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Inxoducso PARTE 1— Do Paisagismo ao Desenho Ambiental Cap. 1 Os Precursores A Grescente Valosizagio do Pasagismo © Paisagismo da Década de 1950 & Década de 1970 A Inflancia Japonesa © Paisagismo Inglés Mudangas de Escala no Paisagismo + © Surgimento do Desenho Ambiental sisagem Pés-Modema ‘Quem Desenha a Paisagem Pés-Moderna? A Atte Ambiental ‘A Deconstragio. da Paisagem Mito ¢ Metéfora na Paisagem Una Volta a Ordem Cléssica Os Contestor Curis e a Pasagem A Polivaléncia Pasasstica Arquitetura e Meio Ambiente: A Busca da Totalidade A Visio Dualista do Meio Ambiente © Desenho das Méquinas eo Desenho da Natureza O Saritaremo © "Parks Movement” Pés-Modernismo ¢ Ambiente A Visio Ecossistémica © Nove Paradigma A Invengio da Palawra Ecologia A Escola de Chicago © Conceito Ecossistémico (Os Asroscossistemas A Hipétese Gaia A Visio Ecossstémica PARTE 2 — Uma experiéncia em Desenho Ambiental no Brasil 103 Cap. 5 A Escala Regional: A APA de Atibaia 105 A Politica Ambiental no Brasil As APAS 107 AAPA de Atibaia 110 Anilise ¢ Diagnéstico Ambiental 112 Zoneamento Ambiental 120 Contibuigio a0 Desenho Ambiental 131 Cap. 6 A Escala Urbana: Parque Ecolégico Norte de Brasilia 141 (© Parque Ecolésico Norte de Brasfia (PqEN) 143 A Gtiaggo de um Cenério para o PgEN. 145 Condicionantes da Paisasem Resional 150 Ordenagao Interior do Parque — Condicionantes da Paisagem Local 154 Plano Geral 159 © Deserho Ambiental Orentando Agies de Plejamento e de Avqutetua 169 © Conceito de "Parque Ecolégico” 170 “A Forma Segue os Fluxos” 170 Cap. 7A Escala Pontual: © “Condominio Balia” e 0 “Edificio San Marco” 173 O Condominio Baleia 175 © Edificio San Marco 196 © Projeto Ambiental na Escala do Lote 203 Cap. 8 Desenho Ambiental: Instrumento Fundamental , da Arquitetura e do Planejamento Teritorial 205 A btica Ecol6gica: A Nova Relogio do Homem com a Natureza 207 Valorizaggo da Paisagem 209 Ecologia Urbana: Uma Base para o Desenho Ambiental on Concluséo 215 Bibliogratia 221 rduca Bec vic exé bascado na tse de doutorado que defend em novembre de 1994, junto 3 Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Séo Pavlo, inttulada: “Deserho Ambiental: Insrumento Fundamental da Arquitetura do Planejamento Territorial”, ¢ resume reflexées de cinco anos de trabalho acacémico «e profssional nas areas de Arquitetura Paisagstca, Planejamento ¢ Desenho Ambiental Os primeitos quinze anos de minha careiraprofissional foram em grande parte dedicados a trabalhos de Arquitetura Paisaistica, No deconer desse processo defendi uma dissertacio de mestrado (agosto de 1989 —“Espaco Live e Arquitetura: O Piojeto dos Espacos Lives unto aos Edifcios Bancitios"), na qual expus idias sobre 4 relagso dos espacos interiores e exterores da arquitetua, pela andlise de uma série cde projetos de Paisagismo realzados nagvele periodo de trabalho (1974-1989) Avé entéo empregava, com frequéncia, 2s palawas pasagem, paisagismo, espsco line, espaco positive e negativo da arquitetura, ne tentativa de exprimir ¢ delimitar as reas de estudo e de interesze. No entanto, todos aqueles termes ndo conseguiam exprimir a atividade a que me referia como um todo. ‘As palavas palsagem, do francés paysage, © paisegismo, por exemplo, tém em __portugués um significado vasto edifuso. Ser pasagstando subentende, cbrigatoriamente, fazer o projeto ou o planejamento da paisagem. Pode ser alguém que pinta ou descreve aitagens. Ser um arquiteto peisesste, como sugeriu Olmstead, 0 criador do Central Park de Nova You, subentende uma especialidade do arquitetura que hoje também uet dizer arquiteto ole exterioes, © que segmenta mis ainds a atvidade. Fazer Paisagisno, em nosso meio cultural, adquicu nos éltimos anos uma certe laridade € entrou num consenso de mercado que torna essa atividade sempre xesente nos empreendimentos imabilsias, principalmente. «partir da década. dle 1@. No entanto, 0 termo carrega, quase invariavelmente, uma conotagao cosmética ¥elaglo 20 projeto arquitetérico. 2 deserho anbiental introdugio 13 do mundo, a patti da década de 1950, tendo por base de estudo e de reflexdo os trabalhos em Desenho Ambiental que realizamos no Brasil na primeira metade da dé. coda de 1990. © “Landscape os ant” faz ume erica bem humorada ao consumismo € © seu - didlogo com a natureza &crativo e interativo. Hargreaves faz surgit jatos d'Agua no piso "Ga San José Plaza,“ valorizando © espaco cenogréfico desta ¢ tendo como pano de © cap. remete 8 décade de-1950, na qual surge ointeresse pelo deserho dos Me nd a vefetnca dos edificioshistvicos da cidade expagor extemos da aquitetra, que, de certa forma, fcaraesquecido pela Bauhaus e pelo Movimento Modemno. Nesse periodo o desenho da paisagem é brhantemente elaborado por Roberto Burle Marx, Luis Barragén, Thomas Church e Garret Eckbo, os, cqusis, cade um 2 seu modo e em seu meio cultual, consesuiram romper 2 inérca das © cap. 3 promove © aprofundamento maior na produgio cultural do sée. XIX, tando expicar a sede de totaidade presente no final do séc, XX, no qual o consenso {ide especializagdo e segmentagio do conhacimento é trocado pelo de generalizagSo e sitese das atuais tendencias ao holismo, influzacas radicionais do desenho paisssfstico ocidental, quais sejam: a do paisagis- Como pode ser visto neste capitulo a idéia de dualidade amplamente divulgada 1 cvlizagdo ocidental, pelo pensamento judaico-cristéo, nos éltimos dois mil anos, vé imo inglés ¢ francés, e transcender a influéncia zen do jardim japonés. — iis import , € que, neque tiodo, o dial rquitetura Sf 0 muisinpotante, no entnt, ae, neal pode, o dose dae agora exgotads seus argumentos, em deconténcia dos avangoscientcosetecnolésicos ‘com & natureza comega a se tornar visivel e indissocidvel, nios6 nos trabalhos de Thomas. ‘Church, dirigidos 8 classe média nos Estados Unidos, como no México com Barragén,, desenhando para a classe alta onde os problemas néo podem prescindir de uma visso de unidade (hipétese Gaia),” qual fo posivel no ps-guera Faz-se, no cop. 3, 2 volta aos concetos opostos entre sanitarsmo francés _tatualsmo inglés, fundiclos no Brasil na obra de Satutnino de Brito, no inicio do presente século, nos projetos de saneamento de Santos, Vitéria e numeroses cidades A décadade 1980 ¢ tratada no cap. 2, quando surge a polivaléncia nos projetos de arquitetuapaisaistica,em paralelo ao nascente planejamento e Desenho Ambiental, principalmente nas escolas americana, consolidando-se a formacéo de trabalhos co- ‘brasileiras. Estas obras mostram as raizes das tendéncias que levaram ao modernismo de - Le Corbusier e Licio Costa, no apologismo da sacionaliclade funcionalista em Brasfia, Finalmente, este capitulo revela a polivaléncia atual na producéo da arquitetura operativos de arquitetos e outros profisionais, a exemplo do SWA Group," no qual 4 vo se destacaros trabalhos do "Landscape esart",” de Peter Walker, Marthe Schwartz ¢ George Hargreaves. Estes buscam os didlogos entre as metéforas cukurise a visSo ecolésice da poisagem. Martha desenha és douradas num centro comercial. Hargreaves nna Hatlequin Plaza,’ contrapée as malhas do piso e os volumes espelhados da ar: quitetura as formas orgSnicas da paisagem envolvente. 4 No cap. 4 tratamos da mudango maior que ocorre nos dias atuais nos campos da “Hlosota © da ciencia, que & 3 mudanga do paredigma iuninista para 0 paradigma __bolisco, Este iltino, embord prenuncie @ préxima revolucio cultural, ainda néo ___tbresenta respostas formais& altura das teovias por ele enunciadas. " SWA Group ~ Fine de Araitetr Pieisice stuonte em vrs cides dos BUA cj foie de tsi é eulidecplrare 2 propée » tle spstand os ales alent sds de exc la ‘So Jou Plaza Pak — Proto de Arter Pasagitin de George Haneaves em Sin dont na Celi *sLandieape at Aa — Temo enpeso pelo auto pstasita Peter Wer pus desrr 0 deen Bua eee eran mrees cer iee omen Low cnn eines nate iti Gow = Tesi eis eo cit ings ane Lovet, ut cone Te semehat 8 Sistema sutoeauidore autoasivel como ode um inenso again vivo. © me Gaia hanenagea@ eas: do Ten * Hiteauin Plea ~ Proto de Arquitetua Pasasica do SWA Group em Greenwood Vise, no Colored, BUA. de te e a4 desenho ambiental ‘Acreditamos que a mais objetiva esposta formal possvel para o halismo esté no Desenho Ambiental, o que passamos a demonstrat nos estudos de casos apresentados 10s eapitulos 5, 6 ¢ 7 da Pate Dois No primeiro estado de caso, oda APA de Adbaia, cap. 5, demonstrasse como © Desenho Ambiental na escalaresional pée em xeque os caminhos convencionsis utiizados até agoca nos tabalhos de plonejamento, apresentando-se 0 métodlo da cringio de cenérios como forma de objetivar as propostas, que agora podem ser mil- tilas, dando 20 projto mais aidéia de processo dindmico do que de obra acabads,. (6 O cap. 6 mostia, pela experiéncia do Parque Ecolégico Norte de Brasilia (PaEN), como © Desenho Ambiental, na escala urbana, pode tomar-se no exercicio vivo do dislogo homem-natureza ¢ onde os Véros agentes sociais podem condurir, de fora cooperativa, os processos ecolésicos wbanos. A idéia de parque revestese af | deum novo contetido ~ ele passa a sero local da recilagem urbana, biofRieo quanto no sentido séco-culwal SSS Os trabalhos de Desenho Ambiental nas escalas menores esto presentes no cap. 7, nos projetas do Condominio Baleia e do Edificio San Marco, nos quais demonstra-se que as diretrizes das escalas maiores, embora determinantes, acabam perdendo a eficécia por fata de diretrizes intermedia. © cap. 8 confima, pelo estudo comparativo do que foi exposto nos capitulos anteriores, que o Desenho Ambiental destaca-se de sua disciplina de orgem, 0 paisa- sismo ou aarquitetua pasagistca, na qual 0 conceito deespacosendo substtuido pelo de ambiente peimite, i nove atividede, desempenher um papel intesrador das discipl- ras de planejamento, urbanismo e da prépria aquitetua. ; capitulo, 1 ' Os Precursores, smo da Década de 1950 3 Década de 1970 7 “Mas 0 que € a idéia? Algo entre a magia e a filosofia.” Stanley White® “Suy Wht Amen eased A Dg +1960 Wiloncoeedearudtes wenlmavereoreamonecn ee rte ae itive e neo d meate humana, Whi sahhintee Ute wllenou nanos eles, te ees Saal, Ax Crescante: \Glorizagéo do, Paisagismo, ., Nos ines cad, oprsagsmo detou de ser atvidode periféica do ramo principal da arquitetura, O novo paitagizmo, longe de ser uitéio, esté presente para afimar 0 seu lugar junto &essEncia do desenho e de seu pensamento. [No petiodo modemista, os arquitetos nunca se sentiram segures diante da pai- a técnica, 8 or- / sagem. O seu interesse maior estava ligado a0 progresso, 3 geomet deme dimagem da miquina. Com esses marcos de referéncia, era muito difellincorporar ‘a natureza orgénica da paisagem. ‘> A pioneira Bauhaus? no tinha uma escola de psisagismo e 0 desenho arquite- | L6rico por ela produrido poucas veres refesu-se ao plantio natural. Os paisa des-se periodo, por sua vez, ndo possulam um esquema estruturado moderno convincentey 0s seus projetos prendiam-se & arquitetura do século anterior, contra ¢ qual se levantaram 0s modernistas. Acontece, porém, que nos tltimos vinte anos o modemo perdeu a coroa estética Feinante entre os arquitetos ¢ “designers”. Com isso, 0 cenério muclou completamente @ um novo enfoque do desenho diliu as bareiras que 0s profissionais tinham em desenhar 3 natureza Na arquitetura pés-modema esto presentes conceitos que no periodo anterior eam probidos, como o ecletismo, a hagmentagio, a estatficagio de sistemas des- canexos de ordenagso, ohistoviismo, a iroria e a metéfore, Com esses elementos em M305, 08 paisagistas passaram a assumir atitudes radicais, que podiam ou nio ter rela 7 Nae Gross FurdadordaBavhassechefe do Deaatarerto de Ate bor vss enosen Hav eon Pr EUA motas ares eoicis evi como ait, el, ote ttl deveho geo ea acters, ernie tet pti 20 deserho ambiental -<20 com as posturas dominantes da arquteturae que, 8s vezes,surgiam com autoridade \ esttica superior 8 do desenho arquitet6nico Por cura lado, cabe lembrar que a predominincia dos conceitospaisagisticos em pojetos, cue apesentam o nove dentro do campo da arqitetura, deverse, em parte, 20 movimento ambientalista mundial e 8 contbuigo de uma série de outros proisio- ais de dreas fins, atuando na patagem por diciplinas como a pinta, a escultura, a arouitetura € 2 arte do meio ambiente, Portanto, pode-se afimar que atualmente a paisagem projetada € plural, é um produto de numerosas fontes e disciplinas ‘A fase atual do paisagismo, porém, deve seu ponto de partida 2 dois fatores: 0 primero consist naatividade de uma série de profissonais que intermediaram 0 contex- to do pés-guera com o presente momento e deram as bases forms e técnicas aos | designers da peisagem pés-modema. Dessas figuras destacamos as de Roberto Busle < Mans, Thomas Church, Sylvia Crowe, Einest Cramer, Luis Bavragén, Garret Eckbo, Kevin Lynch, Donald Appleyard, Jane Jacobs, Lawrence Halprin e lan McHarg, 22 O segundo fator surge a partir do estudo académico da historia do paisagismo, que sé ganhou corpo em meados da década de 1970 nos Estados Unidos. Nesse petiodo os simples relatos de visitas a paisagens no exterior ou pequenos textos esporadicos, publicados em revistas de arquitetura, transformaram-se, de repente, em linhas de pesquisa histérica des tredig6es americans, européia ¢ oriental do desenho dos jardins. (A pesquisa histérica foi capital para dar creibilidade e suto-estima ao exercicio | do paisasismo. E a respeito da era ps-modema, t40 cSmoda com o edetismo e his- / toricismo, a histéria do pesasismo Ihe proporcionou designers que tinham 20 alcance dda mo enormes fontes de inspiragéo e um caudal de teoria, © mederno cafa excut- do € vetado. Agora era possivelreexaminare experimentar as posture, formes, solu- (C qbes de detathe & postulados de toda a gama de desenho de paisagens. O livro The History of Landscape Architecture de George B. Tobey, publica do em 1973, ilustra bem a que nivel de preacupagia chegau a pesquisa histéxica do paisagismo. Nessa obra o autor descreve cientfica ¢ pocticamente como e a partir de / ff Ty os preausoves a ‘quando as marcas do homem aparecem na paisagem, relacionando-es & histéria do planeta desde as eras pré-histéricas. Seguem-se a Tobey, na linha historcista do paizagimo, 2 dupla Geotfrey e Susan Jellicoe com seulivio, datado de 1975, The landscape of man, operando numa mesma linha © descrevendo a antropizagSo do terrtério por meio de ses lentes de andlise: 2 do ambiente, da hstéria social, da flosoia, de expresso, da aquitetuee, por timo, da propria resultante paisagistica © Paisagismo, da Década:de 1/250; 3 Década de 1970: ; . soon taram condigdes para ie pontos distantes do planeta, aparentemente ilhados e des- conexos, suigissem expbentes da arquitetura paisagistica, tair como: Roberto Bule Mans, no Bras LE os, no México; Sylvia Crowe no Reino Unido, Emest Cramer, a Suga, e Thomas Church, Garet Eclbo, Lawrence Halpin, Jane Jacobs @ tantos outros, nos Estados Unidos. elgg Essas figuras vém compensar, como jg foi dito, a primera metade do século XX, ' quando a arquiteturs paisegitica teve pouca expresso, em virude da prevaléncia de { modelos herdados dos séculos XVIII e XIX. Em parte isto ocomteu em deconténcia de as escelas © centios de pesquisa da época estarem povco interessados nas | tansformagSes que © medelo modemo progresssta impunha as paisagens, quer elas ( fossem ur-banas, agrcolas ou natura, Embore modemista, Roberto Burle Mancnio se submetew & ortodoniaimplacével daquele movimento, a respeito do despojamento das relagées complexas entte formas € cores. O elo fortssino que o artista extabeleceu entre 0 seu processo Giativo € © 28 desenho ambiental entendimento da natureza pela boténica revelou-se de forma inconfundivel e explosiva em toda a sua obra Insprado ne natureza topical, Burle Mar mosta em seu trabalho propostas pléstcas imprevsives e de inegével oviginaidade, as quais soube passar 30 universo cultural nfo 56 através do desenho da paisagem, mas também pela pintura e por meio da escultura Embore amante da natureza desde a infincia, quando, com sua mée, aprendeu 2 cultivar 0 jarcim da familia, Bure Marx sé toma conhecimento da iqueza da flora brasileira em viagem que fez 3 Alemanka ao findar de década de 1920. Sé enti ele 1é-de apreciar os filodendlos e vitviasrésias de sua terra natal nas estulas do Jardim Boténico de Dahlem.? Dessa forma, quando Burle Marx retoma ao Brasil le vem com o firme propésito de reconhecer valoizra flora nativa,acabando por juntarse a botfnicos de renome, realizando numerosas viagens de estudo da flora e seus ambientes naturas."° A ccontrbuigéo maior da obra de Burle Marx ao paisagismo esté a ciagio de padres de desenho que incorporam as fommagées natura sem imiticlas, cio Faia © jercim ings, nem submetem a vesetagio & ordem racionlista da topisi, coiso na tradigho francesa. (Fig. 1.1) Nesse sentido vale a pena citar dois de seus mats famo- 40 tabalhos de Gila ubane, que sfo 0 da calcads de Copacabana e do Aero do Flamengo, ambos da década de 1950, Flite Mots no le Rare Burks a nore vido cl asasematits so otc gosta 3 wi ote da amirente eakasio ciatva de Bule Man, ho ao fta dele mar n0 Ro de Laci, ? Cie len acu oe née os jin buts eam tds ead em mocklos exons e que cotarto» lm enpreseds nes ex exSiae,predriantenent, tach, °° Bate Men: fez inimers exeunées peo irl e ieror da Bas! econpushide de eevcloes, apedlnente batdieos, de retiio ro meio etic, ene os at Lis Enso de Mi Fiha e Henraue Latneyer de "Malla Burnt, Cra ivestirrenlton ue hoje brs execs de oe ntv econo nae do outa, ts como: Aheclncton burma, Ponteces bum, Vis lena te 1 05 precursores 23 Fis. Praga da ladependncin ~ Jose Pesos, PB,1952 Sormyie seeeenggee 38 G: # Fig. 1.16 Lxgo do Machado = Rio de Jeneito, RJ,1954 Fig. 1.16 Calgedio do Ateno ‘de Copacabana = Rio de Janzio, RJ,1970, Fig. 1.1 ROBERTO BURLE MARX Fig. 11a ~ Precespazio com foxmas geometries prec. Fig. 1.16 As formar se ara dam a velhas drvoresexstentes 1a pa Fig te © deseo poi sfstico revela-se no espago pé biico de ume forma apotestica. O aaladso receben trstamento de mossico portugués em tts 24 CP cess anbienta , § Life) Barragén' stua-se numa: posiggo indefinfvel entre os paisagistas ¢ os ~ arquitetos. Sua obra é um constante colbquio entee as formas arquitetricas puras € as complexas formas da vegetagio e da paisagem. Proveniente de uma familia abastada de Guadalajara, Barragin péde Financiar seus proprios projetos, que iam de casas a conjuntos residenciais, monumentos, parques ce fontes. Dessa forma teve o privilégio de pr em prética seus ideais sobre a arquitetura suas reloges com a paisa, Nas obras de urbanizagso residencial “Las Arboledas” ¢ “Los Clubes” Barragén demonstra sua maestria em lidar com contrastes entre a arquitetura ¢ 0 meio ambiente. Ali as formas construidas assumem formas geométricas simples, as quais adquirem aspectos ciclépicos ao se contraporem 8 complexas massas vegetadas, nuvens fugidias ou mesmo 2 viscosidades e rugosidades proprias dos elementos naturas ‘As supeticies de concreto colorido de Baragén,refletidas em srondes espelhos gua, ressaltam as formas arquitenicas que, de encontio a panos de fundo vege- tados, superam a tridimensionaldade escultrica © passem a uma dimenséo atemporl Nas Torres da Cidade Satélte,localizada na Cidade do Mésico, cinco tones de 30 2 60 metros de cores diferentes marcam a paisagem, sendo visiveis a grande dis- ‘Baca. Os cinco marcos verticals parecem navegar sobre a praga tendo como pano de fundo nuvens em movimento. © contaste entre atifcial eo natural assume um carter surealista. (Fig. 1.2) Em Estocolmo, Sigurd Lewerentz ¢ Gunnar Asplund estabeleceram no desenho do Cemitério Woodland uma relaggo entre a arcuitetura e um paisagismo ascético, ‘expresso em ondulagées do terreno atapetads por gram ¢ conjuntos abustivos. Esse Projeto veio a influenciar muito os paisagistas modeladores de solo que a eles se seguiram. (Fig. 1.3) Baran ome passe aqutena ux Supeeconitem cenadade nésstemi oping €oda cag, oxesindo, od dice, taco, odo eso, o cue en etesesea 0 aconente ater, a comunidad 20 ice Fig. 1.2 LUIS BARRAGANTTores ds Cidade Sate = Mésico, D.F, 1957, Accxqunds 2 plans, 2 deta una vista da psa Fig. 1.3 SIGURD LEWERENTZ e GUNNARD ASPLUND Cenitéio Woodland. & = Estocolma, Suécla. 2 Da mesma mancira, as pitdmides arbustivase as formas geométicas e tidimen- sionsis que Ernest Kramer dspés no "Jardim do Poeta", em 1959 na Suig,eliminaram @.velho preconceito de que a paisagem a natureza,¢ insiram nos dias de hoje 0: paisagistas pée-modernos. vetia sera rectiaggo 26 deserho anibiental Nos Estados Unidos, a¢ paisagens de Thomas Church, numa escala menor, @ assimetria ¢ estilo medemista geomético completaram as casas modernas que envol- viam, A beleza do Donnell Garden (Fig. 1.4) & oresultado de um desenho de extrema simplicidade no plano e que, visto no espaco, resulta numa forme complexa ¢ elegante Durante @ década de 1960, ¢ sobretudo nos Estados Unidos, um grupo de designers e tecnicos comegou a investigar @ paisagem por uma vertente que era considerada uma atividade de partcipacSo. Por exemplo, Donald Appleyard escreve ‘em View rom the Road sobre 8 experitacia de perceber € deslocar-se por uma pai- sagem, Lawrence Helpvin esquackinhou por sua ver a experiéncia perceptiva e emocio- nal da paisagem que se desenvolvia em sequéncias. Garret Eckbo ressaltou a importincia do fator tempo por ser a dimenséo que afets ‘em maior grauo entomo artificial. Em Landscape for Livingexpressou que o tema crucial da qualidade da peisegem depencia mais da relagio dos elementos do que da préprie paisagem, Dada ainteigacdo total dos sentidos, essa qualidade obedecia mais a0 modo de perceber a paisagem das pessoas do que a expressio real desta. Eckbo expressou essa idéia no seguinte raciocinio: "Nosso sentido da estética provém da natureza, da incidéncia desta sobre nossas reagées, no no plano pictérico, mas no plano biolésico” Conforme 0 que foi sto, © pensamento € as andlises de profisionals como ‘Appleyard, Helprin e Eckbo acrescentaram, entre as décadas de 1950 ¢ 1960, esséncia a0 corpustedrico do desenho da paisagem, que ni havie sido conseguido THOMAS CHURCH Doane! Garden = Sonome, Caliléeia, 1948. 1s of precusores 27 Japgnes . HEA Holes f D. década de 1950 em diante, surgitam no Japie outro estilo € outro enfoque da paisagem em que se viram elementos de um modelo de ressonsncia. Os jardins de areia rastelada, as rochas colocadas com delicada preciso, 2 vegetacdo € 0 marco arquitetBnico ortogonal, parecism pertencer ao espitito do modern no @cidente, Orpane de fundo zen,coma.seu reducionismo exigente ¢ implacivel, conoborou, no cultual, na sorte de natureza predestinada, que apregoave © modeimo ¢ oferecia também um contreponto visual efetivo para compensar a ética e estética austeras deste, Ngo vinha 20 caso o fato de que os jardins de rochas tivessem sido consagrados & rmeditaggo e pensedos para serem contemplados de um modo que nenhum ocidental poderia compreender. Como tampouco vinhaao caso que aqueles desenhos emanassem de um contexto cultural, religioso ¢ artistico completamente distinto, ‘Ainda que os arcuitetos palsagistas ocidentais, impacientes por asimilar¢ eala- borat os ensinamestos extraldes do Japso, tivessem de fazé-lo fora dos antecedentes culturaise misticos de orgem, a0 menos foram capazes de empregar solugées de detalhe um pouco do enfoque redutivo daquele modelo aos seus desenhos A medida que ojardim japonts ficava mais conhecido, o paisagismo vaia-se quase sempre de elementos encontrados na natureza, como rochas, area, paralelepipedos ¢ troncos de madeira dispostos em trama sul de relagSes reciprocas. Esté claro que eram mmateriis neturas, mas separacos do contexto “natural” de pattda, reunidos em con- juntos visuals que em novos contextos adguiriam novos significados, © Rycan e outros jardine japoneses estavam desprovices de vesetacio, mas © que eles descreviam em suas composigées eram “jardins”, Implicitamente, esta crcuns- tncia fez aflorar a questdo sabre a relacfo do paisasismo com a natureza, Que, uma vez 28 desenho ambiental resohide, levou a que o Ocidente aceitaste, em seauide, a nogio de paisagem dura Essa forma de encarar a plsagem s6 pb acontecerno pér-guera, uma ver que alguns anos antes, qualquer cesiser tera considerado a “paisagem dura” uma idéa absurd, ® Prisagisme, Ingles. 7 oO. esignersdo pé-guera romperam a tadigéo do pai- ¢ que concebia 0 pasagsta Humphry Repton, inspirado nos escitores Richard Payne Knight ¢ Uvedale Price Durante o século XIX a teotia do pictorcismo sofeu alteragdes introduridas por Paxton, aa lnglatera, Alphand, na Franga, e Calvert Vauxe Frederick Law Olmstead, ros Estados Unidos, Paxton translada para o dominio do espaco piblico a visio de Humphry Repton; Alphand confere um certo cramatismo aos parques parsienses pela topogratia vegetagio ¢ Calvert Vaux e Olmstead criam as grandiose paisagens pblicas dos perques urbanos na América do Norte."® fempo, 0 dogma fundamental do pictoricismo ~ a natureza como modelo issdo dolesignerpresa&corregio e ecomposicso da paisagem no intuito {de “melhoré-la” ~ signific a quebre da ordem geomético rigida do paisagismo fan- (ease italano, dominante nos séculos anteiors."* " Vercap. 3 "Vera 3 (0 precusores 29 @ veios que alimentatam a reacio do paisagismo inglés estavam ligados no +6 20s repert&rios visuals produzidos nos quadros pastoris de Claude Poussin, 3s paisagens vigorosas de Rembrandt e outros protagonistas da pinture berroca, do século XVIll, | como também 20 encanto que proporcionavam na Inglatera as ravuras paisagisticas trezidas da China © do Japio naquele perlodo. @ enfoque do paisasizmo inglés diferia radicalmente de raiz de Le Notre, herdada da kia renascentista, isto 6, a do dominio explicito do homem sobre @ natureza, expresso nas extensas paisagens que guameciam os castelos, dando énfase “e magnitude 2 arquitetura, numa espécie de gesto hersico das linhas cléssicas e ccerebrais,. No desenho inglés estava, sem divida, também presente o mesmo dominio natural, 36 que.de forma muito mais sutil ¢ dissimulads na as € 108 cenétios roménticos e picturescos. Mudancas. de. Escala; ne, Paisagismo, DA oscic da cada de 50 do século XIX, a mudenga de (-escala das intervengSes paisagisticas tomaram-se progressivamente mais claras.nes intervengbes de Joseph Paxton, Alohand e Olmstead para entidades pablicas, embora (nde tivessem desaparecido as pequenas intervengées nos jarins partculares. / ‘A penetragdo do pictoricismo ne cidede e em grande escala dé-se por inciativa dda coroa inglesa com 0 projeto de Joha Nash e Humphry Repton pare o Regent's Park Esse intervengio precede em algumas décades as intervencoes de Haussmann em Pars no sentido ds criagdo de reas verdes uroanas interligadas Tratava-s7 da coneccéo entre oRegent’s Pak, situado a norte de Londres, €o Royal Crescent, no centro da cidade por meio da Regent Street. Essa obra, inciada em 18.41, s6 foi entresue a0 paibico 30 desenho onbiertl «em 1938, Em torno do Regent's Park distibua-se ume zona residencal,antecipando, a nas de com anos, © concito de cdade- sate CO testemunho que deram as intervengbes peisasstics em srandes propriedades, «+ paraues piblicot, 05 Jardins botdicos ¢ os projetos ambicioros em prol d con Sevvagio da natute2, ab eo profisional da arauttura paagltica um horzonte ample e insuspetsvel 9 perodos anteriores Para completar a imagem desse nove profisonalpapareceu em todo 0 mundo & demande por intervengio em zonas comerciais ¢ residenciais. A principio, esses clientes petencian 3 ita empresaal, mas somaram-se ao grupo as entidedes ofc locais « murcipois,presion0das pelos problemas da vide ctadina, As razdes que lhes foram imposts apenas aterdiam & qualidade visa, sendo portanto mals prosaic e funcio ais do que at das isttuges pabicas. Ospoisasistes, raquele periodo, trabalhavam algunas vezes em colaboragfo com «scoletvidade local €, por otto lado, a nova paisagem se encontiou amide com 0 ompromisso de desempenhar vbios papéis incorporende fungBes como o lazer € jogo. —P conjunéo dessas razBes com 0 carter urbano do século XX e as pressoes de valor dos bens de iz determinou que o desenho paisagitico destes anos fosse de proporgbesreatvamente modestas. A tudo st juntou-se a averso dos clientes a gos & tar dinheiro em conservaclo e levou a que os ertérios de desenho e de eleigSo de mnteins apontasser pas férmules que implicassem manutencSo mina, Provident ada do jardin sponeses legitimou o entomno érido, constuido com materais mente, dures, [As dinicas excegbes a esses citérios se abservam na érbita do pssagismo de engeshara civil, € 905 folders holandeses,rodovias e em obras de recuperagio € melhora de terreno, assim como em grandes parques nacionais. Todas esss atividades indusam, no entanto, 2 fespostas por parte dos paitasstas que invaravelmente se traduaiam apenas em intentos de recta a natureza Te os precusores 4 ugimmento, de. Desenho Aabientall Wueiamcs ou nbc, a dimensio da cise ambiental plane- tétia s6 foi percebida no ps Segunda Guerra ¢ especialmente no coxrer da Guerre do Vietna. Sé af € que se percebeu que os recursos do planeta ndo eram inesgotiveis ¢, portanto, 0 controle da natalidade deveria ser severamente regulado em funcio da disponibilidade e producio de alimentos! Logo, como jé suspeitara o pensador inglés Keynes, 2 economia baseada no lucroimediato ena producio méxima a qualquer prego tinha os dias contados, pelo menos no nivel tedrico."* Sé assim a ingcia das intervencées paisagiticas baseadas no pictoresco ou no A mes racionalsmo pode ser compida, @ deserho da paisagem baseado apenas nos valores/ fe, 7 estticos ¢mafnciondidade perderam a raxho de ser. O fto ficou eis evidenciado “J “J quando foi aprovado 0 “National Environmental Policy Act" (NEPA)'® pelo Con: aresso dos Estados Unidos em 1969, estabelecendo os citames da poltica ambien: rv2a« Vania ques tb re ye PET ee A patti dai cria-se nos Estados Unidos uma nove linha de trabalho para os arquitetos paisagistas, beseade ne visio ecolégica do mundo, que é a linha de pla- tal americana sob bases conservacionistas. nejamento e Desenho Ambiental iniciada por lan McHarg, na Escola da Pennsylvania, ¢ por L. Halprin, © primero ficou conhecido por seus planos ambientais de nivel regional baseados no conceito de desenvohimento sustentado e na minimizagdo de co, Maa de Asn Ribevo, Crago sJonh Menard Keyes, doseacSa de meso, “Exoag Live & ‘Asyatesu: 9 Pit cs Escaces Lives unto ao eos bani’, 9. 9S "S NEPA —NotonslEnvtcrmenl Poly At Poin Nucana do Miso Abin, nich en 1969 nos Eades Unidos. 32 esenho ambiental impactos sobre os recursos natureis ¢ culturais.'° O segundo destacou-se por trabalhos ambientais de paticipagso comunitiia, como € 0 caso do Plano para a Comunidade de Everett, para o qual foram organizados vérios workshops. (Fig. 1.6) ‘Sem diivida um dos mais interessantes trabalhos de Halprin foi o “Sea Ranch” localizado na costs da Califémia, onde o plano ambiental orientou nio s6 a localizagio dos conjuntos residenciais como também a sua forma arquiteténica, de acordo com a topograia e diregio dos ventos ¢ o posicionamento das massas vegetais. (Fig. 1.7) McHarg'” © Halprin’? inspiraram-se no trabalho do omitélogo Eugene P. Odum, Fundamentals of Ecology, publicado em 1953, 0 qual veio a se transformar num livo bSsica de todo estudante de ecologia, Os conceitos do livo relacionados aos ecossistemas, 205 ciclo biogeoquimicos e, principalmente, os princpios relacionados om 8 eneisia dos sistemas ecolégicos revolucionatam © método de abordagem do planejamento urbano eresiona,cviando ume nova fente de trabalho para os arquitetos e planejadores, que passou a chamar-se Planeiamento e Desenho Ambiental Lawrence Halprin foi um dos primeiros paisagistas a se preocupar com 0 projeto dos espacos piblicos no conceito de Qualidace Ambiental Urbana. Veja-se a "Seqiéncia de espacos abertos de Portland”. (Fig.1.8) No Plano Ambiental “The Valleys” (Fig. 1.9), em Baltimore, McHarg fez uma Fig. 2.3 MARIA DE ASSUNCAO RIBEIRO FRANCO Banco sé S.AJAg, Alphaville, So Pas, 1979 ‘Ac ko, planta de lesiasao,absino, plants com ses lal dls, seqiinci de imagens de 2. pasagem pbs-modema a 49 deserho ambiental A Atte Ambiental AA obacdot arises do meio ambiente é ue dasinfudncies mais liberadoras do paisagismo cultural. Por caminhos insuspeitos tiveram a influéncia contréria & do modo oitocentista, daquele em que desenhistas da paisagem, como Kent ‘¢ Repton, pretenderam fazer seu trabalho conforme os principios da composicio ¢ dos modelos visuais que ensinaram os pintores paisagistas do século XVIIk ‘Acai ambiental é um trabalho de completa intragso do autor com omeio ambiente, ce sefazem stentamertosertentes, Cela devriosatelstose estrus provitoas, “and “aut Altera por completo as qusidades do lug, absindo as pessoas um novo horzonte de “possibilidades de vivenciar os espagos, em geral vulgares, que utiiza cotidianamente, Muitos paisagists da década de 1980 tiveram como fonte de inspracio cbras polémicas que artistas ambientsis realizaram no década de 1970, como os tabalhos de ‘Walter de Maria, Chisto, Call André, Gary Duvyet, Andy Goldsworthy, Robert Smithson e Richard Long ‘Walter de Maria consti, entre 1971 e 1972 perto de Quemado (Novo ‘Mézico), uma obra que ocupou uma érea de 1,6 km no sentido leste-oeste ¢ 1 km no sentido norte-sul. Nese grande retingulocriou ume quackicula regular onde dispés, em quadrados de 67 m de lado, 400 mastros ce ago inosidével, de 5 em de diémetro € é mde altura (Fig. 2.4). Os mastros emitiam um fulgorinquietanteno meio da paisagem do deserto, Quando nuvens tormentosas aprovimavam-se, em meio as tempestades, 03 imastos translomavan-se em condutores luminosos das faiscas eléticas heqientes que cafam na regito. (Fig. 2.4) ‘W Enbor bon pate dos tals squ manconacs tea sida eldbxada om cso de 1970, ces ve eer presenter neste cpilo em vtude de teem sco fone de inpreto para o& tabahos de acuteture ptogitice pés-modeina da décade segurte (1980), que tetaras epedaimente neste cop, B. paisagem pésmodemne 4a Fig. 2.4 ‘WALTER DE MARIA "The Lighining Fil ‘Querado, Novo Masco, cada de 1970. Maswos metdcesanhadosesuerdom a tempestade; uslqer i poded tarsormélos, subitomente, em hates seiplandescenes de igo ente as enegas do cdo e da Fig, 2.5 — CHRISTO “Running Fen” — Avzona, EUA, 1976. Una ezrea de loa clo percomre enone lstnciacrsndo paagens inustadhs€ sugeriado nova lagdes do homem com a pasasen A atividade artstica de Christo (Fig. 2.5),foi uma das mais controvertides da década de 1970. Abarca desde envolver edilcios até criar no deserto do Avizona 8 ampla “Running Fence”. Esta obra consistiu em fazerpencler uma lana brilhante ¢ colorida 120 longo de cabos de ago, como se fosse um varal de dimenséo longitudinal infin. histo fer essa corti percorrer um longo percusso no deserto do Avizona. Ao 44 desenho anbientl conclut-se @ cbra, ela foi fotografada em profusio e depois foi desmontada. Ai ndo houve intengdo nenhuma de desenhar uma paisagem, induziu-se apenas uma nova manera dereleticacerce da relacso convencional que associa os materiais¢asformagGesnatuais ‘com 0 mundo artificial, que desenha o ser humano. Nese tipo de obra 0 artista ndo contempla a paisagem — ele participa dela [As forcat da natureza preocupam a muitos atistastectonicos. Um destes, Gary Duet, emaiou no projeto “My Fault, estabelecer uma linguagem que resisteia © movimento que experimentava 0 Vale Elkhom Scarp, a Flha de Santo Andié. A idéia do Elkhon Scarp era uilizar a antiga escita celta Ogham, composta por rasgos tragados no solo cominclnagSes diferentes em relagfoa uma linha base. Essessimbolos de Ogham seriam colocados 20 longo da falha, numa sucesso gigantesca, em fica de dots metros meio de largure, confeccionada com um tecido de fbr rexstente 3 erosto. A cada centardecer, owvia-se uma banda sonora composta por um discipulo de John Cage,** cajo som fcaria gravado assim que se produzisse um movimento sismico. Assim, 08 distintos deslocamentos que sofrese 2 crosta terrestre de um @ outro lado da falhs redundaiam em que 05 25905 transvesas do escrita Osham mudassem de posigso, formando outs palavras ao longo da linha base que define afalha. Gracasaesteartfiio 2 tera poder fla. O desenho tectBnico de Divyer marcou ume linha de pensamento que dava 20 artista 0 papel de responder 8 Forgas atrozes,ingoverniveis e oculas da natureza, De forma semelhante Robert Smithson e Richard Long tracaram na paisagem formas enormes ‘emisteiosa. A "Spiral Jetty” que Smithson tragou no Great Salt Lake (Fig. 2.6) era uma espital de temanho colossal, constituide de pedias ¢ seixos rolados do lugor. ‘Atualmente ela s8 pode ser vista do ar ou de um ponto elevado das imediagbes, pois ‘encontra-se submersa no mat, sofrendo, como se previ, 0 efeito erosive da égua. Jofn Cove, narado enlLos Anges en 1912 € um dos ws conrovonidescompactoers note-ameianos Traderncs, Cechecido por nus experiendes com misc alentia & qusionado pox egunsctos ave cdvidam ce su seiedsde; em compencagio alguns stores ce miss de venguardo ecestam em seu tabalho como demerto de rupture dot valores da misc adore 2. palsegem pOsemodeins 45 Sond ee MN at ROBERT SMITHSON “Spiral Jet” Andy Geldsworthy segue uma trajet6xa similar a Dwyer. A princfoio crave formas de tamanho pequeno fazia miniaturas com material recolhido na regiéo, como folhas, pedias, elo e madeira, mas agora dedica-sea desenhostectGnicos de maior envergadure ue consistem em composigées estrutuades em elementos natu, colocados diretamente sobre 0 solo. Goldsworthy compés um desses desenhas em cubos de gelo, escul ono prdpri Palo Nexte. A gzometia da forms circular que cou, naquele pontoremoto do slobo, evocava as esrturas megalticas, atinentes& configuacdo do Universo e da Terra. Um dos mais prestigidos artistas ambientas da atualidade, onorte-americeno Cad Andre (Figs, 2.7, 2.8, 9.9 e 9.10), utiliza seivos rolados, vigas de madeira e residuos industiais, obtides por um trabalho de busca, para compé-los de acerdo com una ordem geométrica restrils. Suas obres, expostes em galeriss © espagor abertas conhecidos, mostra-se como um forte vetor de instigagso de processos crativos em certos meios culturais dos Estados Unidos. + péisagem pés-moderna a7 46 desenho ambiental 2 psisagem pos-mo ma Fig. 2.7 ‘CARL ANDRE ‘Stone Field Sculpture Fig. 2.9 Fi ig. 2.10 ore : ‘CARL ANDRE Blocks and Stones “Aluniniam and Steel Plan” Fig. 2.8 CARL ANDRE "Secert" 48 deseaho ambiental ‘Acobeasdosartstes ambientaisctados, também chomadas de minimalist, foram aqui expostas por terem sido permanente Fonte de inspiacSo pare os assis desenhistas da paisagem, de maneita dire ov indireta, como pode ser visto 2s obras de Walker, Schwartz e Hargreaves, 05 quais, decaradamente, se dizem influenciados por Robert Smithson, Gary Dwyer e Carl Andre. A “Harlequin Plaza’, de George Hargreaves (1983), porexemplo, mostra no desenho e cores dopisoainfluence cireta das eticulas que Cal Ande realizou dez anos antes. (Fig. 2.11) Fig. 2.11 GEORGE HARGREAVES Harlequin Plata — Greenwood Village, Coloado, 1983. ‘Acui sinllteds nitida do 37 Ds Viee, Buenos Aves, 1942, ctado1en Opensamento vive | Bechllad em A post do expo. 0. 235. A Visi Dualista do, Meio, Ambiente Aiassicsse ‘do pensamento humano nas diversas culturas, cexpressa nas tendéncias opostas © complementares das formas retas ¢ curs (yung € vin), foi devidamente explorada na obra Topofila de Y-Fu-Tuan, Nesse livro Tuan ‘expe, por diversas cosmologias, que tém norteado as civlizagSes no Oriente e no Ocidente, a0 longo da histéria, as diferentes relagdes homem-natureza.?? Referindo-se aos hébitats humanos, Tuan afirma que a maneira do homem se ‘elecionar com 0 meio ambiente tem muito a ver com as formas topogrélicas e 0 grau de visbilidade nas paisagens onde instala seu hébitat. O autor faz uma simples com- paracéo entre lugares “carpintejados” e “no carpintejades”. O “mundo carpinteiado” ests repleto de linhas retes, ingulos ¢ objetos retangula- res par excellence. A natureza e o campo, em contraste, carecem de retangulavidace, Na Paisogem de cultura primitiva, mesmo os abrigos podem ser redondos como as colméias. Para provar que o meio ambiente natural ¢ a visio do mundo estdo estrtamente ligados, Tuan compara duas culturas diametralmente opostas: os pigmeus da floresta Equatorial do Congo ¢ os indios do sudoeste americano. ____ No primeiro caso, nafloresta equatorial de natureza completamente envolvente, te no hi nenhuma marca visual importante (colina ou dnote isclada como marco), 3 cultura ndo dé importéncia as exrelas nem 30 préprio scl, exjo disco biihante no & “HO no céu mas apenas em manchas temeluzentes, no cho da floresta. O seu sentido dE tempo & restito e sua meméria € euta FRANCO, bina de Asuna Reto. Op tp 7,8, 104 68 desenho ambiental Por outro lado os indios Pueblo do sudoeste americana, | habitantes de um plat semi- sido, ten anaviso de mundo conpletanenteesntuads no espagoerotenpone ail ‘olugar, a localizagio ea diregso, desempenham papéis fundamentais em sua cosmologia. 134 baseia-se em pesquisas neurofisiolégicas para explicar que & omemnaturez tem suo riz nos dois hemisios cerebrait: © hemistério cerebral esquerdo. controlando o lado diteito do corpo, asfung6es cognitivas, ‘co.uso da palavia ea abstragdoy © hemisfério direito, regendoo lado-esquerdo do corpo, tarbém chamado “sinistro”, regendo 2 intuigdo ¢ @ compreensso, Roberto Crema dualidade da tlacéo hi Para Crema os dos hemsfrios do cérebro do homer reacinam-se a0 Oriente ira, & Géncia € 4 mistica, sugerindo que a crise de dada pela cultura, ao hemisfrio fro) em prejulzo das fungSes do ¢ Oriente geosticos da Ter fragmentagdo do mundo atval deve-se & énfase maior, cidental (correspondendo ao lado esquerdo do cérel Jébulo osiental meditative (lado direito do ctrebro). © Desenho, das, Maquines 9, Desenho, fa, Natureza . DN tncratsrs ccidental a polaridade entre razdo e emogio 5 que se atemam no tempo, De & conhecida por movimentos apolineo ¢ dionisiaco, Ja ordem ou pelo caos, mangira mais simples essa idéia pode ser expressa como 0 gosto pel FCRENMA Reber, Intadigo 3 sto haiti.» 54 sevias quidades op tase conplementas. O pinsto, des regundo, dvs do deltiomtice 9 As divindades gegas Apolo Dienst so at dak, epresentao poder derexiv «2 dainpose da mene concent 0% 1 pred nos on gn, epetent as frat ncnscenes de mente humana Na erat snes plies, Apolo te fae representa 90 Cis no « Dione no Baneco 35 ocquitetuc € meio ambiente “9 60 gosto pelas formas retas (desenho das mécui 5 (desenho das mécuinas), ov pelas formas complexas sinvosas da natareza i aa Desde tempos remotos as invengées sempre fascinaram os desenhistas. Ni : lesenistas. No en- ae part co Renasciment, a cago do sitema de representacbopespectva veo sro a ite do homem pela linhas reta, a8 quais enganam o lho no deseno, parecend atravessar 0 espaco na diregSo do innit, dando- lh 4 : infinito, dando-the a sensagio de dominic maior do espago e do objeto. ee ‘O desenho de ordenaggo do espaco em formas geométricas puras e especialmente cos desenhos em malha, s80 conhecidos desde o tempo dos esipcios e babilénios no alinhamento dos templos e nos canais de inigagdo agricola, No entanto, foi na Grécia que 0 urbanismo assumiu seu caréter de imposiggo da geometiia sida ao suport biolisico do teritério (cardter apolineo). a Os principios do ur ee cdo urbanismo em malha quadrangular foram enfatizados a partir da gslagio de Hipodamo, no século V a.C.,e empregadas nas vias cidades coloniais s505, entre as quai as de Mileto e Priene. (Figs. 3.1 e 3.2) Mileto © 200 300 ~40c0m Fa. 3 ig. 3.2 Ei st en de Mle, Arr Cidide clot ga de Prine. Agu os iidorea ia © urbanismo em malha state Hipodamo foram seguidas tots sn E90 70 eseaho ambiental Na adoragio das formas geométicas pura pelos gregos ¢ depois pelos romanos, flea evidenciads ainfludeeio dos pensadorespré-socidticos, entre eles Pitsgoras Tales de Mileto, para os quais 0 pensamento abstato, expresso em nimeros e formas g¢0 mmévicas perete, era a ponte entre 0 homem e as forcas suis do univer CO imperador romano Adriano tomnou-se célebre por sua refinada culture ¢ por sua admiragSo pels conauistas abstratas do cvlizagio greg. Essa face de Actiano tomou forma na Villa Adana que ele mandou esr em Tivoli nas proximidades de Rema. A Villa Adtiana consistie numa seqiéncia de construgbes, prags, teas para aprtica de 12 refinada técnica urbanistice de ‘espottes ¢ 0 lazer a0 ar live, revelando um Dentre as obras mais aproveitamento de vistes e desniveis do terreno colinaso de Tivali belas do complexo ubanistioo de Adriano, destaca-se o Canopus, uma grende piscina cercada por arcades e ica estatusia, emelduradas por um bosque natural. (Fig. 3.3) Fig. 3.3 reece eee sveesaae scgee mene ee indvidslzad em fons de sa sensibidace Benden ‘20 suparte colinase de Tivoli. Acima, ume vista do Canepes. “ 6 Banhos af ‘dicta, plant ger da Vila Adin ? eS : Asda, o/ 3 aiquitetus e meio anbiente n (O século XV trowxe & tona 0 ressurgimento dos ideas cléssicos na arquitetura e no urbanismo por meiada obra de Leon Battista Albert, cu tis iti, cujo escrito De arquitecte 6 comparada a de Vitwivio, oe Como urbanista, Alberti destacou-se por suas idéias utopicas de cidades idesis de foumas geométricas putas, as quas influenciaram numerosos de seus contemporéneos. As fomas das cidades ideais atendiam principalmente a questdes de defesa militar ¢ sobre- vivenca ainda nas fortfcagbes das cidades renascentistas. Segundo Spretegen,** o Pen- tégono, em Washington, revelaainfluéncia das cidades ideas italanas. (Figs. 3.4 3.8). Z2q DEIR, = eae Fig. 3.4 LEONARDO DA VINCI Cede vial em forms dese. \_ Cc] Fig. 3.5 FILARETE IN A Cidade Ideal estelads aise Z) W VASA ho elliot Cidade Ideal. Fig. 3.8 ALBRECHT DURER Cidade Ideal com zonas clstintas: or coda aide ™ SPREIREGEN. Compecto oe Arqutectns Ubon. 9. 21 72 uma comunidade bidtica no pode ser diferenciada de seu ambiente abidtics, Entio © ecossistema pode ser consideredo a unidade fundamental da ecolosia.”® \ Lup Cow at Ince, ax dunes parades cu vanconai a dns psivas ou Thadar. As cana rads passa pot ass dives, calnando lise nesta decidua mesolic, tp aemal do clinaxna e930 dosages (..) 1 psi encontamos as adaptager saoftice is etienss nessa lattude e, aavesando a sie de dus ‘evoaadas mas acim na oon genta de sas sucess, esas estutus xeroicas oman cade vex mas pronurcieda pte cuminaren na extue mescic pce de una lesta decidua". Act, p. 44 M ACOT. Op et, p43. "ACOT. Op. cit, p. 88 96 desenho ambiental © pensomento.ecossstenica de Lindeman substi um espago eccsico dividido por um espago ecolégico eunificado, no qual os fatores abidticos € bidticos Jenne bente no representa mais do que dois aspectos de una mesma realidad De 1935 em diante uma nova discuss junta fricose bidlogos, quando o ico Max Delbruck intiodue conectos da fica 8 genética Dez ancs depos o iio Ervin Schrodinger publica aobra Orden, desorcem eentropi, na qual tatad temodinamnica “osu vivo levanta a questo: de por que os sees vivs parecem desobedecer 20 serundo painco. da temadininics, que nda que um sstene isco evalui cepontaneanente para um estado de equi que coresponde&ensopie matin sto 3 maior devordem. O ser viv €engnstico no sentido de que eva a decomposisio tdpida em diegSo 2 um extad inate de “equlbro pelo comer, bebe espiar © similar, cujo temo téenico € metabolismo.”* Dessa forma o ser vivo, alimentando-se de entropia negativa, retarda a vinda inevitével do momento de sua entropi maxima, que éoda morte. No caso das plantas, 2 potente provisio de entopia negativa€ precisamente 2 luz do sol. Essa andlise faz ‘ocorrer aos ecdlogos que: todo ecossistema se comporta, no plano termodingmico, como tum organismo vivo. Precisamente nesse raciocinio entram os irméos Odum com a ‘obra Fundlamentals of Feology que se toma famose, empregando pela primeira ver a linguagem da termodindmica para descrever os ecossstemas: "Os organisms vivos, 08 ecossistemas ‘toda a biosfera possuem a caractersticatermodindmica essencial de serem capares de ciiar e de manter um estado de ordem interna, ou de baixa entropia...”.”* Para manterem aquele estado de ordem interna, of ecossistemas possuem mecanismos de equilrio que so tanto mais numerosos quanto mats eles sejam ricos em expécies, Dessa forma as sucessbes biocendticas delendem o ecosstema conte agressées externas ou os desregramentos internos que pdem em perigo. Os ccomistemas evoluem atin para 0 estigio cimécico na qual se mantém em estado de # ACOT. Op tp. 99. % ACO. Op. at, 9-99. 4 visdo ecosistémics 7 equilfbrio dindmico. Lm bom exemplo de ecossistema em estado limécico é a floresta tropical imide da Amaz6nia ‘As formagées sucessoralss80 as mais rumerosas e variadas em decowéncia de viétios agentes, tas como a agio milenar do homem, catéstofes naturis vatiagées climsticas. No entanto, € por meio delas que somos eapazes de predizer © cade de um ecossistema num tempo t2 em funcéo de seu estedo num tempo t1 Em 1948 oamericano Norbert Wiener ciador da ciberntica, enfatizoua enalosia entre informagio e entropia, no sentido em que a quantdade de informagio de um sistema a medida de seu sau de orgarizacio ea entrpia de um ssteme &a medida de seu grau de desorganizagéo e que, portanto, 0 primeito é 0 inverso do segundo. O: Agroecossistemas. Cosumase ctr, feotetemente, «ubiizigo cone uma das mais importantes agées humanas sobre o meio ambiente, esquecendo-se que © impacto agrcola devasta do mesmo modo srandes extensbes da superficie da Terra, que a agticukura nada mais € do que extensio do fendmeno utbano. : __Opoblemacenal da atonomia conten ato de que oda pti clue opse 7 attificialmente & dindmica natural da vegetagio, na medida em que todo o eee do De de espécies naturalmente presentes na zona cue Ae oe espécies: jaa acarreta também o das espécies eco rismoshomeststicos fcam empobrecdos ou desaparecem, ‘como € 0 caso das monoculturas extensivas, com a destruicSo das adventicias.”* Hines do who, tae dit do pia oe dag anges © composigio guna de seus fides e tides. Dciostio Aur de Lingus Portugues. *ACOT. Op ot, p. 104, 98 Sues de tenecameto: or oraoe eo esta falas veapndo at eva dee, composts de um cial veya quenteceptam a Jas do ensades, acndo-s irae no slo ates quan o# ok {Tagu, Dever st consuls depots de eidades plaoneto tio 0 que ecw lcngo 9 P0 com nivel de engerhati, segundo dmerionamento adenuide 5. 2 exc regione 195 Zona de Uso Disciplinado Il — Compreendendo dreas situadas nas meies encostas, com declves acentuades entre 19%6 e 259% que, pela alta suscetibitdade 2 erosdo, no sdo recomendéveis para lavouras que requetdo revolvimento (eragio) constante do solo. Contudo, prestam-se ainda pera pastagem desde que bem manejadas,e de importante manutencSo na S1e3 por se stuarem em resifo de produgso de lete. Além das pastagens e em extensdolimitada, podem, sem prejuzo 20 solo, ser for eleta em pontos devidamentepreestabeeides para averisuasio de 2 qualidade crcncaminkamento a0 orgasm de conele do meio ambiente, Pe verilicagio ¢ fiscalizagSor —o muicpi deve ear nomas probindoo dispsigo de avalaver Pe de lixo no solo da APA. Para a producto desses efeitos, recomenda-se especicamente —aconsugo de una ETE Estagio de Tatamento de Essotos 2 e3 urbana ee ibn no tatarento de 90% 2.95% de emogto de DBO, do municipio, Jodos afluentes¢ do io Atibaia para conduzr ‘aimplantagio de interceptores 20 long sr egotos até a ETE a expanséo dered pba par oleta pros? de 100%, Pa at instsas da dea, com ato potencial polbidor, deve ser PHO pre tatamento, para que 2 rede pba pose receber seus elutes — esabelecinent par des ris ede produo aga do médulo ce lote sintno de 5.000 m, com a disposigio dos esgotorem fossa séptics e sumidouros ry comunieaso ao ergrisno de defesa do meio ambiente, dos produtos ¢ das uantidadesvblizada de defesvesageolas¢feizantes serena 308 moradoreseusubios da APA do Biro de Using pate acondiionem o ino er sazos pins eos depostem er loci das prevents ecabelecidos para a coleta pela Prefeitura Musicipale — a contatagio de projeto pare o estudo deta assnlogo de Repres da sina eda APA, a inde insrumenaizar o sen? % de defesa do meio ambiente. do da capacidade de | Be excl regions 197 ‘Mineragio—Considerando o caréter predatério da atividade mineradora, quanto 0s processas comumente utilizados no pais, ¢ em face d fod , e em face da pequena extensso do Bairro de Usina, recomenda-se: seacaeeaetat —a proibicio de novaslicengas ou autorizacd 40 de mi ae vas licengas ou autorizagées pata a extracso de minéros na ~ a exigéncia da elaboracio de plano de recuperagio da drea minerada, em atendimento 3 Resolugio SMA n° 18, de 23 de outubro de 1989. : Gestéo — 7 fo da A iste) Recomenda-se armunicipalizacio da Area de Protegso Ambiental de sia, uestéo ue eavolve, preponderantemente,diagnéstico da dis constitucional dle comoeténca para a ceguagso da APA, ‘A materia € bastante incipiente na doutrna e na jurisprudéncia, como se pode cw sendo as APAS insttuto recente. Desse manera, nada poderia ser avaiado gorcamente, sigrficando a ofientagojudica mero bakizamento de caréterinttucional As vanta regula tagens da regulagio municipal referem-se fundamentalmente 8 propria pace fiscaizadora e ofientadora de que dispée a estrtura administrativa local viabilizanc 2cisdes fosses Ne ; . lo que decisdes fossem tomades com maior rapideze eficéncia. Mais do que , restigindo-se @ APA a0 ambito municipal apenas, e em consonéncia com a Consttuigio jurica pertinent i Por tuclo quanto esté aqui exposto, & de se concluir que deve ser da competéncia — ; cde Atibaia a egulagio da APA em questio, evidentemente sem que isso 18 de forma absoluta, ndo sendo excluidas as competéncias constitucionalmente asseguradas ao Estado e & Unio Federal Limites — ca ~ Uma vez superado © processo de municipalizagso da APA, a quando de sua consumacio, a extensdo de seus limites devem fer-se para toda a vérzea do tio Atibaia, dentro dos limites do municipio. 5. 9 scale resioal 129 128 desenho ambiental Essas recomendagées tém por objetivo a protegio da extensa de vérzea ainda - - i pouco ocupads do rio Atibaia, tendo em vista a frasilidade deste ecossistema & g q iH ie 4 cocupacio humana. gk ee 4 Anda, esta recomendagio vem 20 enconto dis propostas elaboradas para Ee = be i esta érea pele Socienco, empresa contratada pela Prefeitura Municipal para eleborar lB sf £ E : i ‘0 novo Plano Diretor. Nele é proposto um sistema de parques para Atibaia, com 3 le odd [le fis 2 ‘a destinagdo da vérzeas do rio Atibaia e dos ribeitses Taboio ¢ Itapetininga para 3 [3 get a i iy i parques lineares urbanos. ls a 3 a a2 ak 3 3 le fs 2a$ EG Begs 2 De acordo com 0 Plano Diretor, 0 objetive do parque linear do rio Atibaia € dl a aig Pal a & ls turstico, com a preservacso do curso d’égua eo incremento da pesca, atividade de lazer 3 a re 8 a aes 2 {3 tradicional na resi80, que vem sendo desestimulada pelo crescimento da ocupacéo na z [2 332 Bak set s |3 virzea, O parque proposto nas margens do sio Atibaia ocupa a vérzea junto 3 érea al i, i a Ae aR i Gola urbana, desde a interseegdo do rio com a Rod. D. Pedko | até seu cruzamento com gl Bu F ale aed 44/8 Rod. Fernéo Dias. A jusante, até as proximidades da érea oeupada pelo “Indo”, 4 Eseeaie ees bale siua-se a &ea de influéncia do parque, zona de uso destinada a atividades ig g complementares aquele. z ig i & 5 ae 2 S Em vista do exposto, a recomendacio de ampliagio da APA a toda vérzea do 2 Be ed 3 fio Atibaia toma-se procedente, desde que seja considerada sua municipalizagio, 0 oe Be =a que leva para perto de sociedade civil de Atibaia o controle ea fiscalizacSo de par- Bae ag 3 le g Fy 3 a (4, ae AE te de seu patriménio ambiental a be aite EE be n $ a3 [Eas ge. Segue-se sumo expliavo do Zoneanento Anbientel propos para a APA, sig ia kee G iH ehg ce uma seqiéncia de paisagens ilustrativas da érea de estudo (Figs. 5.16 ¢ 5.17). see 2388 IS 33 3; lez £38 Geeisigetss tre ev bile Jia 4 gig eabige mide oa il peu Beni oD sale HHABAL AG nas i bihad st i oi Ela Hs Z i iE 5 ak i= e- i 2 EE IP 5 ig 2

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