Habilidade descritiva
Na primeira parte do livro, Campanella faz a descrio da Cidade do Sol sua utopia atravs de dilogo
entre um Gro-Mestre da Ordem dos Hospitalrios e um almirante genovs, no qual este responde s
perguntas daquele. Na segunda, defende as principais caractersticas utpicas da tima Repblica, isto
, da cidade-estado que concebeu. Destaque para as primeiras pginas do livro, nas quais ele exibe sua
habilidade literria, ao descrever as caractersticas geogrficas e arquitetnicas de um lugar que nunca
existiu. Todavia, a segunda parte atrai mais Campanella levanta questes, que contesta em seguida, e
justifica sua utopia: (I) uma descoberta filosfica e da razo humana; (II) conforme o direito natural, ao
valorizar a comunidade e no a propriedade; (III) mais til gerao do que onde h propriedade
[linguagem de Campanella] de mulheres e filhos.
A Cidade do Sol, localizada no alto de uma montanha no atual Sri Lanka, era uma cidade-estado
governada por um sacerdote-filsofo, Hoh (o Metafsico), com poder absoluto. Era assessorado por trs
outros pontfices - Pon (a Potncia, encarregado das artes da guerra), Sin (a Sabedoria, encarregado das
artes liberais, mecnicas, das cincias e da instruo) e Mor (o Amor, encarregado da reproduo
humana).
"O futuro Hoh reconhecido muito tempo antes da eleio. Este s pode ocupar to eminente dignidade
depois de completar 35 anos. O cargo perptuo, enquanto no se descobre outro mais sbio e melhor
indicado para governar a repblica." Os outros funcionrios so eleitos pelos quatro primazes, juntamente com os magistrados da arte a que devem consagrar-se. A cada lua nova e a cada lua cheia
convoca-se a assemblia, da qual participam os maiores de vinte anos, podendo cada um expor o que
julga faltar repblica e dizer se os magistrados desempenham bem ou mal suas funes.
Todos os funcionrios podem ser substitudos de acordo com a vontade do povo, excetuados os quatro
primeiros. Estes, depois de uma conferncia, cedem os cargos aos que julgam de maior engenho e de
costumes mais puros.
Depois de desmamadas, as crianas eram criadas em comum. Dos trs aos sete anos, eles aprendiam a
lngua e o alfabeto. Depois disso, eram arrumadas e iniciavam os estudos srios de cincia, mecnica,
agricultura e artes.