Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Mas, porque estou a dizer tudo isso? Porque mais do que mentir sobre a
realidade, esta expressão e luta política do movimento gay no mundo todo – como, agora,
discute-se, vexatoriamente, na Argentina – faz parte de uma nonsense que é ainda mais
aviltante no contexto em que vivemos: estou a falar, agora, do fenômeno jurídico como não
representativo da realidade, é dizer, a não legitimação social do que se quer estabelecer e
impor para todos. Isso porque a sociedade brasileira é eminentemente cristã (cerca de 95% da
população). E, assim, em tese, este conjunto de pessoas entende o matrimônio como um
sacramento entre homem e mulher, nos exatos termos da tradição etimológica grego-
romanista que vimos e, mais ainda, nos exatos termos da tradição da moral cristã. Assim,
estabelecer no nosso sistema jurídico que Matrimônio é um instituto (conceito), ou uma
instituição (realidade), também entre pessoas do mesmo sexo é criar um “Direito” que não
corresponde à nossa realidade, seja ela em termos de natureza humana, seja ela em termos de
consciência e moral jurídica.