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Guia de empresas juniores

Conheça como é a estrutura de uma empresa júnior e saiba como montar uma dentro da sua
universidade

É cada dia mais comum ouvirmos falar em Empresas Júnior dentro das instituições de ensino
superior. Mas, na realidade, pouco se esclarece àqueles que desconhecem o termo sobre o que é
realmente essa entidade.
Empresa Júnior é uma associação civil sem fins lucrativos constituída e gerida exclusivamente por
alunos de graduação de faculdades ou universidades, nas quais ela se insere, presta serviços e
desenvolve projetos para empresas, entidades e para a sociedade em geral nas suas áreas de
atuação, sempre sob a supervisão de professores.
Além disso, tem como objetivo principal propiciar aos estudantes a oportunidade de aplicar e
aprimorar os conhecimentos teóricos adquiridos durante o curso.
Com a orientação do diretor de integração da Rede Brasil Júnior, Marcos Dias Rego e do vice-
presidente da Mega Júnior, empresa júnior da Anhembi Morumbi, Leandro Silveira, o Universia
reuniu informações preciosas a respeito do Movimento das Empresas Juniores no Brasil. Confira a
seguir:

Como e quando surgiu a primeira empresa júnior do mundo?

A primeira empresa júnior surgiu na França em 1967, com a iniciativa de empresários juniores da L
´Ecole Supérieure des Sciences Economiques et Commerciales de Paris. Desde então, esse
movimento foi aumentando e se difundiu por vários lugares do mundo. Quando fundaram a
primeira, as instituições de ensino perceberam que a empresa júnior faturava tanto quanto uma
empresa normal. Para se ter uma idéia, o faturamento da empresa júnior francesa no primeiro ano
de funcionamento foi de US$ 19 milhões.

Como e quando surgiu a primeira empresa júnior do Brasil?

No Brasil, essa iniciativa chegou no estado de São Paulo em 1987, pela Câmara de Comércio
Franco-Brasileira. Então, surgiam as três primeiras empresas juniores do país: EJ-FGV, Júnior FAAP e
Júnior Poli Estudos. A partir disso, outras empresas juniores, em especial da Unicamp e USP,
começaram a despontar como centros de excelência nesse assunto.

Como as empresas juniores se organizam?

Existem no Brasil cerca de 750 empresas juniores com mais de 23 mil universitários envolvidos.
Elas são representadas por nove federações estaduais, que juntas formam a Rede Brasil Júnior.
Cada federação tem o seu estatuto padrão, mas todas procuram seguir o mesmo modelo.

Além disso, em 1993, as empresas juniores começaram a se organizar melhor e aconteceu o I


Encontro Nacional de Empresas Juniores (ENEJ), que foi realizado em São Paulo. A partir disso, os
encontros são realizados anualmente. Em 2005 será a 13ª edição do ENEJ, que vai acontecer no
Rio de Janeiro entre os dias 10 e 14 de setembro.

O que é a Rede Brasil Júnior?

No ano de 2001, as empresas juniores, que já se aglomeravam em federações estaduais,


começaram a amadurecer um pouco mais e traçaram metas para a fundação de uma confederação
brasileira. As metas foram traçadas por dois anos e em 2003, no 11º ENEJ, realizado em Salvador,
foi fundada a Confederação Brasileira de Empresas Juniores, a Brasil Junior.

A Brasil Júnior se propõe a passar diretrizes nacionais para que sejam adotadas pelas federações.
Além disso, trabalha como um portal de colaboração e conhecimento, que promove a integração
dos empresários juniores de cada Estado. O intuito maior é cada vez mais regulamentar a atividade
das empresas juniores que ainda é pouco trabalhada em algumas universidades.

Como fundar uma empresa júnior?

É recomendado a todos os alunos que queiram abrir uma empresa júnior para que entrem em
contato com a federação estadual (clique aqui para saber como entrar em contato com a
federação do seu Estado). A federação estadual é a referência do movimento de empresa júnior
em cada Estado brasileiro. Além disso, esse estudante que tem vontade de abrir uma empresa
júnior deve juntar um grupo com pelo menos mais cinco pessoas, o grupo não deve ser muito
grande, porque nesse primeiro momento é interessante que todos os membros compartilhem de
um mesmo ideal para poder fazer as coisas acontecerem de uma maneira mais eficiente.

Esse grupo precisa se adequar ao ideal do movimento de empresas juniores e para isso foi
confeccionado um documento chamado Conceito Nacional de Empresa Júnior. Esse conceito
enquadra as empresas juniores dentro das suas características especiais, como por exemplo, o
caráter de empresa sem fins lucrativos, ou seja, os membros que trabalham em uma empresa
desse tipo não são remunerados. Outras características que uma empresa júnior deve ter são
possuir uma denominação, sede e finalidade, além de nome, endereço e CNPJ próprio.

Qual o perfil dos alunos que trabalham em empresas juniores?

A empresa é formada e gerida por estudantes de graduação. Existe um professor que orienta
apenas alguns projetos de consultoria. A gestão interna da empresa é feita pelos estudantes. Por
exemplo, um projeto de Engenharia precisa ser assinado por um engenheiro responsável, ou seja,
esse arcabouço é oferecido pelo professor orientador. O professor vem para respaldar e dar uma
chancela maior aos projetos de consultoria dessas empresas.

A competitividade do mercado faz com que a vida profissional se inicie cada vez mais cedo.
Durante o período acadêmico, o jovem se envolve em estágios, cursos extracurriculares, feiras, faz
contatos e cuida de sua imagem pessoal, enfim, é na universidade que a vida profissional se inicia.
Entre todos os estudantes universitários, há os que vão além do padrão, esse são os que estão nas
empresas juniores e desenvolvem projetos ousados, tornam-se fortes líderes estudantis e
assumem responsabilidades com a faculdade. São jovens especiais, com forte personalidade
direcionada para uma inovação empreendedora. São alunos potencialmente insatisfeitos apenas
com o ensino acadêmico, que querem desbravar as fronteiras encontradas no dia a dia.

Quais os diferenciais que o aluno egresso de uma empresa júnior possui em relação aos
outros alunos da universidade?

A pessoa que participa do movimento de empresa júnior leva uma bagagem de experiências muito
grande quando termina a graduação. Essas pessoas que participam do MEJ (movimento de
empresas juniores) têm a oportunidade, durante o período da graduação, de participar da decisão
da construção de uma microempresa. A capacidade e as habilidades gerencias, a oratória, a
capacidade de trabalhar em grupo, negociação com o cliente, é uma grande bagagem que esse
estudante universitário vai acumulando no decorrer da sua graduação.

Na verdade, o que acontece é que antes de ingressar no mercado você já tem a oportunidade de
conhecê-lo e de poder saber onde esse mercado pode lhe oferecer um retorno maior. É possível
identificar algumas falhas e oportunidades antes mesmo de fazer parte deste mercado. E a partir
disso fazer proposições e encontrar portas abertas nos lugares corretos. Ele é capacitado muito
além da graduação. Essa capacidade de aliar teoria à prática vai construindo uma postura maior
em cada uma das pessoas que estão inseridas no MEJ.

O grupo de alunos que trabalha em uma empresa júnior é diferenciado porque trabalha, estuda e
ainda busca desenvolver projetos de consultoria. Provavelmente, quando se formar, esse aluno vai
ter o seu negócio próprio, porque busca o empreendedorismo. A empresa júnior é uma oficina de
trabalho, onde o estudante vivencia o mercado, desenvolve e executa projetos, tornando-se um
profissional preparado para trabalhar em equipes e enfrentar os desafios do cotidiano.

Esse estudante desenvolve um espírito mais crítico, para uma análise empreendedora. A empresa
júnior proporciona a aplicação prática do conhecimento teórico relativo à área de formação que
esse aluno tem dentro da universidade.

As empresas juniores são sérias?

As empresas juniores prestam serviços de consultoria nas diversas áreas do conhecimento. No


último censo feito em 2001 pela Confederação Brasileira de Empresas Juniores, foi constatado que
elas realizam cerca de 3.000 projetos de consultoria por ano. As empresas juniores prestam
serviços de qualidade com orientação de professores, ou seja, o selo das instituições de ensino
superior está por trás dando todo o respaldo que a empresa júnior precisa. Existe um grupo de
consultores juniores, que são estudantes de graduação, assessorados por mestres ou doutores da
instituição, que prestam um serviço de qualidade a um preço bastante inferior àquele que
encontramos no mercado. O mercado está vendo que a empresa júnior é tão eficiente quanto
qualquer outra empresa.

O dinheiro ganho é sempre reinvestido na empresa. Vale lembrar que parte desse dinheiro é
destinado a cobrir os custos variáveis do projeto, como locomoção, por exemplo. O que sobra nas
negociações é reinvestido em capacitação para os membros, em novos equipamentos, uma série
de benefícios que agregam mais valor ao estudante universitário.

Todas as empresas juniores são iguais?

As empresas juniores espalhadas pelo Brasil são diferentes umas das outras. É verdade que há
diversas semelhanças, porém não existe um padrão único que segue a mesma estrutura
organizacional e as mesmas normas de funcionamento. As empresas seguem um parâmetro que é
definido nacionalmente, mas nas peculiaridades nada é interferido. Por exemplo, quando o aluno
ingressa na empresa júnior assume um termo de compromisso, onde se compromete em executar
as funções que lhe foram dadas e a partir disso trabalha o tempo que quiser.

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