Você está na página 1de 82
SUMARIO INTRODUGAO, 9 CLASSIFICAGAO ZOOLOGICA E ORIGEM DOS OVINOS, 11 GERMOPLASMA OVINO E DESCRIGAO DAS PRINCIPAIS RACAS LANADAS UTILIZADAS NO BRASIL, 12 Ragas mistas, 12 Ragas especializadas na produgio de came, 14 Rapas ospocializadas na produgao de leite, 16 SISTEMAS DE PRODUCAO DE OVINOS, 17 GENES MAIORES E LETAIS ASSOCIADOS AOS OVINOS, 20 ENGENHARIA GENETICA E OVINOS TRANSGENICOS , 22 PANORAMA GERAL DO MELHORAMENTO. GENETICO DE OVINOS, 24 HISTORICO E ASPECTOS DO MELHORAMENTO DE OVINOS LANADOS NO BRASIL, 27 ‘SELEGAO E GANHO GENETICO, 33 Conceitos, 33 Valores genéticos, fenotipicos e selegio, 34 Equagao geral do ganho genético, 37 Um exempio aplicado & produgdo de I& em ovinos, 48 AVALIACAO GENETICA PELO PROCEDIMENTO BLUP =MODELO ANIMAL, 51 Modelo animal, 52 Modelo de roprod Modelo de repeti Modela para caracteres com efeito mat Modelo multivariado, 78 Definig&o do efeitos como fixos cu aleatér AVALIAGAO GENETICA DE OVINOS NA AUSTRALIA, NOVA ZELANDIA, URUGUAI, ESTADOS UNIDOS E REINO UNIDO, 89 CARACTERES DE IMPORTANCIA ECONOMICA EM OVINOS, 95, EFEITO DE SEXO SOBRE CARACTERES PRODUTIVOSEM OVINOS, 99 » CONTROLE GENETICO DE CARACTERES DE IMPORTANCIA. ECONOMICA E PARAMENTROS GENETICOS POPULACIONAIS, 101 Métodos de estimacao de parametros gené! Correlagdes gendtioas e fon OBJETIVOS DO MELHORAMENTO E CRITERIOS DE SELEGAO, 125 INDICES DE SELEGAO, 131 HETEROSE E CRUZAMENTOS, 143 ENDOGAMIA, DEPRESSAO ENDOGAMICA E TAMANHO EFETIVO EM OVINOS, 151 INTERAGAO GENOTIPO X AMBIENTE, 157 ESTRUTURA DE POPULAGOES DE MELHORAMENTO, 159 Ndcleo fechaco de rehoramento, 160, Nicleo aberto do mehnoramento, 161 Esirutura bidirecional em tr8s nivels, 162 Comparagie das trée estruturas no melhoramento de ovinos, 163, RESISTENCIA GENETICA A PARASITAS E DOENGAS, 165, REFERENCIAS, 167 INTRODUGAO © Brasil possui cerca de 18 milhdes de cabegas de ovinos, sendo cerca de 11 milhées criadas no Rio Grande do Sul (EMBRAPA, 1991), Orebanho brasileiro contempla ovinos lanados (prineipalmentena io Centro-Sul) ovinos destanados (criados principalmente na regiéio 2). Denire as principais ragas lanadas Corriedale @ a Ideal, no Rio Grande do Sul (MUNIZ et al., 1997), e dentro as deslanadas, destacam-se a Morada Nova @ a Santa Inés, no Nordeste (LIMA, 1986). Na América do Sul, a populagao de ovinos ¢ de cerca de 87 ndes de cabegas, sendo cerca de 55 milhées nos pafses do Mercosul, uantidade que equivale a 64% e 5% da populagdo ovina da América do je Mundial, espectivamente. A populagéo ovina dos palses do Mercosul istribui: 20 milhdes no Uruguai, 18 milhdes no Brasil, 17 mi- Argentina © menos de 500 mil no Paraguai. Outros paises da -a do Sul que possuem grandes populagées ovinas séo: Peru (13 hdes), Bolivia (8 milhées) e Chile (4 milhdes) (MUELLER, 1998). Pro- yramas de melhoramento de ovinos na América do Sul tém sido \entados principalmente no Brasil, Uruguai e Argentina. Marcos Deon Viola de Resende o Jesus Rolando Huaroto Rosa-Perez © methoramento genético de ovinos lanados no Brasil inerementou-se principalmente a pattir de 1977, com a criac&o do Promo- vi Programa de Melhoramento Genético de Ovinos ~ no Rio Grande do Sul, desenvolvido principalmente pela Embrapa e pela Universidade Fe- deral de Pelotas (CARDELLINO etal., 1984; PROMOVI, 1978; PACKER, 1988) e estruturado com base na experiéncia de programas de selegso conduzidos na Australia, Nova Zelancia ¢ Uruguai, paises de ovinocultura similar. Atualmente, programas de melhoramento de ovinos lanados vém sendo desenvolvidos no Rio Grande do Sul pela Universidade Federal do Pelotas e pela Embrapa Pecuéria Sul (CARDELLINO, 1996; OLIVEIRA et al., 1995); em Santa Catarina, pola Epagr (AVILA et al., 1997); no Parana, Ide Maringé (MARTINS, 1998); em Sao Paulo, pela Associagéio Paulista de Criadores (ANTONI, 1990), e, Fedoral, pola Universidade de Brasilia (McMANUS; MIRANDA, 1996). Esta ‘expanséio do melhoramento de ovinos no Brasil se deve, principalmente, “Anecessidade de aumento da produgao de carne ovina no pals. CLASSIFICAGAO ZOOLOGICA E ORIGEM DOs OVINOS (Os ovinos sao organismos dipldides com 2 n = 54 cromossomos (WILLIS, 1991) e pertencem & familia dos ruminantes, subfamilia Ovinae, aBnero Ovis, espécie Ovis aries (MASON, 1988). Segundo JARDIM (1973), 08 ovinos foram um dos primeiros animais a serem domesticados pr homem ¢ @ maloria dos autores reconhece que os ovinos domésticos S40 originarios da Europa e das regides frias da Asia. GERMOPLASMA OVINOE DESCRICAO DAS PRINCIPAIS RAGAS LANADAS UTILIZADAS NOBRASIL (O germoplasma ovino é muito diverso. Somento na Gra-Bretanha existom cerea de 40 racas. Uma grande variabi re populacdes s tem sido eriada @ mantida principalmonte dovide & grande diversi- dade de produtos que elas proporcionam: came, la, leite@ ples (FELL, 1994; CARDELLINO, 1986), A seguir, s8o descritas sucintamonte as principals ragas lanadas ulilizadas no Brasil, com base em SIQUEIRA (1989); FELL (1994) 6 CARDELLINO (1986). Ragas mistas Merino Australiano Raga que apresenta uma la de excelente qualidade e elevado valor econdmico, destinada a fabricagao de tecidos finos. Adapta-se per- feltamente &s condigoes de alta temperatura e vegetacao pobre devido ao Genética ¢ metnoramen ‘seu pequeno porte e velo muito fino e denso, que funciona como w roisolante térmico. Nao tolera a excessiva presenga de umi termos tadricos, teria 70% de potencial para produzir la @ 90% para. Ideal ou Polwarth Raga originaria da Australia, possui em sua formagao % de. sangue da raga Merino Australiano e % de sangue Lincoln, raga inglesa de grande porte e la grossa. O trabalho de selegao etetuado pelos aus- tralianos resultou em uma raga com excelente capacidade para produzir le em carcagas de desenvolvimento satisfatério. O alto grau de sangue Merino conservou na raga Ideal a grande adaptabilidade as condigdes ‘uras elevadas, desde que a taxa de umidade relativa do ar seja baixa. A '@.é um pouco mais grossa que a da raga Merino Australiano, em decor- "éncia do efeito de infusio de sangue Lincoln, conservando, porém, a boa qualidade. A raga Ideal apresonta 60% de potencial para ld e 40% para came. Contedale Raga mista por exceléncia (50% de potencial para ld e 50% ara carne), fol formada na Nova Zelandia, também a partir das racas Merino Australiano @ Lincoln, possuindo, porém, ¥ sangue de cada uma. Em vista disso, sua Id se apresenta mais grossa que a da raga Ideal. Ela um pouco mais exigente que as ragas anteriormente referidas, mas ia-se bem ao regime extensivo de exploragao, ‘Marcos Decn Vilela de Resende e Jesus Rolando Huarote Rosa-Perez Romney Marsh Originaria da ingiaterra, caracterize-se pola produgio de uma lé bastante grossa e uma boa aptido para a produgao de came. Possul adaptabilidade &s condigdes de solos mais Uimidos, tendo em vista que sua regio de origem 6 baixa 6 com bastante umidade. Exige melhor nivel nutticional que as ragas [4 citadas. Apresenta 40% de potencial ara produgiio de lé e 60% para produgao de carne. Polipay aca sintética formada nos Estados Unidos a partir das ragas, Targhee, Finnsheep e Ra que a originaram, tais como a al dade e a produgao de la fina, Ragas especializadas na produgao de carne lle de France De origem francesa, fol introduzida no Brasil por volta de 1973, e tem sido muito enfatizada, mesmo no Rio Grande do Sul, tradicional Teduto das ragas laneiras. Adaptou-se bom as condigdes brasileiras, apresentando excelente f de @ cordeiros com étima velocidade de crescimento, sobretudo quando utilizada como raga pai sobre ovelhas de 14 ou mistas. Apresenta excelente carcaga e boa conformagao. 14 Genética « melhoramen Hampshire Down Raga inglesa, do conhecido grupo das “caras ne bastante em determinadas regiées do Br bem, dentro das condigdes ja comentadas de meio ambiente. E um: raga de bom crascimento e qualidade de carcaga. Suffolk ‘Também inglesa, pertence ao mesmo grupo das “carasnegrase, da mosma forma, adaptou-so bem ao Brasil. Cabe salientar que a la das ragas gra’, em geral, apresenta um menor valor econémico, em virtude da aspectondo des- jerece sua olevada capacidade para produzir came @ carcaga de excelente, jlidade, sendo adequada para os cruzamentosindustriais. Texel roduzida no Brasilhé poucos se pela produgdo de uma carcaga de boa qualida- ‘com baixo teor de gordura. Apresenta, porém, crescimento mais Border Leicester Raga inglesa, pertencente ao grupo de la comprida. Caracteri- nas. do Resende @ Jesus Rolando Huaroto Fose-Porez Poll Dorset _ aga inglesa, pertencento ao grupo de la curta. Destaca-se pelo crescimento © qualidade de carcaga. Assim, adequada para a formagéo de inhas terminais ou paternas. Ragas especializadas na produgao de leite Lacaune aca francesa que destaca-se pela produgao de elte. No esta- ode Sao Paulo, em alguns nuicleos de dessa raga, 6 0 proprio produtor que realiza o controle de producao leitel ra, com fabricagao de queijos, de excelente qualidade (OLIVEIRA et al., 1998). Bergamacia Raga mista, produtora de leite, carne e a. E originaria do Norte da itélia. Ovino réstico, que se adapta bem ao Sudeste, Centro-Oesie & Nordeste do Brasil, Produtora de lé de baixa qualidade. As ovelhas so prolificas 6 excelentes produtoras de leite (VIEIRA, 1967; JARDIM, 1973). SISTEMAS DE PRODUGAO DE OVINOS Os ovinos devem ser riacos preferencialmente em terrenos so- cos, de topograa alta, evtando-se éreas acidentadas, pastagens altas € baixadas timidas e alagadigas. A umidade excessiva acarreta sérios pro- blomas no casco e com verminoses. Por outro lado, as aguadas devem AGROPECUARIA, 2000) Os principais sistemas de produgao ovina sao: (i) solteiro em pastagem; (i) confinado; (ii) consorciado com bovinos de corte; (iv) con- iado com plantas perenes. Os ovinos ndo so muito exigentes com a mentagao, mas preferem as vegetagbes baixas ¢ as pastagens rastei- ras, pois tém a capacidade de pastar rente ao solo. Varias forrageiras o apteciadas pelos ovinos, incluindo braquiérias, exceto a B. documbens, que traz sérios problemas aos ovinos (REVISTA BRASILEI- RA DE AGROPECUARIA, 2000). ‘A consorciagao de ovinos e bovinos é recomendavel, uma vez sas espécies tém habitos distintos de pastejo. Os bovinos tendem umiros capins mais altos e fibrosos @ os ovinos a pastagem mais a, nao havendo, assim, prejuizos para qualsquer das espécies. CO consércio com cultivos de plantas perenes 6 uma excelente ‘Marcos Deon Vilela da Resende @ Jasus Rolando Huarota Rosa-Pore2 lemativa para um uso mais intensivo e sustentavel da terra. Neste caso, © retorno econémico advém tanto da produgéo ovina quanto do cultivo perene @ 0s custos de produgao tendem a ser reduzidos. Isto porque os ovinos so excelentes auxiliares no combate as plantas daninhas e sua trina ¢ esterco funcionam como eficaz adlubo organico. Outra vantagem & que a capina natural propiciada pelos ovinos evita o trénsito de maquinas agricolas, que tendem a compactar ou mesmo a promover 0 processo de eroso do solo. Dentre as plantas perenes utilizadas en conséreio, citam-se 0 caleeiro, a erva-mate, a seringueira, o pinus, o eucalipto e a laranjeira. Logicamente, os ovinos nao se alimentam das folhas dessas plantas. No caso do consércio com café, essa pratica inicia-se apos a colheita e as primeiras chuvas. Nesse periodo, as sementes das plantas daninhas ja germinaram e, ao atingirem cerca de 5 om de altura, s40 submetidas ao pastejo dos ovinos (REVISTA BRASILEIRA DE AGROPECUARIA, 2000). 0 consércio de ovinos com seringueiras tem sido comum na regido oeste do estado de Séo Paulo, onde cameitos desianados so criados dentro dos seringais, visando ao controle do mato, Esse sistema ipastoril 6 recomendado, uma vez que os animais nao danifica 0 tronco da seringueira e possibilitam reduzir 0s custos de manutengéo do seringal, diminuindo a necessidade de capinas e a aplicagao de herbicidas (MAY, 1999). Nos sistemas de produgao de ovinos, a arborizagao, além dos beneficios ecolégicos, diminui o estresse térmico, proporcionando um ambiente saudavel aos animais, especialmente nas épocas de maior insolago. Estudos tém demonstrado que o sombreamento propiciado pela seringueira ameniza acentuadamente os efeitos depressivos do estresse térmico (MAGALHAES et al, 1996). 18 Em florestas de eucalipto e acécia-negra, 0 pastejo por ovinos pode ser iniciado de 6 a 8 meses apés 0 plantio, sem causar prejuizos as Arvores, Estes sistemas silvipastoris tm sido utilizados na Depressao Central ¢ no Planalto Médio do Rio Grande do Sul (SILVA et al., 2000). O consércio envolvando ovinos e pinus tem sido utilizado inten- sivamente na Austrélia (ANDERSON; BATINI, 1983), Nova Zelandia (TUSTIN et al, 1979) o Estados Unidos (McDONALD; FIDDLER, 1993) Na AustrAlla, a densidade final recomendada de arvores de Pinus radiata, para consorciagao com ovinos, é de 100 plantas por hectare (ANDERSON; BATINI, 1983). Na Nova Zelandia, em que o rebanho ovino é de cerca de 56 milh6es de animais, a densidade final de plantas de Pinus radiata em consércio com ovinos é de 200 arvores por hectare. O pastajo por ovinos iniciado nove meses apés o plantio de 1250 arvores por hectare, vao sendo eliminadas no decorrer do tempo. A lotagae inicial 6 de 25 nals porhectare (TUSTIN et al., 1979). Oconsércio de ovinos com laranjeiras também vem sendo re- mendado como uma pratica favoravel para uma eficiente produgao de 1s, produgo animal e melhoria do ambiente (HERNANDEZ et al., 000). No Parana, 6 comum 0 consércio de ovinos com a erva-mate, em sisternas de faxinais (com erve-mate nativa) ou em povoamientos lantados. Neste caso, os ovinos tém se mostrado eficientes na manu -do das gramineas sempre rastelras nas entrelinhas. Em volta das is, 6m sido utilizadas capinas mec&nicas ou quimicas. GENES MAIORES E LETAIS ASSOCIADOS AOS OVINOS Dentre 0s principais genes maiores associados aos ovinos des- taca-se 0 gene (F), associado & ovulagdo miltipla e, portanto, & Esse gene encontra-se associado as linhagens Booroola icos do CSIRO, na Au: referida linhagem é uma das mais prolificas em ovinos. Genétipos FF apresentam taxa de ovulaedo trés vezes maior do que genétipos normais (++), a0 passo que os genstipos heterozigoios (F-+) sao intermedirios (WILLIS, 1991). Entretanto, apesar da vantagem da alta taxa de ovulagéo ¢ fortiidade, o gene Booroola apresenta a desvantagem de proporcionar uma familia muito grande para os sistemas de produgo tradicionais (PIPER; BINDON, 1985; DAVIS; HINCH, 1985; SMITH; McMILLAN, 1989), pols parigdes com mais de dois cordeitos conduzem & maior taxa de mortalidade e requeremn methores condigées de manejo (HARRINGTON, 1995). Outro gene de grande importéncia em ovinos é 0 causador de ipertrofia muscular, que proporciona uma porcentagem substancialmen- te mais alta de musculo, uma porcentagem mais baixa de gordura e uma maior eficiéncia na conversao alimentar (NICHOLAS, 1996). De grande importancia econémica é também 0 gene para Ia tipo carpete, 0 qual Genética @ methorame surgiu por mutapao na raga Romney, na Nova Zelandia, @ dou raga Drysdale, formada por individuos homozigotos e heterozigotos toa esse alelo. Tal gene conduz a producao de pélos (tipo c* pigment, ideais para a fabricagao de carpetes de la (NICHOLAS, 1996 Os seguintes defeltos fenotipicos causados por genes is sdo relatados em ovinos (WINTERS, 1939; BOGART, 1959) ‘amputado: heranga ndo determinada; - auséncia de orelhas: recessivo; letal cinza: dominante incompl -contratura muscular: recossivo; - paralisia: recessivo; -orelhas curtas: recessivo; ~aus6ncia de la: recessivo. (Outras desordens em ovinos, causadas por locos isolados, prin mente em nivel bioquimico, sao descritas por NICHOLAS (1996), ENGENHARIA GENETICA EOVINOS TRANSGENICOS ‘Amanipulagao de embrides e a transferéncia de genes ofere- ‘em ao geneticista de animais novas possibilidades de melhoramento genético, permitindo a obtengao de indi genética pode permit, a com melhores eficiéncias de produgao, resisténcia a pragas e doeng: ‘com mudangas na composicao corpérea, s principios da clonagem em ovinos € nos animais em geral foram desenvolvidos por WILLADSEN (1986), que realizou com sucesso o transplante nuclear de embrides de ovelhas. Esse fato conduziu clonagem propriamente dita om ovinos, de forma pionelra. A clonagem de individuos adultos com valores genéticos conhecidos @ altos pode representar muito para o melhoramento genético. (Ovinos transgénicos tém sido produzidos desde 1985 (HAMMER, et al., 1985), com variados graus de sucesso quanto expresso dos genes transferidos, sando que apenas 1 em cada 73 cordeiros recém- nascidos incorporoue gene que foi injetado e mesmo assim este nao era fisiologicamente normal. Posteriormente, transteréncia e expresséo de Genatioa @ m genes exéticos em ovinos foram realizadas com sucesso, retatando: Fator IX de coagulagdo do sangue humano (SIMONS et al., 1988). ‘Aspectos técnicos e problemas relacionados & engenharia ge- niética e @ clonagem em animals foram revisados por CHURCH (1989), BISHOP @ Al-SHAWI (1989) ¢ PIPER e RUBINSKY (1997). Sem davida, ‘a engenharia genética fornece a oportunidade de controlar a mutagao (ROBERTSON, 1986) e, portanto, de introduzir determinadas caracteris- ticas desejadas. Nesse sentido, estudos que objetivam a geragao de ovinos transgénicos para melhor produgao de I, via alteragdo de proces- sos bioquimicos, estéo sendo conduzidos (WARD; NANCARROW, 1992). PANORAMA GERAL DO MELHORAMENTO GENETICO DE OVINOS Actiagao de ovinos no Brasil concentrou-se nas regiées Sule Nordeste, sendo que recentemente estudos tém revelado boas possibil- dads para a ovinocultura no Distrito Federal. Dentre as racas mais oria- dase estudadas gene! tenoCe da Ideal (GUERREIRO, 1989), citam-se a Romney Marsh (OLIVEIRA et al, 1988), a Suffolk (CARDELLINO, 1996) a Crioula (VAZ, 1993). No Nordeste, além das ragas Morada Novae Santa Inés, citam-se a Somalis Brasileira, Rabo Largo e a Crioula (LIMA, 1985). No Distrito Federal, tem- se destacado a raga Bergamédcia (MeMANUS; MIRANDA, 1996). Dentre os principais produtores mundiais de ovinos destinados Nova Zeléndia e Urugual. Na ‘ada ¢ melhorada ¢ a Merino (TURNER; YOUNG, 1969; TOMES etal, 1976; McGUIRK, 1987), Na Nova Zelancia, ragas que se destacam sao a Drysdale © a Romney (WICKHAM; McDONALD, 1982; WILLIS, 1991). No Uruguai, a indéstria de li é uma das principais do pais, que 6 0 quinto maior exportador mundial do produ- A produgdo de la, destacam-se a Austr Australia, a principal raga to. Dentre as ragas mais utiizadas destacam-se a Merino, a Romney & ‘a Corriedale, que tém sido melhoradas principalmente por selecao indivi dual para caracteres isolados ou por indices de selegio multicaracteristices, sem a Inclus&o de informagdes de familia (CARDELLINO, 1989). As perspectivas internacionais do mothoramento » ovinos pata producéo de Id foram apresentadas recontemente por /ARDELLINO (1998). Quanto & produgso de came ovina, segundo BANKS (19920), um setor invariavelmente secundrio em relagdo as Indistrias de ame bovina ou Ia. Assim, menores esforgos vém sendo dispensados om respeito ao meihoramento, especificamente para produgao de car- sobressaindo-se programas de melhoramento de ragas mistas. Para \dugdo de came, as especies mais ullizadas séo; Border Leicester @ Coopworths puras ou em cruzamento com Merino @ Corriedale, na Aus ¢ Coopworths, na Nova Zeléndia; Sutfolk, Dorset Poll Dorset Texel, na Gra-Bretanha; Suffolks e Merinos, nos Estados Unidos JANKS, 1992b). Quanto as linhas espeotficas de melhoramento, deve essaltados 0s trabalhos enfatizando a prolficidade (DICKERSON, nos Estados Unidos), 0 crescimento muscular ¢ a produgo de > magra (SIMM, 1987, 1992; SIMM et al., 1987, na Escécia) e a indireta via caracteres isiol6gicos correlacionados com a produ= > reprodugéo (HALEY ot al., 1994, na Escécia). Programas de methoramento de ovinos na América do Sul tom lementados principalmente no Brasil, Urugual ¢ Argentina. Na ina, um programa de melhoramento foi estabelecido na Patagonia, .de 1984, empragando-se a técnica dos indioes de selegao, visan- tar 0 peso de la @ reduzir o diémetro das fibras. Verificou 1m progresso genético de 11% para peso della e recucao » didmetro das fibras (MUELLER, 1988). ‘Marcos Deon Vilela do Resende ¢ Jesus Rolando Muaroto Rasa-Perez ‘Quanto aos métodos de avaliagao genét |, tem-se observado de 1990) 0 inicio da aplicagao da metodologia de modelos mistos, sendo que tal metodologia se encontra em uso ou em planos de uso na Austrélla, Nova Zelancia, Reino Unido, Franga e Cana~ a (SIMM, 1992). A metodologia de modelos mistos tem sido usada para. recentemente (a pi estimagéio de componentes de variancia no contexte da avallagio genéti- ‘ca no Reino Unido (TOSH; KEMP, 1994), na Noruega (OLESEN et al., 41995), nos Estados Unidos (MARIA et al, 1993; FOSSCECO; NOTTER, 41995; AL-SHOREPY; NOTTER, 1996; NOTTER; HOUGH, 1897),na Sus- cia (NASHOLM; DANNEL, 1996), na Africa (SNYMAN et al., 1995) eno Iran (YAZDI et al., 1997). Bee eee eee ee eee eee eet HISTORICO E ASPECTOS DO MELHORAMENTO DE OVINOS LANADOS NO BRASIL (O methoramento genético de ovinos lanados no Brasil vem sen- do realizado desde a fundago da Associagao Brasileira de Criadores de COvinos — Arco, em 1942, no municipio de Bagé - RS. Em 1970, a Arco ecebeu a delegagdio do Ministerio da Agricultura para controlar 0 acervo do Registro Genealogico da espécie (BENITEZ, 1996} CO programa oficial de methoramento genético de ovinos — Pro- ‘vi foi estabelocido a partir de 1977, junto ao Departamento de Zootecnia 1 Universidade Federal de Pelotas, em convénio coma Embrapa— Bagé- 5, De 1977 21989, funcionou o PromoviLa, associado apenasa races luplo propdsito. Em 1989, a Arco recebeu atribuigdes para coordenar movi-Came e comegou a avaliar reprodutores de ragas lanadas do me, Em 1994, a Arco criou o Servigo de Avaliagao Genética de ,dutores Ovinos - Sagro —, responsavel pelo registro e andlise de s de desempenho para avaliago genética de reprodutores ovinos los dentro de grupo contemporaneo (BENITEZ, 1996). A partir de ‘Arco planejou a extensio do Promovi também para 0 Estado de ‘aulo (ANTONI, 1990). ‘As ragas lanadas incluidas no programa de melhoramento da aprosontadas na tabela 1 ‘Marcos Dech Vilela de Resende e Josus Rolando Huarote Rosa-Perez AAMENTO NO BRASIL, COM RESPECTWVAS Ragas TA) Carne (%) ‘Australiano 60 20 40 Cortiedale 50 Romney Marsh 80 Hampshire Down 100 Ile de France 100 Suffolk 100 Texel 100 Border Leicester 100 Pall Dorset __100 Essas racas sob melhoramento desenvolvem-se principalmen- te no Sul do alguma representagaa também em Sao Paulo ;a-se no Rio Grande do § 2,0% no Parané, 1,5% em Sao Paulo @ 1,5% em Santa Catarina, segun- do FERNANDES, 1989). Verifica-se, pela tabela 1, que as ragas se di dem em mistas ou de duplo propésito e tipo came. Em termos de parti- cipago das diferentes ragas no rebanho total, verfica-se que atualmente cerca de 80% do rebanho corresponde as ragas de duplo propésito & cerca de 20% as ragas tipo care, constatando-se tendéncia de aumento estas em detrimento das primeiras. Isto se deve a uma crise no setor lanigero, associada & balxa rentabilidade do produto. Entretanto, apesar dessa orise, a lA constitul o Gnico produto da ovinocultura com estrutura comercial definida © estabolecida. Estes fatos confirmam a importancia capital das ragas de duplo propésito (CARDELLINO, 1986; BENITEZ, 1996), A partir da fundagao da Arco, os seguintes aumentos de produ- tividade foram verificados (BENITEZ, 1996) Genética © mehoramento de ovinos = aumento de 67% no peso de velo/cabega no periodo 1940 1970: 1,5 kg em 1940 para 2,5 kg em 1970; = aumento de 20% no peso de volo/eabega no perfodo 1970 1995; 2,6 kg em 1970 para 3,0 kg em 1995. Esses ganhos devem-se tanto ao melhoramento genético quanto ‘ao melhoramento ambiental e so considerados balxos, especialmente no periodo 1970 — 1995, quando o Promovi ja estava em execugao. Os (CARDELLINO otal, 1984, 1996): -falta de definig&o clara dos objetivos da selegao @ conseaiien- jéncia dos critérios de soled estabelecidos; - subjetividade na avaliagao dos caracteres de producao; procedimento: aplicados sobre dados objetivos dos caracteres de produgao; - pequena utlizago do Promovi pelos criadores; importagdo indiscriminada de material genético, sem planeja- lonem testes do desempenho, ou sea, ignorando ainteragao genotipo inte; - diferentes objetivos dos criadores comerciais e dos eros, fato que néo conduz a um somatério de ganhos obtidos diferentes estratos. Embora estudos (OLIVEIRA et al., 1988; GUERREIRO, 1989) ‘comprovado a ineficiénoia da avaliagao subjetiva (visual) em rela~ wvaliago objetiva (via pesagens e determinagdes), a utlizacao de os subjetives continua sendo a grande responsavel pela pequena aselegao. Mesmo que a maiotia dos caracteres de importancia -a.em ovinos apresentem herdabilidades altas (ver t6pico espe- Marcas Deon Vila de Resende @ Jesus Rolando Huaroto Rosa: Perez cifico), isto nd elimina a necessidade de avaliagSes abjetivas, visto que as estimativas obtidas foram baseadas em medigées objetivas (as herdabilidades associadas & avaliagdes subjetivas sao baixas, contorme relatado por PONZONI, 197) Quanto aos procecimentos de selecao empregados, a seguinte seqéncia fol obedecida: ()) selego subjotiva; (i) solegéio individual univariada com base em medidas objet Indices de selegao mutt- caracteristicos por individuo; (jv) selegao de parentais com base em testes de progenies. A metodologia de modelos mistos via modelos ani- mais nao foi ainda dados disponiveis, tais como: pequeno controle genealégico propiciado pelos sistemas do tro rebanhos, inseminagao .da no Brasil devido a limitag6es impostas pelos ariticial com sémen congelade. Segundo BENITEZ (1996), o Sagro oferece aos criadiores as soguintes alternativas de avaliago genética e selec: () avallagdo ind- vidual dentro de grupo contemporaneo; ( al em estagdes centtais do taste, para cordeiros das ragas tipo came; (ii) avaliago de cameiros com base om testes de suas progénies, om estagdes contras, Na opeao (7, a avaliagao genética baseia-se em: 2) indice de selegéo individual ou ciferenca esperada nas progé- nies (DEP, baseada em testes de progénies), dependendo da dispon dade de dados nas progénies, para ragas de duplo propésito; b) indice de sele¢do ou DEP, usando dois testes de volocidade de crescimento (fase 1 —nascimento até a desmama; fase 2—desmama aié 60 dias pds-desmama), para ragas do tipo carne. te de desempenho individu- Na ope (i), as estagdes contrais de teste sao ut ando & homogeneizagao do ambiente, para que comparagdes influenciadas por efeitos ambientais possam ser realizadas. N (¢80, a avaliagao genética 6 baseada em indice de solegao individual Na oped (i), 0s objetivos principals sao a comparagio de car- (0 de diferentes cabanhas, a avaliagdo de cameiros importados © a Imago de parametros gonéticos via progénies de moios-irmios pater: s. Essa opeSo cantempla tanto ragas de duplo propésito quanto ra- tipo came, De 1989 a 1995, a Arco avaliou cerca de 19 mil reprodutores, 193% pertencentes a racas de duplo propdsito 7% pertencentes a ns tino came (BENITEZ, 1996). Desde abril de 1999, encontra-se em execu \p0es genéticas comparativas de ovinos de corte, envolvendo Brasil 08 Unidos. Tal projeto permite a conexai intemacional de cam Wvolve criatérios da raga Suffolk, no Rio Grande do Sul, Parana e Catarina. A intengo do projeto 6 avaliar comparativamente came- e-americanos no Brasil ¢ nos Estados Unidos (MORAIS, 2000). No Parana, o rebanho comercial era, até 1991, formado ba: Por individuos sem raga definida, com 0 bictipo das ragas e Ideal nas regiées Sul e Central do estado, enquanto nas regides predominava o biotipo semelhante a raga Borgamacia. A 1991, foram importadas 175 mil ovelhas Corriedale provenientes i, por iniciativa do govemo estadual. Entretanto, tais ovelhas .¢ extremamente sensiveis & infestagéo por endoparasitas © im baixa habilidade materna. Assim, programas de melhora- fos & melhoria da populagdo ovina no Parana vém sendo um projeto Marcos Deon Villa de Resende & Jesus Rolando Husroto Rose-Pe Condluzidos, embasados em cruzamentos dessas ovelhas Corriedale com ‘cameiros das ragas Bergamacia, Hampshire Down e Texel, com o objoti- vo de melhorar a habilidace matemna das femeas cruzadas e aumentar a produgéio de came (MARTINS, 1998), No Estado de Santa Catarina, iniciativa semelhante fol realiza- a pela Secretaria de Agricultura, procedendo & importagao de 21.500 ovelhas Corriedale provenientes do Uruguai, que foram coberias por car- Neiros pertencentes a ragas especializades para carne, como.a Hampshire Down (AVILA et al,, 1997). Quanto aos ovinos deslanados, a Emepa (Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuaria da Paraiba) iniciou uma prova de ganho de Peso com animais da raga Santa Inés. A utilizagéo dessa raga tern au- mentado sudstancialmente tanto no Norceste quanto no Sudeste, no Centro Oeste e no Norte do pais (MORAIS, 2000). SELECAO E GANHO GENETICO Conceitos 6 definido como 27a OU Sob interve !atural opera independentemente das ages humanas e realiza-se meio de diferengas em ferllidade @ sobreviveneci ios definidos pelo préprio melhorista, sendo, ass! primordial para o melhoramento genético, Essencialmente, a selegao atua promovendo a alter \Géncias alélicas nos locos que controlam o carter sob selego, con- indo a alteragaio na média genotipica da populagao na draco deseja- Em principio, na prética da selegao, 0 melhorista atua em duas pas basicas (CARDELLINO; ROVIRA, 1987): ()) a predigao do valor dos individuos; (if) a deciséo sobre a rejeigo ou manutengaio ividuo para reprodugao, tendo por base o valor genético predito. Marcos Deon Vila de Resende @ Jesus Fclando Huaroto Rosa-Perez Valores genéticos, fenotipicos e selegao Considerando um carater (tal qual o peso de ké em ovinos) que pode ser avaliado om varios estagios ou idades dos individuos, tem-se 0 seguinte modelo (ignorando a epistasia) para as obsorvagdes fenotipicas ‘em um dado estagio (TURNER; YOUNG, 1969): Fe ptasdte,te, em que: F: valor fenatipioo temporario; 1: média genotipica ou média geral; a: efeito aditivo; d: efeito de dominancia; 41+ a: Valor genético aditivo (6 um parametro similar & capacida- de geral de combinagao e equivale a mesma muipicada por um regressor, que 6 fungo da herdabilidade, e somada a média eral); wr at d=u+g:valor genotipico; ico permanente, Este modelo 6 adequado a um carater avaliado em um s6 local (ambiente). Neste caso, 0 efeito da interag’o genétipo x ambiente en- contra-se confundido ou implicito em g, Para um carater avaliado em um 86 estgio, os componentes ambientais permanentes e temporarios tarn- bém ficam confundidos em e =e, + ¢, Ao praticar a selegao, o melhorisia de alvo dois tipos de populagao melhorada de referéncia: () uma populagao melhorada formada por descendentes dos individuos selecionados is pode ter como los. A poputagao melhorada referenciada em (/) corresponde & pop G40 da geragdo seguinte & solecdo @ a populagdo melhorada em ( ‘corresponde & populagéio da mesma geragao e mantidanomesmo amb ‘Assim, 6 relevante a predicao dos valores genéticos aditivos © \otipicos permanentes, para se atendar &s populagdes-alvo relatadas ’) (i), respectivamente. Isto porque somente os efeitos aditivos dos 5 so transmitidos a descendéncia via reprodugao sexuada~popu- lagdo de referéncia ()—e porque, na manutengo dos incividuos selecio- »s no proprio ambiente do selegao, visando quantifiear as produgdes capita 1/P) sao variéveis aleet6rias desconhecidas e devem ser preditas a par- shecimento de F. De maneira genérica, 0 principio da regressao Wye ser empregado para predigao de VG e VFP, ou seja, a técnica .ss0 permite inforir em que propargao F explica ou prediz VG @ les preditores: VEP = J+ by, (P =H 60 coeficiante de regressao do valor genético aditivo sobre 0 tipico Fe fi, € 0 coeticiente de regresséio do valor fenotipico sobre 0 valor fenotipico temporairio. Pelo principio da regresséo, sao obtidos os seguintes em que h¥e F corrospondem & herdal repetibilidade, respectivamente. desde que néo soja dado tratamento preferen dominancia, ambiental permanente e ambiental temporaria, respectiva- ment Os valores genético aditivo (EBV) e fenotipico permanente pre- ditos sao utilizados para inferéncias a respelto da capacidade de trans- Issfio e capacidade de produgao, respectivamente. © termo capacida- do de transmissao 6 definido como a metade do valor genético acitivo de lum individuo e a capacicade de transmissao prodita (PTA) presenta como sinénimos 0s termos dierenga precita e diferenga esperada na progén (DEP). © tormo capacidade de produgao corresponde ao proprio valor fenotipico permanente @ est associado & estimagao de uma obsorvagaio futura no proprio individuo. A capacidade de produgao estimada apresen- ta como sinénimos os termos capacidade provavel de produgao e capaci- dade real de produgao (LUSH, 1945; TURNER; YOUNG, 1969; VAN VLECK et al,, 1987). Os estimadores de Bapresentados so adequados a si individual e serao utilizados para conceituagao © apresentagao d progresso genético @ seus componentes. Equagéo geral do ganho genético Uma vez que os progenitores (dipI6ides) passam & sua progé- o uma amostra correspondendo & metade de seus alelos, o valor gené- xrado de uma progénie equivale & média dos valores genéticos ‘editos de seus progenitores masculino @ feminino. Por este mesmo incipio, a média da populagdo methorada (geragao descendente) equi- ribuigdo eqiitativa do gametas para a geragao descendarite, ‘Oganho genético pode ser definido como a superioridade -2) da populagao methorada em relagao & populagao néo methorada, oja 4, - tly A média genotipica da populagtio methorada (1,) ;ponde & média dos valores genéticos dos individuos selecionados, ss0 que a média da populagao néo melhorada (1,) corresponde & 08 valores genéticos de todos os individuos da populagao. Assim, 0s ganhos genéiicos (G,) podem ser estimados da se- Folando Huaroto Rosa-Perez ia varldvel aleatéria com média je variancia o pode sor transforms ‘em uma outra varidvel padronizada denominada Z, que possui média zero ce variaincia 1, pela subtragao de cada realizagao da varidvel aleatéria em relagao a sua média e posterior diviséo por sou desvio padréo, Otermo F-1, pode ser definido como diferencial de selegaio (ds). Brefere-se ao coeficiente de regress dos valores genéticos acitivos ou valores fenotipicos permanentes sobre 0 valorfenolipico. Assim, se 0 objetivo do methorista consiste na selegao por valores genéticos aditivos, B relere-se a uma herdabilidade no sentido rostrto, Se 0 obj selegio por valores fenotipicos permanentes (manutengao dos individuos selecionados no mesmo ambiente), f refere-se a um coeficiente de repetibiidade. Considerando a selagéo massal (individual) de individuos visan- do 20 melhoramento da descendéncia, 6, =d, 4 6 expresso padréo para a estimagdo de ganhos genéticos (LUSH, 1945; BRIQUET JUNIOR, 1967) Assumindo a distribuigao normal [F~(s, °)] dos dados obser- vados, uma outra expresso para o ganho genético pode ser derivada. (Com os dados padronizados e selegao truncada dos melhores {duos da populagdo, o ganho genético na escala padronizada (om idades de desvio padrio) pode ser calculado por: G, = K B.Os valores iculados com base na curva normal padronizada podem ser transfor- dos para a escala original, fato que permite calcular o ganhonaescala iais, porém, utilizando-se 0 valor K. Sao obtidas as se- Jue F, 6 a média fenotipica dos individuos selecionados, 26 a orde- da curva normal no ponto de truncamento e p é a porcentagem de iduos selecionados. Os valores de K so apresentados em fungéio da 1¢80 selecionada em varias obras (FALCONER, 1989; BECKER, ). Assim, a expresso do ganho genético na escala observada 6 por aG, =df = Ko, algumas expressdes equivalentese altema- sao: G, = K tz, 6, paraa sologdo visando ao melhoramento da des- ‘rp O pp paraa manutengao dos inividuos selaciona- ho mesmo ambiente. Nas express6es apresentadas, os termos r,, © rj,» feferem-se ‘Marcos Deon Viela de Resende @ Josus Rolando Huarote Rosa Perez a acurdicia ou precisao na predicao dos valores genéticos e fenotipicos permanentes, respectivamento, utlizando a observaeao fenotipica como critério de selegaio. Em termos genéricos, as estimativas r,,@7,,, podem ser denotadas r, @,,,.ndicando que os valores genéticos ¢ fenotipicos permanentes foram preditos por meio de um indice baseado em valores ima (em termos da acurdcia) forma de expressar o ganho 6 vantajosa, pois permite a comparagao de métodos de selegao com a utllizagdo de um sé parametro, a acurécia. Isso porque 0, € 0,,, S40 propriedades da populagao e, portanto, constantes, pelos métodos de solegdo. K também, em algumas situagdes, pode ser considerado cons- tante através dos métodos de selegao. Por (© método utllizado. 0 lado, a, @ Bvariam de fem um ciclo de sele¢ao. Uma expressao mais importante do ponto de vista pratico refere-se ao progresso genético por ano ou unidade de tem poe é dada por G, = Kr, «/L, om que L tefere-se ao intervalo de gera- 60s. Por esta expresso, verifica-se que 0 aumento da eficiéncia dos programas de methoramento genético ou aumento do ganho genéti- co pode ser conseguida pelo (2) - aumento da intensidade de selegao ou selogao de um menor nimero de inividues; ago de métodos mais acurados de predigao de valores genéticos ¢ selegao, - uso de germoplasmas com maior variabilidade genética; - minimizagao do intervalo entre goracdes. Gendiica ¢ methoramento de ovinos Diferencial de selegao.e intensidade de selegao Oditerencial de selegao na unidade de medigao da caractoris: equivale ad, =F ©, emunidades do desvio padréo, equivalo a 720,60 .nitude. ‘Outras estimativas de repetibilidade foram obtidas para ovinos lanados em condig6es brasilelras por KALIL et al. (1980) para varias ra- (928, por CARDELLINO et al. (1992) para a raga Corriedale o por Me MANUS e MIRANDA (1993) para a raga Bergamacia (tabela 6). Marcos Deon Vilela de Rosonde @ Jesus Rolando Huaroto Rosa-Perez TABELA-ESTIMATIVAS DE REPETIEILIDADE PARA. CARACTERES AEPRODUTIVOS & DE PRODUZAO DE LA, CBTIDAS EM CONDIGOES BAASILEIRAS Os valores de idade obtidos para as condigdes brasil ras (exceto os de KALIL et al., 1980) séo similares aos relatados por TURNER e YOUNG (1969). No Uruguai, KREMER etal. (1985) obtiveram estimativa de 0,69 para a repetibilidade do cardter cobertura da face pela ca Uma compilagao mais recente da amplitude de variagao da ropetibilidade 6 apresentada na tabela 7, com base em WILL ‘TABELA 7 AMPLITUDE DE VARIAGKO DA REPETIBILIOADE PARA ALGUNS CARAGTERES EM ‘ovo, teste de ovulagdo catdeiros nascidos/ovelha cruzada cordeiros nascidos/ovelha parida 930-0,40 condeiros desmamedos/ovelha crizada (0,18 0,20 peso.a0 nascer 030-040 ganho de peso 9.38-0,50 peso dat 030-040 vate earactores da li 950~0.80 Genética © melhoramento de ovinos Recentemente, usando modelo animal e REML, NOTTER 0 HOUGH (1997) relaiaram estimativas de repetiblidade matemal para peso ‘corporal variando'de 0,15 40,21 Herdabilidade ‘As primeiras estimativas de herdabilidacie em ovinos foram ob- tidas por TERRILL ¢ HAZEL (1943). As estimativas obtidas de 1943. a 1969 forarn compiladas por TURNER e YOUNG (1989) © so apresentadas na tabela 8. ‘TABELA 0- ESTIMATIVAS DE HERDAGILIDADE PARA 10 CARACTERES EMOVINOS ‘Garater Rdesmama pose a Bs 20 peso da Fendimento da ipa 20 corporal 20-040 iametr das tres & comprimento defitras ——_0.40-0,60 ‘ondulagoes por pologada Uma complilagao mais recento da amplitude de variagéo da herdabilidade é apresentada na tabela 9, com base em WILLIS (1991). ‘Marcos Deon Viela de Resende @ Jesus Rolando Huaroto Rosa-Perez “TABELA - AMPLITUDE DE VARIAGKO DA HERDABILIOADE PARA ALGUNS CARACTERES EM ‘vInos Carder Heraablidade ‘némero de cordeiros nascidos 0,00-0,15 rimero de cordeiros desmamedes 0,000.10 eso A desmama 010-040 peso dala 0,30-0,40 ccomprimento de fbras 030-00, 0,50, que conduzem a altas acurdcias seletivas (superiores a 70%) pela selegao individual. Com base nesta classifica- ‘980, as herdabilidades em ovinos podem ser resumidas conforme a tabe~ la 12, adaptada de WILLIS (1991). Marcos Deon Vilela de Resonda 0 Jesus Rolando Huaroto Rosa-Perez IADELA 12- CLASSIFICAGKO_DA HERDABLIDADE DE CARAGTERES ECONOMIAMENTE IMPORTANTES EMOVINOS, Terapia Cardier ———— urmero decodes nasties baa pan = Se eo saree ‘apudade do sobrovdnla do corde = ‘ganho pré-desmama anno posdesmama fa ldade 2o abate cermprnata da res moda ae overeea ox oforeca =. oe art aay Sg ee ; Verifica-se que, de manei res reprodutivos apresentam herdabilidades baixas, os caracteres pradutivos apresentam herdabilidades moderadas ¢ os caracteres rentes a qualidade dos produtos apresentam herdabilidades mais altas. Em geral, os caracteres reer wrenum ennai ston par i evolutivo, sofreram varias geragdes de selagdo natural e, por isso, apre- informagao sendio a do préprioindividuo para efoito de selegao. Por outro Genética « melhoramenta de ovinos lado, para caracteres de baixa emoderada herdabilidade, o uso de fontes multiplas de informaco permite a obtengao de acurdcias moderadas a altas (RESENDE, 1997). Na construgo de indices de selecao, em geral,'séo utilizados parémetros genéticos-padrao. Os valores padronizados de herdabilidade para construgao de indices de selegaona Austrélia (TURNER, 1977) so apresentados na tabela 13. TABELA 19-VALORES PADROES DE HERDABILIDADE UTLIZADOS PARA A CONSTRUGAD DE INDICES DE SELEGAO NA AUSTRALIA Carater Herdabilidade padrao Peso da a sua peso corporal corda la ‘comprimento das fibras Tendo-se estes altos valores de herdabilidade, poder-se-ia, sem muito prejuizo em termos de ganho genético, construir indices de sele- 0 mul 6 no patamar individual, sem a necessidade de utlizagao de informagao de familia. Herdabilidades para os caracteres referentes & qualidade da carcaga em ovinos tém sido obtidas apenas recentemente (PERKINS, 1996). A tabela 14 apresenta essas estimativas para medigées diretas e via ultra-som. ‘Marcos Doon Vilela de Resende @ Jesus Rolande Huaroto Rose-Perez 14 -ESTIMATIVAS DE HERDABILIOADE PARA CARACTERISTIGAS DE CARCAGA EM ‘ouINos Cariter Hordabilidado Wedigdes diretae profundidade do masculo fea do misculo ‘rea muscular alustada para peso da carcaga Tergura do méscuio profundidade do masculo fea do muscu ‘rea muscular ajustada para peso vivo lergura do mesculo As caracteristicas de qualidade da carcaga apresentam herdabilidades de moderada magnitude. As estimativas obtidas via ultra- jéncia da selegao com base nessas medigées indiretas. E-stimativas mais precisas de herdabilidade séio obtidas coma ‘ago da técnica de modelos mistos via modelo animal, empregando- se 0 procedimento REML. Entretanto, estimativas obtidas via modelo animal so raras em ovinos. Para caracteres de crescimento pré-desma- ‘ma, 08 efeitos maternos so importantes ¢ também devem ser incorpora- dos aos modelos. Estimativas via modelos animais com efeitos mater- nos para caracteres de crescimento pré-desmama foram obtidas recen- temente (MARIA et al., 1993; POLLOTT etal., 1994; TOSH; KEMP, 1994; FOSSCECO; NOTTER, 1995; AL-SHOREPY: NOTTER, 1996; NASHOLM; DANELL, 1996; SNYMAN et al, 1995; NOTTER; HOUGH, 1997; YAZDI et al,, 1997; SAATCI et al., 1997; ASLAMINEJAD; RODEN, 1997). Es- sas estimativas s&0 apresentadas na tabela 15. Genética @ mehoramanto de ovinos Verifica-se que, para o cardter peso aos 50 dias, as herdabilidades direta © maternal so, em geral, de baixa magnitude 6 inferiores a c?, Para o cardter peso a 12 semanas, observam-se herdabllidades predominantemente de moderada magnitude (tabela 15). Para todos os caracteres referentes a peso, os efeitos matemos so ‘considerdveis (¢ decrescentes com 0 passar da idade) @ 0s programas de selegao para esses caracteres devem considerar tanto os efeitos aditivos quanto os maternos. Poucos estudos em ovinos tém sido reali- 2ados no que se refere & correlacao entre efeitos diretos e maternos. As estimativas mostraram que essas correlagées so, em geral, nogativas.e de substancial magnitude, Esse antagonismo ent dirio (TOSH; KEMP, 1994) "Marcos Deon Villa de Resende e Jesus Rolando Husrato Resa: Perez FES DE CRESCIMENTO 15» ESTIMATWAS DE HEROABILIDADE PARA cARACT ce TARE 18 Seer Deana Ev OUNOS OPTIONS WA WOOELD ANIMAL COM EFETOS vinremnos SESS reas am Ca ee Para outs carecteres,estimatvas de herabidadeobtdas via modelo animal foram também relatadas como peso de la: 0,41 (NOTTER; HOUGH, 1997); \etro de fibras: 0,58 (NOTTER; HOUGH, 1997); circunferéncia escrotal aos 45, 60, 90, 120 e 150 dias: 0,32; 02T 0,25; 0,25 e 0,2, respectivamente (FOSSCECO; NOTTER, 1995); nu- mero de cordeiros nascidos: 0,0 (FOSSCECO; NOTTER, 1995) 0,10 0,05 no outono e em todas as estag6es, respectivamente (AL-SHOREPY; NOTTER, 1996). Uma compilagdo recente de estimativas de parametros: Genatica # melhoramento de ovinos Correlagses gensticas e fenotipicas As primeiras estimativas de correlagdes genéticas e fen ‘6m ovinos foram obtidas por MORLEY (1955). De 1995 a 1969, as varias cstimativas de correlagdes genéticas ¢ fenotipicas foram complladss por TURNER © YOUNG (1968) e resumidas por CARDELLINO e ROVIRA (1987) e WILLIS (1991), Parte dessas estimativas sao apresentadas na tabola 16, TABELA 16 - ESTIMATIVAS OF CORRELAGOES GENETICAS (ACIMA DA DIAGONAL) € FENOTIPCAS |ABAIKO DA DIAGONAL EM OVINOS Outras correlagées geneéticas envolvendo a produgao de cordei- 0s pelas ovelhas sao apresentadas na tabela 17. Corrolagées genétcas e fenotipicas (fenctipicas permanentes) envolvendo avaliagses em diferentes idades foram também apresentadas Por TURNER @ YOUNG (1969) ¢ sao apresentadas na tabela 18. Observa-se que as correlagdes de mais alta magnitude sao entre peso da lé suja e peso dal limpa (positiva) e entre nimero de fbras ° diémetro das fibras (negativa). Verfica-se também uma corrslagao po- Marcos Deon Viola de Resenda e Jesus Rolando Huaroto Rosa-Porez sitiva entre peso corporal e peso da la, resultado este confirmado experi mentalimente, ou seja, a selegdo pelo peso de Ia suja aumentou conside- ravelmente 0 peso corporal (TURNER; YOUNG, 1969). -TADELA 7 -ESTIWATIVAS DE COAREL AGOES GENETICAS ENVOLVENDO AS VAIAVEISNOME: HE COASEIROS NASCICOS (LB) E NUMERO DE CORDEIROS DESMAMADS oo “TABELA 18 ESTIMATIVASDE CORAELAQOES GENETIOAS E FENOTIFIGAS ENTRE CARACTERES "ROESMAMA EA0S 15-16 MESES Tdesmama Acs 1616 meses Conelaglo enotpica Gorrelacto genéten_ 088 88 07 ais oz ane 0.98 070 ‘or icas paraas con- digdes brasi foram obtidas por CARDELLINO et al. (1987); CARDELLINO e ROVIRA (1987); GUERREIRO (1989) e Mc MANUS @ MIRANDA (1996) (tabela 18). ‘Genética © melhoramento de ovinos “ABELA 19 -ESTIAATWAS DE CORFELAGOES GENETICAS £FENOTIPICAS PANA CARACTERES Be GMNGDLATADOS GBTIOAS Ea CONDIGSES BRASKEIAAS Corinto de Gorges Gentes ‘Garacteres | e i aw Sewror Gew=oeW ‘Cortlagio Tenatipes 0.25 (GUERREIRO, 1885) 3 (GP36 — GPO P3~cPa6 P3-epa2 P3-GPOI2 (G35—GPS12 1.00 (Me MANUS; MIRANDA, (GP6—GPI2 100 (Me MANUS: MIRANDA, GP312=GPO12_100_ {Me MANUS, MIRANDA, 1998) 0.38 tases, pos to mene, gato do poao ee 12 nanos gan de peso ene 2 12 meses, respectivamente. eee \Verifica-se correlagao positiva de peso de ld suja e peso de la limpa com diametro, fato que revela um antagonismo entre quantidade 6 qualidade (finura) de la, portanto é um complicador para omethoramento genético. Marece Deon Villa de Resende e Jesus Rolando Huarolo Rosa-Porez Genética © methoramento de ovinos Os valores (TURNER, 1977) padroes de correlacao genética {08s genéticas positivas entre circunferéncia escrotal e peso corpor empregados para a construgao de indices de salego na Australia so ordem de 0,60 a 0,70) 0 entre circunferéncia escrotal o fertlidado (dla ‘apresentados na tabela 20. ‘ordem de 0,30) (FOSSCECO; (OTTER, 1995; AL-SHOREPY; NOTTER, TABELA20- VALORES PADFOES DECORRELAGHO GENETICAUTLIZADOS PARA ACONSTRU. 1996). , (GRO DE INCICES DE SELEGAO NA AUSTRALIA * Valores madioe de coralapbs genetics ne sponivels Correlagdes envolvendo caracteristicas de qualidade da carca- ga. em ovinos, avaliados por ultra-som @ por medigoes diretas, tém sido relaladas recentemente (PERKINS, 1996). Para o contetido de gordura, essas correlagdes tém atingido magnitudes de 0,26 a 0,97 ¢ para érea do ‘lho muscular as magnitudes de correlagao variaram de 0,10 40,79. Para profundidade muscular @ largura muscular, essas correlagées variaram de 0,29. 0,83 ¢ 0,07 20,194, respectivamente. Cor entre crescimento @ medidas de qualidade de carcaga obtidas por ultra- som foram obtidas também no Brasil (BENITEZ et al, 1998). Recentemente, estimativas de oorrelagdes genéticas entre caractoros emprogando-se a técnica REML tm sido relatadas: 0,50 en- tre peso corporal (120 a 365 dias) e peso de Ia; 0,20 entre peso corporal (120.2.385 dias) ¢ diémetro de fibras; 0,51 entre peso de ld e di&metro de fibras (NOTTER; HOUGH, 1997). Também tém sido relatadas correla- lagdes fenotipicas OBJETIVOS DO MELHORAMENTOE CRITERIOS DE SELECAO A correta definigo do objetivo da selegao e, conseqiientemen- te, da diregéo do methoramento é um requisito essencial aos programas de methoramento genético animal. Uma est sofisticada e bem planejada um objetivo inadequado. Objetivo da selegao ou do melhoramento pode ser definido como ocarater econdmico final, sobre o qual se deseja 0 ganho genético, po- endo entao ser um cardter Unico ou uma combinagao de caracteres em um agregado. Por outro lado, critério de selegdo representa o carater ou conjunto de caracteres em que a selegao se baseia, visando avaliar @ ordenar os candidatos selec para o cardter objetivo do melhoramen- to. Dessa forma, pelo menos quatro situagdes podem ser dolineadas (ROSA-PEREZ; RESENDE, 1999): () objetivo da selegao sendo um Unico cardter eo critério de selegao sendo o mesmo caréter (selecao direta); (i) objetivo da selegdio sendo um tinico cardter @ 0 eritério de selegao sendo outro caréter (selegao increta); (il) objetivo da selegao sendo um tinico carder @ 0 critério de selegao sendo baseado em uma ‘Marcos Deon Vilsla de Resende @ Jesus Rolando Huaroto Rose-Perez combinagao de varlos caracteres (selegdio empregando caracteres auxil- ares ao methoramento); (iV) objetivo da selegao sendo um agregado de io de selegdo sendo baseado em uma combinacéo do produto de interesse e de informagdes econémicas dos componentes desse produto. Por outro lado, a definigao do critério de selegao depende do informagdes sobre os parametros genéticos @ fenotipicos associados aos caracteres @ também das informagGes econémicas, notadamente das importdncias econdmicas rolativas entre os caracteres. ‘que goralmente os eritérios de selegao sao variaveis entre os melhoristas, mesmo quando os objetivos do melhoramento $80 ‘os mesmos. Uma diferenciagdo formal entre objetivo e critério de sele~ {¢40 fo inicialmente relatado por PONZONI (1978), trabalhando com ovi- nos. Na definigéo dos objetivos do melhoramento, duas abordagens podom ser adotadas (CARRICK, 1992): aabordagom formal, que proc: ramaximizar 0 retomo econdmico, ¢ a abordager dos ganhos genéticos esejados em cada carater pelo methorista. Entretanto, essa utima abor- dagem pode conduzir a um objetivo que no 6 goneticamente realzavel (possi ‘Segundo PONZONI (1986), os seguintes passos deve ser adotados no dalineamento de programas de melhoramento: inigéo do objetivo do meihoramento; ) escolha dos critérios de selegao em termos de caracteros; ¢) organizagao dos servigos de coleta de dados; 4d) uso das informagdes obtidas para decisdes na selecao; ©) utiizagao ¢ cruzamento dos individuos selecionados. 126 Gonética © methoramento de E essas etapas devem ser realizadas exatamente nost dem, caso contratlo, os programas conduzirao a eficiéncias abaixo seu potencial. Um erro cbmum é organizar 0 servigos de coleta de dados sem antes definir 6 objetivo do melhoramento ¢ os tos de selegao. Assim, muitas vezes, ndo sao coletados dados necessarios Ou ‘so coletados dados desnecessérios. Em um sistema de produgo complexo representado pelo binémio lé/eame em ovinos, deve-se manter 0 nmero de caracteres den- {rode um limite razodvel para se obter ganhos genétions significativos em cada um deles. Assim, deve-se determinar os objetivos de selagao real- mente importantes do ponto de vista econdmico. Estudos formais a respeito de objetivos e oritérios de salegao em ovinos foram roalizados na At Nova Zelinda © Urugual (CLARKE; RAY, 1977; PONZONI, 1979; 1986; 1988; CARDELLINO; PONZONI, 1985; PONZONI; WALKLEY, 1981; WOOLASTON, 1994). No Brasil ndo foram realizadas determinagdes formais de objetivos de me- lhoramento, sendo que a escolha dos critérios tem sido baseada em resultados obtidos nos patses citados (CARDELLINO, 1996). Em ovinos de duplo propésito, em geral, o objetivo do melhora- mento refere-se a um agregado genotipico formado por varios caracteres ponderados por pesos econdmicos. A dificuldade refere-se a determina- 0 dos pesos econdmicos, em fungao da pequena estruturagao dos mercados de la e came ovina no Brasil. Na tabela 21, a seguir, S40 apresentados alguns valores de importancia relativa dos caractores em ovinos, no Brasil, obtidos com base em CARDELLINO (1986). ‘Marcos Deon Vilela de Resende @ Jesus Rolando Huarato Rose-Perez /ABELA 21 - IMPORTANGIA RELATIVA DE CARACTERES DA LA E CARNE EM OVINOS NO responce Para as condigées do Uruguai, 08 pesos econdmicos (CARDELLINO, 1989) so apresentados na tabela 22. TABELA 22 - PESOS ECONOMICS RELATIVOS DOS CARACTERES PARA OVINOS NO Uaucual Para as condigées da Au 08 pesos econémicos (TURNER; YOUNG, 1969; CARDELLINO; ROVIRA, 1987; WOOLASTON, 41904) sao apresentados na tabela 23. Para produgao de la, alualmente, 10 elementos cruciais do objetivo que maximiza 0 retorno economico S40 (CARRICK, 1992b): aumentar 0 peso de Ia limpa, diminuir 0 diam -o mécio das fibras, aumentar ontimero de cordeiros desmamados, aumsn- tar os pesos corporais © aumentar a resisténcia a doongas. Para produ ‘cdo de came, as ragas paternas sto selecionadas principalmente para crescimento, conformagao muscular e came magra ¢ as ragas matemas para habilidade reprodutiva, produgo de Ié ¢ crescimento (BANKS, 19926). Genética ¢ methoramento de ovinos TABELA 23 PESOS ECONOWICOS NELATIVOS DOS CARACTERES DE OVINOSNA AU ‘aracieres TURNER 6 YOUNG —CARDELLINO ® WOOLASTON (1965 ROVIRA (1087) (1094) x 73 4987 912 ‘eso Ge lame das fares ‘comprimanto das fas ‘onduagSes por polopada iD : NNOTAS: * go desman; aio, E Estudos na Australia t8m enfatizado também a importancia das ices da la para 0 processamento. Alguns desses resultados ‘so apresentados na tabela 24, com base em GUERREIRO (1989). TABELA 24 IMPORTANGIAELATIVA DE GARACTERISTICASDALA PARAO PROGESSAMENTO. ‘ondulogecstesitnea i compresso vatago no difmete das firs comprimena da mischa carltisnvidae Para a produgao de la, de todos os resultados apresentados, conclui-se que os caracteres de maior importancia econdmica sao a rolificidade, o peso da la limpa (rendimento) ¢ 0 diametro das fibras. Em mos de peso econdmico, o valor para diémetro de fibras 6 negative em fungéo de se desejar diametros menores @ também em funcao da corre- ago com o peso de la ser positiva e portanto destavordvel. Matoos Deon Vilela de Resende e Jesus Rolando Huaroto Rose-Perez Para produgao de carne, nas ragas patemas, podem ser enfatizados os objetivos: ato crascimento, alta produgao de carne magra 0.08 dois simultaneamente (tabela 25). ‘TABELA2s-ENFASENOS GARACTERES CRESOIMENTOE CARNE MAGRANA AUSTRALAS FUNGAO O08 DERENTES OBJETIVOS (BANKS, 10920) ———ajetive — Frnfase om Peso Enfase em go = aocesimento alla carne magra 0 ‘rescimento © came magra_ 1 040,15 Para alguns caracteres, o valor econdmico 6 mu! inado, Um exemplo refere-se & resisténcia a parasitas em ovinos (WOOLASTON; JARVIS, 1995), em que o custo da doenga enormemente dependendo da regio geogrética, da efatividade do le quimico, do surgimento de novos produtos da adapta {¢40 dos parasitas aos novos produtes quimicos. Nesses casos, toma’se mais adequada a utiizagao da abordagem dos ganhos gonéticos deseha dos para resisténcia e a veriicagio das possiveis consequéncias deste tipo de selegao nos outros caracteres. INDICES DE SELEGAO Quando o objetivo da selegéo envolve mais de um carater sistemas de selego podem ser adotados visando conseguir ganhos ge- néticos em todos os catacteres de importancia econémica e de interesse do melhorista. Essos sistemas so denominados: (/} selegao em “tan- veis independentes de eliminagao e (fi indice de selecdo. Esses sistemas seletivos foram comparados entre si por ‘TURNER e YOUNG (1969). No sistema “tandem”, seleciona-se, por al- ‘gumas geragées, para determinado caréter até a Idesejadoe, em préximas geragées, seleciona-se para outros caracteres de interes- ‘se, dentre os individuos selecionados anteriormente. Nesse sistema, tom- ‘s¢ 0 inconveniente de um ciclo de selegao muito longoe a possibilidade {de esgotamento da variabilidade para os caracteres a serem seleciona- dos em etapes posteriores, No sistema niveis independintes de eliminagao, niveis mini- ‘mos so estabelecidos para cada caracteristica e todos os individuos abaixo desse nivel, em pelo menos uma delas, séo eliminados. Esse método tom a inconveniéncia de se ter que solecionar brandamente em ‘cada caréter individualmente, para se chegar a uma razodvel intensidade que a mesma é fungao do produto das intensidades Deon Viela de Resende ¢ Jecus Rolando Huarato Rose-P . O sistema indices de selegdo considera simultaneamonte to dos os caracteres de interesse, gerando uma variavel adicional (compo- rente principal), que resulta da ponderagao dos caracteres através de 1es caloulados com base nas herdabilidades, valores econémi- ivos © correlagées genéticas ¢ fenotipicas entre os caracteres. ‘A construgo dos indices de selegéo basela-se em equagdes de regres ‘s40 mitipla que permitem predizer o valor genético ou genotipico global ios individuos, os quals s&o fungées Ineares dos valores genéticos ou associados a cada cariter, Os indices de selagéo séo teori- camente mais eficientes que os sistemas “tandem” e niveis indeponden- tos. Além do mais, esses dois sistemas ignoram as correlagbes entre istica do indice de selec, quando comparado tue. exceléncia do um carder possa compensar, em parte, a deficiéncia em outro. Na selegao baseada em indicas de selego(! = 3b, F), tem-se ‘como objetivo a maximizagao do ganlno genético em um agregado gené- 86 20 peso econd- ico, costicionte de ponderagao, valor genético aditive e valor fenotipico para ocarater i, Assim, como uso de indices, espera-se omelhoramen- to simultaneo de varios caracteres. A variével 16 usada para fins de sele~ ¢40 0 b 6 detorminado levando-se em consideragao as herdabiidades, correlagdes fenotfpicas gendticas, pesos econémicos @ varianclas {enotipicas das citerentes variaveis. ‘Aselago 6 realizada com base em/, visando ganhoem # 0s, pesos (}) so determinados de forma que a correlagéo entro 16H (ry) sseja maxima, 176 também denominado agregado genotipico © 6 um con coito similar ao de adaptagao (fitness) utlizado pelos evolucionistas para representar um conjunto de caracteres adaptativos. 192 Genétioa e mehoramento de ovinos / ‘A maximizagao de r,, conduz determinagao de b do sistema 6 P=Gw, onde be w S40 08 velores dos c de ponderagao e de pesos econdmicos, respectivamente, e Pe G rom-se as matrizes de covarincia fonotipica © gonética entre os caractore, respectivamente, Dessa forma, b = P” Gw, onde cada elemento de. 6 dado por: Tém-se os seguintes estimadores associados a le H: 0} = Pb: vatiancia do indice de selegao; = Gw : variancia do agregado genotipico; COV, = Gw=0} =b Pb rap = (8! Gu) /[(0' Pb)(W Gw)]" =0, /0, + acuracia do indice 2legao; by) = COV /<7} =1 : herdabilidade do indice de selegdo. © ganho genético em 1 com selegao baseada em / pode ser expresso por: Gqq =K 0 by) =K 8, =K tg Sy Marcos Deon Vilela de Rlosende @ Jesus Rolando Huaroto Rosa-Perez ‘Aresposta correlacionada em cada carter Ycom solegao bay seada no indice é dada por: RC yj =K 0) by =K 6 COV og 103 =K COV, (1 »,,: regress do valor genético do carater Ysobre 0 indice COV, ;, covariéncia genética do carater Ycom 0 indice I; COV g, =B; Gy +2 Gy t+ By Gry =8'Gr G,:coluna da matriz G, qual contém a varlancia genética de 6 suas covariancias genéticas com os demais caracteres. - na (0 uso de parémetros genéticos padroes é recomendas construgéo de indices de selec, quando no se tem estimativas fae nas de pardimetros genétices para as concigses (populagao, local & goragio) em que o indice ser aplicado. Na obtengdo dos parametros padres recomenda-se a atualizagao continua dos mesmo3 8 medidaem que novasestimatvas s60 obidas, 0. revisdo dos parmotos apos alr mas geragées de seleeao. (0 uso dos parametros padres (herdabilidades, correlagoes A iagao fenoti genéticas e fenotipicas) em associago com a variagao fe (c2,) ostimada dos préprios dados onde o indice seré aplicado permite a obtengao de estimativas fidedignas das covariancias & variancias ne- tessévias om P eG, attavés das seguintes rlantes: of, -Ro}, @,, 2% © 03)" op,2% 293)" Genética » mehoramanto do ovinos uso de parémetros padrées permite a aplicagao de também em populagdes nao avaliadas em experimentos @ estruturadas em familias, Com as varidveis previamente padronizades, as matrizes G 0 ? s&0 formadas diretamente com base nas correlag6es genéticas enotipicas e herdabilidades, em que se observam as seguintes equiva- Ob al: 62 =H; 84, =Sing! Seer = lag hi Ir (Os pesos econémicos dos caracteres baseiam-se na sua im- portancia relativa. Na determinagao dos pesos econémicos, varias abor- dagens podem ser empregadas, destacando-se os métodes: igual énfa- se, ganhos desejados e regressdo parcial. Dentre esses métodos, 0 de regressdo parcial é 0 Unico que estima pesos econémicas propriam ditos, considerando uma analise econémica associada ao produto final e 05 efeitos econdmicos de cada caréter sobre este produto final Pelo método de igual énfase, considera-se que a alteragao de ‘uma unidade em determinado cardter 6 tao importante quanto a alteragaio de uma unidade em outro carater, respeitando-se a unidade de medigaio de cada carder. Assim, os pesos equivalem a reciproca do desvio pa- ro fenotipico de cada carter. Os pesos sao tomados com o sinal positivo quando o interesse for o aumento da expressao do carter negativo caso contrario. Se informagdes econémicas sao também dispo- niveis, podem ser facilmente incorporadas nese método, simplesmente fazendo cada peso econémico como a reciproca do desvio padrao fenotipico multiplicada pela proporgéo econdmica (p) relativa entre os caracteres (™,=(1/0,,) Agsim, tomar a reciproca de uma estatistica que informe a grandeza a escala de avaliagfo de cada carater (tal como 0 desvio pad fenotipico ou odesvio padrao genético) é suficiente para contomar a questo. Como exemplo, considerem-se os caracteres produgao de la ()) e peso corporal (X) com os seguintes parametros: ; 12=040 AE =0AS Mu = 0,25 65, =05 ke on, 245 ke Tren #035 ‘S40 obtidos, ento, os seguintes componentes de variancia: 02-010 of = car = 052386 1125 ©}, =2025 pqy =0,7875 3, =025 No caso, 0 indice de selegéio de Hazel assumindo igual énfase & dado por: w= =20 Marcos Doon Viola de Rasende o Jesus Rolando Huaroto Rosa-Perer Na obtencéio dos pesos econdmicos, é essencial considerar a cescata de medig&o dos caracteres, que, em geral, é bastante ciferencia- 2 wah o2, », =0,7098 b, = 0,0960 10,7098 ¥-+00950 x Aeficiéncia do indice de Hazel é dada por: Ganhonocaréter ¥ Ggqp = K(B By JMB PO)? Genética e melhoramento de Ganhono carater x Gaps = K(B' By JMO PHY? Eficiéncia em ¥ : Elicignoiaem x Bg =U ex)M0' Poy” _ 19437 10,8197 9 oe ay, 20250 =07956 Veriica-se que, para caracteres de herdabilidades similares ¢ correlagao de baixa magnitude (mas favord\ |, 0u seja, no mesmo senti- do da selecao para os dois caracteres), o melhoramento simulténeo (indi- ce de Hazel) dos dois caracteres pode ser realizado eficientemente, com peque Obtido selecionando-se em cada cardterisoladamente. Os ovinos constituem um dos grupos mails estudados do ponto de vista dos indices de selegao. Um dos primeiros indices estruturados Para ovinos refere-se ao da Estacdo de Pesquisa em Ovinos de Dubois ~ EUA (onde trabalhou L. N. Hazel) — tendo por base a raga Rambouillet Merino (BRIQUET JUNIOR, 1967] Este indice, de importancia apenas histérica, ¢ dado por: I= 75-15 + 7L+ W+ 0477 +7C—1IN 's perdas em cada cardter em relagao ao ganho que poderia ser em que: F-cobertura da cara pela ld (uma das 5 categorias de classifi- cagao); = comprimento da mecha del; W-peso & desmama; >- classiticagao do animal pelo desenvolvimento e engorda; Marcos Doon Viela de Flsende @ Jesus Rolando Huaroto Rosa Porez {N= pregas no pescogo. CObserva-se pelo indice que os caracteres pregas no pescoro.e cobertura da cara sao diminuldos, ou seja, indicando selecdo negativa sobre eles. Outros indices antigos foram muito utilizados (BRIQUET JUNIOR, 1967): 1=P. | para. selegao individual e 1=(PC+2,SPLOVPO para a selagao de ovelhas reprodutoras, onde: SL 2,28 P- peso corporal; PC = peso de cordol PLO - produgao de Id pela ovelha; P-pesodaovelha. ‘TURNER e YOUNG (1969) estudaram varios indices de sele- ‘go para a raga Merino. Esses indices so apresentados na tabela 26. “TABELA 26 VARIOS INDICES DE SELEGAO PARA OVINOS MERINO NA AUSTRALIA ons dpe senate “ont agit kta i = “(pte eevee Genética © melhoramento de ovinas Os ganhos genéticos para cada carater, em decorréncia da aplicago de cada indice apresentado na tabela 26, so apresentados na tabela 27. TABELA2T GANHOS GENETICOS POR GERAGOES ASSOCIADOS AGS VARIOS INDICES [APRESENTADOS NA TABELA 26 ‘ants geatiee soca “Grim” neato pet" daeftts deeRisarten expsom “cusses dnt te sete om - > Com base na tabola 27, veritica-se: + @ incluso do peso corporal (embora com peso econémico equeno) conduz @ aprecivel aumento no ganho econémico. Isso prova- volmente em ungao de sua alta herdabilidade @ altas correlagdes genéti- cas e fenotipicas com caracteres importantes, tais como peso de I 0 feril = quando maior peso econémico para ferilidade é usado, os indices conduzem a ligeiros decréscimos no peso de la. No Uruguai, CARDELLINO (1989) desenvolveu varios indices para as ragas Corriedale, ideal (Polwarth) e Merino. Esses indices, bem ‘como as correlagGes entre os indices e objetivos do melhoramento sAo apresentados na tabela 28. Genética © methoramento do ‘Marcos Deon Vilela de Resende 0 Josus Rolando Huareto Rosa-Petez socia2-Noces oc eeepi0#conmeilo (TRE MAGES EORITVOS 00 ih rinsed 4 pers eense secon rane sige rs eriecreme mere Ovelhas Carneros Ovelhas ito crescimento zs “ cree bass : poor 7 ees oes 3 fe 5 — 35 fy © acd 20 ut 0 5 Outros indices utilizados no Urugual sé (CARDELLINO; ROVIRA, 1987): Uma cutra abordagem que pode ser utlizada no contexto dos I= 6,90PVL~0,93D + 0,27PC Indices de selegao refere-se & transtormagao de um objetivo multivariado paraa raga Corriedale © trabalhando com 0 produto dos caracteres comuns. © exemplo mais comum refere-se & selego para o cardter para.as ragas Merino @ Ideal, onde: 'p880 total de tecido magro por ovelha (WL), quo pode ser exprosso por D- ciametro das PC - peso corporal. Para selegao na Australia, 0 seguinte indice foi relatado por TWL=EL*LB*LS*LW*CW*WL onde: PVL- peso do velo sujo; : (SIMM et al., 1987; BARWICK, 1992): . L-fertlidade da ovelha (ovelhas paridas por ovelhas reunidas); CARDELLINO e ROVIRA (1987) LB- fecundidade da ovelha (cordeiros nascidos por ovelhas pa- 1=6,9PVL-0,93D + 1,SNCDO + 0,26PB vidas); ee LS-taxa de sobrevivéncia dos cordeiros (cordelros vendidos NCDO- nuimero de cordeiros desmamados por ovelha; or cordeiros nascidos); PR- peso de borrego. LW-peso vivo médio do cordeiro; Recentemente, os indices deseritos na tabela 29 tém sido uti- CW-porcentagem média de rendimento; lizados na Australia pelas industrias de carne (BANKS, 1992e) WL - porcentagem média de came magra (de peso de carcaga). O produto de caractores (caracieres compostes) evita a dade de se determinar 0 peso econdmico dos varios caracteres. Tam. ‘Marcos Deon Villa de Resende e Jesus Rolando Huaroto Rosa-Perez bem os caracteres compostos so desejéveis pois séo “indices biol6g- cos". Entretanto, os carateres possuer valores implicitos quando a so- legdio 6 realizada para o carater composto. Assim, a variagziono cardter composto 6 dominada pelos caracteres individuals mais variaveis, os quais ‘economicamente deveriam receber maior énfase. Casos envolvendo a relagdio ou proporgao entre caracteres apresentam similaridades metadolbgicas com a situagao de produto de caracteres. HETEROSE E CRUZAMENTOS. ee eee ee ‘A exogamia ou cruzamento refere-se ao acasalamento entre individuos (ou grupo de individuos) que possuem coeticionte de parentes- ‘co menor que o médio da populacdo. O acasalamento entre entidades

Você também pode gostar