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ie a, 12006 Casa Pl Livia, Eons © 4 pot» ere ttl oe paca at pesea, po “m ntrzatie por serio don oars 1 eas rauares {go Hered Ginter hyram China Chine Credo Coles Producto Grifen & Capa ‘nate Pai Mane Iereasionas de Cailozagto na Poblienste (CP) ‘Cimarn Brasieien ao Livre, SP Bras) Dalai So Palo: Cas do Pte, 208 ~ (Cle loos ‘eae dig yr Ui Se Mis) 1. tse hanky De Ag, Débon: Dabo sera des 0s das de pico ea Hngan porgucse & 64 an Saw hac! 1010 fom Mesos 15251400 Naa? Bei Tots (i) 5240097 She: wwmccanadpetsing com 8 12, A Books Casa do Psleslogom® AV se Sto Aare, 1020 Vie Madalens 0547-030 Sto Paulas Bras AQUI Tal 30313600 ema xnaopaclogndeseedosesage.com 1 OLHANDO A PESSOA E SEUS OUTROS, DE PERTO E DE LONGE, NO ANTES, AQUI E DEPOIS Maria Clotilde Rossetti-Ferreira Centro de Investigagdes sobre Desenvolvimento Humano Educagio Infantil (Cindedi / FFCLRP ~ USP)! Considerando o tema do V Congresso Brasileiro de Psicologia do Desenvolvimento ~ Psicologia do Desenvolvimento: Teoria, Pesquisas e Aplicagdes -, propus-me aqui 2 diseutir duas questdes centrais, A primeira, como visGes tebrico-metodologicas da érea con- tribuem para construir relidades sociais, que podem influir, moditi- ‘care restringi o desenvolvimento ea qualidade de vida dss pessoas, ‘muitas vezes inserindo-as em um movimento de exclusdo. Tal ques to chama a ateneo para nossa responsabilidade moral e éica nes se processo, jé que, em fungilo de seus pressupostos, as teorias con solidam formas nio s6 de compreender e estudar 0s processos ddesenvolvimentais, mas também de constituir as relagGes que Ihes dari suporte eas priticas profissionais que sobre las se incid Em segundo lugar, posicionando-me dentro do leque de visdes exis ‘tentes no campo e, x partir dele, pretendo discutir abordagens, como ada Rede de Significacdes (RedSig) (Rossetti-Ferteira et al., 2004), {que ttam do estudo do desenvolvimento humano dentro de ura abordagem que contempla o paradigma da complexidade. A mete & ‘Tagua pei Kat Sunt Aner, Mr Se Aj Sut Cia {tet emi log do Gap de Aaa Fanta, tag © Aah oe ‘turmeric Aemscmcts4 Fa 9 CNP poole Paraiso Davevunte Ronen ANvay dliscutir como estas perspectivas, inovadoras no easnpo, acabain por {questionar as formas habituais de atuago em Psicologia, desafianda 08 profissionais e pesquisadores « buscarem novos caminkos para a pritica de pesquisa e intervencio, Toda essa diseussio sera feita Ccentralmente a partir dos diversos percursos, questées, prticas ¢ estudos empiricos desenvolvides ao longo da minha carrera e atita- io na dea, Particularmente, para essa discussdo, apresentaremos alguns episédies advindos de-nossos estudas na drea de educagiio infantil, incluso de criangas com necessidades especiais na pré-es- cola e de nossas experigncias de investigagées mais recentes sobre ocothimento familiar, abrigamento ¢ adogio. Nestes estudos o foc se amplin para além do individuo e das diades, todos os quais se fencontrams em interagdes sempre situadas em determinados contex- ‘os, permeadas por uma matsiz secio-historica, que se concretiza © se transforma a cada momento no aqui ¢ agora des situages. Ao propor sua teora ecoldgica de desenvolvimento humano, Uric Bronfenbrenner, (1979, 1986) apontou, a partir de extensa revisto Dibliogrifica, que tem havido na psicologia do desenvolvimento urna ppredomniniincia hist6rica do estud dos processos desenvolvimentsis com focu no individuo (geralmente na erianga). O foco na diade ‘adulto-crianga surge posteriormentee prioriza a diade mae-crianga, Apesar das intensas mudangas desde 0 levantamento de Bronfenbrenner, outras andlises revelam que esses focos ainda pre- valecer nas investigagiies ¢ intervengBes dos psicélogos (Cairns, 1983; Horowitz, 1987). © foco no individuo / pessoa A maioria dos manuais de psicotogia do desenvolvimento reflete bem essa dominancia de uma visio linear, fragmentada c escontextualizada prevalente na érea. Fala-se-no desenvolvimento near do individu, agrupando os fatos do desenvolvimento em est _05, elgpas ou fases. Associado a isto, muitas destas pesquises fun- amentan-se cin um conceito de desenvolvimento que define, a prior, suis fatores protegem:individuos do softimento © quai fa ores induzem sojrimento e descompensagdes de toda ordem. Part ‘bcaso de protcgio, abordam a nogdo de resiliéneia, que & a habilida- de de resistir ao estresse que se desenvolve em criangas que cres- ‘gem em condigdes desfavoriveis, e que as indus. a desenvolverem- fe como adultos com alto grau de bem-estar (Rutter, 1987). Luthar & Zigler (1991) reinem trés pontos que atuam como fatores vos, aumentando a resiliécia frente & adversidade: a) carac- ferstcas de personalidade como autonomia, auto-estimae orienta- {io social positiva; b) harmonia e afeto Familiar, com auséncia d= {lesavengas; ) disponibilidade de ura sistema de suporteextemo qus tencoraja reforga os esforgos de enentamento. Um out alceree teérieo deste tipo de pesquisa € o coneeito de periodo sensivel, segundo 0 qual, 0 desenvolvimento da pessoa nfo est determinado por um encadeamento de fasesrigidas, mas em seu caminho ii ‘momentos em que detcrminada ifhuéneias ttm maior peso, Cabe sponta que, entre os diferentes autores que tm trabalha- do com a concepeio de estigios e fase, hi diferengas importantes, tradvzindo concepes de estigios muito diversas e até mesmo opos- tas, Apesar disso, os autores esforgam-se por definir os estigios © sua sucessio, por discutr 0 problema da passagem de um estigio a jutro e ainda por colocar a questio sobre ® continuidade / so, Peano desempeno da crane em sites comets <2 Sv elas de desenvolvnento oem tess, como 904 {go Estranha de Ainsworth (Ninsw sth ef a, 1978). Fste dltimo, farscularmentc,propie-s a avaliar a relagio de spe go da eriangs Pram elago A me, mas ao Sazé-tofocaliza pends o compo comreranga em uma situaglo artificial de exacerbago das =P" (sei ipogo. Analisa-se assim, através do desempento da Tee te de ra Ss de avalaga,osuposto produto de um proceso se mento no qual grande parte da responsabilidad Eatib ese, Mas ete aspect dears para dseuir mais adam's, Sforando um pouco mais a avaliagio cjo foca dige-s= PAO Tegempenlio da crianga em situagdcs controtads, Nocr questt dap avetiagies,embro-me de uma discuss aeresnante or aeasiao da elaboragto do Referencial Currcwer teresa Pore Educ Infantil (Brasil, MEC, 1998) En de ‘umn A OR ATI, NT LM NA assessoraprinipalmente taboo do vol » Jo do volume 2, Farmaco Pes -soal ¢ Social, cujo vixo do trabalho se referia, prioritaramen if proceso de contri de dented eaten sobre on pinto ao doi pia omits ese vit x la a cquipe uma grande preocupagio em estimul: ar = alse gat aa ee ofa Sis ean apr uh Co ib pen 10 resultado, no produto desse trabalho, @ ser ace: ido prio copending Com espe fais we vas oases fundaroentvan- retin demon cep ‘ied ca cee dep es Als moti etnies oan od ere ‘ee tp de avalos cu contapuna dis agus. ni ets pin nt reba area 7 nai errno poss om cn -vimento mais precoce ou tardio (dentco da extens tude de varia. go normal), seja da fala, da marcha, d oemene a Sibldadc coma quran O cute tpuncrosameuvee ‘impr oe ot ea eae ssenvolvimento € de seus contextos, Nao seria, pois, n i inte: esate propor yl fs cider rcvesslades Siento ave thes estayam sendo oferecidas pela creche wan Shr? trouser oes Erp cgomsc nis dr om wai sit ese opt i orientar melhor os profissionais sobre como aperfei rs préprio trabalho com as criangas ¢ suas famili Pee ‘O que me parece mais sério ainda & on : ia rio anda que oesldos davai goon pray cu comm a a see Scie ania competes ene, re mits eres sérios processos de exclusiio, 7 a vend ain ovina ea Acndium meninodequstoanospoaiem enzo idade, mas extremamente ativo. Os pais pediam uma orienta ‘eo, pois se tratava de uma erianga que nascera prematura, fiver © desenvolvimento da marcha e da fala bastante atrasado, como havia alertado 0 pediatra, que 08 aconsethou a se prepararem para acolher ‘uma erianga com sérias defieigneias para o resto da vida. Eles seal- ‘mente tinham feito 0 maior esforga nesse seatida, tratando-o com 0 ‘maior carinho eprotegio. No entanto, a partir do naseimento do inno, ‘dois anos antes da consulta, obscrvaram uma grande melhora em set ritmo de desenvolvimento, como que imitando as habilidades ereseen- tes do irmao, embora permanocesse ainda hiperativa ¢ um pouco di «il de controlar, Nas avaliagdes e observagbes, ni verificamos ne ‘nhum atraso, apenas alguma diffculdad em provas que exigiam mo 'mentos motores finas, Conversando com os pais, feo claro que eles hhaviam correspondido na medida do possivel ao conselho do pediata, aceitando as “deficiéncias” prognosticadas para o filho, A “erdnica de ‘uma deficigncia amunciada” poderia de fat terse coneretizado se no aparecesse 0 inno “normal” e um ambiente aelequad para seu do- senvolvimento, que favorecesse.o desenvolvimento do mus velho, Esse 'menino teve posteriormente um desenvolvimento até precoee, ese ‘vendo um livro aos 11 anos de idade, Foi assim evitada @ construsio social de mais um deficiente. Mas quantos outros estio sendo assim construidos neste Brasil fora? ‘Nossa experigncia sobre a incluso de eriangas com paralisia ce- rebral na escola regular (Yazlle, Amorim, & Rossett-Ferreira, 2004) ¢ ‘uma dissertago de mestrado sobre discursos de profissionais de sa de sobre os processos de incluso socal e escolar de exiangas com, pparalisia cerebral (Roriz, 2005) evidenciam claramente esses process sos de exclusdo em ago, tendo, como conseqiigneia, a construglo social daquela deficiéncia prognosticada. O que os profissionais de side (incluindo-se aqui o psicdlogo) falam pataa familia ao diagnos- ticarem algum tipo de problema na crianga influencia fortemente as imeragdes que 0s pais ¢ familiares estabelecem com ela, tendo um grande efeto sobre as condigies de euidados e, conseqientemente, de desenvolvimento que ser20 propiciadas a essa crianea. Analisemos ‘mais umn caso, resultado da investigagio de Lier de Vitto (1987), para deixar mais claro como is suede, Uma familia atendida por Lice de tcve us eriangas com sras dfs auaivas No caso da Aca, a surdez x6 fi descobera quando aeiangatinka um ano © i: puna, descobera se det aos oto meses: e quando mi isto, devconara dese o nico. O nivel de desenveh frente da fila eda comunicag hess rings no acomparbo seu {pau de dficiécia audit avaiao por instruments independen- sy miso tro qu as fia itrairam com cls sna peta: dp au es cram capazs de ouvir Ao descrever a evo dha tissu come sting a nivel de desenvolvimento Bem mor do queasdcmis, ame eur comentrnesinecedo “quando tne dsm que ela er sds, eu me cals, no eonsepu mals far fonversando com ela como fica aneronmente Ex assim, eianga fou privada devices momentos inraivs, onde iveraoportnidades deaprender virion recursos comunieatvos, come gests, postures, nose, inclsive, litre labia, Esse casos, dente outs, nos mostram como as familiares e ss pessoas que cidam da vanes inferagem com ela © onzanizam Sed ambiente confarme suas expecativas sobre o desenvolvimento daguelacrangae sobre seu proprio papel em elo aes, adguitido através de sus experncas de vida quel cultura que so va ter conseqiénins sobre o desenvolvimento da cian, ‘hose considera iso, 8 mplicages so de qc odesenvelv- mento nfo resulta apenas de earactersteas individuals, mati racionlmenteemergemes e passives de serem detetadas cm av lags. Trtase de um proceso de constr social que se mas e através das agdes e iteragdesestabeleidas por esse individu ‘com otras pessoas, em amnbients sociale culturalmente organ dads ‘iris expecaivas, crengaso tora psicolgicas tm, por ss, um fort poder auto realizado, sudan a consi competencis ¢ deficiécis. Nose fla com quem se jul sudo, nose ensina a ‘quer mos jlan capa do aprender, clhe-e em casa, isla, a eriang com paisa cerebral que se juga incapar dei escola, CConcrtzam-s, assim, prognésticsfellosanterirmente Gostaria de apontar importante papel dos profsionas de sa dee, om particular, de ns psslogos eda Psicologia neste proceso. Para explicitar methor esse influnein no processo de construcio social de competéncias e deficiéneias, assim eomo no processo de inclusio ¢ exclusto, passemos ao foco da discussio a diade. Ampliando-se o foco do individuo para a diade studos envolvendo a diade comegaram a aparecer no campos ‘com maior freqGéneia, a partir das dcadas de 1950-1960, Nessa abordagem, uma diade fot particular e amplamente privilegiads: « dade mie-erianga, Esta tem um status tinico tanto no imaginario popular como na Psicologia do Desenvolvimento e esse starus advésn, fem parte, das earactesisticas proprias da espécie humana. Denre 0s animais, o ser humano & aquele que, 0 naseer, apre- senta a maior impericia, imaturidade e incompletude, sendo ineapaz: de sobreviversozinko. Bvolucionariamente, essa ineompletude ote ria constituldo como uma espéeie biologicamente social (Wallon, 1959a, in: Werebe e Nadel-Brulfert, 1986). Isso impde a0 bebé a rneoessidade inti do outio social, de sua assistencia constante,sen~ {do-the assim vital una relaglo prOxima ¢ constante com um parceio {da mesma espécie, Por favorecer essa relagio que garante su $o- brevivéneia, sua evolugdo filogenética possivelmente otimizou seu potcncial para eslabelecer e manfer um contato precoce com 0 ot fro, atvavés de uma grande expressividade emocional, tanto facial, ‘como postural e gestual, O bed? nasce assim dotado de un repert6- rio bioldgico complexo, com umalto grau de organizagio perceptiva e expressiva, que favorece seu intercdmbio com o outro social. Nes se intercdmbio, a emogio revela-se como consttutiva do vineulo com, ‘outro (Fogel, 1993; Carvalho, 1998; Bussab & Ribeiro, 1998). Fas competéncia do reeém-nascido, no entanto, s6.tem rele~ \éncia por que os outros slo capazes de ser mabilizados ede (re)azit emogao, no interior das relagSes estabelecidas. Entende-se, assim, ‘que a diade bebé-outro tenha evoluido filogeneticamente como am sistemta interativo (Carvalho, 1983). No amogo da construgio das relagdes bebé-outro, esse outro social passa a inserit a erianga em contextos ou posigies agindo como seu mediador. ese owro que complement ¢inter- pret 0 eb para o mando e 6 mando part ele. F por meio do ou f dos movimentosdesse oui que suas primeiras atitudes tomar, forma (Wallon, 1959, in: Werebee Nadel Bret, 1986). Particulamente, 2 Teoria do Apego de Bowlby (1968) ¢ a ava- tinge do apego através do teste da Situagao Estranha (Ainawoch et al, 1978), de inspragaopsicanalites,afirmam que, pelo menos nos primeira anos de vids, esse outro social tera de ser referencia. anente a mie. Assim, atibuem especial relevo ao pape fundamental dessa relaco para o desenvolvimento psicoldpicosaudivel da tian «ano decorrer da vida, enfatizando os riscos do ni estabeleimento Surompiraentodesse vnculo, Mas seré que ess outro, pelo menos nos primeizes anos de vida, tem de ser @ mae? Relatos hstricos mostram que fala nuceare, paticularmente, euidado exclusive da crianga pequens pela me const um fenbmeno recent eno genealizado ho min. Ao (Ariés, 1981; Poster, 1979). Como aponta Lamb (2008), véris estudos tém extesaments decent qu sere humans seven em gos mas complexos diversifcados que adie mio-rianga, Na propria so Cidade conemporaze, em se muliptiado a deca oon esteuturagaoerestraturao familia, com criangasfreqlentoments convivendo com pais separados, com seus novos compari om emis de outras unis. Ademais, a crescent partcpagi di ruler no meraio de abo emai ignietvamente 3 nimero de mies com eriangas pequenas que tabalham por longos Pevodss dros fora deca faze com que hj tes compatitnado das criangas, mesmo das bem pequenas "Embora tena estado muita pesquisa e constuido conhec- mento sobre desenvolvimento afetive nos primetes anos de vid. © ‘mesmo em periodos posterors, a teoria de apego inroduzia una série de idias que prevalecem no imagiario popular. Ademas, in. ‘eoduziusérias rests &analise dos relacionamentos eam malt. los outros significativos, como pai, a6, amis, tos, outas rian 6s, edusidores, os quis exercem um papel eacal no eid pro. {eciio, socializagio, ensino de bebe e eriangas pequenas, com apon 0 Pease co Desnocvant Rusa ERATEAS ARIAS tam Lamb 42005) ¢ Lewis e Takahashi (2005), a0 introcuziro nime- ro especial Beyond the Dyad em recente edigdo do Human Development Em fungi dos clissicos pressupostas, no entanto, para os 125- rieos do apego, o cuidado/educagao da erianga pequena em outros tcontextos, como ereches, por exemplo, constitu um risco para o de- ‘envolvimento sadio da erianea, por envolver separagies dias da ime eum euidado mvitiplo por varios adultos (Main, 1998). Isto por- ‘que, nessa perspectiva, © desenvolvimento da etianga deve se dar basicamente através da interagio eriangs-adulto e, em especial, da ‘rianga com a mie, com quem estabelees forte vinculo afetivo. 'Nesse sentido, nas décadas de 1980-1990 © mesmo nesse nove ‘miténio, predominam estudos unglo-saxbes eorrelacionais que bus- ‘cam avaliae as conseqiiéneias adversas da freqdéncia da crianga & fereche, Apesar de resultados freqientemente contraditorios da ‘crescente participago de macs com fillos pequenos no mundo do trabalho, no imaginrio popular prevalece a pergunta: mae que é mie deixa seu bebs na cteche?, usualmente causando angtstia, conflito © ‘tiscdrdia em varias mulheres e familias. Angst que era (€2) re= Torgada pela opinio do pediate, do psiedlogo e das avés.. EF interessante notar que estudos escandinavos, franeeses e it tianos da época (Cresas, 1991; Fiorani & Musatt, 1986; Mantovani ‘& Terzi, 1987; Pramling, & Lindalh, 1992) dedicavam-se mais a0 “studo das interagbes de eriangas pequenas em cteche ¢ investiga~ ‘vam novas formas para promover ambientes de educagio coletiva de qualidade para criangas pequenas, os quais fossem acolhedores para as eriangas © suas familias € adequados a suas necessidades sesenvolvimentais. 'Ainfluéncia da literatura de apego sobre a Educago Infantil, no centanto, permaneeeu forte, prevalecendo a idéia de que, para evitar tim eventual prejuizo para 0 desenvolvimento da erianga, era neces tio garantie na creche wm euidado materno substsuivo adequa- ‘do, Como deserevemos em artigo da paca (Rossetti-Fereira, 1988), ‘ess idgia norizou nosso trabalho de pesquisa e intervenga0 que, com auxilio de pés-graduandos ¢ estagirios de Psicologia, desenvolve- fnos ei creches filantropicas e conveniadas da regio de Ribeirio Preto. No caso especifico dessa pesquisa (Silveira er al., 1987), como 6 interosse resdia em analisar se havia nas ereches um cuidado ma- temo substitute adequado, 0 foco dos registros observacionais recaiu na dade rianga-adulto, Entetanto, periods de vitios minutos se pass savam sem que fosse registrada uma tinea inferagZo entre a eriane fobservada ealgum funcionério, Decidiu-se entio mudar tipo de re- isto, passando a focalizar 0 adulto responsivel no momento, regis- ‘rando qualquer tipo de contato que acorresse entre ele ¢ uma evianga ‘ou grupo de eriangas, Esse registro confirmou haver nessa ereches lum ambiente interacional extremamente pobre, Por ter um grande nimero de criangas a seu encargo, as edueadoras proviam apenas os ccuidados fisicos basicos, impunham ordem e disciplina,e nfo tinham clisponibitidade para uma interago maisindividualizada e afetivacom as eriangas. Impressionava-nos o ritmo de trabalho automatizado das

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