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i= * , * ; ia ARTE. PLUMARIA DOs [NDIOS KAAPOR | * | oJ . | " AKANGATAR — Diadema de penas caudais de japu. E 0 ade- reco mais belo e mais elaborado dos Kaapor, aquéle a que empres- tam maior importincia mitico-religiosa. Constitui mesmo um sim- bolo tribal pois Ihes foi dado por Maira, o criador, e representa um papel de destaque em téda a vida cerimonial. £ usado exclusivamente pelos homens, aberto sdbre a fronte como um para-sol. Algumas vézes atam-no diretamente & cabega combinando com um pente préso a cabeleira, O uso mais reco- mendado, porém, é sobre uma corda de talas trangadas provida de penas retrizes de arara vermelha (Ara macao (Linn.) que se algam acima da nuca. Esta disposigao mais suntuosa parece obri gatéria no caso de uso cerimonial. E composto sobre uma faixa tecida de algodio que se pro- Tonga em tranga e fios soltos (95 cms. compr. total) para o amar- ramento. A emplumagio fixada perpendicularmente a faixa, con- fere a0 aderego uma admirivel flexibilidade e permite sobrepor as camadas de penas quase com a mesma naturalidade com que se assentam nos prdprios passaros. Seis pingentes presos & porgio trangada da faixa ladeiam a emplumagio central, de modo a cairem sobre as témporas, quando em uso. Sio constituidos de pedagos da pele com plumas azul- de-bremen de anambé azul (Cotinga cayana (Linn.), As fieiras de penas sto. dispostas em ordem crescente da margem para o centro da faixa formando as s faces do dia- dema. Visto de frente, apresenta na primeira fieira: plumas pardo-matizadas, com brilho de bronze da pomba trocal (Colum ba speciosa Gmelin); 2.*: plumas escarlates do pescogo da arara- canga (Ara macao (Linn ); 3.8: plumas negras com reflexos me- talicos verdes do dorso do mutum (Crax pinima Pelzeln); 42 © 5.4: penas caudais amarelo-ouro de japu COstinops decumanus Pallas). No reverso, conta além das trés camadas da orla, uma fieira de penas axilares vermelho-escarlate de arara-canga. A prancha o apresenta nesta face. Golegio Darcy Ribeiro Guache de Georgette Dumas Museu do Indio — N.? 532 ‘Vinheta’ de Ti, Feacion Sterogyl (Vitamina Dz - Calciferol) \ Distérbio do metabolismo cdlcico, Raquitismo, espasmofilia, tetonia, Osteoporose, osteomaldcia. Doenca de Paget, Adjuvante na consolidacgGo de fraturas, Tuberculose extrapulmonar, principalmente serites e lupus, Tuberculose renal e laringea, Quérato - conjuntivite flictenular, Rinites alérgicas. Sterogyl (Oral) Caixas com 1 e 50 ompolas de 3 cm3 contendo 15 mg de calcifero| (600.000 U.} em solugGo oleosa. Sterogy! Injetével Caixos com 3 e 50 ampolas de 1,5 cm3 contendo 15 mg de calcifero! (600.000 U.) em solucdo oleosa. Sterogyl 100 mg Frasco com 10.cm3 Cada em3 (50 gotos) coniém 10 mg de caicifero! (400.000 U.) em veiculo.aleodlico. LABORATORIOS SILVA ARAUJO — ROUSSEL S.A. RIO DE JANEIRO >... 1046/36 Ome MICA se SA ARTE PLUMARIA DOS [NDIOS KAAPOR Prancha n.* II Tukaniwar TUKANIWAR — Colar de uso feminino que constitui a maior criagdo do virtuosismo dos plumistas Kaapor, Déle se pode dizer, sem exageros, que ¢ uma verdadeira jéia de penas. Compse-se de um cordel de caraud muito bem torcido, de 75 cms. de comprimento, que sustenta ao centro um medalhao, recebe lateralmente duas fieiras de plumas e na extremidade que penderé sdbre o dérso, uma placa ou pingente. As pontas do cordel de sustentagio so deixadas livres para amarrar & nuca. As fieiras laterais sio constituidas de plumas alaranjadas, sedosas e brilhantes do papo de tucano (Rhamphastos vitellinus therezae Reiser). O medalhio ¢ integrado por penas caudais ver- melho-escarlate de ponta vermelho-marroquino de saurd (Phoeni- cercus carnifex, (Linn.) emolduradas por uma série de pluminhas azul-de-bremen de anambé azul (Cotinga cayana (Linn.). A guisa de asas comparecem penas rémiges negras parcialmente revestidas de plumas désse anambé, em camadas diagonais que se prolongam horizontalmente, formando um mosaico sébre a base. Na ultima camada, vé-se a porcdo superior, purpurina, destas plumas, que nas demais fica encoberta. © pingente dorsal é composto com a pele emplumada maxilar superior do mesmo anambé, suas penas rémiges negras € um penacho de plumas abdominais, vermelho-espectro, de tuca- no, representindo, respectivamente, a cabega, corpo e cauda de uma Grnis imagindria. Colegio Darcy Ribeiro Guache e Vinheta de Museu do Indio - N.° 2631 Georgette Dumas \op Glucofer ( Gluconato ferroso) Anemia hipocrémica da infancia Anemia hipocrémica da adolescéncia Anemia hipocrémica da gravidez Anemia ancilostomética Frascos com 40 e 500 drageas dosadas « 0,20 g Em geral, 6 a 10 drégeas ao dio, repartidas em 2a 3 sub-doses tomadas as refeicées. LABORATORIOS SILVA ARAUJO — ROUSSEL S.A. RIO DE JANEIRO REF, 1047/86 omer akc Stat $A 0 ARTE PLUMARIA DOS {NDIOS KAAPOR Prancha no IIT Awa-Tukaniwar AWA-TUKANIWAR — Colar-apito de uso exclusivo dos homens adultos. E um dos principais elementos do cerimonial de nomina- 40, quando deve ser usado e tocado por aquéle que dara nome a crianca. Compoe-se de duas fitas emplumadas ajustadas a cordéis de sustentagao; ao meio, um apito feito de cubito de gaviio real, ladeado por dois feixes de penas longas de arara vermelha. As extremidades superiores dos cordéis de sustentagao sao deixadas livres para o amarramento do colar & nuca; de uma delas pende um pingente. As fitas laterais séo compostas de trés camadas de plumas azulde-bremen de anambé azul (Cotinga cayana (Linn.); a superior armada em técnica de fieira e as demais coladas em mosaico sobre um fOrro de pano que sustenta tam da primeira camada as plumas Quando em uso as fitas envolvem 0 pescogo; sdbre 0 peito descanga 0 apito e os dois feixes de retrizes vermelho-escarlate de arara-canga (Ara macao Linn.) que se sobrepéem trés a trés recebendo cada uma delas, na extremidade, a incrustagdo da pele da cabeca de sai (Cyanerpes cyaneus cyaneus (Linn). As retrizes de arara sio encimadas por uma composigio de penas caudais hegras com manchas brancas da ararimba grande (Megaceryle torquata torquata (Linn.) e da pele emphumada de anambé azul com a respectiva mandibula O apito é provido de furo central, parcialmente ‘bstruido com cerol; as apéfises também sto perfuradas para permitir a expulsio do ar, quando soprado O pingente dorsal representa um passaro, cuja cauda é figu- rada por duas caudas auténticas, negras, de sai, 0 corpo, por frag- mentos da pele azul-genciana désse cerebideo ¢ as asas, pelas asas do mesmo passaro — negras entremeadas de amarelo-limao — acres- cidas das rémiges de um cotingideo para aumentarlhes a enver- gadura. Comprimento total 72 ems. Colegio Darcey Ribeiro Guache e yinheta de Museu do Indio - N.° 2634 Georgette Dumas Alnalgésico ¢ sedativo nas \ \\ sindromes dolorosas Nealgyl Cloralopirina - Cofeina Acetofenetidina Cefaléias - Nevralgics - Otalgias Odontalgias - Dismenorréia e Vidro com 10 drégeas e Nas dores pouco intensas: - 1 a 2 drégeos Nos dores persistentes e rebeldes - inicialmente 2 drageas e depois cada uma ov duas horas, 1 de cada vez, sem ultrapassar a dose de 6 a 8 drégeas nas 24 horos Engulir as drdgeas sem chupar nem mastigar. LABORATORIOS SILVA ARAUJO —ROUSSEL S.A. RIO DE JANEIRO REF, 1048/66 ors cadrcs sms 6A 0 ARTE PLUMARIA DOS [NDIOS KAAPOR Prancha n.° IV ‘Ararh ARARA -As pulseiras e 05 addrnos plumérios das sdias femininas so os mais singelos ornatos dos indios Urubus, embora exijam de seus plumistas 0 maior dominio da técnica de fieiras de plumas, pela delicadeza e pelas dimensSes diminutas do material de que sio feitas. As pulseiras sio usadas por todos, diariamente e duram muitos meses, gragas ao apuro da confeccao. A prancha apresenta, a esquerda, uma pulseira de tufos de plumas vermelho-escarlate do peito da arara-canga (Ara macao Linn.) com entremeio de plumas negras estriadas de branco do dorso do mutum fémea (Crax fasciolam (Spix). O cordel-suporte de fibra de caraud, maior que 0 necessirio ao amarramento (56 cms.), foi emplumado em roseta, a certos intervalos, com plumas cér de laranja do papo de tucano (Rhamphastos vitellinus the- rezae Reiser). A fieira de plumas mais longa (113 cms.) é usada a moda de cinto, presa ao bordo superior da saia ou comio orla nas tipoias. Tem um valor excepcional aos olhos dos Kaapor pela delicadeza dos matizes azuis iridiscentes de suas plumas tiradas da regido urupigea das araras A. macao e A. chloroptera) como por exigit a deplumagio de varias delas a fim de juntar material suficiente para a confeccao do adereso. O entremeio de plumas vermelho- brasil é do pescogo da arara verde © as borlas terminais de plumas escarlates ¢ urupigeas azuis de arara-canga e amarelo-pélido de tucano (Rhamphastos sp ). A prancha apresenta, ainda, uma fieira de plumas amarelo- limao do pescoco da guarajuba (Guaruba guarouba’ (Gmelin) — 48 cms. de comprimento — que é provavelmente a ave mais apreciada pelos indios Kaapor. Usam-na, homens e mulheres, atada a0 lado das bragadeiras, pulseiras e tornozeleiras para contrastar com sua tonalidade clara, as cores vivas daqueles adérnos. Colegio Darcy Ribeiro Museu do Indio - N.° 6673/4/5 Vinheta de H, Fénelon Guache de Georgette Dumas / } i) d | v/) Gonadotropy | Gonadotropina sérica eqiiina } No homem ; Oligo e azoospermia. Esterilidade. Na mulher: Atraso da puberdade Esterilidade anovulatéria Infantilismo genital. Caixa com 3 ampolas de harménio | 800 U. |.) } e 3 ampolas com 2 cm3 de solvente. 4 Gonacoryl {Gonadotropina coriénica urinéric } No homem Criptorquidia. Atraso da puberdade Infantilismo - Enurese. Na mulher Aborto habitual. Menometrorragias. Esterilidade por insuficiéncia luteinica. Tensdo pré-menstrual, Enurese. ‘ Caixa com 3 ampolas de horménio {1,000 U. I.! 3 ampolas com 2 cm3 de solvente. AssociagGo Gonadotropyl + Gonacoryl No homem » Hipogonadismo. Impoténcia. No mulher Amenorréias primdria e secundaria. Nas dois sexos Sindrome adiposo-genital. LABORATORIOS SILVA ARAUJO — ROUSSEL S.A. i Bn RIO DE JANEIRO ARTE PLUMARIA DOS {[NDIOS KAAPOR Prancha no V Rembé -Pipé REMBE-PIPO — Grande labrete em técnica de mosaico, comple- mento quase obrigatério da paramentilia niais. ina nos cerimo- E montado sdbre uma base de penas s6 visiveis no lado avésso, exceto a retriz vermelho-escarlate de araracanga (Ara macao CLinn.) que forma o terminal da pega e ostenta na ponta a pele com plumagem azul de dois tons e negro-veludo da cabeg (Cyanerpes cyaneus cyaneus (Linn.). A parte cémea de uma das penas-base € afilada para introdugio no orificio labial. de sai Sobre éste suporte € composto um mosaico com plumas azul- de-bremen de anambé azul (Cotinga cayana (Linn) dispostas em faixas sucessivas de modo a cobrir, cada uma delas, a parte colada da anterior, exceto a primeira camada que deixa ver sua base escura junto ao raque de sustentagao. O mosaico se prolonga, em parte, sdbre as penas rémiges negras de cotingideo, dispostas em diagonal, que conformam asas e sdbre as caudais da viuvinha (Colonia colonus colonus (Viellot) que ampliam lateralmente a pega. No mosaico foram intercalados dois retingulos de_plumas cotinga-purpura do citado anambé e junto ao apice aparecem plumas carmins, arqueadas, de passaro nao identificado. A composigéo recorda uma forma de ave muito estilizada em que se pode identificar 0 bico, 0 corpo, as asas ¢ a cauda. Com primento: 24 cms, Colegio Darcy Ribeiro Guache e vinheta de Museu do Indio - N.° 2659 Georgette Dumas * REF, 1080/86 Rubrocitol (Vitamina Bt2 cristalizada) e Anemias macrociticas Sindromes neuro e psico-anémicas Ateccdes neuroldgicas Atraso do crescimento Fendmenos de senilidade Disturbios do metabolismo protéico 4 Fenédmenos anafilaticos Rubrocito! 1000 Caixas com 2 © 50 ampolas de 1 m3 l dosadas a 1000 micrograms Rubrocitol 100 Coixas com 3 e 50 ampolas de I m3 dosados 0 100 microgramas Rubrocitol Gotas ‘ Vidro com 10 m3, acompanhado de conta-gotas Cada gota contém 25 microgromas, cada cm3 500 microgramas. Rubrocitol Ferro Frasco com 25 drageos. Cada drégea contém 0,00003 g de vitomina Br», 0,200 g de gluconato ferroso ¢ 0,035 g de pé de antro pildrico. LABORATORIOS SILVA ARAUJO —ROUSSEL S.A. RIO DE JANEIRO mrt circa seme 6A wo ARTE PLUMARIA DOS {[NDIOS KAAPOR (Brenda o sin) lapu Ruwei-Diwd=-Nembi-Rord- ttie re tL - Diwa - huawhhy - Roeduie c) fave" (n-Be s+ DIWA-KUAWHAR — Bracadeiras de plumas que ostentam um dos requintes da pluméria Kaapor: as “fldres” que nelas ¢ nos pentes alcancam a representaco mais realista entre todos os adérnos plumdrios dos indios do Brasil. Utilizando contrastes de colorido ¢ arranjos de forma, o plumista Kaapor consegue figurar desde 0 cAlice e a corola, até os estames das fléres. A prancha apresenta duas variantes. A primeira (33 cms. de compr.) consiste de um fio de sementes negras Cawai) e brancas (Coix lacrima) entre as quais foram armadas “flores” compostas de plumas cdr de laranja do papo de tucano (Rhamphastos vitel- linus therezae Reiser), representando a “corola” e negras frizadas do topete do mutum fémea (Crax fasciolata Spix), figurando “estames”. A outra bragadeira (42 cms. de compr-) ¢ montada sobre uma fieira de plumas vermelho-escarlate do peito da arara-canga, (Ara macao (Linn.), em que foram intercaladas a espagos regu: lares, “flores”, contendo “corolas” de plumas alaranjadas do papo de tucano e “estames” de fios destacados das barbas de penas retrizes de arara yermelha e plumas urupigeas azuis da mesma ave. Golesio Darcy Ribeiro Guache de Georgette Dumas Museu do Indio - Ns. 6677 e 5439 Vinheta de H. Fénelon lsorilone Sal sédico do isonicotidrazono do metosulfobenzaldeido Tratamento da tuberculose e da lepra A posologia média 6 de 50 mg por quilo de péso corpéreo e por dia, aproximadamente 3 g para 0 adulto, repartidas em 4 a 6 doses de 2 comprimidos nas 24 horas, dia e noite. Os comprimidos devem ser desfeitos num pouco d’4gua. Beber meio copo d ‘Agua apés ingestdo dos comprimidos. a LABORATORIOS SILVA ARAUJO—ROUSSEL S.A. RIO DE JANEIRO matt ORCA Somes S.A REF. 1057/86 ARTE PLUMARIA DOS {[NDIOS KAAPOR Akang-Putir Prancha ne VIT AKANG-PUTIR — Omatos plumérios usados principalmente pelas mulheres, colocados & testa, abaixo da franja. Sao constitui dos de porgées de pele com respectivas plumas montadas sdbre uma base de liber ou pano, em técnica de placa, Cada um déles compie-se de vinte ou mais peles de cabeca de minusculos passaros. A testeira representada na parte superior da prancha (30 ems. de compr.) consta das peles dos papos com as plumas de cdr azul-genciana ¢ com as respectivas mandibulas de 23 sais (Cyanerpes cyaneus cyaneus (Linn.), colocadas em série a uma tira de pano com leite de massaranduba, Na face interna, essa tira é revestida com uma leve camada do mesmo latex que, quando aquecida, derrete, aderindo a pele. A testeira seguinte (23 cms. de compr.) compéese de peles emplumadas da cabeca do mesmo péssaro, de dois tons de azul Cgenciano e luminoso) e negro veludo, sobrepostas duas a duas para ampliar a orla negra. A esta se segue uma franja de plumas vermelho-escarlate de arara-canga CAra-macao, (Linn.) que ofe- rece acentuado contraste com a penugem negra, repousando tudo sobre uma tira de liber Onze peles da cabeca do referido sai e um penacho de lecre (Onychorhynchus coronatus coronatus (Miller) situado ao centro da borda inferior, compdem a testeira seguinte (22 ems. de compr.) montada também sobre uma tira de entrecasca, Colegio Darcy Ribeiro Guache e vinhera de Museu do Indio - N.° 6676/2652/2653 Georgette Dumas ( Ae" Syncorty| = i . [Acetato de desoxicorticosterona) e Doenca de Addison Insuficiéncia suprarrenol Estados de choque: hemorrdgico, traumatico, cirdrgico, obstétrico. Doencas infecciosas : difteria, gripe, tifo, etc. Astenia Hipotensdo Convalescenca. Estados de desidratagdo e de desnutricéo toxicose do lactente. ' diarréia crénica, { vémito incoercivel. e Syncortyl 2 — Caixas com 4 e 50 ampolas de 1 cm3, dosadas a 2 mg. f Syncortyl 5 — Caixas com 4 e 50 ampolas de 1 cm3, dosadas a 5 mg Syncortyl 10 = Caixas com 4 e 50 ampolas de 1 cm3, dosadas 0 10 mg. Wy LABORATORIOS SILVA ARAUJO — ROUSSEL S.A. RIO DE JANEIRO REF, 1082/68 rm RNC Se A 80 ARTE PLUMARIA DOS {NDIOS KAAPOR Prancha n° VIII Tukaniwar TUKANIWAR — Colar feminino de tipo mais raro que s6 com- parece numa das colegdes. Trata-se, provavelmente, de criagdo original de algum plumista Kaapor que introduziu novos arranjos no padrdo tradicional de colar. Néste sentido éle exprime a liberdade de experimentagdo estética que mesmo no nivel tribal é responsavel pelo aparecimento de padrées novos. Na fieira tradi cionalmente feita com a plumagem do papo de tucano, esta foi substituida por plumas vinéceo-pirpura ¢ azul-comelia, de anam- bé roxo (Cotinga cotinga (Linn.) de 35 cms, de comprimento. O medalhio exibe as mesmas caracteristicas quanto a forma © a composi¢ao plimea dos usuais. Compée-se de plumas vermelho- escarlate de ponta vermelho-marfoquino de sauré (Phoenicercus carnifex (Linn.) contornadas por uma orla de pluminhas azul-de- bremen de anambé azul (Cotinga cayana (Linn,) que também compdem 0 mosaico da parte superior do medalhao. Este se pro- longa sdbre as penas remiges negras de um cotingideo dispostas lateralmente, em sentido diagonal A plaqueta dorsal; muito simplificada e constituida da pele com respectiva emplumagio azul-comelia da cabega de anambé roxo € respective maxilar. Colegio Darcy Ribeiro Guache de Georgette Dumas Museu do Indio - N.° 2632 Vinheta de H. Fénelon (Wy i Azotyl e Vitamina Ds { Calciferol) - Colesterina Gomenol - CGnfora - Mento! Extratos esplénico e biliar. Caixas com 10 e 50 ampolas de 2 cm3 Estados infecciosos e de desnutrico. Afeccdes broncopulmonares. Bronquites. Bronquiectasias. Convalescencas. Uma injegSo intramusculor de 2 em 2 dias ” LABORATORIOS SILVA ARAUJO — ROUSSEL S.A RIO DE JANEIRO REF. 1059/58 rr Arch BK 6A 80 ARTE PLUMARIA DOS {NDIOS KAAPOR Prancha n.° IX Awa-Tukaniwar AWA-TUKANIWAR — Colarapito, de uso masculino e ceri- monial. £ diverso dos comuns tanto pela auséncia do pingente dorsal, como pelo feitio embricado da emplumagio do cordel-base (55 cms. de compr.) com plumas cér de laranja do papo de tucano (Rhamphastos vitellinus therezae Reiser). A embricagio & obtida pela disposigio das plumas em tdrmo do cordel-base com o lado avesso para dentro, 0 que as faz aderir a éle, tornando invisivel o amarrilho das sucessivas camadas e dando ao conjunto um aspeto roligo como o da cauda dos animais. O apito, de ctibito de gavido real, tem um furo central par- cialmente obstruido com cerol, a apéfise superior furada e a infe- rior inteitamente aparada e recortada. £ adaptado ao cordel-suporte por enrolamento de um atilho de caraué que envolve primeiramente as extremidades désse corde] e, em seguida, pedagos de cordio a cujas pontas so presas seis penas retrizes de arara verde (Ara chloroptera Gray), de tonalidade vermelho-brasil cambiando para o azul Colegio Raimundo Lopes Guache de Georgette Dumas Museu Nacional - N.° 24.705 Vinheta de José Coelho ( Ly Hemosty! { Sangue hemopoético total de cavalo} Anemias secunddrias Astenias - Convalescencas Deficiéncios organicas Distérbios do crescimento. Hemostyl Vinho: FRASCO COM 320 cm3 Hemostyl Xarope: FRASCO COM 250 cm3 Hepamoxyl Xarope Songue hemopoético total de cavalo Sucos de figado fetal e de embrido total Peptonato de ferro - Acido folico FRASCO COM 250 cm3 Anemias primitivas ou secundérias. Deficiéncias organicas e por sub-alimentacdo. Atrasos do crescimento e do desenvolvimento corporal, Astenia e convalescenca. Pés-parto, onde & aco ténica reune a propriedade galactégena. LABORATORIOS SILVA ARAUJO—ROUSSEL S.A RIO DE JANEIRO fer. 004/38 ii ARTE PLUMARIA DOS {NDIOS KAAPOR Prancha n.° X Akangatar AKANGATAR — Diadema de penas caudais de papagaio. Usado somente pelos homens, diretamente atado a cabeca ou montado numa armagio trangada. Nos dois casos, abre-se sobre a fronte como um péra-sol deixando cair os pingentes sobre as témporas. E armado sdbre uma faixa de algodio com a parte central tecida que se prolonga para os dois lados em tranga e fics soltos com © comprimento total de 92 cms. As fieiras de plumas sio dispostas perpendicularmente a esta base, em ordem crescente até o meio, formando uma das faces, ¢ dectescente dai por diante, formando a face oposta. A seqiténcia das diversas fieiras é a seguinte : 1.4 e 11, plu minhas pardo-matizadas com brilho de bronze do pescogo da pomba trocal (Columba speciosa Gmélin); 2.4, 4.3, e 10.4, plumas ver- melhoescarlate do peito da arara-canga (Ara macao (Linn.); 3.4 € 9.3; plumas dorsais negras com reflexos metélicos verdes de mu: tum (Crax pinima Pelzeln); 5.4 6, penas caudais de papagaio (Amazona aestiva aestiva Linn.) de colorido verde-floresta cam- biando para o verde-maga; 7.4; penas axilares vermelhocoral de arara verde (Ara chloroptera Gray) tendo ao centro da ficira as vermelho-escarlate da arara-canga, 8.4; plumas azubitaliano da re gido urupigea da arara-canga, alternando, com as peitorais escar- lates, da mesma ave Os pingentes sio composigées policrdmicas montadas com por- goes de pele e respectiva plumagem ¢ penas isoladas sdbre borlas de algodio, Compéem-se das plumas azul-persa de um cerebideo (Dacnis cayana (Linn.), carmins de anambé (Hematoderus mili- taris (Shaw), azuil‘comelia de anambé roxo CCotinga cotinga CLinn.), azulitaliano das penas urupigeas da arara-canga, penas modificadas para o vermelho-granadino de bacacu préto (Xipholena lamellipennis (Lafresnay), plumas vermelho-espectro, abdominais, de tucano (Rhamphastos vitellinus therezae, Reiser), além de outras, Colegio Raimundo Lopes Guache e vinheta de Museu Nacional - N.° 24.604 Georgette Dumas Acimetion (d°I-metionina } Patologia hepética Cirrose hepatica, hepatite esclerocongestiva. Angiocolite -Angiocolecistite, acompanhadas ou ndo de ictericia - Hepatite téxica medicamentosa, acidental ou profissional. Hepatite infecciosa, primdria e secundéria 4 doencas infectuosas agudas. Cirurgia Queimaduras - Complicagdo hepatica conseqiente 4 anestesia geral Hematologia Anemias hipocrémicas hepatorresistentes Anemias secundérias hipocrémicas - Pérpura Obstetricia Toxemia gravidica - Pré-eclampsia Eritroblastose fetal - Anemia da gravidez. e VIDROS COM 25 e 250 COMPRIMIDOS ‘Cada comprimido contém 0,50 g de d'I-metionina A dose média 6 de 1,5 a 5 g por dia (3 @ 10 comprimidos) Deglutir sem mastigar a LABORATORIOS SILVA ARAUJO—ROUSSEL S.A. RIO DE JANEIRO . REF, 1088/86 Cre ondnca soe 84 He ARTE PLUMARIA DOS {NDIOS KAAPOR Prancha no XI Rembé -Pips REMBE-PIPG — Adérnos labiais executados com porgées de pele e respetiva plumagem, montados em técnica de placa. Apresentam uma forma triangular, ornitomorfa. © primeiro, & esquerda, (27 ems. de compr.) ¢ elaborado a partir de uma base de penas invisiveis no anverso com excegio da retriz de arara vermelha (Ara macao (Linn.) e das axilares da mesma ave, que sobressaem na borda inferior. O canhio de uma penas base foi afilado para introduzir no orificio labial. O corpo do labrete compreende a pele abdominal azul— de —bremen e a do papo, cotinga — pirpura, de anambé azul (Cotinga cayana Linn.) com a respectiva mandibula. No mpr.) 0 st porte é constituido por uma farpa de madeira reforcada com um chumago de penas invisiveis no lado direito. Essa base recebe lateralmente, em sentido diagonal, plumas rajadas do topete do mutum fémea (Crax fasciolata $ gu los inferiores se projetam pena axilares vermelho-escarlate de arara- canga e cobrindo sua interseccio com a base, a pele dorsal azul genciana de sai (Cyamerpes cyaneus cyaneus (Linn.) seguindose, mais acima, a de outro cerebideo (Dacnis cayana (Linn.) de colorido azul-persa jabrete representado & direita (20 ems. de c pix) & maneira de asas; dos é Colegio Darcy Ribeiro Guache e vinheta de Museu do Indio - Ns. 26572658 Georgette Dumas ap Lithiodina B (lodeto de litio - Carbonato de litio - Vitamino Br) Lithiodina Salicilada (lodeto de Iitio - Salicilato de litio - Carbonato de Iitio! Algios agudas ou crénicas Nevralgios - Neurites - Mialgios Reumatismo - Gota Arteriosclerose. UTHIODINA B . Caixa contendo 4 ampolos de 5 cm3 de Lithiodina e 4 ampolas de | cm3 de Vitamina Br (10 mg). Injecdo intramuscular ov endovenoso de uma ampola de lithiodina e uma ampola de vitamina Bi, misturadas no mesma serings, no momento de usar, Nos casos graves, repetir até 3 vezes ao dia. UTHIODINA SALICILADA + Caixas com 6 50 ampolas de 5 cm3 Injegdo intramuscular ov endovenoso de uma a duas ampolas, didriamente. ae LABORATORIOS SILVA ARAUJO — ROUSSEL S.A. RIO DE JANEIRO ARTE PLUMARIA DOS [NDIOS KAAPOR x (Prancha n° XII! Diwé-Kuawhar [APU -RYWAL- DIWA Joke 1! NAMBI- Por eee epee ce IAPU-RUWALDIWA — Bragadeira de penas caudais de japu. E um dos mais simples ornamentos da paramentalia masculina e feminina. Consiste de uma fieira de plumas vermelho-escarlate do peito da arara-canga (Ara macao, (Linn. (38 ems. de compr.) do tipo usado como pulseira, a qual se intercala, de espago a espaco, penas caudais amarelo-ouro de japu (Ostinops decumanus Pallas). Nas extremidades do cordel de sustentagio da bracadeira foram enfiadas sementes negras (awai) e brancas (Coix lacrima) culti- vadas para éste fim, que servem de fécho para prendé-la forte- mente ao biceps, de modo que as penas assumam posigao irradiante. NAMBLPORA — Brincos usados por homens e mulheres de todas as idades. Sio confeccionados em técnica de mosaico bi-facial, compacto, para serem usados diariamente durante muitos meses. O inaior (5 cms, de compr.) de forma aproximadamente re- tangular, arredondado nos Angulos superiores, foi composto sdbre duas penas-base, coladas uma & outra com leite de massaranduba CMimusops excelsa) que ficam invisiveis sob 0 mosaico. Seus canhées sio dobrados para formar uma alga que recebe o cordel de sustentagio a ser introduzido no orificio da orelha. Esta base & recamada com plumas pardo-matizadas do pescogo da pomba trocal (Columba speciosa (Gmelin) formando um retingulo emoldurado por plumas azul-comelia de anambé oxo (Cotinga cotinga (Linn. que se prolonga fora de contémo nos dngulos inferiores. No dpice do brinco vé-se a portio purpurina das plumas da primeira ca- mada. O menor (3 cms. de compr.), de forma ovalada, é integrado por um recamo de pluminhas azul-de-bremen de anambé azul (Cotinga cayana (Linn.) que 0 contornam, pondo em destaque as plumas cotinga-purpura do papo désse pissaro que se repetem junto ao apice. Colegio Darcy Ribeiro Guache de Georgette Dumas Museu do Indio - N.° 510-2628/2627 Vinheta de H. Fénelon Digisol (Solucdo milesimal de digitoxina pura } Insuficiéncia cardfaca Fibrilago auricular Taquicardia paroxistica e Vidro com 10 cm3 de solugéo hidroalcodlica, Cade cm3 (50 gotas) contém 1 mg de digitoxina A posologia deverd ser rigorosamente de acérdo com 0 caso @ a critério exclusive do clinico. Em geral, 10 a 15 gotas por dia, dilvidas em um pouco d'égua. LABORATORIOS SILVA ARAUJO — ROUSSEL S.A RIO DE JANEIRO REF, 1081/86 lrmurcancs ten $A - 0 ARTE PLUMARIA DOS {[NDIOS KAAPOR Prancha n.° XIII Tukaniwar TUKANIWAR — Colar feminino diverso do padrio usual pela auséncia da fieira de plumas de papo de tucano, aqui substituida por uma carreira de mintisculos ossinhos cos de passarinhos, esculpidos para assumir um formato arredondado, imitando contas O medalhio é do tipo comum: também néle as penas caudais do saura (Phoenicercus carnifex (Linn.) de colorido vermelho- escarlate e ponta vermelho-marroquino figuram a cauda do passaro; as rémiges de cotingideo, as asas, que sao recamadas até um tergo do comprimento por uma série de pluminhas de anambé azul (Cotinga cayana, (Linn.). Representando 0 corpo e a cabeca da ave imagi- néria, comparece a pele do abdomem ¢ do papo do mencionado anambé, de tonalidade azul-de bremen e cotinga-purpura, respecti vamente, A composigio é completada por uma orla de plumas désse cotingideo que emoldura a parte inferior do medalhio, pas: sando também no centro. No pingente dorsal, as plumas vermelho-espectro do abdomem do tucano CRhamphastos vitellinus therezae Reiser) ocupam 0 lugar da cauda; a pele da cabeca com o maxilar de um anambé azul exprimem 0 corpo e a cabeca de uma érnis e, lateralmente, representando as asas, as proprias asas verde-azuladas com 2 res- pectiva cobertura, alaranjada, de um periquito (Brotogerys chry- sopterus Linn.). Trata-se de uma representagio mais figurativa, porém menos elaborada, denotando uma tendéncia a simplificagao. Comprimento total — 41 cms. Colegio Darcy Ribeiro Museu do Indio - N.° 5422 Guache e vinheta de Georgette Dumas ‘ '& te ee —_ ‘ Lutogyl Progesterona (horménio do corpo amarelo | Esterilidade feminina Abérto habitual e iminente IntervencGes cirdrgicas e distirbios durante @ gravidez Amenorréio Hipomenorréia Metrorragia Dismenorréia e WWTOGYL 5: - Coixos com 3 e 50 ampolas de I cm3, dosadas a 5 mg de Progesterona, em solugdo oleoso. LUTOGYL 10: - Coixas com 3 e 50 ampolos de 1 cm3, dosados a 10 mg de progesterono em solugéio oleosa. LUTOGYL 25: - Caixos com 2 e. 50 ampolas de 1 m3, dosadas « 25 mg de progesterono, em solugdo oleosa, LABORATORIOS SILVA ARAUJO — ROUSSEL S.A. RIO DE JANEIRO REF. 1058/80 Comer culrea sme S480, ARTE PLUMARIA DOS INDIOS KAAPOR Prancha n° XIV Kiwaw - Putir KIWAW-PUTIR — Pente enfeitado com fios emplumados em roseta c fldres de plumas. fo adérno de uso mais fregiiente, tanto pelos homens como pelas mulheres, principalmente estas que tém néle um dos principais elementos da toalete festiva. Usam-no preso a franja ou atrds, a cabeleira, deixando cair sdbre os ombros os fios emplumados que emolduram o rosto, configurando a si- Ihueta mais peculiar das Kaapor. ' E feito com um par de varetas plano-céncavas (25 ems. de comprimento) de madeira rija, ligadas uma a outra com cerol. entre as quais se inserem de um sé lado, palitos, que servirio para pentear. Das extremidades do pente pendem “flores” ¢ fios emplu- mados em roseta com a ténue plumagem do papo de trés espécies de tucano (Rhamphastos sp.) de tonalidade cér de laranja, ama- relo-pilido e branco, entremeadas de plumas escarlates do peito da arara-canga (Ara macao (Linn.), negras de gratina (Gnorimop- sar chopi sulcirostris (Spix) e migangas azuis, Como acabamento terminal de alguns pingentes, figuram plumas da cabeca da gratina, cartilagem ornamentada com. dese- nhos decorativos e uma medalha de metal Colegio Darey Ribeiro Guache ¢ vinheta de Museu do Indio - N.° 2646 Georgette Dumas KR \ We Vy’ Hordenol {Sulfato de hordenina } e Diarréias - Disenterias Enterites - Enterocolites e Caixas com 6 e 50 ampolas de 2 cm3 e Adultos: DOSE DE ATAGUE: 2a 3 ampolas ao dia, ‘num pouco d’égua acucarada, via oral, reservando-se © uso subcuténeo para 08 casos graves. DOSE DE CONSOUDACAO: Uma ompola didriamente, via orol. Criangas: Inclusive lactentes, uma ampola diério, via oral, S6 excepcionalmente, hé necessidade de empregar & de ompolo, via subcutanea. LABORATORIOS SILVA ARAUJO— ROUSSEL S.A. RIO DE JANEIRO REF. 1080/58 ‘Orne. Oncaea 3A 40 7 re ~ ay is 2 a € . . : . DARCY RIBEIRO e BERTA G. RIBEIRO * “« « * o * . .ARTE PLUMARIA DOS [NDIOS KAAPOR + r . Pranchas de Georgette Dumas Detlh cae * RIO DE JANEIRO - wa ’ 4 DARCY, RIBEIRO e BERTA G. RIBEIRO ARTE PLUMARIA DOS {[NDIOS KAAPOR Pranchas de Georgette Dumas RIO DE JANEIRO - 1957 Os Laboratérios Silva Araujo - Roussel S.A. tém a satisfagao de oferecer a Classe Médica brasileira, como uma homenagem especial, éste album de reproducées das mais altas criacoes estéticas de uma tribo indigena contemporanea: a Arte Plumiéria doa. neice Urubus-Kaapor, do Maranhao. A imagem visual que nos ocorre mais espontaneamente quan- do pensamos em indios é a de figuras nuas empenachadas. Ao lado dos arcos e flechas, esta nudez emplumada os tem caracterizado sempre como oO atributo mais peculiar. Téda a copiosa documentacao iconografica que se vem acumu- lando desde o século da descoberta, os representa assim, invaria- velmente envoltos em mantos de plumas ou profusamente adornados com enfeites de penas. E’ provavel que esta imagem esteja muito proxima da que fazem de si mesmos. Ao menos os que sao objeto déste estudo, tém de si préprios como idealizacao mais alta, a de figuras engala- nadas com uma paramentaria de penas multicores. Desde os primeiros encontros entre indios e europeus, os adér- nos plum4rios suscitaram o interésse e a admiragao dos observadores mais sensiveis, como a arte indigena mais aprimorada. Pode-se mesmo datar o inicio déste interésse, ja que o primeiro objeto recebido pelo descobridor foi aquéle “sombreiro de pennas d'aues” que um marujo de Cabral trocou por carapucas, segundo o teste- munho de Pero Vaz de Caminha. Mais tarde, tantas destas pecas foram levadas a Europa que a quase totalidade de artefatos indi- genas quinhentistas existentes em museus, é constituida por coifas e mantos de penas dos Tupinamba. Figs. 1 e 2 Indios Tupinamba quinhentistas, de acérdo com a iconografia da epoca. E’ na plumaria que encontramos a atividade mais eminentemente artistica dos nossos indios, aquela em que revelam os mais elaborados impulsos estéticos e mais vigorosas caracteristicas de criagéo propria e singular. E é natural que assim seja, porque a plu- magem dos passaros com sua variedade de formas e riqueza de colorido, constitui o material mais pre- cioso e mais acabado, por assim dizer, que a natureza oferece aos indios para exprimirem-se artisticamente. O seu maior interésse estético, por outro lado, estava voltado para o embelezamento do préprio corpo. Da combinacgéo daqueles recursos e destas tendéncias, resultaria a elaboragéo de uma técnica requintada que, associando penas e plumas a diversos outros materiais, permitiria criar obras de arte capazes de competir em beleza com os mesmos passaros. Algumas tribos sé se utilizam da plumagem na forma e acabamento com que se apresenta na natu- reza. Tomam chumacos de plumas e penas selecio- nadas pela forma e colorido atraentes para colar ao corpo, introduzir no furo das orelhas, nariz ou labios, ou, ainda, para dispor sébre a cabeleira, obtendo efei- to de meros enfeites aos quais nao é dada elaboracao técnica que permita trata-los como criacgées artisticas. Entre esta utilizacao simplesmente apropriativa de elementos que em estado natural ja se recomen- dam como adérnos e o desenvolvimento de uma ver- dadeira arte, se impée a elaboracao de uma tecno- logia adequada aos materiais plumarios, de todo um saber complexo, quase uma ciéncia, s6bre a fauna ornitolégica e, sobretudo, um apuramento de sensi- bilidade para as combinagées de cores e os arranjos de formas que so se alcanca através do esférco con- tinuado de geracées. Assim, sé € legitimo falar de arte plumaria, quando o valor estético das penas é superado por um esférco de imaginacao, sensibilidade e virtuosismo que permite construir com elas obras que valham por si préprias, como criagées singulares e capazes de suscitar emocées estéticas, pela harmonia da forma pela felicidade da combinagao cromatica e, ainda, por uma consisténcia tactil suave e atrativa. Diversas tribos brasileiras alcancaram tao alto aprimoramento néste campo que, com referéncia a seus adérnos plumarios, se pode falar de uma ver- dadeira arte. Suas criacdes satisfazem As mesmas exigéncias de desenvolvimento técnico e impulso es- tético original bem sucedido que, aplicados a outros materiais, deram lugar a téda as artes. Exploraram com maestria a exuberancia da fau- na ornitolégica das regiées em que viviam, tirando partido de sua riqueza de formato e colorido. Em suas obras se encontram exemplos magnificos da uti- lizagdo da imponéncia das penas longas da ema e do jaburu, das céres vivas das araras, da alvura das garcas, do matizado da plumagem dos gavides e mu- tuns, da delicadeza de formato e colorido dos papos de tucano e dos galos da serra, dos efeitos iridescen- tes das plumas de sais, cotingas e pipras. Algumas tribos levaram adiante éste requinte, provocando a mudanga do colorido das penas de certas aves para obter matizes mais claros e brilhantes. A fragilidade do material plumario foi um de- safio vencido galhardamente por prodigios de des- treza no manuseio das penas, aliado ao completo dominio dos procedimentos técnicos mais meticulosos, cujas exigéncias comecam na coleta das penas e se acentuam em cada etapa até a conclusao da obra. A arte plumaria dos indios do Brasil apresenta certas uniformidades essenciais derivadas do uso dos mesmos materiais, de certas identidades tecnolégicas e do carater formalista que, em conjunto, a distin- guem de outras, como a plumaria predominantemente figurativa e altamente desenvolvida dos povos andi- nos e mexicanos. Sobrelevam, porém, a estas unifor- midades, tao evidentes discrepancias que nao pode- mos falar legitimamente de um estilo plumario unico dos indios brasileiros. O que se impde a observagao é, ao contrario, a presenca de estilos diversos cada um dos quais caracterizado por atributos tao peculiares que permitem identificar com bastante precisao a ori- gem de uma peca qualquer. Estes padrées estilisticos em alguns casos cor- respondem a uma tunica tribo, detentora de um estilo préprio dentro do qual conforma tédas as suas cria- cdes. Outras vézes se difundem por areas etnograficas inteiras, tornando-se comuns a tribos diferentes nao sé lingiiisticamente, mas por outros caracteristicos. O que particulariza éstes estilos sao certas quali- dades diacriticas, como modalidades de procedimento técnico, o uso de certas associagédes constantes de materiais, determinadas variantes de combinacao cro- matica ou modos préprios de obter efeitos formais. Mas éstes atributos, por si somente, nao definem os Figs. 3a 8 Paramentaélia de plumas dos in- dios Boréro, Munduruku, Tapirapé; , Oyana, Karajé e Taulipang, deten- tores de alguns dos principais estilos plumistas do Brasil 10 estilos plumarios. Cada um déles, além de uma com- binacg&o peculiar destas qualidades, tem de préprio uma individualidade de expressao que se imprime em cada peca e se deixa reconhecer quase fisionémica- mente, mas que se nao pode descrever com precisao. A associacgao da plumaria aos trancados ou aos tecidos lhe empresta caracteristicas tao peculiares que pode servir de critério para distinguir duas familias estilisticas diversas. A primeira é representada prin- cipalmente por tribos do norte do Amazonas, como os Apalai, Galibi, Taulipang, Waiwai e outros que, montando seus adérnos plumarios em imponentes armacées trancadas, conseguem um efeito majestoso, mas nao parecem sensiveis aos requintes de acaba- mento. Outros exemplos de estilo plumario voltado para suntuosidade, na base da associacao com tran- cados e varetas se encontra nos Bororo, Karaja e Tapirapé. Estas tribos manifestam uma tendéncia pronunciada para a utilizacao das penas longas mon- tadas em armacées rigidas, alcangando dimensdes avantajadas, de magnifico efeito cénico. Seus diade- mas rotiformes ou seus largos leques do ocipicio sugerem, pela aparatosidade,a paramentalia de gran- des cerimoniais de auto-afirmagao tribal. Os mais altos representantes da segunda familia estilistica, baseada na associagéo da plumagem aos tecidos, sao alguns grupos Tupi e, em particular, os Munduruku e Urubus. Suas criagdes se distinguem pela flexibilidade que permite aplica-las diretamente ao corpo, pelos requintes de acabamento e pela pro- cura de efeitos cromaticos sutis em pecas de dimen- sodes diminutas. Enquanto os estilos anteriormente referidos parecem voltados para a suntuosidade e o esplendor, éstes sugerem a delicadeza das filigranas e a sensibilidade e virtuosismo das iluminuras. A arte plumaria apresenta tanto qualidades das chamadas artes menores, como o carater ornamental e reiterativo, quanto atributos geralmente conferidos as belas artes, como sua natureza predominantemente suntuaria. E’ essencialmente um esf6érco para emprestar beleza e majestade ao corpo humano. Ao contrario de uma escultura, por exemplo, uma peca de pluma- ria sé alcanca plena expressividade quando aplicada ao corpo, como um diadema aberto sdbre a fronte ou um manto caido sdbre o dorso. As técnicas em que se baseia foram desenvolvidas e encontram rea- lizagdo como fins em si mesmos. Sé pretendem criar obras perfeitas e belas numa atitude de pura fruicao estética. Nao sao disciplinadas pelo respeito a uma utilidade pratica imediata,como ocorre com a maioria das atividades artisticas tribais. O oleiro que modela um vaso esforgando-se para exprimir com o barro suas emocées estéticas, jamais pode esquecer que sua obra devera conter um liquido e, eventualmente, ir ao fogo. O cesteiro que tranca uma esteira e procura emprestar-lhe maior beleza, nao pode ignorar tam- bém sua finalidade de uso. O plumista deve ater-se tl 12 tao somente as imposicées do material, as exigéncias © da técnica e as caracteristicas morfolégicas da parte do corpo humano a que ira aplicar-se. Em tudo o | mais é livre e s6 se espera que crie formas belas — dentro dos padrées do estilo tribal. Enquanto naquelas atividades artisticas tribais a procura de beleza é 0 acessério, o dispensavel, em face da finalidade utilitaria da obra, na arte plumaria ~ ela é o fundamental, o elemento imperativo. E seu caminho para alcanca-la é, na maioria dos casos, 0 dos arranjos puramente formais, despidos de qualquer intengdo simbélica ou figurativa. 5 Nesta linguagem muda de contetidos manifes- tos, mas tao altamente expressiva de valores estéti- cos e culturais, é que os indios do Brasil exprimiram mais vigorosamente sua alegria de viver, a grandio- sidade de seus cerimoniais e, sobretudo, a oportuni-— dade de realizacao estética de que gozaram enquanto” puderam manter sua autonomia cultural. f Foto 3 Cerimonial de nominag&o, no mo- mento em que colocam o diadema de japu na cabega da crianga. 13 q) (2) 14 Darcy Ribeiro estéve entre os indios Urubus de dezembro de 1949 a marco de 1950 e de agésto a novembro de 1951, no curso de um programa de pesquisas etnolégicas do MUSEU DO INDIO - Seccao de Estudos do Servigo de Protecao aos Indios. Esta andlise foi realizada por Berta G. Ribeiro, sob os auspi- cios do MUSEU NACIONAL, como parte de um estudo mais amplo s6bre a arte plumaria dos indios do Brasll QO: indios Urubus ou Kaapor como se denomi- nam, vivem na orla mais oriental da floresta amaz6- nica, & margem dos igarapés que desembocam nos rios Gurupi, Turiassu e Pindaré, no Estado do Ma- ranhao. Chamados ao nosso convivio ha apenas vinte e oito anos, falam até hoje exclusivamente a sua lingua — um dialeto tupi — e conservam os prin- cipais tracos da cultura original. Sao, provavelmente, os indios contemporaneos que mais se aproximam dos modos de vida dos Tupinamba quinhentitas. O presente trabalho se baseia em observacgées diretas efetuadas nas aldeias Kaapor (1) sébre o papel e a funcdo da arte plumaria na configuracéo da cultura e num estudo de dois conjuntos de adérnos de penas, analizados em sua feicao artistica, tecno- légica e ergolégica (*): a Colegéo Raimundo Lopes, do MUSEU NACIONAL, que consta de 200 especimes, obtidos em 1930, dos indios que afluiram a ilha de Canindéassu, no rio Gurupi, onde se dera a pacifi- cacao dois anos antes; e a Colecao Darcy Ribeiro, do MusEu bo inpio, colhida nas préprias aldeias, que é pouco mais numerosa. O territério tribal dos Kaapor é coberto pela vegetacao tipica da Hiléia cuja avifauna é conside- rada das mais prodigiosas e variadas do mundo. Dessa variedade de espécies, éles selecionaram para os seus ad6érnos, as de colorido mais brilhante, com- preendendo cerca de setenta matizes de mais de trés dezenas de aves. A caga aos passaros para obtengao das penas com que fabricam seus ad6érnos, constitui atividade constante e das mais exaustivas. Com éste objetivo estéo sempre vigilantes para as arvores de cujas flores ou frutos as espécies mais reputadas se ali- mentam. A importancia dos adérnos plumarios em certos cerimoniais e o prestigio de que desfrutam aquéles que possuem aderecos mais elaborados, sao os motores dessa atividade passarinheira que conso- me longos dias de trabalho de todos os homens c na qual os meninos se exercitam desde a infAancia. 46° 50° o a o° 4° 4° : slUAUN SF Gf oY ¥ GUAJAISARAS Tl mM)\B RA 8° — SX 8° 50° 46° Localizacgéo geograéfica dos indios Urubus- Kaapor e das tribus circunvizinhas. Foto 4 Cena de aldeia Kaapor, a noite, Foto 5 Indios Kaapor envergando seus adérnos plumarios durante um cerimonial. 10 Cena plumario dos indios Kaapor se caracte- riza pelo gésto do detalhe, a sensibilidade da compo- sigdo cromatica e o virtuosismo da execugao. Os seus adérnos sao comparaveis a obras de joalheria, por seu tamanho reduzido, a composicéo requintada e acabamento meticuloso. Embora nao se possa clas- sificar a plumaria Kaapor como arte representativa, nao ha como negar ésse carater a certos elementos de seus adérnos, como os pingentes dos colares, os brincos e labretes. A associagdo de penas a tecidos e a cordéis, propicia a flexibilidade tao caracteristica de seus adérnos, peculiaridade que se estende a todos os grupos Tupi. A pratica da técnica de mosaico, enseja a realizacgdo de magnificas estilizagdes de pas- saros. Suas representacées de flores com plumas sao das mais naturalistas. Nelas se pode distinguir até mesmo estames. Figs. 10 e 11 . Homem e mulher Kaapor, com os adérnos plumérios que usam nos dias festivos, Foto 6 Mulher Kaapor em dia de festa, usando brincos, colar e pente. Os adérnos Kaapor sao altamente padronizados e apresentam pequena variedade de formas. Apesar desta fixidéz dos padrées, é impossivel encontrar dois espécimes idénticos, tanto pela variagao natural das penas quanto por impulso do préprio plumista em obter efeitos novos. Os Kaapor aproveitam tédas as possibilidades oferecidas pela matéria prima com que laboram. Pra- ticam técnicas de amarracdo, de colagem de plumas e pedacos de peles com a respectiva plumagem a uma superficie e urdidura de plumas em tecidos. Através da amarracao da parte cérnea sobressalente das bar- bas de penas (raques ou canhées) ao longo de cor- déis, obtém as fieiras de penas que comparecem em quase todos os seus adérnos. Atando os canhées de plumas, com o lado avésso para féra, em térno de cordéis realizam as “flores” e pingentes emplumados em roseta; colando pluminhas em camadas sucessivas a uma base, executam os seus mosaicos figurativos. Os indios Kaapor concentram quase todos os seus adérnos plumarios na cabeca. Nos dias de gran- de gala, os mais exigentes apresentam-se ornados como passaros fantasticos: o diadema aberto na fron- te combinado com um arranjo de penas longas alcadas atras ou com vistosos pentes com fios emplumados em roseta; uma testeira rebrilhando abaixo da franja e adérnos plumarios colados as macas do rosto; brin- cos pendendo das orelhas; 0 vetusto labrete que lhes da um ar solene, o colar-apito de que tanto se orgu- lham, bracadeiras e pulseiras, o cinto de algodao emplumado, tornozoleiras e, para completar, o corpo todo pintado ou listado caprichosamente em vermelho e negro. As mulheres pouco ficam a dever em elegancia. Embora nao lhes seja dado usar o vistoso diadema, ostentam a testeira, os ornatos faciais, os brincos, pentes présos 4 franja que deixam cair fios de plu- mas emoldurando o rosto, as vézes um outro pente preso atras na cabeleira, o belo colar que tanto realca Foto 7 Diwé, tux4ua Kaapor e um dos plumistas mais reverenciado por seu virtuosismo, envergando o diadema combinado com um pente, o colar-apito, labrete, brincos e bragadeiras. 19 Figs. 12 e 13 Diadema de penas.)s O mesmo adérno montado sébre uma cor6éa de talas trangcadas em combinacgéo ccm penas caudais de arara. sébre 0 colo pintado de urucu; as bragadeiras, pul- seiras, tornozeleiras e um adérno de flores de plumas e contas encimando a saia. Para visualizar a imagem da mae Kaapor, temos de figura-la também com a tipoia ornada de penas em que carrega o filho mais novo, éste igualmente paramentado com miniaturas déstes mesmos aderecos, a excecao dos pentes e diademas. O diadema (Akangatar) (Pranchas I e X) é a obra prima da plumaria Kaapor, tanto pelo virtuo- sismo técnico exigido na sua confeccao e pela malea- bilidade, como pela importancia mitico-religiosa que lhe atribuem. Flexionado transversalmente, abre-se ou fecha como a asa de um passaro; longitudinalmen- te pode-se folhear as diversas fieiras, como paginas de um livro. Compée-se de trés elementos distintos: a) uma faixa tecida de algodao, que recebe na parte central, b) fieiras de penas e, lateralmente, c) pin- gentes. Quando em uso éle se abre s6bre a testa como um para-sol, deixando cair os pingentes s6bre as tém- poras. Para éste fim ¢ montado sdbre uma coréa de talas trangadas que se assenta na cabecga pouco acima das orelhas. Nesta base sao inseridas penas caudais de arara vermelha que, partindo da nuca se alcam em sentido vertical, emprestando imponéncia ao dia- dema. As carreiras centrais, montadas perpendicular- mente a faixa sao as que mais se destacam e caracte- rizam o tipo de diadema, podendo ser de japu (Pran- cha I) quando forem constituidas das penas caudais amarelo-ouro daquéle passaro; de papagaio (Prancha X) quando dominam suas penas retrizes verde-flo- resta e verde-maca e de arara quando integrado pelas penas da cobertura das asas das duas espécies de araras vermelhas, que apresentam todos os matizes do espectro. Outra peca belissima da paramentalia Kaapor, esta de uso exclusivamente feminino, € o colar (Tukaniwar) (Pranchas II, VIII] e XIII). Seus prin- cipais elementos sao um cordel grosso de caraua, mui- to bem torcido que sustenta, lateralmente, duas fieiras de plumas, geralmente alaranjadas do papo de tuca- — no, ao centro, um medalhao e na extremidade que pendera sébre o dorso, uma placa ou pingente. Tanto o medalhao como o pingente dorsal sdo ornitomorfos. Miniaturas désses colares sao confeccionados para as meninas Kaapor. ——

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