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F Ma Je ecn tea | PREFACIO Entendemos que o desenvolvimento de uma tecnologia mecnica dificilmente se processa sem o conhecimento cientifico dos fatéres que nela intervém, O dominio déste conhecimento possibilita uma industrializaco racional, a qual permite produtividade maior ¢ custo operacional menor. Com éste ponto de vista, temos trabalhado com dedicagdo, pensando contribuir com alguma parcela positiva no desenvolvimento tecnolégico da Indastria Me- canica. A falta de literatura especializada no campo das méquinas ferramentas, a necessidade de um livro texto para utilizagéo nos cursos de engenharia mecanica e a possibilidade do fornecimento de dados para a solugio de problemas relacionados com a usinagem dos metais, nos incentivaram a elaborar éste trabalho. Esta obra baseia-se em trabalhos anteriormente publicados, pesquisas rea- lizadas pelo autor nos Laboratérios de Maquinas Ferramentas da “Tech- nische Hochschule Miinchen” 2 da Escola de Engenharia de Séo Carlos, da U.S. P. e numa intensiva pesquisa bibliografica sGbre o assunto. Subdividimos éste trabalho em trés partes: 1,.° Volume — Fundamentos da usinagem dos metais 2.° Volume — Ferramentas de corte 3.° Volume — Méquinas ferramentas No volume Fundamentos da Usinagem dos Metais sao tratados os conceitos fundamentais, as principais teorias ¢ dados experimentais que possibilitam 0 conhecimento e utilizagao racional dos processos de usinagem, bem como suas implicagdes econémicas. Dada a importancia que os materiais empre- gados nas ferramentas de corte desempenham no estudo da usinagem, ésse assunto foi tratado neste volume. Deu-se especial relévo A parte de ensaios e seus aparelhamentos, com o fim de familiarizar o leitor com as técnicas de medida das grandezas envolvidas neste campo. No volume Ferramentas de Corte serio abordadas tédas as ferramentas de corte, agrupadas segundo caracteristicas comuns. Em cada grupo serao estudadas a geometria, afiagdo, forgas e poténcias de corte, vida da ferra- menta e condigdes econémicas de seu desempenho. Seré estudada a selegdo dos metais, no ponto de vista da usinabilidade, sua correlagdo com a ferramenta e o processo de usinagem utilizado. No volume Mdquinas Ferramentas serio estudadas as partes constituintes comuns a essas maquinas. Para cada parte constituinte serao tratados os Vil FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS aspectcs funcional e dimensional, A composicao ¢ o comportamento dind- mico dos principais tipos de m4quinas ferramentas serio também analisados, buscando uma solucao econémica que atende ao fabricante ¢ usuario. Sao desenvolvidos nesta colec&o, assuntos que constam nos programas de ensino das escolas de engenharia mecinica, de produgdo ¢ operagao. Aos engenheiros e técnicos industriais, possibilitam uma melhor compreensao dos problemas de usinagem dos metais. Agradecemos a colaboragéo dos colegas Prof. Dr. VICENTE CHIAVERINI, Dr. Eng.° Horst A. Daar, Eng.° RosaLvo T. RUFFINO ¢ Eng.° CaRLos A. PALLEROSI. Aos funciondrios ¢ secretdrios da Escola de Engenharia de Sao Carlos que colaboraram nos trabalhos de datilografia ¢ desenhos, assim como ao Editor, pelo apoio e incentivo, expressamos os nossos agradeci- mentos. Aos leitores que, mantendo o objetivo déste trabalho, contribuam para scu melhoramento através de sugestdes ¢ criticas, agradecemos ante- cipadamente. Sdo Carlos, agésto de 1969. DINo FERRARES] Introdugao INDICE I — CONCEITOS BASICOS SOBRE OS MOVIMENTOS E AS RELACOES GEOMETRICAS DO PROCESSO DE USINAGEM i 12— 13 — 14 ise 16— Generalidades . Movimentos entre a pega e a aresta coriante ....-....65 1.2.1 — Movimento de corte 1.2.2 — Movimento de avango .. 1.2.3 — Movimento efetive de corte 0.0... .6.. cose ee eee eee eee 1.2.4 — Movimento de posicionamento ........-..0060.0eee _ 1.2.5 — Movimento de profundidade .......... 60.000. 0seeeeeeu ee 1.2.6 — Movimento de ajuste ...... 0.6.0.6. cee ee eee ee ee eee eee Diregdes dos movimentOs 260.66 cc eevee vee eect eee ne eee ees 1.3.1 — Diregdo de corte... 0. ee cee ee ees eeee ec eee teen ences 132 __Diclodcovenco....-s=ss—<‘Ce;;!;™™™;™™™™!Cm™! 1.3.3 — Diregio efetiva de corte ......... 0. cece woe eteeeee eee Percurso da ferramenta em frente da pega «11... ..e.ceeeevveee vee 1.4.L — Percursu de corte feo... cece eee eee ee bees 1.4.2 ~~ Pereurso de avango fy... 60. eee ieee eee eee eee ete tees 1.43 — Percurso efetivo de corte & ..-:..--..565 fee : Velocidades ..... 0.0 ss ceeveceeeesec eee ncneenees 1.5.1 — Velocidade de corte ¥ 0. ...cee cece cece ee eee etre eres . 1.5.2 — Velocidade de avango va... .cee sere e etre tener ett tt eeee t.5.3 — Velocidade efetiva de corte ve oo... sseeseaee oo Conceitos auxiliares 1.6.1 — Plano de wabalho ............ errr eee reece eereey eee ee ee ee eee ae ee et w www x FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS 1.6.2 — Angulo g da diresio de avango 6 1.6.3 — Angulo 9 da diregdo efetiva de corte ... 7 17 —~ Superficies de corte . 9 1.7.1 — Superficie principal de corte 2.2... .66..0000 ee 1.7.2. — Superficie lateral de corte ..... 9 18 — Grandezas de COnE oo ceececceceeeeeceeeeeeeteeeeeceteeeenenses 9 Fe ee 9 1.8.2 — Avango por dente ae ......... ee 1.8.3 — Profundidade ou largura de corte p . 10 1.8.4 — Espessura de penetragio @ 2.2.0... 2.0 eee eee eeeeeee eee B 1.9 — Grandezas relativas @0 CAVACO 1.2.6 cece veeeeeee eee ssteeceeeees 13 1.9.1 — Comprimento de corte 8 .....06..ccecceseveeeeeee renee B 1.9.2 — Comprimenta efetivo de corte by 13 1.9.3 — Espessura de corte Ao ....seceseeeeeee ees ee 15 1.9.4 — Espessura efetiva de come he ..ceeseseveeeeeeeeeeeeee ees 5 1.9.5 — Area da seccfo de corte 5 . 1s LAO — Bibliografia. 6006... cece vee cec eect enevevecece ete eveteeceeeeeees 16 Il — GEOMETRIA NA CUNHA CORTANTE DAS FERRAMENTAS DE USINAGEM Aa Aes ces enceate 17 2.1 — Generalidades 1 2.2 — Superficies, arestas e pontas da cunha cortante ........00eceeeeeee 18 2.2L — Superficies 2... ce veeeeeeeeeeees seestttteeeteserteres 18 2.2.2 — Arestas 19 2.2.3 — Pontas ....escecececeeeeeeueeeeeeescueveteeeraeenaeees 19 2.3 — Sistemas de referéncla utilizados na determinacdo dos Angulos da cunka OMAR eee ce vveeeeee eet eeetaee 7 betes teneeeees 21 2.3.1 — Planos de referéncia .......seeereceeeeereeee nes bene 2s 2.3.2 — Plano de corte 26 2.3.3 — Plano de medida 26 INDICE 2.3.4 — Plano de trabalho 2.4 — Angulos na cunha cortante .... 2.4.1 — Angulos medidos no plano de referéncia ........0...0..005 2.4.2 — Angulos medidos no plano de corte .... 2.66... 0.c eee eee 2.4.3 — Angulos medidos no plano de medida da cunha cortante .., 2.4.4 — Angulos medidos em planos diferentes do plano de medida da cunha cortante ......... Beene ne ee eee seen eee 2.5 — Relagdes geométricas entre os dngulos . 2.5.1 — Relagdes geométricas entre os Angulos de diferentes planos de medida num mesmo sistema de referéncia ............ 2.5.2 — Relagdes entre os Angulos efetivos ou de trabalho e os corres- pondentes angulos da ferramenta ....,. 2.6 — Anguios da ferramenta segundo as normas americanas ............- 2.6. — Angulos da ferramenta 2.6.2 — Angulos de Trabalho... 2.0.0... e cece ee ceueee ee ee ee 2.7 — Conversio de dngulos da ferramenta segundo a norma DEN 6581 aos dngilos especificadus pelas normas omericanas e vice-versa ... 27.1 — Exemplos de aplicagdo 00.60.00... c eevee eee eeeee eee 28 —~ Bibliogrufia. 606.66... cece eee cote eeeeeeeeeeeees Ill — NOCOES SOBRE A TEORIA CRISTALOGRAFICA DOS METAIS 3.1 — Estrutura do domo oo... ccc e cee eee eaten oe 3.2 — Ligagdo metdlica «2.1.6.2... 6c cece seeeeee errr 3.3 — Cristalografia w...... 04. seen eee eee e ete ee ene beeeteranntnenne . 3.3.1 — Sistemas cristalinos ...........06 cece cece eee ve 3.3.2 — Cristais metélicos 3.4 — Deformagdo dos cristais .-..60.c ccc ccc cece ee eet cence eee eeeees 3.5 — Origem das estruturas metdlicas 066.06... cece eee 3.5.1 — Solidificagiio de Metais puros ........0000e.cseeeeeree eens 3.5.2. — Solidificagéio de Metais com impurezas ............-...-4- 60 60 65 XID 75 37 — 22 39 310 — aii 312 — 3B FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS Ruptura dos materiais cristalinos ... 26.0... 00.6 cece eee e eee Discordancias Mecanismo da deformagdo plastica ...,....... _--. Movimento das discorddncias Ejeito de liga na resisténcia 0.0.0.2... 0.0 beeeees Ruptura dos materiais diiteis e frdgeis ...0.....0. 00000 Escoamenia em metal poticristalino Bibliografia oe erect eee ete e renee IV — MECANISMO DA FORMACAO DO CAVACO 4i 42— 44 —~ 43 — Generalidades Caracteristicas dos cavacos 4.21 ~ Tipos de cavaco .. 4.2.2 — Formas de cavaco Corte ortogondl 6.0.6. ve vce cee cece 4.3.1 — Generalidades -..-..........008 452 — Relates geométrices == tt ti i‘CSCSCS 4,33 — Relagdes cinematicas 4.3.4 — Grau de deformacio €, ¢ consideragées complementares .. 4.3.5 — Forgas na cunha cortante. Consideragies energéticas ...... 4.3.6 — Atrito na superficie de saida e no plano de cisalhamento .. 4.3.7 — Tensdes no plano de cisalhamento ........... Determinagao do dngulo de cisathamento ............45 se teeees 4.4.1 —- Teoria de Ernst ¢ Merchant .. 0... .00c cere eee c eee e eee a4Agd — Teors ce Lee ce See ee es bees 4.4.3 —- Teoria de Shaw, Cook e Finnie ..... 0600. eet cence eens 4.4.4 — Teoria de Hucks ©0000... 6. eee eee beeen eens eee Temperatura de corte 4.5.1 + Generalidades 78 ay 83 85 85 86 87 88 89 89 97 7 101 106 106 109 0 Wy 119 122 123 124 127 130 131 INDICE 4.6 — Bibliografia 45.2 — Balango energético. 4.5.3 — Medida da Temperatura de Corte 4.5.3.1 — Medida da temperatura de cavaco pelo método calorimétrico .......40, 4.5.3.2 — Medida da temperatura do gume cortante através de termo-pares colocados na ferramenta ........ 4.3.3.3 — Determinagio da temperatura de corte pelo termo- par pegaforramenta 022.000.0062. 0 eee cccaee 4.5.3.4 — Determinagio da temperatura de corte através de vernizes térmicas 4.5.3.5 — Determinagio da temperatura de corte através da medida da irradiagdo térmica . V — FORGAS E POTENCIAS DE USINAGEM .............. 5.1 — Generalidades ......... $.2 — Férgas durante a usinagem 53 5.2.1 —- Férca de usinagem Pa ...... eee t eben eenne eens ae Componentes da férga de usinagem ..,....,.. 5.2.2.1 — Componentes da férga de usinagem no plano de trabalho Licveveeeeees 5.2.2.2 — Componentes du forga de usinagem no plano efeti- vo de referéncia ...... fete eee sete eevee ees Poi@nciag de usingeem «............................... 1. S.3.1 — Poténcia de corte Ne... .cceseceeeeeeeeeeeseeeev ene $.3.2 — Poténcia de avango Ny ..... cee ete eee eete nent yer ees $3.3 — Poténcia efetiva de corte Ne ......... fee et eee ee ee eres 5.3.4 — Relagdo entre a poténcia de corte e de avango . 5.3.8 — Poténcia fornecida pelo motor 60.0... scree eee e eee Variagao das componentes da jérga de usinagem com as condigbes de trabalho XI 145 146 150 151 152 155 155 155 155 155 156 158 159 159 159 159 159 160 XIV FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS 5.4.2 — Fatéres que influem sébre a pressio especifica de corte ke .- 5.43 Caleulo da pressio especifica de corte 2.0.6.6... 0. cee eee $4.4 — Exemplo numérico 00.00... 00. 0.00 cee cee eeceee ee ee ees 5.4.5 — Férca de avango P, e de profundidade P, .. 5.4.6 — Exemplo numérico 0.0.0.0. cece sevens eeceee ee eeeee 5.5 — Bibliografia ©... 6... cece eee VI — MEDIDA DA FORCA DE USINAGEM ...........002500eeeeeee 6.1 — Generalidades 2.0.6.6. . cece cee cnet eet e tee eect nee eet eee .2 — Requisitos que devem satisfazer os dinamémetros 6.2.1 — Sensibilidade .......... wevdeee nett neenes cece eeeeen es 6.2.2 — PrOCISHO ooo ee cece eevee ce eeeee eects eecee esses eeseees 6.2.3 — Rigidez 2.0.0 0.0. 00 cece eee eee e eens 6.2.4 — Exatidio de reprodugdo de fSrgas varidveis com o tempo .- 6.2.5 -— Insensibilidade quante A variagio de temperatura ¢ & umidade 63 — Principios de medida ....... 63.1 — Principio mecinico 00.2.0... 00 eceeevee ener ees 6.3.2 — Principio pneumético .......0cee cree beeveeteeeneeeees 6.3.3 — Principio hidréulico 6.3.4 — Principio da variagio da indutancia .....- _ 6.3.5 — Principio da variagao da capacitancia . 6.3.6 — Principio da variacéo da resisténcia elétrica ............. 6.3.7 — Principio da piezo-eletricidade <...-.......6.- 0065 6.3.8 — Principio da magneto-extricgdO 0... 00. 50 cece oneness 6.4 — Medida dindmica da forga de usinagem . 6.4.1 — Consideragées gerais .. 6.4.2. — Escolha da freqiiéncia natural f, ¢ do grau de amortecimento 8 6.4.3 — Medida da férca de corte Pe na operacdo de torneamento .. 6.8 — Dinamémetros empregados na medida dindmica da forga de torneamento 6.5.1 — Dinamémetro modélo Ferraresi ...... 6.000 cc ee eee cece eee 163 3 188 193 202 203 205 205 205 206 207 209 210 210 211 242 213 2146 215 219 219 232 234 234 240 243 INDICE XV 6.5.1.1 — Céleulo da freqiéncia natural mais baixa para o dinamémetro oscilando livremente ....... 250 6.5.1.2 — Aferigio estatica do dinamdmetro .............. 255 65.1.3 — Aferigéo dinamica para o caso do dinamémetro oscilando livremente (néo em operagic) ......, 259 65.1.4 — Medidas com o dinamémetro ........6...0000-5 264 65.2 — Dinamémetro Berthold 22.66... 6 ee cece cceececeveceeeees 265 6.5.3 —~- Fenémenos transitérios que ocorrem durante a medida da férga de corte na usinagem dos metais .................. 268 6.6 — Bibliografia oie eee eee eee cec net cceeecuveceneevees 215 VII — MATERIAIS PARA FERRAMENTAS .....0....00.0000000000000- 277 TA — Introdugdo o.oo c cece cece becuase 217 7.2 — Classificagto dos materiais para ferramentas ......... 06.2000 - 0000, 219 7.2.1 — Agos-carbono para ferramentas -.........0..00eeee eee ees 285 7.2% — Agos rapidos 2... eee eee be evet nese eeee 296 TRDA — Untrodugdo oo... eee cece eee ee eee 296 7.2.2.2 — Fatéres de que depende a selegdo de agos para ferramentas 300 7.2.2.3 — Classificagio dos agos répidos .........- 5005-5 302 7.2.2.4 — Efeito dos elementos de liga nos acos répidos .. 305 7.2.2.5 — Propriedades dos agos répidos 2.0... .2. 20.08 308 7.2.2.6 — Tratamentos térmicos dos agos répidos ........ 314 7.22.7 — Selegdo dos agos répidos .....00. 002 eee 325 7.2.2.8 — Agos semi-répidos .....00...000cee ee +» 325 7.2.3 — Ligas fundidas para ferramentas 328 724 — Metal duro ....0.... ee. 330 7.2.4.1 — Nogbes de fabricagdo do metal duro .........4.. 331 7.2.4.2 — Caracleristicas gerais do metal duro . 333 7.2.43 — Classes ou tipos de metal duto ...........208-- 337 7.2.4.4 — Selegio do metal duro... eis. eee e eee eee . 339 XVI FUNDAMENTOS DA USINAGEM, DOS METAIS 7.2.5 = Materiais cerimicas .. : ceeeeeeeeee 344 7.2.6 — Outros materiais para ferramentas oo... 0000.00 ees eccee 347 7.3 — Conclusdes 3a 1.4 — Bibliografia . 350 VIII — AVARIAS E DESGASTES DA FERRAMENTA .............0500- 352 B.1 =~ Avarias da ferramenia ..... eee ee eee eee eee ee 352 BAL Quebra ieee eee eecce ees eeeete sense erees 352 8.1.2 — Trincas devidas as variagSes de temperatura 00... .s ess + 352 8.1.3 — Sulcos distribuidos em forma de pente ............. cess 354 8.2 — Desgastes da ferramenta . 360 8.2.1 — Desgastes convencionais ............ 6. ce cece eee eee eee 360 022 — Medida dos denguses 2s 362 83 — O mecanismo do desgaste das ferramentas de usinagem .. 0.2... 002+ 366 8.3.1 — © mecanismo do desgaste das ferramentas de metal duro .. 366 8.3.1.1 — Curvas “desgaste-velocidade de corte” . 367 8.3.1.2 — Aresta postica de corte ...... 6 eee ee seca . 368 8.3.1.3 — Mecanismo do desgaste da ferramenta na presenga de uma aresta postiga de corte .....0... cere 380 8.3.1.4 — Condigdes fisicas que reinam nas zonas de conta- tato do material usinado com a ferramenta, em altas velocidades de corte ............seeeee oe 382 8.3.1.5 — Mecanismo do desgaste da superficie de saida da ferramenta, segundo Trigger ¢ Chao ............ 388 8.3.1.6 — Mecanismo do desgaste da superficie de folga da ferramenta, segundo Takeyama e Murata ....... 39% 8.3.1.7 — Transformagio g — -y dos agos ¢ mecanismo do desgaste, segundo H. Opitz, G. Ostermann, M. Gappisch dete eeeeee neers 397 8.3.1.8 — Difusio nas zonas de contato ¢ desgaste das ferra- mentas, segundo E. Schaller e G. Vieregge . 401 8.3.1.9 — Oxidagdo das ferramentas nas zonas de contato .. 409 8.3.2 — Mecanismo do desgaste das ferramentas de ago rapido .... 410 InNDice XVID 8.3.2.1 —- Influéncia da velocidade de corte sdbre o desgaste da ferramenta .... 8.3.2.2 — Influéncia do avango sébre o desgaste da ferramenta 8.3.2.3 — Influéncia da geometria da ferramenta sdbre o desgaste da ferramenta .... 8.3.2.4 — Influéncia do refrigerante sébre o desgaste da fer- ramenta -.............. . 8.3.2.5 — Influéncia dos materiais da peca e da ferramenta sObre o desgaste da ferramenta ....... . 8.3.2.6 -- Os fendmenos fisico-quimicos responsiveis pelo des- gaste das ferramentas de ago rapido ............ 91 9.2 — Desgaste de jerramentus de metal duro em operagéo de desbaste .... 9.3 — Desgaste de ferramentas de metal duro em operagdo de acabamento .. 9.4 — Desgaste de ferramentas de aco rdpido em operagiio de desbaste .. 9.5 — Desgaste de ferramentas de aco rapido em operagao de acabamento .. 9.6 — Desgaste de ferramentas de material cerdmico ..............-.2045 97 = Bibhogafia .. 2s bee eeeteeeeeee teens X — CURVA DE VIDA DE UMA FERRAMENTA E FATORES QUE IN- FLUEM NA SUA FORMA 2.0.00... 000. e cece cece cence eee ener ee 1O.L —~ Generalidades 00.0.6 cece coe eee eee cent teen ee uteeee 10.2 — Fatéres que influem na vida da ferramenta ............ Feeeceenes 10.2.4 — Wariagfio dos parametros C ¢ y da férmula de Taylor com o material da pega e da ferramenta .................24, 10.2.2 — Variagio do parimetro € da férmula de Taylor com a du- reza Brinell do material da pega ..........-2ceceeceeee 10.2.3 —- Influéncia da forma ¢ da drea da seco de corte ........ 10.2.3.1 — Influéneia da area da secgao de corte .,.... 10.2.3.2 —- Influéncia da forma da secgio de corte ...... 4t1 412 412 413 Al? 419 422 424 424 426 436 439 456 456 465 465 XVII FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS 10.2.4 — Comentarios 10.2.4.1 — Exemplo numérico 10. 2 — Escolha do avango ¢ da profundidade de corte .. 496 10.2.5 — Infiuéncia dos Angulos da ferramenta na velocidade dtima de COME 6. ieee cece eee eee eee nee e eee eee 500 10.2.5.1 — Angulo de 10.2.5.2 — Angulo de 10.2.5.3 — Angulo de 10.2.5.4 — Angulo de 10.2.5.5 — Angulo de inclinaglo A +--.seeeeceeeees eee 507 10.2.6 — Influéncia do raio de curvatura da ponta roo... ss eeeee 509 10.3 — Bibliografia .....-.... 510 XE — FLUIDOS DE CORTE . 512 Mil — Teirodugo 512 1.2 — Historica vec cece cece v ue vee eeeece tees eec eens nese nese as 512 11.3 — Fungdes dos fluidos de corte ......0ccvse reese enece esse este neses 513 113.1 — Atrito na regio ferramenta-cavaco 514 11.3.2 — Expulsio do cavaco da regia de corte ....see-2eceeeeeee 515 11.3.3 — Refrigeragéio da ferramenta .......00sseeeeeeeev eee eeees 516 11.3.4 — Refrigeragio da pega em usinagem .....+-,2+-000ee ee 518 11.3.5 — Melhorar 0 acabamento superficial da pega usinada ...... 518 11.3.6 —- Refrigeraciio da m4quina ferramenta 11.3.7 — Redugo do consumo de energia de corte .....-.66--000 s21 11.3.8 — Reducio no custo da ferramenta na operagho ...-...-+-+- 521 11.3.9 — Impedimento da corrosio da pega em usinagem .....--++- 521 11.4 — Penetracéo do fluido de corte 522 11.4.1 — Penetrag&io dos s6Hd0s 0... ..cceeeeee eee eeeeseeeete ees 522 11.4.2 — Penetragio dos liquidos ........-2.e2eseeeereeeeeeee es 522 11.4.3 — Penetracio dos gases {NDICE XIX 11s — 11.6 — 1.7 — Agio dos fluidos de corte .. 11.5.1 — Ag&a dos sélidos 11.5.2 — Agdo dos liquides 11.5.3 — Ago dos gases Oe 526 Tipos de fluidos de corte ........... _. $26 11.6.1 — Sélidos 526 11.6.2 — Liquides 527 11.6.2.1 — Oleos de corte puros .0... eee cece 527 11.6,2.2 — Oleos emulsionaveis (ou dleos soltiveis) ....., 531 11.6.2.3 — Fluidos de corte quimicos ,............ 3 11.6.2.4 — Meretirio ...., 535 11.6.3 — Fluidos de corte gasosos ... 536 M631 AT... ....... a 536 11.6.3.2 — Diéxido de carbono (CO) vo... eee cece eae 536 11.6.3.3 — Outros gases ...... cc. ccceeeeeseceeeveecees 537 11.6.4 — Outros sistemas de refrigeracio 538 Operapoes decorte 8-8 ect 539 IL7.t — Brochamento ... 0.0.0... c eevee eee eee cence eee - 539 11.7.2 — Roscamento com macho e roscamento com cossinete ...... 540 11.7.3 — Usinagem dos dentes de engrenagens ......... 0.0.0.0. 5 540 11.7.4 — Usinagem em tornos automaticos ......... 540 11.7.5 — Usinagem em fresadoras ........... viteceeeceeee S41 WL7.6 — Furagdo occ ccs eens ee renee 542 11.7.7 — Torneamento .. 2.0... 0.0. .cc eee eee Dee en eee ee eens aan J1.7,8 —~ Mandrilamento . 543 11.7.9 — Aplainamento com -plaina limadora ....--.....00e0..002 S43 F710 — Serramento - 2.2... 00. eee eee $43 117.11 — Laminagao de résca 0.20... eee cece eee eee eens 117.12 — Retificacho de roca... ss 543 11.7.13 — Retificagdo .. 0. eee cece eee 544 xX FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS 11.8 — Moateriais em usinagem .....66c.00ccecceceeee ee eeee teens neste es 544 11.8.1 — Escolha do fluido de corte ........... 0005 cee 549 ALBLL — Agos 2.6.6.2 eee eee ener 549 11,8.1.2 — Ferro-fundido 20sec eeeeee cece rere eee eeees SSB 14.8.1.3 — Aluminio ¢ suas ligas .. vee 584 11.8.1.4 — Magnésio ¢ suas ligas ... 555 11.8.1.5 — Cobre ¢ suas ligas ...........6 0. eee cree . S55 11.8.1,6 — Niquel e suas ligas ..... 0... eee eee ee eee 557 11.8.1.7 — Ligas resistentes ao calor ......-... 06000200 $57 11.8.1,8 —- Materiais nfo metélicos .....-..-.ss sence ee 359 11.9 — Aplicagao e manuseio dos fluidos de corte ......-.+-+s00eees eee eee 559 41.9.1 — Aplicacdo do flvido de corte .....-..- 6.066 vanes 589 11.9.2 — Manutengio dos fluides de corte ......6....00.0 05 .- S61 11,9.2.1 — Gleos de corte ....... sheen eee pete e nena 3561 11.9.2.2 — Oleos emulsiondveis ¢ fluidos quimicos ........ 562 11,9.2.3 — Cuidados na operagao vase $63 11.10 — Bibliografia 6.0... cee cee cece cee eens 563 XII — ENSAIOS DE USINABILIDADE DOS METAIS ...-.-- see eee eevee 566 12.1 — Generalidade .. 12.1.1 — Principais fatéres que influem na determinacio do indice de usinabilidade dos metais ......-... been eee ete ee eens » $68 12.1.2 — Critérios empregados nos ensaios de usinabilidade ........ 569 12.1.3 — Padrio de usinabilidade ....--.--sseee rere sores : 570 12,14 — Relagdes entre a usinabilidade determinadas propriedades tecnoldgicas de um metal ...... +0. -0e 0 eee erent eee eee S74 12.2 — Ensaios de usinabilidade baseados na vida da ferramenta .... +... +++. 575 12.2.1 — Método de ensaio de longa duragao - 575 12.2.2 — Métodos de ensaio de curta durago .....--.++----- ese S77 12,2.2.1 — Método do comprimento usinado (1938) ...... S77 12.3 — Ensaios de usinabilidade baseados na férca de usinagem 12.4 — Ensaios de usinabilidade baseados no acabamento superficial . 12.6 — Ensaio de usinabilidade baseado na andlise dimensional . INDICE 12,2.2.2 — Método do faceamento de Brandsma (1936) ., 12.2.2.3 — Método do aumento progressivo da velocidade de corte no torneamento cilindrico . 12.2,2.4 — Ensaio de sangramento com ferramenta bedame 12.2.2.5 — Método radioativo de medida do desgaste .... 12.3.1 — Método da pressio especifica de corte 12.3.2 — Método da tensio de cisalhamento 12.3.3 — Método da férga de avango constante 12.4.1 — Generalidades 12.4.2 — Caracteristicas geométricas das formas das superficies .... 12.4.3 — Principais fat6res que influem sdbre a rugosidade superficial 12.4.3.1 — Avango ¢ raio de curvatura da ponta da ferra- meee ficial 12.4.5 —. Influéncia de vibragdes durante a usinagem .. 12.4.6 — Influéncia do fluido de corte 12.4.7 — A rugosidade de superficie como indice de usinabilidade .. 12.5 — Ensaios de usinabitidade baseado na produtividade ................ 32.6.1 — Generalidades . 12.6.2 — Aplicagéo da andlise dimensional no céleulo do desgaste k ¢ da velocidade de corte de uma ferramenta, correspon- dentes a uma determinada vida ...............00..00008 12,6.2.3 — Aplicagdes praticas. Exemplos de célculo XXI 578 601 601 603 605 609 609 609 610 615 615 XXII FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS 12.6.3 — Céiculo da temperatura média na zona de contato ferramen- ta-pega 12.6,3.1 — Aplicagio do método 12.6.3.2 — Obtengdo de dados experimentais 12.6.3.3 — Céileulo da temperatura .... 12.6,3.4 — Procedimente no ensaio de usinabilidade . 12.7 — Consideracées sdbre alguns ensaios de usinabilidade de curta duragao 12.8 — Ensaios de usinabilidade baseadas em critérios especificos ...... ee 12.9 — Bibliografia 12.8.1 — Método baseado na temperatura de corte 12.8.2 — Método’ baseado nas caracteristicas do cavaco ......+.++ . 12.8.3 — Método Pendular 12.8.2.1 — Grau de recalque - 12.8.2.2 —- Coeficiente volumétrico e forma do cavaco 12.8,2.3 — Freqiiéncia ¢ amplitude de vibra da forca de usinagem XIII — DETERMINACAO DAS CONDICOES ECONOMICAS DE USINA- 13.1 13.2 13.3 13.4 13.5 GEM Generalidades Ciclo ¢ tempos de usinagert .. 22.00.00 Velocidade de corte para mdxima produg&o ......--.-+ oe Custos de produgéo .. Velocidade econémica de corte para 0 caso de mdquina operatriz com uma unica ferramenta de corte 13.5.1 13.5.2 13.5.3 13.5.4 13.5.5 Céleulo para oc avango e a profundidade de corte constantes Céleulo da velocidade econémico de corte para o caso do avango varidvel . Influéncia da profundidade de corte sébre o minimo custo Influéncia dos térmos x e K da formula de Taylor sobre © custo de usinagem Influéncia de fatéres secundérios s6bre as curvas de custo 635 646 646, 647 649 653 656 656 659 662 663 666 INDICE XXIII 13.5.6 — Determinagiio da rotacéo da pega na operagio de facea- mento 13.5.7 — Determinagio da rotagdo da Pega, quando a mesma é tor- neada em diferentes diametros com uma Gnica ferramenta 669 13.6 — Intervalo de mdxima eficiéncia ........ 0. . cc ccc eceee es seuss, 61) 13.7 — Determinagaéo do campo de trabatho eficiente da médquina para um determinado par ferramenta-peca .. 13.8 — Determinagdo das condigdes econdmicas de usinagem e de mdxima produgéio para 0 caso de varias ferramentas de corte vee 676 13.8.1 — Generalidades . . Oa 13.8.2 — Céleulo da velocidade de corte e da vida da ferramenta para a mé4xima produgio 13,8.2.1 -- Cada ferramenta trabalha com um determinado avanco, profundidade ¢ velocidade de corte (con- digo de m4xima produsio) 13.8.2.2 — As ferramentas trabalham simultaneamente com © mesmo avango e rotagio da pega (condi¢io de méxima produgio) 679 3 — Determinados grupos de ferramentas miltiplas trabalham com o mesmo avango e rotacio da pega (condig&io de maxima produsfo) ........ 683, 13.8.3 — Céleulo da velocidade de corte e da vida da ferramenta para a condigéo de minimo custo 13.8.3.1 — Cada ferramenta trabalha com um determinado avango, profundidade e velocidade de corte (con- digdes de minimo custo) 13.8.3.2 — As ferramentas trabalham simultineamente com © mesmo avango e rotagfio da peca (condicio de minimo custo) 685 13.8.3.3 — Determinados grupos de ferramentas miiltiplas trabalham com o mesmo avanco ¢ rotagio da pega (condigdes de minimo custo) .......... 685 13.9 — Determinagéo do desgaste econdmico da ferramentd .......0..004 . 685 13.9.1 — Generalidades .....-..0.s00. 006 Fane eee nee eee e ences 685 13.9.2 — Custo da ferramenta por pega . 13.9.3 — Custo de afiagio ...........600. XXIV 13.9.4 — Niimero de afiagdes da ferramenta ...... pees eneeeeeeee 13.9.5 — Determinagdo do desgaste econdmico da ferramenta ...... 13.9.6 — Consideragdes sébre a quebra prematura da ferramenta .. 13.10 — Exemplos de aplicagéo .......--+ baeeenees beeen ene beeen 1310.1 — Exemplo n° 1 13.10.2 -- Exemplo n° 2 . 13.10.3 — Exemplo n° 3 13.10.4 — Exemplo n° 4 .... 13.105 — Exemplo n° 5 13.11 — Bibliografia ....1-..0+-+ . APENDICE ..-...----..--+ peinurters se penne peter ee A — Tabelas de materiais B — Consideracoes sdbre a norma de rugosidade das superficies NB-93 da ABNT FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS 689 689 693 697 697 705 709 720 727 735 737 737 INTRODUCAO No estudo das operagdes dos metais, distinguem-se duas grandes classes de trabalho: As operagdes de usinagem As operagies de conformacao Como operacées de usinagem entendemos aquelas que, ao conferir a pega a forma, ou as dimensées ou o acabamento, ou ainda uma combinacio qualquer déstes trés itens, produzem cavaco. Definimos cavaco, a porgao de material da peca, retirada pela ferramenta, caracterizando-se por apre- sentar forma geomeétrica irregular. Além desta caracterfstica, estao envol- vidos no mecanismo da formacdo do cavaco alguns fendmenos particulares, tais como 0 recaique, a aresta pos de corte, a craterizagdo na superticie de saida da ferramenta e a formagdo periddica do cavaco (dentro de deter- minado campo de variacaa da velocidade de corte) *. Como eperagées de conformacao entendemos aquelas que visam conferir & pega a forma ou as dimensdes, ou o acabamento especifico, ou ainda qualquer combinagio déstes trés itens, através da deformagio plastica do metal. Devido ao fato da operacfio de corte em chapas estar ligada aos Processos de estampagem profunda, dobra e curvatura de chapas, essa operagaéo € estudada no grupo de operacées de conformagio dos metais. A inexisténcia de nomenclatura padronizada e de normas sébre a usinagem dos metais ¢ suas maquinas, conduziu-nos a sugerir a Associagéo Brasileira de Normas Técnicas a instalagio de uma comissdéo para elaborar tais estudes, Esta comissdo, instituida com o nome de Comisséo de Méquinas Operatrizes e presidida pelo autor, tem como objetivos: Nomenclatura e classificagZo dos processos de usinagem dos metais. Normas sdbre a geometria da ferramenta e dos movimentos relativos ao processo de usinagem. Normas s6bre ferramentas de corte; nomenclatura e classificagao. Normas sobre maquinas ferramentas e seus elementos; nomenclatura e classificagdo. Ensaios de recepgdo em mAquinas ferramentas. Normas de seguranca de trabalho com mdquinas ferramentas. * Vide capitutos IV, VII, VIL € ix. XXVI FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS Com relacdo a Nomenclatura e classificagéo dos processos de usinagem dos metais, a Comissao ja elaborou o primeiro trabalho, ©, por ser de interésse imediato para éste livro, apresentamos em seguida um estudo baseado nesse trabalho. Classificasao © nomenciatura d processes mecdnicos de usinagem | — ToRNEAMENTO — Processo mecAnico de usinagem destinado a obten- cdo de superficies de revolugdo com auxilio de uma ou mais ferramentas monocortantes*. Para tanto, a peca gira em t6rno do eixo principal de rotaco da mAquina ¢ a ferramenta se desloca simultaneamente segundo uma trajetéria coplanar com o referido eixo. Cuanto a forma da trajetéria, o torneamento pode ser retilineo ou curvilineo. 1.1 — Torneamenio retilineo — Processo de torneamento no qual a ferra- menta se desloca segundo uma trajetéria retilinea. © torneamento retilineo pode ser: 1.1.1 — Torneamento cilindrico — Processo de torneamento no qual a ferramenta se desloca segundo uma trajetéria paralela ao eixo principal de rotacio da maquina. Pode ser externo (figura 1) ou interno (figura 2). Quando o torneamento cilindrico visa obter na pega um entalhe circular, na face perpendicular ao eixo principal de rotacio da maquina, o torneamento é denominado sangramento axial (figura 3). 1.1.2 — Torneamento cénico — Processo de torneamento no qual a ferra- menta se desloca segundo uma trajetéria retilinea, inclinada em relag4o a0 eixo principal de rotacao da maquina. Pode ser externo (figura 4} ou interno (figura 5). 1.1.3 — Torneamento radial — Processo de torneamento no qual a fer- tamenta se desloca segundo uma trajetéria retilinea, perpendicular ao eixo principal de rotagdo da maquina. Quando o torneamento radial visa a obtencfio de uma superficie plana, 0 torneamento € denominado forneamento de faceamento (figura 6). Quando o terneamento radial visa a obtencio de um entalhe circular, 0 torneamento & denominado sangramento radial (figuca 7). 7.1.4 — Perfilamento —- Processo de torneamento no qual a ferramenta se desloca segundo uma trajetéria retilinea radial (figura 8) ou axial (figura 9), visando a obtencio de uma forma definida, determinada pelo perfil da ferramenta. J Denomina-se ferramenta de usinagem mecdntca a ferramenta destinada 2 remogio de corms. Denominase ferrair uma Gnica superficie de safds, a ferramenta é chamada ferramenta Tne No caso de possi ur mess de ama superficie de saida, ¢ chamada ferramenia mullicarsinit, cortante: auang>, Poss fice de saida, vide §22 do Capitulo 11 — Geometria na cuniia cortante das ferramentas de wsinagem. TORNEAMENTO. Fig | = Torneamento cilindrico externo Fig, 2-Torneamento cilindrico interno. Fig.3-Sangramento axial Fig.8- Perfitamento radial TORNEAMENTO Fig 9 - Perfilomento axial Fig IO-Torneomento curvelinio Fig.l - Aplainamento de guias Z Fig \3- Aplainamento de perfis Fig. IS - Aplaitomento de rosgos Fig|6—Aploinomento de ronhuros em"'T" < INTRODUGAG XXIX 1.2 — Torneamento curvilineo — Processo de tornecamento, no qual a ferramenta se desloca segundo uma trajetéria curvilinea (figura 10). Quanto 4 finalidade, as operagdes de torneamento podem ser classificadas ainda em torneamento de desbaste ¢ torneamento de acabamento. Entende-se Por acabamento a operagdo de usinagem destinada a obter na pega as dimensées finais, ou um acabamento superficial especificado, ou ambos, O desbaste é a operacio de usinagem, anterior a de acabamento, visando a obter na peca a forma e dimensées proximas das finais. 2 — APLAINAMENTO — Processo mecdnico de usinagem destinado a obten- ao de superficies regradas, geradas por um movimento retilineo alternativo da peca ou da ferramenta. O aplainamento pode ser horizontal ou vertical (figuras 11 a 18). Quanto & finalidade, as operagées de aplainamento podem ser classificadas ainda em aplainamento de desbaste ¢ aplainamento de acabamento, 3 — Furacdo — Processo mecdnico de usinagem destinado a obtengao de um furo geralmente cilindrico numa pega, com auxilio de uma ferramenta getalmente multicortante. Para tanto, a ferramenta ou a peca giram ¢ simultaneamente a ferramenta ou a pega se deslocam segundo uma trajetéria retilinea, coincidente ou paralela ao eixo principal da maquina. A furacao subdivide-se nas operagdes: 3.1 — Furagéo em cheio — Processo de furagdo destinado a abertura de um furo cilindrico numa pega, removendo todo o material compreendido no volume do furo final, na forma de cavaco (figura 19), No caso de furos de grande profundidade ha necessidade de ferramenta especial (figura 23). 3.2 — Escareamento — Processo de furaco destinado a abertura de um furo cilindrico numa pega pré-furada (figura 20). 3.3 — Furagdo escalonada — Processo de furagio destinado a obtengao de um furo com dois ou mais diametros, simultaneamente (figura 21): 3.4 — Furagéo de centros — Processo de furagdo destinado & obtengao de furos de centro, visando uma operacdo posterior na peca (figura 22). 3.5 — Trepanacaéo — Processo de furagao em que apenas uma parte de material compreendido no volume do furo final ¢ reduzida a cavaco, per- manecendo um nucleo macico (figura 24). 4 — ALARGAMENTO —- Processo mecanico de usinagem destinado ao desbaste ou ao acabamento de furos cilindricos ou cénicos, com auxilio de ferramenta geralmente multicortante. Para tanto, a ferramenta ou a peca giram e a ferramenta ou a peca se deslocam segundo uma trajetéria retilinea, coincidente ou paralela ao eixo de rotagio da ferramenta. O alar- gamento pode se ___APLAINAMENTO Fig.I7- Aplainamento ce sup.cilindricos de Fig !8~ Aptcinomento de sup. cilindricas revolugao aon Fig 23 - Furogéo profunda em cheio ak CSN NZS laces OMT TOOT, eS ALARGAMENTO CILINORICO Fig 25- Alargamento cilindrico de Fig, 26-Alorgomento cilindrico de acabomento LI--UD REBAIXAMENTO Fig. 33-Reboixomento quiado Fig, 34- Rebaixamento Fig .39-Fresomenta cilindrico tonganciat Fig. 40-Fresomento cilindrico tangencial RU 5 —_ SS Concordante Discordante INTRODUGAO XXXII 4.1 — Alargamento de desbaste — Processo de alargamento destinado ao desbaste da parede de um furo cilindrico (figura 25) ou cénico (figura 27). 4.2 — Alargamento de acabamento — Processo de alargamento destinado ao acabamento da parede de um furo cilindrico (figura 26) ou cénico (figura 28). 5 — REBAIXAMENTO — Processo mecinico de usinagem destinado 4 obten- cao de uma forma qualquer na extremidade de um furo. Para tanto, a ferramenta ou a peca giram e a ferramenta ou a peca se deslocam segundo uma trajetéria retilinea, coincidente ou paralela ao eixo de rotagéo da ferramenta (figuras 29 a 34)*. 6 — MANpRiILAMENTO — Processo mecdnico de usinagem destinado a obtengao de superficies de revolugio com auxilio de uma ou varias ferra- mentas de barra. Para tanto, a ferramenta gira e a peca ou a ferramenta se deslocam simulténeamente segundo uma trajetéria determinda. 6.1 — Madrilamento cilindrico — Processo de mandrilamento no qual a superficie usinada ¢ cilindrica de revolugio, cujo eixo coincide com o eixo em t6rno do qual gira a ferramenta (figura 35). 6.2 — Mandrilamento radial — Processo de mandrilamento no qual a superficie usinada é plana e perpendicular ao eixo em térno do qual gira a ferramenta (figura 36). 6.3 — Mandrilamento cénico ~— Processo de mandrilamento no qual a superficie usinada € cénica de revolugio, cujo eixo coincide com o eixo em térno do qual gira a ferramenta (figura 37). 6.4 — Mandrilamento de superficies especiais — Processo de mandrila- mento no qual a superficie usinada ¢ uma superficie de revolucdo, diferente das anteriores, cujo eixo coincide com o eixo em térna do qual gira a ferramenta, Exemplos: mandritamento esférico (figura 38), mandrilamento de sangramento, etc. Quanto a finalidade, as operacdes de mandrilamento podem ser classificadas ainda em mandrilamento de desbaste e mandrilamento de acabamento. 7 — FRESAMENTO — Processo mecdnico de usinagem destinado & obtengdo de superficies quaisquer com o auxilio de ferramentas geralmente multicor- tantes. Para tanto, a ferramenta gira ¢ a pega ou a ferramenta se deslocam segundo uma trajetéria qualquer. Distinguem-se dois tipos basicos de fre- samento: 7.4 — Fresamento cilindrico tangencial — Processo de fresamento destinado 4 obtencdo de superficie plana paralela ao eixo de rotacdo da ferramenta (figuras 39, 40 e 42), Quando a superficie obtida nao fér plana ou o * As operagdes iidicadas nas figuras 33 ¢ 34 s40 denominadas por alguns autores, de escareamento, FRESAMENTO Fig 41-Fresamento frontal Fig, 43-Fresomento de duas superficies ‘artogonais WI: Ye Predominantemente — Predominantemente tangencial frontal Fig.45-Fresamento frontal de conoletas com fresa de tdpo Fig. 42-Fresomento cilindrico tangertial Fig 44- Fresomento tangencial de encalxes"rabo de andorinha” Fig 46-Fresomento frontal (caso especial } Fig.48~-fresamento composto INTRODUGCAO XXXV eixo de rotagao da ferramenta fér inclinado em relagdo & superficie originada na pega, scra considerado um processo especial de fresamento tangencial (figuras 44 e 47), 7.2 — Fresamento frontal — Processo de fresamento destinado a obtengio de superficie plana perpendicular ao eixo de rotacdo da ferramenta (figuras 41 ¢ 45). O caso de fresamento indicado na figura 46 & considerado como um caso especial de fresamento frontal. Ha casos que os dois tipos basicos de fresamento comparecem simult&nea- mente, podendo haver ou nao predominancia de um sdbre outro (figura 43). A operacdo indicada na figura 48 pode ser considerada como um fresamento composto. 8 — SERRAMENTO — Processo mec4nico de usinagem destinado ao seccio- namento ou recorte com auxilio de ferramentas multicortantes de pequena espessura. Para tanto, a ferramenta gira ou se desloca, ou executa ambos os movimentos ¢ a pega se desloca ou se mantém parada. O serramento pode ser: 8.1 — Serramenio retilineo Processo de serramento no qual! a ferramenta se desloca segundo uma trajetéria retilinea, com movimento alternative ou nao. No primeiro caso, o serramento é retilineo alternativo (figura 49); no segundo caso, o serramento é retilineo continuo (figuras 50 e 51). 8.2 — Serramento circular — Processo de serramento no qual a ferramenta gira ao redor de seu eixc e a pega ou ferramenta se desloca. Cfiguras 52 a 54). 9 — BROCHAMENTO — Processo mec4nico de usinagem destinado A obten- g4o de superficies quaisquer com auxilio de ferramentas multicortantes, Para tanto, a ferramenta ou a pega se deslocam segundo uma trajetéria retilinea, coincidente ou paralela ao eixo da ferramenta. O brochamento pode ser: 9.1 — Brochamento interno — Processo de brochamento executado num furo passante da pega (figura 55). 9.2 Brochamento externo — Processo de brochamento executado numa superficie externa da pega (figura 56). 10 — RoscaMENTO — Processo mecdnico de usinagem destinado a obten- cdo de filetes, por meio da abertura de um ou varios sulcos helicoidais de passo uniforme, em superficies cilindricas ou cénicas de revolugio, Para tanto, a pega ou a ferramenta gira e uma delas se desloca simultaneamente segundo uma trajetéria retilinea paralela ou inclinada ao cixo de rotacao. O roscamento pode ser interno ou externo, 10.1 — Roscamento interno — Processo de roscamento executado em superficizs internas cilindricas ou cénicas de revolugdo (figuras 57 a 60). SERRAMENTO Fig. 49—Serramento alternative Fig 50-Serromente continuo (Seccionamenta} serra de fita Fig Si-Seramento continuo Fig 52= Serramento circular (Recorte} serra de fita serra circular Fig.53~Serramento circutor Fig $4- Serramento circulor serra circular repdlo de corte BROCHAMENTO Fig. $5-Brochamento interno Fig 56- Brochamento externo brocha peco INTRODUGCAO XXXVII 10.2 Roscamento externo —— Processo de roscamento executado em superficies externas cilindricas ou cdnicas de revolugdo (figuras 61 a 66). 11 — LimacemM — Processo mec4nico de usinagem destinado 2 obtencao. de superficies quaisquer com auxilio de ferramentas multicortantes (elabo- radas por picagem) de movimento continuo ou alternativo (figuras 67 e 68). 12 — RasqueTEAMENTO — Processo manual de usinagem destinado a ajus- tagem de superficies com auxflio de ferramenta monocortante( figura 69), 13 — TAMBORAMENTO — Processo mec4nico de usinagem no qual as pecas sdo colocadas no interior de um tambor retativo, juntamente ou nado com materiais especiais, para serem rebarbadas ow receberem um acabamento (figura 70). 14 — RetiricagAo — Processo de usinagem por abrasdo destinado a obtengdo de superficies com auxilio de ferramenta abrasiva de revolugdo*, Para tanto, a ferramenta gira ¢ a pega ou a ferramenta se desloca segundo uma trajetéria determinada, podendo a pega girar ou nio. A retificagfo pode ser tangencial ou frontal. 14.1 — Retificagaéo tangencial — Processo de retificagio executado com a superficie de revolugio da ferramenta (figura 71). Pode ser: 44.1.1 — Retificagéo cilfdrica — Processo de retificagdo tangenciai no qual a superficie usinada é uma superficie cilindrica (figuras 71 a 74). Esta superficie pode ser externa ou interna, de revolugdo ou ndo. Quanto ao avango automético da ferramenta ou da pega, a retificagdo cilindrica pode ser com avango longitudinal da peca (figura 71), com avanco radial do rebdlo (figura 73), com avango circular do rebélo (figura 74) ou com avango longitudinal do rebélo**, 14.1.2 — Retificagéo cénica — Processo de retificagio tangencial no quai a superficie usinada é uma superficie cénica (figura 75). Esta superficie pode ser interna ou externa. Quanto ao avanco automdtico da ferramenta ou da pega, a retificacdo cénica pode ser com avango longitudinal da pega (figura 75), com avango radial do rebélo, com avango circular do rebélo ou com avango longitudinal do rebélo. * Denomina-se de usinagem por abrasdo 20 processo mecanico de usinagem no qual séo_ empre- gados abrasivos ligados ou soltot. Segundo a Norma PB-26 — Ferramentas Abrasivat da A.B.N.T., denominace ferramenta abrasive a ferramenta constituida de gros abrasivos ligados por aglutinante, com formas e dimensOes definidas. A ferramenta abrasiva com a forma de superticle de’ revolugdo, adaptdvel a um cixo, € denominada reblo abrasive. Nia sao considerados rebélos abrasivo# todas ou discos de metal, madeira, tecido, papel, tendo uma gu varias camadas de sbrasivos na superficie. _ . ** Vide Capitulo 1 — Conceites basics scbre os movimentos e as relardes geométricas do processo te usinagem. CLL oavioen fF y YA oe -— LLLLLALLLLLLLA Fig, 59-Roscamento interno com macho ROSCAMENTO Fig, 57-Roscomento interno com ferramenta | Fig 58~ de perfil Unico Roscomento interno com ferramerita perfit tnico iL Fig.61- Roscamento externa com ferramenta fe perfil Fig. 62-Rescomento externo com ferramenta de perfil midltiplo INTRODUGAO XXXIX 14.1.3 — Retificacgao de perfis — Processo de Tetificagao tangencial no qual a superficie usinada é uma superficie qualquer gerada pelo perfil do rebélo (figuras 76 e 77). 14.1.4 — Retificagéo tangenciat plana — Processo de retificagdo tangencial no qual a superficie usinada é uma superficie plana (figura 78). 14.1.5 — Retificagéo cilindrica sem centros — Processo de Tetificagfo cilindrica no qual a peca sem fixagdo axial é usinada por ferramentas abrasivas de revolugiio, com ou sem movimento longitudinal da pega (figuras 79 a 82). A retificagao sem centros pode ser com avango longitudinal da pega (reti- ficagéo de passagem) ou com avango radial do rebélo (retificagéo em miergulho) (figuras 80 a 82), 14.2 — Retificugdo frontal — Processo de retificagio executado com a face do rebdlo. £ geralmente executada na superficie plana da pega, per- pendicularmente ao eixo do rebélo, A retificacaio frontal pode ser com avango retilineo da pega (figura 83), ou com avang¢o circular da peca (figura 84). 15 — BRrUNIMENTO — Processo mecinico de usinagem por abraséo em- pregado no acabamento de furos cilindricos de tevolugéo, no qua! todos os grdos ativos da ferramenta abrasiva estéo em constante contato com a superficie da pega e descrevem trajetérias helicoidais (figura 85). Para tanto, a ferramenta ou a pega gira e se desloca axialmente com movimento alternativo. 16 — SUPERACABAMENTO Processo mec&nico de usinagem por abrasado empregado no acabamento ce pegas, no qual os gras ativos da ferramenta abrasiva estio em constante contato com a superficie da pega. Para tanto, 4 peca gira lentamente ¢ a ferramenta se desloca com movimento alternativo de pequena amplitude e freqiiéncia relativamente grande (figuras 87 ¢ 88). 17 — Lapipacdo — Processo mecdnico de usinagem pot abrasdo executado com abrasivo aplicado por porta-ferramenta adequado, com objetivo de se obier dimensdes especificadas da peca (figura 86)*. 18 — EsPELHAMENTO — Processo mecAnico de usinagem por abrasio no qual é dado o acabamento final da pega por meio de abrasivos, associados a um porta-ferramenta especifico para cada tipo de operaciio, com o fim de se obter uma superficie especular. 19 — Po.mmENtTo — Processo mecinico de usinagem por abrasio no qual a ferramenta é constituida por um disco cu conglomerado de discos reves- tidos de substancias abrasivas (figura 89 e 90). * Segundo a Padronizagdo Brasileira PB-26 da A.B.N.T., abrasive € um produto natural on sintético, granulado, usado de vdrias formas, com 2 finalidade de remover o material das superficies das pegas até 0 desejado. Fig. 65-Roscamento externo com fresa de perfil mcltiplo ROSCAMENTO Fig.66-Roscamento externo com freso de perfil tnica Fig.68-Limagem continua lima de segmentos RASQUETEAMENTO Fig, 69-Rasqueteamento RETIFIC. Fig.7!-Retificagdo cilindrica externa com avanco longitudinal Superficie periférica ACKO ————- Fig. 72-Retificagdo cilindrica interna com ovango longitudinal RETIFICACAQ Fig.73-Retificagdo cllindrica externc Fig.74-Retificagdo cilindrica Interna com avango radial com avango circular Fig. 75-Retiticagdo cénica externa Fig.76-Retificagao de perfil com com avango longitudinal avango radial pega Fig.77-Retificagda de perfil com Fig.78-Retificagio tangencial piana com avenge longitudinal may, retilineo da peca Fig.79-Retificagdo cilindrica sem centros Fig.80-Retificacdo ciiindrica sem centros c/avanco long. continuo da pega rebdélo de corte rebdto de arraste rebéio de arraste RETIFICACAG Fig.8\-Retificagdo cilindrica sem centros | Fig.82-Retiticagao cilindrica sem centros com avan¢o em’fileira de peas” com avange radial ‘eddlo de arraste Fig. 83-Retificagdo frontal com avanco Fig.84-Retificagto frontal com avango retilineo da pega cireulor do pega Fig.86-Lapidagao Farca sibre a peca Fig.88-Super—acabamento plano pe oscilacdo transversal ms toroa_sObre oO peca INTRODUGAO XLII 20 — LIxaMENTO — Processo mecinico de usinagem por abraséo exe- cutado por abrasivo aderido a uma tela e movimentado com pressao contra a peca (figuras 91 e 92). 21 — JATEAMENTO — Processo mecinico de usinagem por abrasio no qual as pecas séo submetidas a um jato abrasivo, para serem rebarbadas, asperizadas ou receberem um acabamento (figura 93). 22 — Artacko — Processo mecAnico de usinagem por abrasio, no qual & dado 0 acabamento das superficies da cunha cortante da ferramenta, com © fim de habilité-la desempenhar sua fungdo. Desta forma, sdo obtidos: os Angulos finais da ferramenta ( figura 94) *. 23 — DENTEAMENTO — Processo mecinico de usinagem destinado & obtencio de elementos denteados. Pode ser conseguido basicamente de duas maneiras: formagdo e geragao. ‘A formagéo emprega uma ferramenta que transmite a forma do seu perfil 4 pega com os movimentos normais de corte e avanco. A geragéo emprega uma ferramenta de perfil determinado, que com os movimentos normais de corte, associados aos caracteristicos de geraciio, produz um perfil desejado na pega. O estudo déste processo nao é feito aqui, por fugir do nosso objetivo de fornecer os conhecimentos gerais dos Processos de usinagem. * Vide Capitulo II — Geomerria da Cunha Cortante das Ferramentas de Usinagem, POLIMENTO | Fig.89-Patimento Fig.90-Poiimento disco com abrasive disco com abrasivo ferramenta suporte CONCEITOS BASICOS SOBRE OS MOVIMENTOS E AS RELACOES GEOMETRICAS DO PROCESSO DE USINAGEM 1.1 — GENERALIDADES Para o estudo racional dos dngulos das ferramentas de corte, das férgas de corte e das condigées de usinagem é imprescindivel a fixagao de conceitos basicos sébre os movimentos e as relacdes geométricas do processo de usinagem. Estes conceitos devem ser seguidos pelos técnicos e engenheiros que se dedicam a usinagem, 4 fabricagaéo das ferramentas de corte e maquinas operatrizes. Desta forma, torna-se necessdria a uniformizacao de tais conceitos, objeto das associacgdes de normas técnicas, Cada pafs indus- trializado tem assim as suas normas sobre angulos das ferramentas, formas dimensées das mesmas, etc. Na falta de norma brasileira sdbre ésse assunto, vamos seguir a norma DIN 6580 [1], a qual, a nosso ver, € a mais completa ¢ a que melhor se aplica aos diferentes processos de usinagem. A norma DIN 6580, objeto do presente estudo, substitui a antiga norma DIN 768 — Conceitos sébre ferramentas de corte [2], a qual nao satisfaz mais 4s necessidades atuais da pratica industrial, que exige conceitos gerais validos para todos os processos de usinagem. A recente norma DIN contém os fundamentos sébre uma sistematica uniforme de usinagem, constituindo 4 base para uma série de normas referentes ao corte dos metais, Aplica-se fundamentalmente a todos os processos de usinagem. Quando resultam limitagdes através de particularidades sébre certas ferramentas (por exemplo, ferramentas abrasivas), as mesmas s40 indicadas através de anotacées. A numerosidade de conceitos, que servem sdmente para uma ferramenta ou um processo de corte, néo ¢ tratada nesta norma. Por outro lado, a validade universal do conceito para todos os processos de usinagem fornece a possibilidade de reduzir ao minimo a quantidade de conceitos necessérios a pratica, Os coneeitos tratados nessa norma se referem a um ponto genérico da aresta cortante, dito ponto de referéncia. Nas ferramentas de barra éste ponto é fixado na parte da aresta cortante préximo a ponta da ferramenta. w FUNDAMENTOS DA USINAGE’ DOS METAIS 1.2 — MOVIMENTOS ENTRE A PECA © A ARESTA CORTANTE Os movimentos no processo de usinagem s40 movimentos relativos entre a pega € a aresta cortante. Estes movimentos séo referidos 4 pega, consi- derada como parada. Devem-se distinguir duas espécies de movimentos: os que causam direta- mente a saida de cavaco e aquéles que nao tomam Parte directa na formacéo do cavaco. Origina diretamente a saida de cavaco 0 movimento efetivo de corte, o qual na maioria das vézes é 0 resultante do movimento de corte ¢ do movimento de avanco. 1.2.1 — Movimento de corto O movimento de corte € 0 movimento entre a peca e a ferramenta, o qual sem 0 movimento de avanco origina somente uma Unica remogao de cavaco. durante uma volta ou um curso (figuras 1.1, 1,2 € 1.3). Mov etetivo de corte Mov. de corte Vy ‘Mov. efetwwo de corte Mov. de avonpo Fic. 1.1 — Furagao com broca helicoi- Fic. 1.2 — Fresamento com fresa cilin- dal, mostrando os movimentos de corte drica, mostrando os movimentos de € avanco, corte ¢ avanco. 1.2.2 — Movimento de a O movimento de avanco é o movimento entre a pega ¢ a ferramenta, que, juntamente com o movimento de corte, origina um levantamento repetido ou continuo de cavaco, durante varias revolugées ou cursos (figuras 1.1. 1.2¢ 1.3). O movimento de avango pode ser o resultante de varios movimentos com- ponentes, como por exemplo 0 muvimento de avanco principal ¢ 0 movi- mento de avanco lateral (figura 1.4). CONCEITOS BASICOS SOBRE OS MOVIMENTOS ory Pebble / Mov principal de venga Mov iranaver. ! / sel ée ovonce Mow. cetutaots de evens Fever expiauoro Hic. 1,3 — Retificagio plana tangencial Kis. 14 — Copiagem de uma pega mostrando os movimentas de corte mostrando ax componentes do movi- € avanco. mento de avango; avango principal ¢ avango lateral. 1.2.3 — Movimento efetive de corte © movimento efetivo de corte & 0 resultante dos movimentos de corte e de avanco, realizados ao mesmo tempo. Nao tomam purte directa na formagio do cavaco o movimento de posivio- namento, 0 movimento de profundidade eo movimento de ajuste. 1.2.4 ~ Movimento de pesicionomento £ © movimento entre a peca e a ferramenta, com o qual a ferramenta, antes da usinagem, é aproximada a peca Exemplo: a broca é levada a posigéo em que deve ser feito o furo. 1.2.5 — Movimento profundidade E o movimento entre a pega e a ferramenta, no qual a espessura da camada de material a ser retirada ¢ determinada de antemao. Exemplo: fixacao, no térno, da profundidade p (figura 1.11) da ferramenta. 1.2.6 ~ Movimente de aluste E o movimento de corregdo entre a pega e a ferramenta, na qual o desgaste da ferramenta deve ser compensado. Exemplo: movimento de ajuste para compensar o desgaste do rebélo na retificacéo. 1.3 — DIREGGES DOS MOVIMENTOS: Devem-se distinguir a diregdu de corte; diregdo de avango e direcao efetiva de corte, 1.3.1 — Diregdo de corte E a direcio instantanea do movimento de corte. 4 FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS 1.3.2 — Diregdo de avenge E a direcdo instantanea do movimento de avango. 1.2.3 — Direséo efetiva de corte E a diregdo instantanea do movimento efetivo de corte. 1.4 — PERCURSO DA FERRAMENTA EM FRENTE DA PECA* Devem-se distinguir © percurso de corte, 0 percurso de avango e o percurso efetivo de corte. 4. = eyrso de carte J. O percurso de corte h é 0 espago percorrido sébre a pega pelo punto de referéncia** da aresta cortante. segunda a diregdo de corte (fig. 1.5). Fic. 1.5 — Fresamenty tangencial com fresa cilindrica, Percursy de corte J; percurso efetivo de corte /; percurso de avango /.. (Os dentes | ¢ 2 mostram o movimento da fresa). 14.2 — ercurse de avenso |, © percurso de avango J, é 0 espaco percorrido pela ferramenta, segundo a diregao de avango (fig. 1.5). Devem-se distinguir as diferentes compo- nentes do movimento de avanco (fig. 1.4). 1.4.3 — Percurso efetive de carte t, O percurso efetivo de corte /, € 0 espago percorrido pelo ponto de referéncia da aresta cortante, segundo a direcdo efetiva de corte (fig. 1,5). 1.3 = VELOCIDADES Devem-se distinguir a velocidade de corte, a velocidade de avango © a velocidade efetiva de corte. Cs de trajeto. + Ver CONCEITOS BASICOS SOBRE OS MOVIMENTOS 5 — Velocldade de corte v A velocidade de corte v é a velocidade instantanea do ponto de referéncia da aresta cortante, segundo a direcio e sentido de corte, 1.5.2 — Veloei avanso v. A velocidade de avanco v, € a velocidade instantanea da ferramenta segundo a diregdo ¢ sentido de avanco. 1.5.3 — Velocidade efetive de certo v, A velocidade efetiva de corte ve é a velocidade instantanea do ponto de referéncia da aresta cortante, segundo a diregao efetiva de corte. Podem-se ter ainda, conforme o pardgrafo 1,2. as velocidades de posicio- namento, de profundidade e de ajuste. 1,46 — CONCEITOS AUXILIARES Para a uniformidade dos conceitos relativos aos diferentes processos de usinagem € necessdria a introdugao de alguns conceitos auxiliares: 1.6.1 — Plano de trabalho O plano de trabalho € o plano que contém as diregdes de corte e de avanco (passando pelo panto de referéncia da aresta cortante). Neste plano se realizam, portanto, todos os movimentos que tomam Parte na formacao do cavaco (figuras 1.6, 1.7 e 1,8). Ferramenta — Torneamento com ferramenta de barra, Plano de trabalho contendo o Angulo @ du diregao de avango e © Angulo 7 da diregio efetiva de corte, 6 FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS Fig, 1.7 — Fresamento tangencial com movimento discordante, Plano de tra- balho com o Angulo y da direcio de avango e o Angulo 4 da direcao efetiva de corte (yp < 90°). Presa ‘rabeita Fic. 1.8 — Fresamento tangencial com movimento concordante. Plano de tra- patho com o Angula gy da diregio de avango € 7 da diregao efetiva de corte lp > 909). 1.6.2 — Anguio — da diresao de svanse Q Angulo y da diregdo de avango é o Angulo entre a direcéo de avancgo ea diregéo de corte (ver figuras 1.6 a 1.10). Fic. 1.9 — Fresamento frontal. Varia- Fic. 1.10 — Retifieagao plana frontal. go do angulo gy da diregéo de avango. Variagao do Angulo g da diregaio de avanco. Esta norma trata sobretudo do caso gcral de usinagem, no qual a direcao de avango nem sempre € perpendicular 4 diregio de corte. Assim, por exemplo, no fresamento (figuras 1.7 ¢ 1.8) 0 Angulo g varia durante o corte. O caso do torneamento (figura 1.6), em que ¢ é constante e igual a 90°, é aqui apenas um caso particular. CONCEITOS BASICOS SOBRE 0S MOVIMENTOS 7 1.6.3 — Angulo 7 da diregéo efctiva de corte O Angulo da direcdo efetiva de corte é o Angulo entre a direcao efetiva de corte e a diregéo de corte (ver figuras 1.6, 1.7 ¢ 1.8). De acérdo com a figura 1.7 tem-se: AB q ene = = = ——___ _, logo BI = BOLy voce py sen ¢ y= (ty) cos gp + — Va Como geralmente a velocidade de avango v. ¢ pequena em relagiio 4 velo- cidade de corte v, éste Angulo é, na maioria dos casos, desprezivel. Assim, Nas operaceds comuns de torneamento, pode-se tomar y= 0. Porém, no roscamento com passo grande ¢ nao € desprezivel, pois representa o Angulo de inclinagdo da résca*. A tabela 1.1 apresenta os valéres déste angulo para o torneamento com diferentes avangos** em diferentes diametros da peca. Tais valéres servirao para calcular posteriormente os Angulos da ferramenta em fungao dos Angulos efetivos de trabalho. Superticies principois de corte Superticie lateral de corte Secgia de corte 8:0 pz b-h Ferromenta Fic. 1.1] — Torncamento, Superficie principal ¢ lateral de corte. * Com a introdusao dos novos conceitos dnguio du diresao de avonco . angulo da diresdo efetiva de corte 1 € plano de trabalho, cansisoem-s os conceitos basicvs Vilidos de um modo geral_ a Codex oy proressos de usinagem, oe Ver $18. TABELA I. Angulo do direséo efative de corte no torneamente de pesas de diferentes didmetres com diferentex avansos per volta Didmetro Avanco « da peca | ——____ —________ angulo 1B 7 (mm) (mm/volta)* | (fios/polegada) ery 0,125 200 22 0,0063 0,250 100 as 0,0126 63 0,500 50 1 27 0,0252 | 1,000 25 wr 53 0,0505 2,000 12,5 so 6 0.1010 0,125 200 ry 0,0040 0,250 100 23 0,0080 10 0,500 50 35 0,0159 1,000 25 1 49" 0,0318 2,000 12,5 3039" 0,0637 02500 | 100 17 0,050 0,500 50 34° 0,0099 16 1,000 25 8 0.0199 2,000 12,5 2 17 0,0398 4,000 63 40°03 0,0795 0,250 100 ur 0,0032 0,500 50 2 01,0064 25 1,000 25 4a 0,0127 2,000 12,5 oe 0,0255 4,000 63 2 SS 0,0510 0,500 50 wv 0,0040 1,000 25 28° 0,0080 40 2.000 12,5 3s 0,0159 i 4,000 63 1 4o 0.0318 8.000 | 32 3239" | 0,0637 0,500 50 . 0,0025 1,000 25 18° 0.0051 63 2,000 12,5 as" 0,0102 4.000 63 e 0.0202 8,000 3,2 2 19 0,0404 1,000 25 uw 0,0032 j 2,000 12,5 ww 0.0064 100 | 4,000 63 44° 0.0127 8,000 3,2 to 28° 0.0255 16,000 1,6 ep ss 0.0510 1,000 25 rT 90,0020 i 2,000 12,5 wt 90,0040 160 ! ay 6.3 28° 0,0080 8,000 32 35° 0,0159 16.000 1.6 Ie 49" 0,0318 2,000 12,5 o 0,0025 4,000 63 18° 0,0051 250 8,000 3.2 35° 0.0102 16,000 1.6 i F 00202 31,500 0.8 2 IT 0.0400 * Avangos normatizados segundo a norma DIN 803. CONCEITOS BASICOS SOBRE OS MOVIMENTOS 9 1.7 — SUPERFICIE DE CORTE As superficies de corte sio as superficies geradas na peca pela ferramenta. As superficics de corte que permanecem na peca constituirao as superficies trabalhadas (figura 1.11). 1 — Superticie cipal de corte E a superficie de corte gerada pela aresta principal de corte da ferramenta (figura 1.11), Ver capitulo 2.2. 1.7.2 — Superficie lateral de corte E a superficie de corte gerada pela aresta lateral de corte da ferramenta (figura t.11). Como na retificagio nao ¢ possivel, de antemao, distinguir no grao abrasivo a aresta principal da aresta lateral de corte, o rebélo é estudado a parte no que diz respeito ao conccito de superficie de corte 1.8 — GRANDEZAS DE CORTE As grandezas de corte sao as grandezas que devem ser ajustadas na maquina direta ou indiretamente para a retirada do cavaco. 1.8.1 — Avanso o O avango a & © percurso de avango em cada volta (figura 1.11) ou em cada curso (figura 1.15). Peco Fic. 1.12 — Fresamento discordante. Avango por deme au; avango de corte de: avango efetive de corte as. 10 FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS 1.8.2 — Avange por donte oa O avango por dente aa é 0 percurso de avanco de cada dente, medido na diregao do avango da ferramenta, ¢ corresponde 4 geragao de duas super- ficies de corte consecutivos (figura 1.12). Tem-se assim: a— a.Z (1.2) onde Z é o numero de dentes ou arestas cortantes. Quando Z = 1, por exemplo em fresas com um tinico dente ou em ferra- mentas de barra, tem-sc @ = au. Nas brocas heliocoidais tem-se: a = 2 au. Nas brochas o avanco por dente corresponde ao escalonamento dos dentes sucessivos (figura 1.17). Do avango por dente derivam o avango de corte a. © © avango efetivo de corte de. © avango de corte de & a distancia entre duas superficies de corte consecutivas, medida no plano de trabalho e perpendicular a diregio de corte (figura 1,12), Tem-se: ae = da eng. (3) Na usinagem com ¢ = 90° (por exemplo. no tornéamento € no aplaina- mento) resuita @ = aa = a. O avango efetivo de corte é a distancia entre duas superficics de corte consecutivas formadas, medida no plano de trabalho e perpendicular & direcdo efetiva de corte (figura 1.12). Tem-se de = da sen (p — 9)**. a4) Em muitos casos a relagéo v./v é to pequena que 7 é desprezivel. Desta forma, tem-se com suficiente aproximagao Mle = Aq SEN G FH A (1.5) Na retificagdo as grandezas au, de ¢ ae podem também ser definidas, porém de forma aproximada. 1.8.3 — Profundidede ou largura de corte Pp E a profundidade ou largura de penetragao da aresta principal de corte, medida numa diregdo perpendicular ao plano de trabatho (figuras 1.11 1.13 a 1.19), = Como no frestmento uy € muito pequeno, em face do didmetra da (ress. pode-se tomar aprox: madamente a, = ty. sen ++ Como no fresamento a, ¢ muito pequeno, em face do diametto da fresa, podemos tomar aproximadamente a, = 4g 20 if CONCEITOS BASICOS SGORRE OS MOVIMENTOS 1 Fece péca Fic. 1.13 — Fresamenta tangencial. Fic, 1.14 — Fresamento frontal, Largura de corte p; espessura de pe- Profundidade de corte p; espessura netrago ¢. de penetragao ¢. No torneamento propriamente dito, faceamento, aplainamento, fresamento frontal e retificagdo frontal (ver tabela da Introdug&o), p corresponde a profundidade de corte (figuras 1.11, 1.14, 1.15 e 1.16). Fic. 1.15 — Aplainamento. Profundi- Fic. 1.16 = Retificagéo frontal. dade de corte p: avango a = ae, Profundidade de corte p; espessura de penetracéo e, No sangramento, brochamento, fresamento tangencial (em particular fre- samento cilindrico) e retificagio tangencial (ver tabela da Introducio), p corresponde a largura de corte (figuras 1.13, 1.17 € 1.18). 12 FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS feeramenta para a oresia laterct Plono de corte da ferramenta Piano da visto principal = Plano de referancia da ferramanto neve Pano de” teabatho f Fig, 2.17 — Angulus de ferramenta noma broca heticvidal “LKOMETRIA NA CUNHA CORTANTE DAS FERRAMENTAS DE USINAGEM 35 As figuras 2.18 € 2.19 apresentam os nomogramas de KRONEMBERG [5], ns quais permitem a obtengdo rapida dos Angulos expressos nas equagdes anteriores. Ixamplos numéricos 1) Determinagdo dos dngulos y e d através dos dngulos yz, yx © X {figura 2.18). Sojam yx = 20°, yy = —10° e x = 60°. Determinagéo de y: Une-se 0 ponto 20° a esquerda do nomograma (na parte superior) ao ponto —10° 4 direita por meio de uma reta. O ponto de cruzamento desta reta com a vertical, passando pelo ponto x = 60° nos fornece o Angulo de saida y = 13°. Pelo cdlculo, com auxilio da equacdo (2.6) obtém-se o valor y = 12,8°. Determinagao de \: Une-se © ponto 20° a esquerda no nomograma (na parte inferior) ao ponto —10° a direita por meio de uma reta. O ponto de cruzamento desta reta com a vertical, passando pelo ponto x = 60° nos fornece o Angulo de inclinagao A = —18,5°. Calculando-se com auxilio da equagao (2.7) obtém-se o valor 4 = —18,5°. b) Determinacao dos dngulos yv e ys através dos dngulos y, d © x (figura 2.19). Sejam os Angulos y — 10°, A= 20° e x = 60°, Determinagao de yz: Une-se o ponto 20° A esquerda do nomograma (na party inferior) ao ponto 10° a direita por meio de uma reta. O ponto ue cruzamento desta reta com a vertical passando pelo ponto x = 60° nos fornece o Angulo lateral de saida yx = —1.5°. Calculando-se com auxilio da equacdo (2.8) obtém-se o valor yx = —1,6°. Determinacéo de y,: Une-se 0 ponto 20° a esquerda do nomograma (na parte superior) ao ponto 10° direita por meio de uma reta. O ponto de cruzamento desta reta com a vertical passando pelo ponto x = 60° nos 20. fornece o Angulo facial de saida yy = 22°. Calculando-se com auxilio da equagdo (2.9) obtém-se o valor yy = 22°. Angulos na superficie de folga ov incidéncia Para a superficie de folga ou incidéncia tem-se as seguintes relagdes tri- gonométricas: cota = senx.cotax + cos x. cot ay (2.10) tg A = —Cos x. cot ay + Sen x . Cot ay (2.11) cota, = senx.cota —cosx.tgr (2.12) cota,= cosx.cota + senx. tgr. (2.13) 36 FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS ose) gcmuinyy si0s 1 opee'ep 6 wR ANS rebeu wee ee oF ada Anguo de pesieéo 7, pore detecminocso de | i ae : iy? : ‘ieee uae ogsoumnnp oc “‘Reopos op int ontey eT ae oe on eo RR RP RY DYE YER RE "XC ap opsoumaiep aize “Aropis op rox vintuy Kae span msc soe X ened oe ort GEOMETRIA NA CUNHA CORTANTE DAS FERRAMENTAS DE USINAGEM 37 Angulo de inelnagda>) parc determinoySo de % ¥ I 4 ' 8 Raa a aa a 8 & Cet eee RS RE ; Angulo de incinapio \ pora determinagéo de x, iy Doe Joe. isZ~ Ee + or ey ie p Loe al & the pe a 0s omy0690 2 o*h Opps ap onbuy onuisod “Ls *f ops ep oinouy Po) ‘A, op opsouuoiep vod XL opsisod op oinbuy | ie Ke = Stee Et (POEL RA SA rar $ $8 8 FRED 7 eR ee Angulo de saida {Pree Seterminasdo de ny @ oy x ¥ linag3o A nos angulos de saida y, © y: Fic. 2.19 — Nomograma pata conversio dos angulos de saida y ¢ de i 38 FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS wlos efetivos ou de trabalho gulos da ferrementa Geralmente, nas operagées de torneamento o angulo y da diregdo efetiva de corte (Angulo da hélice do torneamento) € sempre menor que 2,5° & o dngulo de posigéo x é igual ou superior a 45°. Neste caso yalem as relagdes aproximadas a=a+y (2.14) y =Ye—7- (2.15) Para o Angulo de inclinagio 4 tem-se a equagao ZA = wre + tey. cos x (2.16) Em operagdes de roscamento com passo grande, onde y > 3,5°, devem ser empregadas f6rmulas mais rigorosas que as equagdes (2.14) © (2.15). O estudo das relacdes entre os Angulos de um sistema de referéncia com os correspondentes Angulos noutro sistema de referéncia foi realizado por H. Daar [13]. Para tanto, éste autor empregou um processo vetorial original, chegando aos resultados: tga + (gy (tga. tg A. cos x —sen x) oe TeaagaswPh sey gh cosyyipaccny Ot? tg Ae = (tg — tg. cos x) e (2.19) onde C = yl + 2tgn. COS x. (2.20) Para 7 < 11%, |A| < |+15°| © xB 45° temrse as relacdes apro- ximadas: tga — tg 7m. sen x t = 2.21 Be = Tp ten (tgh. cos x + Wa. senx) 2.21) tgy + tg. sen x t2 Ye = 2.22 BY 1 + tg7 (3tgd. cos x — tg y - sen x) ¢ ) tg Ae = tg — tg. cos xX. (2.23) Para x préximo de 90° tem-se ferneementa com mete! dure pera dilerente TABFLA IL moteriels, (Adoplasée de fobele de VDI 3335 [1 ‘CONDIGOES DE CORTE | Tendo Propur — Rigido sem interrupcto | Imterrompida. 1 Nao rigido® we] Enectccae | Rapure | deere | AQ? Stpeiat fe tetera _Anewes de areiet |_AmtnOseetve Si | sot len att Time | seem ! jen my meme indie” Fe te | Aoi i cotme | 2 2 ‘ 5 ” ‘aoe wi Aso «os and aso comin wom | US ine mace ia 1 | awe so * os ! ae go, coma oe com as ac tin rt) Keo de"Yempern © 62 sq até 90 96 [Piet 1 |Age comum de com) 92 os a1 ine [is tas | -! a frie ago bem] I SOS RI 5 3 7 ia r yaa + de mr IR rag) EB "Sy lsecee en [>w—sta— |r| * | je os ee Fe “8 [fe ae nts TABELA IL - Condiyées de tornecmente com metal dure pera diferenter materiais (continveréo) Ne ohne Vagor e ferramenra ‘Aso beneficindos ‘Avos tas de fer a sine |asor temperadon oo | cot enetciaans _ Po jase tna a : e TABELA IL1 + CondigSex de torneamente com metal duro pi Nel comet |? [aco ntrerado “ Vaso eae ian ce) ae ace % | : {aco ninetado \ Se face de ate tix de! 50 | 3a MIR) pg oN ee ee 888] ‘aco mansonts 12 | a fee se at ur =| " | os =|=|= ! —— | acon e cone uve ato: ate OS OT 12 benetcndo eet 90703 - caso ar oar nseanates |, No torneamenta de gos © agos fusdidos, com seegSes de corte £< 30 3rm¢ ax metas cortanes deverio 2%. O'materal'éa ecrumenta de Seve ser asada, Ge peterencia emconirase do fads euguesda das colanae $10" 4B Bnw"Condicdet ‘ce cone mio rigdar 9! anguio Ge pongha "dove, stuarse. “cave t 90 4. Em Sato etpeciaapricipaimente em wlocgades Ge” core “bales Geve'se sna Sictei Garo’ don loos KAD os K20 Exe observagho & vitige ‘mater Got wanes Oe 138 eno Ge C.mm volta deves Set" evtudos ‘bservacHo. vida apenas para ov mateias das lindas 9.10 ¢ 11 fina ‘som evldade rpms sendigses de torneamento com metal duro para ‘VABELA ILL iferentes materiais (continuasao) PARA TODAS AS CONDICOES DE CORTE Muteriat Seegau de corte Anaulos efetivos - _ oak | Mater) - Projundi- a «, Neo Especifieacan Duresa Made de | Avance @ | Ferramente | a, ' | Gam) Cotune 1 2 a 4 --+ wee : Fofa cinzento — Fofo maleésel — Fofo branco lato cinzenty comum |HB até 170) 0.5 me pK s | 6 | 0 yy (6G 2 keymmt | 3 03 [K20 5 6! “IGG 14 \6 0.6 1K 20 Pw: amé | me 4 : io 1s Kx P30) 8 | 12 3 een Te Foto cinzento comum | HB 170 até) 0.5 K05 Kil s | a) 0 14 (GG Is GG 30 3300 | 3 KW 5 keemm? | K20 P30] me ie R20 P30) & ' {ot I Fofe cinzento liza Kou 1s Fofa maledvel branco GTw 16 Fofo maledvel préto | HB 120 1 (Sts até 140 7 lFofo modular GGG MB 135 38 até GGG 70 até 280, - . Fofo brance shore | 05 w 65 aré 90 [3 6 — \ . Cobre ¢ ligus de cobre Cobre npas |; 19 |Latio. mote z | 1 ! Latao HB 4s | 5 20 (Bronze vermetho ae as || — Bronze ke/eum? TABELA IL] ‘ Condisées torneamento com metal duro pare diferentes moteriais (cantinuagao) Aluminio HB até 60! 4 03 35 22 |Ligas de Al mutedveis | kg/mm* , @ | K 2 Ligas de magnésio " Ligas de aluminio 23 Ligas de Aluminio 24 |com teor Si 9— 13% Ligas de aluminio py as. 25 |pistes wor Si > 13% - 3 6 Materials slntéticos Resinay vintéticay (due OS O1 |KOI KOs ag {foplisticos) Resiaas 3 03 | Kio Kas sintéticas com inclusdes: 6 06 |K Ie gtanulares ov lamelares cox de polimeriza- 27 [eho (terinopiasticos) _ K30 yMateriais sintéticos Los 28 |prensados. —~ 3 Fibra vulcanizads € 44 FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METALS TABELA ILI Condigées de torneamento com metal dure para diferentes meteriais {continuasao! Representacdo dos Gngulos e dos chanfros. Gq 15mm Agzi,5mm chantro chanfro positive negative Corte AB A 4 8 Ae x | 2 7 Ysyt Das relagdes (2.18), (2.19) e (2.20) obtém-se as formulas praticas ig A = tede + tg q. cos xX (2.16) tye a BAT HB (Bae BK COST SENN) (2.24) 1 — tga..tgy. senx le + 3tz ye Ig d.c _ wy = 22 + tg 9 (tg ye 1g A. cos x — sen x) (2.25) t+ tgye. ten. sen x Exemplo 1 Descja-se usinar uma résca trapezoidal (DIN 103), de didmetro 40 mm € passo 7mm cm ago ABNT 1045, empregando-se uma Unica ferramenta, com pastilha de metal duro. Determinar os Angulos da ferramenta. GEOMETRIA NA CUNHA CORTANTE DAS FERRAMENTAS DE USINAGEM 45 Selugao Pela tabeta [1.4 tem: a 70 kg/mm’, corte ri (fig. 2.20): ¢ para usinagem em ago de construgdo, com a = 50 ido sem interrupgao, os seguintes Angulos de trabalho Peco Aresto loteral 4 Aresto lateral 2 *Fecramento OF; a Roe! Fic. 2.20 — Fsquema da résca ¢ da ferramenta empregada na sua execucio, Angulo de folga do chanfro a, = §o Angulo de folga a ..... eee eas sx 7° Angulo de saida ye 02... - = 12° Angulo de saida do chanfro yo .........,, = 3° Sngulo de inclinagio hy .................. = — 4° Tratando-se de usinagem de résca trapezoidal com uma nica ferramenta, emprega-se geralmente (para nao haver deformacéo do perfil da résca) y= 0° ¢ A=0°*, Logo. deve-se calcular somente os Angulos de folga da ferramenta. * possivel execumr ferramentas de rowamento com y © > diferentes de zero; porém. a forma da ferramenta deve ser culculada de muncira que oy ertos de perfil estejam dentro das tolerfncias especifitadis pelas norma Q ubjetiva day exemplos numéricos. aqui citados ¢ sémente pare movirit . copréyy Gus formulas de conversio dos dngulos. 46 FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS Pela norma DIN 103 de réscas trapezoidais tem-se os seguintes dados (fig. 2.18): diametro nominal (maior) .. . d = 40mm d) = 325mm . d = 365mm didmetro menor diametro efetivo ... passo .... . p= 7mm © Angulo » da diregao efetiva de corte (§ 1.6.3) sera: 1 was aos sees = 0006104 y= 350 Logo, para a aresta principal de corte tem-se X= 79: y = 3.5% ee = 5° y = 0°; A= Aplicando-se a formula 2.24 para o chanfro da superficie principal de folga, resulta, para A = 0: 2 Qe + By. sen x | — [g Gee. ty. stn X tg 5 + tg 3,5. sen 75 to = = 014738 ae = B50 1 —tg5.tg3,5.sen 75 1g a = Pela f6rmula (2.14) chega-se neste caso ao mesmo valor: Hae +N 6. eS 435 & 85° O Angulo de folga da aresta Principal podera ser admitido, somando-se 2° ao Angulo de folga do chanfro: a= ae +2 a = 85 +2 = 105°. Para a aresta lateral de corte 2, & direita da ferramenta (fig. 2.19), tem-se analogamente: a = Dee — 1 5-35 = 1,5° Oe +2 a =H 15S +2=3,5° GEOMETRIA NA CUNHA CORTANTE DAS FERRAMENTAS DE USINAGEM 47 Quadro dos resultados Designosao Avesta principat | Avesta ater 1 | Arvest toeral 2 Angulo de folga | a= 70 Angulo de tolga do chanfro .. Bee Angulo de said x Angulo de in nagde OaseRvacio: De acdrdo com esta solugdv os Angolos efetivos de saida , © 74, passam a tet os valores 7, = 043.5% 7", =0— 45°, Outre solugéo consistiria em inclinur a fetramenta de um Angulo 9 = 3.5% Neste caso terfumus 7, =7',,= 0°: a forma da ferramenta deveria ser cortigila Para evitur a deformagio do perfil da rdsca (vide fScmulas cortetivas em manuais de tecnologia) Exempla 2 Na construgao de uma prensa de friccdio, de capacidade de 250 toneladas, empregou-se um parafuso com résca dente de serra (norma DIN-515) de caracteristicas: didmetro nominal (maior) ....... d = 200mm diametro menor 144,462mm didmetro cfetive 178,179mm PASSO 0... eee eee p = 3.32 = 96mm (3 entradas) Material do parafuso .......... . ago ABNT 1045 metal duro P40 e P30. Para a execugdo da résca do parafuso empregou-se uma ferramenta de sangramento, uma ferramenta de desbaste ¢ acabamento da superficie incli- nada de 30° ¢ uma ferramenta de acabamento da superficie inclinada de 3° (figs. 2.2la, b ec). Determinar os Angulos das ferramentas, Material da ferramenta Soluséo Pela tabela II.1 tem-se os Angulos: angulo de folga do chanfro ........... Bee = § Angulo de folga oe = 7 dingulo de safda do chanfro + Yee = 3° Angulo de saida ... 2... 00... ee % — 12° Angulo de inclinagio ................. rAe = —4° 48 FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METALS a” >) 8 Fic. 2.21 — Fsquema da rosea ¢ das ferramentas empregadas na sua execugae. Para as ferramentas a e c a determinagdo dos Angulos da ferramenta ¢ imediata, pois x = 90° e 87° respectivamente; os resultados encontram-se na tabela que se segue. Vejamos o calculo dos angulos da ferramenta b utilizada para desbaste ¢ acabamento, com Gngulo de posigao x = 60°. A résca sendo de trés entradas, o angulo 7 da diregao efetiva de corte vale: HONS 1. y= 98° O Angulo de inclinagio da ferramenta sera*: gk = tere + tg my. COsX ZA = —tg 4° + tg 9,8. cos 60 waA= OOIS8 .. A 0,9° © Angulo de folga do chanfro da aresta principal sera de acérdo com a formula (2.24): 18 Gee +H 18 (1B Gee. IZ A.COS X + Sen x) 1g a = T= 18 ae. te .8en x tg5 +4 19,8. (tg 5.tz 0,9 .cos 60 + sen 60) tg = SE Oe = 14° 1—tg5.tg9.8.sen 60 + A deformagio na superficie inclinada da résca, causada pels usinagem com ferramenta de angulo AM20 snd oferece gualquer problema, pois esta superficie do parafuso nde tabatha quando 3 prensa ‘est em carga. Existe um certo jogo entre © parafuso € a pores, GEOMETRIA NA CUNHA CORTANTE DAS FERRAMENTAS DE USINAGEM 49 Pela formula (2.25) tem-se para o Angulo de saida do chanfro da aresta principal: tg Yee + 18 9 (3.18 Yeo. tg A.cos x —sen x) I + tg Yea. t2 9.Sen x tev tg3 + tg 9,8 (3.tg3.tg 0,9. cos 60 — sen 60) - 1 + tg3.tg 9,8.sen 60 Para o Angulo y tem-se analogamente tg 12 + tg 9,8 (3.tg 12.tg 0,9.cos 60 — sen 60 0 EDR TER. O quadro que se segue da os resultados finais. 18 ye= Quadro dos dngutos das ferramentas 1 | Desioao | __Férramenta 9 | Ferramenta Feramenia ¢ X50 (Jerr. p/sangrar) x= 60° : xa ee Angulo de folga Angulo de folga 40 chenfro Angulo de sai Angulo de saida do chantro. Angulo ve ineli- nagao . Angulo lateral de folga a= te0 | war | «= —200 5° » 1) a, 3.6° =—4# | a= ose) Angulo lateral de folga do. chan- fro, Angulo lateral de saida | i] 1) Nao foi empregsdo chantramenio na superficie de saida da ferramenta c em virtude da operacdo ser de acabarmenta e¢ para nav enfraquecer a terramenta. 2) Utilizase A= 0° para nao Geformar a superficie de trabalho do parafuso. 3) A parte anterior da ferramenta a foi inclinada de um anguic u= 980. Os angulos acima podem ser arredondados = nimercs inteiros de. graust conservou-se Esves yal6res para efelto diditico, 2.6 -- ANGULOS DA FERRAMENTA SEGUNDO AS NORMAS AMERICANAS A Comissdo Técnica n.° 2 do grupo BS da ASA, que elaborou em 1950 a norma sObre Ferramentay de barra e seus suportes [3], foi posterior- 50 FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS mente em 1955 subdividida em trés subcomissdes. para tratar dos seguintes assuntos: Comissdo TC-14 — “Bits” e seus suportes Comissdo TC-15 — Pastithas ¢ ferramentas de metal duro Comissdo TC-16 -- Nomenctatura de ferramentas de barra. As comissdes TC 14 e 15 jd elaboraram respectivamente as normas ASA B5.29 — 1959 [15] ¢ ASA BS5.36 de 1957 [16]. as quais serio transcritas no segundo volume déste trabatho 2.6.1 — Angulos da ferramenta Segundo a norma ASA B5,22 de 1950 tém-se os seguintes Angules das ferramentas: 1) Tooi-holder angle “E o Angulo entre o plano de assentamento do “bit” no Suporte eo plano de base do suporte.” (figura 2.22.) 2) Shank angle “Eo Angulo entre o eixo da porgdo anterior ¢ 9 eixo da porgio posterior (ou cabo) da ferramenta.” (figura 2.23.) 3) Back rake angle “E o Angulo entre a superficie de saida ¢ a reta paralela a base do cabo ou do suporte, medido num plano paralelo ao cixo da porgdo anterior da ferramenta e perpendicular 4 base. E positivo quando a aresta cortante estiver inclinada para baixo, a partir da ponta em diregao ao cabo.” (figuras 2.22 ¢ 2.24.) OBsERVACAO: Conforme se constata nos desenhos da norma ASA B5.36 de 1957 sdbre Pastilhas e ferramentas de metal duro, o plano de medida para a medicdo do back rake angle foi alterado, passando a ser paralelo a aresta principal de corte e perpendicular 4 base da ferramenta (figura 2.25). Tal observagao se constata também no Too! Engineers Handbook [17 © 18]: enquanto a definiggo back rake angle na edicao de 1949 tinha a redagéo acima (baseada no projeto da norma ASA B: ), na edigdo de 1959 a redacio desta definigdo apresenta a nova posigéo do plano de medida (paralelo 4 aresta principal de corte). Desta forma éste angulo equivale ao dnguto de inctinag¢do d da ferramenta, definido pela norma DIN 658i. 4) Side rake angle “Eo Angulo entre a superficie de saida e uma reta paralcla & base da ferramenta. E medido num plano perpendicular & base e perpendicular ao cixo da porcéo anterior da ferramenta (figuras 2.22 e 2.24).~ GEOMETRIA NA CUNHA CORTANTE DAS FERRAMENTAS DE USINAGEM 51 Side coke erate Net Setting ongie of hal ‘\ 20" seitna enge “A ~ _ site cation eég¢ ongie 15" v Toot holde“ongle / ‘Too! holser base Tool deuigratien = ges gS ved? esa ie oe | End relat orale Sie relil orgle— Ene cutting edge ong! Sigh euting Edge ang Nowe ggg Fic. 2.22 — Angulos e designagdes da ferramenta segundo a norma ASA BS.22 de 1950 [3) “Para facilitar a afiagdo o rake angle pode ser medido num plano perpen- dicular a aresta principal e lateral de corte, recebendo as denominagdes normal side rake e normal back rake angle." (figura 2.24.) 52 FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS OBseRVACAO: Conforme se constata na norma ASA B5.36, 0 normal side rake angle recebe atualmente a denominagdo de side rake angle (figura 2.25). Verifica-se porém que éste Angulo é medido num plano normal & base da ferramenta e perpendicular & projegao da aresta principal de corte sdbre o plano da base da ferramenta: equivale portanto ao Angulo de saida da ferramenta. segundo a norma DIN 6381. / Shank / Tool holder Shank angie Teo bit Work surface YTS / 4—machined surface Entering angie s—Side cutting edge angle Shank — angle ng Entering angle 90° N Setting —_ Work - congle surface Machined surtace Depth of cut Fis, 2.23 — Angulos da ferramenta ¢ designayées segundo a norma ASA B5.22 dé 1950 (3). 5) Side relief angle “Bo Angulo entre a porgdo da superficie principal de folga, imediatamente abaixo da aresta de corte, e¢ uma reta passando pela aresta de corte, per- pendicular @ base da ferramenta ou suporte, E medido num plano normal GEOMETRIA NA CUNHA CORTANTE DAS FERRAMENTAS DE USINAGEM 53 End cutting edge ongie Sige clearence. wird a a Normal end clearance’ Bock rake Side view End religt end cleorance Side rake, _~ LENG cutting edge angie Side clearance Bice retet + Poraltal back rake Normal ond seliet Norma end clearance Back roke Normet side — oe End relist al Ene clearance Normal side cleoran Fic. 2,24 — Angulos de uma ferramenta de barra segundo a norma ASA B 5,22 de 1950, (Obtido do catélogo n.° GT-310. 1956 — Carboloy Cemented, Carbides. General Electric Company. } ao eixo da porg&o anterior da ferramenta. O normal side relief angle é medido num plano perpendicular 4 base de cabo e a aresta principal de corte,” (figuras 2.22 e 2,.24.)* * Verificase sempre nestas normas s falta de precisio nas definigdes dos angulos, 54 FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS OssERVAGAO: Segundo a norma ASA BS5.36, 0 normal side relief angle é chamado simplesmente side relief angie (figura 2.25), > — Angulos de uma ferramenta de barra segundo © deserho da norma ASA B 5,36 — 1957, 6) End relief angle E o Angulo entre a porcae da superficie lateral de folga, imediat&émente abaixo da aresta de corte, e uma reta passando pela aresta de corte, per- pendicular 4 base da ferramenta ou suporte. E medido num plano paralelo ao eixo da porcdo anterior da ferramenta. O normai end relief angle é medido num plano perpendicular 4 base do cabo e & aresta lateral de corte.” (Figuras 2.22 e 2.24.)* Opservacao: Conforme a observagdo anterior, 0 nermal end relief angle é chamado atualmente end relief angle (figura 2.25) 7) Clearance angle “O clearance angle & maior que o relief angle. E 0 Angulo entre o plano perpendicular 4 base da ferramenta e a porcao da superficie da folga ime- * Verifica-se sempre nestas normas a falta de precisio nas definigdes dos Angulos. GEOMETRIA NA CUNHA CORTANTE DAS FERRAMENTAS DE USINAGEM wn a diatamente abaixo da chanfradura. O side clearance angle é medido no plano do side rake angle. O end-clearance ungle € medido no plano do back rake angle.” (figura 2.24.) O clearance angle pode ser medido no plano’ perpendicular 4 projegio da aresta de corte sébre a base da ferra- menta, recebendo a denominagao de normal clearance (figura 2.25). 8) Side cutting-edge angle “E o Angulo entre a aresta principal de corte ¢ a superficie lateral do cabo.” (figuras 2.22 a 2.25.) 9) End cutting-edge angle “E o Angulo entre a aresta lateral de corte e a reta perpendicular a superficie lateral do cabo da ferramenta.” (figura 2.24 e 2,25.) Quando a ferramenta bit estiver fixada num porta ferramenta curvo. as arestas de corte, para efeito das definigdes acima sdo referidas A parte dianteira da ferramenta, 10) Nose angle “E o Angulo entre a aresta principal de corte (side cutting edge) ¢ a aresta lateral de corte (end cutting edge).” 11) Tool character Os Angulos da ferramenta de barra podem ser designados de modo simpli- ficado, constituindo o teol character, como indicam as figuras 2.21 e 2.26. 2.6.2 — Angulos da Trabalho Sao os angulos entre a ferramenta ¢ a peca, que dependem nao sdmente do formato da ferramenta como também da sua posicao relativa a peca Mudando-se a posigéo da ferramenta, éstes Angulos se alteram, enquanto os Angulos da ferramenta permanecem constantes. Estes Gngulos (working angies) nao devem ser confundidos com os Angulos efetivos da norma DIN 6581, os quais levam em conta também o Angulo 4 da diregdo efetiva de corte (§ 1.6 ¢ 2.4), Segundo a norma ASA BS5.22 — 1950 [3] tem-se os seguintes Angulos de trabalho: 1) Setting angie E o Angulo entre a porgdo reta da ferramenta e a superficie trabalhada da peca (muchined surface).” (figuras 2.22 e 2.23.) 56 FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS 2) Entering angle “6 o Angulo entre a aresta principal de corte ¢ a superficie trabalhada da pega.” (figura 2.23.) Yn I0° N ” Toot character of eX Wad adhis is 132 Back rake = Side rake angle End relief angle End clearance angle. Side relief angle Side clearance angle. End cutting edge angle Side cutting edge angle. Nose radius Fic. 2.26 — Designagio dos fngulos da ferramenta — foo! character — segundo as modificagdes apresentadas nos desenhos da norma ASA B5.36 — 1957. adotada ultimamente pela A.S.M.E. (Fool Engineers Handbook, 2.4 edigho). GEOMETRIA NA CUNHA CORTANTE DAS FERRAMENTAS DE USINAGEM a 3) True rake angle (on top rake} “E o Angulo entre a superficie de saida e a base da ferramenta. medido num plano que contém a diregdo de saida do cavaco e € perpendicular a base da ferramenta” (figura 2.27), Em primeira aproximacéo pode ser confundido com o 4ngulo de saida y da ferramenta, segundo a norma DIN 6581. Este Angulo y é chamado pelos americanos de velocity rake angle.” (figura 2,28.) Work surface True rake angle Built up edge Cutting angle Lip angie Mochined surface Working relief angle Fic, 2.27 — Angulos de trabalho segundo a norma’ ASA B 5.22 de 1950. 4) Cutting angle “E o Angulo entre a superficie de safda e uma tangente a superficie de corte, passando pelo ponto de referéncia da aresta cortante.” E o comple- mento do true rake angle (figura 2.27). 5) Lip angle “E o Angulo entre a chanfradura da superficie de incidéncia ¢ a superficie de saida da ferramenta, medido num plano normal a aresta cortante. E chamado de end lip angle, quando fér medido num plano perpendicular a aresta lateral de corte. E chamado srue tip angle, quando for medido no plano de saida do cavaco.” (Figura 2.27.) w a FUNDAMENTOS PA USINAGEM DOS METAIS Velocity rake (-) Eixo do freso a inclination of cutting . (+) Plono_de referencia NN a“ Plano de referencia | < Axial rake Lj | ae) 2 eA Corner angle a é Radial rake (-) Radial roke (-} Fic. 2.28 — Angulos de uma fresa de faceamento segundo as especificacdes umericanas. 6) Working relief angle “Eo Angulo fermado entre a chanfradura da superficie de incidéncia ¢ uma reta tangente a superficie de corte, passando pelo ponto de referencia da aresta cortante.” (Figura 2.27.) 7) Working end cutting edge angle “E o Angulo entre a aresta lateral de corte e um plano tangente & superficie trabalhada, passando pela ponta da ferramenta.” 2.6.3 — Angulos empregados nas fresas Encontra-se nas*‘normas ¢ nos manuais americanos uma série de &ngulos, especiais para cada ferramenta. Assim por exemplo nas fresas, a nomen- clatura, os Angulos e as principais dimensdes sao espe das pela norma ASA BS.3 — 1959 [19]*. Os principais Angulos da ferramenta segundo esta norma sao: + Isto constiui um sérle problema para o esiude dos Angulos das diferentes ferramentas as normus ¢ especificagdes amertcanas, Para cada ferramenta tenvse um grupo di paniculares. GEOMETRIA NA CUNHA CORTANTE DAS FERRAMENTAS DE USINAGEM 59 1) Axial rake angle (ou helical rake angle) Corresponde ao Angulo facial de saida y, (figura 2.28 e 2.29) segundo a norma DIN 6581. Valem a mesma definicio ¢ convencdo de sinal vistas no § 2.4.4. 15° Peripherot cutting ‘edge angle Center Ine ot cutter \ _ PSs Ak ia I | Machinad sufoce = wth of cut » o400" / 2 Face cutting 0.070" Chomfer at 45° ‘edge angle 3 +4 Radial rake ‘| ‘S" Peripheral relief Tooth character Face reliet ongte. 2 18, 0,070 45" Periphoral relief ongle Foce cut edge angle Peripheral cut edge anate CChomter Fis, 2.29 — Angulos de uma fresa segundo a norma ASA B 5.3 lyst 60 FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS 2) Radial rake angle Corresponde ao Angulo lateral de saida y, (figura 2.28 e 2.29). Valem a mesma definig¢éo e convengao vistas no § 2.4.4. 3) Face relief angle Corresponde ao Angulo facial de folga ay (figura 2.29). 4) Peripheral relief angle Corresponde ao Angulo lateral de folga ax (figura 2.29}. Valem a mesma definicao e convengao de sinal vistas no § 2.4.4, 5) Peripheral cutting edge angle Corresponde a um segundo Angulo de posigio x’ (figura 2.29). Ver § 2.4.4 2.7 — CONVERSAQ DE ANGULOS DA FERRAMENTA SEGUNDO A NORMA DIN 6581 AOS ANGULOS ESPECIFICADOS PELAS NORMAS AMERICANAS E VICE-VERSA A tabela H.2 apresenta a equivaléncia entre os Angulos da ferramenta segundo a norma DIN 6581 ¢ os Angulos das ferramentas de barra, espe- cificados pelas normas ASA BS,22 — 1950 e ASA B5,36 — 1957 {§ 2.6). 2.7.1 — Exemplos de aplicagéo* Exemplo 1 Na operagao de desbaste de uma pega de ferro fundido, empregou-se fer- ramenta de barra com pastilha de metal duro, marca CaRrBOLoY [20]. Os Angulos recomendados por éste fabricante seguem a nomenclatura da ASA BS.22 — 1950 (figura 2.24 — § 2.6.1) e para a operacao designada valem: BR = back rake angle 61... cece eee oe SR = side rake angle ccc cece eee ee eee 8° ER = end relief angle |. . : 7 EC — end clearance angle . 10° SRF = side relief angle . Pr sc = side clearance angie . 10° ECEA = end cutting edge angle . 15° SCEA = side cutting edge angle ........ 0005 15° NR —noseradius ......-.:. 1/32” * Os exemplos de converse de angulos em brocas, fresas, serras, brochas sero dados no 2° volume déste trabalho, “Ferramentas de corte”. TABELA 112 Equiveténcla entre os dogulos da ferramente segundo @ norma DIN 6501 @ os Sngvios das ferromentas de barra specificades pelas normas emerleancs Modifieagio apresentada na | DIN 6581 norma ASA B 5.22 pela ASA B5S.22 — 1950 ASA B5.36 — 1957 Angulo de folga side clearance angle normal side clearance angle Angulo de folga do chanfro side relief angle normal side relief angle Angulo de folga da aresta lateral ax, end clearance angle normal end clearance angle Angulo de folga do chantro da aresta lateral oc end relief angle normal end retief angle Angulo lateral de folga do chanfro dese | side retiet angle Angulo lateral de folga ax, — | side clearance angle Angulo facial de folga do chanfro da aresta lateral qyyg |---| end relief angle fingulo facial de folga da aresta lateral axy | end clearance angle lingulo de cunha 6 true lip angle 1 | true lip angle 1 Angulo de saida -y ide rake angle 2 | normal side rake angle 2 Angulo de saida do chanfro y. ee 3 Angulo lateral de saida -y, ———— 4] side rake angle ‘ Angulo facial de saida yy 5) back rake angle 5 Angulo de inclinagio back rake angle © | parallel back rake angle 6 complemento do angulo de posigio (90 — x) side cutting edge angle 7'| side cutting edge angle 7 Angulo de posigao da aresta lateral yy end cutting edge angle end cutting edge angle le Angulo de posigso y emering angle entering © true lip angie (medido no plano que coniém a diegio de egule de cunt Emvinale a0 velocity rake angie das t335 ¢ cortesponde 20. ue rake anti. OG chaafce ainda nds sts provisto ah ASA. BM 0B $32, porem se" enconira na leratura inplésa 0 nome side rake land Egiivate ‘ao rediet rake gle das tesa. FEquitale a0 asia rake anele dab tes Equivale A bucination of cuing eye das fresas. Equivale a0" corner unpre Treas ids do cavaco), consfderado como ingulo de trabalho pela ASA. corresponde 20 WWAOWNISA Jd SVINIWVEWEA SVG AINVLMOD VHNOD YN VRUL3WORD 19 62 FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS Determinar quais os angulos das ferramentas segundo a norma DIN 658! © quais os Angulos segundo as convencgdes da ASA B5.36 — 1957. Solugio De acérdo com a tabela 11.2, pode-se escrever os seguintes angulos da norma DIN: yy =BR = 0° ys =SR = 8° diye = ER = 7 ay =EC = 10° je =SRF = 7° a =SR = 100 x = ECEA = 15° X = 90-SCEA = 90 — 15 = 75° r =NR = 079mm Com relagéo A superficie de saida da ferramenta, falta determinar os Angulos: y e A. Pelo nomograma de KRONENBERG (fig. 2.18), tem-se para x = 75°, yx = 8 @ yy = 0°: y=TP A= 21°. Com relagao a superficie principal de incidéncia da ferramenta falta deter- minar os angulos: a, a. Através da equagdo (2.12) tem-se cotg ax cotg a = + tgad. cotg x. sen Xx Logo yt corg 10 tg 2,1 tg 75 cotg a= = — tg 2,1 . cotg 75 e sen 75 : , a= 97°. Anilogamente, para o chanfro tem-se: COLg Gixe cotg a = ++ tg A. cotg x sen xX cotg 7 cotg a, = — tg 2,1. cotg 75 Bae Sen 75 : Qe = 6,8°, Para a aresta lateral tem-se os dados x = 15°, — yx = Yix = —8° ¢ Yy = = yy = 0°, Através do nomograma de KRONENBERG obtém-se ye —2,1° A 7,79. GEOMETRIA NA CUNHA CORTANTE DAS FERRAMENTAS DE USINAGEM 63 Para a superficie lateral de incidéncia, obtém-se com auxilio da férmula (2.13) cy) = 9,7° ae = 6.89, Os Angulos segundo a convengéo da ASA B5.36 — 1957 sao facilmente determindveis através do quadro de conversdo II-2. Chega-se aos valéres: —2,1P 7.7% 6,88 9,7N 68N 9.7% $5 15 1/32" Back rake angle —| | | | | Side rake angle : t End relief angle ee | End clearance angle i | Side relief angle Side clearance angle. ————________ | End cutting edge angle ——- Side cutting edge angle Nose radius No torneamento de pegas de ago ABNT 1035 recozido, de didmetro 80mm, empregou-se pastilha de metal duro de tipo TT30 da firma Fried Krupp Widia-Fabrik, Essen (Alemanha) [21]. As condigdes de usinagem foram: a= 0,71mm/volta p=4mm vy = 63m/min. Os Angulos efetivos de trabalho, recomendados pelo, fabricante da pastilha, para as condigGes de usinagem acima, foram (fig. 2.30): a’. = 80% a— 6 Gee = 5° ye = 12° Yee = 3° he = —4°. * A ferramenta utilizada foi afiads com reboio de diamarte ¢, para tanto, empregacam-se trés angulos de folga: um para o cabo ¢ dois pera a pastiiha. Sdmente o chanfro da pastitha foi afiado com rebdlo de diamante 64 FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS O cabo da ferramenta utilizado foi de dimensdes recomendadas pela [SO com xy = 70° e e= 90°, Determinar quais os Angulos da ferramenta. especificados pela norma ASA BS5.36 — 1957 Fig, 2.30 — Representagac dos angulos efetivos no plano efetivo de medida da ferramenta, Solugio Oey De acérdo com as condigées de usinagem do problema, o Angulo 9 da diregdo efetiva de corte, obtido através da tabela I.1 ¢ aproximadamente 12’, Logo os Angulos reais de trabalho coincidem praticamente com os Angulos da ferramenta. Com auxilio da tabela 11.2 pode-se escrever diretamente: Side clearance angle (shank) Be Side clearance angle ....... 6° Side relief angle ...... . 3° Side rake angle 000... cece eee ees 12° Side rake Land angle... 0.6.20. 006 30* Back rake angle bees 4 Side cutting edge angle ............. 20° End cutting edge angle ............. 20°. Para facilitar a execugéo e afiagdo do arredondamento da ponta da ferra- menta, a superficie lateral de incidéncia apresenta geralmente os mesmos Angulos de folga da superficie principal de incidéncia. Logo, os Angulos da norma ASA BS5.35 — 1957 para esta superficie sao: End ciearance angle (shank) ......, S End clearance angle 0.0.0.0... 005 6° End relief angle oc. c cc cence eee 5 * Designacio encontrada na literatura americana para indicar 0 Aagulo de saida do chantro, Vide noia 3 da tabeta 11.2 GEOMETRIA NA CUNHA CORTANTE DAS FERRAMENTAS DE USINAGEM 65 O tool character, segundo esta norma sera: —4P 12N 5N (6)N 5™ (6)N 20 20, [1] DIN 768. Shneidstihle, Regriffe. Berlin, Ed. Beuth, 1936, [2] ASA — American StaNoann — B 5.13 — 1939, Terminology and Definitions for Single-point Cutting Tools, New York 18, The American Society of Mecha- nical Engineers, 1939. 13] ASA — Amenican SranparD — B 5.22 — 1950. Single Point Tools and Tools Posts, New York 18, The American Society of Mechanical Engineers, 1950. [4] BickeL, E. “Geometrie der Schneid”, Industrielle Organisation. Zurich, 18 (1/4), 1949. ROHLKE, G. “Bergriffe und Bezichungen an spanabhebenden Werkzeugen”. Werkstatt und Retrieb, Michen, 86: 335-341, 1953, 5 [6] RéHLKE, G., “Dic Zerspanung in kinematischen Bezugssystem". Das Indus- trieblatt, Essen, 59: 36-42, 1959, Kienztr, O. “Bestimmung von Kriiften und Leistungen an spanenden Werk- zeugen und Werkzeugmaschinen”, V,D./. Berlin, 94; 299-305, 1952, 7 [8] Scummr, W., “Eine Systematik der spanenden Formung”. VDI. Berlin, 95 (10), 1953, 19} Wirrhor, H. ‘“Kennzeichnung der Winkel an spanabhebenden Werkzeug”. Werkstart und Betrieb. Miinchen, 62: 40-60, 1949. {10} KRoNENBERG, M., Grundziige der Zerspanungslehre. Berlin, Springer Verlag, 1954, v. 1, UU) DIN 6581 — Entwore. Grundbergriffe der Zerspantechnik, Begriffe und Bezeichnungen am Werkzeug. Berlin, Beuth-Vertrieb GmbH, agésto 1960. 112] DIN 6581. Geometrie am Schneidkei! des Werkzeuges. Berlin, Beuth-Vertrieb GmbH, maio 1966, (131 Daar, H. “RelagGes entre os Angulos de uma ferramenta de t6rno e os angulos teais de trabalho”, Revista CAASO. S&o Carlos, 2, 1968, [14] Verein DeurscHE INGENEURE — 3335. Zerspanungs-Anwendungsgruppen und Arbeitswinkel beim Dreken mit Hartmetalwerkzeugen, Berlin, Beuth Vettrieb GmbH, 1960, [15] ASA — American Sranparp — B 5.29 — 1959. High Speed Steel and Cast Non-Ferrous Single Point Tools and Too! Holders, New York, The American Society of Mechanical Engineers, 1959. [16] ASA — AMERICAN StanpaRD — B 5.36 — 1957. Carbide Blanks and Cutting Tools. New York, The American Society of Mechanical Engineers, 1957. {17] Aste. Tool Engineers Handbook. New York, McGraw-Hill Book Co, Inc., 1949. [18] AsTME. Too! Engineers Handbook, 2d. Edition. New York, McGraw-Hill Book Co, Inc., 1959, 66 FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS [19] ASA AMERICAN STANDARD — B 5.3 — 1960. Milling Cutters, Nomenclature, Principal Dimensions. New York, The American Society of Mechanical Engi- neers, 1967. (20) GENeRaL ELEctRic Company, Catdlogo n.° GT-310, Carboloy Cemented Car- bides. New York, 1959, [21] Friep, KRUPP Wiplk — FapRIK, Catdlogo n.° 624, Zerspanen mit Widia Hartmetall. Essen, 1960. It NOCGES SOBRE A TEORIA CRISTALOGRAFICA DOS METAIS Engenheiro RosaLvo TIAGO RUFFINO* As caracteristicas de um metal dependem das propriedades dos cristais de que € formado, e éstes dependem. por sua vez, da constituicéo dos dtomos [1]. Nesta ordem de idéias, qualquer fundamentos da estrutura atomic: tudo dos metais deve ser precedido pelos e da estrutura cristalografica. 3.1 — ESTRUTURA DO ATOMO Para o estudo da usinagem dos metais, néo € necessario tratar com pro- fundidade 4 teoria atémica, e sim dos conceitos basicos da constituigao do atomo Os atomos so unidades estruturais de todos os sdlidos, liquidos e gases Sao de tamanho micrescépico, cérea de 2 a SA (1 A= 1 Angstréin 10 cm). Cada tomo consta de um niicleo e de um ou mais elétrons. O niicleo. com um tamanho da ordem de [ X 10+ A, contém a quase totalidade.da assa do dtomo ¢ ¢ clétricamente positive. O elétron, por sua vez é clétricamente negativo. Desta associagdo, nucleo e scus ¢létrons, resulta um atomo clétricamente neutro, Os eiétrons, no atomo, sao atraidos pelo nticleo e sé movem rapidamente num espaco de poucos A de didmetro em térno déle; os elétrons, dada sua alta velocidade, girando em térno do nucleo, preenchem de maneira efetiva o espago, de tal forma que repelem quaiquer outro dtomo que se lhe aproxime, dentro do dito diametro [2]. Isto explica a denominagao de nuvens eletrénicas ao redor do nucleo, cuja representagdo ¢ feita através de zonas envoltérias que séo o lugar geomé- trico de tédas as trajetérias possiveis dos elétrons de mesmo nivel energético. © mais simpies 4tomo que se conhece é€ o do Hidrogénio — composto apenas do nucleo e de um clétron (apenas um nivel energético de elétrons). Assistente da Cadeira de Maquinas Operarrizes ¢ de Transporte da Escola de Engenharia de S80 Carlos, SP 68 FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS Sua representagao mais simplista, ¢ feita considerando o elétron como apa- nhado em um: instantinco, figura 3.1-a, enquanto sua representagho na figura 3.1-b se situa mais préxima da realidade. Eleron Zone estérica de mowr probabuldage, do higor “orvte oe goométrica de todos os ~ eléteon trajetorias dot teder 62 nidleo site a) b) Fic, 3.1 — Representagio de um atomo de hidrogénio, composto do nucle e um elétron. Tais zonas de maior probabilidade das trajetérias dos elétrons nem sempre se apresentam com a forma esferica, porém variam segundo os niveis ener- géticos dos elétrons de que sao constitufdas. Outro exemplo: o atome de ferro apresenta 26 elétrons dispostos em 4 niveis energéticos: dois elétrons na primeira camada a partir do nucleo; vito na segunda; quatorze na terceira ¢ dois elétrons na quarta camada. Estes Ultimos dois clétrons. da camada mais externa, sAo chamados elétrons de valencia, enquanto os mais préximos do nucleo sio ditos elétrons cenirais. Uma representagao simplificada do tomo de ferro é a figura 3.2 ae de voléncio / @ Nicleo © © Eletrons ©) Fi, 3.2 — Representagia simplista do atomo de ferro, NOGOES SOBRE A TEORIA CRISTALOGRAFICA DOS METAIS 69 Para visualizarmos grupos de dtomos, é bastante cémodo representar cada dtomo per uma esfera cujo didmetro inclua até a camada mais externa de elétrons. Dentro déste esquema [1] a disposigao dos 4tomos em um gas, em um liquido e em um sdlido, pode ser esquematizada em duas dimensdes como na figura 3.3, a. b. ¢. respectivamente. Realmente, a distribuic&o de tais dtomos € tridimensional e nado apenas em duas dimensdes. Por outro lado, os esquemas (a) e (b) da figura 3,3 mostram apenas uma disposigao mé estatistica dos dtomos, uma vez que éstes esto continuamente em movimento nos gases e liquidos. Em (c) (figura 3.3), os dtomos sao mostrados como que regularmente empa- cotados. a que constitui um arranjo ideal de atomos num sdlido. a 4 ° & Oo oO ° % o) bb co} Hic. 3.3 — Dispesigay des datomos num muterial em diferentes estadus a) gas: 6) liqu } sélido, 3.2 — LIGAGAO METALICA Ha quatro tipos de ligagdes que mantém es dtomos dos sélidos sempre unidos [1] 1 — iénica 2 — covalente 3 — Van der Waals 4 — metdlica Geralmente. varios déstes tipos de ligagdes so encontradas num sdlido: entretanto, a ligagao metalica é a predominante nos metais. e, como temos 81 elementos metélicos, nos 102 elementos hoje conhecidos [3]. trataremos em especial désse tipo de ligagao. Para a visualizagao da ligagao metilica, tomemos como exemplo o atomo de ferro, cujo esquema é o da figura 3.2. Ja € sabido que os elétrons da camada mais externa (orbital dos elétruns de valéncia) sio o determinante de muitas propriedades fisicas e quimicas do metal [1]. Este fato decorre do seguinte: os elétrons de valéncia, no sistema atémico esto bastante afastados do nicleo e portanto sofrem menor atragao do nucleo do gue os elétrons das camadas interiores, Com isto 70 FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS tais elétrons de valéncia tém probabilidade bastante alta de abandonar o orbital do dtomo de que faz parte, para constituir parte integrante dum tomo vizinho. Ora, tal mudanca de casa do elétron provoca uma redugaio na carga elétrica negativa do atomo de que fazia parte. Disto resulta um Atomo desbalanceado clétricamente, constituindo um jon, ¢ neste caso um ion positivo, pois a carga elétrica positiva ficou com superioridade em relagdo a negativa (elétrons). que perdeu uma parcela. Se por um lado é bastante provavel um atomo de metal perder um ou mais elétrons-valéncia de seu sistema. por outro ¢ bastante facil receber também um ou mais elétrons-valéncia de seus 4tomos vizinhos. Pode ocorrer da o caso de um dtomo dividir elétrons-valéncia com os dtomos vizinhos, Da andlise désses fatos pode-se concluir que o atomo de um metal se acha continuamente nos estados de: perder elétrons-valéncia, ganhar eléiron valéncia ¢ dividir elétrons-valéncia com os Atomos adjacentes. Desta ma- neira, ha nos metais grande niimero de elgtrons-valéncia que estéo con- tinuamente em movimento de um atomo para outro, dando um aspecto de uma nuvem de elétrons, na qual se acham imersos os dtomos, conforme esquematizado na figura 3.4. tons positivos ee Nuvern Fic, 3.4 Na ligagio metdlica os be eletrons Atomos se acham imersos numa nuvem eletrénica. Cada fon tem sua posigéo ordenada num modélo tridimensional imerso na nuvem de elétrons, de maneira que uma atraczo elétrica dos fons posi- tivos para os elétrons negativos liga fortemente o metal, balanceando as fércas repulsivas entre os fons positivos @ entre os elétrons. A mais notdvel caracteristica da ligagao que mantem unidos os dtomos num agregado metdlico é a mobitidade dos etétrons-valéncia, que € a raza0 da alta condutibilidade térmica e elétrica dos metais [4] 9.3 — CRISTALOGRAFIA ‘Ao se analisar wma substdncia sdlida. sob o ponto de vista da disposi¢ao relativa de seus dtomos, podem ser verificados dois estados ) as posigées médias dos dtomos nao apresentam uma lei de formacdo, € assim constituem o que se chama substancia amorfa ou vitrea, Todos os metais. quando no estado sélido, se apresentam com eéstrutura cristalina, ou seja, com os centros de oscilagdo de seus dtomos numa disposicao ordenada*. A oscilagao dos dtomos ¢ varidvel com a temperatura e quando esta atinge determinado valor, a energia de oscilagdo é tal que provoca a ocorréncia do fenémeno denominado difusdo sdélida [S]. E, quando a freqiiéncia de oscilagio do atomo atinge a freqiiéncia de ressonancia déste em relagao aos demais da réde, 0 crescimento demasiado da amplitude do movimento vibratorio supera a distancia maxima permitida na ligagdo com os étomos vizinhos, provocando o fendmeno da fusde nesse ponto. Os sélidos cuja estrutura cristalina ndo é regular** apresentam o fendmeno da anisotropia, que consiste em ter propriedades varidveis com a diregdo [6]. 3.3.1 — Sistemas eristalinos Definimos céluta unitdria como sendo o mais simples modélo tridimensional, cuja repetigéo mo espaco gera a estrutura cristalina [6], [9], [10]. Existem quatorze possiveis células unitdrias, Estas podem ser enquadradas em sete sistemas cristalinos, segundo a tabela HI.1, 9.3.2 — Cristais metélicas Para o estudo da quase totalidade dos metais, entretanto, ndo hd mais do que trés células unitarias: 1. cubo de corpo centrado 2. cubo de face centrada 3. hexdgone compacto O cristal cubico de corpo centrado possui um centro de oscilagdo em cada vértice e um no centro geométrico (figura 3.5). O cristal ctibico de face centrada possui um centro de oscilagfio em cada vértice € um no centro de cada face {figura 3.6). O cristal hexagonal compacto possui um centro de oscilagéo em cada vértice, um no centro de cada base ¢ um no centro geométrico de cada um dos trés prismas triangulares alternos (figura 3.7). * Os centros de oscilagao sic as posigées de equilibrio que terlam os étomos no cristal se deixassem de vibrar_ [5] : "+ Estrutura cristalina regular em nosso caso é a do sistema ctibico, 7 FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS TABELA IIE1 Células unitdrias @ sistemas eristalinos Cétulas unitdrias (Células de Bravais) Sistemas cristalinos | Triclinica eevee eee eect eee e ees . Triclinico Monoclinica simples } ian Monoelini Monoelinica com bases centradas | nice 4, Rémbica simples 5, Rémbicu com bases centradas 6. Rémbica de corpo centrado 7, Rémbica com faces centradas Ortorrémbico 8. Hexagonal voce e et eetes cece Hexagonal | 9, Romboedral ....... be eeeee cee Romboedral | 10, Tetragonal simples } tragons II. Tetragonal de corpo centrado \ 7 12. Cibicw simples 13. Cabica de faces centradas Cubico 14, Ciibica de corpo centrado Fic. 32,5 — Célula Fis, 3.6 — Célula hia RT == CE unitdria do tipo unitaria do tipo lula unitaria do clibico de corpo ciibico de face cen tipo hexagonal centrado rrada compacto. A tabela 11.2 apresenta os principais elementos metdlicos com as respec tivas formas de célula unitéria [5] Como se pode verificar, alguns metais se apresentam sob varias formas alotrépicas, a, B, y, etc. Isto se passa em fungado da temperatura. Assim, por exemplo, tomemos 0 caso do ferro: acima de 1.539°C o metal se acha no estado liquide; no resfriamento 0 metal inicia 0 processo de solidificagac (1.539°C), apresentando-se sob a forma dlotrépica denominada ferro delta (Fe 5), cristalizado no tipo cibico de corpo centrado. Prosseguindo no NOGGES SOBRE A TEORIA CRISTALOGRAFICA DOS METAIS 73 TABELA HL2 Células unitéries dos principals elementos metélicos Ctihiew de corpo cenirade: Li, Na. K. Ti, V. Cr. Fea, Fe8, Rb, Mo, Cs, Ba, Fu, Ta, W. TH 2B. Nb, TZ. Ciibica de faces ceutradas: Al, Cag, Sc, Fey. Com, Ni. Cu, S, Rh. Pd. Ag, Ir, Pt, Au, Ph, Th, Lag. Ceg, Pag. Yb Hesagona! compacta: Re. Mg, Ca, Sc. Ti, rg, CoB, Ni, Zn, Yt, Ru, Cd, Pra, Nd, Gd. Ho, Er. HE, 2ry, Lag, Cee, To, Dy, Tm, Lu, Re, Os, Ta. _ resfriamento, a 1.410°C © ferro se transforma, passando para a forma cristalina alotrépica denominada ferro gama (Fe y), cristalizada no tipo ctibico de faces centradas. Prosseguindo, a 910°C nova wansformacdo se processa, e entao o ferro gama desaparece para dar lugar ao ferro alfa (Fe «), cristalizado no tipo cibice de corpe centrado. Por completar © processo de resfriamento, citamos ainda o ponto Curie, a 768°C, onde o jferre alfa ndo-magnético se transforma no ferro aifa magnetico. Tédas estas transformagées alotropicas sdo de grande importancia nos tra- tamentos térmicos des acos e ferros fundidos. Como ilustragao, acompa- nhemes © processo de transformagiao alotropica do ferro [7]: A célula unitéria do tipo ctibico de corpo centrado, caso do ferro alfa, tem para comprimento das arestas do cubo ~2,9A, A 910°C, o ferro alfa se transforma no ferro gama, que apresenta célula unitdria do tipo cuibico de face centrada, o que tem para comprimento das arestas do cubo ~3,6A. Ainda que a aresta do cubo de face centrada seja maior que a do ferro aifa, 0 ferro gama tem uma estrutura mais densa que a daquele. Cem efeito, cada atomo do vértice de um cubo pertence a oito cubos da estrutura; cada tomo do centro da face pertence a dois cubos da estrutura; ¢ finalmente cada dtomo do centro geométrico do cubo pertence a um s6 cubo. Logo, pode-se estabelecer a seguinte relagéo de tomo por célula cristalina: Ferro alfa: 1 célula corresponde 1+ 8. {4} = 2 dtomos, Ferro gama: | célula corresponde a 6. (4) +8. (4) =4 Atomos 74 FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS Os volumes das células cristalinas do ferro alfa e gama sao respectivamente 2,99 = 24,4 AP ¢ 3,6% = 46,7 Logo no ferro aifa hé 12,2 A por atomo, enguanto que no ferro gama ha 11,7 A por 4tomo. A experiéncia demonstra realmente isto, pésto que a transformacao alfa para gama se faz com contragdo. Os fenémenos se complicam um pouco quando se liga carvono ao ferro [7]. Normalmente, 4 temperatura ambiente, o carbono ¢ o ferro tendem a formar a cementita, cuja formula é FesC. Com isto, cada dtomo de carbono serd combinado com trés dtomos de ferro para formar uma molécula FesC; estas moléculas séo aglomeradas para formar os cristais de cementita. Normalmente, 4 temperatura ambiente, o aco é formado de cristais de ferro (também chamados ferrita) misturados com cristais de cementita, Todavia, & temperatura suficientemente elevada, os cristais de cementita desaparecem como os cristais do sa! marinho desaparecem na agua, cons- tituindo entéo uma solugio sdlida de carbono no ferro, que chamamos austenita. Sua constituicao é a seguinte: o ferro esta na forma de ferro gama integral, enquanto que o carbono provindo da molécula de cementita (FesC) se aloja nos intersticios das malhas dos cristais do ferro gama. Da mesma maneira que o sal marinho dissolvido nagua abaixa o ponto de solidificagdo da solugéo, 0 carbono dissolvido no ferro gama (caso da austenita), abaixa o ponto de transformagao do ferro gama ao ferro alfa. Fistes fatos nos dao uma idéia de como se relacionam as propriedades fisicas dos metais com o tipo de célula unitéria dos cristais de que sao constituidos. No capitulo referente a Materiais Empregados em Ferramentas de Corte e seus Tratamentos Térmicos, estudamos com maior profundidade os dife- rentes constituintes dos agos, nas suas estruturas metalograficas. 3.4 — DEFORMACAO DOS CRISTAIS Dada a natureza do arranjo fisico dos étomos num cristal, encontra-se uma forte resisténcia ao deslocamento de qualquer’ um de seus dtomos, quer na operagdo de compressio, quer na operagdo de tragao. Pode-se visualizar tal fato imaginando-se que entre os Atomos existem, ligando-os, nao as jinhas das figuras 3.5, 3.6 e 3.7 mas sim fortes molas helicoidais (figura 3.8). A separagio de quaisquer dois atomos equivaleria a distender a mola que imporia a sua resisténcia; da mesma forma aproximar dois Atomos quaisquer equivaleria a comprimir a mola que, mais uma vez, imporia sua resisténcia. Em qualquer cristal os atomes estio situados em planos geométricos na- turais [1]. Por exemplo, no cristal do tipo cibico de face centrada ha trés planos tipicos, mostrados em hachuras nos esquemas (a), (b) e (c) da figura 3.9. NOGGES SOBRE A TEORIA CRISTALOGRAFICA DOS METAIS 7s “x { ie a) b) ¢ Fic, 3.8 — Representagdo das fércas interalémicas através de molas helicoidais: a) cristal livre de agZo externa; 4) cristal sob agdo normal A base; c) cristal sob acéo de cisalhamento. Considerando-se que tais planos contém nimeros diferentes de dtomos ¢ que também suas dreas so diferentes, resulta evidente que a densidade de diomos em cada plano é diferente. Devido as fércas coesivas que mantém unidos os a4tomos nos planos de alta densidade atémica, éstes apresentam maior resisténcia ao seu desagregamento. Os demais plancs situados entre éstes apresentam Obviamente menor resisténcia (devido a menor densidade atémica). Estes planos intermedidrios sao chamados planos de cisalha- mento, Suponhamos um cristal com planos de cisalhamento horizontais, como esquematizado na figura 3.10. Quando o cristal esta sujeito a forgay normais aos planos de cisalhamento, como na figura 3.10 (a), sua defor- mag&o ndo é aprecidvel devido 4s grandes férgas interatémicas, que pri- ticamente conservam as posicgdes relativas dos 4tomos no reticulado. En- tretanto, quando o cristal est4 sujeito a fércus paralelas aos planos de cisalhamento, como em (b), ha uma deformagao paralelamente aos planos de cisalhamento. Se tais forcas forem moderadas, isto é, abaixo do limite de escoamento, o cristal retomard sua forma primitiva, tao logo cesse a agao das fércas. Se tais forcas superarem o limite de escoamento, haverd Fic, 3.9 — Planos cristalogr4ficos num cristal ctibica de face centrada, Atomos em préto sic os situados no plano hachuriado. 76 FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS 7 Zo EF c) d) Fic. 3.10 — Deformagao de um cristal, um escorregamento de planos como mostra a figura 3.10 (¢), e tao logo cesse a acdo das férgas, o cristal tomard a forma mostrada em (d). A maneira pela qual ocorre o escorregamento, paralelamente aos planos de cisalhamento, pode ser visualizada, considerando-se que os dtomos nos planos de alta densidade atémica (pianos deslizantes) sejam esferas rigidas, como esquematizado na figura 3.11. Suponhamos dois planos de dtomos como em (a), sem qualquer solicitago externa. Se um esférgo moderado fér aplicado conforme mostra a figura 3.11 (b), cada atomo da camada inferior exercera uma férga contra o dtomo vizinho esquerdo da camada superior, como mostram as setas. Removendo-se a ag4o externa, os atomos retomam o estado (a) original, Se todavia, a agao externa ultrapassat determinado valor (limite de escoamento), os atomos da camada superior podem deslizar uma distancia atémica r (distancia entre os centros de 4tomos adjacentes) para a direita, como aparece’ em (c). Esta é a nova posicao relativa dos 4tomos, mesmo apés ado o esférgo externo, NOCOES SOBRE A TEORIA CRISTALOGRAFICA DOS METAIS 77 ana ae 4g x ae a) b) i 4 eo) a) Fie. 3.11 — Deslizamento de dtomos Hig. 3.12 — Cresvimento dos gros paralelamente ao plano de cisalhamento cristalinos numa estrutura metalica. num cristal, 3.5 — ORIGEM DAS ESTRUTURAS METALICAS 3.5.1 — Solidificaso de Metais puros Durante a solidificagao, os cristais se formam a partir do crescimento de aticleos ou centros de cristalizagdo, que aparecem em condigdes propicias. nos pontos de mais baixa energia [5]. A velocidade de crescimento pode variar com a direcdo no espago. dando lugar & possibilidade de formagdo de cristais de formas externamente diferentes (figura 3.12). Dado tal crescimento dos cristais, o encentro de cristais, que podem ter orientacdes diferentes (e éste € o caso geral). determina o fim do processo de solidi- ficagaéo. Em uma tal fronteira, os cristais se acomodam e a essa regido de acomodacdo damos o nome de contérno dos graos {1}. Estes contornos servem para as representacdes esquematicas de estruturas metélicas (figura 3.12 (d)). Nos exames metalograficos, os reagentes quimicos atacam mais fortemente os contornos dos graos, advinde disso uma identificagdo rdpida e precisa dessas fronteiras cristalinas. 3.5.2 — Solidificagao de Metais com impurezas Neste caso as impurezas podem ficar na parte liquida, que se solidifica no final do processo, e se concentram nos contornes dos gréos formados anteriormente. Como ésses contornos sao de parede muito fina, uma pe- quena quantidade de impureza é suficiente para alterar (na maioria das vézes} as propriedades do metal. Assim, o acréscimo de um dtomo de boro a cada 10° atomos de silicio, aumenta a condutividade déste, em relagéo ao estado puro, de 10% vézes [5]. 78 FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS 3.6 ~ RUPTURA DOS MATERIAIS CRISTALINOS Aplicando-se a uma barra uma férga de traco segundo a diregio do seu eixo (caso de solicitagéo simples & tragGo) a mesma estara submetida a tensdes (figura 3.13). Através do estudo da Resisténcia dos Materiais sabe-se que o valor maximo da tens&o de tragdo se da numa seccfo per- pendicular ao eixo da barra, enquanto que o valor maximo da tensio de cisalhamento é para a secclo que forme um Angulo de 43° com o eixo da barra. Prosseguindo em nosso estudo, o i proximo passo a dar & considerar a relagdo entre os planos de maxi- ma tensdo (ja vistos acima) ¢ os planes de menor resisténcia dos cristais do material de que é feita a barra. Analisemos a secgao O-O da barra (figura 3.13), na qual ocorre a maxima tensdo normal a. Os cris- tais situados nessa seco tem seus planos de cisalhamento com orien- tagdo as mais diferentes, conforme mostra a figura 3.14 (a). Nos materiais diicteis os cristais apresentam alta resisténcia ao es- coamento na iragdo (ou compres- sdo); desta forma, a ruptura na secgio O-O € pouco provavel. A figura 3.14 (b) mostra o plano de mdxima tensio de cisalhamen- to, formando um Angulo de 45° com o eixo da barra. Ao longo t désse plano haveré cristal — como P C — cuja orientagio dos planos de cisalhamento é a 45° como o eixo da barra. O escorregamento déstes cristais ocorrera segundo o ilus- trado na figura 3.9. Fic, 3.13 — Corpo de prova submetido a trace. © escorregamento désses cristais causard distorgdes severas nos cristais adjacentes, ¢ éstes por sua vez iréo partir-se segundo o seu proprio plano de cisalhamento, ainda que éste plano de cisalhamento apresente orientagao diversa. Num corpo de prova de material dutil, a ruptura ocorreré ao longo do plano a 45° segundo a figura 3.15. Em (b) e (c), as linhas de acéo da NOCOES SOBRE A TEORIA CRISTALOGRAFICA DOS METAIS 79 a) b) Fic. 3.14 — Planos de maxima tensio ne corpo de prova: a) méxima tensio normal: 6} maxima tensdo de cisalhamento, Os cristais t&m orientacSes ao acaso, carga aplicada est&io deslocadas devido ao escorregamento obliquo. Este desalinhamento causa uma pequena rotacio dos planos para realinhar as cargas aplicadas {d). Para efeito didatico os planos de cisalhamento, mostrados na figura 3.15, sao perpendiculares ao plano da figura. Todavia éste fendmeno deve ser entendido no espaco. Da discussdo precedente, o fato mais importante do ponto de vista da usinagem dos metais é que os materiais diteis, quando submetidos a uma simples carga, cisalham segundo a secc4o que tem a maxima tensio de cisalhamento, 3.7 — DISCORDANCIAS Resultados experimentais comprovaram que a resisténcia dos metais é muito diferente dos valéres caleulados em base A energia de ligacao entre os atomos [5]. De fato, como se explica o fenémeno da deformacdo dos metais? A deformagdo de um cristal, foi dito, ocorre pelo escorregamento de planos cristalinos, uns sdbre os outros, Os calculos tedricos a partir dessa inter- Pretagdéo deram valéres muito elevados em relagéo aos encontrados nas experiéncias: [5], 80 FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS 4s” as? 45 » | b) e) ¢) 4) Fig. 3.18 — Ruptura de um corpo de preva pelo escorregamento ao longo ‘do plano de cisalhamento, aproximadamente a 45°. Num plano cristalino ha aproximadamente 10! Atomos por cm* e cal- culando-se o esférco para se processar o escorregamento, chega-se a valdres da ordem de 100 a 1.000 vézes maiores que os obtidos experimentalmente. Tal desencontro. da teoria com a experiéncia. obrigou a busca de uma raza que o explicasse Foi suposta ento a existéncia de descentinuidades de plunos atémicos nos cristais, isto é, alguns planos de 4tomos na réde cristalina apateceriam truncados em sua continuidade. Esse fato faz aparecer na regio descontinua uma certa tensdo interna. O lugar geométrico dos pontos onde aparece essa tensiio é chamado de discordéncia em cunha, A teoria das discordéncias admite que @) todos os cristais sio imperfeitos; b) devido essas imperfeigdes, os cristais apresentam discordancias; ¢) a aplicagao de esforgos que causam deformagGes no cristal ocasionam novas discordancias, Uma visualizagio désse fendmeno pode ser feita segundo o artificio de BRAGG e NYE, utilizando-se uma camada de bélhas de sabao disposta na

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