Terceiro parágrafo: O que aqui é assinalado como primeiro contacto com fenomenologia é o que usualmente se informa sobre fenomenologia de Husserl e de Heidegger.
Terceiro parágrafo: O que aqui é assinalado como primeiro contacto com fenomenologia é o que usualmente se informa sobre fenomenologia de Husserl e de Heidegger.
Terceiro parágrafo: O que aqui é assinalado como primeiro contacto com fenomenologia é o que usualmente se informa sobre fenomenologia de Husserl e de Heidegger.
1. Terceiro pargrafo: O que aqui assinalado como primeiro contacto com
fenomenologia o que usualmente se informa sobre fenomenologia de Husserl e de Heidegger. Assim o que usualmente se diz no meio acadmico e especializado sobre a questo est resumido na afirmao: a diferena entre um e outro filsofo estaria na distino entre Bewusstsein, conscincia, de um lado, e Dasein, Pr-sena, de outro, e a referncia, a comunho de ambos, estaria na maneira de lidar, no procedimento e mtodo, com que se trataria da conscincia e da pr-sena, num e no outro caso. Dito de outro modo, no caso de Husserl o tema conscincia, no caso de Heidegger, Dasein. Diferena est portanto no tema; a unio entre os dois no mtodo: a referncia, a comunho de ambos, estaria na maneira de lidar, no procedimento e mtodo, com que se trataria os temas diferentes, uma vez conscincia, outra vez Dasein. Ora, a diferena entre Husserl e Heidegger no se pode reduzir distino de tema e unio de mtodo. Por que no? Porque, a diferena e a referncia incluem ambas as coisas, tanto o tema, quanto o mtodo. Pois, o que a fenomenologia nos faz perceber que tema e mtodo formam uma unidade e perfazem um movimento s. Sem o percurso desta percepo, ningum se descobre dentro, nem se encontra com o curso da fenomenologia em todo fenmeno. Isto significa que tema e mtodo em Husserl e em Heidegger, em formando cada vez um movimento s, no possui referncia a modo de um mtodo comum, aplicado a dois temas diferentes, conscincia e Dasein. No fenmeno Husserl, o tema e mtodo, formando um movimento s se chama conscincia transcendental (fenmenointencionalidade-fenomenologia = <ego cogito cogitatum> = ego cogito <ego cogito cogitatum> = cogito-me cogitare = conscincia transcendental. Trata-se, pois, da ao ou funo ttica de uma conscincia transcendental. Nesse cogito me cogitare ou cogitans sum o seu ser se retrai sempre de novo e cada vez como facticidade, portanto como no ser da conscincia. Em Husserl esse no de alguma forma colocado como algo transcendental. Mas esse colocar-se no uma tese mas, o movimento de ininterrupta e contnua passagem do ser da conscincia para o nada de si, como que a se perder-se, a se esvair na impossibilidade de se captar a no ser a partir e dentro da conscincia como no-conscincia que a condio da possibilidade da conscincia. Nessa facticidade de ter que ser conscincia na responsabilidade de e pelo ser da conscincia fenmeno que j em si mesmo, como fenmeno-Husserl, fenomenologia. Em Heidegger esse transcendental da conscincia como noconscincia passagem, no no sentido de para alm, de uma margem oura, mas sim o Da, o mdium, a clareira, o curso da fenomenologia em todo o fenmeno. Istoo significa que nesse Da-sein, nesse Sein-Da est toda e inteira, cada vez de novo, a fenmeno-logia. Por isso, para Heidegger pensar consiste em encontrar-se no Dasein com o Dasein, como Pr-sena na fenomenologia de todo e em todo fenmeno. Em Husserl a fenomenologia dissimula a sua Dasein-heit, a sua pr-sena como conscincia transcendental: o nada como no-ente. Em Heidegger, o ser do no-ente desvela o Da, enquanto possibilidade de ter-que-ser cada vez de novo e novo o em sendo no recolhimento do ser e acolhimento do nada da identidade na diferena e na diferena da identidade de todo o qualquer fenmeno como fenmeno, ser passagem, a re-vira-volta, o retorno, do ente no seu ser e do ser no seu ente como o Da-sein do em sendo: como da-seiendes Seiende. Isto quer dizer: o ente no (kommt nicht vor, no ocorre), se d (es gibt): evento, Er-eignis, apropriao, Er-ugnis, a mira: por que se d simplesmente o ente e no antes o nada? Porque o ente, o em sendo sem porque. Se d por se dar. No v se algum o v. entoao do ser.
2. Experimentar se possamos sentir i. , mirar (ad-mirar) o que foi insinuado nos
seguintes versos de Joo Cabral de Neto, Antologia Potica, 5a edio, Rio de Janeiro, Jos Olmpio editora, 1979, p. 17-18: Tecendo a manh Um galo sozinho no tece uma manh: Ele precisar sempre de outros galos. De um que apanhe esse grito que ele E o lance a outro; de um outro galo Que apanhe o grito que um galo antes E o lance a outro; e de outros galos Que com muitos outros galos se cruzem Os fios de sol de seus gritos de galo, Para que a manh, desde uma teia tnue, Se v tecendo, entre todos os galos. 2. E se encorpando em tela, entre todos, Se erguendo tenda, onde entrem todos, Se entretendendo para todos, no toldo, (a manh) que plana livre de armao. A manh, toldo de um tecido to areo Que tecido, se eleva por si: luz balo. Diz, pois, ngelus Silesius: Die Ros ist ohn warum; sie blhet, weil sie blhet, sie acht nicht ihrer selbst, fragt nicht, ob man sie sieht (A rosa sem por que; floresce por florescer, no sabe dela mesma nada, no pergunta, se a vem) (Der Cherubinische Wandersmann. Sinnliche Beschreibung der vier letzten Dinge, Peregrino querubnico. Descrio sensvel das quatro novissimas), nr.89.