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eRe ee ANO 2: 2014 ::n° 07-4 sou ieee ey BETES Uc UOT RUE Wo usicalidade De RR ecm De ne LE em comum ita Os) ¢ ) CU uu c) [ Fe Peta Re Ma tr) Pere ter Berea Mel yey) Ue Re tr CL eat) Técnicas de Jazz-Blues, com Cer Ree eee Oem cd COO ae ee Cae a Cea eee at Quem nao e visto nao e LEMBRADO! ANUNCIE AQUI! Keyboard Expecinlizade. cm missin! contato@keyboard.art.br Bras| Keyboard ANO 2: 2014: n° 07 : Distribuigao gratuita workeyboardart.br Editora Musical teacual Revista Keyboard Brasil é uma publicagao mensal da Keyboard Editora Musical. Diretor © Editor executive: maestro Marcelo Dantas Fagundes Chefe de Redacio e Design: Heloisa Carolina Godoy Fagundes Caricaturas: André Luiz Silva Santos Fotos: N. Jardim Marketing e¢ Publicidade: Keyboard Editora Musical Correspondéncias / envio de material: Rua Rangel Pestana, 1044 - centro Jundiai - So Paulo, CEP: 13.201-000 Central de Atendimento da Revista Keyboard Brasil (11) 4586-7172 E-mail: contatowkeyboard.art br Acesse Gratuitamente: www.keyboard.art br ‘As matérias desta sdigio podem ser utilizadas em outras midias ou veiculos desde que citada a fonte. Matérias assinadas nao expressam obrigatoriamente a opinido da Keyboard Editora Musical TTenha matérias publicadas e assinadas na Revista Keyboard Brasil! incipient te Sr. Luiz Bersou, Fiquei feliz. em reencontré-lo como colunista aqui na Revista Keyboard Brasil. Sou miisico amador e conheci o st. ha alguns anos quando prestou consultoria na empresa Papaiz. Parabéns a Revista por té-lo como colunista. Luciano Mattos Sitveira, por e-mail, Caro st. Bersou, Li sua coluna com bastante interesse. Sou da IIha da Madeira e apaixonado por miisica brasileira. Morei no Brasil, na cidade de Bauru, durante 20 anos. Voltei para Portugal mas nao consigo me desligar de seu pais maravilhoso, muito menos de suas misicas. Emilio Dias Pereira, por e-mail Adorei a matéria sobre eritica musical! Imaginem se ainda pudessem escre- ver tudo 0 que os criticos gostariam de escrever. Teriamos um bombardeio! Marina Turri, por e-mail Continuem nos enviando e-mails com sugesties, criticas e perguntas para nosso espago do leitor. A equipe da Revista Keyboard Brasil agradece! urtiu eeu page, Revista 7 facebook.com/RevistaKeyboardBrasil Brasil #curta #compartilhe LIVRO: PERCEPGAO MUSICAL - PRATICA AUDITIVA PARA MUSICOS VOLUME 1 - 256 PAGINAS EDITORA: UNICAMP AUTORES: BRUCE BENWARD & TIMOTHY J. KOLOSICK Olivro Percepgao Musical - Pratica Auditiva para Musicos- volume 1, propée o estudo da percepgao musical compreendendo todas as etapas da construgao do ouvido musical que consiste no reconhe- cimento antecipado de sons produzidos por misicos (instrumen- tista, cantor ou compositor) desenvolvendo o conhecimento histéri- co, pratica, criatividade e dominio ritmico. Diversas atividades sio apresentadas de maneira clara e progressiva em 16 capitullos, através da aplicacao de técnicas em um repertério que compreende obras tonais, pasando por varios estilos musicais representativos de cada época. seJAWOd SENS LIVRO: PERCEPCAO MUSICAL - LEITURA CANTADA A PRIMEIRA VISTA VOLUME 2 - 376 PAGINAS —_EDITORA: UNICAMP. AUTORES: MAUREEN CARR & BRUCE BENWARD O livro Percepgao Musical - Leitura Cantada a Primeira Vista - Volume 2 é uma obra voltada ao solfejo, partindo de um repertério familiar em direcao a um repertério menos comum através da arte da vocalizagao, improvisacaoe leitura a primeira vista de partituras com a grade completa. Além disso, 0 livro conta com exemplos dos liltimos nove séculos, destacando obras como cangées de Hildegard —~ "von Bingen (século XII), os Vocalises de Alec Wilder e uma Pastorale de Igor Stravinsky. Livros disponiveis no site: www.freenote.com.br reece nee eed eae esta eec) LAE ee cee mua Rea ee ceca tly para todo 6 Brasi & re) S ) Neuroc OUVIDO ABSOLUTO, SINESTESIA E AMUSIA (OU SURDEZ TONAL) SAO CONDIGOES De todos os animais, o homem 0 unico dotado de ritmo, capaz de responder 4 misica com movimen- tos. E, também, o unico a apresentar um cérebro adaptado para compre- ender complexas estruturas musi- cais e, ainda, se emocionar com elas. Para o neurologista britanico Oliver Sacks, a musicalidade é tio primor- dial a espécie quanto a linguagem e entender a relacdo entre misica e cérebro é crucial para a compreensao dohomem. Em seu livro, “Alucinagées musicais” 06 / Feverovo / 2014 MAIS COMUNS DO QUE SE IMAGINA. Heloisa C. G. Fagundes (Editora Companhia das Letras), 0 especia- lista relata casos de pessoas que reagem & mitsica de formas incomuns como, por exemplo: os que simplesmente nao conse- guem ouvi-la; os quea ouvem o tempo todo, mesmo quando nenhuma melodia esta tocando (por isso, Alucinacdes Musicais); os que passaram a ouvir os sons de forma diferente apés serem submetidos a uma cirurgia cerebral; e os que desenvolveram um incomum talento musical. A Revista Keyboard Brasil traz aqui trés exemplos: 0 ouvido absoluto, a sinestesia e a amusia (ou surdez tonal). OUVIDO ABSOLUTO Ouvido abso- luto 6 a capacidade de perceber e dar nome a cada uma das notas que chega ao seu ouvido. E nao stamos falando sé de mtsica: também vale sons vindos de buzina, chiados da natureza, vozes de animais, baru- Ihosdeméquinas... A explicagao para esse dom nao esta no aparelho auditivo, mas na cabeca, ou seja, 6 uma habilidade intelectual. Quem tem ouvido absoluto possui mais capaci- dade de receber e interpretar estimulos do lado esquerdo do cérebro, onde os sons sio processados. Umaem cada 10 mil pessoas teme habilidade, mas os especialistas nao sabem sa explicar ao certo por que ela ocorre. Alguns acham que é uma caracteristica herdada geneticamente, Outros, que é um talento desenvolvido com muita dedicacao e treino. Hé os que acreditam, ainda, que todos nés nascemos com essa habilidade mas,se nao a utilizamos, aperdemos, Apesar de se manifestar normal- mente em miisicos, leigos também podem ter ouvido absoluto. Nesse caso, as respos- tas sao sensoriais: ele tera facilidade em armazenar e codificar tons e saber4 instint vamente encontrar as notas em um instru- mento, mesmo sem saber onome delas. Possuem ouvido absoluto: Jimi Hendrix (1942-1970): sem grana_para A musica se apossou de TEE Tao do cérebro humano. (Oliver Sacks, Perse ee ctor) comprar um diapasao, foi a uma loja, dedi- Ihou um instrumento aberto e afinou seu primeiro violao depois, em casa. No comeco da carreira, aprendia todo o repertério de uma banda nova ouvindo as misicas uma inica vez; Mozart (1756-1791): aos5 anos ja tocava piano e compunha melodias inteiras. Seu pai, exigente, o obrigava a estudar m parar. Seu ouvido absoluto Ihe permitiu classificar o grunhido de um porco: um sol sustenido; Joao Gilberto (1931): parte do seu mau humor vem de seu ouvido absoluto. Supersensivel, Jodo nao tolera celular, cochichos na plateia, ar-condiciona- do barulhento ou caixas de som desregu- ladas — por isso mandou trazer téenicos do Japao para seus tiltimos shows no Brasil; e Hermeto Pascoal (1936): Quando erianga, transformava panelas, bacias com agua e imos. penicos em instrumentos_afinadi Em um deseus discos, Hermeto deu uma de Mozart e utilizou porcos para criar novas sonoridades. Também possuem ouvido absoluto 0 pianista polonés Arthur Rubinstein (1887- 07 / Fevereko / 2014 -1982), 0 violoncelista chinés Yo-yo Ma (1955), 0 pianista americano Nat King Cole (1919-1965), 0 cantor americano Frank Sinatra (1915-1998), o compositor ameri- cano Stevie Wonder (1950) e o maestro, compositor e violoncelista brasileiro Heitor Villa-Lobos (1887-1959). SINESTESIA Para muitos, a associagdo de cores & misica ¢ apenas metaférica, Entretanto, ha pessoas que sdo capazes de realmente enxergar cores ao ouvir musica. Ou sentir cheiros. Eles sio conhecidos como sines- tetas e sua condicao ~ a sinestesia - ¢ mais comum do que se imagina. Sinestesia é a capacidade do cérebro misturar sentidos. E um fenémeno fisiolégico, geralmente congénito. E uma confusdo neuroldgica que provoca a percepcao de varios sentidos de uma s6 vez. considerada uma doencga mental e, sim, uma forma diferente que o cérebro tem de interpretar os sinais. Uma em cada duas mil pessoas tém sin podem ver sons, sentir cores ou 0 paladar Essa condigao nao é stesia, © essas pessoas das formas. Acredita-se, apenas, que ela tenha causa hereditdria, seja mais comum em mulheres e em pessoas canhotas. “A sinestesia é comum em algumas familias e esté relacionada a, pelo menos, trés cromossomos”, diz. a psicdloga britanica Julia Simner, da Universidade de Edimburgo, na Escécia Asinestesia foi descrita pela primeira vez em 1960, por John Locke, ao relatar 0 caso de um cego que percebeu 0 que era.a cor vermelha pelo som de uma trompa. Outro caso relatado aconteceu, certa vez, com 0 compositor Michael Torke ainda crianga na escola, ao comentar que adorava cangées azuis. O fato gerou tamanha confu- so entre seus colegas e sua professora de misica. As associagies sinestésicas podem estimular a meméria. Por isso, varios artis- tas, miisicos, escritores, dentre outros, mencionam a sinestesia como um impor- tante componente em seus trabalhos. No século XIX, um artista podia se passar por sinestésico para ficar mais prdxi- mo do invulgar, do excéntrico e até da perfeicio humana. O artista plastico russo Kandinsky sentia fascinio pelos sines icos, e utilizou a sinestesia entre a musica e a pintura para inspirar suas obras. Em 2006, uma lesao cerebral causou um repentino talento musical no norteame- ricano de Wisconsin, Derek Amato, na épocacom 40 anos. Amato bateu sua cabeca no fundo de uma piscina e, ao sair da agua sem conse- guir ouvir, sentiu como se seus ouvidos estivessem sangrando. | Amato teve uma concussao severa que causou certa perda na meméria e audigio. Porém, recuperou-se rapidamente e quatro dias depois, sentou-se ao piano sem nenhu- ma razo da qual possa se lembrar, e p6: sea tocar. “Ao fechar meus olhios, vi estruturas pretas ebrancas se movendo para aesquerdae direita que, na verdade, representavam na minha mente um fluxo continuo de notagio musical”, explicou Amato num artigo no site da Sociedade Musical de Wisconsin. A partir desse dia, Amato tornou-se capaz de tocar piano tranquilamente, como se tocasse hd anos. Tocando missicas de memé- ria e compondo suas préprias, deixou. fami- lia, amigosea si proprio, impressionados. O raro talento de Amato foi diagnosticado como sindrome de Savant, e sua habilidade de ver for- mas e cores quando ouve musica é conhecida como sinestesia. “ C 0 mu - mente nos referimos a Derek como o 'Rainman Beethoven’’, afirmou seu amigo Gerry Gomez, no artigo citado. Atualmente, Amato compée, viaja e se apresenta em apoio a instituigdes para lesdes cerebrais traumaticas. Pesquisas sobre sinestesia tiveram inicio hd poucos anos. Porém, poucos procuram ajuda médica, pois essa condigéo nao causa desconforto para quem a possui AMUSIA OU SURDEZ TONAL Existem na espécie humana, as vitimas da amusia ou surdez tonal. S40 pessoas que nao compreendem tons, que nao ouvem ritmos ou mesmo nenhum dos dois. Os niveis de surdez para cada dimen- sio também variam: de pessoas que nao conseguem cantar no tom (0s conhecidos desafinados); pessoas que nao percebem a, altura dos sons e as que ouvem rufdos ao invés de notas musicais (nao diferenciando um barulho de talher caindo no chao de uma miisica tocandono radio), Tais incapacidades chegam a atingir a compreensao da fala, pois em alguns casos, a percepcao do ritmo e da melodia sao funda- mentais para interpretara emogao. Esta condicéo neurolégica rouba completamente das pessoas aquilo que normalmente ¢ uma apreciacio instintiva e espontanea da musica. O primeiro caso relatado de "surdez tonal" surgiu em 1878, ea histéria é cheia de figuras conhecidas por sua profunda amu- sia O escritor Vitor Hugo é um deles. Ulysses S. Grant (18° presidente dos Estados Unidos) achava a musica algo muito ir- . Che Guevara também ficou famoso titan por nao conseguir distinguir um trecho musical de outro. 0F / Fovereico / 2014 Outra figura histérica bastante conhecida é Napoledo Bonaparte. Napoleao percebia a gradagio tonal dos tons, identi- ficando a misica. Porém, nao compreendia 0s sentimentos expressos pela mesma, assistindo-a como se estivesse executando um idioma desconhecido. Mesmo sabendo que a falta de musicalidade pode atrapalhar mais do que se imagina, suas referéncias infelizmente ainda sio poucas, visto que o primeiro estudo sério sobre amusia congénita foi publicado por uma equipe da Universidade de Montreal, no Canad, hd pouco mais de dez anos. Musica e cérebro O quadro a seguir mostra varias regi- des do cérebro responsaveis pelo ato de ouvir ¢ fazer misica, complementandoo texto ido, \VARIAS REGIOES CEREBRAIS SAO RESPONSAVEIS ELA INTERPRETACAO DA MUSICA, Para o norteamericano Daniel Levitin — misico, produtor musical, psicélogo cognitivo e neurocientista - 0 ato de ouvir musica comeca nas estruturas subcorticais (micleos cocleares, tronco cerebral e cerebelo) e avanca para © cértex auditivo bilateralmente. Acompanhar ‘uma misica ou estilo musical familiar aciona outras regides, como 0 hipocampo —o centro da meméria — e subsegdes do lobo frontal. Acompanharo ritmo, marcando com os pés ou apenas mentalmente, mobiliza as redes cerebelares de regulagao temporal. Ja 0 ato de fazer musica, cantando 10 / Fevereiro / 2014 ou tocando um instrumento—mobiliza tam- bém 05 lobos frontais no planejamento do comportamento, bem como o cértex motor — lobo parietal - e o cértex sensorial, para a percepeio tatil, por exemplo, da digitacao de um instrumento. A leitura de uma partitura mobiliza o cértex visual — lobo occi- pital, assim como recordar uma letra ou simplesmente ouvir uma cangao envolvem centros da linguagem, como as areas de Broca e Wernicke, e outras areas nos lobos: temporal e frontal. Ja as emogGes desperta- das pela miisica envolvem estruturas do chamado sistema limbico, como aamigdala. Além de terem as regides responsd- veis por assimilar a muisica mais desenvol- vidas, quem trabalha com miisica tem partes especificas do cérebro — que nao seriam ativadas normalmente - estimula- das quando ouvem cangées. Isso porque os musicos tendem a interpretar sons mais com 0 hemisfério esquerdo (mais racional) que 0 direito. “Hoje, os anatomistas teriam dificuldade para identificar 0 cérebro de um artista plastico, um escritor ou um matemético, ‘mas poderiam reconhecer, sem hesitaciio, ode um ‘muisico profissional”, finaliza Oliver Sacks, 0 respeitado neurologista e escritor nortea- mericano. ¢ Aondaé ser felizagora www.beachpark.com.br (85) 4012-3000 Ceara/Brasil SIMPLES E HUMILDE, DOMINGUINHOS - QUE COMPLETARIA 73 ANOS ESTE MES - TOCOU COM OS MAIORES NOMES DA MUSICA BRASILEIRA E DEIXOU CERCA DE Dominguinhos era considerado 0 maior herdeiro musical de Luiz Gonzaga, 0 Rei do Baido. Ao falecer em 2013, deixou mais de 500 composicdes genuinamente brasileiras e, ao mesmo tempo, universais, 500 COMPOSICOES. Da Redacao além de duas mil participagdes em discos de grandes parceiros musicais. A seguir, a Revista Keyboard Brasil conta sua brilhante trajetéria, TRAJETORIA m do A Eu nasci com um bocado de irmaos. Eramos 16, minha mae e meu pai! Nasceu José Domingos de Morais, em Garanhuns, agreste pernambucano. Filho do mestre Chicao, tocador e afinador de sanfonas de oito baixos— como Januario, pai de Luiz Gonzaga. | Tinha 15 irmaos (1). Aos 6 anos, comecou a tocar com os irmaos no grupo Os Trés Pinguins — formado por Morais e Valdomiro. Neném do Acordeom era seu apelido de infancia. (2) Aos 7 anos, conheceu Luiz Gonzaga enquanto tocava em frente ao hotel em que estava hospedado, em Garanhuns. Ao ouvi-lo, O Rei do Baido prometeu uma sanfona de presente se, um dia, 0 garoto fosse ao Rio de Janeiro. Meu pai quis ir imediatamente pra casa de Gonzaga... Deu 2 minutos e ele pegou uma sanfona de 80 baixos e a entregou. Tudo que a gente queria na vida era uma sanfona! Nasce Dominguinhos 1954 Apés 11 dias na estrada, o futuro Dominguinhos, ainda Neném, chegou ao Rio de Janeiro com o pai e seus irmaos Morais e Valdo. Gonzagao levou Dominguinhos para tocar com ele em feiras e desfez os Trés Pinguins. Nessa época, Gonzagao deu a Dominguinhos sua primeira sanfona de 80 baixos. Radicado no subtirbio de Nildpolis, aprendeu outros estilos para tocar em casas noturnas, em especial, o Chorinho. 1957 Aos 16 anos, foi apadrinhado por Luiz Gonzaga que o chamou de seu “herdeiro artistico”, apelidando-o, mais tarde, de Dominguinhos (3) 1958 Conheceu Janete, sua primeira mulher. Com ela teve os filhos Mauro e Madeleine. Nessa época, Dominguinhos tocava no Trio Nordestino, com Zito Borburema e Miudinho, pelo Brasil. Com o fim do grupo, Dominguinhos comegou a tocar nas radios Nacional, Tupi e Mayrink Veiga, interessando-se por outros géneros como o Samba, a Gafieira eo Bolero (4) 1963 Dominguinhos lancou seu primeiro disco "Fim de Festa”, iniciando uma carreira intensa de muitos sucessos e grandes parcerias. integrou a excursao de Gonzagao para o Nordeste. Nessa turné, conheceu a cantora pernambucana Anastacia, sua futura esposa e coautora de mais de 200 cangées (5). 13 / Fevereiro / 2014 14 / Fevereiro / 2014 Eupnao sei 0 que esse povo vé em mim! Grandes parceiros musicais 1972 Aconvite do empresario Guilherme Araujo, acompanhou Gal Costa no show “india”. No ano seguinte, Gilberto Gil gravou Eu s6 quero um xod6”, hit que depois ganharia mais de 250 regravacées 1970-1980 A versatilidade de Dominguinhos aliada a qualidade de seu trabalho e sua simplicidade, fizeram com que o misico tivesse grandes parceiros musicais. Um deles, foi o génio da sanfona nordestina, Sivuca, que morreu em 2006. Outro, foi seu grande mestre, Luiz Gonzaga. Osvaldinho do Acordeonerao mais novo da turma dos grandes. Na foto, os quatro mestres (6). 1978 Depois de participar da turné de”’Refazenda”, de Gilberto Gil, Dominguinhos passou a colaborar com mais frequéncia com universo da MPB, como mostra a foto (7) datada de 1978, coma cantora Nara Ledo no Projeto Pixinguinha. Em 1979, compos com o poeta Manduka "Quem me levaré sou eu”, vencedor do Festival da TV Tupi. 1985 Emplacou 2 musicas na novela “Roque Santeiro”, da TV Globo: “De volta pro meu aconchego” (na voz de Elba Ramalho) (8) e”’Isso aqui ti bom demais”, assinada junto com Nando Cordel. 1990 Durante a década inteira, Dominguinhos langou um album por ano. Nesse tempo, mostrou-se critico ao Forré Universitario e Eletrénico chamando, esse ultimo, de descartavel. Nasci ouvindo o som da sanfona. Adona que me faz levantar p6! 100 Anos de Gonzagao 2002 O CD "Chegando de mansinho” deu a Dominguinhos seu primeiro Grammy Latino. 2007 Em 2007, iniciou uma parceria com 0 violonista gaticho Yamandi Costa. Juntos, gravaram dois Albuns eum DVD (9). 2009 Dominguinhos participou como cicerone do documentario em homenagem a Luiz Gonzaga “O Milagre de Santa Luzia - Uma Viagem pelo Brasil que toca sanfona”, com direcéo, roteiro emontagem de Sérgio Roizenblit (10). 2010 O CD “Tluminado” deu a Dominguinhos seu segundo Grammy Latino (11). 2011 Outro grande parceiro de Dominguinhos foi 0 multiinstru- mentista Hermeto Paschoal. Na foto, eles aparecem durante a gravagio do documentario "Dominguinhos Volta e Meia", uma homenagem aos 70 anos do sanfoneiro (12). 2012 Dominguinhos foi figura atuante nas comemoragoes do centendrio de Gonzagio, apesar dos problemas de satide agravados por um cancer no pulmao. 2013 Doente, Dominguinhos foi internado em Sao Paulo no final de 2012, falecendo em 23 de julho de 2013. Segundo o boletim divulgado pelo hospital, as causas da morte de Dominguinhos foram "complicagées infecciosas e cardiacas”. Em mais de 55 anos de carreira, o sanfoneiro gravou 40 discos. ¢ MAIS QUE UMA EXPRESSAO AUTENTICA E POPULAR DA CULTURA MUSICAL LTV Te see ey: WUD) ata va PARTE eo S A misiea popular constitui o grande meio de expressio de nosso povo, sendo através dela que este manifesta seus anseios, alegrias e anguistias, suas criticas, seu inconformismo e sua rebeldia, expressa ou implicitamente. Nesse universo, o samba é a mais expressiva linguagem musical do povo carioca Como fato musical, 0 samba é mais que uma misica, pois sua dimensao vai além da arte de combinar os sons de maneira agradavel. E expressao cultural de uma AO - més de Carnaval Tradi variedade multicolorida de tradigdes musicais chegadas ao Brasil procedentes, em parte, da Africa e da Europa mescladas aos grupos indigenas aqui encontrados, a partir do século XVI. Nos parece inevitavel que o Brasil - sendo um grande caldeirao étnico — pudesse criar uma miisica reconhecida como brasileira e resultante das interin- 18 / Fevereiro / 2014 fluéncias musicais que produziram uma resultante, no caso do samba, composta de elementos ritmicos, formais, sonoros e expressivos africanos e praticas melédicase harménicas europeias. As origens musicais do samba se interpenetram com as do lundu, surgido no século XVIII e incorporado, definitiva- mente, & cultura carioca desde 1845, quando influenciado a polea europeia, propiciava 0 surgimento do choro, por volta de 1870. Na mesma época em que surgia 0 maxixe — primeira danga urbana carioca, produto hibrido de culturas europeiase africanas, na medida em que se evidenciavamas influén- cias da polea, nascida na Boémia, do xote e da mazurea, em fusiocomolundu. Nos primeiros anos do século XX no Rio de Janeiro, os lundus ainda eram ouvidos, mas quem brilhava no cenério musical eram as polcas, as valsase 0 maxixe Os sambas ou, pelo menos, aquelas compo- sigdes assim denominadas, possuiam significagao nebulosa e, segundo historia~ dores, eram maxixes disfarcados. Dai a denominagao de sambas amaxixados, nas obras produzidas nas duas primeiras décadas. Entre eles, podemos citar os sambas: Descascando o pessoal (1912), de Lourival de Carvalho e A viola esta magoada (1912) de Catulo da Paixao Cearense. O ritmo sincopado no samba pode ser observado na marcagéo de um modelo ritmico executado normalmente no acom- panhamento, possibilitando um certo grau de variagao, ao qual popularmente denomi- namos de “batida” de samba. A “batida” na musica popular brasileira é extremamente importante, porque é um dos elementos através dos quais se pode determinar a classificagao do género musical. Existem, certamente, outros elementos como a melodia e a forma, além da organizagio timbrica instrumental, que auxiliam os ouvintes a classificar a cancao a um género especifico. A grande variagao de batidas exis- tentes no samba expressa formas musicais diferenciadas como: sambas de roda, sambas de partido alto, sambas-enredo, sambas-cancoes e muitos outros. Cada um desses estilos se expressa, ndo somente, a partir de seus ritmos, também, dizem respeito a tipos humanos, trocas sociais e econdmicas, festas, relacdes entre negros e brancos, homem e mulher instrumentos e versos mas, revelando, a partir dessas intermediacoes, 0 real significado do samba como fato social total e a concepgao do que pode ser brasi- eirona sua trajetria musical Outro elemento é a sincope que esté marcadamente presente em varios géneros musicais, desde lundu, o maxixe, o tango brasileiro, o choro, a polca abrasileirada, os cateretés paulistas, sem deixar de mencio- nar as varias modalidades de samba. Mas a sincope também se encontra presente na habanera cubana, no charleston e no jazz. americano. Por isso, nao deve ser conside- radosinénimo de samba. © estudo do samba como fato musical, ultrapassa os limites da andlise tradicional de suas miisicas, elaboradas a partir de métodos tradicionais insuficien- tes, porque estes somente serio eficazes para a compreensio das obras que se fundam no mesmo esclarecem todos os dominios, como certas manifestagdes musicais da tradigao oral de origem africana, por exemplo. sistema, mas nao As artes, em particular a musica, sempre foram afetadas pelo novo, pelo que chegava & nossa cultura e mais moderna- mente, com a expansdo capitalista, se transformando em bem de consumo de mercado, estabelecendo novas relagdes que procuravam atender aos apelos das indistrias culturais. Esse fato sempre existiu na mtisica popular brasileira, mesmo quando ainda nao inserida nas relagdes de mercado. Um exemplo classico 6 0 caso de Henrique Alves de Mesquita (1830-1906), maestro e compositor popular final do século XIX, protestava contra a composigao de polcas carioca que, no “abrasileiradas” pelos ritmos do lundu. O 17 / Fevereiro / 2014 Cartola, Almirante, Lamartine Babo e Adoniran Barbosa. maestro queria que ela fosse mantida com suas caracteristicas europeias, para nao ser confundida com musica brasileira. Com- punha polcas que soavam como alemas ou austriacas, mas mesmo ele nao permaneceu imune as presses culturais e sociais, sendo considerado o criador do género que se popularizou como tango brasileiro, que incorporava os ritmos da habanera cubana, da polea europeia e do lundu afro- brasileiro. A inclusao de ritmos nao nacionais mencionados nas compo- sicdes de Mesquita e de outros compositores da época, como Anté- nio Callado e Chiquinha Gonzaga, favoreceu 0 aparecimento de, pelo menos, cinco outros géneros musi- cais considerados, posteriormente, como “nacionais”: 0 maxixe, 0 choro, © tango brasileiro, 0 frevo e a marchinha carnavalesca. Contra esses géneros, hibridos da mesma forma, ninguém protestava, nao havia intencio- nalidade; considerava-se um processo natural e espontaneo que um choro, surgido a partir da maneira brasileira de se interpretar as poleas, fosse genuinamente brasileiro. No inicio do século XX, 0 campo da 18 / Fevereiro / 2014 (© samba, valorizado como miisica mestiga projetou para todo o Brasil, nomes como Noel Rosa, Ismael Silva, misica popular ouvida no Pais era regido por uma extrema variedade de estilos e ritmos. O préprio carnaval, descrito por Oswald de Andrade como “o acontecimento religioso da raca”, nao era festa movida ape- nas por miisicas que poderiam ser classifi- cadas como brasileiras. Ao contrario, os maiores sucessos da folia, desde que ela se organizou em bailes aristocrdticos e popu- lares, eram poleas, mazurcas, xotes e outras novidades importadas Do lado nacional, a variedade tam- bém imperava: ouviam-se maxixes, mar- chas, cateretés e desafios sertanejos. Nenhum de: tes géneros musicais parecia ter félego suficiente para conquistar a hegemonia do gosto popular da época Nenhum deles era um ritmo nacional por exceléncia Foi apenas nos anos 30 que o samba carioca comecou a monopoli- zar 0 carnaval brasileiro, transfor- mando-o em simbolo de nacionali- dade. Atualmente, muitos afirmam que 0 samba nao representa mais a cultura nacio- nal por inteiro pois o Brasil, sendo um p. de grande extensao territorial, possuindo costumes diferentes impera, também, outros géneros musicais. SAMBA — um estilo musical brasileiro ‘Osamba de terreiro da Bahia chegou ao Rio de Janeiro com os migrantes baianos, que viviam ao redor da Praca Onze e em varios pontos do centro da cidade. Depois das obras do prefeito Pereira Passos, muitos moradores do centro carioca foram obriga- dos a morar em pontos mais distantes do bairrocem subiirbios. Ainda no inicio do século XX, houve uma formatacio do samba no Rio de Janeiro, os migrantes baianos juntos com os cariocas realizaram varias reunides e a casa de Hildria Batista, a tia Ciata, era a mais frequentada. As reunides aconteciam no fundo dos quintais, imperceptiveis para a policia que passava em frente As casas, pronta a reprimir as manifestagdes da miisica considerada mestica e marginal Na roda de samba da tia Ciata surgiu © estilo de samba partido alto, um estilo de samba versado, assim como “Pelo Telefo- ne”, de Ernesto Santos (Donga) e Mauro de Almirat. A autoria deste samba é questiona- da em virtude de muitos sambas terem sido versados por varios convidados nas reuni- Ges da casa de tia Ciata O samba, na época em que era marginalizado e perseguido, se refugiava nos morros, desencadeando o surgimento dos “ranchos”, agremiagdes que se organi- zavam em blocos e desciam para tocar e cantar no asfalto. Quando o partido alto subiu 0 morro, encontrou uma batida mais forte ¢, desse encontro, surgiu 0 samba- enredo. Para fugir das perseguicées, o niteroiense Ismael Silva, criadono Morro de Sao Carlos, na Cidade do Rio de Janeiro, registrou © seu rancho com o nome de Grémio Recreativo Escola de Samba Deixa Falar, primeira escola de samba do Rio. Meses depois, Cartola, Carlos Cachaga e outros amigos fundaram a Estagao Primeira de Mangueira. O samba, antes reprimido e perse- guido, pouco a pouco conquistou os teatros, as radios e 0 carnaval, festa popular domi- nada anteriormente pelas polcas europeias e marchinhas. Valorizado como misica mestica passou a projetar, para todo o pais, nomes como Noel Rosa, Ismael Silva, Almirante, Lamartine Babo, Joao da Bahiana, entre tantos outros. Apartir da década de 20 e 30, com as ocorréncias culturais descritas acima, surgiua construgéo de um Brasil auténtico, verdadeiro e que seguiu oritmo deum povo expressando sua tropicalidade. Nos tiltimos 30 anos do século XX, com o advento deingredientes eletronicos e estrangeiros na musica brasileira, imagi- nou-se que o samba iria morrer. Porém, cem anos depois de seu embriao, tornou-se um estilo musical brasileiro. » * REGINA MARIA MEIRELLES SANTOS ¢ doutora em Comunicacéo e Cultura pela Escola de Comunicacao da UFRJ; Professora de Graduacio, Pés Graduago e pesquisadora de Etnomusicologia, Folclore Nacional, Misica Popular e Folcorica e Metodologia do Ensino da Musica na Escola de Musica da UFRI. Mestre em Educacao pela Faculdade de Educacao da UFRUI PARA SABER MAIS: Revista Academia Nacional de Musica 2 0 Mistério do Samba, de Hermano Vianna (Editora Zahar UFR). 19 / Fevereo / 2014 LRO SAUDE PARA NUSICOS VOLUME 1 sesame ri Tiere} AUTORES: ALEXANDRE DE ALCNTARA CARINA L. FONSECA LADEIRA HELOMA DO CARMO PARISE KARINA AKI OTUBO KARINE DE HOLANDA FROTA PAOLA GUIMARAES PATRICIA VIVIANE GAYA RAQUEL MALARA DELL ACQUA Disponivel no site: wwwikeyboard.art.br 20 / Fevereio / 2014 da antisba, & bumdament prolon— aA Au Carreira ¥ O livro 'Satide para Masicos' éuma obra escrita por uma equipe composta por profissionais das mais diversas especialidades da area da satide: dentis- tas, fisioterapeutas, fonoaudidlogos, médicos e nutricionistas que tem, como intuito, ajudar 0 misico a prevenir alteragdes comuns na classe, reconhecer rapidamente qualquer mudanga desa- gradavel ocorrida em seu corpo em decorréncia de seu trabalho e saber qual profissional procurar quando houver necessidade. Ou seja, 0 livro - pioneiro no Brasil - proporciona informacao, conhe- cimento e promocao da satide dos profissionais da misica, deixando-os conscientes de seus préprios limites. @ Tis neg ry 8 é 3 = 2 Luiz Bersou: colaborador da Revista Keyboard Brasil Evolugao tecno- légica e leve dos pia- nos, os teclados tem hoje um importante papel na expressio musical. Geragdes estio tomando contato com a mtisica nos seus aspectos mais sensiveis ¢ belos, por conta do acesso barato e pratico dos teclados. Por outro lado, o piano é um instrumento que, tendo evoluido a par- tir do cravo, tem séculos de existéncia e todo o embasa- mento musical desenvol- vido nesse periodo foi levando em conta os extraordinarios recursos desse instrumento. Essa constatacao da Musica, Arte, Beleza, Educagao, Cultura, Rigor, Prazer e Negdcios Ponto de Encontro. nos leva a considerar que o 22 / Fevereio / 2014 Pianos e TecladoS piano é uma expressao da musica ea musica nele pro- duzida é uma expressao do piano. Isso quer dizer que grandes musicos precisam ter a intimidade com o piano para poderem evo- luir de forma mais funda- mentada para outros cam- pos deinteresse musical. Onde esto nossos pianos? Nunca me esqueco da loja que eu visitava em Grenoble na Franca, quan- do estava 14 a trabalho. Grenoble era um cidade de uns 300.000 habitantes e nessa loja havia, sempre em exposicio, uns 20 pianos de cauda, ‘Trata-se de uma evidente demons- tragdo da maturidade do mercado da regido e seu poder econémico. Hoje em dia, quase nao se vé mais pianos & venda no Brasil. Entre- tanto, em pesquisa rapida encontramos muitos pia- nos enfiados em salas * Luiz Bersou fechadas, em depésitos cobertos de poeira e muitos em estado de conservacao deixando a desejar. Nos atrevemos a estimar que, em todo o Brasil, devem existir em escolas, conser- vatorios fechados ou nao, residéncias, locais _fecha- dos e depésitos, algumas centenas de pianos, estima- tiva de milhares, que pode- riam estar a servico de nossajuventude. A projegio de vida desses pianos nessas con- digdes & a deterioracéo progressiva, o abandono e perda. Do outro lado, esto 0 jovens que gostariam de ter acesso ao instrumento. Temos, entdo, um pro- blema de comunicagao que pode ser resolvido. Nosso ponto de encontro Dentro da proposta da Revista Keyboard Brasil, de ser um ponto de encontro dos nossos leito- res, nos propomosa formar um cadastro de pianos que possam retornar a vida itil para estar a servico dos nossos musicos. Para i: 0, precisamos da ajuda dos nossos leitores. Na formatagdo des- se cadastro, queremos apontar 0 nome de quem nos indica a localizacao dos pianos, tipo de acesso aos proprietérios ou herdeiros, € outros dados que caract rizam o tipo de piano e seu estado funcional e, com 0 tempo, referéncias de pre- gos que possam vir a ser praticados. Dessa_forma, esta- remos ativando um merca- do de recuperacao, manu- tencdo e venda de pianos, © que pode serbom paraos nossosleitores. Contato Para nos ajudar nes- sa tarefa, solicitamos aos leitores que enviem e-mail para o enderego: contato@keyboard.art.br informando a existéncia de pianos nas condigdes co- mentadas acima. Aguardamos a aju- dade todos. Senhor Luiz Bersou e Revista Keyboard Brasil agradecem aos leitores que enviaram seus e-mails, avisando que os mesmos sairéo na coluna Leitores. ‘Abaixo, sequem as respostas das perguntas referentes a matéria anterior: (eT ee em sae Rea Teen ered Revista Keyboard Brasil e me are ON ma que nos Estados Dr ee Cee tad olhios de negécio e que tem que Tm AU (oh OM ORS ear TC eT TO era erg gee ae aoe a are rea? ra Cea a ec ern Ronee Marta Menezes ee Ce Seat) Recife/PE eC te NORCO LCT PoE a ere Me nent) rma M SI) PEERS one Retest Eset Gareerne ey prcents (ae oa eMac iacr Tac) EMT ome irene) see Serato evolugao histérica que foi a Reyer ec oti ect) Pete muitas dreas de interesse da humanidade e a estocar eC at Ce Re Rene Tete ences ore ee eens PRT amon Oe ate ce) Creare este Cao Picea rsecesCnerz} See RET Pere TOMS ccrs tHE reset OS ero luteranose calvinistas. Nao eC Msc oe crews Coarse Mne acer erence ene ar Pea ees or Se ae eae m cn CC etree TSC CCI ey NET TSE Y presenca da Igreja Catélica, POEM haem Cosurvele) Coat TO rT) gerar lucro, se dizia que o bom cristéo nao podia ter lucro. Cee en Cree none tity Crom ctecnvale 23 / Fevers / 2014 a ace ac oa Qual a grande di- Prezado Manuel de Aleén- quando fala que na Europa e ferenca entre essas frentes tara Resende, Pee Ore ea crcarte eT ee EMEC Ty Gragas ao trabalho so maiores que aqui, mas destacar em um primerio de Villa-Lobos, foi insti- também acho queeles tem uma momento? Pore enon Cento UT ria mais antiga que a Gosto de citar o Ge-_nas escolas. Depois disso, eae ea NOS MOM aoe oo Cees eer ie SOE SSC ac a ee eg ae OR eR ea ect eee etre Rt Ceca PTO Me ect TO CM Oe tect CSRS ata COC ORE CC CO Om MSS x Musicoamador-Matao/SP que os povos que vieram _ gestiopiorainda ear enrteomareee en cy SER Racca Sree Rrra TTC T PPA ER Rocce Mt ER ates Cote) oe CeO ETE tone SOR TOR COC eC RTE eR ices atest (oe pensamento um pouco 3 “Sr Luiz Bersou, 0 Sr mais que votam de funda- Eee ne ore ee ae ce Toa eC histéria do mundo oci- muisica que temos hoje é dade de governo, a come- lot VEO eos OME oc acd ere Oe ae oN Ce Ose CCE eee ae rere ane cae OC CO TTY PUT NCR Cr RM UT cnt ere eae Cea oe pela América do Sul. Nés bom e que oferece aos nossos Pen ene tee en OMT Set CO CMM eeae rc eR Reo te see ee ee eR Cn SESS ce ee ar ec re oe COO CSE EO Ceca aoe eee CCC CeO CR MS nts va ae cee er ea OP CeCe PeorRoae ota ede eo Bets dos mais diversos. Por- BORO CRT) CORN Res CN Osa COS a CRC CT MC ect om) Fe eR Cee CM rr CERT ECs o a TOO ocenon Contec Cy Peete Rn teat a or Tome! BRS te tet era tes dehistéria * Atualmente dirigindo « BCA Consultoris, Luiz Bersou pos ‘inangas. E eseritor polestrante, autor de teses,além de piansta eesportist.Partcipot ativamente em mais de250 projetos de engenharia, finangas, recuperagao de empresas, langamento de produtos no mercado, implantagso de 24 / Feverevo / 2014 |, tecnologiasemarcasnoBrasileno exterior PENTATONIX sie A MUSICA SEMPRE ESTA EM CONSTANTE EVOLUCAO E O GRUPO PENTATONIX @ MOSTRA, EM APENAS 4 MINUTOS, O QUE MUDOU EM CENTENAS DE ANOS. £ Oo INCRIVEL PODER OUVIR TUDO ISSO VINDO DE UM GRUPO QUE TEM UMA PERFEITA HARMONIA SEM O USO DE NENHUM INSTRUMENTO MUSICAL! 1s Pentatonix ¢ um grupo norteamericano, composto por 5 integrantes que cantam a cappella. Sao eles: Scott Hoying, Kirstie Maldonado, Mitch Grassi, Avi Kaplan e Kevin Olusola. Em 2011, 0 grupo venceu a competigao de um programa da ridio NBC, denominado The Sing-Off, para conhecer 0 elenco da série de TV Glee, cantando um arranjo 4 cappella de "Eye of the Tiger". O grupo ganhou US$ 200.000 e um contrato com a Sony, langando dois Eps e postando seus videos no Youtube. A partir dai, tornaram-se um fendmeno. Esse ano, 0 grupo se prepara para sua primeira turné mundial. O Nome Sugerido pelo integrante Kevin Olusola, por acreditar que a sintonia do quinteto seja igual a combinagio das cinco notas ou tons da escala pentaténica (em miisica, 0 conjunto de todas as escalas formadas por cinco notas ou tons). O gru- po apenas substituiu a tiltima silaba e acrescentou XA cappella: exp ‘origens na pr io de origem italiana, qu Carol Dantas um x, tornando a palavra mais atraente. © quinteto credita suas influéncias dos estilos: pop, musica eletronica,reggaee hip-hop. » A evolucao da musica em 4 minutos Osom do grupo é muito bom. Mes- mo dando pouco tempo para as miisicas anterio- res a0 século XX (dos 4 minutos do video, apenas 30 segundos para nove séculos de miisica) e, excluindo inimeras outras na evolugio musical (pois foram seleciona- dos 0s estilos e miisicas preferidas de cada um deles). Acesse e surpreenda-se: hitp://www.youtube.com/watch?v=IEXWS0sXsHs Depois de assistir, mande seu comentario para contato@keyboard.art.br designa a msica vocal sem acompanhamento instrumental. Tem suas do canto gregoriano, que no exigia o auxilio de instrumentos musicais, sendo executado apenas por ‘vores de monges ou clérigos que formavam o grupo de cantores chamado schla canlorunt. Muitas vezes, esses cantores desciam do presbitérioe cantavam na capela lateral daigreja, dai a origem da expressio. Os Cord6es € os Blocos Carnavalescos Na mesma época, surgiram os corddes ¢ também os primeiros blocos carnavalescos, anteces- sores do samba Os ditos “incivilizados” cordées carnavalescos e, depois, os blocos carnavalescos nao tinham permissao de desfilar pelas ruas da cidade. O que, até entao, podia ser considerada “festa popular” tinha, Falando sobre pelas autoridades da época, a visio de marginal, incivilizado earruaceiro. O Samba O samba é derivado da umbigada (um ritmo africano, possivelmente oriunda de Angola ou Congo, de onde vieram a maior parte dos escravos para o Brasil), e do antigo entrudo portugués e recebeu influéncias da modinha, da polca, do xote, do maxixe edolundu Do ritual coletivo de heranga africana aparecido, principalmente na Bahia, ao género musical urbano surgido no Rio de Janeiro no inicio do século XX, muitos foram os caminhos percorridos pelo samba, que esteve em gestacio durante, pelo menos, meio século. ‘Ao contrario do que se imagina, 0 samba nasceu no asfalto; foi galgando os morros & medida em que as classes pobres do Rio de Janeiro foram empurradas do centro em diregao aos morros, vitimas do proceso de reurbanizacao provocado pela invasao da classe média em seus antigos redutos. 26 / Feversio / 2014 Dos primérdios até os dias atuais - Pa Fotos: Divulgacao Helofsa C. G. Fagut (1€2) Carros alegéricos puxados a nas décadas de 20 © 30; () Bola Preta, fundado por Alvares Oliveira, o “eaveicinha” (no centro, Francisco Bricio Filho, 0 “Chico Eugénio Ferreira, Joio Torres © 08 ios Oliveira Roxo, Joel, Jair © medes Guimaries,em 1918, i os Os terreiros de candomblé da cidade do Rio de Janeiro eram os locais das reunides onde tudo era discutido e festejado; apés os rituais, a festa continuava ao som de samba, chorinho e tudo-mais. Nos terreiros de candomblé tinhamos as figuras das “famosas tias” como maes, conselheiras e protetorasdenominadas, mais tarde, como “maes de santo”. Na casa da Tia Ciaéa nasceu “Pelo Telefone”, considerado o primeiro samba a fazer grande sucesso, sendo gravadoe tocadonas radios. Como “maes de santo”, aconselhavam os “irmaos dos blocos” “irmaos. dos ranchos”, para acabar de vez. com essa historia de margi- naisearruaceiros. a seguirem os passos dos Candomblé, carnaval e escolas de samba intera- gem de forma harménica e, por isso, agora fica facil de entender porque a maiorias das pessoas envolvidas com asescolas de samba cultuam o candomble. Minueto no corpo e... samba no pé! ‘Uma curiosa influéncia europeiana coreografia do samba, desde as suas primeiras manifestagdes nos terreiros das senzalas, tem origem pitoresca ¢ histérica. Com a vinda dos nobres portugueses para o Brasil, varios costumes foram aqui mantidos. Dentre eles, nas festas e saraus, o habito das dancas de saldo, onde primavam a ‘gavotaeo minueto, principalmente de origem francesa: Nestas ocasides, os negros alforriados ou mais chegados A casa-grande, ficavam a olhar, de longe ou através das janelas, a festa oferecida pelos brancos civilizados e ficavam fascinados com 0 espetaculo, nao (os chamados nobres se vestiam de maneira simples no dia a somente das roupas e perucas usadas nestas festas dia, principalmente pelo calor tropical) como pela elegancia da coreografia, de forte contraste com suas dangas de origem africana A partir dai, os negros levaram estas dangas para as senzalas, L4, deram-lhes o nome de mestre-sala e, sua Fotos: divulgacao. (® Dod, um dos inventores do trio eétrico posando com o primeiro trio eltrio, (9) Os atuas trios ‘soguidos por uma multidso. companheira, de princesa ou primeira dama. Um fator cultural muito curioso e importante que persiste, até hoje, nas esco- Jas de samba com as duplas de mestre-salae porta-bandeira, trajados ao século XVII ou XVIII, sambando com uma coreografia de minueto. O Frevo Enquanto isso, em Pernambuco, nascia 0 frevo — danca e ritmo musical brasileiros, misturando marcha, maxixe e elementos da capoeira. Surgido na cidade do Recife, no fim do século XIX, 0 frevo caracteriza-se pelo ritmo extremamente acelerado. Muito executado durante o carnaval, eram comuns conflitos entre blocos de frevo, em que capoeiristas saiam a frente dos seus blocos para intimidar blocos rivais e proteger seu estandarte. Pode-se afirmar que o frevo é uma criagao de compositores de musica ligeira, feita para o carnaval. Os mti cos pensavam em dar a0 povo mais animacao nos fol- guedos. No decorrer do tempo, a musica ganhou caracteristicas préprias acompa- nhadas por um bailado inconfundivel de passos soltos e acrobaticos, utilizando as famosas sombrinhas coloridas. 28 / Fevercio / 2014 O Trio Elétrico mussicos que percorrem as ruas em cima caminhées equipados com potentes falantes executando sucessos carnava parao povo dancar, ‘Ao que tudo indica, 0 trio elétrico surgi em 1950, com Dod6 e Osmat, usavam um velho carro Ford 1929 enfei= tado e saiam pelas ruas de Salvador tocando em cima do carro levando varios folioes atrés deles. O nome “trio elétrico” surgi em 1951, quando Dodé e Osmar formaram um trio com um amigo eusaram uma pick ip para desfilar pelas ruas tocando. Assista Donga, Chico Buarque, Pixinguinha e ‘outros sambistas cantando “Pelo telefone”, de autoriadeDonga. Acesse: Ittp:/www.youtube.com/watch?v=-XPFQIrd ALA (Continua na préxima Revista Keyboard Brasil ABBADO — UM DOS MAIS IMPORTANTES MAESTROS DOS SECULOS XX E XXI DEIXA |Z UM LEGADO A SER LEMBRADO PELA HISTORIA DA MUSICA ERUDITA. |© No cenario da mtsica classica, 0 nome do maestro Claudio Abbado, falecido dia 20 de janeiro aos 80 anos, sinaliza respeito e admiracgao. O regente italiano, natural de Milao, deixou um legado a ser lembrado pela histéria da miisica erudita, Nao apenas por seu talento com a batuta mas, também, por sua habilidade em gerir pessoas dentro de um meio marcado por altos niveis de exceléncia e exigéncia, povoado por egos muitas vezes dificeis de domar. Abbado sabia nao apenas comandar trupes inteiras de miisicos como, também, garantir que mantivessem a qualidade. “Abbado alcangou os maiores postos da alta ctipula musical da Europa e marcou cada orquestra em que atuou com as qualidades da sua Lebrecht, tico cultural britanico, especia- personalidade” disse Norman escritor ec lizadoemmisica Nascido em Milao, no norte da Italia, em 26 de junho de 1933, Abbado foi um dos mais importantes maestros dos séculos XX e XXI, fundando, no fim da década de 1970, a Orquestra Jovem da Unidio Europeia. Filho de pai violinista e professor de conservatério e José Cunha de mae pianista, em 1958 estreou como diretor na cidade de Trieste, no nordeste do pais. Wwepeu Abbado também foi diretor musical de algumas das orquestras mais relevantes do mundo, entre elas: Teatro Scala de Milao (1968-1986), Orquestra Sinfonica de Londres (1983-1986), Opera de Viena (1986-1991) e Filarménica de Berlim (1989-2002). Era visto na Itélia, como um diretor "revolucionario por seus projets em levar mtisica classica as prisées e pediatrias de hospitais, ao considerar que “a educacdo musical é na realidade, a educagao do homem”. Em 2010, 0 maestro dirigiu a Orquestra Juvenil Simén Bolivar, na Venezuela, e impulsionou e apadrinhou o jovem diretor venezuelano Gustavo Dudamel. O maestro também tinha seu proprio festival de musica em Lucerna, na Suica. Assista ao ensaio de “Requién’ (Verdi), gravado na Igreja de San Marco, em 1985, com Claudio Abbado, Montserrat CCaballé e orquestra para entender sua frase “Cost de cer mmisica de alta qualidade eabomino.a figura dor dlicando: |ttps/www.youtube.com/watch?v=92bQP3r31b1 29 / Fevereno / 2016 nas técnicas do * maestro Marcelo Fagundes ue eA renda CONTINUACAO = ©] Pando continuidade as formas de Jazz... Ke Estilo - Hard Bop (1950-60) Desenvolvido durante as décadas de 1950 e 1960, © Hard bop é um género musical influenciado pelo Rhythm & Blues, Gospel e Blues. O Hard Bop pode ser entendido por alguns, sob certos aspectos, como um desenvolvimento e uma radicali- zacao do Bebop. Seu periodo representava uma sofisticagao no desenvolvimento musical, mais dificil que o Bebop, utilizando linhas melédicas e harmonias mais comple- xas. Outros, porém, acreditam que caracterizar e analisar este estilo nao ¢ tarefa simples - e, por isso mesmo, constitui um problema interessante — por duas razbes: primeiro, o Hard Bop nasce da agao de dois movimentos opostos, ambos a partir do Bebop (um em diregio a uma maior elaboragio e complexidade, e outro em diregéo a uma certa simplificacdo). Em 90 / Feverevo / 2014 Aprenda ou melhore seu desempenho Jazz - Blues segundo lugar, 0 fato de ser um estilo que abrange um periodo de tempo relativamen- te longo, sofrendo transformag& sao longo desse tempo, também contribui para difi- cultar a captagao de seus tragos fundamen- tais. Consideremos primeiro a natureza, a0 mesmo tempo simples e complexa, do Hard Bop. Por um lado, pode-se constatar que ele se vale de temas mais simples e com menos filigranas que 0 Bebop, delineando linhas melédicas menos angulosas (os hard- boppers, frequentemente, interpretam composigées préprias, reduzindo a presen- ca do repertério standard). Os miisicos revelam uma certa influéncia de estilos como 0 Soul e o Rythm & Blues, e 0 som ganha mais agressividade. Os acompanha- mentos se valem, as vezes, de repetigao de acordes e de células ritmicas em ostinato. Quando essas células so particularmente sincopadas, 0 Jazz resultante é dito “Funky” stilos - HARD BOP 2 Ja no aspecto da complexidade, existe uma preocupagio maior com a arquitetura das composigdes. As estruturas passaram a ser mais complexas do que os blocos de 32 compassos sobre os quais os solistas tradicionalmente improvisavam. Mudangas de compasso e de andamento também se tornam mais comuns. A estrutura harménica, ao se tornar mais econémica, em decorréncia da simplificagao que se da no plano ritmico, paradoxalmente abre caminho para uma riqueza maior, pois imp6e menos restrigdes sobre os improvisos dos solistas, que podem exibir um maior arrojo tonal. O resultado é que o Hard Bop acaba incorporando aspectos do Jazz dito modal (que se baseia mais nos acordes do que na melodia-tema e permanece, por um tempo maior, em cada acorde). O papel dos instrumentos da segao ritmica também é redefinido: em particular, contrabaixo e bateria ganham maior liberdade e atingem a emancipacao dentro do conjunto de Jazz. Na verdade, no Hard Bop os instrumentos da secdo ritmica frequentemente assumem o primeiro plano. Poderiamos dizer que 0 Hard Bop apresenta, em relagio ao Bebop, uma menor complexidade no sentido “microseépico”. Isto , no plano da melodia e do fraseado, e uma maior complexidade “macroscépica”’ Ou seja, no plano da estrutura composicio- nal. O segundo grande complicador para uma anélise do Hard Bop ~ que dificulta a busca de uma coesao estética dentro desse estilo — 0 fato de abarcar um periodo de quase 50 anos da histéria do Jazz. Nesse tempo, certamente houve transformagées ~ compare o Jazz. “Funky”, de Horace Silver, com 0Jazz.dos “Young Lions’, oriundos das formagdes mais recentes dos Jazz Messen- gers, como Wynton Marsalis. O espectro de estilos individuais compreendido entre um extremo e outro é muito amplo. Porém, as transformacoes sao suficientemente gradu- ais para que se perceba uma certa continui- dade histérica. Na verdade, pode-se dizer quea maior parte do Jazz considerado, hoje em dia, como mainstream (isto é, excluindo estilos fortemente caracteristicos como o Fusion, o Free Jazze o Latin Jazz), nada mais que uma forma de Hard Bop. Ocupam lugar de destaque no Hard Bop, os conjuntos liderados pelo pianista Horace Silver e as varias formagées dos Jazz Messengers de Art Blakey. Além deles, destacam-se: os saxofonistas Benny Golson, Joe Henderson, Lou Donaldson, Sonny Rollins, Hank Mobley, Clifford Jordan, George Coleman, Cannonball Adderley e Jackie McLean; os trompetistas Miles Davis, Blue Mitchell, Donald Byrd, Clifford Brown, Art Farmer e Lee Morgan; os pianistas Wynton Kelly, Sonny Clark, Gil Evans, Kenny Drew, Andrew Hill e Thelonious Monk ¢ o baterista Max Roach. No estilo mais Soul ou Funky, atingiram notoriedade, além de Horace Silver, os organistas Jimmy Smith e Jack McDuff. Entre os nomes mais modernos que reciclam o Hard Bop, encontramos os trompetistas Roy Hargrove, Terence Blanchard e Wynton Marsalis, o saxofonista 31 / Fevereiro / 2014 Boplicity - Miles Davis e Gil Evans Branford Marsalis e © organista Joey DeFrancesco. O proprio John Coltrane também pertenceu a essa corrente durante um certo periodo de sua carreira (até por volta de 1957), porém logo desenvolveria uma linguagem totalmente pessoal, que em si mesma constitui um estilo. Também os veteranos Freddie Hubbard e Wayne Shorter, em seus momentos menos fusion (principalmente durante os anos 60), estiveram ligados ao Hard Bop. Um bom exemplo deste estilo ¢ a misica BOPPLICITY (BeBop Lives) da parceria entre Miles Davis e Gil Evans. Bhmg Ebrs) bm? AT Bm es abi abm7 =3: 705) hm 32 / Fevereio / 2014 F7M@LL) Gm7 C7sus4, ciel Estilos - HARD BOP Gil Evans, nascido lan Ernest Gilmore Green (13 de maio de 1912 — 20 de marco de 1988) foi um pianista de Jazz, arranjador e band- ] leader canadense. Gil Evans cresceu na Califomia, onde dirigiu sea L, \ primero conjunto entre 1933 ¢1938, Ne inicioeno final dos anos 4, an] = ‘1 ee trabalhow como arranjador para a orquestra de Claude Tornhill, experimentando novas texturas e novas combinagSes timbristicas Sintonizado com as tendéncias mais avangadas da época, comecou a incozporar elementos do Bebop e Hard Bop. A parceria Davis-Evans é uma das mais extraordindrias da histéria do Jazz, comparavel a Gil Evans - sem daivida, um dos maiores ar- ranjadores de todos os tempos. Ella Fitzgerald-Louis Armstrong, Billie Holiday-Lester Young ou Paul Desmond-Dave Brubeck. Em suas composigies ¢ arranjos, Evans se revela um verdadeiro pintor do som, criando um universo sonoro que no conhece monotonia nem mesmice, Apesar da soberba qualidade de sua miisica, Evans no obtivera maior sucesso comercial durante os anos 50 e 60 (mas, sim, na década seguinte). Trabalhava como arranjador para outros artistas, © 0s conjuntos que dirigia néo eram permanentes. Em 1970, voltow a ternasmaos uma orquestra permanente, Mostrando mais uma vez estar sintonizado com © seu tempo, passou a incorporar sons eletrénicos, ¢ no ficou alheio a alguns elementos do Fusion ¢ do Pop. Com isso, recriou diversos temas de Jimi Hendrix. Pela orquestra de Evans passaram instrumentistas de alto nivel como: George Adams, Lew Soloff, Steve Lacy, Elvin Jones, Ron Carter, David Sanborn, entre outros. Gil manteve um ritmo de trabalho bastante intensoaté o fim da vida, tanto na composicio comonasturnése gravagies. Miles Dewey Davis III ou, apenas, Miles Davis (26 de maio de 1926 ~ 28 de Setembro de 1991) foi um trompetista, compositor e bandleader de Jazz norteamericano. Crianga prodiigio cuja maestria a0 trompete se acelerou a0 descobrir nomes como Clark Terry, Charlie Parker, Dizzy Gillespie e Billy Fckstine, Miles Davis considerado um dos mais influentes miisicos do século XX. Davis esteve na vanguarda de quase todos os desenvolvimentos do Jazz. desde a Segunda Guerra Mundial até a década de 1990, Participou de varias ‘gravagdes do Bebop, Hard Bop e das primeiras gravagées do Cool Jazz. Foi parte do desenvolvimento do Jazz Modal ¢ também do Jazz Fusion. Milles Miles Davis - trompetista, visionario Davis pertenceu a uma classe tradicional de trompetistas de Jazz, que comegou e eterno modernista, ‘com Buddy Bolden e desenvolveu-se com Joe ing’ Oliver, Louis Armstrong, Roy Eldridge e Dizzy Gillespie. Ao contririo desses miisicos, nunca foi considerado com um alto nivel de habilidade téenica. Porm, conquistou grande éxito ao moldar estilos inteiros ¢ maneiras de fazer miisiea através de seus trabalhos. Muitos dos mais importantes muisicos de Jazz. fizeram seu nome na segunda metade do séeulo XX nos grupos de Miles Davis, incluindo: Joe Zawinul, Chick Corea e Herbie Hancock, os saxofonistas John Coltrane, Wayne Shorter, George Coleman e Kenny Garrett, baterista Tony Williams ¢ 0 guitarrista John McLaughlin. Postumamente, Davis foi ineluido no Rock and Rell Hall of Fame; not, Louis Walk of Fame; no Big Band and Jazz Hall of Fame eno Down Beat's Jazz Hallof Fame. (..Continua na préxima Revista Keyboard Brasil). Foto: Divulgacao| “Marcelo Dantas Fagundes é misico, maestro, arranjador, compositor, pesquisador musical, escritor, professor, editor e membro do Conselho da ABEMUSICA (Associacao Brasileira de Misica). APRENDIZAGENrExMEMORMACAO para 20 Apés uma lacuna de doze anos na minha atividade artistica pianistica, me vi com a necessidade de solucionar meus problemas de memorizacao, fornecendo subsidios para uma aprendizagem m eficiente Levandoem conta que, najuventude, jamais havia experimentado tais dificulda- des, duas hipéteses foram levantadas: eu poderia nao estar utilizando os mesmos procedimentos do passado ou aquela aprendizagem poderia ter sido ineficiente. Pouco a pouco, fui percebendo que a segunda hipétese seria a mais coerente. plahistas: Algumas-Gonsideracoes = scm TInt Criangas e jovens desenvolvem processos de aprendizagem menos abstra- tos e menos intelectualizados. Com o tempo, acomodam, adaptam ou integram os processos racionais nas habilidades motoras de forma natural ou intuitiva. A lacuna, na minha trajetéria musical, dificultou a vivéncia dessa transigio ¢, tentar resgaté-la, ndo seria mais possivel. O desenvolvimento de um trabalho, tanto cognitivo quanto pratico, aju- dou-me a construir novas estratégias através da persisténcia e experimen- tacao. arlene y Sonam ger) Os conceitos sobre os proces- sos de aprendizagem e memorizacio estabelecem trés fases distintas: aquisicdo, retenc4o e recuperacao. No entanto, existem niveis de codificagao, ou seja, uma grande variedade de formas de representagdo que nao sio semelhantes quanto 4 sua utilizagao e dependem das circunstancias. Tais niveis de codificagao 34 / Fevereio / 2014 esto sempre relacionados a associagdes mentais, especialmente quando se trata de meméria de sons. Transferindo esses conceitos para a meméria pianistica, pode-se afirmar que os processos utilizados na primeira fase - aquisigao ou aprendizagem —originam uma transformacao na segunda fase — retengao - ¢, provavelmente, uma outra, na terceira — recuperagao. A complexidade do problema nao permite estabelecer fronteiras precisas entre uma fase e outra, pois a memorizacao de um texto musical no é semelhante a memorizacio de uma lista de palavras. E perfeitamente pos ivel aprender esas que, por algumas raz6es, nao preci- sam ser memorizadas: podem ser executa- das de maneira artistica e tecnicamente perfeita como, por exemplo, a musica de camara, composigées contemporaneas ou pecas complicadas. H4, portanto, obras que necessitam ser memorizadas e outras nao. No primeiro caso, as atitudes na aprendiza- gem que envolvem memorizagio neces- sitam da aplicagio de procedimentos especificos. Em geral, pode-se considerar que a fase de retengdo comeca quando o material é¢ aprendido num certo nivel, feitas as associacées semanticas e traga- das as diregdes. Portanto, é nessa fase que a representacao do texto musical consolida-se na mente do individuo. Estudos revelam uma distingao entre falhas de retengao e falhas de recuperagao. Em geral, quando ocorre a falha de recupe- racdo (lembranca), é dificil estabelecer se a aquisicao da informagio foi feita de forma apropriada ou nao. Trés hipéteses podem ser levantadas: 1. O intérprete pode ter adquirido e retido a informagao de forma eficiente e, por alguma razdo, nao conse- guiu se lembrar; 2. Aprendeu ou adquiriu a informagio adequadamente e a reteve inadequadamente; 3. Adquiriu inadequa- damente. Os conceitos de aprendizagem ¢ meméria estao intimamente relacionados. Aprender é 0 processo de aquisicao de nova informacio, enquanto que a meméria esta associada a persistén- cia da aprendizagem, sendo, portan- to, uma consequéncia natural. Memorizar ou aprender uma obra musical implica na utilizaco de miltiplos canais, através de procedimentos analiticos, visuais, auditivos, tateis e cinéticos. No caso da memorizacdo ao piano, é fundamental que a aquisigao seja funda- mentada no conhecimento teérico, 0 que significa que a eficiéncia da aprendizagem depende da compreensao total da obra, sendo importante, tanto para a interpreta- do convincente quanto para um canal de memorizagio. A Psicologia, assim como a Neurociéncia e as Teorias da Educacio provam, através das pesquisas, que os processos de aquisicao, retencao ¢ lembran- ga (ou recuperagao) estéo intimamente Guihporizar ou aprender uma obra musical implica na utili- zagao de miltiplos canais, através de procedimentos analiticos, visuais, auditivos, tateis e cinétic®B. 35 / Fevereiro / 2014 relacionados & compreensao do objeto. E, também evidente, a nogio de que um material bem compre- endido pode ser es- quecido mais lenta- mente do que um material nao com- preendido, porque forte exerce influ- éncia na etapa de retencdo. As criangas geralmente _memo- rizam sem esse co- nhecimento, embora consigam resulta- d tigdo. s através da repe- Importante ressaltar que a memorizagao deve ser parte inte- grante do processo de aprendiza- gem e nunca um estagio subse- quente, ou seja, 0 contetido é arma- zenado na memoria através desse processo. ‘Transferindo esses conceitos para a memorizacdo ao piano, pode-se afirmar que, desde 0 primeiro contato com o texto musical, todos os elementos devem ser piveceroe) iepeieneied noice oeeet) “CC eToreler Mores observados, analisados e memorizados, como estrutura, fraseado, harmonia, dina- mica, impulsos ritmicos e dedilhado. Esse deve ser 0 comportamento ideal, embora reconhecendo que a falta de uma bagagem musical consistente ou de uma orientagao adequada inviabilizem a aquisigao. Contudo, a capacidade para armazenar magdes na meméria nao é ilimitada, sendo neces- infor- sdrio planejar as etapas assim como limitar 0 mate- rial a ser assimilado, especialmente na aprendizagem inicial, considerando-se que a memorizacao pianistica envolve habili- dades complexas. Sobrecarregar a mente ou ultrapassar limites podem acarretar pre- juizo na conquista dos objetivos. Além dis- so, 0 desenvolvimento da memoria depende do seu treino. As técnicas ajudam, mas se nao houver um tra- balho que envolva a memorizagio, elas serao inuteis. Enfase especial deve ser dada ao estudo durante a fase de retengdo, quando 0 processo de consolidagao se estabelece. A consolidacéo da memoria esta relacionada as modificagGes fisicas e mentais que ocorrem quando 0 cére- 36 / Feversio / 2014 bro organiza e estrutura informa- des em longo prazo, embora partes desse material possam ser esqueci- dos antes de serem armazenados permanentemente. A ideia de consolidacio implica, ainda, no fato de que a aprendizagem nao se completa integralmente no primeiro estagio. Existe um periodo no qual as consequéncias dessa aprendizagem persis- tem, ou seja, permanecem ativas durante a pratica ou estudo. Durante esse periodo, os tragos da meméria tornam-se mais seguros e consoli- dados, propiciando meios para uma perfor- mance mais eficiente. Portanto, a represen- tagdo na meméria a longo prazo nao é inteiramente determinada no momento da aprendizagem; pode ser afetada por fatores externos subsequentes como repeticdes e novas informagies e fatores internos comoo esforco individual de reconstrugao, A consolidagaio é um processo que cobre um longo perfodo, podendo reestru- turar a aprendizagem original em diferen- tes formas de representagao. O meio mais comum de consolidagao do trabalho pianistico é a repeticao do material decodificado na fase de aquisigio através de miiltiplos canais. No entanto, essa conclu- so reflete uma posigao conservadora e tem sido objeto de reconsideracao por parte de pesquisadores contemporaneos. (Continua na préxima revista Keyboard Brasil...) @ * Professora Adjunta da Escola de Musica da Universidade Federal do Rio de Janeiro e Doutora de Arte Musical pela Catholic University of America FONTE: Revista Academia Nacional de Musica eae) es ees ity SU i s3 e mude sua Ect ae TRATAMENTOSUBLIMINAR rT) Prac) Ce SCE rr Ca en ens eae ea eae NS Ee ee ne Ore Der beer a Sopcast te beeper Pareret écnica = oO So a «0 royviSacae MuSica Keith Jarrett: Aos 68 anos, o pianista norteamericano ¢ reco- nihecido por suas téenicas de improvisacio que conjugam o jazz a outros géneros eesti, tais como a miisica erudita, o Blues, 0 Gospel entre outros. Conforme anunciado na edigao anterior da Revista Keyboard Brasil, vamos abordar, na terceira parte sobre Improvisagao Musical, uma lista basica de aspectos praticos sobre a improvisagao, comegando pela anilise de solos de grandes improvisadores, tais como John Coltrane, Wynton Marsalis, Chet Baker, Miles Davis, J.) Johnson, Charlie Parker, Dizzy Gillespie, Chick Corea, Herbie Hancock, Bill Evans, Keith Jarret e centenas e centenas de outros mtisicos maravilhosos: DAs nativa, imitando os parentes, 0 jovem mi m como a crianca aprende a sua linguagem 0 pode, também, aprender a improvisar imitando os grandes improvisadores. No entanto, é preciso dizer: nao copie; se copiar, deixe a influéncia entrar, mas na hora de tocar, esqueca tudo e seja vocé mesmo. Seja uma esponja, e ndo um papagaio. Fevereko / 2014 - Parte 3 (continuacao) * Maestro Beto Barros 2) Mergulhe na “informatica musical”. Hoje em dia, é possivel escutar milhares de muisicas com ritmos e estilos diferentes no formato MP3, sem contar a imensa variedade de videos, LDs e DVDs disponiveis. Pode-se, ainda, insta- lar os arquivos do tipo “Real Books” e varios outros, para ficar solando e improvisando o dia inteiro. 3) Leia um poema por dia, se ligue em pintura, coloque em sua estante de partituras algumas gravuras de Moret, Velasquez, Magrite, Dali, Renoir, e tantos outros grandes artistas. Procure improvisar algo referente a emogdo que a pintura desperta. Quanto mais traba- Ihamos as abstracoes e inven- es, mais 0 nosso imaginario cresce. Acumulando joias didrias emsua cabeca, sua mente brilhara 4) Nao considere sua pratica diaria como um peso ma: como sim, encantamento e prazer. Também nao transforme o estudo em um vicio. Ou seja, nao estude mecanica- mente como um louco. Lembre-se: ° passarinho nao canta porque ele é feliz; ele ¢ feliz porque canta. Portanto, cante! 5) Use o conceito de “soundescape". Ou seja, imagem sonora viva. O soundescape é um a misica é para celebrar a vida panorama musical em que se equilibram agudos e graves, répidos ¢ lentos, fortes e pianos, suaves e ésperos, como nas miisicas desse maestro que vos fala. Nessa improvisacao, voce produz padrées de sons que sio muito mais do que apenas notas preenchendo o espaco; ao contrario, esses padrdes sonoros fluem, conjuntamente, para formar uma imagem sonora viva - um soundescape 6) Hé pouco falavamos de pintura. O artista utiliza seus pincéis, tintas e telas para realizar a sua obra. Como improvisador, voc’ escolhe melodias, ritmos, fraseados, articulagées, dindmicas e harmonias (para entender como funcionam essas escolhas, veja no rodapé o endereco do meu site e consulte © artigo “Analise técnica dos problemas constantes”). E preciso "pintar com 0s sons’. Com esta abordagem de pintura sonora, vocé pode se concentrar nos aspectos da estética, que os gregos chamavam de "kalokagathia”. Ou seja, a sintese do belo ou, ainda, uma beleza boa, dando assim um inspirado significado, na diregao dos seus solos. Eles podem ser uma obra dearte! 7) O grande Bill Evans disse: “A misica enriquece a alma, Ela pode ensinar espiritua- lidade, por mostrar ao miisico uma porgio de si mesmo, que ndo seria descoberta de outra maneira. E facil descobrir parte de vocé mesmo, ‘mas pela arte, pode-se descobrir partes que vocé nunca imaginaria que existisse; esta é a real misao da arte, o artista tem que encontrar algo dentro desi mesmo, que seja universal e que seja direcionado as pessoas. A magica disso é que esta arte poderd ser comunicada para as outras pessoas, sem que elas se déem conta disto; enriquecimento, esta ea funciio da Miisica.” 8) Vimos, anteriormente, 0 conceito do "tracking", lembram-se? Pois vamos ver 0 conceito de "train": quando improvisamos, instintivamente pensamos em empurrar para a frente uma determinada quantidade de notas, preenchendo espaco musical até que alguma coisa interessante venha a tona. Mas esta abordagem de empurrar tem uma natural desvantagem. E como se vocé estivesse no fundo do trem, empurrando a locomotiva para a frente. Porém, quando vocé usa 0 conceito de “puxar” na improvi- sagao, uma coisa interessante comeca ali a aparecer: é como se vocé estivesse em frente de uma locomotiva, com uma viso clara do que vem pela frente. Continuamos na préxima Revista Keyboard Brasil. Até la! @ Pw. Barros é maestro, arranjador e produtor musical. Contatos: robertobarros1@terra.com.br www,youtube.com/maestrobetobarros hitp://twitter.com/maestrobbarros www.myspace.com/maestrobetobarros www.facebook.com/maestrobetobarros 41 / Fovereko / 2014 TOMAS IMPROTA: Pianista por exceléncia UM DOS MAIS ATIVOS PIANISTAS DO PAIS E RECONHECIDO INTERNACIONALMENTE. O carioca Tomas Improta comecou cedo na carreita musical, desde os cinco anos, quando venceu o concurso de Perfil iniciagio musical, administrado pelo Conservatério Brasileiro de Musica, sem ter recebido ligdes formais de miisica. Ao longo dos anos, foi aluno de diversos professores, como Lidy Mignone (iniciagao_ musical), Alda Caminha, Licia Lucas, Linda Busta- mi, Lucia Branco, Luis Paulo Sampaio, Nise Obino, Roberto Tavares, Sénia Gou- lart (piano classico), Ester Scliar (percep- gio), Francisco Mig- none e Marlos Nobre (composigao), Aluiz- io Milanés e Tenério Junior (piano popu- lar e jazz), entre ou- tros. Apaixonado por Jazz e Bossa Nova, a partir da década de 60, comegou a exercitar a vocagao académica, tornando-se professor de piano e atuando como jorna- 42 / Fevereiro / 2014 {© compositor e pianista carioca Tomas Improta José Cunha lista, produzindo programas sobre Jazz para as radios MEC e Roquete Pinto, e publicando artigos sobre misica em revistas especializadas. Mas foi a partir da década de 70 que © pianista iniciou-se como miisico profis- sional, tocando em casas noturnas, tea tros e shows. Assim, tornou-se um dos mais ativos pianistas do pais, pasando a ser requisitado para shows e gravacées por grandes estrelas de nossa misica, como Alcione, Ba- den Powell, Bebel Gilberto, Billy Blan- co, Caetano Veloso, Chico Buarque, Dja- van, Elba Ramalho, Elizeth Cardoso, Erasmo Carlos, Gal Costa, Gilberto Gil, Jodo Bosco, Joio Donato, Jorge Mautner, Lenine, Lucio Alves, Paulo Moura, Carmelia Alves, Luis Melodia, Maria Bethania, Nara Leao, Sueli Costa, Sandra de $a, Zezé Motta, entre outros. O reconhecimento também veio do exterior, através de excelentes critica, decorrentes das gravagies exportadas e de intimeras turnés internacionais, inclusive duas edigdes do Festival de Montreux. No teatro, apresentou-se nas pecas “Godspell” e “Dr. Fausto da Silva”, entre outras. Para o cinema, compés a trilha sonora premiada do “Bar Esperanca” (diregao de Hugo Carvana) e “Monstros de Babaloo” (diregao de Elyseu Visconti) e tocou nos filmes (e shows) “Doces Barba- ros” e “Bahia de Todos os Sambas”, este realizado na Italia. Na TV, participou da composigao das novelas “Kananga do Japao”, “Vila Madalena” e “O Cravo e A Rosa”, e gravou a trilha do “Sitio do Pica Pau Amarelo”, com Gilberto Gil. Corry Nos tiltimos anos, o muisico tem se dedicado quase que exclusivamente a sua carreira solo de instrumentista, langando titulos diversos e de grande sucesso de critica como “Barték Jazz” (Leblon Records), “Certas Mulheres” (Rob Digital) © “Dorival” (Selo Rédio Mec). Em 2005, langou 0 CD “Andréa Ernst Dias e Tomas Improta” (Biscoito Fino) e, em 2008, o “Em Busca de Sedna”, com o clarinetista Paulo Moura eo flautista Paulo Martins. Além de se apresentar com diversos grupos musicaise varias partes do Brasil. Saiba mais sobre Tomas Improta acessando: hitp://www.tomasimprota.com.br ou hitps://pt-br-facebook.com/tomas.improta ay BL) Cire) ud y Aperfeicoando @ aprofundando s*° CONHECIMENTOS MUSICAIS Cursos superiores sao de aprofundamento e nao ensinam o aluno a tocar ALEM DOS VESTIBULARES TRADICIONAIS CANDIDATOS FAZEM PROVAS DE HABILIDADES ESPECIFICAS. a \ ee ee ee ico Profissao: Mus Como alguém descobre que quer ser miisico? Com certeza nao é uma profissao paraser escolhida as vésperas do vestibular. E uma das poucas em que, para ingressar na faculdade, é necessario ter experiéncia anterior. Qual? Tocar bem um instrumento e ter nogbes gerais de musica para passar na prova de aptidao, eliminatéria em todos os cursos oferecidos no Brasil. Por isso, o ideal é comegar a estudar algum instrumento na infancia ou, no maximo, na adolescéncia. Segundo os professores, ao ingressar na faculdade, os alunos fazem algumas disciplinas basicas em conjunto, como his- t6ria da mdsica, percepsao e leitura, harmo- nia e contraponto. As aulas especificas e de aprofundamento geralmente sao ministra~ das individualmente. Os alunos também podem cursar disciplinas optativas. 44 / Fevereiro / 2014 Carol Dantas Durante o curso, 0 aluno escolhe um instrumento podendo ser: violino, violon- celo, piano, trompete, clarinete, saxofone ou percussio. Algumas disciplinas sao obriga- térias, como, por exemplo, teoria musical, estética musical e canto. As carreiras de licenciatura e bacha- relado devem ser cumpridas em quatro anos. J4 as habilitagdes em composigao e regéncia sio cumpridas em cinco e seis anos. USP Segundo 0 professor Rogério Luiz Moraes Costa, coordenador de graduagio do Departamento de Musica da Universida- de de Sao Paulo (USP), geralmente a ‘porta de entrada’ dos musicosna universidade¢é a prova de habilidades especificas, pois é 14 4 Teo eal’ Nhe 4 | Ch ee er Ore que sero avaliados os detalhes técnicos do candidato. “O vestibulando nao pode imaginar que ele vai entrar na faculdade de muisica sem ter a minima nogio sobre musica. A gente tenta deixar isso bem claro no manual de inscrigio”, afirma De acordo com Costa, © candidato que quer ser aprovado em um curso superior de misica precisa ser "alfabetizado musicalmente’, j4 que na universidade ele vai apenas aperfeicoar e aprofundar os seus conhecimentos. E preciso ficar claro que 0 candidato néo vai aprender a tocar 0 instrumen- tonauniversidade”, diz 0 professor. UNICAMP. A Universidade Estadual de Campi- nas (Unicamp) também tem um rigido proceso de selegéo, além do vestibular tradicional. Segundo 0 professor Carlos Fernando Fiorini, coordenador de gradua- 0 do Departamento de Misica, o candida- to faz cerca de cinco provas de habilidades especificas antes de ser aprovado. E, para ter o direito de fazer a prova de aptidao, ¢ preciso ter sido aprovado na primeira fase do vestibular. Segundo Fiorini, a prova de habili- dades é bastante especifica e muito criterio- sa. "O candidato precisa ter, pelo menos, uns cinco anos de experiéncia. Ele precisa saber tocar muito bem para ser aprovado", explica o professor, que acrescenta que 0 curso superior funciona como uma pés-gradua- ‘cdo, jd que o miisico nao vai aprender a tocar na faculdade. _ rem" 7. ee dt) ek OK) Professor Fiorini: “A universidade possibilita a0 miisico ter ‘uma formagéo geral mais ampla e mais aprofundada’’ O diploma de curso superior nao é uma exigéncia para 0 mtisico conseguir a habilitagao profissional. "A universidade pos- sibilitard ao muisico ter uma formagao geral mais ampla e mais aprofundada. Para trabalhar no mercado, 0 diploma néo faz diferenca. Ele vai ser fator determinante para o misico que quiser seguir carreira académica, afirma o professor Fiorini Mercado de Trabalho O mercado de trabalho é bastante exigente e conseguir um lugar ao sol 6 0 que se pode chamar realmente de desafio. Deacordo coma Ordem dos Miisicos do Brasil, o Pais possui cerca de 800 mil miisicos profissionais, 80% dos miisicos nao trabalham na drea e apenas 5% conseguem se consagrar na carreira. Os demais atuam por conta prépria em escolas, bandas, etc. “Com a explosio da misica eletrénica e dos Djs, 0 campo de trabalho para os misicos piorow’’ afirma o presidente da Ordem dos Mitsicos. do Brasil - Conselho Regional do Estado de 45 / Fevereiro / 2014 Ae ee 8s “Muitos misicos iniciam sua profissdo tocandlo e cantando em bares e casas noturnas. Sao Paulo, professor Roberto Bueno. Em compensagio, as areas de atuagao sao muitas. Além de poder ser um profissional liberal e auténomo, atuando em bares, casas noturnas, escolas de missica e universidades (para os formados em licenciatura), o miisico poderd trabalhar em radios, televisdo, teatro, cinema e agéncias de publicidade. Se optar por uma carreira erudita, tera opgdes de reger orques- tras e corais na composicao instrumer talou vocal As areas que mais tém crescido nos tiltimos tempos sao: produgo de jingles, trilha sonora e linguagem musical computadorizada. 46 / Fevereiro / 2014 Nea Ra) 7. {)- Rey i Wr) Profissao Regulamentada Para exercer a profissio de musico é necessério obter o registro junto & Ordem dos Misicos do Brasil, entidade que regulariza e fiscaliza a profissdo de miisico em todo 0 Pais. A profissio foi regulamentada pelo decreto 3857, de 22/12/1966. Para isso, os misicos precisam tirar a carteira oficial nos conselhos regionais e quem nao tem curso superior faz uma avaliagao no local. "E 0 que chamamos de muisico pritico. Sao agueles profissionais que aprenderam a tocar em conservatirios, em aulas particulares ou até mesmo sozinhos. Para conseguir o titulo e o registro de profis avaliagio com uma banca de especialistas”, conclui o ‘onal, 0 miisico precisa passar por uma professor Roberto Bueno. \ 6 Agnisica sempre despertou 0 amor ea esperanga. Fazer ouvir e sentir a musica é, ao mesmo tempo, arte e (Professor Roberto Bueno - Presidente da Ordem dos Miisicos do Brasil - Conselho Regional do Estado de Sao Paulo) ae 4 ‘A a ’ Voz vivo TUDO VOZ + INTERNET + SMS | SO R$ 6,90 PORSEMANA. EMENOS DE R$ 1 POR DIA CADASTRO GRATIS Com 0 Vivo Tudo, vocé fala, acessa a internet e manda SMS por apenas R$ 6,90 por semana. E menos de RI por dia para ficar conectado no seu Vivo Pré com a melhor qualidade e cobertura. Ligue para * 9003 ou acesse www.vivo.com.br

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