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A antropologia kantiana e a Antropologia de um ponto de vista pragmdtico Celia Aparecida Martins* Resumas 0 vo de Kant Arpaia de pon devi pag restr de invero no decorter de 1772. 1796, recabou dle diversas dono mminagSes: ciénein empiric aplicada,“observagdo propria da vida co |] ainda tem ineinid seu papet diane da kasofia anacendentl. Por nao aver, na obra de |} cia tem na ttalidade da produga de Kant. 7 | | | jgem" e “tara de relatos de viagens" (VIE 120), Ele também considefou como mois auxliares da antropologia “a histria mundial, ae . | biogeatiase até pogas de eateoe romances", asim como a “observa do que os homens realmente fazem ou deinam de aver" (VIE 121) * Pesera do Departament de Adis e Supers clad Unsere | “Estados ep Mia SP queens MTA. Aca 126 Min CA ies 8) 206 125-48 [A defnigho formalde uma ancopotogia ompiricae também a classifi cago de una sere tod de enc antropolgieo-empicas fram fits por ante viiostexios® A antropologa empiricadivide-e erm no aplicsvel Canttopologa Fisiologia e tedrca) eapiesel(antropologia pragmatics) “quem medita sobre a causas naturals em que, por exemplo, a fae culdade de reeardar pode se basear pode argumentar com sulezas (Geeuindo Descartes) sabe os tragos deixados no eérebro plas im presses das sensagSessofidas, mas tom de confessar que & mero spectador ness jogo de sas reprsentagdese que tem de deixar a natureza asi, porque nto conhece as firs enervosceficos, nem Sabe manei-os para seu propdsito, a ej, tem de confessar que nua se ganha com todo raciocinio (eric sobre esse assuto.~ Mas Se para ampliar a memriao tora i ele utiliza as percepgsies tole 0 que consderos prejudicial ou favorivel a ela e para tanto precisa do conkecimenta do ser humana, sso constitu um parte da fntrpologia de um ponte de vista pragmatic” (VT: 119). ‘As cigncas especulativas ou tericass30 oposss 3 antropotogia de un ponte de vista pragmatic. O saber silico ow antropologiatedrica (Vil 120) ¢ aque saber que no pode ser aplicado!. Desse modo, a am tropologia isildgica ou terict nao ¢ igual 4 antropoogiaaplicavel, pois a stn pertencemn diseiptinas como profilaxia médica, cultura dos meios simenttes, cuidados com a amamentaco ecom a cvianga pequena, Naan teopologa fisildgica ou teri est a totalidade daguela dsciplina erp Covantopologica que no contri para a formulagio de regras de eompor tament, por se ecupar com "o que a maturcta Taz do home (VIE 119); reste pono, o homem & “simples espectador”e “precisa deisar a wtutezt {gi porguc ceros fendmends ele “nso conheee" e “nom sabe mane}ilos para seu propasit (ibiden), Neste sentido, os saberes especticos que nio {ncontraaeolhimento na “antropologia pragmatic” de Kan G0 os que em nuda podein contribuir para a oportunaeelagdo com as “disposigesorigi- vias” do homer ¢ pars 0 desenvalvimento dels Moris. deur (0,206 125-48 nr Em 1765, Kant afrma ser pssivel able “os juizos gras sobre o ho men” apenas se ele for consierado a toaldade da Terra (I: 312-3). Kant pensa que ¢ ser humano pode conhecer“o mundo” se conhecer @ préprio Thomem em Codas ae stuigbes.Confecimento do mundo na entendiment habitual sigutiea conhecimento do homem’ (Starke 10, p. 2). anton Togia kantiana como cigacia aplicdvel & ums antopologia emprica um ‘mem com tas dispoighes, ols ele deve vrnae-se abil (geschik), prude Ue (Lug) esdbio(weize) ou eulivado civilizad e morlizado (Ref. 1482 XV: 639-60), ‘Com suas alas de antropologis Kant pretends posibilita um “exer ciclo preliminar da habilidad, da pradéneia © mesmo da sabedoria diante {ho jovern academic” (X: 138-9), além de rgere formar ométode humano: "Buia resenha da antropoogia de Pater. meu plano € ttalmen- te otto. A intengio que eu tenho &, por meio dela ating] a or ‘bem de todas as eitnlas que dteutm o hibit [presente na] cap idade das elagoes do midtodo humano, de formate rger ldo © “mbitoprtico. Procuro mais ox fenfmenose sus leis que ts pi mcrae caste da possiilidade da modiicago da natureza humana ‘em ger. Desse modo, estou contnuamene na observag0 mes mma da vida comum, da qual meus otvintes do inci ao fim munca ‘Senliram uma aide, mas pola oportunidade qu eles tr ncessa temente de comparar sua experiencia habitual com minhas anol 6, sera} sempre uma ocupasao interessante [sel Entetanto, trabalho para, com isso, diane de meus ols, tornar muito agrads vel a douirna da obsereagzo, um exercicioprelminar di habla Ps} para todo x, se 68, ena v€ PI, enquantoo Particular afcmativoalgum P'S recehe a forma usual 3s (Px 4 $9) fevste lum x ul que¥€ Pe @ }. Todaa diiculdade da tad dese inferenca medias para oedeulo de preicados coasiste em que a suposta verdad do convertene ni implica nacessriamente a verdade do eoaverso (Strawson 4, p 167-8 Patient 4, p. 289; der 35, p. 235). Em vst das fungi de vetdade do condicional e da conjungio, hd 0 menos um caso em que fal sade do antecedente Sx do convertente determina tanto verdade desse ‘ondicional quanto a falsdade da conjungdo no converso. Por um lado, {quando no existem individuos na extensdo de §, o antecedents &falsoc 0 Condicional, verdadeir. Por outro lado, dada a falsidade do segundo con jmtivo Sr, a eonjngao & fas, 0 que obra 9 efleulo de preicados ae ‘esar a dedugo do converso a partir do convertente, Em resumo, quando & extensio de'S & vazia, © convertene € verdadero e-0 conversa &falso (Strawson 4, p. 169), [Nessa condigdes validade da converso por acdente spodera ser ‘bservada no cileulo de predicados mediante a expliitagdo do compromis so existencal do jizo todo S¢ P,supondo-se que nso se haveria de lidar ‘com ermos vazos. Esse pressuposto se expsimira na rma Vs (St—> Ps) ‘x St [para coudo , se 68, entdo x4 Pe existe wm x que é So and, Por equivalnciatutoligica, Se (Se 0 Ps) a Se fade existe wm 2a ‘que x 8Sexndo €P, «existe unex que 6S) Nessa solu formalada por Struwson (41, p. 166, 169-70), eujo projeto de trade pra oesleulo de predicados o quadrado das oporigdes todas a inferénciasimeditas © si logismostridicionas&recusado, em um artigo clisico na literatura, por A 180 Church (, p. 419, 423, 428%. 8; Pariente 34, p. 292-3: idem 33, 238) « pretsuposto exstencial x Sr do convertente deve assumiro est Toto de una segunda premissay 4 ponto no apenas de eliminaraimediagio ‘Sa converato por acident,transformando-a em wma inferéncia mediata, thas também de redfinit 0 sentido antino das palavss “toda” e “algun ‘Metmo que se pudesse trae 2 conversio por Timitagio para 0 eSteuo de prodicados.ainclusio do individvo denotdo pela varivel» nas classes Se Prato te'o mesmo sentido da subordinaggo da coisa completamente inde- ferminada = 1 as entensbes de Se do P. De resto, do ponto de vista tntalgico, a definigio kantiana do ser como “posigio absoluta” também parece aveasa 3 concepgio do ser come “valor de wma vardvel” (Quine 38, 210), Se Kant atibut cpl, Iso &, 20 prOprio verbo, a representagio Uo see tradigaoanalticarovonhoee nos quanificadores “todo” “algun” ‘ssa dimensdo onoldgien, uma ver que “ser 6 estar no dominio da eferen in de um pronome” (ad, iid: leo nosso), ‘ara porplnidae dos fildsofoshabituados ao céleulo contemporaine, Kant parece reconher no juio patil simplesmente uma limitagio do livers eno omexistecal. Aparentereneanédina, a convets¥0 por i> Initagio explicit do ponto de vista formal, justamente essa condigio restrivado pronome “algun uj significado & nem odo, e nfo a0 menor tin. Como se obervana imagem abaixo, se todo SéP,entio nem todo Pé Soe signifies qc algun P45 atom Pn €5-( ©). Nos fda rmentos da concep kantana da quantifieaso, tase de poder deduzit, {partir do universal convertente fo $4 , no apenas o particular conver oalqum P'S. mas ambi o subonerio do conveso, o particular algun Prado ds. a Mais condizente com o carer formal da lgica sua independéncia de fatos coningentes, 0 descompromisso como pressupostoexistencal dos ‘Quantiicadores, manifesto na conversio por Timitagio, nio parece exchsi- dade das investgagesYgicas de Kant Ao reconsiuira histri da ques too do pressupostoexistencal ds proposigées cateysrcas, Church no ape- Ca,L, ers (4,200: 45.202 181 nas contesta as exigéncas do efleulo de prediados para a tradugio das Inferéncias imeditastradicionais, mas ainda pondera:“Aristteles jas considera a questio do compromisso existential em rolagzo & infréncia éategérica€ 0 mesina é verdaeiro par os primrosescolisticos” (Chur 9, peal). Como actescimo: "A posigio de Stawson evel uma lament vel lia de consderagio como carstes formal da Lia”, bid, p. 419). Em retrospctiva, seo problema do valor existencial dos juizoruniversais nom sequer se pe para Kant, € porque 0s juizos partieulares nfo e defi. ‘nem como exsteneiis, mas como imitagées dos universais. Deacon com © paradigma da subordnacio das extenses, os julzos universe represen tam aextensio de S totalmente subordinads&extensio de P ou totalmente nio-subordinada&extensio de , assim como os prticulares representa & extensio de § parcialmentesubordinada & extensio de Pou parsialmente o-Suboedinada 3 extensio de P(XXIV-1 275 211) 'Nos textos logics de Kant, a redusio do jueo particulars uma ini ‘apo cireunscrita na esfera do conecto & eonsderadn sob um duploaspee- 40, De acordo com a Rflexdo 2036 (1764-700) atlzada por Iische va hota 5.208 21 da Lagiea (IX 103 1422) “Sobre os juios particulars 6 de nota que eels devem poder ser Aiscernids pela rao e, portato, ter uma forma raciona, eo me ramente intelectual (abstaida}, ent osajeto tem de ser urn con «eto mas ample que opredcado, Seno predcado sempre= [-] comico, ©. tio] (7) um nino parca, pos algo que se encontra sob a “algo, no b. Iss0 se infre pela rarSo. Sei, rine) ft tos eo pe tc se & menor, mas nose 6 maior ee, asim, 6 particular apenas de ‘modo acdental” (XVI 627; ilicasnostos). ——— NE 182 Cot, crs (4,208 145.202 tem da forma “iteletal, Kan trib 2 ato parila uma forme ‘onal na medida em qe, pris inter, e pode vere 3 tng de soednao, ol pari, ene ap extestes de Ae de B.O Jt parla relatives imagem exrieprfeitamentaeagSo Aaa de suornagto no universal firma fodo A. Vist que a form wrist do prea € auc cm que ajo ove ser wm sonia is ampla gues pediado™¢evidente qu out cm questo conse to set dopant convers algun, togiamane, no pedi Uoscdounverat coments nfo BEA. Ness rato aio pa Side deve consis ano no comers algum A 8 como em su stbcon- tus algunr Ando € BO enncado que desteve primeira imagem no desta ded alg qe se eaconta 6 lg, fob” CX 1031) Ses quniforo ¢ineror a conceit, ios a uiversaiade do convent odo A deve asm como 4 pticlaridae do cnveso Stoum #0, funda-c wo cones exes A, ents ata de pre ‘Spor no apenava propria verdae do convert fodo BA mas amb dade do jie Tova dete do universal afirmativo, sb er tas conigbn por comverdosnples No arguento de Kt, sve fais extn que hen Bo pm st conectosepccs, + {ord mesma ens ou foiamenteentcs. Caso eB fosem cones tGureipvocnsaMentiade das exons do A eB justin a conver ‘Sls do nie eat oe Bn td 4818) No Sodidasm ques prssupee nets do fro B subordinate Deemed apart eno se pesuns expisiamete a erade do hiner contents fade Brea ede val impo fide do uni- Neral conver td A #8 resin € Sedu no apenas do pat Tela cmeso algun A €#,mastambimn de seu sobconro, 0 particle sian ni conta aera omen. eine tute pniclajstien-se press conigbes se odo é, eno ‘tam Ae Be lgum A nto, oussp nom odo A€B, iso quae A & ev Sc flo prague A sh serio : unos psn juz inemedirioe que aseguram o atta “a+ cionat toma pal epesutamse na seule ded Coin, ers (8.2008 145-20 183 todo B €A (premisss), 2) se todo BA. enti algun B A (por subalterngio 3) se algun IPA, enti algun A & 1 (por conversso simples), 4) sealgum A 6B, endo algun A nao 1 (por 1, 2, 3, dada a false de do juzo todo A 6B pressuposta em 1) Na reconstiuigdo do argumento de Kan, trate de comprcende os pres ‘suposiosimpliitos na premissa (1) Ao sup que extnsto do inferior ‘totalmente subordinada i extensio do superior A, 0 universal afimativo do B A, come superalterno, squire oextatuto de convertente apenas na conversio por lmitagso, mas ado na conversi simples, Se & superior 3 ‘Bento eles no podem ser eoaceitos eefprocos,dtados da mesma extn sia ou logieamenteidéticos, de munca que se ressupie fal ozo Yodo A €Be verdadeiro seu contaditsro, algun A ndoé B. Esa relagio exensi- onal entre Ae B exprime-se nos jos todo Bé A, algum A-€ Be alga A do €B. Bn suma, todo B &. nem to A & Bim sentido propo, asim ‘como a universlidade se define pla subordinagso total da extenso do i= ferior Ba extensio do superior A a pariculardade “racional” x define pola sulordinago paral da exten do superior A extensto do inferior ‘Sob outro aspect, o significado limiative do pronome “slau” ate senta-se também na segunda imagem da Reflesao 3036, DI Alm da forma denominada “racional, Kant reconhoce no juizo particule uma forma “intelectual”, evjo sentido ¢ ifr, ao pda letra, no ajtivo “abstrada™ (XVI 627 5: C103 16). Consider incialment, «segunda Imagem comporta duasrelagbesIgica: algun A € Be algum B 2A, ot a, luntoaextensio de A como a extensio de podem slterar-se como figira « fundo, Mantas as convengGes para a designagio do sujeito © do pre ‘icado, 0 julzo particular 2 ser abordado de inicio permancoe algun A € B. 184 Cot, ee (8.2008 145.202 Diferentemente da situago anterior, em que o particular “raion” algun [he Bera conversoe-o proprio sujelta A, oconceito superior, agora sta ‘io € x sepuine 1) algun A €B (remiss 20) 20 A fr superior a enti. 34) 50 A for inferior a B, endo. ‘A fox “inteletua” do particular pressupde a verdade do jutzoalgum A & B por si mesma, absolutamente, na pemisa(1*),abstaindo-se do valor de ordade do superlterno odo A € B. No texto de Kant. esse &preisamente byasmtido que se confer ao adjetivo “abstaida™. A questo mo mais co Sine em eeconhecer a rae pela qua se pode consierar um coneeito Superior ou inferior, mas em identifier as conseqéncas da verdade pura © implos do purtcular gum A € B, pondo-se 3 prova o modelo da subor fuqto das exinsdes, Enaninada primeita ltrmativa, £4804 seja visto 3 egunda imagem, como superior, confma-se astuagiojérepresentada na imagem [G (24) se A for superior Bento se tata da forma “nacional” do part- lar afgum A ¢B, restate da conversio por aidente do uni= \evsal firmativo tao BA, de modo que A inferior apenas de modo “acidental” (XVI 62711; IX 1032). "Bxaminada a segunda altemativ, caso se vst, na segunda ims ~. : Co om [)] ss como superior co como fan, ras emo infrie (como figura) a conseqincia observads por Kant seguint: (0°) se for inferiora ,entio A "pelo menos pode” estar totalmente Storia a. ip Ca,L crs (4,200: 45.202 185 ‘Visto que se pressupde absolutamente, na premissa(1*), a verdae do pa. ticular algum A €B, a demonstra da relagio etre as extenstes do supe rior Be do inferior A pela conversio por limitagio fea em suspenso, mas ‘io € suprimida. Ela fica em suspenso porque o valor de verdade do superaltenofodo A €B permanece indeterminado. Mas no suprimida por. {ue 0 universal afimativo todo A é pode ser verdadero. Esse 6 preci ‘mente o sentido que se arbui ao condicinal na ands da segunda imagem Se é menor que B, enti todo A no minimo pode estar contida sob 2 Pela Enfase de Kant a conversio por limita revela-se expedient por exe lencia da identifica dos conceit mais exteasoe menon extenso, ‘Com base nak razies da Reflesto 3036, embora a prova da sentido fi ritative do pronome “algun” enconee-se na forma “raional” doz pa ticular, sua contiemagio deve eacontar-se a forma “ntlectsal” A par 4a verdad dojuizoalgum 4 éB assumida absolutamente na premise (1), no caso da fulsidade do superaltero todo A ¢B,o subcontrtioalgum Ando £B sera verdadero, veriieando-e justamentea“excogdo” na detrminagio 4 A por B isto &, a Subordinagzo parcial da extensio de A dextensia de 8 (algum A é Be algum A nao & B, em suma, nem todo A é B). Visto que & verdad da premissa (1°) algun A ¢ B implica, por conversio simples, & vetdade do paticlaralgim BA, «partculridade “intelectual” deve ca racterizar-se pea suboudinaZo parcial ene as extensdes de Ae de. NO balango dos resultados, sea forma “acional” dafine-se pela subordinago pail da extensio do superioe 3 extnsio do inferior, a forma "intelectoal defne-e pela subordinao parcial ene ambas as extensbes, Er odo ei Sejana forma “racinal” soja ma forma “intelectal”, 0 jula purtculr 0 quite sentido existoncal como no eaevlo de pedicados, ms expine-se 4 pati da subordinacio das extensbas. Como se confirma na Léeiea de Busts (17907 “Suizo universal € aque em que o predicado ¢ pricido de ods a esfera Jizo particular € aguele em que 0 preicado & predicado de uma parte da esfera”(XXIV-2 668 345-665 12), ‘Examinado na tadigdo anal, esse significado resritva do juita ptiular ainda poderia confronar-se com a seguinte objegso: como sera possvelreseingr uma classe varia? Na medida em ques tata de recone 186 Cot, aut (208 145-202 cor a ieedutbitidade da ogi kantiana de extent 3 nogdo de classe da {tort dos eonjuntos, questo lo parece propriamente um problema. De Titendo, ale se pode suber sea exfra de um conceto € ov no vaza, s€ 0 onceit lem ono, em st extensS0, a0 menos um individuo, Mesmo do ‘ono de vinta histvieo, essa indiferenga em relago& aplicagdo dos eon Peon parece verficarae apenas na Topica de Kant, Como Church ob Sra "0 fato€ que, para os propéstosondnsros (a lgieaaistotlical, Sha de eaciocingr com termos vazios e uiversis ou com ternos sobre 0 (unis de antemgo, nfo sabemos se 0 vazios ou universais, masque po ‘Ben e-to" (Church 9, p 418), Como tal, seria possivel deduzir do jizo ecnhrna mina fem Jaelas 0 juz “alguna ménada no fem janclas” a geaplto da existéncia cu no de uma substincia simples que ena nos Compoutos Nevsa media, nada mais equivocado, quanto 3 conyers por Tita, que o recurso ao pressuposto existencial dos jusos particulars © tniverai, ha pretense taduo dessa inferéneia para ello de predica- loo Pes evideneias do contr-exemplo, a nog kantana deextens30 pa fece imedtvel 3 nogdo contemporines val Diane das azies que lovam 2 roovs das interpretagbieselaboradas a pane de Pox-Royal e da floofiaanaltica, trata-se de resonhecer, nos in- Forres do conceit superior, alin dem maliplo de concetos, tamibsm um Inui de coisas completamente indeteaminadas = xy z,eujaexstncia to épresnupost, Visto que a nogio de forma lips carceriza-se po wma ‘itordinagao de extensive e, mas ainda, visto que a intuigho no possui {ntenszo juizo jamais poder reduir-se 8 subordinagéo de uma inigao emconceito, Em rigor, 0 julzo deve eonsistirbasicamente na relagio redieatva ene um concelto superior Pe um conceit inferior S que em lata de algo indivival = nv extensio de ambos, exige uma rela mio predicativa com a intuigh,rlagio essa que & posta no juio, Examinada & oct Kantana de extensfo, o problema poderia reduzit-se & sepuinte for of, een (208 145.202 Isr ‘mulapo: como algo individual, completamente indeterminado =, pode ser ‘epresentado pelos conceits Se P no jizo §€ P? Em outaspalaras, em ‘ae conse a rola ndo-predicaiva ene itu e conceit no jueo? ’A primeira vista, embora o problema enka sidoidemiieado na li ‘eratra, tudo indica que ainda Se possa arsumentar em favor de uma nova ‘slugio, Que ee jé tena sido ienticado, pode-sedepreender, por exe plo das observagbes do prof. Balthazar Barbosa Filho ao seguinte coment Tiode H,Allizon a concepgiokantiana do juizo,reduzide a uma operagso {de tomar por” (taking a). Na explicago de Alison: “Julga & tomar algo portal ctl, No caso mais simple, algo inde terminado x €tomado por une F. En casos mais complexes, Px & ‘walifieado por “determinagies" ulterires; por exemplo, Fx é G (cate gato € preto). Em casos ainda mais complexos, distintas “o- ‘madas" (jul2oseategéricos)sio elas mesmas combinadas em uma tomada especiiea de ordem superior Guiza hipotéicns edisjunt ‘os)" (Alison 2, p. 95; tlio nos) Como observa o pot Balthazar “Alison devia explicr agi a que, princi vis ove podria ati eda saber qe ego itelrcr {eindeeminade poses tomato por F (cham Geran 15 134-Sin. 9; itélico nosso). i ‘ 7 1 despa sntninago de um jun clement Se (Asn: Fe supostamene mas simples que o prop uaa eslepsic $e P (Alison Prec), eplcgio eq op aara posers emoararsem tm oro mae emt de Alison, rovaveiente na sein passage “Para uma compreensio da concepsao kantana de juit, © ponto Fundamental é que todo juizo (sea avait, sea siti) & deter~ Iminante na medida em que tem wma pretensio sobre seu supesto ‘objeto, Asti, o que se determina, dsse ponto de vista & 0 objeto {ow oconjunta de objetos) a que se faz referéncia no juizo, objeto {que ueualmente Kant caracterizapor'x’ fim de indir seu eater 138 ‘Coin, cee, 2008: 148.202 indeterminado, prévio a0 ato do jai. Em um juzo da forma ca- {egorica essa determinagdo core pela subsngo da intuig des Sexo conecito-ujlto, subsungdo que, por su vez, possibilita tuts subsungies ou subordinagbes a outros eonceltos no juzo” (Alison 3, p18: co nosso) [Apatentemente a meio-caminho das posigdes de Schulthess e de Longue: neste, ocomentiriode Allison parece comparithar opressuposto de amnbus (O dado que permite por em diva também a tse de Alison consist, 3 Sxemplo das anteriores, na indstngSo ent, por umt Jado, 2 forma pre “icarva da elagao ents 08 conceitos Se Pe por out, a forma no predicatva da relagao ere a intugio corespondente 2 ndividualidae da {espite = xe 0s conceitos Se P. Na iteratra, na medida em que se des Consider a especificidade no apenas da nog Kantina de extensto, ms também daredugdo da forma Kglea do juizo a uma suboninago de exten- oot pene-se de vista que o conelt S jamais poderia sr dito da inuigio {de aigo individual = 4 nem tampouco do propio x em um juz", Em 1 ltr, inluigho no deve encontea-senoelenco dos inferiores do cone foe, de testo, se Kant io suprime a distingdo entre extenso extensional © txtens intensional entdo a ela ene ce Sno deve eduir-se em a {ma fungao proporciona Se (Schulthess) nem 3 premissa menor x éS do ‘Htogtamo implieito no juio odo SP (Langenesse), nem a0 easo paren {emente "mals simples” de um julzo no ql inuigao correspondent 3 in ividalidade da incdgnita = 150 subordiatia ao conceito $ (Alison). ise chamou a atengdo para certaspassagens das Reflexdes sobre sea que watam da nogho de “nots carscteristia", mas tlvez ainda ao se tenham observado todos of aipecto que, nos estos Kicos de Kant dei ‘tam enter a mancira pela qual uma representacao vem ser verdes Ou falsa. De acondo com a Reflexdo 2286 (1780-9), citads por Stuhlmann aise (43, p 73)@ por Woll 47, p- 6.50) “Nota caractersticn& uma repesentagio parcial que, como tl um Fandamento eagnitive. Ela & ou inuitiva (parte siti): uma par: feud Inui: ou dscursva: wma parte do conceto que €um fr SS oO Colt, cus (8,200: 145.202 189 \damento cogntivaanaliticn, Ow ieugo parcial, conceit par ial” (XVI 299-300 liens nosso) Diferentemente do que se poderiasupor, nfo apenas o conceto, mas tam him aintugdo consiu-se de representagoes paras. A fim de identifiar a relagdonlo-predicativa etre intigdoeconesto no jo, pressuposta pela roferénciaauia coisa completamente indeterminada = na extensiode Se Ae P, trata de veriiear que uma nota caraetristica& representa parc 1 fanto de um eonceto come de uma iatigdo. Como se observa na Logica ‘de Dolna-Windlacken (17927: "Representagdes parcnis, como fundamen tos cognitiva, podem ser conceitos pavcaiseintuirdesparciis. As li mas nio dizem respelto 3 logiea" (XXIV.2 725 313; iicos nossos). De teordo com a Ligica de Buslt (17907): "Posso te, na intigho,vdrias re presentages; no conceito,somente aque queso comuns a diversas coi fs" (SRIV-2 684313: itlicos nossos) Esse mesmo repetirio de nogses onfirma-se na Liga de Bauch ca. 17801, editada por T. Pinder publi ada apenas em 1998; “Nota caracterttica€ uma representa parcial na medida em que € um fundamento cognitive do conceito toa. Coneeito, dizemos, pois agu nfo dscorremos sobre inuigdes. Assim, telhado dum con” feito parcial de uma cas, mas 38056 ocore & nuledo: pois, se lo tivesce visto uma eas, ampouco pensarao telhado como seu con ‘eto parcial" (Kant 25, p. 235 «36-4 iticos nosso) ‘Como sugerem as lige de Kant, para. que se posta reconstitur, n e riojuiz, a reagSo no. predicativa ence intigsoe const, ats de com reender no apenas ques itigSo se constitu, tal como oconesito de repre Stages paras, mas também que s6 hi diferengairedativel ene ambos «quanto forma, endo quanto a materia Em outasplavras, visto que somen: {© conceto tem exteasioe, em contapatida, ano a ntigio como 0 con ito tim cone, tratase de compeecnder que a diforaga wredtivel ent inuigioe conceit dz expeito apenas &extens,e no intnsio (Inhalt) dd cancit, Deacon como texto sabre Or progressos da meta: 190 oi, ere (8, 2008 145.202 “Para que uma eprsentagdo sea um conhecimenta (eentendo agui sempee um conhecimentoteério), conceit intuigio de um objeto ‘Tevem estar vinculads na mest fepresenagdo, de maneira gue 0 primeira €representado tal como ele cont sob sa hima” (XX 273 305; tlleos nos). Diante dessa referncia relagoenthlien unter, Schulthess, Lnguenese Allison e outros provavelmenterecoaheceriam ra intuigho um dos inferiones conceit. A seqdéncia imedista do ext, poeém, lucida modo pelo gual Se devs entender a posta subordinago de uma itu a umn conceit “Oa, se um conceito 6 extra da representagio dos sentidos sto ae é um conceito empirice, eno contém camo nota earctrist ic into € epresentagao pariah, algo que jéestava compreendido egrifen| na intuigho sense distinguindose da itu sens- vel apenas segundos forma Idpea, a saber, segundo a vaidade co- num, por excimplo, 0 conesito de um animal de quatro pats nar presetagao de um cavalo” (XX 273 35-274 5; tins nosso) ‘Com o texto de Kan esclaroce, as quatro putas do cavalo que vej sed fem uma incigio parcial da inulgzodesse cavalo, assim como oethado fs casa que veo consist, sepundo o exemplo da Ligiea de Bauch (cx 1780"), em uma intuigio parcial da ituigdo dessa casa. O que se tata de istnguie 6 forma pela qual se representa a pot caracteristica como presenagio parcial, Na medida em que a representagio das quatro pats do Envalo serve no apenas para representa o singular de que reno itu, nas também para reconfecer dos os caalos (Bueéfalo,Pégaso ee) © di ‘mos animats eqinos ov ni, tata-re no tai de wma ituigho pai, Imis de umn conceit parcial P tilzado como fundamento cognitivo'de wn tmiiplo de conceits SS, S, cotas completamente indeterminadss J Em ouraspalavras, na medida em que € representa como Erkennis rand que tm validade comm (“uadrépede"),tata-se no mals simples fnonte de uma Inigo parcial do-cavalo gue vejo, mas de uma parte de out oneeito Cav") justmente por ss inferior a ele. De manera anslogs Cit, cus 8,200 45.202 191 ma medida em que a representagio parcial “telhado” serve de fandamento ‘ophitivo nfo apenas dt casa de que tenho a nigio, mas defodas as ease @ ainda diversas eifisagaes, destinadas vn & moeadia de seres uma: hos tata-e nfo mais de uma ing parla de uma ituigo, mas de um. onceito parcial de wm conceit. Em rigor, consciencia da unversalidade fs representagio parca tom por contapartia a universalizagio da prpria repeesontag em que aquelaccorr como parte, Da a produgio de uma re presenagio sujeita 3 bivalénia do verdadelto edo flso. Nos termos da Critica, 0 entendimento nso pode fazer outro uso des concsitos Sendo que, por eles, oencendimento jul (A 685 93). ‘Consideradoo argumento de Kant, conesito¢ intigi0 6 podem vin lure na mesma roprecentagSo presiramente no juizo- Em sentido pp, ‘ intuigio nfo se subordina ao conceit, anes 0 eaneit inelu-se sto €, i fe encontra compreenid (begrffen), como intucdo parcial, na peri - tuigio, Pola contelgncia da universulidade di nolacarctrites, 4 relaga0 {de incluso entre intigdo esos imi pata adguie a forma da cl ‘lode subordiagio ene conceit e seu conceito parcial, utlizado come Erkenniisgrend em ui ]uao, Nessa alterninca da esttuto de signiieagio As preseataglo parcial, 0 resltado 6 wma repretenaga0 em eujs forma igi vnculum-se, de modo nfo-preetivo, intuigioe conceito, instauran- ddovse as condigaes de verdaeefalsidade do juz. Contaparte da subor agi dasextnsbes, inigao de um individu completamente determin «dé representada como conceit S, dota de extensto, na medida em que ‘ta inuigto parla é representada como represenasao daa de exten, into 6 concitoP, cle proprio refeente um mpl, © no 2 um indie «duo. Como representagio comm, o eoacito P deve ser superior a outa ‘onceit,e i a uma inuigdo. Nessa mesma operagio em que, a partir da unidade analticn da Erkenninisgrand, se produe 9 “Torma ligica de um jaa” (A.79/8 1045), tratase de observar no apenas 2 origem reflexo ante da forma dos concstor Se P, mas também significado extensional Parte Belin, Wattede Gruyter, 1966. Con, ees (208 145.202 201 2. Logit Buch. I Logik Vorlesung: unverfenticte Nachsehrifen 1. Kant-Forschungen Vol. 8. Hamburg, Felix Mees, 1998, opt Hechel Logit Vorlesung: wnverffenticte "Nachscriten IL Kant Frschangen, Vol. 9. Hamburgo, Felix Meine, 1998, 27. KAULBACH,F. "Kantstanszendenale Logik zwisehen Sabjltlogik und Priiktlogik Inv HEINTEL. 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