haja a formao de coisa
julgada material sobre a questo prejudicial, independentemente de ao declaratria
incidental (art. 503, 1). No entanto, para que isso acontea so necessrios 4 requisitos
cumulativos:
1 - A deciso sobre a questo prejudicial deve ter se dado de forma expressa e incidente
no
processo
(no
pode
ser
implcita,
subentendida).
2 - A resoluo do mrito deve depender da resoluo da questo prejudicial. Tal
dependncia deve ser interpretada como uma dependncia necessria, essencial.
3 - Haja contraditrio prvio e efetivo. Por isso, no se aplica ao caso de REVELIA.
O 2 do art. 503 tambm menciona que se o procedimento tem restries probatrias
ou limitaes cognitivas que impeam o aprofundamento da anlise da prejudicial, no
seria caso de formao de coisa julgada (Ex: mandado de segurana)
4 - O juzo deve ter competncia em razo da matria e da pessoa para conhec-la na via
principal. Em outras palavras, o juzo no pode ser absolutamente incompetente para a
anlise da questo prejudicial caso ela fosse deduzida como ao principal (Ex:
inconstitucionalidade de tributo).

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