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Raymundo de Lima*
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professores
e
experts,
que,
lamentavelmente, ainda obrigam os
alunos verem as coisas numa nica
direo, isto , para aquela que eles
acreditam como se fosse uma f ou
dogma. Atitude assim arrogante e
pretensiosa se situa na contramo da
atitude da cincia, que como sabemos
deve primar pela dvida cartesiana,
discusso aberta e livre. A pretenso a
nica interpretao de um filme termina
empobrecendo os diversos sentidos
velados numa obra ficcional.
Cinema: ensino e aprendizagem
A
escola
e
a
universidade
contemporneas devem usar filmes para
educar o olhar das crianas e jovens,
porque eles nem sempre sabem pensar
sobre a stima arte. Infelizmente a nova
gerao raramente se interessa assistir
filmes considerados clssicos, no
sentido proposto por talo Calvino
quando trata da literatura.
Para que os jovens no fiquem
acorrentados s imagens e entregues ao
gozo de certas cenas de violncia e
sexo, preciso que a escola saiba
proporcionar um dilogo com o cinema.
Mas no recomendo que o professor use
filmes e vdeos no horrio da aula.
Qualquer aluno ir suspeitar do
professor que assim age, isto ,
tapando buraco da aula, ou
substituindo sua falta de motivao de
dar aula por um filme. Vrias
pseudojustificativas foram levantadas
por Moran (1995) sobre o uso
inadequado do filme e vdeo em sala de
aula.
Outra forma de a escola e universidade
estabelecerem um dilogo com os
filmes e vdeos atravs de filmes sobre
a escola. Ou seja, filmes ambientados
no
espao
escolar,
que
ora
problematizam a relao professor e
alunos resistentes ao ensino republicano
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