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APRESENTAGAO UM JOGO QUE VALE A PENA: DEMOCRATIZAR A LEITURA LITERARIA LEITURAE DEMOCRACIA CULTURAL ‘Mogda Soares SOCIALIZANDO PESQUISAS © JOGO DA PESQUISA: LEITURA E ESCRITA LITERARIAE INTERVENCAO SOCIAL - A CONTRIBUICAO DAESTETICA DA RECEPCAO .. ‘Maria da Gléria Bordini GRUPO DE PESQUISA DO LETRAMENTO. LITERARIO: UMA. TRAJETORIA EM CONSTRUCAO. cia Poiva LEITURA LITERARIA EM TEMPOS DE CRISE Ivete Lara Camargos Walty Com um grande ndimero de produgdes culturais que to- © quotidiano violento por objeto, como o livro Cidade de Deus, de Paulo Lins, ou 0 filme Amarelo manga, de Cliu- Assis, a questo da reps I, Nessa frase, n representagio do real ou como representaglo de segundo grau, muda seu estatuto, emparelhando-se com ou- fidedignas e con- perde status justamente porque pas- de nagao em virtucle da € do conseqiiente enfraqueci- ito complexo para ser resumido em um pa- rigrafo, mas seu esboco ilumina a pritica da literatura © do 190 Democradeadoaieizun:pesguitae pitas da Franga para os Estados Unidos, ‘Compagnon (1999), por exemplo, lamenta o fim dos dl literrios da cra Barthes enquanto reflete sobre os dem aS questOes: 0 que é € objetos, a questo da mimesis, o val 3s Por pertencer& iltima geraco letrada (Cf. Sani 2001) ¢ lamentam a falta de conhecimento $es contemporaineas, seu “i ° Em outro espag outras, su ais, Decreta-se o fim das utopias e das vanguai tual reconhece que nao é um iluminado © que ilo’ levantar bandeiras, guiando multidées, ainda que mi inuem avalizando propostas daqueles que no tf © canone ocidental é desafiado por alguns € ratif Por outros, Continuam os congressos € as edigdes com rativas de poetas e seus centendtios. Por outro lado, cagdes dos exclufdos passam a ser estudadas a0 lid obras consagradas, instaurando a polémica sobre © como elemento cultural Nesse cenftio, situa-se 0 professor de lingua € lite Que nao sabe bem o que ensinar e como ensinar, Os es se deslocam e os tempos de misturam. O fio de A € suficiente para sair do labirinto, ou, mais do qui se sabe se € preciso sair do labitinto ou viven Propée em uma outra alegoria,a da danga dos géranos', Lata teria encapondcrne 191 caso do fio de Ariadne, a metifora de Herictito sobre 0 jo entramos duas vezes nao ds conta de ja mistura dos lengdis fredti- isso, ha que se 10 € seu potencial de impureza A palavea € sintomética, pois volta a Barthes (Aula: 1980) seu sentido positive do ato de contaminar, mantendo, para- jente, a negatividade da ameaga 4 satide e & sobrevi- populacto humana a hibridizagio na busca de se manterem vivos. E tempo de nas e valores. AS reagdes ora de revolta ou de perplexidade. vez a tltima atitude seja a menos negativa, jé que da pergunta e a busca de respostas. A o da Teoria da Literatura com os Estu- ieaca de um sobre outro campo. Antes, um acolhe a con- buigio do outro, evidenciando a forca da interdisci teoria da leitura, tomando como objeto também outros odutos culturais. Enquanto isso, os Estudos Culturais ana seus objetos com ferramentas das teorias textuais. A. ‘se respeito, vale lembrar Régine Robin quando, discutin- a interdiscursividade, afirma: 192. Democraiandoatsen: pesquisa pita Nos nossos dias, a fragmentagio do obj reado quer 20 circulo rest ie tem cada um a sua forma de a de produzir 0 ou de pensis 0 rs, 1995, p. 63) Mesmo que se possa relativizar afirmacio tao perei ‘numa crenga bastante democritica do exe cultural, ha que se reconhecer com a autora que a pil interdiscursiva parece ser um modo de conhecimento il Se que pode conter redes inteiras (Lévy, 1993), 1 manter a ancoragem das identidades textua Buscando caminhos encontra, 0 professor reconhece a diferenci cas disc ue a leitura pode fii deve deixar um espago patil essacla pelo. fonte de prazer e fruicao. Mas, mais do que isso, ni 0 sabendo da relatividade dos conceitos & dil classificagoes, busca operadores de leitura que the perth tam explorar a textualidade, observando as relacdes enili Aco, suportes ¢ géneros, figuracdes Ui autor e do leitor. Ciente da importincia dos conhecimento prévios € demais condigdes de recepcao na produgilo di sentido, vasculha 0 texto, detectando estratégias configuradoras de vozes e valores, £0 momento, pois, de uma intensificacao do linguistas ¢ tebricos da lteratu © campo a Porque manter 0 fosso entre as abordagens feitas, Tal postlf no significaria ignorar tensdes ¢ contracligOes, € si ‘Leura erin em tempor de crise 193 Nesse sentido, a Teoria da Literatura, em didlogo com os hoje € 0 sujeito da enunc a s -sos, morado- res de os representantes das chamadas minorias iedade €, paradoxalmente, incrementami o mercado de livros. Como os pobres e suas casas no meio da rua incomodam a cidade, que se quer em ordem; quando quer assumir seu discurso, o exclufdo ameaga o sistema literario, “polui” a digdo, rompe a aparente linearidade do rio, evidenciando faces que se preferiam escondidas. a urbana atual procura dar fragmenta indo-se desse tipo de dis- curso. Mas, diferentemente, da , que se queria fiel (Barthes, 1988), ela se con! escrita. Luiz Ruffato, por ex¢ cavatos (2002), incorpora a linguagem do outro na constru: do género romance, O livro incorpora diferentes géneros € 0 santo do dia, 0 recado da secreti iscurso di a de livros da biblioteca doméstica, a alistico, a carta ou o texto de um diploma, Trata-se de uma mistura de géneros na criagao de um outro gener, nomeaco como romance. Considere- mos com Bhatia, que Laituratardria am tempos decrise 19S 194 Democraticndoateitua:pereusasepriica: \da pela democratizagao dos géneros, que, no cas bertura do ratura levaria 2 cepetir a proposta de nao se e Iingua, atitude vista por alguns como rence estival impdem restrigdes quanto 20 emprego de s. (2001, p. 103) Deixar de ensinar a modal 1udo do género 1 pecto de convengao que os caracteriza, vale interrogar 8@ 6 as relagbes sociais? E 0 valor da arte nas vores A pergunta seria: até que ponto géncros discursivos diversos, inst uma transgressio ¢ itil ¢ circunscreve 1 um outro dO rsivo, com convengdes prop evendo também a recepcio? Se a a recepcao desse géner politica, evider “reconhecem seu relagdes de poder que, de rest isos, Bhi mantém a “integridade dos géneros legislativos’ Diz riseados, escamote: Nesse sentido, outras questoes podem ser leva

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