Resumo do livro "A abolição do homem" de C. S. Lewis. É um livro filosófico. A Lei natural é o que nos torna humanos. Essa Lei não é criada, é descoberta. Ao se negar essa lei abrimos mão de nossa humanidade. Neste caso, o colapso da sociedade é inevitável.
Resumo do livro "A abolição do homem" de C. S. Lewis. É um livro filosófico. A Lei natural é o que nos torna humanos. Essa Lei não é criada, é descoberta. Ao se negar essa lei abrimos mão de nossa humanidade. Neste caso, o colapso da sociedade é inevitável.
Resumo do livro "A abolição do homem" de C. S. Lewis. É um livro filosófico. A Lei natural é o que nos torna humanos. Essa Lei não é criada, é descoberta. Ao se negar essa lei abrimos mão de nossa humanidade. Neste caso, o colapso da sociedade é inevitável.
H uma crena que tem se espalhado - e das formas mais sorrateiras, como em livros didticos para crianas (citado pelo autor) - de que nada possui valor em si prprio. Pelo contrrio, somos ns que atribumos valor de forma puramente subjetiva e sem bases racionais, s coisas, sentimentos, atitudes, acontecimentos, lugares etc. Todo valor subjetivo. Como consequncia, os sentimentos gerados em ns por esses valores so tidos como irracionais, e a superao deles como uma forma de crescimento do indivduo na conscincia, compreenso e aceitao da "dura" realidade. Esse pensamento contrrio ao que a humanidade tem acreditado (e valorizado) h milnios, nas mais variadas culturas. Os gregos, por exemplo, ensinavam que nossos sentimentos que devem ser educados para corresponderem ao valor real das coisas. Para os gregos e hindus, o valor, bem ou virtude, algo real, objetivo e externo a ns. Para os chineses este ente a realidade final, anterior ao Criador, o caminho que o homem deve trilhar. Eles o chamam de "Tao". Vamos utilizar essa nomenclatura para designar este conjunto de valores objetivos. O Tao tem sido um princpio universal na histria da humanidade, e a educao era uma forma de transmisso e progresso no conhecimento dele como guia da humanidade. Apesar da mente ser ensinada para segu-lo, s algum com um corao cativo teria foras para tal. Direcionar as emoes e sentimentos do corao fazia parte dessa educao. O corao o que une nossa parte animal/visceral ao racional e nos faz humanos. A nova crena utiliza a educao para desconstruir a existncia do Tao e ridicularizar sentimentos e emoes em relao a ele. Ensina que toda boa ao deve ser conduzida por preceitos puramente racionais ou biolgicos, em detrimento das emoes. Ela produz homens sem peito. 2. O caminho A nova crena possui srios problemas filosficos. Ela defende uma mudana de percepo, uma causa que seus proponentes julgam valiosa. Mas valiosa por qual padro? Se so to cticos a valores absolutos (Tao) em que se baseiam os valores que sua causa defende? De onde vieram? No possvel criar um sistema de valores baseados unicamente na razo, sem valores bsicos objetivos que o sustentem. Tm sido sugeridos vrios outros substitutos para o Tao, como uma base para um novo sistema de valores: o hedonismo, o utilitarismo, a preservao da sociedade, da espcie, o instinto etc, mas nenhum deles se justifica por si s, nem fazem sentido independentes dos valores morais fundamentais, como amor, justia, lealdade, zelo pela posteridade, etc. Valores defendidos h tempos imemoriais no Tao em suas diversas formas. Em suma, os que atacam o Tao o fazem em defesa de valores que so sustentados pelo prprio Tao. Serram o prprio galho em que esto assentados. O que chamamos de Tao (ou Lei natural, Moral tradicional, etc), um sistema de valores interligados atuando em conjunto, que tem sido descoberto, desenvolvido e aperfeioado pela
humanidade h milnios. Ao se negar o Tao, os valores se vo tambm. O resultado prtico a
destruio da sociedade. 3. A abolio do homem Diz-se que o Homem est conquistando a natureza e proclama-se o "Poder do Homem". Tomemos, por exemplo, a inveno do avio. Ele no do "Homem", daquele que o produziu, ou tem condies para tal, ou permite que outros voem nele, ou regulam as leis pertinentes, etc. Na verdade, a conquista da Natureza pelo poder do Homem nada mais que o poder de alguns homens sobre outros homens tendo a Natureza como instrumento. Cada gerao exerce poder sobre a prxima - atravs da educao e do meio ambiente que lhe passado - e ao mesmo tempo se rebela contra o poder da gerao anterior - resistindo tradio que recebeu. Se uma gerao chegar a atingir o controle total sobre seus descendentes (por meio de uma perfeita eugenia e educao associadas, por exemplo), a prxima gerao seria mais fraca e no mais forte, porque seria impossvel resistir ao que lhe foi transmitido, e isso para todas as prximas geraes. Uma nica gerao (vamos cham-los de Manipuladores) seria a autoridade mxima sobre toda a descendncia humana. O controle total se torna escravido total. Quando o homem alcanar o controle total sobre si prprio, sobre a Natureza humana, estar condenando sua posteridade escravido. Este tipo de controle sempre foi buscado na histria, mas h duas diferenas hoje. A primeira, que o Estado tem se tornado cada vez mais onipotente, em seu tamanho, autoridade e poder tecnolgico/cientfico. A segunda que os Manipuladores esto se livrando do Tao e podero impor humanidade o sistema de valores que bem entenderem. Sem nenhum valor objetivo, que valores imporo? Ser o hedonismo? E a preocupao com a posteridade? A palavra "Dever" s faz sentido no Tao. O que os Manipuladores faro ou deixaro para os prximos que vierem? Na ausncia de "isto bom", resta o "eu quero"! Sem o juzo de valores restar a Lei do impulso mais forte, ou por fim, a Lei do mais forte. Todo o restante da raa humana sujeita a poucos indivduos, que por sua vez esto sujeitos aos seus impulsos naturais sem os limites estabelecidos pelo Tao. Neste ponto a Natureza que conquista o Homem. A conquista final do Homem mostrou-se a abolio do Homem. H duas opes: ou o Homem um esprito racional obrigado a obedecer aos valores absolutos do Tao, ou no passa de matria destinada a ser manuseada e esculpida segundo a vontade dos Manipuladores. A tirania s errada no Tao. S dentro dele podemos falar do autocontrole do indivduo sobre suas prprias paixes ou impulsos. Os fundadores da cincia moderna tinham um verdadeiro apreo pelo conhecimento e pela verdade, mas hoje o conhecimento como um fim em si mesmo desprezado. A busca pelo poder: poder de curvar a Natureza aos prprios desejos. necessria uma regenerao da cincia, para que esta busque compreender a Realidade, ao invs de ver a Natureza como mera matria para satisfao de desejos. Daniel Solano de Oliveira
Antonio Risério - Sobre o relativismo pós-moderno e a fantasia fascista da esquerda identitária-Topbooks Editora e Distribuidora de Livros Ltda. (2019).epub