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Manual de 19 $0. -stem Hamnane Orpen oral J eal do Dopo. IetFonido A Curie ecm. ec: om eta cone an ies econ Pi ic 3 rpm (5 370s Porat: Se pa ris, ‘Shinar mou qaor foe de pag rr Precio adecimentos tintkoDugtOA Hae an a : par Pricologa do desporto da tive iia Nature, Fitri desarvolimeata foe Cue 2 pa Picola do despot: Prasad, presente fturo Jose V-aposo 3 P67 ‘plot do despao Como eigniae como pica Sono P Beto 4 pa Desoto psteogio: Dos Tinea wanscendncia do coro Grea F Goncates eos e bene tuicolejene do exercco e (a active ties fost F Cr, Paulo Machaso © « pay Consequencispscotogias fb desponto escola: Uma (pe eaerior pscologia Francia Sobal 7 P29 ‘A intervencio do psisloso ro despa: Crengas © epetatias, problemas come des tro Jose F Cruz, A Rul Gomes, ‘iguana e Peso ‘ine uractours sicO1 GCICOs SSSOKIABOS AD {ANDIMNTO HISPORTIVO Caracteristicas,competclas fe processs psclepicos ucidos ao sucesso €20| Sho venient Ssportvo Joss F Cue ° pis Sess ansedace na compato despre Natureza, fete avaliagso Jest Cuz 10 P25 Areagio enue ansiedade © fenimento no export Teor ipdees Jes F Cruz u 2265 Atio-confanga = endimento ‘a compatieaodespotva Jost Cruz e Miguel F. Viana 12 P287 ‘eng @conceeagson competsto desorive igul F Viana oss F. Cruz Motvagzo para pica € Competgso desorta lowe Fue P39 ‘As aibuiges usa em Contents despertvce ‘ancnio Fonseca 1s P31 Procesamento da iniormasio toma de (eciio no despora Jost Alves e Duarte Arai Likeranga de eqipasdesporivas € compartment do weinador Jose Cruse Ru Gomes ‘relagto weinadoratleta Sidonio Sos 6 7.025 indica de grupos ecoeszo nas equipas Aesporvas Jos Cruse ogo M. Antunes 9 paw Czcomportaments agrees no desporo ‘Sisono Sera 20 ps3 iespostaspricoogicas 8 sbrecarga deine Mga! Van 2” P.467 Factores plcolopconasoclados slesdes desporivas Jost Cruze Maria A. Dias 2 pst Soe dl “jet ag tennant ‘deport: Una abode picofsiligica ‘Cals Fae forge M Sivecio 2 503 Gesgatamenta "burnout no desporto Jorge M.S 2 P52 Rais esupergto no despono ‘nto Po. IMLPREPARACAO MENTAL E PSICOLOGICA PARA A COMPETIGAQ PISPORTIVA 2 psa O tein dis compatncss picoogicas 2 brepragio mental para acommpeleze Jose F Ce Nigel F. Vana 26 Pss7 ‘Téenicaseeatatigis de one doses Gansta na conto desportva Jost Crue 2 60 6 tina de onal de objectives como feraggja mataclonl Ions Cue 2 Pa? “ein de aga lz agB0 mental Jose F Cruze Miguel F. ana 2» Poss Tieng le competes aencionals no atta ‘Miguel FV x0 P63 ‘rest yrendinienedeportiv: Lineas inerrenctin Ione M Boca e Ana M. Bueno uw 675 Picola del deport apicatas Areas inievecionenelaion com el errendoe fine Me Bocute 2 poe is recuperacz psclgica no desponoe fo ctvalade fica fost Lue P Reo DINAMICA DE GRUPOS E COESAO NAS EQUIPAS DESPORTIVAS José Fernando A. Cruz Instituto de Educagao e Psicologia, Universidade do Minho & Joao Miguel Antunes Instituto de Educaco e Psicologia, Universidade do Minko INTRODUGAO. [A maxima de que “0 todo no € necessariamente igual 3 soma das partes” aplicase Interamente aos grupos e equipas desporivas. Vitis exemplos poderdo ser sugeridos: a) -Muitas vezes, nem sempre a equipa que dispoe dos jogadores mais talentsos, gana 0s jo- 208 ou competigoes;b) For vezes, algumas equipas conquitam titlos (campeonatos uta ‘G2, sem disporem ou terem os melhores jogadores; Por vezes, um mesmo treinador Ou Tider de uma equipa, que € mau para essa equipa, € despedido e ange 0 sucesso numa ou- tra equipa, sem aera o seu estilo proprio delideranca ou de relagio com o grupo despor- tivo: d) Algumas equipas 36 experienciam sucesso desportvo apés mudanga da eauipa téc- rica, apesar dos novos treinadores no alterarem de forma significativa a composic0 ou Conatituigzo-base da equipa; e) Multos treinadores, em ve2 de selecionareni os atltas mais talentosos para formarem uma equipa base, preferem um conjunto de atetas que jogam bbem enquanto equipae que se complementam uns aos outos. ‘O contexto desportivo consltui um ambiente paricularmente impartante e interes. sante para o estudo da dindmica de grupos. Depois da fama, uma equips desportiva po: deri sero grupo mais inluente a que determinados individuos pertencem, De facto, poss Caractristieasexruturais Gnicas que oferecem vantagens, apresentando-se, assim, como umt Context ideal para o estudo das interacgoes soclas, ‘A psicologia do desporto debruca-ée sobre 0 estudo de comportamentos, pensa mentose sentimentos dos individvos em contestos desportvos, no exquecendo que muitos destes comportamentos 880 influenciados pelos comportamentos e caractsticas dos ov 225 hue Annes tos, incluindo treinadores, drigentes, espectadores, familiares e companhelios de equipa (Hanrahan, & Gallois, 1993). Com eit, 0 desporto organizado & quase sempre levado a ‘cabo na presenga de outros. Assim, a situago do desporto implica necessaramente interac- {Bes socials ou process de grupo, os quais, em desportos de competicio,tém essencal- mente um carécterintergtupal (dado o seu objectivo central de vita), apesar de também exist um cardctr interpessoa 'Na sua esséncia, um treinador tem de lidar com um grupo de aletas que formam ‘uma equip, onde todos os individuos procuram ating em conjunto ob ectivos comuns © ‘onde 0 todo ndo necessariamente igual & soma das partes Silva, & Weinberg, 1984) Nesta relagdo treinador-alleta, as interacgbes/comunicagdes que se esabelecem devem possuir uma base comum de compreensio, estando na arigem elou rezolugt0 de confltos © problemas interpessoais num grupo desportvo e tendo necessariamente impacto no seu rendimento. O facto de a grande maioia das actividades desportivas envolver grupos ov lequipas transforma as dinimicas psicolicas dos grupos desportivos em componentes i= portantes da psicologia do despocto. ( rendimento do grupo € um factor particularmente priticoe premente dado que a matoria dos veinadores, asim como todos aqueles que trabalham no desporto em geral edicam um esforgo consideravel a fim de maximizarem o rendimente da equipa (Gill, 1984). Quando se considera 0 rendimento do grupo, um complexo con unto de varkiveis socio-psicoldgicas de natureza interactiva 6 intraduzido, Apesar do talento ser extrema ‘mente importante para 0 sucesso dos alletas no contexto desportvo, come em qualquer ou- {to contexto, a dindmica de grupos desempenka um papel importante na obtengao de res tados em competiczo: 0 rendimento de uma equipa nao se limita a simples soma dos rendimentos individuals. Assim, do ponto de vista pritico, tal como do porto de vita te6- Fico, a dindmica de grupos e as imeraccbes socials Constituem uma impertante Sea dein vestigagio. Tal como referem Carron ¢ Chelladurai (1978), desde hi muito que se verfica tum interesse particular em fornecer uma ideniicaga0 compreensiva dos factores que con- teibuem para a exceléncia do rendimento colectiva, este modo, toma-se evidente a vlevantia que €aibuida em contestos despont- ‘os a tr elementos permanentemente presents: 0s atletas enquanto membros do grupo € da equipa desportiva, considerada como um todo; 0 papel do teinador,assumido enquanto lider, nas interacgBes que estabelece com 0s seus allelas; € sucesso de endimento des- portvo, que constitu o abjectivo ditimo da generalidade dos desportos de competigao e de todos os agentes envolvidos a sua pritica DINAMICA DE GRUPOS EM CONTEXTOS DESPORTIVOS, | designacio dinamica tem sido desde sempre conotada e associada as ideias de actvidade, forca, energia e mudanga. Deste modo, no constitu nenbur tipo de acidente © facto de Lewin, em 1943, ter ntraduzido 0 termo dindmica de grupos para representr to dos aqueles process subjacentes as mudangas associadas com o envolvimento do grupo (Carron, 1980), No entanto, apesar de ter sido Lewin a popularizar 0 termo, os dole inves ‘adores reconhecidos como os mas produtivos nesta area sao Cartwright e Zander (1968), {ue consideram a dintica de grupo como um campo "dedicado ao progresso do conhec ‘mento acerca ds natureza dos grupos, das leis do seu desenvolvimento e suas interrelacdes ‘com 0s individuos, outtos grupos € insituigbes de maior dimensio” ip. 7). Desde entio, 0 fermo dindmica de grupo tem sido utlizado de duas formas principals: ou pera descrever a Vilidade e natureza de mudanga des grupos: ou como um campo de estud que cena & ‘ua atengio no comportamento dos grupos (Widmeyer, Brawley & Carron, 1692). "Aceitando que os grupos nfo so estticos, enti a dinamica de grupos referese 20 cestudo dessasentdades em mudanga, estado este que constitu um esforgovantajoso devido | prevaléncia dos grupos e a0 impacto que desencadelam sobre os individues. Como j fo} Teterido, os grupos desportvos possuem caractrsticas estruturas Gnicas, as qualsoferecem Wantagens expecials Com respeito& pesquisa dos pequenos grupes. Do mes mado, “0 es quo da dindmica de grupos despotivos éigualmente significativo,dados os importantes pa pis que as equipas de atletas desempenhim nas vidas de tantosseres humanes” (Widmeyer, Fral, 1992, p. 163) Contudo,€ de fundamental importncia definir 0 conceto de grupo ou ‘auipa desponiva, dado que ndo se pode simplesmente adoptar uma definiio de grupo Be Talmenteatlizada e ansfer-a para 0 contexto desportvo. Deste modo, consera-se aqul a ‘efinigao de Carron (1993): “equipa desportva é um conjunto de indviducs que possuem lima identdade colectiva, tm metas e abjetivos comuns, parttham um cestino comum, deservolvem padres de interaceo e modos de comunicagéo estruturados,exbem intede- pndéncla pessoal ede tarefa,e que consieram-se como sendo.um grupo" (p. 44) Partindo da perspectiva da dindmica de grupos, tém sido desenvolvidas numerosas investigagbes debrugando-se sobre o desporto em geral, tendo subjacentes quatro perspec tivas que tom procurado saber: a) como & que os grupos, partcularmente a5 espectadores, bfectam of individuos (orientadas essencialmente pelas torias da facilit¢ao social; b) Como se relacionam o rendimento individual e o rendimento do grupo (Cem maior relevo fuara'0 modelo de Steiner (1972) da produtvidade do grupo e para as refertncias ao efeto be Ringelman e a0 fendmeno de “social loafing’); c) como é que os indiviuosafectam os srupos fevidenciando 0 papel importante que otreinador tem no desenvoimento do ta ale de equipa, unidade e moral da equipa enquanto lide); e d) como é que as relagdes interpessoais dento dos grupos se relaclonam com o sucesso das equipas (com destaque para'o papel da coesio de grupo e dos processos de comunicagao) Siva, & Weinberg, 1984). © rendimento colectivo no desporto (0 rendimento colectvo de um grupo constitu, sem divida, um dos topicos mals actuais, 20 qual os Ueinadores € técnicos dedicam 0 maximo de esfrgo e trabalho, com o a pjectvo de'o maximizar € optimizar.Embora em gerale do ponto de vsiateérico a rer Ge que “os melhores atletas fazem a melhor equipa” seja aceitivel, na ptica, muitas we- ses esta ropra nto se confirma, demonsrando assim que a relacio entre as capacidadesin- tividoals eo rendimento colectivo nao é perfeta (ill, 1986). Por outras palavras, a prética te quatdiano desportvo evidenciam claramente que “uma boa equipa € muito mais do ‘que a soma das suas pares” ‘Sleiner (1972) props um modelo teérco para demonstra a relago ene 0 rendi- mento individual e 0 fendimento colectivo no desport. Mais coneretarente tal modelo tem subjacente a seguinte equagao: Produtividade actual (real) = Potencial produtvidade ~ Perdas devido a processos de grupo impereitos ou defeituosos. 428.62. Arnos A potencial produtividade do grupo se refere aos melhores rendimentos possiveis «do grupo, em face dos seus recursos (capacidades, conhecimento, experiércia e competén- cia de cada atleta)e das exigencias da tarefa. Conceptualizando @ capadidade individual ‘como o recurso mais importante para os grupos, Steiner (1972) parece assim confrmar a maxima de que “os melhores atletasfazem a melhor equipa”. [No entanto, 0 seu modelo vai mais longe ao slientar que os recursos devem ser re- velantes para as tarefas em causa. Em sua opinio, a produtvidade actual e real de um s1upo geralmente ndo é equivalente d sua potencial produtividade, Neste sentido, 56 ‘quando um grupo utiliza eicazmente os seus recursos para dar resposta 8s exigencias da ta- refa.€ que o seu rendimento e produtvidade real se aproxima da produtividade potencial "Numa equipa de futebol, por exemplo, terd que existir um trabalho colectvo preciso e au tomatizado entre defesas, médios e avangados, Como j se refer, a discrepdncia entre o rendimento actual eo potencial devese, de acordo com este modelo, a processos de grupo impertetos ou defeiuosos. Segundo Steiner (1972) existem dois tipos ou categorias de perdas de produtividade devido a estes rocessos de grupo impereitos: perdas de motivacio e perdas de coordenasto, As perdas {de motivaco ocorrem quando alguns membros do grupo nao dao o seu melhor ou maximo de esforgo (100%), talvez por acharem que isso deve ser da competéncia das “esrelas” da fequipa ou dos atletas "melhor pagos". Por sua vez, as perdas de coordenacio ocotrem quando a falta de “timing” ou 0 recurso a esrategis ineficazes impede que o potencial ms- Ximo de rendimento sejaatingido (Ex: a incapacidade de uma equipa de basquetebol em fazer chegar a bola ao seu melhor langador de 3 pontgs; ou a falta de “timing” e precisto de passe do passador de uma equipa de volelbolpaa os seus rematadores; ou quando, rum jogo de ténis em pares, os advesitos langam a bola para o meio do “court” e neha ‘dos membros da equipa-par procura responder, porque pensa que o outto coega ofa Como parece 6bvio, desportos que exam elevadas nives de interaz¢do e coopera~ ‘fo entre 0s membros da equipa (ex: futebol, andebol, basquetebol, volibol) s20 muito ‘mais vulnervets © susceptivels & ocortncia de perdas ou falta de coordenacio, compara- tivamente a modalidades como a natacio ou aletismo, onde as exigéncias de interaccto, ‘oordenaeo e cooperago si0 menores, Alguns autres (Gil, 1986; Weinberg & Gould, 1995) tém vindo a sugerie que ua boa parte da explicaczo para as causas das perdas referidas poder ser encontrado no cha- ‘mado “efito de Ringelmann’ um fendmeno através do qual o rendimento individual dim nui & medida que aumenta o ndmero de pessoas no grupo. Por auras palavras, tendo por base um estudo efectuado por Ringelmann, um engenheiro agrcola francs, ha cerca de lum século,e estudos posteriores de Ingham, Levinger, Graves e Peckham (1974), parece ‘exist alguma evidencia para o facto de o rendimento médio individual dire, devido a erdas motivacionals (muito mais do que a perdas de coordenacio), quand> aumenta 0 ta ‘manho dos grupos. Um ouvo fenémeno que poderd oferecer alguma clarficacio para 0 rendimento

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