Você está na página 1de 6
Prscdogs Teoria © Pesgune 207 WE 28m expect pm. O7807% A Resisténcia Olha a Resisténcia' Jorge Ponciano Ribeiro? Universidade de Brasitia RESUMO ~ Resiséncia &um proceso humano que acontece quando a pessoa se enconra sob algum tipo de ameags. NSO é essenclalmente um aconteeimento psicoterapéutico. Oconre na teapia nde como uma opos joa si mecmo ou ao terapeuta, mas Treats Forma dese gustur a uma nova stwugio, A resisténcia € por natureza,aatualizagio do instinto de auto-preservagio Eo-rganismo inteligetemente segue a ei da prefeéncia, Resistencia € uma forma de conta que mio pode ser decry ‘administra, porque els surge coma uma defesa da toalidade vivenciada pela pessin. A Resist ‘contato, Ela revela mais o caminho seguido do que oculia a caminhada feta. A resisténcia € um processo ‘morte, mas falamos em processos de aulo-regulagio organismica. Valorizamos mais 0 ia. O terapeuta também resiste, ou seja, ele se auto-repula na awareness mais qui natural. porque 6 corpo que nde resist ue mantém a resisténeia funcionando do que A pripria resistén in és vezes, resistencia e Seeks come cliente, Nioquestionamosaresiséneia, mas 0 processo que a maniém. Trabalhamos com nove mecanismnos ‘de defesa, também tradicionalmente, chamados de resistencia Palavras-chave: resistencia; fenomenologia existencial; gestalt traps processo prupl. The Resistance Facing the Resistance ABSTRACT Resistance isahuman process that happens always tha the pertn is under menace orisin position of defending ic righto be slf-regulated. Resistance i nt, by nature, a given psychotherapeutic proces. I cccurs i psychotherapy not Ran SrPenition process against himself or tothe therapist, but usu funtion of helping a new situation inside the person. Resistance is. by nature, the sctualization ofthe instinct of self-preservation. That is. everything tha is born deserves live, verything that emerges from the organism emerges asa necessity ofthe organism, that always follows of the preference law, Ro matter the nature of the object under observation. Re Controlled, because it emerges as a defense of the totality in ‘ance is a contact form that cannot be destroyed, but managed, action. Resistance is, sometime, resistance 1 awareness, not to Contact. even if resistance is a contact form. We don’t use to work with the resistance. as resistance, indeed, because body does not resist it dies. We work rather the process than with the resistance in itself. The therapist also resis, the is, and even he also experiences his own self-regulation, What i generally called resistance, we call organic self-regulation process, and we work with mine of these mechanisms, Key words: resistance: existential phenomenology: gestalt therapy: group process. A proposta deste trabalho é: re-olhar “O Conceito de Resisténcia na Psicoterapia Grupo Analitica: Repensando um Cuminha™ (Ribeiro, 1989). ¢ dizer como eu vejo hoje © que escrevi, h& quase 20 anos. Pois bem, re-olhando este artigo, vejo hoje, com mais clareza do que vi no passado, 0 lado fenomenolégico da obra de Siegmund Heinrich Foulkes. Como psicunalista e terapeuta de grupo, Foulkes foi absolu- famente original, corajoso e atual ao introduair uma postura fenomenolégica na condugao de seus grupos. Como, psicanalista e lerapeuta de grup, Foulkes foi absolutamente original, corajoso ¢ atual ao introduzir uma postura fenomenolégica na condugio de seus grupos. Nio € de admirar que, tendo sofrido a influéncia direta de!Kirt! Lewii ¢ de Kurt Goldstein, concebia o grupo como um campo Este trabalho foi executado a partir da Capitulo VII “Resiséncia Gru pal” do meu livru “Gestalt Terapia: O process Grupal. Uma vista fenomenotégica. da Teoria do Campo e Holisticu” dx Summus Ecitorial = Sio Paulo (1994). iderego: Departamento de Psicologia Clinica, Instituto de Psi- cologia, Universidade de Brasflia, Campus Universitsrio Darcy Ribeiro, Asa Norte, ICC sul, Brasilia, DF, Brasil 70910-900, ‘ail: jorgeponcianoribeira@ yahoo.com.br de forgas ¢ fez da nogdo de campo um dos elementos mais Pedagégicos de sua obra, Experenciando o grupo como um campo, como uma miniatura da vida, desenvolveu ¢ intro. duziu na sua obra uma profunda compreensio do social, vendo 0 grupo como algo que devia dar respostas precisas As necessidades que afligiam seu tempo, nas circunstincias de uma guerra, em pelo confiito, Jem esptrito, todo grupo deve ser ‘aberto’. Abert isso é, orientado para.a comunidad e realidade das coisas existentes, (0 mundo da realidade, Corpo e a Comunidade sito os coor- denadores de wdas as terapias (Foulkes, 1948, p. 157). “A vida exterior nao € tao diferente da sociedade em miniatura da andlise de grupo e. ao menos em espirive, todo grupo é um Brupo aberto au livre uceano da vida exterior” (Foulkes & Anthony, 1957, p. 133). A Inglaterra se encontrava em guerra com a Alemanha, Os soldados voltaram do front totalmente perturbados, Precisavam se recompor, se rever. O método clissico da psicandlise nao respondia a demanda de tantos saldados, completamente destrogados psicologicamente, e foi nesse B contexto, n possivel ane 1940, que Foulkes vi sies dea pessoa cen adequademen Bmpouma ls das pesca e dopa mente, 36 neces de, nei ns Earopa ene 1968 31975 e u doutorado, di Se tive a oportunida- diversas venes, Meu dout . de visitar Foulkes, em Lond: izia: “op, torado € si ‘ res, Snes “aes depicnatia sobre a obra de Ele me * depois 0 como, depois alho no grupo primeiro porqué, aqui e operas teeets@ Para que « 0 quando pardud aga agora. Esse se jo de abla, i. ologicamente, Ihe touxe muitos disabor pene Emes Jones de Melani Keine adc Cages s da psicandlisee que joniate 2, eram grandes ont de aise que, junanente com ee, compunhan ulkes desenvolveu os concetos cagat ede wolveu os conceitos de “rede de comuni- instrument: atri2” como at SIE Se aa ok pitt Seis tabular conse de edutacta peal por 4 visdo psicanalitica, mas ee oaen iounaneoed a partir do conceito de campo, is sabia que ogrupa.como um campo, formava sua propria Saar ei devia ser analisado. " iscipulo de Foulkes, aprendi com ele a ver, no método fenomenolégico, um grande insirumenta de trabalho. que cle intuira pela Teoria do Campo de Lewin e da Teoria Holistica Organismica de Goldstein. "Dat para a Gestalt Terapia ol apenas uma pessagem, Devo dizer que Foulkes me levou para a Gestalt Terapia, porque testa, mais que a psicandlise, me dava respostas préticas © mais préximas de uma comprecnsio dinimica e operational do comportamento humano. que era 0 que Foulkes também puscava em Lewin c em Goldstein, ‘O artigo publicado fica como estd, pois ele conserva ume impressionante atualidade. se visto 3 partir da perspeslt rere esltiea com que foi escrito. Eu, porém,n30 estou make Pe Teoria do Campo, a Holistica e a Psicologia da Gestalt me levaram auma compreensio diferente da resistencia, que 0 que passo a apresentar em sezuids. Aresisténcia numa visio fenomenoldgico-cxistencial sire todas a resiidncas,rodas as confancis ¢ todos 6 Fie venatncins, que restart nn ser dfivrment 0 ate e vimplesmente ma apenas una compen fone, 1a toon corpo mt, wc dt Secon, iimeira vez rude conto. (qual estard completamente e pela Pr (Wheeler, 1991, p. 113). A Gestalt Terapia € definida'como terapia do contato € fo encontro, 0 que significa uma postura, necessariamente, felacional. O ser humano éum ser do-mundo.e para-o-nundo Felaetro integra, permanentementc, © SWJeN0 ‘qual ce orm conta. Estar em conte é, ponaree. proceso esetencial,no sentido de que o outro Seni ‘me faz face. Resistir & um processo existencisl natural ¢ part do comportamento humano: Samos uma visio proxima 8 da fs define assim a resisténcia: ica e da elétrica que resinéncia taipropriedade que tem ida substanciacde se oper! Va parscigen da corrente eleva © aMe medida, emum COP “ determinedd: pelo quociente de tensdo continua oplicada Os “as extremidades pela corrente eléiricaque atravessa 0 ¢o"P?. (Gordon Wheeler, 1991, p. 113). Qualquer frga, portanto, que se oponha a outa chant se resistencia, independentemente de qualquer finalidade secundéria que 0 encontro dessas duas forgas possam ter “A finaligade da resistencia no ser humano é idéntica: cla se opbe 3 forga de urna energia que ameaga interrompet & euiltro sujeit-mundo. Os eorposresistem, naturalmen'® © fmm primeiro momento, 2 qualquer forga que possa Ams: Gar seu equilfbrio interno. ‘Ea que chamamos de instinto de Sttopreservagio. Seo organism, nasua sabedoria isi aso ronsidera uma determinada forga intrusiva c destrut'tet atinto, 0 de avto-atualizagdo, qUe ele aciona um segundo i the permite incorporaroestimulo intervenion'e Oorganismo para ele, © sabe e reconhece, imediatamente, © que € bom jue taduzimos por: 0 orgenismo seBUe SMPTE 91) da pre- feréncia. As veres, 2 propria doenga é um grito desesperado foorganismo, prestando contra sua fungio coEnriv® GUC do oreatin impor 20 corpo algo que © oTganismo Feil 'D aspecto fenomBnico, portanto, da resistencia € Wet fungio de controlar 0 fluxo energético de uma forse exterior Gque tenta se sobrepore romper a auto TeBH!SG79 organismica. Gando falamosorganismo, estamos falando dn Pewses como eer todo no mundo, convictos de que © dentro ¢ © fora so ‘pena lados a partir dos quais olhamos 2 realidade.0 fw portant, tem urn duplo movimento. Je der00e ‘para Tome Poerprsa, Chamamos esses movimentos de eqilibragso expontinea € equilibragao natural Prguilibragdo espontanea € saved Gle procede de leis ete process da relagio cu-ambiente ¢ independ da ontade da pessoa, Com a pessoa ém NOMEOSIAe, ‘perfeita, rithagdo harménica entre seus diversos sistemas OoOY aarernventee 0 organismo esté dinamicamente 7 POW, ‘Chamamos esse processo de centragem organismica, por Crrendermos que existe na pessoa un centro ou Uma central Spamir da qual o organismo se aul0-EEUIR, Equilibragfo natural € 0 processo de SWTES das exigen- .¢ do organismo, sempre que um ‘elemento estranho tenta penetrar em um de seus sistemas, ‘produzindo um desequi- ei Nesee caso, a homeostase se encontra em Periz Co crganismo libera, naturalmente, S028 defesas & procura de ‘im ajustamento crativo, buscando nome ambiente aquile dde que precisa para se auto-regul equalizagio. }O processo da resistencia independe,pomare>, a vonta de da pessoa ou de bes do terapeuta. O organism sete naturalmente sempre que est diante de um objet possivelmente ameagador. siratencia, portanto, do ponto de vista de process0. uma necessidade organtsmica! nao ppodendo pensar Um Merapia sem resistencia, pois a materia do proceso terape foo basicamente constiuida dos process resistencia que so complexas formas de contate ES a pessoa € # meio ambiente. ; io amaencia,entretanto, se roma neurdlick quandc conganismo dispara indiseriminacare™® seus processos sreteas. provocando um btoqueto eige SiS necessidad jar. Eo que chamamos di ics Tear € Pes Bras Buscando uma definigio P ice anes i Em sium mecanismo de defesa da angustia Viduo. Nae eae ecreneiadas como insuportiveis pelo indi- obal ¢ face termO univoco, como se fosse um processo § obal € independente, entendido igualmente pelas pessoas. Ela tem muitos significados, enquanto considerada em i €

Você também pode gostar