Aluno: Ruan Vitor de Paula Cardoso

Bem-vindo
Eu acordo, a cama no ajudava muito, jogo os cobertores ao cho, demoro a
levantar, levanto, a disposio de espelhos nessa casa me incomoda, no como se
eu precisasse olhar para mim mesmo toda hora, as garotas me apressam, tanto eu
quanto meu celular estamos com pouca bateria, mas o suficiente para se manter
acordado.
Escola.
Eu chego em casa depois de um dia chato, de fora o verde claro me deixa e
irritado, l dentro sempre as mesmas paredes brancas e sem graa, o cho
relativamente limpo com fios de cabelos bem disposto por toda a casa, um grande
painel com a foto de minha irm e de um homem sem importncia.
Eu subo as escadas que um dia foram brancas, as marcas encardidas me do
nojo, paredes sujas com marcas de tinta, marcas de mos.
Minha irm reclama e atua por ateno, eu ignoro, no como se eu fosse
fazer outra coisa, choro? eu no dou a mnima.
O quarto com uma janela, duas camas e o mesmo branco nauseante do resto
da casa, eu me sento na cama azul, no sei o que fazer, penso.
Minha me chega, reclama sobre o almoo no estar adiantado, eu ouo e me
desculpo, depois de um tempo ela volta ao trabalho, minha irm continua no seu
celular estilhaado, assim como o meu, infelizmente ela ainda no tem idade para
ajudar com as coisas da casa, coisas to chatas e ridculas quanto as outras, sempre
existe algum para sujar de novo.
Eu me sento em frente ao computador, com suas vrias peas faltando, penso
em ocupar o resto do tempo com algum tipo de jogo no produtivo ou informaes
negativas sem a mnima relevncia, no final eu apenas fico l parado em frente tela
brilhante.
Ela chega, trabalho feito, mais sermes para quais eu finjo ligar, nada de novo
alm reclamaes diversas e notcias ruins.
Eu finjo at hora de dormir, no como se eu realmente conseguisse dormir,
no como se eu tentasse dormir, durante a noite se prestar ateno pode ouvir os
ces chorando, os vizinhos brincando e at algum esprito mal intencionado, eu acabo
adormecendo, daqui algumas horas voltamos ao comeo.
Bem-vindo ao lugar onde eu vivo.